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2015
MÚSICA, MATEMÁTICA E TECNOLOGIAS: UM CAMINHO
PARA O ENSINO DE FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
elaborado por
Diogo Beck Franken
COMISSÃO EXAMINADORA:
Trabalho de Graduação
Curso de Matemática Licenciatura
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8
1.TEORIA MUSICAL .......................................................................................... 10
2.REVISANDO AS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS ....................................... 17
2.1 Função Seno ...................................................................................................... 17
2.2 Função Cosseno: .............................................................................................. 21
3. A ONDA COMO FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS ....................................... 25
3.1. Soma e Produto de Funções Trigonométricas .............................................. 25
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 29
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 31
8
INTRODUÇÃO
Além disso, acredito que seja relevante mencionar meu histórico já que minha
relação com a música e a matemática começou cedo, a partir da figura do meu pai,
que me “tomava” a tabuada quando podia me levar para a escola e também ao me
ensinar alguns acordes no violão. Desde o início quando escolhi a licenciatura
pensei que poderia utilizar de alguma forma a música para despertar o interesse nos
alunos. Pelo fato de estar em sala de aula, pude observar a dificuldade que os
alunos têm em fazer uma ligação entre as relações trigonométricas e as funções
trigonométricas, ou seja, é muito complicado para o aluno estipular semelhanças e
diferenças e entre seno ou cosseno de um ângulo (trigonometria no triângulo
retângulo) e seno ou cosseno de um número real (funções trigonométricas).
Nesse sentido, vem a proposta desse trabalho de conclusão de curso, que foi
realizar uma pesquisa sobre as relações existentes entre matemática e música e
verificar, onde essa relação poderia ser encaixada dentro do currículo escolar.
Verificamos que, uma vez que a música esta presente na vida de todos diariamente,
ela pode ser um objeto motivador para se trabalhar não só as funções
trigonométricas como também, fazer o estudo do conjunto dos números racionais no
Ensino Fundamental. Observamos nas escolas a dificuldade de os alunos
aprenderem esse conteúdo, e a música pode tornar o assunto mais interessante e
proporcionar uma melhoria no entendimento do mesmo. Essas duas áreas, em
geral, são tratadas como campos de saber distintos e isolados um do outro.
Acreditando que a utilização do saber da música pode ser uma ferramenta
motivadora para o ensino da matemática, pretende-se mostrar as similaridades e
ligações entre elas, que podemos utilizar no intuito de desenvolver o ensino de
matemática. Além disso, utilizaremos como apoio o software GeoGebra com o
objetivo de facilitar a construção dos gráficos das funções trigonométricas e suas
transformações.
Cunha (2006) relata que Pitágoras tocou a corda na 6ª marca e observou que
se produzia a oitava. Tocou depois na 9ª marca e resultava na quarta. Ao tocar na 8ª
marca, obtinha-se a quinta. Além disso, segundo o mesmo autor, Pitágoras verificou,
ainda, que os sons produzidos, ao tocar em outras marcas, resultavam discordes,
ou, pelo menos, não tão acordes como os anteriores. Isso significa que os números
1, 2, 3 e 4, cuja soma é 10, formavam a beleza do som, pois consideravam o 10 um
número mágico, evidenciando uma interconexão entre a Matemática e a Música.
De acordo com Abdounur (2002) e Cunha (2006), atribui-se o descobrimento
dos intervalos consonantes a Pitágoras, embora provavelmente esses já fossem
conhecidos desde muito antes em distintas culturas antigas. Os intervalos
pitagóricos, tomando como ponto inicial uma corda cujo valor hipotético de
comprimento é 1, percorrem a escala por quintas ascendentes e transpõem as notas
obtidas à oitava relativa, obtendo frações, representando as notas musicais em
relação ao tamanho da corda (figura 2).
Observando o gráfico, temos que crista é a parte mais alta da onda e o vale a
parte mais baixa da onda. A distância do eixo x com uma crista ou vale é
denominada amplitude (A). A distância entre duas cristas ou dois vales consecutivos
é chamada de Comprimento de Onda (λ) equivale a uma volta completa no ciclo
trigonométrico. O número de vezes que o comprimento de onda se repete é
denominada frequência e medida em Hertz.
Segundo Halliday (2009), a função trigonométrica que representa uma onda é
uma senóide do tipo f x A sin Bx C D, em que A é amplitude da onda e
caracteriza a Intensidade sonora, e B a frequência, calculada por B 2π ,
λ
responsável pela altura do som.
Como veremos a seguir, se modificamos a frequência, o som ficará mais
agudo (frequência alta) ou mais grave (frequência baixa). A figura 8ilustra as
frequências da escala musical.
Figura 8: Frequências da escala Musical (em Hertz)
Fonte:Simões (2015)
1
Applet é um pequeno software que executa uma atividade específica, dentro (do contexto) de outro programa maior (como
por exemplo um web browser), geralmente como um Plugin. O termo foi introduzido pelo AppleScript em 1993.
2 REVISANDO AS FUNÇÕES TRIGONOMÉTRICAS
Como vimos no capítulo anterior, uma onda pode ser representada pelo
gráfico da função trigonométrica seno. Seguiremos aqui o estudo das funções
trigonométricas, conforme CARMO, MORGADO e WAGNER (2001).
2
Beats são vibrações ocasionadas por ondas sonoras de frequências muito próximas, o que popularmente
entendemos por “batida da música”.
obtemos
1
cosAcosB cos A B cos A − B
2
e
1
sinAsinB .cos A − B − cos A B /.
2
Isso nos permite escrever qualquer produto de senos e cossenos como uma
soma ou diferençade senos e cossenos.Porém, estamos interessados no processo
oposto. Então, tomamos u A Bev A − B. Para A e B, resultaA 1/2 u
v eB 1/2 u − v .
Substituindo nas equações
sen A B sen A − B 2 sinAcosB,
cos A B cos A − B 2 cosAcosB
e
cos A − B − cos A B 2 sinAsinB
obtemos:
u u−v v
senu senv 2sen cos
2 2
u v u−v
cosu cosv 2 cos cos
2 2
u v u−v
cosv − cosu 2sen sen .
2 2
Assim, por exemplo, suponha que um afinador de piano afinou uma das três
cordas correspondentes à nota Lá (A) acima do Dó(C) central a 440 Hz. O segundo
string (cadeia) ainda está fora de sintonia, de modo que ela ressoa em 436 Hz. A
terceira está sendo amortecida, de modo a não interferir com o ajuste da segunda
cadeia. Ignorando fase e amplitude por um momento, as duas cordas junto soarão
como
sin 880πt sin 872πt .
4 5 6 476
Usando a equação senu senv 2sen cos podemos reescrever