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FACULDADE DE AGRICULTURA
PROTOCOLO DE MONOGRAFIA
ÍNDICE DE MAPAS................................................................................................................ ii
Declaração: .............................................................................................................................. iv
RESUMO...................................................................................................................................v
SUMMARY ............................................................................................................................. vi
2. INTRODUÇÃO ...........................................................................................................2
2.2.1. Problema:......................................................................................................................4
3.1. Mangal..........................................................................................................................6
4.1.2.1.3. Estuários.................................................................................................................. 21
4.1.2.1.4. Lagos e lagoas costeiras ........................................................................................... 22
4.4. Amostragem................................................................................................................ 28
ANEXOS ................................................................................................................................. vi
ÍNDICE DE MAPAS
ÍNDICE DE FIGURAS
ÍNDICE DE TABELAS
ii
LISTA DE ABREVISTURAS E SIGLAS
iii
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA
Declaração:
Declaro por minha honra que este Protocolo de Trabalho de Culminação do Curso é resultado da
minha investigação pessoal e das orientações dos meus supervisores, o seu conteúdo é original e
todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia
final. Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
propósito semelhante ou obtenção de qualquer grau académico.
__________________________________________
iv
RESUMO
O presente estudo tem como objectivo analisar a dinâmica de cobertura de floresta do mangal no
Posto Administrativo de Morrumbene, através imagens do satélite Landsat 7 ETM+ para o ano
1998 e Landsat 8 OLI para o ano 2018, que serão adquiridas partir do sítio USGS-Global
Visualization Viewer. As imagens serão classificadas pelo software Exelis Envi 5.3, onde se
usará o algoritmo Isodata na classificação não supervisionada e o algoritmo Máxima
verossimilhança na classificação supervisionada. Para cartografar as mudanças de cobertura de
floresta do mangal, serão feitos cruzamentos das imagens das duas datas através do módulo
Change Datection Difference Map da operação Change Detection do Exelis ENVI 5.3. Com
auxílio do software ArcGIS 10.7 serão produzidos mapas de cobertura de floresta do mangal
entre os anos 1998-2018 através das imagens classificadas, e o mapa de mudanças através da
imagem de mudanças que será obtida da operação Change detection. A quantificação das áreas e
fluxos de mudança será feita com ajuda do software Exelis Envi 5.3 com posterior produção de
uma matriz de mudanças, onde as mudanças serão agrupadas em mudanças positivas (ganho de
cobertura), e mudanças negativas (perca de cobertura). Por fim vai se determinar a taxa de
desmatamento pelo método de Puyravaud como base no desmatamento líquido e bruto. Espera-
se com este estudo detectar as mudanças de cobertura de floresta do mangal, bem como os
factores que influenciam na dinâmica de cobertura de floresta do mangal no Posto
Administrativo de Morrumbene. Esta pesquisa é de extrema importância porque pode ajudar a
subsidiar ações que visam ao estabelecimento de práticas de desenvolvimento sustentável e à
implementação de políticas de conservação e uso sustentável da floresta do mangal.
v
SUMMARY
This study aims to analyze the dynamics of mangrove forest coverage at the Morrumbene
Administrative Post, using images from the Landsat 7 ETM + satellite for the year 1998 and
Landsat 8 OLI for the year 2018, which will be acquired from the USGS-Global website
Visualization Viewer. The Exelis Envi 5.3 software will classify the images, where the Isodata
algorithm will be used in the unsupervised classification and the Maximum likelihood algorithm
in the supervised classification. To map the changes in mangrove forest cover, the images of the
two dates will be crossed using the Change Datection Difference Map module of the Change
Detection operation of Exelis ENVI 5.3. With the aid of ArcGIS 10.7 software, mangrove forest
coverage maps will be produced between the years 1998-2018 through classified images, and the
map of changes through the changes image that will be obtained from the Change detection
operation. Quantification of areas and flows of change will be done with the help of the Exelis
Envi 5.3 software with subsequent production of a change matrix, where changes will be
grouped into positive changes (coverage gain), and negative changes (loss of coverage). Finally,
the deforestation rate will be determined using the Puyravaud method as a basis for net and gross
deforestation. This study is expected to detect changes in mangrove forest coverage, as well as
factors that influence the dynamics of mangrove forest coverage at the Morrumbene
Administrative Post. This research is extremely important because it can help subsidize actions
aimed at establishing sustainable development practices and implementing policies for the
conservation and sustainable use of the mangrove forest.
vi
Análise da dinâmica de cobertura de floresta do mangal no Posto Administrativo de
Morrumbene entre os anos 1998-2018
1. ATENCEDENTES DA INVESTIGAÇÃO
Segundo MICOA (2010), o estado de conservação do mangal na zona sul de Moçambique é
crítico, cerca de 56,8% de mangal é degradado e apenas 43,2% de mangal é intacto. Em geral,
verificou-se que o mangal está a diminuir nas zonas perto dos centros urbanos, mas esta
aumentar nas áreas mais remotas. A diminuição verificada é devida, na sua maioria, a uma
governação ineficiente, enquanto o aumento verificado é resultado de processos naturais e à
baixa pressão humana (Macamo & Sitoe, 2017). Estudos realizados por Saket e Matusse (1994),
indicam que a província de Inhambane perdeu cerca de 246 ha de cobertura de mangal entre os
anos 1972-1990, actualmente a província de Inhambane tem cerca de 20 mil ha de cobertura de
mangal, que podem ser encontrados maioritariamente nos distritos de Govuro, Vilankulos e
Morrumbene (MICOA, 2010); e também em áreas de conservação como Parque Nacional de
Bazaruto e Reserva Nacional de Pomene. O distrito de Morrumbene é o terceiro distrito da
província de Inhambane com maior extensão de cobertura de floresta do mangal (MICOA,
2010), em termos de ocupação do solo, os mangais ocupam cerca de 0,5% equivalente a 13 km2
que restringem-se ao estuário de Morrumbene ou Baía de Linga Linga (MICOA, 2012). O
mangal em Morrumbene é considerado saudável, com cerca de 75,5% de mangal intacto
(MICOA, 2010).
2. INTRODUÇÃO
2.1.Contextualização
Em Moçambique, a cobertura de floresta do mangal ocupa uma área estimada de 390 000
hectares (FAO, 2007), que se estendem ao longo dos 2.770 quilómetros de costa e geralmente
ocorrem ao longo de estuários, baías e lagoas (FAO, 2005). Os mangais são componentes
importantes de ecossistemas tropicais e subtropicais com adaptações específicas para sobreviver
em condições de submersão em águas salobras, tendo como principais adaptações a viviparia e
os pneumatóforos. A área de cobertura de floresta do mangal, não é intacta em muitos países do
mundo, incluindo Moçambique. Porém, a dinâmica de cobertura de floresta do mangal ao longo
do tempo pode aumentar bem como diminuir de área.
Dentre vários factores que influenciam na perda de cobertura de floresta do mangal os que mais
se destacam são: construção de cidades e aldeias, aberturas de tanques para aquacultura,
combustível lenhoso, agricultura, madeira, material de construção e salinas. Factores naturais
como o efeito das mudanças climáticas, através do aumento do nível médio do mar, cheias e
ciclones tem contribuído também param a mudança de cobertura de floresta do mangal.
De acordo com Cavalcante, (2015) nos últimos anos tem-se verificado um crescente interesse
pela informação geográfica, sendo esta cada vez mais utilizada para diversos fins e domínios de
aplicação, em áreas tão distintas como as geociências, economia e gestão, sociologia e saúde,
engenharias, planeamento e monitoramento espacial, entre outras. O sensoriamento remoto vem
sendo largamente aplicado para o monitoramento de coberturas vegetais, volta-se,
principalmente, para seu comportamento espacial e/ou fisiológico (Abreu & Coutinho, 2014). O
sensoriamento remoto e suas ferramentas de análise de dados, como as técnicas de detecção de
mudanças, têm elevado potencial exploratório na quantificação e qualificação do uso e cobertura
da terra, assim como dos seus processos de conversão e modificação.
A expansão urbana com o consequente aumento da demanda de produtos tais como carvão, lenha
e material de construção, pode contribuir para o agravamento da pressão sobre os mangais no
Posto Administrativo de Morrumbene, a combinação ao longo prazo desses factores com
abertura de pequenos campos agrícolas em áreas inundadas ou habitats de mangal pode
influenciar no aumento da taxa de desmatamento do mangal. Essas acções podem trazer
consequências graves ao longo tempo, como o surgimento da erosão; empobrecimento do
ecossistema do mangal e escassez de diversidade de peixes; contribuindo assim, para a
incidência da fome, visto que a actividade pesqueira é praticada pelas comunidades que vivem na
costa como meio de subsistência.
2.2.2. Justificativa:
Segundo Saket e Matusse (1994), a Província de Inhambane tinha uma taxa de desflorestamento
do mangal de 1.2% entre os anos 1972 a 1990, actualmente estima-se que a província de
Inhambane detenha um potencial de cerca de 20 mil hectares de cobertura da floresta de mangal
que se encontram nas baias e estuários, como também nas zonas de transição costeira. O distrito
de Morrumbene é o distrito com a terceira maior área de mangais em Inhambane, a seguir aos
distritos de Govuro e Vilankulo (MICOA, 2010).
Entretanto, os mangais, pelas suas características e localização, são o único tipo de vegetação
facilmente diferenciável nas imagens satélite (Sitoe, et al., 2012).
É na base dessa tese que se defende a importância de implementação deste estudo, pois o mesmo
pode subsidiar acções que visam ao estabelecimento de práticas de desenvolvimento sustentável
e à implementação de políticas de conservação e uso sustentável do mangal no Posto
Administrativo de Morrumbene.
2.3.OBJECTIVOS:
2.3.1. Objectivo geral:
Analisar a dinâmica de cobertura de floresta do mangal no Posto Administrativo de
Morrumbene entre os anos 1998- 2018, através de imagens satélite da serie Landsat.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
3.1.Mangal
Os mangais são plantas com características únicas, que evoluíram para sobreviver na interface
entre a terra e o oceano no clima húmido dos trópicos e subtrópicos (UNEP, 2007). Os mangais
são compostos por árvores tolerantes à salinidade (holófitas), e que crescem em solos pouco
arejados (anaeróbios), ricos em nutrientes, usando deste modo raízes aéreas (pneumatóforos)
para respirar e podem chegar até aos 20 m de altura (MICOA, 2012).
3.2.Sensoriamento remoto
Sensoriamento remoto pode ser definido como sendo o processo de capturar informação sobre
algum objecto, sem que haja contacto com esse objecto, usando sensores que podem ser
transportados a bordo de satélites (sensores orbitais) ou a bordo de aviões com cameras
fotográficas (Pina & Santos., 2000).
Uma das primeiras aplicações dos dados obtidos remotamente tem sido a detecção de diferenças
na refletância, relacionadas à densidade da cobertura vegetal (Shiratsuchi, et al., 2014).
O objectivo do sensoriamento remoto é estudar o ambiente terrestre, pelo registo e pela análise
das interacções entre a radiação electromagnética e as substâncias presentes na superfície
terrestre. Sabe-se que todo material (natural ou artificial) sobre a superfície terrestre está
constantemente reflectindo e emitindo radiação electromagnética (Pina & Santos., 2000). O
espectro electromagnético é uma divisão didáctica da distribuição da radiação electromagnética
pelas distintas regiões, organizado de acordo com o comprimento de onda e frequência de onda
(figura 1) (Abreu & Coutinho, 2012).
3.3.Satélite
Satélite é todo objecto que gira em torno de outro objecto, ele pode ser classificado em: satélite
natural e satélite artifial. Em astronomia, um exemplo de satélite natural é a Lua, pois ela gira em
torno da Terra (Florenzano, 2008). Já satélite artificial é um equipamento produzido pelo
homem, o qual segue a órbita de um planeta ou corpo celeste. Esse satélite é posicionado no
espaço, com auxílio de um foguete. Existem diversos tipos de satélites artificiais em órbitas do
planeta Terra e equipados com diferentes tipos de sensores e câmeras que registram informações
da superfície terrestre, tais como os satélies da série LANDSAT, IKONOS, SPOT, MODIS e
CBERS.
A resolução espectral do sensor OLI, embora apresente semelhanças com os canais do sensor
ETM+ fornece alguns canais a mais, como o novo canal azul do visível (banda 1) projectado
O termo comportamento espectral de alvos tem sido atribuído pelos profissionais que actuam na
aplicação do sensoriamento remoto no estudo de recursos naturais, como ao estudo da
reflectancia espectral destes recursos, quer que sejam: vegetação, solos, minerais e rochas, água,
etc (figura 2). Assim, o comportamento espectral de um alvo só é plenamente compreendido
Autor: Chaúque; Justino Natalino Página 10
Análise da dinâmica de cobertura de floresta do mangal no Posto Administrativo de
Morrumbene entre os anos 1998-2018
A absorção de luz no meio aquático é decorrente das presenças de quatro componentes básicos: a
própria água, substâncias dissolvidas na água (substância amarela ou matéria orgânica
dissolvida), biota fotossintetizadora (fitoplâncton e macrófitas quando presentes) e partículas não
vivas como partículas orgânicas mortas e partículas inorgânicas (Novo & Ponzoni, 2001).
Autor: Chaúque; Justino Natalino Página 11
Análise da dinâmica de cobertura de floresta do mangal no Posto Administrativo de
Morrumbene entre os anos 1998-2018
Segundo Novo & Ponzoni (2001) o tamanho das partículas no solo afectam a sua reflectancia, ou
seja, para solos com a mesma composição mineralógica, a tendência é a redução da reflectância
com o aumento do tamanho das partículas. O teor de humidade também afecta sua reflectância em
todos os comprimentos de onda, ou seja, quanto maior o teor de humidade, menor é a reflectância do
solo em todos os comprimentos de onda.
A alta reflect ância no infravermelho próximo (até 1,3 𝜇m) é devido a estrutura celular, sendo que
a partir desde comprimento de onda é o conteúdo de água na vegetação quem modula as bandas
de absorção presentes no comportamento espectral desta (Maio, et al., 2008).
A distribuição espacial dos elementos da vegetação, bem como a suas densidades e orientações,
definem a arquitectura da vegetação. Cada dossel, em particular, possui suas características
próprias e desenvolve-se em diferentes tipos de solos e sobre diferentes condições ambientais
(Novo & Ponzoni, 2001).
3.7.Processamento de imagens
O processamento de imagens é configurado por algoritmos especializados, que disponibiliza para
o usuário a aplicação de uma grande variedade de técnicas de processamento (Meneses &
Almeida, 2012). Com avanço das técnicas da computação e surgimento de computadores digitais
capazes de armazenar e processar grande volume de informações, de forma extremamente
3.8.Pré-processamento de imagens
A fase de pré-processamento consiste na preparação de dados satélites, para realizar a
classificação (Moreira, 2001). As técnicas de pré-processamento são, essencialmente, funções
operacionais para remover ou corrigir os erros e as distorções introduzidos nas imagens pelos
sistemas sensores devidos a erros instrumentais (ruídos espúrios), às interferências da atmosfera
(erros radiométricos) e à geometria de imageamento (distorções geométricas) (Meneses &
Almeida, 2012).
Segundo Martin (1999) as correcções atmosféricas podem ser feitas através de modelos de
transferência radiativa ou através de métodos empíricos, o método empírico mais utilizado é o da
subtracção do valor do pixel mais escuro. No entanto, neste método a correcção atmosférica é
realizada sem um embasamento físico que permita a aplicação em condições variadas tanto de
superfície como de atmosfera (Antunes, et al., 2003). Os modelos de transferência radiativa para
a atmosfera permitem a realização de correcções com a utilização de parâmetros da atmosfera
local e por consequência permitem um melhor embasamento físico nas correcções (Antunes, et
al., 2003).
A correcção geométrica usando modelos polinomiais tem a vantagem de ser simples de execução
e não requer conhecimento de parâmetros orbitais e do sistema sensor (Silva, et al., 2012).
3.8.5.1.Algoritmo ISODATA
O classificador ISODATA fundamenta-se no princípio de que todos os agrupamentos
encontrados na imagem devem ser compactos, com todos os pixels agrupados em volta da média,
ocupando uma região esférica no espaço (Meneses & Almeida, 2012). Um valor de desvio-
padrão deve ser tomado como a medida desta compacidade (Mather, 1987). Caso o desvio-
padrão do agrupamento seja maior do que o valor estabelecido, o agrupamento que representa
aquela classe de alvo é dividido (Meneses & Almeida, 2012). A outra condição é que os
agrupamentos serão bem separados se seus centros são separados por uma distância mínima
maior do que o valor de entrada. Se essa distância entre os centros de agrupamento for menor do
que o valor de entrada, então os agrupamentos são fundidos. Divisão e fusão de agrupamento é
um processo típico do ISODATA e, portanto, não mantém fixo um número de agrupamento
(Meneses & Almeida, 2012).
O teste de concordância Kappa (K), também conhecido por coeficiente de Kappa, foi proposto
por Jacob Cohen em 1960, com a finalidade de medir o grau de concordância entre proporções
derivadas de amostras dependentes (Silva & Paes, 2012). O coeficiente Kappa pode ser
calculado através da seguinte equação:
𝑁∗∑𝑀 𝑀
𝑖=1 𝑑𝑖−∑𝑖=1 −(∑ 𝑙(𝑖)∗∑ 𝑐(𝑖) )
𝑘= Formula (1)
𝑁2 −∑(∑ 𝑙(𝑖)∗∑ 𝑐(𝑖))
Segundo Meneses & Almeida (2012), o Índice de Kappa pode variar de 0 (concordância nula ou
péssima) a 1 (concordância perfeita). Landis e Koch (1977) propuseram a escala de avaliação na
qual os intervalos de valores são atribuídos à qualidade da classificação:
Os métodos mais usados para a análise estrutural da floresta são composição florística, estrutura
horizontal e vertical da floresta. A composição florística é avaliada através da riqueza e
diversidade (índices de diversidades de espécies) e, para efeitos de comparação da semelhança
entre as comunidades, usa-se a similaridade (índice de similaridade de espécies) (João, 2016).
4.1.1. Clima
O distrito de Morrumbene tem um clima tropical. Chove muito mais no verão que no inverno.
Segundo a Köppen e Geiger a classificação do clima é Aw, Morrumbene tem uma temperatura
média de 23.3 °C, 925 mm é o valor da pluviosidade média anual. O mês mais seco é Setembro
com 25 mm (Figura 3).
Com uma média de 151 mm o mês de Janeiro é o mês de maior precipitação. A temperatura
média do mês de Janeiro, o mês mais quente do ano, é de 26.4 °C e com uma temperatura média
de 19.4 °C, Julho é o mês com a mais baixa temperatura ao longo do ano. O mês mais seco tem
uma diferença de precipitação 126 mm em relação ao mês mais chuvoso. As temperaturas
médias variam 7.0 °C durante o ano.
160 30
140
25
120
20
100
80 15
60
10
40
5
20
0 0
equivalente a 142 km2) e os mangais (0,5% equivalente a 13 km2). Outras áreas pequenas são
ocupadas pelos assentamentos humanos e por terras de cultivo ou ainda constituem áreas sem
vegetação ou degradadas (MICOA, 2012).
4.1.2.1.3. Estuários
No Distrito de Morrumbene encontra-se presente um único estuário, o Estuário de Morrumbene
na Baía de Linga Linga. Este resulta da drenagem de dois principais rios, o Rio Mucambe e o
Rio Panga, e é um estuário construído por barra, resultante da sedimentação das areias gerada
pela dinâmica costeira local (MICOA, 2012). Os estuários são importantes pela sua alta
produtividade, jogando um papel ecológico importante na exportação de nutrientes e matéria
orgânica para outros ecossistemas. Além disso, fornecem abrigo para muitas espécies e
constituem viveiros para espécies migratórias (MICOA, 2012).
Lagos e lagoas costeiras constituem a interface entre o ambiente terrestre e o marítimo sendo
importantes em vários processos como, por exemplo, o de controlo da erosão; constituem habitat
para diversas espécies de aves aquáticas e comportam espécies típicas de peixes e invertebrados.
Para o Homem, estes sistemas são importantes como fonte de água para as populações, gado e
agricultura, e importantes para a pesca, para além do seu valor cénico e turístico (MICOA,
2012).
4.2.Matérias e Metodologia
4.2.1. Matérias
Para a realização deste trabalho serão usados os seguintes matérias:
Quantum GIS 3.12.0
Corte de imagem satélite;
Delimitação da região de interesse e combinação de bandas.
ArcGis 10.7
Selecção de dados de treinamento e validação;
Produção de mapas temáticos.
Suta
Para a medição do diâmetro a altura do peito das árvores (DAP);
Fita métrica
Para a medição das parcelas
Corda
Para auxilio na demarcação das parcelas;
Hipsómetro
Para medição de altura;
Prensa
4.2.2. Metodologia
O fluxograma abaixo (figura 4) expressa o esquema metodológico que será usado neste trabalho:
Classificação
Aquisição das
Pré-Processamento
imagens Não Supervisionada
Validação Classificação
Trabalho de campo
Supervisionada
Da Classificação
Avaliação da Determinação de
Medidas de precisão
Classificação taxa de
desmatamento do inventário
As imagens do satélite da série Landsat 7 ETM+ e Landsat 8 OLI para os anos 1998-2018, serão
seleccionadas no catálogo de imagens da USGS - Global Visualization Viewer do disponíveis
gratuitamente em https://earthexplorer.usgs.gov.
seleccionadas e por fim com ajuda do Software Quantum GIS 3.49 faz-se o corte vectorial da
área do estudo com o shapfile do Posto Administrativo de Morrumbene através da técnica Clip
Raster by Mask Layer.
de todas as classes a serem mapeadas que serão introduzidas no GPS para a sua confirmação. O
trabalho de campo vai consistir na confirmação das classes de cobertura de terra, bem como
identificar/ou caracterizar as práticas costumeiras da região.
4.2.2.5.Classificação supervisionada
Após a validação das classes de uso de cobertura de terra será feita a classificação
supervisionada, nesta etapa os pixéis das classes pré-determinadas serão localizados nas imagens
satélites e submetidos ao algoritmo de classificação máxima verosimilhança (Max ver) do
Software Exelis ENVI 5.3 para posteriormente criar mapas de cobertura de terra com as classes
validadas.
A partir do módulo Change Datection statistics da operação change detection vai se produzir
uma matriz das mudanças e a partir desta, determinar o fluxo das mudanças da cobertura. Para a
estimativa do fluxo de mudanças vai se agrupar as mudanças em dois grupos; mudanças
positivas (ganho de cobertura) e mudanças negativas (perda de cobertura).
Dentro de cada parcela vai-se estabelecer sub-parcela de 10x15 m para regeneração estabelecida
(com DAP 5 - 10 cm), e outra sub-parcela de 5x5m para contagem de todos os indivíduos em
regeneração não estabelecida (estes com DAP< 5 cm).
Figura 5: Esquema das parcelas para o levantamento dos dados dendrométricos, onde: (1)
parcela de 30x20 m (árvores adultas, DAP ≥ 10 cm); (2) parcela de 10x15 m (regeneração
estabelecida).
Onde: H’: diversidade de Shannon-Wiener; pi: proporção do número total de indivíduos a que
pertencem a espécie i(𝑝𝑖 = 𝑛𝑖⁄𝑁); n: número de indivíduos da espécie i; N: número total de
indivíduos de todas espécies.
∑𝑠𝑖=1 𝑛𝑖(𝑛𝑖−1)
𝐶= Formula (5)
𝑁(𝑁−1)
Onde: J’: Equabilidade de Pielou; Hmax= 𝐥𝐧(𝒔); S: número total de espécies amostradas.
S
𝑄𝑀 = Formula (7)
N
4.4.2.1.Densidade ou abundância
A densidade, também chamada abundância, é o número de indivíduos de cada espécie na
composição do povoamento. Este parâmetro é estimado em termos de densidade absoluto (DA) e
densidade relativa (DR).
𝑛𝑖
𝐷𝐴𝑖 = Formula (8)
𝐴
4.4.2.2.Dominância
A dominância é expressa em termos de área basal, devido à alta correlação entre o diâmetro do
tronco, tomado a 1,3 m do solo (DAP), e o diâmetro da copa (DC).
𝜋×𝐷𝐴𝑃2
𝑔𝑖 = Formula (11)
4
4.4.2.2.2. Dominância relativa
Dominância Relativa (DoR) representa a percentagem da área basal de uma determinada espécie
(gi) em relação a área basal de todas as espécies amostradas (G), o somatório das áreas basais
individuais, ambas calculadas por unidade de área.
𝑛𝑖
𝐷𝑂 R = × 100 Formula (12)
𝐺
4.4.2.3.Frequência
Exprime a distribuição espacial de cada espécie na área. Indica o número de unidades amostrais
que uma espécie ocorre e relação ao número total de unidades amostrais.
𝑝𝑖
FA = × 100 Formula (13)
𝑃
Onde: pi: número de parcelas (unidades amostrais) com ocorrência da espécie i.; P: número total
de parcelas (unidades amostrais) na amostra.
Onde: FAi: Frequência absoluta de uma determinada espécie; ∑ 𝑭𝑨: somatório das frequências
absolutas de todas as espécies amostradas.
5. RESULTADOS ESPERADOS
Com realização desse estudo espera-se conhecer a composição florística do ecossistema do
mangal no Posto administrativo de Morrumbene; produzir mapa temático que demostram a
cobertura de floresta do mangal no Posto Administrativo de Morrumbene; conhecer a dinâmica
de cobertura de floresta do mangal no Posto Administrativo de Morrumbene entre os anos 1998-
2018 e ainda demostrar os possíveis factores que influenciam na dinâmica de cobertura de
floresta do mangal.
Espera-se também que os resultados desse estudo ajudem o governo local a sensibilizar as
comunidades locais no estabelecimento de práticas de desenvolvimento sustentável e à
implementação de políticas de conservação e uso sustentável da floresta do mangal.
7. CRONOGRAMA DE ACTIVIDADES
Tabela 2: Cronograma de actividade
2020
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
Actividades Semana Semana Semana Semana Semana
1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 3 1 2 3 4 1 2 3 4
Aquisição das imagens
Processamento das imagens
Trabalho de campo
Elaboração do relatório
Entrega do relatório
8. PLANO ORÇAMENTAL
Tabela 3: Custo de implementação do projecto
Item Quantidade C. Unitário (Mt's) C. Total (Mt's)
ArcGis 10.7 1 6,641.50 6,641.50
Dell Inspiron 17.3 (10th Gen Intel
Quad-Core i7 up to 3.9 GHz) 1 94,907.04 94,907.04
Portátil Garmin GPSMAP 64sx 1 24,056.49 24,056.49
Máquina fotográfica Nikon D5600 1 39,325.20 39,325.20
Fita métrica 5 Metros 350.00 350.00
Corda 500 Metros 500.00 500.00
Prensa - 500.00 500.00
Internet (Pacote mensal Movitel) 38 GB 3,000.00 3,000.00
Impressão do documento 2 3,000.00 6,000.00
Outros (Imprevistos) - 10,000.00 10,000.00
Total 185,180.23 214,280.23
9. REFERÊNCIAS BIBLIGRÁFICAS
Abreu, K. M. P. d. & Coutinho, L. M., 2012. Sensoriamento remoto aplicado ao estudo
da vegetação com ênfase em índice de vegetação e métricas da paisagem. VÉRTICES,
Volume 16, pp. 173-198.
Antunes, M. A. H., Freire, R. M. B., Botelho, A. d. S. & Toniolli, L. H., 2003. Correções
atmosféricas de imagens de satélites utilizando o modelo 6s.
Boggione, G. d. A., 2003. Restauração de imagens do satélite landsat-7. São José dos
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Brown, C. W., Lillibridge, J. & .Nalli, N. R., 2017. An introduction to satellite sensors,
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Coraiola, M. & Netto, S. P., 2003. Análise da estrutura horizontal de uma floresta
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ANEXOS
Anexo 1:
A. Identificação
1. Código do inquérito _____________________ , Local ________________________
2. Data: _________/_________/_________
3. Nome:___________________________________________, Sexo: ______________
4. Posição na família:
( ) Chefe ( ) Esposa ( ) Filho/a ( ) Outros
A. Avaliação do estado de conservação da floresta do mangal
5. Quais são as causas que contribuem para mudança de cobertura do mangal?
( ) Conversão de áreas do mangal em salinas
( ) Produção de lenha e carvão
( ) Material de construção (estacas)
( ) Cheias e ciclones
( ) Outros
Quais? _________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
6. Quais são os motivos que levam a exploração do mangal?
( ) Desemprego
( ) Aumento de renda familiar
( ) Outros
Quais? _________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
7. Quais são os problemas que resultam da mudança de cobertura do mangal?
( ) Erosão
( ) Degradação do solo
( ) Redução de níveis de pesca
( ) Outros
Quais? _________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
8. Quais são as medidas que estão sendo tomadas para resolver esse(s) problema(s)?
( ) Replantio
( ) Respeitar o período defeso
( ) Envolvimento da comunidade local na gestão do mangal
( ) Outros
Quais? _________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
9. Existe uma fiscalização do mangal?
( ) Sim! ( ) Não! Caso sim, quem é que fiscaliza? ____________________________
________________________________________________________________________
10. Qual é a frequência de fiscalização do mangal?
( ) Permanente ( ) Mensal ( ) Anual ( ) Ocasionalmente
11. É possível suprir necessidades familiares com que se ganha na exploração do mangal?
( ) Sim! ( ) Não!
12. Qual é a importância da conservação de floresta do mangal?
( ) Prevenção da erosão da costa e margens dos rios
( ) Atenuam as cheias
( ) Ajudam na reprodução de espécies marinhas
( ) Outros
Quais? _________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
13. Observações: ____________________________________________________________
__________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
Anexo 2: