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1.

Introdução

O cenário internacional coloca desafios cada vez mais exigentes à política


económica nacional, cuja missão primordial consiste, neste contexto de prolongada
escassez cambial, em realizar o ajustamento da actividade económica até um ponto em
que a procura e a oferta de divisas se mostrem mais balanceadas, ao mesmo tempo que
intenta suavizar o impacto desse ajustamento sobre o abastecimento de bens de
consumo essenciais, sobre as actividades mais produtivas e os serviços de maior
relevância social como a prestação de cuidados de saúde e a educação. Neste trabalho
será abordado o papel do BNA do Ministério das Finanças e Ministério da Economia no
desenvolvimento de Angola, uma vez que subjacente as políticas económicas, e como
primeira condicionante da gestão das reservas cambiais, encontra-se a preocupação de
salvaguardar a solvabilidade externa do País, ou seja o cumprimento das obrigações
financeiras da República em relação ao exterior, tanto das obrigações directas como das
garantidas. Não tem sido fácil os orgãos da política económica e financeira encontrar
soluções para responder à dimensão dos problemas com que se defronta, situando-se as
maiores dificuldades ao nível da gestão das políticas cambial e orçamental.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 O BANCO NACIONAL DE ANGOLA

O BNA é o Banco Central de Angola e as suas principais funções são assegurar


o poder de compra da moeda nacional, a estabilidade de preços do sistema financeiro,
bem como a condução e execução da política monetária. Cabe ainda ao BNA o control
da política cambial e de crédito, a gestão do sistema de pagamentos e do meio circulante
no âmbito da política económica do país.

O Governador representa e responde pelo BNA perante o Presidente da


República e a Assembleia Nacional, e junto de instituições estrangeiras ou
internacionais. Preside ao Conselho de Administração. Ao Conselho de Administração
compete a administração das políticas do Banco. É composto pelo Governador e por três
a cinco Administradores. A nomeação dos seus membros é feita por resolução do
Conselho de Ministros, sob proposta do Governador e estes por sua vez Exercem os
respectivos cargos.

No que se refere as relações do BNA com as instituições financeiras existentes


no país, é da responsabilidade do BNA a supervisão das mesmas, bem como zelar pela
solvabilidade e liquidez. O exercício da emissão de notas e moedas metálicas é da
exclusividade do BNA. Quanto a composição dos seus órgãos, na sua estrutura
apresenta o Governador, o Conselho de Administração, o Conselho de Auditoria e o
Conselho Consultivo.

 Para além de assegurar a preservação do valor da moeda nacional, como banco


central, tem as seguintes competências:

 Actuar como banqueiro único do estado;

 Aconselhar o executivo nos domínios monetários, financeiro e cambial;

 Participar com o poder executivo na definição das politicas da instituição;

 Condução, execução, acompanhamento e controlo da política cambial e respectivo


mercado;

 Agir, como intermediário, nas relações monetárias internacionais do Estado;

 Velar pela estabilidade do sistema financeiro nacional, assegurando, com essa


finalidade,

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 A função de financiador de última instância;

 Gerir as disponibilidades externas do país que lhe estejam cometidas, sem prejuízo
do disposto em lei especial;

 Participar na elaboração da programação financeira anual do executivo, de modo a


compatibilizar a gestão das reservas cambiais e o crédito a conceder pelo banco
nacional de Angola com as necessidades de estabilização e desenvolvimento da
economia;

 Garantir e assegurar um sistema de informação, compilação e tratamento das


estatísticas monetárias, financeiras e cambiais e demais documentação, nos
domínios da sua actividade por forma a servir como instrumento eficiente de
coordenação, gestão e controlo;

 Elaborar e manter actualizado o registo completo da dívida externa do país, assim


como efectuar a sua gestão;

 Elaborar a balança de pagamentos externos do país.

2.1.1 Instrumentos de Política Monetária do Banco Nacional de Angola

O Banco Central de Angola, o BNA, ao determinar a Política Monetária introduz


um quadro operacional que actua de forma directa sobre as variáveis que estão sob o seu
controle, aprofundando, desta forma, o mecanismo de transmissão da Política Monetária
e, por essa via garantir a estabilidade dos preços na economia.

Segundo notas do BNA, o novo Quadro Operacional para a Política Monetária


cria no sistema financeiro angolano o conceito de Taxa Básica de Juro de referência,
designada Taxa BNA, com a finalidade de sinalizar a orientação da Política Monetária.
Assim, uma subida da Taxa BNA aponta um seguimento mais rigoroso da política
monetária.

Contrariamente, uma descida da Taxa BNA aponta um seguimento mais


expansionista da política monetária. O que diminui o custo de capital aumenta a
rendibilidade dos projectos, provocando um aumento nas despesas de investimento.
Para além disso, o BNA determina as taxas de juros nominais de curto prazo, cuja
variação, através da estrutura de prazos de taxa de juro apoiada na teoria das
expectativas, influencia as taxas de longo prazo, que serão determinantes nas decisões
de investimento.
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2.1.2 As Operações de Mercado Aberto

As operações de mercado aberto realizadas pelo BNA têm como objectivo


controlar as taxas de juro de curto prazo, gerir a liquidez do mercado e ainda sinalizar a
orientação de política monetária (BNA, 2011). Para a realização de operações de
mercado aberto, o BNA dispõe de cinco tipos de instrumentos, sendo que o instrumento
mais importante é constituído pelas operações reversíveis. O BNA pode ainda recorrer a
transacções definitivas, à emissão de certificados de dívida pública, a swaps cambiais e
à constituição de depósitos a prazo fixo. Estas operações ocorrem por iniciativa do
BNA, que decide qual o instrumento a utilizar e os termos e condições para a sua
execução.

2.1.3 Intervenção no Mercado Cambial

A autoridade cambial de Angola é o BNA, que para além de orientar e fiscalizar


o mercado cambial, como instrumento de política monetária, define os princípios
reguladores que regem as operações sobre ouro e divisas, autoriza, supervisiona e
fiscaliza os pagamentos externos nos termos da lei, estabelece o limite de ouro e de
disponibilidade em divisas que as instituições autorizadas a exercer o comércio de
câmbios, poderão ter em posição própria e de depósitos de terceiros, conserva as
disponibilidades sobre o exterior referidas em nível adequado às transacções
internacionais. Cabe ao BNA publicar as taxas de câmbio determinadas pelo respectivo
mercado. Adicionalmente, no seu quadro de política monetária, o BNA separa
claramente as Operações de Política Monetária das Operações de Prestamista de Última
Instância.

2.1.4 Papel do Banco Nacional de Angola

Nos termos da Lei16/10, de 15 de Julho, compete ao Banco Nacional de Angola


proceder a implementação da política monetária no país, sendo o seu principal objectivo
a preservação do valor (poder de compra) da moeda nacionale, porisso mesmo,
concorrer para a estabilidade de preços na economia.

Cabe ao Banco Nacional de Angola manter o adequado equilíbrio entre a oferta


de meios de pagamento na economia e o crescimento da actividade económica. A
variação dos agregados monetários, indicadores que medem a quantidade de dinheiro na

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economia, deve ser consistente com o nível de actividade económica para que, por essa
via, se evitem pressões inflacionistas.

Actualmente a condução da política monetária conta, essencialmente, com os


seguintes instrumentos e reservas obrigatórias, comercialização de divisas, colocação de
títulos públicos e, muito recentemente, operações de mercado aberto.

A necessidade de se garantir a eficácia dos instrumentos referidos num contexto


de crescimento do peso do sector financeiro angolano na economia, leva o BNA a
introduzir o Quadro Operacional para a Política Monetária, permitindo o
aprofundamento dos canais de transmissão e, por essa via, impactar sobre a preservação
da estabilidade dos preços na economia

O BNA tem no seu âmago,programas que visam apoiar os cidadãos,


empreendedores e empresaspara a boa gestão dos seus recursos. Assim, esses projectos
denominados Educação Financeira (Lisboa, 2013), programa Bankita (2014) que gizava
o aumento da taxa da população para abertura de contas bancárias, o programa Angola
Investe 2015, que visa apoiar as médias, pequenas e micro-empresas, através do
Inapem,

2.2 MINISTÉRIO DAS FINANÇAS

2.2.1 Definição

O Ministério das Finanças é o Departamento Ministerial que tem a missão de


propor a formulação, conduzir, executar e avaliar a política financeira do Estado,
promovendo a gestão racional dos recursos financeiros e patrimoniais públicos e o
equilíbrio interno e externo das contas públicas, bem como a Inspecção Geral e
fiscalização das finanças públicas.

2.2.2 Objecto

1. O Ministério das Finanças tem por objecto propor a formulação e aplicar os


princípios e as medidas reguladoras da actividade de seguros e fundos de pensões, do
sistema financeiro não bancário, do mercado de valores mobiliários e da actividade de
jogos, bem como assegurar a coordenação e o relacionamento financeiro do Estado com
as instituições, organismos, organizações e demais entidades financeiras regionais e
internacionais.

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2. Ao Ministério das Finanças incumbe também as funções de coordenação e
consistência da política de rendimentos e preços e a gestão das políticas de regulação do
mercado e de defesa da concorrência.

2.2.3 Papel do Ministério das Finanças

1. O Ministério das Finanças tem as seguintes atribuições genéricas:

a) Propor e implementar a política orçamental do Estado: A política orçamental


ou política fiscal, é um ramo da política económica que define o orçamento e seus
componentes, os gastos públicos e impostos como variáveis de controlo para garantir e
manter a estabilidade económica, amortecendo as flutuações dos ciclos económicos e
ajudando a manter uma economia crescente, o pleno emprego e a inflação baixa.

b) Preparar a proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE).O Orçamento


Geral do Estado constitui o plano financeiro anual ou plurianual consolidado do Estado
e deve reflectir os objectivos, as metas e as acções contidos nos instrumentos de
planeamento nacional.

Estima o nível de receitas a obter e fixa os limites de despesas autorizadas, em


cada ano fiscal para todos os serviços, institutos públicos, fundos autónomos e
segurança social, bem como para as autarquias locais e deve ser elaborado de modo a
que todas as despesas nele previstas estejam financiadas. A execução do OGE obedece
ao princípio da transparência e da boa governação e é fiscalizada pelos Deputados e
pelo Tribunal de contas, condições definidas por lei. Executá-lo e controlá-lo, tendo em
conta os objectivos fixados pelo Executivo, assegurando a necessária coordenação com
os Ministérios do Planeamento e do Desenvolvimento Territorial e da Economia, bem
como com o Banco Nacional de Angola;

Fazer a gestão do endividamento do Estado;Neste domínio, as acções de destaque da


UGD nos últimos anos tem-se voltado para; (i) o levantamento dos adequados níveis de
financiamento público, em nome do Executivo; (ii) a negociação e regularização de
atrasados oriundos de exercícios orçamentais findos; (iii) a definição e o
estabelecimento de uma estratégia sustentável de endividamento público de médio e
longo prazos; (iv) a garantia do cumprimento atempado do serviço decorrente dos
financiamentos contratados e; (v) o registo e a compilação de todos os fluxos derivados
da dívida governamental e que são parte integrante do Orçamento Geral do Estado.

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a) Assegurar a coordenação e o relacionamento financeiro do Estado com as
instituições financeiras multilaterais, os organismos internacionais e as
organizações regionais;
b) Prosperar e viabilizar soluções de financiamento para projectos estratégicos do
Estado, tais como linhas de crédito reembolsável, não-reembolsável e arranjos
financeiros disponíveis em instituições nacionais e internacionais, públicas e
privadas, multilaterais e bilaterais;
c) Coordenar o relacionamento institucional do Estado junto aos agentes estaduais,
nacionais e agências bilaterais e multilaterais de crédito para viabilizar o
financiamento de projectos que promovam o desenvolvimento do território
mineiro;
d) Propor e organizar oportunidades de diálogo entre instituições financeiras e o
sector privado para financiamento de projectos estratégicos do Estado;
e) Coordenar e assessorar a negociação entre instituições financeiras e o sector
privado em investimentos de interesse do Estado;
f) Colaborar na elaboração da política cambial e acompanhar a sua execução;Entre
várias atribuições, à comissão de coordenação da política fiscal e monetária
caberá examinar e aprovar os projectos de diploma e emitir pelo Ministério das
Finanças e pelo BNA sobre decisões que tenham reflexos na coordenação da
política fiscal e monetária.

Aprovar medidas conducentes a evitar a dolarização [o dólar norte-americano


continua a ser utilizado nas transacções internas em Angola] dos activos financeiros nas
transacções entre residentes cambiais, bem como na formação da poupança financeira e
na concessão do crédito à economia.

2.2.4 Função Especial do Ministério das Finanças

a. Suspender a entrega ou a utilização de recursos financeiros, quando se verifique


a prática de infracções financeiras, ou quando não tenham sido apresentados, nos
prazos fixados, os relatórios de execução do orçamento, as contas e outros
documentos exigidos por lei;

b. Realizar inspecções e auditorias analíticas à actividade financeira de qualquer


instituição, organismo, ou entidade pública ou privada;

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c. Propor ao Titular do Poder Executivo a introdução de alterações nos projectos
de orçamentos dos Órgãos da Administração Central e Local do Estado, da
Segurança Social, bem como dos Serviços e Fundos Autónomos;

d. Participar na elaboração ou emitir parecer prévio e obrigatório, sobre todos os


projectos de Diplomas Legais, com incidência financeira, fiscal, aduaneira, de
seguros, bem como nos sistemas financeiros não bancário e de preços que
devam ser apresentados aos Órgãos Legislativos;

e. Propor e fazer cumprir as regras de disciplina financeira dos Órgãos de


Administração Central e Local do Estado, Segurança Social e dos Serviços e
Fundos Autónomos;

f. Exercer as demais atribuições estabelecidas por lei ou determinadas


superiormente.

2.2.5 Funções do Ministro das Finanças

O Ministério das Finanças é dirigido pelo respectivo Ministro, que exerce as suas
funções por delegação do Titular do Poder Executivo, a quem compete, em especial o
seguinte:

a. Representar legalmente o Ministério;

b. Orientar, coordenar e fiscalizar toda a actividade do Ministério;

c. Representar o País junto das instituições financeiras internacionais de que


Angola seja membro, salvo se o contrário for determinado por lei ou pelo Titular
do Poder Executivo;

d. Emitir decretos executivos e despachos, no exercício de poderes delegados pelo


Titular do Poder Executivo;

e. Dirigir as reuniões dos Conselhos Consultivo e de Direcção do Ministério das


Finanças;

f. Aprovar e controlar a execução dos planos de trabalho do Ministério;

g. Assegurar o cumprimento da legislação em vigor pelos serviços centrais, locais,


empresas e organismos superintendidos;

h. Assumir a autoridade de gestão das políticas de regulação do mercado e de


defesa da concorrência;

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i. Velar pela correcta aplicação da política de forma;ção profissional e de
desenvolvimento técnico--científico dos recursos humanos afectos à gestão
financeira pública;

j. Definir a política de recursos humanos do Sector das Finanças Públicas e a


estratégia do seu desenvolvimento;

k. Garantir a melhor utilização dos recursos humanos, materiais e financeiros do


Ministério e dos serviços sob sua superintendência;

l. Nomear e exonerar os titulares dos cargos de direcção


e chefia, ouvidos os órgãos competentes;

m. Assegurar a manutenção de relações de colaboração com os restantes órgãos da


Administração do Estado;

n. Exercer as demais competências estabelecidas por lei ou determinadas


superiormente.

2.3 MINISTÉRIO DA ECONOMIA

2.3.1 Definição

O Ministério da Economia é definido como o Departamento Ministerial a quem


se atribui, de modo genérico, a missão de propor, formular, coordenar, executar, avaliar
e dar a conhecer a política do Executivo relativa às medidas de estímulo e fomento da
actividade empresarial pública e privada, em particular medidas de fomento, bem como
garantias dos agentes económicos, medidas de estímulo e concorrência.

Compete-lhe igualmente velar pelas políticas de superintendência e controlo da


gestão que contribuam para que as empresas do sector empresarial público criem valor
acrescentado em condições de máxima eficiência, encontra-se envolvido num processo
de criação de condições materiais e humanas indispensáveis ao seu funcionamento.

O Ministério da Economia é o Departamento Ministerial que tem por missão,


propor, formular, coordenar, executar, avaliar e dar a conhecer a política do Executivo
relativa as medidas de estímulo e fomento da actividade empresarial pública e privada,
em particular medidas de fomento, bem como garantias dos agentes económicos,
medidas de estímulo e concorrência, políticas de superintendência e controlo da gestão

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que contribuam para que as empresas do sector empresarial público criem valor
acrescentado em condições de máxima eficiência.

2.3.2 Atribuições do Ministério da Economia

a) Formular, coordenar e executar as políticas do Executivo relativas ao sector


empresarial público;
b)Exercer em nome do Executivo a superintendência e a tutela sobre o sector
empresarial público;
c) Propor a aprovação de medidas legislativas e regulamentares a que deve obedecer a
gestão do património das empresas do sector empresarial público;

d) Propor a política de privatizações a adoptar pelo Executivo e coordenar a sua


implementação;
e) Propor a aprovação de legislação com o objectivo de aperfeiçoar o processo de
reestruturação do sector empresarial público;
Formular e propor políticas relativas ao fomento do empresariado nacional;
f) Formular e propor políticas relativas ao fomento do empresariado nacional;
g) Formular e propor políticas relativas ao investimento privado;
h) Propor a política a adoptar pelo Executivo e a legislação que se impuser no domínio
dos Pólos agro-industriais, Pólos de desenvolvimento industrial, Pólos tecnológicos,
zonas francas, zonas francas de equilíbrio e Zonas económicas especiais, bem como
monitorar a implementação das mesmas;
i) Acompanhar e monitorar os investimentos privados estratégicos ou estruturantes e
suas repercussões na constituição de clusters e economias de proximidade;
j) Assegurar a coordenação e a consistência das políticas do sector produtivo com os
objectivos do desenvolvimento sustentado;
k)Participar no acompanhamento e validação da formatação e negociação das parcerias
público privadas;

2.3.3 Parceria Público Privada do Ministério da Economia

O executivo Angolano tem empreendido um gigantesco esforço financeiro,


traduzido na reabilitação e na construção de infra-estruturas rodoviárias, ferroviárias,
aeroportuárias, de abastecimento de água e energia eléctrica, de saneamento das
cidades, de entre outras, com recursos próprios ou recorrendo ao endividamento.

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Muitas das tarefas atrás citadas podiam ser desenvolvidas pelo sector privado,
em estreita colaboração com o sector público, sendo que o arranque e mesmo o
desenvolvimento e a conclusão dos projectos seriam financiados pelo sector privado e a
recuperação dos investimentos por parte destes seria a posterior, através da exploração,
durante determinado tempo, em regime de concessão.

O estabelecimento dessa relação, entre o estado e particulares, assume a forma


de parceria público-privada e como se sabe, é um factor determinante de alavancagem
do desenvolvimento de vários países.

No nosso ordenamento jurídico existem algumas formas de relacionamento entre


o Estado e os particulares que, podiam ou deveriam ser tratadas no âmbito duma
parceria público-privada, o que não acontece por não existir legislação específica sobre
a matéria.

Convindo aprovar as bases gerais do regime jurídico das parcerias público-


privadas e potenciar o aproveitamento, pelo Estado, da capacidade de gestão do sector
privado, melhorar a qualidade dos serviços públicos prestados e gerar poupanças
consideráveis na utilização de recursos públicos, instituindo princípios gerais de
eficiência e economia, designadamente através de uma mais cuidada avaliação da
possível repartição do risco e da criação de incentivos à definição de parcerias
financeiramente sustentáveis e bem geridas.

2.3.4 Acção do Ministério como Factor de influência no Desenvolvimento

O ministério da Economia de Angola, tem como finalidade (um dos seus


proposito) criar novos postos de trabalho para combater a taxa de desemprego.

Por meio de políticas próprias “promover as exportações e aumentar o


empreendedorismo” e “melhorar a taxa de emprego, diversificar a economia e aumentar
a produção nacional”.

Para cumprir os objectivos traçados, é necessário apoiar as pequenas e médias


empresas, de modo a tirar o protagonismo do sector do petróleo, segundo dados do
Fundo Monetário Internacional, representa 40% da produção nacional e vale 70% da
receita do executivo. O país precisa criar pelo menos 9 mil empresas, de modo a
aumentar o seu tecido empresarial.

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O apoio às Pequenas e Média Empresas será acolchoado por medidas
proteccionistas, cujo objectivo será proteger a indústria angolana. Na mesma senda é
preciso aumentar as tarifas aduaneiras. Assim, os bens como a cerveja, a água,
refrigerantes e produtos agrícolas deverão ver o imposto aumentar. O objectivo destas
tarifas alfandegárias não é aumentar as receitas tributárias (que foram de 2600 milhões
de euros), mas proteger as fronteiras do país.

Juntamente com as medidas para aumentar o emprego, o Estado precisa reduzir


os seus custos, recorrendo à privatização de empresas estatais. A nova estratégia é
vender as empresas não-estratégicas, reduzir os custos e o número de subsídios no
executivo.

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Conclusão

O Banco Nacional de Angola, que começou a funcionar em 1976, exerceu até


1991 as funções de autoridade monetária e funções comerciais. Desde então, quando
houve a implementação de um sistema bancário de dois níveis, o BNA deixou de abrir
contas de depósitos que passou para a responsabilidade dos bancos comerciais e de
investimento. O Ministério das finanças Promove o emprego dos recursos públicos de
modo eficiente e eficaz no interesse do desenvolvimento sustentado integrado nacional
e da integração regional num quadro de estabilidade macroeconómica; promove e
fomenta a actividade económica em condições concorrenciais de mercado; promove a
equidade na distribuição do rendimento nacional através da redistribuição pela
implementação de políticas fiscais e de rendimentos e preços correctoras. O Ministério
da economia propõe, formula, coordena, executa, avalia e dá a conhecer a política do
Executivo relativa as medidas de estímulo e fomento da actividade empresarial pública
e privada, que contribuam para que as empresas do sector empresarial público criem
valor acrescentado em condições de máxima eficiência. Em nossa perspectiva,
resumimos e concluímos que as três instituições de Estado desempenham um papel
preponderante para o desenvolvimento de Angola, para tal devem aplicar políticas
sinérgicas que visam melhorar as condições de vida de cada cidadão.

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Referrências Bibliográficas

DILOLWA, C. (2000). “ Contribuição à História Económica de Angola”. (2ª ed.)


Luanda: Editorial Nzila.

JORGE, J. (2010). “Avaliação do Desempenho de uma Empresa Através de Rácios


Financeiros: Caso da Indústria Hoteleira”. Lisboa: Instituto Superior de Economia e
Gestão.

MANUEL, A. (2010). “O Incumprimento dos Empréstimos no Mercado de


Microcrédito do Sistema Bancário Angolano: Um Estudo Aplicado ao banco SOL e ao
Banco de Poupança e Crédito”. Coimbra: Universidade de Coimbra- Faculdade de
Economia.

MARQUES, W. (1998). “Moeda e Instituições Financeiras”. (2ª ed.) Lisboa:


Publicações Dom Quixote.

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