Você está na página 1de 10

DOI: 10.1590/1413-81232017224.

30252016 1155

Regionalização no SUS: processo de implementação, desafios

ARTIGO ARTCILE
e perspectivas na visão crítica de gestores do sistema

Regionalization in the SUS: implementation process, challenges


and perspectives in the critical view of system managers

Andre Luis Bonifácio de Carvalho 1


Washington Luiz Abreu de Jesus 2
Isabel Maria Vilas Boas Senra 3

Abstract This article examines the regionaliza- Resumo O presente artigo busca analisar o pro-
tion process in the Brazilian Health System, iden- cesso de regionalização no Sistema de Saúde bra-
tifying frameworks and challenges of this process sileiro, identificando marcos e desafios desse pro-
from critical dialogue on the subject, contextu- cesso a partir de diálogo crítico sobre a temática,
alized by the experience of the management sys- contextualizado pela experiência vivenciada na
tem and in the light of an established theoretical gestão do Sistema e à luz do debate teórico estabe-
debate in the last decade. We used the thematic lecido na última década. Utilizou-se da análise te-
content analysis of legal and documentary surveys mática de conteúdo dos levantamentos normativo
of the regionalization process in SUS, collated by e documental sobre o processo de regionalização
elements of the historical and political context in no SUS, cotejados por elementos de contextuali-
the period. As evidence, it appears that the re- zação histórica e política no período. Como evi-
gionalization process has been incremental decen- dências depreende-se que o processo de regionali-
tralization/deconcentration of management and zação vem sendo incremental à descentralização/
health actions and services. There are important desconcentração da gestão e das ações e serviços de
challenges, particularly in relation to ensuring saúde. Desafios importantes se apresentam, prin-
access and system governance structure, which cipalmente em relação à garantia do acesso e à
contributes to critical thinking and construction estrutura de governança do sistema, o que contri-
of new perspectives by those who lead their im- bui para a reflexão crítica e a construção de novas
plementation. perspectivas por parte daqueles que protagonizam
1
Universidade Federal
Key words Regionalization, Unified Health Sys- sua implementação.
da Paraíba. Cidade tem, Management of the SUS, Interfederative ar- Palavras-chave Regionalização, Sistema Único
Universitária s/n, Castelo ticulation, Health policy de Saúde, Gestão do SUS, Articulação Interfede-
Branco. 58051-900
João Pessoa PB Brasil.
rativa, Política de Saúde
andrelbc4@gmail.com
2
Centro de Ciências
Biológicas e da Saúde,
Universidade Federal de
São Carlos. São Carlos SP
Brasil.
3
Departamento de
Articulação Interfederativa
Ministério da Saúde. Brasília
DF Brasil.
1156
Carvalho ALB et al.

Introdução população às ações e serviços de saúde de maior


complexidade, torna-se imperiosa a agenda da
De acordo com o que está disposto na Consti- regionalização dos serviços. O lançamento do
tuição Federal do Brasil, as ações e os serviços Pacto pela Saúde9, em 2006, com seus desdobra-
de saúde são de relevância pública e devem ser mentos para estados e municípios, e a edição do
disponibilizadas à população de modo regiona- Decreto nº 7.50810, de 28 de junho de 2011, no
lizado e hierarquizado, com o atendimento in- entanto, retomam a regionalização do ponto de
tegral das pessoas no território brasileiro, tanto vista dos acordos políticos entre os gestores na
em ações preventivas quanto assistenciais. Esse organização do sistema e proporcionam uma in-
sistema deve ser gerido de modo descentralizado tensificação dessa pauta na agenda da gestão, am-
e com direção única em cada esfera de governo, pliando o papel das Comissões Intergestores11, no
constituindo um sistema pautado pela participa- nível regional e fortalecendo a lógica do Planeja-
ção da comunidade no seu processo de desenvol- mento Integrado, consubstanciado por meio do
vimento e implementação1. Contrato Organizativo da Ação Pública (COAP)
A Lei Orgânica da Saúde, editada em 1990, e tendo a Região de Saúde como espaço efetivo de
como parte do arcabouço normativo que susten- sua operacionalização11,12.
ta o SUS e trata dos seus princípios e diretrizes, O Decreto 7508/11 cumpre, dentre outras
identifica como parte do processo de descentra- coisas, a determinação constitucional de que o
lização político-administrativa a regionalização SUS deve ser formado por uma rede regionali-
e a hierarquização da rede de serviços de saúde, zada e hierarquizada e que suas “regiões de saú-
constituída em níveis de complexidade crescente de” devem organizar-se para ofertar, no mínimo,
e que pode ser complementada por serviços de ações de atenção primária, urgência e emergên-
natureza privada, mediante a necessidade de ga- cia, atenção psicossocial, atenção ambulatorial
rantir a plenitude desses princípios2. especializada e hospitalar, e vigilância em saúde10,
Para Santos e Andrade3, o SUS é o exemplo explicitando a complementariedade entre essas
mais acabado de federalismo cooperativo, no qual ações para garantir, minimamente, um cuidado
os interesses são comuns e indissociáveis e devem integral em tempo oportuno.
ser harmonizados em nome dos interesses local, Dentre o conjunto de aspectos relevantes de
regional, estadual e nacional. No federalismo do que dispõe o Decreto, pode ser destacada, do
SUS, todos devem ser titulares dos interesses que ponto de vista organizativo, a definição da aten-
permeiam a questão da saúde pública e devem ção básica como a porta de entrada prioritária do
manter garantida a direção única do sistema, pre- sistema; e o estabelecimento dos novos dispositi-
servando sua autonomia. O processo de institu- vos para o planejamento do SUS, compreendido
cionalização da gestão do sistema, segundo Paim como ascendente e integrado, pautado pelas ne-
e Teixeira4, pode ser caracterizado como um movi- cessidades de saúde e disponibilidade de recursos,
mento pendular de descentralização/centralização, induzindo a organização de redes de atenção11,
regido pelo esforço de se implantar o pacto federa- privilegiando as principais linhas de cuidado que
tivo incorporado à Constituição Federal de 1988. se somam aos esforços desenvolvidos pelos esta-
Esse processo, desencadeado fundamental- dos e municípios para garantir o acesso à saúde
mente a partir de 1991, com a edição das nor- de modo regionalizado13-17.
mas operacionais básicas (NOB)5-7, estabeleceu Carvalho et al.18, analisando o processo desta-
progressivamente as estratégias para a organiza- cado, explicita que a recente construção do Pac-
ção e o funcionamento do sistema através de um to pela Saúde e seu aprimoramento com a pro-
processo de descentralização político-adminis- mulgação do Decreto 7.508/11, que regulamenta
trativa, cuja ênfase se dava nas diferentes moda- aspectos da Lei 8.080/90, tem como fundamento
lidades de habilitação dos estados e municípios, principal o respeito aos princípios constitucionais
tipos de serviços e modalidades de financiamen- do SUS, com ênfase nas necessidades de saúde da
to, pavimentando o caminho para o lançamento, população, o que implica o exercício simultâneo
em 2001, da norma operacional da assistência à da definição de prioridades articuladas e integra-
saúde (NOAS)8, cuja principal contribuição or- das buscando a melhoria do acesso a ações e ser-
ganizativa para o sistema foi o estabelecimento viços de saúde, o fortalecimento do planejamento
de regras para o processo de regionalização das regional com a consequente definição das redes
ações e dos serviços de saúde. de atenção nas regiões de saúde, o aprimoramen-
A partir dos anos 2000, com a necessidade to dos mecanismos de governança e a qualificação
de se avançar com a consolidação do acesso da dos processos de pactuação tripartite19.
1157

Ciência & Saúde Coletiva, 22(4):1155-1164, 2017


Estudos recentes20-26, desenvolvidos com a namento de serviços de urgência/emergência e
perspectiva de analisar a regionalização do SUS, de acesso, inclusive, a tecnologias e medicamen-
demonstram que esse processo vem sendo cons- tos de alto custo38-40. Isto, de acordo com esses
truído, do ponto de vista tecnopolítico, com a estudos, vem permitindo uma utilização mais
participação efetiva dos gestores dos estados e eficiente dos recursos e melhor coordenação e
municípios, ainda que centrado na indução do progresso do setor em análises comparadas41.
Gestor Federal e desenvolvido em processos de Considerando que a problemática da regio-
institucionalidade e governança complexos e, nalização no SUS impõe compreender os desa-
muitas vezes, conflituosos, estabelecido por meio fios e as possibilidades encontradas pelos gestores
de relações entre os diferentes níveis de governo e em relação às novas responsabilidades previstas
entre esses e os cidadãos e os diversos segmentos na construção desse processo, faz-se necessário
da sociedade, de natureza pública ou privada. aprofundar os conhecimentos em seus aspectos
Percebe-se que nesse processo, dentre outras conceituais e evolutivos no âmbito da gestão do
coisas, vêm sendo construídos ao longo do tem- SUS.
po instrumentos e mecanismos de planejamento, Para tanto, trabalhamos na construção deste
gestão e financiamento das ações e serviços de artigo identificando aspectos vinculados ao esta-
saúde, visando à provisão e organização de um belecimento dos marcos e limites do processo de
sistema regionalizado27-31, indicando-se como regionalização da saúde, adotando como ponto
ponto de partida a identificação de demandas e de partida o ensaio de um diálogo crítico sobre a
necessidades de saúde da população, bem como temática e, por fim, uma primeira aproximação à
o estabelecimento dos fluxos assistenciais dos experiência vivenciada na gestão federal do Sis-
serviços para a conformação de redes de atenção, tema, no período de 2010 a 2015, que motivou
construídas a partir de potenciais de referência e este artigo, visando contribuir no apontamento
tipologias distintas32-34. de alguns desafios que ainda permanecem.
Percebe-se também uma perspectiva de in-
tegração das atividades governamentais nos
âmbitos da atenção à saúde, da economia e das Metodologia
políticas sociais, tendo como fim a mitigação das
iniquidades regionais no processo de formulação Utilizou-se da análise temática de conteúdo42 dos
e implementação de políticas do setor13,35,36. levantamentos normativo e documental sobre o
O processo de regionalização, neste sentido, processo de regionalização no SUS, cotejados por
além de ser influenciado pelas dinâmicas socioe- elementos de contextualização histórica e política
conômicas, também sofre influência dos ciclos de no período, permitindo agregar conhecimentos
implantação/implementação das políticas e do sobre o objeto estudado e suas relações para além
grau de articulação/cooperação existente entre do que possa estar explícito. Cabe destacar que
os atores sociais componentes dos espaços de go- esta técnica tem suas limitações, dentre as quais
vernança do setor. Constata-se um processo au- destacamos a contaminação que o olhar do ob-
torreferente e dependente, inclusive, dos referen- servador possa apresentar, com seus “pré-concei-
ciais teóricos, interesses e projetos nos quais os tos”, enviesando os resultados finais. No entanto,
mesmos encontram-se envolvidos e militando4, o objetivo do estudo foi evidenciar olhares do
pautado na capacidade desses atores em gerar ponto de vista dos gestores, que pudessem con-
consensos sobre as responsabilidades compar- tribuir, de alguma maneira, com o avanço do pro-
tilhadas e em construir desenhos regionais que cesso da regionalização, no cotidiano da gestão.
visem a garantia de acesso a ações e serviços de As fontes de dados principais foram docu-
saúde20-23,37. mentos de circulação restrita do Departamento
Mesmo resguardadas as particularidades do de Articulação Interfederativa da Secretaria de
SUS, as tendências da regionalização da saúde no Gestão Estratégica e Participativa (DAI/SGEP/
Brasil seguem o curso dos processos estabeleci- MS)43,44, com a autorização institucional de uso
dos em diferentes países no tocante à necessidade para fins de estudo.
de administração coordenada das ações e servi- O primeiro documento43 diz respeito ao re-
ços, principalmente em termos de governança, latório consolidado de um ciclo de debates pro-
planejamento e programação, capacitação e trei- duzido no momento de transição do processo do
namento de pessoal, desenvolvimento de redes Pacto pela Saúde9 para o Decreto 7.508/1110, cujo
profissionais, bem como exercícios de enfrenta- objetivo foi conhecer as preocupações relativas
mento mútuo a situações de catástrofe e funcio- aos processos de gestão vinculados à regionali-
1158
Carvalho ALB et al.

zação do sistema e que traz o olhar dos técnicos participação social; o processo de governança e
e gestores de estados e municípios; foram convi- a tomada de decisão no planejamento regional
dados representantes de todas as Secretarias Es- integrado, com a consequente pactuação de res-
taduais de Saúde (SES) e de todos os Conselhos ponsabilidades sanitárias entre os entes federa-
de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) dos, os desafios regionais e, por fim, as perspecti-
em cada Estado, em cinco momentos distintos, vas futuras desse processo.
no espaço de um mês. Os convidados deveriam Os achados com relação a esses dois proces-
apresentar o estado da arte do processo de regio- sos, induzidos pelo gestor federal, foram sistema-
nalização em seus estados, a partir da referência tizados em duas matrizes analíticas, cujas cons-
à importância deste, como diretriz estruturante tatações sintetizam os achados postos até então
da descentralização de ações e serviços; dos parâ- (Matriz 1), bem como os limites e as perspectivas
metros que orientaram a configuração das regi- (Matriz 2) desse processo, ante os posicionamen-
ões e a constituição dos respectivos colegiados de tos dos gestores do sistema sobre a temática em
gestão regional; de como garantir a “governança” questão. As matrizes foram orientadas por quatro
de uma região de saúde, dada as características categorias temáticas vinculadas sinergicamente
federalistas do país; e, inquietudes e desafios co- ao conceito que subjaz a ideia da regionalização
locados para o processo. no sistema de saúde, como diretriz estruturante
O segundo documento44 trata do relatório de da descentralização das ações e serviços no SUS;
uma pesquisa institucional realizada em 2014, à sua implementação propriamente dita, identifi-
a partir de uma amostra selecionada de técni- cando mecanismos e instrumentos que balizam
cos, gestores e conselheiros nacionais, composta a prática cotidiana por meio da configuração das
por cinco membros dos níveis federal, estadual regiões e constituição da rede de serviços regio-
e municipal, ligados diretamente ao processo de nalizada, estrutura de governança e papel dos
pactuação nacional, visando à elaboração de um gestores no processo de regionalização do SUS;
diagnóstico sobre o processo de regionalização e, por fim, as perspectivas que abrem possibili-
no SUS desde a perspectiva da governança, de dades na leitura das inquietudes e desafios ante
forma a apontar caminhos para a sua qualifica- o processo de regionalização estabelecido. A di-
ção e aprimoramento. Foram aplicadas entrevis- visão em duas matrizes tem como propósito es-
tas individuais, guiadas por um roteiro previa- tabelecer um corte temporal, de modo a deixar
mente elaborado, a cinco membros do Conselho mais visíveis, os desafios a serem enfrentados no
Nacional de Saúde, dirigentes de cinco secretarias processo de regionalização, como diretriz estru-
do Ministério da Saúde; cinco membros do Con- turante do SUS.
selho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass) Foram ainda observadas questões de nature-
e Conselho Nacional de Secretarias Municipais za ética, de acordo com o disposto na Resolução
de Saúde (Conasems); e realizados três grupos CNS n°. 196/96, bem como as relativas a conflitos
focais, compostos por técnicos e assessores dos de interesses dos autores.
gestores ao processo de pactuação nacional.
As entrevistas individuais procuraram abor-
dar desde o entendimento do processo de regio- Resultados e discussão
nalização na organização do sistema de saúde
às perspectivas futuras para o processo de go- A partir do olhar dos protagonistas da gestão
vernança, num contexto de gestão compartilha- do sistema, captado a partir do Ciclo de Debates
da, da percepção em relação à incorporação de sobre o Processo de Regionalização no contexto da
necessidades em saúde e de gestão no processo Gestão Interfederativa do SUS43 e da Pesquisa Ins-
de planejamento; da relação entre instâncias de titucional sobre Governança Regional no SUS44,
pactuação e com as institucionalizadas de con- foram elaboradas as matrizes abaixo.
trole social. Com base no Quadro 1, fica evidente que a
Os grupos focais também foram guiados por regionalização pode ser considerada como uma
um conjunto de questões onde foi possível abor- diretriz estruturante da descentralização das
dar a percepção sobre o processo de regionaliza- ações e dos serviços de saúde no SUS, construída
ção da saúde e seus mecanismos de instituciona- na perspectiva de se garantir o direito à saúde por
lização com foco na governança; as relações dos meio do acesso resolutivo e equânime da popula-
diversos atores no desenvolvimento da governan- ção23,25,36. Trata-se de um processo em andamen-
ça no SUS: as comissões intergestores, as instân- to desde a Lei Orgânica da Saúde, passando pelas
cias de controle social e outros mecanismos de normas operacionais e pelo Pacto pela Saúde,
1159

Ciência & Saúde Coletiva, 22(4):1155-1164, 2017


Quadro 1. Evidências temáticas do processo de regionalização, segundo os achados da análise documental.
Categoria temática Ciclo de Debates Pesquisa Institucional
Regionalização como l Garantir o direito à saúde, l A regionalização tem suas bases legais
diretriz estruturante promovendo a equidade e na Lei 8.080/1990, desenvolvendo-se
da descentralização contribuindo para a redução de por meio das Normas Operacionais e do
das ações e serviços desigualdades sociais; Decreto 7.508/2011 e seus dispositivos
no SUS l Diminuir vazios assistenciais; complementares;
organizar ações e serviços de saúde l A regionalização ainda não está na pauta

em rede de atenção; garantir o acesso efetiva da gestão do sistema;


resolutivo; direcionar investimentos; l Há de se considerar que alguns Estados

l Permitir uma gestão solidária, avançaram na questão da regionalização


cooperativa com compartilhamento da assistência, e que existem diferentes
de responsabilidades; fortalecer o movimentos no país.
processo de descentralização e o l O modelo de regionalização da saúde vem

papel do Estado e dos municípios e sendo construído de modo descolado dos


intensificar a negociação e pactuação demais processos de regionalização;
entre gestores. l Só é possível avançar no processo de

regionalização rediscutindo o modelo de


financiamento do SUS.
Configuração das l Os aspectos levados em conta l O interesse dos gestores na conformação

regiões e constituição para configurar as regiões foram: das regiões não se baseia nas necessidades
da rede de serviços critério populacional; critérios de dos usuários; sua conformação tem se dado
regionalizada escala e escopo; fluxos assistenciais; em função de questões administrativas e
contiguidade territorial; malha não de saúde;
viária (rede de transporte); rede l Os munícipios com maior capacidade

de comunicação; acessibilidade; não têm interesse e ou incentivos para


suficiência da atenção básica materializar o princípio de solidariedade;
e realização de parte da média l As normativas do SUS não consideram

complexidade; perfil socioeconômico as especificidades regionais, que a rigor são


e cultural e perfil epidemiológico. feitas para municípios ideais não existentes;
l Há um viés político partidário

dificultando o processo de regionalização.


Estrutura de l Institucionalizar CIR, promovendo l A burocracia tem determinado as ações

“Governança” e a criação de câmaras técnicas da CIR; há fragilidade nos espaços de


papel dos gestores subsidiando a construção de negociação e decisão dos gestores do SUS
no processo de pactuações entre regiões na CIB; nas regiões de saúde; e a ausência de grupos
regionalização do SUS l Garantir uma maior participação técnicos que assessorem os gestores nas CIR
do gestor estadual, fortalecendo a fragilizam estes espaços de decisão;
continuidade de projetos regionais l A baixa qualificação técnica e déficit

pelos membros da CIR; de pessoal nas estruturas municipais


l Ampliar a participação de outros e estaduais comprometem a gestão do
atores no processo de governança sistema;
regional (Conselhos de Saúde, l O “furor” normativo do SUS tem

movimentos sociais, iniciativa atrapalhado as funções originais dos


privada, etc.), estabelecendo espaços de negociação e decisão do
parcerias entre SES, Regionais do sistema; a execução dos programas acaba
Estado e COSEMS; contar com se inviabilizando pelos interesses e disputas
apoiadores de campo; existência de partidárias;
Consórcios Públicos e de Ouvidorias. l As questões políticas/partidárias
interferem diretamente nas relações
federativas, com impactos negativos no
setor saúde.

não sendo algo que se inicia ou mesmo se renova Cabe destacar as diversas interpretações a que
a priori com o Decreto 7508/1118,26. está sujeito esse decreto, implicando no desenvol-
1160
Carvalho ALB et al.

vimento de estratégias contraditórias ou mesmo a complexidade que norteia alguns processos, a


ambíguas, com destaque para o Contrato Orga- falta de recursos, bem como as mudanças provo-
nizativo de Ação Pública (COAP), que tem tido cadas pelos ciclos políticos25,30,44.
um desenvolvimento muito localizado no país, Os gestores reforçam que o modelo de aten-
evidenciando deficiências nos instrumentos e ção não pode avançar desvinculadamente do de
ferramentas básicas vinculadas processo de pla- gestão; pelo contrário, deve ser claramente defi-
nejamento e avaliação do SUS31,44. nido para que se dê a governança regional, co-
Mesmo com os avanços normativos e os es- mungado por todos e fortalecido num processo
forços dos gestores no sistema, a regionalização sólido de cogestão das redes de saúde no terri-
efetivamente ainda não está na agenda prioritária, tório44.
a não ser que se considerem os aspectos relativos Por fim, tanto a situação que envolve o papel
à organização assistencial dos serviços de saúde, a da União, quanto do estado, somada às dificul-
exemplo da iniciativa das redes de atenção cons- dades organizativas dos municípios, são desafios
truídas nessa perspectiva nos últimos anos. para a conformação do arcabouço regional e da
Há que se destacar o esforço na direção do consolidação dos acordos de governança em tor-
estabelecimento de uma gestão mais solidária e no do COAP44,45. Como também fica marcado
cooperativa, com maior compartilhamento de que, em certa medida, o estado compete na aten-
responsabilidades, ainda que, na prática, as ques- ção à saúde com municípios ao invés de realizar
tões relativas ao financiamento do sistema e à o apoio técnico e financeiro a estes, o que gera
infraestrutura da rede de serviços colonizem a tensionamentos e, consequentemente, fragilida-
agenda da gestão, constituindo-se num entrave des no âmbito da gestão do SUS.
ao pleno estabelecimento do processo de regio- No que tange às inquietudes expressas no
nalização19,23,25. Ainda que, de fato, não se tenham Quadro 2, fica patente que para a construção dos
estabelecido, de modo claro, critérios de rateio de desenhos regionais, os instrumentos/ferramentas
recursos no tocante ao provimento dos serviços são utilizados de forma inadequada, limitando a
nas regiões de saúde e à direcionalidade em rela- capacidade dos gestores em conceber/compreen-
ção aos investimentos compartilhados, é neces- der as regiões em suas expressões e necessidades
sária uma ampla discussão acerca do modelo de de saúde, dado o centralismo descendente das
financiamento do setor43,44. decisões coletivas (comissões intergestores tri-
Há uma necessidade expressa de simpli- partite e bipartite)43-45.
ficação normativa, uma vez que o arcabouço Soma-se a isto, a fragilidade no processo
jurídico-institucional do sistema o torna com- de funcionamento dos colegiados intergesto-
plexo, ambíguo e de difícil apreensão por parte res, particularmente os regionais, onde ainda se
das equipes gestoras30,44. Faz-se necessária, neste constata a ausência de câmeras técnicas e baixa
sentido, a construção de novos arranjos norma- disponibilidade de pessoal tecnicamente qua-
tivos que respaldem o desenvolvimento do SUS lificado em muitas regiões de saúde, o que faz
e a profissionalização da gestão e que estipulem com que estes espaços careçam da “autoridade”
claramente responsabilidades e limites para cada regional necessária, dificultando o processo de
um dos entes federativos, a exemplo de uma Lei planejamento regional calcado em necessidades
de Responsabilidade Sanitária4,25,30,45. de saúde locais4,30,31,44,45.
Há também um descolamento entre o mode- As abordagens apontam a necessidade de se
lo de regionalização da saúde e os demais das po- levar em conta as particularidades e as especifici-
líticas públicas, particularmente as sociais, fator dades internas ao sistema, pois uma parte das fra-
que traz instabilidade a seu processo de imple- gilidades identificadas deve-se a definições cen-
mentação33,34,44. tralizadas e homogêneas na operacionalização
Ademais, o poder econômico do nível federal das ações inerentes ao processo de planejamento,
é o que tem determinado o desenvolvimento das organização regional, suas diferenças históricas e
políticas e dos programas nos municípios e nos culturais.
estados, deturpando o estabelecimento de ações Do ponto de vista do planejamento, o mo-
baseadas nas necessidades de saúde35,36,43,45. vimento “descendente” e desconexo interfede-
Fica evidente ainda que a institucionalidade rativamente, traz prejuízos consideráveis para a
do processo de regionalização é, portanto, ainda implementação de políticas de âmbito locorre-
incipiente e carece de meios e respaldos necessá- gional43-45.
rios para sua consolidação, haja vista a indefini- Sendo assim, os gestores destacam que as
ção de papéis e funções entre os atores políticos, debilidades municipais e/ou estaduais, no que
1161

Ciência & Saúde Coletiva, 22(4):1155-1164, 2017


Quadro 2. Inquietudes e desafios ante o processo de regionalização estabelecido, segundo os achados da análise
documental.
Categoria Temática Ciclo de Debates Pesquisa Institucional
Inquietudes e desafios l Desenvolver cultura solidária entre os l A fragmentação dos sistemas
ante o processo entes federados, bem como definir as reais de informações nacionais ainda
de regionalização responsabilidades sanitárias de cada um; persiste;
estabelecido cumprir as pactuações entre gestores na l Instrumentos/ ferramentas são

região de saúde; fortalecer as CIR; utilizados de forma inadequada,


l Garantir a pactuação entre regiões de l Os estados estão sem acesso às

saúde intraestaduais e interestaduais; informações municipais repassadas


superar as dificuldades de acesso e para os bancos de dados nacionais;
deslocamento no território; l O planejamento ascendente que

l Consolidar a Atenção Básica como não se concretiza e não está voltado


ordenadora da rede de atenção à saúde; para suprir as necessidades de
desconcentrar serviços de saúde; ampliar saúde da população, pois o que tem
a descentralização de serviços de média definido as prioridades locais tem
complexidade; ampliar a capacidade sido o poder econômico do governo
instalada; federal;
l Financiar adequadamente; implantar l As conferências de saúde

processo de regulação; regular os municipais e estaduais que ainda


prestadores privados; evitar a interferência funcionam como etapas para a
de fatores político-partidários; conferência nacional, perdendo a
l Articular regiões de saúde e regiões capacidade de orientar as agendas
administrativas do Estado; construir regiões locais/regionais;
de saúde interestaduais; qualificar os l As deliberações das conferências,

gestores e servidores da saúde; interiorizar e principalmente da nacional, não são


fixar profissionais; incorporadas à agenda do SUS;
l Instituir processos de monitoramento l Os espaços do controle social

e avaliação; utilizar os instrumentos de estão tomados pelos interesses


planejamento e gestão; “corporativos”, distanciando-se dos
l Garantir a participação e o controle social. interesses da população.

tange às ferramentas e instrumentos de plane- Considerações finais


jamento, bem como a indefinição do papel do
estado em muitas ocasiões, traduzem-se em difi- O debate atual sobre a temática da regionalização
culdades vinculadas à determinação por parte da no sistema de saúde brasileiro vem ganhando no-
União, por exemplo, de onde os recursos devem vos contornos nos últimos quinze anos, tanto em
ser aplicados e gerenciados em âmbito regional, virtude da edição por parte do gestor federal de
prejudicando o planejamento regional integrado um denso arcabouço normativo sobre a questão,
e de base ascendente. quanto em virtude do número expressivo de es-
Por fim, outra abordagem destacada diz res- tudos sobre a temática, desenvolvidos, principal-
peito à atuação dos conselhos de saúde e à parti- mente, a partir da instituição do Sistema Único
cipação dos cidadãos no sistema, onde foi apon- de Saúde – SUS.
tada uma série de situações negativas, a exemplo Cada vez mais fica evidente a necessidade
da marcada presença de grupos de interesses de se pensar políticas com enfoque regional,
particulares nos Conselhos de Saúde, produ- adequadas a uma realidade que respeite aspec-
zindo nestes uma progressiva burocratização e, tos histórico-culturais dos processos de gestão,
consequentemente, motivando resistências por permitindo consolidar o desenvolvimento equâ-
parte das Comissões Intergestores ao Controle nime do SUS. Neste sentido, importa ressaltar o
Social43-45. aprimoramento dos processos de planejamento
e as práticas de monitoramento e avaliação; para
tanto, será necessário investir nas pessoas que
1162
Carvalho ALB et al.

operam o sistema, notadamente em processos de cooperação com os seus municípios. Para tanto,
capacitação, que possibilitem profissionalizar a faz-se necessário investir na transição do modelo
gestão do sistema. baseado na oferta para outro calcado em necessi-
Por outro lado, a abordagem em saúde deve dades de saúde e que, frente aos serviços oferta-
ser intersetorial; pensar em saúde significa impli- dos, a implementação de estratégias preventivas e
car outros setores que têm influência e que, em de promoção da saúde seja seu foco.
grande parte, desconhecem seus desafios, poten- Fica patente que essas debilidades inerentes
cialidades e processos. ao processo de regionalização são históricas e
Do ponto de vista da articulação interfedera- se arrastam desde o início do sistema, e que so-
tiva, considerando o regime federativo do Brasil, mente superando essas fragilidades poderemos
fica também evidente que será preciso intensifi- fortalecer a governança regional, cuja velocidade
car a relação entre a União, estados e municípios, de implementação dependerá da capacidade e da
no que diz respeito aos compromissos e respon- vontade política, e será distinta no país.
sabilidades a assumir perante o processo de re- Por fim, cabe destacar a complexidade do
gionalização. tema e a necessidade de aprofundar aspectos
Isto exigirá um esforço no sentido de obter aqui abordados em estudos posteriores, com vis-
uma maior precisão quanto ao papel de cada ente tas a desvendar entraves e indicar estratégias no
federativo na organização do sistema, particular- setor saúde capazes de fortalecer a regionalização
mente o papel do estado na coordenação da con- como processo dinamizador na implementação
formação de redes e na identificação da oferta de das políticas públicas, consolidando o SUS como
serviços e necessidades de saúde, bem como na expressão de uma política social inclusiva.

Colaboradores Agradecimentos

Participaram da elaboração deste artigo ALB Os autores agradecem à equipe do Departamen-


Carvalho e IMVB Senra, delineando o tema e to de Articulação Interfederativa da Secretaria de
construindo o texto, sua fundamentação e de- Gestão Estratégica e Participativa do Ministério
senvolvimento; WLA Jesus, realizando a revisão da Saúde do Brasil (DAI/SGEP/MS) e parceiros
sistemática e a identificação do referencial biblio- institucionais pelos processos que se desencadea-
gráfico, contribuindo também no seu desenvolvi- ram ao longo de quase uma década e que consti-
mento e com ajuste da versão final. tuíram-se em acervo utilizado como fonte para a
construção deste artigo.
1163

Ciência & Saúde Coletiva, 22(4):1155-1164, 2017


Referências

1. Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil 15. Brasil. Portaria GM 3088, de 23 de dezembro de 2011.
de 1988. Diário Oficial da União 1988; 5 out. Institui a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas
2. Brasil. Lei nº. 8080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe com sofrimento ou transtorno mental e com neces-
sobre as condições para a promoção, proteção e recu- sidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras
peração da saúde, a organização e o funcionamento drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União 2011; 24 dez.
Diá­rio Oficial da União 1990; 20 set. 16. Brasil. Portaria GM 793, de 24 de abril de 2012. Institui
3. Santos L, Andrade LOM. Rede interfederativa de saúde. a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência no âmbi-
In: Silva SF, organizador. Redes de atenção à saúde no to do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União
SUS. Campinas: IDISA; 2008. p. 35-65. 2013; 25 abr.
4. Paim JS, Teixeira CF. Configuração institucional e 17. Brasil. Portaria GM 252, de 19 de fevereiro de 2013.
gestão do Sistema Único de Saúde: problemas e desa- Institui a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com
fios. Cien Saude Colet 2007; 12(Supl.):1819-1829. Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saú-
5. Brasil. Resolução nº 258, de 7 de Janeiro de 1991. Diá- de (SUS). Diário Oficial da União 2013; 20 fev.
rio Oficial da União 2011; 8 jan. 18. Carvalho ALB, Souza MF, Shimizu HE, Senra IMVB,
6. Brasil. Portaria nº 545, de 20 de maio de 1993. Estabele- Oliveira KC. A gestão do SUS e as práticas de moni-
ce normas e procedimentos reguladores do processo de toramento e avaliação: possibilidades e desafios para a
descentralização da gestão das ações e serviços de saú- construção de uma agenda estratégica. Cien Saude Co-
de, através da Norma Operacional Básica - SUS 01/93. let 2012; 17(4):901-911.
Diário Oficial da União 2011; 21 maio. 19. Dourado DA, Elias PEM. Regionalização e dinâmica
7. Brasil. Portaria nº 2.203, de 5 de novembro de 1996. política do federalismo sanitário brasileiro. Rev Saude
Aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Úni- Publica 2011; 45(1):204-211.
co de Saúde NOB-SUS 01/96. O Ministro de Estado 20. Fleury S, Ouverney AM. Gestão de redes: a estratégia de
da Saúde, no uso de suas atribuições, e considerando regionalização da política de saúde. Rio de Janeiro: Edi-
que esta expirado o prazo para apresentação de con- tora FGV; 2007.
tribuições ao aperfeiçoamento da Norma Operacional 21. Viana ALD, Lima LD, organizadores. Regionalização e
Básica - NOB 1/96 do Sistema Único de Saúde (SUS), o relações federativas na política de saúde do Brasil. Rio de
qual foi definido pela Portaria n. 1.742, de 30 de agosto Janeiro: Contra Capa; 2011.
de 1996, e prorrogado por recomendação da Plenária 22. Noronha JC, Soares LT. A política de saúde no Brasil
da 10ª Conferencia Nacional de Saúde, resolve: Art. 1º nos anos 90. Cien Saude Colet 2001; 6(2):445-450.
Aprova, nos termos do texto anexo a esta Portaria, a 23. Fleury S, Ouverney ASM, Kronemberger TS, Zani FB.
NOB 1/96, a qual redefine o modelo de gestão do Sis- Governança local no sistema descentralizado de saúde
tema Único de Saúde, constituído, por conseguinte, no Brasil. Rev Panam Salud Publica 2010; 28(6):446-
instrumento imprescindível a viabilização da atenção 455.
integral a saúde da população e ao disciplinamento das 24. Souza C. Governos e sociedades locais em contextos de
relações entre as três esferas de gestão do Sistema. Art. desigualdades e de descentralização. Cien Saude Colet
2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publica- 2002; 7(3):431-442.
ção. Diário Oficial da União 2011; 6 nov. 25. Lima LD, Viana ALD, Machado CV, Albuquerque
8. Brasil. Portaria nº 373, de 27 de fevereiro de 2002. Diá- MV, Oliveira RG, Iozzi FL, Scatena JHG, Mello GA,
rio Oficial da União 2011; 28 fev. Pereira AMM, Coelho APS. Regionalização e acesso à
9. Brasil. Portaria nº 399/GM, de 22 de fevereiro de 2006. saúde nos estados brasileiros: condicionantes histó-
Divulga o Pacto pela Saúde 2006 – Consolidação do ricos e político-institucionais. Cien Saude Colet 2012;
SUS e aprova as Diretrizes Operacionais do Referido 17(11):2881-2892.
Pacto. Diário Oficial da União 2006; 23 fev. 26. Santos AM, Giovanella L. Governança regional: estra-
10. Brasil. Decreto n° 7.508, de 28 de junho de 2011. Regu- tégias e disputas para gestão em saúde. Rev Saude Pu-
lamenta a Lei no 8.080, de 19 de setembro de 1990, para blica 2014; 48(4):622-631.
dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde 27. Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Cien Saude
- SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e Colet 2010; 15(5):2297-2305.
a articulação interfederativa, e dá outras providências. 28. Kuschnir R, Chorny AH. Redes de atenção à saúde:
Diário Oficial da União 2011; 29 jun. contextualizando o debate. Cien Saude Colet 2010;
11. Brasil. Portaria 4.279, de 30 de dezembro de 2010. Esta- 15(5):2307-2316.
belece diretrizes para a organização da Rede de Atenção 29. Viana ALD, Iozzi LF, Albuquerque MV, Lima LD, Elias
à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). PEM, Ibañez N. Novas perspectivas para a regionaliza-
Diário Oficial da União 2011; 31 dez. ção da saúde. São Paulo em Perspectiva 2008; 22(1):92-
12. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Manual de planeja- 106.
mento no SUS. Brasília: MS; 2016. (Série Articulação 30. Santos L, Andrade LOM. Redes interfederativas de saú-
Interfederativa ; v. 4). de: um desafio para o SUS nos seus vinte anos. Cien
13. Brasil. Portaria GM 1459, de 24 de junho de 2011. Ins- Saude Colet 2011; 16(3):1671-1680.
titui, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS - a 31. Santos L, Campos GWS. SUS Brasil: a região de saúde
Rede Cegonha. Diário Oficial da União 2011; 25 jun. como caminho. Saúde Soc. 2015; 24(2):438-446.
14. Brasil. Portaria GM 1600, de 7 de julho de 2011. Refor- 32. Oliveira EXG, Travassos C, Carvalho MS. Territórios
mula a Política Nacional de Atenção às Urgências e ins- do Sistema Único de Saúde: mapeamento das redes de
titui a Rede de Atenção às Urgências no Sistema Único atenção hospitalar. Cad Saude Publica 2004; 20(2):386-
de Saúde (SUS). Diário Oficial da União 2011; 8 jul. 402.
1164
Carvalho ALB et al.

33. Duarte CMR, Pedroso MM, Bellido JG, Moreira RS, 41. Jakubowski E, Saltman RB, editors. The Changing Na-
Viacava F. Regionalização e desenvolvimento humano: tional Role in Health System Governance: a case-based
uma proposta de tipologia de Regiões de Saúde no Bra- study of 11 European countries and Australia. Brussels,
sil. Cad Saude Publica 2015; 31(6):1163-1174. Geneva: The European Observatory on Health Systems
34. Viana ALD, Bousquat A, Pereira APCM, Uchimura and Policies, WHO; 2013.
LYT, Albuquerque MV, Mota PHS, Demarzo MMP, 42. Minayo MCS. O desafio do conhecimento. Pesquisa qua-
Ferreira MP. Tipologia das regiões de saúde: condicio- litativa em saúde. 9ª ed. São Paulo: Hucitec; 2006.
nantes estruturais para a regionalização no Brasil. Saú- 43. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Gestão
de Soc. 2015; 24(2):413-422. Estratégica e Participativa. Departamento de Articula-
35. Gadelha CAG, Machado CV, Lima LD, Baptista TW. ção Interfederativa. Relatório do Ciclo de Debates, com
Saúde e desenvolvimento: uma perspectiva territorial. os Estados e Conselhos de Secretarias Municipais de Saú-
In: Viana ALD, Elias PEM, Ibañez N, organizadores. de – COSEMS, sobre o Processo de Regionalização no
Saúde, desenvolvimento e território. São Paulo: Hucitec; Contexto da Articulação Interfederativa. Brasília: MS;
2009. p. 97-123. 2011.
36. Assis MMA, Santos AM, Jesus WLA, Pereira MJB. A 44. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Gestão
expressão saúde, organização da rede de serviços e cui- Estratégica e Participativa. Departamento de Articula-
dado integral no SUS: descompassos entre o normativo ção Interfederativa. Governança regional no SUS. Bra-
e a legitimidade social. In: Bliacheriene AB, Santos JS, sília: MS; 2011.
organizadores. Direito à vida e à saúde:impactos orça- 45. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Secretaria de Gestão
mentário e judicial. São Paulo: Atlas; 2010. p. 237-254. Estratégica e Participativa. Departamento de Articula-
37. Assis MMA, Jesus WLA. Acesso aos serviços de saúde: ção Interfederativa. Temático Regionalização da Saúde.
abordagens, conceitos, políticas e modelo de análise. Brasília: MS; 2013. (Painel de Indicadores do SUS ; v.
In: Assis MMA, Almeida MVG, organizadores. Acesso 5, n. 8)
aos serviços e tecnologias no Sistema Único de Saúde:
abordagens teóricas e práticas. Feira de Santana: UEFS
Editora; 2014. p. 43-75.
38. Church J, Barker P. Regionalization of health services
in Canada: a critical perspective. Int J Saúde Serv 1998;
28(3):467-486.
39. Light DW. Universal Health Care: Lessons From the
British Experience. Am J Public Health 2003; 93(1):25-
30.
40. Stoto MA. Regionalization in Local Public Health Sys-
tems: Variation in Rationale, Implementation, and Im- Artigo apresentado em 27/05/2016
pact on Public Health Preparedness. Public Health Rep Aprovado em 04/08/2016
2008; 123(4):441-449. Versão final apresentada em 02/11/2016

Você também pode gostar