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Sermon de la vigilia pascual 2020

Não há dúvida de que estamos em um momento particular da história. Nos toca ver
e assistir a uma série de coisas que nunca aconteceram antes, em particular o fato
que todo o mundo católico se vê retirado, sem missas públicas, sem sacramentos.

Momentos de morte e dor, não apenas fisicamente, mas ainda mais, vemos como
os idosos e doentes na Itália outrora católica e não solo lá são isolados, privando-os
do consolo da religião nos momentos mas importantes e depois são entregues ao
túmulo de maneira quase ímpia, sem sacramentos ou sacramentais, sem funerais
sem orações.

Nesse momento muito particular de escuridão no mondo, nos com tudo o ímpeto
de nossas vocês exclamamos Surrexit sic dixit! Suregit Chrsitus spes mea!
Nesta noite santa nos afirmamos que a luz e mais forte que as trevas de este mondo
que passa:

Esta é a noite, da qual está escrito:

A noite brilha como o dia

e a escuridão é clara como a luz.

Esta noite santa afugenta os crimes, lava as culpas;

restitui a inocência aos pecadores, dá alegria aos tristes;

derruba os poderosos, dissipa os ódios,

estabelece a concórdia e a paz.

A verdade histórica da ressurreição de nosso senhor, segundo a carne, é a pedra


de toque de nossa fé, é a pedra sobre a qual nossa igreja e a nossa vida
permanecem, inclusive antes dos eventos presentes e futuros, qualquer que seja sua
natureza. Ela, sua ressurreição vá seguida por esta certeza: Cristo vive, a sua
ressurreição é o nosso clamor antecipado de vitória: porque na verdade ele está
vivo, é por isso que ela retornará em gloria.
é uma “pedra”, come ele mesmo disse de si. Sobre esta “pedra” ou se constrói
(confiando-se) ou se abandona (contrapondo-se): “Quem cair sobre esta pedra
será estraçalhado; e se ela cair sobre alguém, o aniquilará” (Mt 21, 44). [...] 
O padre Castellani falando sobre isso, afirma: a Ressurreição de Cristo esta di fato
conectada com o Seu Retorno, isto é, com a Ressurreição Universal: pelo menos
por três vezes se faz alusão nos anúncios da Ressurreição da Páscoa ao Retorno de
Cristo. E São Paulo diz que toda vez que recebemos a Comunhão, lembremo-nos
do Retorno de Cristo: “Quotiescumque enim manducabitis panem hunc et calicem
bibetis, mortem Domini adnuntiabitis donec veniat” (Toda vez que você comer
este pão e beber este cálice, anuncie a morte do Senhor até que ela chegue: 1 Cor.
11:26.) Este é o grande consolo e a alegria do cristão. Mesmo antes das coisas
terríveis do mundo moderno, o cristão destemido as entende e sabe que elas serão
vencidas: Si

fractus illabatur orbis

Impavidum ferient ruinae

Se o mundo quebrado entrar em colapso,

Suas ruínas vão feri-lo destemido

Como ontem os judeus e fariseus incrédulos, hoje, mais do que nunca, existem
pessoas que questionam esse pilar de nossa fé, a quem Santo Agustín responde
com o que o Concílio Vaticano I chamou de "o milagre moral da Igreja":

“É incrível que Cristo tenha ressuscitado dos mortos; incrível é que o mundo
inteiro acreditou aquele incrível; o mais incrível de tudo é que alguns homens,
ásperos, fracos, analfabetos, convenceram o mundo inteiro, incluindo os sábios e
filósofos, da aquele inacreditável. O primeiro Incrível não quer acreditar; no
segundo eles não têm escolha senão vê-lo, de onde não há outra escolha senão
admitir o terceiro”, argumentou Santo Agostinho no quarto século. A existência
da Igreja, sem a ressurreição de Cristo, é outro absurdo maior.

Ontem, hoje e sempre, houve falsos doutores que negaram a ressurreição de Cristo,
e os antecedentes porque isso implica a vitória de Cristo e a afirmação de sua
segunda vinda para fazer justiça a si próprio.

São Pio X, no decreto de Lamentabili, condenou as seguintes propostas, que são as


mesmas que continuam sendo discutidas impiedosamente contra a vitória de nosso
Senhor e que seran sostenidas pelo anticristo. Há duas teses condenadas pelo
grande pontífice:
36 A ressurreição do Salvador não é propriamente um fato de ordem histórica,
mas de ordem meramente sobrenatural que não foi demostrado, nem é
demonstrável, e que a consciência cristã insensivelmente deduziu de outros
fatos.
37 A fé na ressurreição de Cristo consistia a princípio não tanto no próprio fato
da ressurreição quanto na vida imortal de Cristo junto de Deus. (decreto
lamentabili)

Como sentido admiravelmente profético, o grande filósofo russo Vladimir


Soloviev depois de qualificar ao grande inimigo de Deus de pacifista, de
ecologista, de ecumenista. [...] descreve o anticristo com essa característica
específica:

O Anticristo era – diz Soloviev – “um espiritualista convicto”. Acreditava no


bem e até em Deus. Era um asceta, um estudioso, um filantropo. Dava “altíssimas
demonstrações de moderação, de desinteresse e de ativa beneficência”.
Na sua primeira juventude se destacara como douto e arguto exegeta: uma sua
volumosa obra de crítica bíblica lhe havia propiciado um diploma de honra na
universidade de Tubinga.
Por outro lado, ele “não tinha por Cristo uma hostilidade de princípio”. Pelo
contrário, reconhecia a reta intenção e o elevadíssimo ensinamento.

Porém, três coisas de Jesus lhe eram inaceitáveis.

Antes de tudo as suas preocupações morais. “Cristo – afirmava ele – com o seu
moralismo dividiu os homens segundo o bem e o mal, enquanto eu os unirei com
os benefícios que são igualmente necessários aos bons e aos ruins”.
Depois não aceitava “a sua absoluta unicidade”. Ele é um dos tantos; ou melhor,
dizia, foi o meu precursor, porque o salvador perfeito e definitivo sou eu, que
purifiquei a sua mensagem daquilo que é inaceitável ao homem de hoje. 

Finalmente, e principalmente, não podia suportar o fato que Cristo estivesse vivo,
tanto que histericamente repetia: “Ele não está entre os vivos e nunca estará. Não
ressuscitou, não ressuscitou, não ressuscitou. Ele apodreceu, apodreceu no
sepúlcro...”.

 
Contra tudo isso nesta noite admirável, a mais bela das noites, confessamos que
Cristo ressuscitou, que Cristo venceu e confessamos diante deste cosmos, diante
deste mundo que Cristo está vivo, que a vitória é nossa, que Cristo vivo voltará em
Glória para pôr fim à história, porque ele somente ele é o A e o Ômega, o começo
e o fim.

Nós Vos pedimos, Senhor,


que este círio, consagrado ao vosso nome,
arda incessantemente para dissipar as trevas da noite;
e, subindo para Vós como suave perfume,
junte a sua claridade à das estrelas do céu.

Que ele brilhe ainda quando se levantar o astro da manhã,


aquele astro que não tem ocaso,
Jesus Cristo vosso Filho,
que, ressuscitando dentre os mortos,
iluminou o gênero humano com a sua luz e a sua paz
e vive glorioso pelos séculos dos séculos.
Amém.
 
Surrexit sict dixit! Chrsito spes mea! Maranatha!

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