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Q6. (a) Há conservação de energia mecânica dos ı́ons entre a fonte e a fenda de entrada.

A energia
mecânica total é a soma da energia cinética e potencial elétrica. Assim, se a velocidade final
procurada tem módulo v e as energias mecânicas inicial e final são Ei e Ef , respectivamente,
r
1 2 2qV
Ei = qV = Ef = mv ⇒ v = .
2 m
Dentro da câmara, a energia mecânica, que é puramente cinética, é conservada, já que o campo
magnético não realiza trabalho. Portanto, v é também o módulo da velocidade dos ı́ons quando
passam pela fenda de saı́da.
(b) O módulo da força magnética Fm dentro da câmara é

|Fm | = |q (v × B)| = qvB,

pois v e B são perpendiculares entre si. A força magnética é a resultante centrı́peta responsável
pelo movimento circular uniforme dos ı́ons. Portanto,

mv 2 qBr qB 2 r2
qvB = ⇒m= ⇒m= ,
r v 2V
onde usamos o resultado do item (a) no último passo.
(c) A resolução das medidas de massa ∆m está relacionada ao erro na medida do raio ∆r por

∂m qB 2 r
∆m = ∆r ⇒ ∆m = ∆r.
∂r V
Assim,
1,6 × 10−19 × (1,00)2 × 1,0 × 10−1
∆m = 100 × 10−6 = 4,0 × 10−28 kg.
4,0 × 103
(d) A diferença de massa entre os isótopos δm é aproximadamente duas vezes a massa do
nêutron
δm = 2 × 1,7 × 10−27 kg = 3,4 × 10−27 kg.
Essa diferença é 8,5 vezes a resolução do aparelho. Portanto, é possı́vel distinguir os isótopos.

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Q7. (a) Partindo das equações de Maxwell em meios materiais (dadas no formulário) e fazendo
ρF = 0, JF = σE, D = E e B = µH,

∇·D = ρF ⇒ ∇·E = 0, (2)


∂B
∇×E = − , (3)
∂t
∇·B = 0, (4)
∂D ∂E
∇×H = JF + ⇒ ∇×B = µσE + µ . (5)
∂t ∂t
Deve-se notar que as equações sem fontes não são modificadas em meios materiais.
(b) Tomando o rotacional da Eq. (3)

∂ ∂
∇ × ∇×E = − (∇×B) ⇒ ∇ (∇·E) − ∇2 E = − (∇×B)
∂t ∂t
Usando as Eqs. (2) e (5)
 
2 ∂ ∂E
−∇ E = − µσE + µ .
∂t ∂t

Finalmente,

∂E ∂ 2E
∇2 E − µσ − µ 2 = 0.
∂t ∂t

(c) Supondo que E (x,t) = E0 ei(kx−ωt) ,

∂ 2E
∇2 E = 2
= −k 2 E
∂x
∂E
= −iωE
∂t
∂ 2E
= −ω 2 E
∂t2
⇒ −k 2 + iµσω + µω 2 E = 0

Portanto
 σ
k 2 = µω 2 + iµσω = µω 2 1 + i .
ω

(d) Quando σ 6= 0, obtemos um k complexo, ou seja, k = kR + ikI , onde kR = Re[k] e


kI = Im[k]. Haverá então atenuação da amplitude da onda

E(x,t) = E0 ei(kx−ωt) = E0 ei[(kR +ikI )x−ωt] = E0 e−kI x ei((kR x−ωt) .

Quando σ = 0, k é real e a propagação da onda se dá com amplitude constante, sem atenuação.

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Q8. (a) Medidas da energia dão como resultado auto-valores do hamiltoniano. Ao auto-valor E0
corresponde unicamente o estado |1i. Portanto, o protocolo P1 prepara sempre o estado |1i.
(b) Ao auto-valor E corresponde o sub-espaço gerado pelos estados |2i e |3i. Portanto, os
estados preparados por P2 são da forma

|ψi = C1 |2i + C2 |3i,

onde C1 e C2 são números complexos quaisquer, não simultaneamente nulos.


(c) O hamiltoniano total após t = 0 é
 
E0 0 0
H =  0 E W.
0 W E

Para acharmos os auto-valores, precisamos resolver a equação secular



E 0 − λ 0 0
W = 0 ⇒ (E0 − λ) (E − λ)2 − W 2 = 0.
 
0
E−λ
0 W E − λ

Os auto-valores são

λ0 = E0 , λ+ = E + W, λ− = E − W.

Um dos auto-vetores é óbvio da forma bloco-diagonal do hamiltoniano.

|λ0 i = |1i

Os outros auto-vetores de λ± são obtidos de


       
E − λ± W a± ∓W W a± 0
= = ,
W E − λ± b± W ∓W b± 0

donde obtém-se a± = ±b± . Assim, normalizando os auto-vetores,


1
|λ± i = √ (|2i ± |3i) .
2

(d) Primeiramente, escrevemos o estado inicial |ψ(t = 0)i = |2i na base de auto-estados de H
1
|ψ(t = 0)i = |2i = √ (|λ+ i + |λ− i) .
2
Para t > 0, a evolução temporal na base de auto-estados de H é simples
1  λ+ λ−
 1  E+W E−W

|ψ(t)i = √ e−i ~ t |λ+ i + e−i ~ t |λ− i = √ e−i ~ t |λ+ i + e−i ~ t |λ− i .
2 2
Alternativamente, na base inicial o estado é
1 h −i E+W t E−W
i
|ψ(t)i = e ~ (|2i + |3i) + e−i ~ t (|2i − |3i) ,
2
E
|ψ(t)i = e−i ~ t [cos (W t/~) |2i − i sin (W t/~) |3i] .

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Q9. (a) A energia dos fótons E = hc/λ é inversamente proporcional ao comprimento de onda.
Portanto, os fótons espalhados, que transferiram parte de sua energia aos elétrons, têm com-
primento de onda maior que os incidentes. Segue que o comprimento de onda dos raios X
incidentes é λ1 e o comprimento de onda dos fótons espalhados é λ2 > λ1 .
(b) O comprimento de onda do fóton incidente é

hc 1,24 keV nm
λi = = = 0,54 Å.
Ei 23 × 103 eV

(c) O comprimento de onda do fóton espalhado é, do formulário,

h λC 0,0243
λ = λi + [1 − cos (60o )] = λi + = 0,54 + = 0,55 Å.
m0 c 2 2

(d) A variação da energia total relativı́stica do elétron no evento é igual à variação procurada
de sua energia cinética ∆K, já que a energia de repouso não varia. Como a energia cinética
inicial do elétron é praticamente nula, sua energia cinética após o espalhamento é ∆K. Essa
variação, por sua vez, é igual (em módulo) à variação da energia do fóton no espalhamento, ou
seja,
hc 1,24 keV nm
∆K = Ei − = 23 keV − = (23 − 22,5) keV = 0,5 keV.
λ 0,055 nm

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Q10. a) Se o momento da partı́cula é p = px x̂ + py ŷ + pz ẑ, seu hamiltoniano H1 é a soma das
energias cinética e potencial gravitacional

p2x p2y p2
H1 = + + z + mgz
2m 2m 2m

b) Por se tratar de um sistema de partı́culas que não interagem entre si, sua função partição
Z é
ZN
Z= 1 ,
N!
onde já incluı́mos o fator de correção de contagem de Gibbs e
ZL ZL ZL Z∞ Z∞ Z∞
1
Z1 = 3 dxdydz dpx dpy dpz e−βH1 ,
h
0 0 0 −∞ −∞ −∞

onde β = 1/(kB T ). As integrais gaussianas sobre os momentos são dadas no formulário e


obtém-se
 ∞ 3 L
2 Z Z
L  p2
−β 2m
Z1 = dpe  e−βmgz dz
h3
−∞ 0
3/2 
2
1 − e−βmgL
 
L 2πm
= .
h3 β βmg
Portanto,
"  3/2   #N
1 L2 2πm 1 − e−βmgL
Z= .
N ! h3 β βmg

c) Usando que e−βmgL ≈ 1 − βmgL,


"  3/2 #N 3N/2
1 L2 2πm 1 V N 2πm

(1 + βmgL − 1)
Z≈ = .
N ! h3 β βmg N ! h3N β

d) A energia livre de Helmholtz é


" 3N/2 #
−3N

h 2πm
F = −kB T ln Z = −kB T N ln V − kB T ln .
N! β

Usando agora que  


∂F
p=−
∂V T,N

e notando que o segundo termo da energia livre não depende de V , obtém-se


N kB T
p= ⇒ pV = N kB T,
V
que é a equação de estado do gás ideal, como esperado, já que os efeitos do campo gravitacional
são desprezı́veis no regime em questão.

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