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O imperador Friedrich WIlhelm III (Frederico Guilherme III) governou a Prússia entre 1797 e 1840.
2
A Prússia encontra-se, desde 1806, sob o domínio de Napoleão. Ver Marion Gray, p. 46.
3
Mais uma referência à ocupação de Napoleão na Prússia.
4
Königlich-Preußische Akademie der Wissenschaften e Akademie der Künste.
5
Staatsbibliothek zu Berlin. Kommode.
Também o Departamento6 permaneceu fiel a estes pontos de vista. Seu desejo é,
portanto, unir, até certo ponto, em um todo orgânico,
a Academia de Ciências,
a de Artes,
os institutos científicos,
– particularmente os clínicos, anatômicos e médicos, sobretudo na medida em que são de
natureza puramente científica – a biblioteca, o Observatorium 7, o Jardim Botânico e os acervos
de história natural e arte e o próprio estabelecimento de ensino universal, de tal modo que cada
parte, na qual ele preserva uma independência própria, coopera comunitariamente com as
outras na direção de fins últimos universais [allgemeinen Endzwecke].
Precisamente de tal visão das coisas se deduz a determinação do local, a saber, que um
tal estabelecimento só poderia ter seu lugar em Berlim. Produzir-se-iam, se não fosse
desnecessário, gastos realmente inacreditáveis para se relocar os institutos mencionados para
um outro lugar. Um estabelecimento que incorpora, como um ponto de convergência, tudo o
que pertence à ciência e à arte superiores, também deve, mais que nenhum outro, se localizar
como que no lugar de direção, caso não se queira que ele estrague a cooperação de muitos dos
homens notáveis, assim como aqueles que estão em condições de trabalhar juntos por uma
mútua assistência.
Mas o já mencionado Departamento deve pedir respeitosamente autorização a V.
Excelência para investir o estabelecimento de ensino universal com o antigo e tradicional nome
de universidade, e para, na medida em que ele for, ocasionalmente, purificado de todos os
antiquados abusos, que lhe seja concedido o direito de conferir graus acadêmicos.8
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Departamento de ensino e culto.
7
O Berliner Sternwarte, também conhecido como Observatorium, tornou-se um importante observatório
astronômico na Alemanha do século XIX. À época em que Humboldt redige esta sua proposta para a fundação da
Universidade de Berlim, no entanto, sua situação era ainda bastante precária. Fundado em 1700, e contando com
um astrônomo desde esta data, ele só recebeu seus primeiros equipamentos e mobiliário em 1711. Mesmo após ter
sido reformado, sob a direção do astrônomo Johann Elert Bode, em 1800-1801, somente vinte e cinco anos mais
tarde, por influência do interesse despertado pela obra do irmão de Wilhelm, Alexander von Humboldt, Kosmos, o
governo passou a investir em sua estrutura e tecnologia, visando competir com outros observatórios da Europa,
sobretudo o de Paris. Sobre a história do Observatorium, cf. ZAUN, J., “Pistor & Martins, die Erbauer der
Berliner Meridiankreise” In: DICK, W. R. & KLAUS, F., Dreihundert Jahre Astronomie in Berlin und Potsdam,
Frankfurt a. M.: Harri Deutsch Verlag, 2000 pp. 91 e ss.
8
No original, akademische Würden, também conhecido na história das instituições de ensino alemãs como
Privilegium. O Privilegium, cuja história irregular remonta às universidades francesas (Paris, especialmente) e
italianas (Bolonha, especialmente) do século XIII, regulamentava o nível de conhecimento de um aluno que
completava o ciclo de formação nestas instituições, atestando sua expertise através de provas orais e, mais tarde,
escritas, e permitia ao seu portador o exercício do magistério em uma determinada faculdade. Além disso, através
das provas ou Examinationes para obtenção do grau acadêmico, as escolas superiores e universidades podiam
decidir que tipo de salário poderia ser pago a alguém que tivesse o título de Doctor, Lizenziat, Magisterium ou
Baccalaureat – todas as possíveis classificações hierárquicas na escala de saberes, que determinavam, por sua vez
– e cada vez mais insistentemente após as reformas neo-humanistas do começo do século XIX e o
desenvolvimento industrial alemão da segunda metade daquele mesmo século – uma nova escala econômico-
burocrática. Sobre a história deste documento (e das instituições vinculadas a ele), o livro Geschichte der
Entstehung und Entwickelung der hohen Schulen unsers Erdtheils (publicado em 1803) de Christoph Meiners,
filósofo e naturalista contemporâneo de Humboldt, conhecido por suas teses poligenistas de caráter fortemente
racistas, é particularmente importante – cf., em especial, o volume II, pp. 290 e ss., sobre a situação histórica
alemã. MEINER, Ch., Geschichte der Entstehung und Entwickelung der hohen Schulen unsers Erdtheils – Band
II, Göttingen: Johann Friedrich Röwen, 1803.