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11.1 TUTELA
11.1.1 Conceitos
É o encargo conferido por lei a uma pessoa capaz, para cuidar do menor e administrar seus bens.
Destina-se a suprir a falta do poder familiar e tem nítido caráter assistencial.
Tutor é a pessoa que presta a assistência.
Pupilo ou tutelado é o menor a favor de quem os bens e interesses são administrados.
11.1.2 Causas
Art. 1.728, CC. Os filhos menores são postos em tutela:
I - com o falecimento dos pais, ou sendo estes julgados ausentes;
II - em caso de os pais decaírem do poder familiar.
c) Dativa: quando não há tutor testamentário ou indicado por documento autêntico, nem a possibilidade
de nomear-se parente consanguíneo do menor, ou porque não existe nenhum, ou porque os que existem
são inidôneos, foram excluídos ou se escusaram.
Art. 1.732, CC. O juiz nomeará tutor idôneo e residente no domicílio do menor:
I - na falta de tutor testamentário ou legítimo;
II - quando estes forem excluídos ou escusados da tutela;
III - quando removidos por não idôneos o tutor legítimo e o testamentário.
Art. 1.737, CC. Quem não for parente do menor não poderá ser obrigado a aceitar
a tutela, se houver no lugar parente idôneo, consanguíneo ou afim, em condições
de exercê-la.
Art. 1.741, CC. Incumbe ao tutor, sob a inspeção do juiz, administrar os bens do
tutelado, em proveito deste, cumprindo seus deveres com zelo e boa-fé.
III - transigir;
IV - vender-lhe os bens móveis, cuja conservação não convier, e os imóveis nos
casos em que for permitido;
V - propor em juízo as ações, ou nelas assistir o menor, e promover todas as
diligências a bem deste, assim como defendê-lo nos pleitos contra ele movidos.
Parágrafo único - No caso de falta de autorização, a eficácia de ato do tutor
depende da aprovação ulterior do juiz.
Art. 1.749, CC. Ainda com a autorização judicial, não pode o tutor, sob pena de
nulidade:
I - adquirir por si, ou por interposta pessoa, mediante contrato particular, bens
móveis ou imóveis pertencentes ao menor;
II - dispor dos bens do menor a título gratuito;
III - constituir-se cessionário de crédito ou de direito, contra o menor.
Art. 1.752, CC. O tutor responde pelos prejuízos que, por culpa, ou dolo, causar ao
tutelado; mas tem direito a ser pago pelo que realmente despender no exercício
da tutela, salvo no caso do art. 1.734, e a perceber remuneração proporcional à
importância dos bens administrados.
§ 1º Ao protutor será arbitrada uma gratificação módica pela fiscalização
efetuada.
§ 2º São solidariamente responsáveis pelos prejuízos as pessoas às quais competia
fiscalizar a atividade do tutor, e as que concorreram para o dano.
11.2 CURATELA
11.2.1 Conceito
É o encargo deferido por lei a alguém capaz para reger a pessoa e administrar os bens de quem não
pode fazê-lo por si mesmo.
Assemelha-se à tutela por seu caráter assistencial, destinando-se, igualmente, à proteção de
incapazes.
A curatela foi criada para proteger os interesses dos maiores de idade incapazes, através da
interdição, na qual o juiz nomeia um curador para representa-lo.
Direito de Família 4
11.2.3 Características
a) Caráter público: é dever do Estado zelar pelos interesses dos incapazes, que é delegado à pessoa idônea,
que passam a exercer o múnus público de curador.
b) Caráter supletivo de capacidade: a incapacidade do curatelado é suprida pela intervenção do seu
curador.
c) Temporária: a curatela só terá eficácia enquanto a incapacidade do curatelado existir.
d) Certeza absoluta de incapacidade: a incapacidade do curatelado deve ser reconhecida judicialmente,
através de ação de interdição.
Art. 1.779, CC. Dar-se-á curador ao nascituro, se o pai falecer estando grávida a
mulher, e não tendo o poder familiar.
Parágrafo único - Se a mulher estiver interdita, seu curador será o do nascituro.
OBSERVAÇÃO: a interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação,
alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera
administração (art. 1.782, CC).
Efeitos da sentença: ex tunc, razão pela qual podem os interessados ajuizar ação anulatória dos
negócios jurídicos praticados pelo interditado antes da sua interdição, desde que prova sua
incapacidade à época da celebração do negócio.
11.3.1 Finalidade
Visa o auxílio da pessoa com deficiência para a celebração de atos mais complexos.
Não há necessidade de interdição.
Art. 1.783-A, CC. A tomada de decisão apoia
§ 5º. Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação negocial pode
solicitar que os apoiadores contra-assinem o contrato ou acordo, especificando,
por escrito, sua função em relação ao apoiado.