Você está na página 1de 5

DIREITO - 2ºTESTE

• NOÇÃO E ELEMENTOS DO ESTADO


Estado – entidade com uma estrutura organizada de poder e ação que
desempenha a função de garantir entre os homens uma coerência ordenada de
forma harmoniosa e segura, sobretudo a de manter a paz e a segurança jurídica.

Elementos do Estado

Povo – conjunto de pessoas ligadas ao Estado pelo vínculo da nacionalidade ou


cidadania - conceito político (Art.º 2º e Art.º4º)

Sistemas que determinam a nacionalidade/cidadania:

- ius sanguinis – vínculo de sangue

- us soli – vínculo territorial (local de nascimento)

- sistema misto – ambos os vínculos

População – conjunto de pessoas que residem num determinado território,


independentemente da sua nacionalidade - conceito meramente
económico, demográfico e estatístico

Nação – conjunto de pessoas ligadas pelo sentimento de pertencerem a


uma mesma realidade, podendo basear-se em fatores culturais, étnicos e/ou
políticos.

Território – espaço geográfico onde se exerce o poder do Estado (solo e subsolo


terrestre - Art.º 5.º -, espaço aéreo, mar territorial, ZEE, navios, aeronaves e
veículos sob bandeira nacional e embaixadas e consulados) - Art.º 5.º e Art.º
273.º (defesa nacional de forma a garantir a defesa da integridade do
território)

Poder Político – poder de instituir órgãos que criam leis e as impõem num
determinado território, através dos meios de coação.

Soberania – poder político do Estado (supremo e independente) que se


manifesta através das competências atribuídas aos seus diversos órgãos:

Plano interno – poder supremo do Estado sobre o povo e o território;

Plano externo – poder independente e autónomo face aos restantes


Estados da comunidade internacional

O estado soberano não tem nenhum poder que se lhe sobreponha na ordem
internacional (supremo) e está ao nível dos outros Estados na esfera internacional
(deles independente). Nem todos os estados são soberanos.

• PODERES E FUNÇÕES DO ESTADO


Poderes:

- Legislativo (poder de fazer leis - parlamento e governo);

- Executivo (poder de executar as decisões tomadas - administração


pública);

- Judicial (poder de dirimir os conflitos entre os indivíduos - tribunais).

Estes poderes deverão estar repartidos por orgãos diferentes e independentes


entre si, evitando que só um orgão concentre em si todo o poder.

Controlo e interdependência entre os órgãos - Presidente da República:

- pode opor-se, através do veto, às leis votadas pela Assembleia da


República [art.o 136.o];

- pode demitir o governo e dissolver a AR (Art.º133º).

O conceito de separação de poderes evoluiu para divisão de poderes. Os poderes


não são estanques e para uma mesma decisão podem ser necessários intervir
vários orgãos.

O governo é politicamente responsável perante o PR e a AR (Art.º190.º).

• ORGÃOS DE SOBERANIA
Fins do Estado

- Garantir a segurança (ataque exterior);

- Assegurar a realização da justiça cumulativa (cidadão-cidadão) e distributiva


(cidadão-Estado);

- Promover o bem-estar económico e social.

Órgãos de soberania

Presidente da República [art.o 120. o – 140. o]

Assembleia da República [art.o 147. o – 181. o]

Governo [art.o 182. o – 201. o]

Tribunais [art.o 221. o – 234. o]

• DO ESTADO DE DIREITO AO ESTADO SOCIAL DE DIREITO


Principais características do Estado de Direito
Império da lei – a lei tem de ser cumprida por todos os cidadãos e pelo próprio
Estado, devendo a lei ordinária respeitar a lei constitucional

Separação de poderes – os poderes legislativo, executivo e judicial devem estar


separados e entregues a órgãos distintos, entendendo-se esta separação como
uma partilha de poderes, colaboração e controlo do cumprimento da Constituição
e da lei

Legalidade da administração – a administração só pode atuar no cumprimento


estrito da Constituição e da lei. Esta exigência da submissão da administração à
lei dá aos cidadãos o direito de recorrerem a tribunais independentes para
requererem a anulação de atos lesivos dos seus direitos (o Estado cria a lei e
submete-se a ela)

Garantia da efetivação dos Direitos, Liberdades e Garantias – O Estado cria


mecanismos que garantem a efetivação dos direitos fundamentais dos cidadãos

Estado Social de Direito (Estado de Direito Democrático [art.o 2.o]) – concilia uma
intensa intervenção no domínio social com a preservação dos direitos e liberdades
dos cidadãos, tendo em vista a prossecução do bem-estar e justiça sociais.

- Direitos sociais: direito à saúde, à educação, à habitação, à proteção do


ambiente e à segurança social.

• FONTES DE DIREITO
Fontes Imediatas/Diretas – têm força vinculativa própria, que impõem direitos
e obrigações
Fontes Mediatas/Indiretas – não têm força vinculativa própria, mas influenciam o
processo, a formação e a revelação das normas jurídicas

A Jurisprudência, a Doutrina e o Costume (Fontes Mediatas)

Jurisprudência – conjunto de decisões dos tribunais.

Doutrina – conjunto de estudos, professores e técnicos do Direito aplicando,


articulando e interpretando as normas jurídicas.

Costume – toda a prática reiterada e habitual, acompanhada da consciência ou


convicção do seu carácter de obrigatoriedade.

A Lei (Fonte Imediata)

Sentido Amplo – diplomas de carácter geral e imperativo, provenientes de órgãos


estaduais competentes (leis, decretos de lei, portarias, regulamentos…)

Sentido Restrito – lei propriamente dita (fruto do exercício do poder legislativo


exercido pela Assembleia da República)

Sentido Material – ato normativo proveniente de um órgão estadual competente


(matéria contida no diploma)

Sentido Formal – reveste-se de forma destinadas, por excelência, ao exercício da


função legislativa do Estado (modo como surge no ordenamento jurídico, quer
contenha ou não uma regra jurídica)

O início e o termo da vigência da lei

Publicação – a lei só se torna obrigatória depois de publicada no Diário da


República

«Vacatio-legis» - período de tempo que decorre entre a data de publicação e a


data de entrada da lei em vigor – 5 dias

A caducidade e revogação da lei

Caducidade – quando a lei deixa de estar em vigor e não é substituída:

- lei temporária que fixa a data em que deixa de estar em vigor;

- lei temporária que fixa a sua vigência até à data em que será revista por
outro diploma legal;

- lei que regula situações que entretanto deixaram de existir.

Revogação – entrada em vigor de uma nova lei em substituição da lei já existente:

- expressa: a nova lei diz que a lei existente está revogada

- tácita: caso exista incompatibilidade entre as novas disposições

- total (ab-rogação): substituição na totalidade

- parcial (derrogação): substituição em alguns aspetos

• O COSTUME

Noção, elementos e evolução do costume

Costume – prática reiterada e habitual desde que acompanhada da consciência


ou convicção da sua obrigatoriedade

Elementos do costume:

- Material («corpus») – prática reiterada, constante e habitual, de certa


duração, de um determinado padrão de conduta em que está implícito uma
norma;

- Psicológico («animus») – convicção de se estar a obedecer a uma regra


geral, abstrata e obrigatória, assumida e praticada pela comunidade.

Você também pode gostar