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TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO COMO

VANTAGEM COMPETITIVA.

Davi Cunha, e Rodrigo de Oliveira Neves (*)

RESUMO.
No cenário atual em que vivemos, flexibilidade, agilidade e diferenciação tornaram-se fatores
decisivos para manter a competitividade nos negócios. A Tecnologia da Informação exerce
hoje papel fundamental em qualquer corporação, independente do ramo, atividade ou porte.
TI deixou de ser apenas mais um centro de custo, passando a assumir um papel estratégico,
cruzando toda a organização. O departamento de TI deve estar cada vez mais alinhada aos
negócios da empresa, na busca de maior produtividade, eficiência e melhores processos. A
tecnologia da informação passa, portanto, a ser uma peça chave para garantir vantagem
competitiva para as empresas.

Palavras-chave: Tecnologia de Informação. Vantagem Competitiva.


Estratégia.

ABSTRACT.
In the current scene, flexibility, agility and differentiation became key factors to keep business
competitiveness. Information Technology has an important role in any company nowadays,
no matter its business, activity or size. IT has left to be just one more cost center, assuming a
strategic role, crossing all organization. IT department must be highly aligned with corporate
business, in its quest for increasing productivity, efficiency and improved processes.
Information Technology becomes, therefore, a key factor in order to deliver competitive
advantage to companies.

Keywords: Information Technology. Competitive Advantage. Strategic.

* Davi Cunha e Rodrigo de Oliveira Neves. Atuam na área TI e são pós-graduandos do


curso de Gestão de Tecnologia da Informação na Faculdade Fiap.
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INTRODUÇÃO

O advento da tecnologia da informação tem proporcionado mudanças


profundas no modo como as empresas desenvolvem seus negócios,
promovendo um aumento na produtividade até então nunca visto dentro das
organizações. TI passa a ser um dos principais instrumentos que permite às
empresas diferenciarem-se em relação a seus concorrentes, garantindo o
que denominamos de vantagem competitiva. Segundo Porter (2004), “a
vantagem competitiva advém do valor que a empresa cria para seus clientes
em excesso ao custo que tem para criá-lo”.
A tecnologia da informação é hoje vista como um meio ou alternativa
para atingir um diferencial competitivo entre as empresas. TI apresenta-se
como um veículo ou canal que proporciona a entrega mais ágil e eficiente de
produtos e serviços, além de permitir às empresas diferenciarem-se em
relação a seus concorrentes. Segundo Porter (2004), “A diferenciação
proporciona isolamento contra a rivalidade competitiva devido à lealdade dos
consumidores com relação à marca como também à conseqüente menor
sensibilidade ao preço”.
Mais do que nunca TI deve estar alinhada às áreas de negócios, de
forma a atingir os objetivos estratégicos das empresas. A tecnologia deve
auxiliar na eliminação de barreiras que inibam as operações ou mesmo
interfiram nos negócios da corporação. Segundo Melo (2008), “A TI vem
impactando os negócios de uma maneira jamais vista e está, cada vez mais,
no domínio do negócio. Assim, a TI está adquirindo uma função de agente de
desenvolvimento e de definição de estratégias em diferentes níveis
(corporativo, de negócio e até mesmo funcional). Para atender a essas
necessidades, o modelo de sistemas de informação das organizações
contemporâneas deve ser o mais abrangente, flexível e completo possível”.
Neste contexto, diversas tendências estratégicas têm surgido nos últimos
anos de forma a suportar este alinhamento com o negócio, podendo citar a
gestão de processos de negócios e o Balanced Scorecard.
Este artigo tem como objetivo demonstrar de que forma a tecnologia
da informação pode alavancar oportunidades de negócios, garantindo
vantagem competitiva, além de apresentar uma visão estratégica e as
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principais tendências de TI nos dias atuais. De forma a analisar a tecnologia


da informação como instrumento para garantir vantagem competitiva para as
empresas, a presente pesquisa se encontra estruturado em três tópicos. O
primeiro tópico apresenta e detalha os principais fatores relacionados ao
ambientes de negócio, entre eles o econômico, fazendo uma avaliação dos
principais fatores econômicos externos, tais como: globalização e dinâmicas
atuais do mercado. Em segundo lugar é apresentada uma visão estratégica
da tecnologia da informação e como ela pode ser utilizada para garantir
vantagem competitiva. Por fim, são apresentadas as principais tendências
estratégicas de TI no suporte aos negócios, tais como a Gestão por
Processos, o Balanced Scorecard e a Governança.

1. PAPEL DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO AMBIENTE


DE NEGÓCIOS

1.1. Tecnologia da informação em um ambiente globalizado

O advento de novas tecnologias, entre elas a Internet, permitiu


eliminar uma série de barreiras, facilitando o acesso à informação e às novas
tecnologias. O fenômeno da Globalização trouxe consigo uma revolução
tecnológica, levando as organizações a se reestruturarem constantemente de
forma a adaptar-se às mudanças que o mercado e a tecnologia impõe.
Segundo Melo (2008), “Uma das características mais marcantes desse
processo é o grande fluxo de informações, decorrentes da aparente redução
dos limites territoriais e dos avanços tecnológicos e científicos mundiais”.
Atender às exigências do mercado está cada dia mais desafiador, e para tal,
a tecnologia da informação exerce um papel fundamental na obtenção de
vantagem competitiva.
O avanço da tecnologia da informação tem impulsionado os resultados
das organizações contemporâneas, promovendo a reestruturação de seus
modelos e o conseqüente aumento de produtividade e agilidade com a qual
as empresas conseguem entregar produtos e serviços. O acesso fácil e
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rápido à informação alterou radicalmente a dinâmica da empresas, gerando


novas oportunidades de negócios assim como novos desafios.
Com um mercado cada dia mais competitivo, TI passa a ter um papel
fundamental de forma obter diferencial competitivo. Em um mundo de
constantes fusões e aquisições de empresas, TI passa a exercer uma função
de extrema importância de forma a proporcionar, por exemplo, racionalização
de recursos e agilizando o processo de integração entre as empresas. Capital
mal investido ou desperdício de recursos em projetos mal concebidos podem
fazer com que a empresa não acompanhe a evolução das inovações, e
conseqüentemente, em pouco tempo perca uma parte considerável do
mercado para a concorrência.
Até algumas décadas atrás investir em tecnologia de informação era
sinônimo de aumento de custos, despesas, hoje TI passa a exercer uma
função estratégica, aumentando a produtividade e, conseqüentemente,
permitindo redução de custos operacionais. Segundo (LUNARDI, MAÇADA e
BECKER, 2006, p. 3), “Outra mudança de visão importante é que TI passa a
adotar um posicionamento cada vez mais estratégico dentro da empresa. A
TI vem sendo fortemente aplicada nos negócios – desde uma simples
automação até seu uso estratégico. Quanto maior o envolvimento entre a TI e
os negócios da organização, mais relevante será o impacto de uma decisão
tomada com relação a um investimento realizado”.

1.2. A Tecnologia de Informação e a Gestão do Conhecimento

Estamos vivendo na “Era do Conhecimento”, é nesse ambiente


complexo e turbulento que nos encontramos, sendo assim é essencial para
as organizações o estímulo ao resgate do conhecimento organizacional como
auxílio no processo de decisão e na busca de vantagens competitivas
(Lehmkuhl, 2008). Muitas empresas já descobriram a importância de
trabalhar o conhecimento e a informação. A gestão do conhecimento é hoje
vista como um patrimônio organizacional e é um dos fatores que pode
contribuir decisivamente para o sucesso ou fracasso da empresa. Segundo
Prahalad (2005), “Uma empresa deve ser vista não apenas como um portfolio
de produtos ou seviços, mas também como um portfolio de competências”.
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Temos, portanto, um novo ativo empresarial que deve ser considerado e


administrado. As empresas já perceberam que o conhecimento é um recurso
extremamente valioso e pode ser um dos diferenciais para garantir a
vantagem competitiva.
Segundo Hommerding (2001) “A gestão do conhecimento envolve
ativamente a captura, a seleção, a organização e a comunicação da
informação, atos que são inerentes ao profissional da informação”. Nesse
contexto, TI é um intrumento poderoso para auxiliar na gestão do
conhecimento, permitindo, entre outros, captar, organizar, gerenciar e
disseminar o conhecimento e a informação.
Segundo Lehmkuhl (2008), “A partir dessa premissa o gerenciamento
do conhecimento na empresa será o mais importante patrimônio. A
distribuição da informação precisará de um novo modelo de tecnologia de
informação e gestão. Uma Empresa inserida na sociedade da informação e
do conhecimento deverá conseguir tirar vantagens do uso das modernas
tecnologias da informação porque isso resultará em competitividade”. A TI
fornece, portanto, as ferramentas e o “meio” pelo qual informações são
transmitidas e compartilhadas, distâncias são eliminadas, propiciando a
rápida transferência de conhecimento entre pessoas e grupos. Ainda
segundo Lehmkuhl (2008), “A transferência do conhecimento é feita de forma
on-line, propiciando que o conhecimento de uma pessoa ou de um grupo seja
retirado, estruturado e empregado por outros membros de uma organização,
bem como seus parceiros de negócios em todo o mundo”.
A gestão do conhecimento leva ainda à geração de novos
conhecimentos que ofereçam vantagens competitivas no mercado, tornando
acessíveis grandes quantidades de informações corporativas. Possibilita
também o compartilhamento das melhores práticas por meio de recursos
tecnológicos, dentre as quais podemos destacar as Intranets e o groupware.
A gestão do conhecimento aumenta a inovação nas organizações, o tempo
de resposta, a competência e a eficiência das ações (Hommerding, p.91). O
auxílio de ferramentas adequadas permite às empresas coletar e organizar
as informações, tornando-as facilmente acessíveis à toda organização. Cria-
se, portanto, um processo pelo qual a informação é coletada, armazenada e
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disponibilizada, e como conseqüência espera-se um aumento da


competitividade da empresa, agregando mais valor a seus negócios.

1.3. Sistemas de Informação

Segundo Balarine (2002), os sistemas de informação são os


resultados da implementação da TI, através da utilização de computadores e
telecomunicações.
Os Sistemas de Informação são os sistemas ou práticas utilizadas
pelas empresas para melhorar o seu desempenho incluindo ter um custo
operacional adequado, processos logísticos inteligentes e integração com
fornecedores e clientes através de ferramentas que serão discutidas ao longo
deste artigo (Monteiro, 2009). Em suma, os sistemas de informação são
ferramentas essenciais no suporte à execução dos negócios de qualquer
organização.
Segundo Garcia (2009), A necessidade do Sistema de Informação (SI)
nas empresas surgiu devido ao grande e crescente volume de informações
que a organização possui. Com o Sistema de Informação estruturado a
apresentação das informações necessárias e também já propiciando uma
visão das decisões, a empresa garante um grande diferencial em relação aos
concorrentes, e os gestores podem tomar decisões mais rápidas e de fontes
seguras.
Os sistemas de informações têm um papel de grande importância nas
organizações, muitas vezes suportando a estratégia e influenciando
decisivamente na estratégia corporativa da empresa. Para Junger (2009),
Sistemas de Informação tem como um dos grandes desafios: assegurar
agilidade da informação, a qualidade, que são mandatórios para seus
gestores e as corporações. Percebemos, portanto, que os sistemas de
informação podem impactar diretamente na estratégia corporativa e nos
resultados da empresa. Para Lehmkuhl (2008), entre os benefícios que as
empresas buscam estão: suporte a tomada de decisão, valor agregado ao
produto, melhor serviço e vantagem competitiva, produtos de melhor
qualidade entre outros.
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Os sistemas de informação exercem um papel de grande importância


em toda a cadeia de valor de uma empresa. Segundo Monteiro (2009),
existem no mercado, alguns tipos de ferramentas que facilitam e tornam a
informação mais acurada para aplicação na cadeia de suprimentos, alguns
exemplos destes sistemas são: o código de barras, o EDI (Electronic Data
Interchange), o ECR (Efficient Consumer Response) e os ERPs que integram
todos os outros.
Um dos fatores mais relevantes ao desenvolvimento dos processos
administrativos é a aplicação de tecnologia de informação, proporcionando
um grande aumento de eficiência. Tais sistemas abrangem todas as
ferramentas que a tecnologia disponibiliza para o controle e gerenciamento
do fluxo de informação de uma organização (MONTEIRO, 2009, apud
BALLOU, 1993).

2. VISÃO ESTRATÉGICA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Segundo Porter (2004), a estratégia competitiva é a busca de uma


posição competitiva favorável em uma indústria, a arena fundamental onde
ocorre a concorrência. A estratégia competitiva visa estabelecer uma posição
lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a concorrência na
indústria.
A Tecnologia da Informação é uma ótima ferramenta de auxílio no
processo de tomada de decisões, principalmente no atual mundo globalizado
onde o a cada dia aumenta o nível de competitividade entre as empresas.
Para lidar com isto, é necessário estar atento a tudo o que em seu
redor. Pensando nisto, Porter (2004) identificou cinco forças competitivas que
em conjunto auxiliam a organização a se posicionar melhor perante o
mercado. São elas:

• Ameaça de novos entrantes;


• Intensidade de rivalidade entre os concorrentes existentes;
• Pressão de produtos substitutos;
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• Poder de negociação dos compradores;


• Poder de negociação dos fornecedores.

A TI dá suporte à condição de sobrevivência da empresa no mercado


através de ferramentas de análise que possibilitam a tomada de decisão de
forma mais rápida. E por causa desta agilidade na consulta de informações e
também na execução de processos, fez com que o nível de competitividade
também aumentasse no mercado, ou seja, do mesmo modo que a TI dá
ferramentas ela também gera estas demandas por tomada de decisão.

Com o advento da tecnologia da informação houve um aumento dos ciclos


de mudanças diminuindo seu período de duração. CASTRO e CAZARINI.

Porter (2004), define três estratégicas genéricas:


• Liderança no custo total;
• Diferenciação;
• Enfoque.

Com base nestas estratégias genéricas, a TI pode contribuir com a


Organização da seguinte forma:
No que diz respeito à Liderança de custo total, por meio da utilização
de sistemas de informações gerenciais, pode-se reduzir o custo de
fabricação, possibilitando assim a oferta do produto ao mercado por um valor
muito mais competitivo.
Com relação a Diferenciação, pode-se exemplificar o fato de a TI dar o
suporte necessário ao departamento de pesquisa e desenvolvimento na
criação de um serviço ou produto que é considerado como único em toda a
indústria em que a empresa atua.
E por último, a TI, através de sistemas de datamining e sistemas do
tipo CRM (Customer Relationship Management) pode conseguir informações
importantes sobre um determinado nicho de compradores ou linha de
produtos e serviços que auxiliam na obtenção de novos negócios. Ou seja,
auxilia a organização no Enfoque do seu produto ou serviço através de
informações julgadas essências para o sucesso no mercado.
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A TI está permitindo mudanças fundamentais na forma em que o trabalho é


feito, integração de funções de negócio em todos os níveis internos e entre
organizações, mudanças no clima de competitividade e novas oportunidades
estratégicas. (Albertin, 2009, p.28).

Com base nas informações acima, pode-se concluir que, no que diz
respeito ao aumento de produtividade e competitividade no mercado atual, a
TI exerce papel extremamente importante. Além de dar todo o suporte
necessário aos processos internos da empresa, por facilitar a comunicação,
diminuir o tempo de resposta e encurtar distâncias, ela pode auxiliar na
descoberta de novos mercados em potencial, com a utilização de seus
bancos de dados e de sistema de apoio à decisão.

3. TENDÊNCIAS ESTRATÉGICAS EM TI

3.1. Enterprise Resource Planning (ERP)

Segundo Mourão (2009), “O conceito de ERP visa englobar todos as


atividades fins da organização através de um software que possa dar suporte
à tomada de decisão na empresa. Em termos gerais, consiste na implantação
de um banco de dados único, o qual armazena e filtra os dados e os converte
em informações valiosas para quem as buscar, sendo, desta forma um
facilitador de distribuição de informações dentro das diversas áreas da
organização”. Na prática, um ERP é um sistema de informação que integra
dados, pessoas e processos de toda uma organização.
Os ERPs são sistemas específicos que facilitam o fluxo de informação
através dos diferentes departamentos e áreas funcionais da empresa, e que
permitem a execução mais eficiente de processos e transações de negócios
de uma empresa. Segundo Mendes (2002 apud Souza & Zwicker, 2000),
"(ERP) sistemas de informação integrados, adquiridos na forma de pacotes
comerciais, para suportar a maioria das operações de uma empresa.
Procuram atender a requisitos genéricos do maior número possível de
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empresas, incorporando modelos de processos de negócio obtidos pela


experiência acumulada de fornecedores, consultorias e pesquisa em
processos de benchmarking".
O ERP provê um caminho mais claro para a gestão de processos, na
medida em que provê a integração das diferentes áreas da empresa,
eliminando os silos funcionais e provendo informações em tempo real.
Segundo Mendes (2002), “Os processos, implementados no sistema, não se
restringem a uma área ou departamento, quebrando barreiras impostas pelas
estruturas departamentais”.
Para Mendes (2002), “Como o sistema permeia toda a empresa, as
informações que por ela circulam podem ser acessadas em tempo real, por
qualquer área.”
Segundo Mourão (2009), “Com a implementação do conceito ERP é
possível conseguir vários benefícios tais como a redução de redundância de
atividades dentro da organização, já que uma vez lançado os dados em uma
de suas entradas todo o sistema automaticamente será atualizado. Ele
permite uma total re-engenharia dos negócios, priorizando aquelas áreas que
realmente necessitam, tais como: cliente, vendas, distribuição ou outras.
Através da integração dos dados se torna mais clara a visualização de onde
se encontra o ponto fraco e forte dentro da empresa”. Por basear-se na
experiências de áreas e departamento de empresas com negócios similares,
o ERP traz uma série de benefícios e melhores práticas que permite as
organizações otimizarem seus processos, serem mais ágeis e focarem em
seus negócios. Como conseqüência, o ERP tem um papel importante na
obtenção de vantagem competitiva.

3.2. Business Process Management (BPM)

Para Araújo et al. (2009), a área de Gestão de Processos de Negócio


tem surgido no mercado como uma necessidade das empresas atuais para
conhecerem, gerirem e aprimorarem seus respectivos negócios. Os conceitos
e atividades preconizadas por esta área de prática e também de pesquisa
têm originado o desenvolvimento de metodologias e ferramental para a
gestão de processos em organizações.
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A gestão de processos de negócios, do termo em inglês Business


Process Management, provê uma visão integrada da empresa,
departamentos, seus sistemas e pessoas sob a ótica de processo. O BPM
provê o gerenciamento do ciclo de vida completa de processos, e considera o
uso de ferramentas e tecnologias de modo a maximizar o desempenho
organizacional, automatizando e agilizando processos, e como consequencia
proporcionando vantagem competitiva.
Segundo Araújo et al. (2009), “Como complemento a estes sistemas
(ERP), surgem agora as soluções de BPMS (Business Process Management
System), que se apresenta como uma nova camada de software, responsável
por orquestrar os processos em toda a cadeia de valor da empresa, desde a
venda até a entrega, integrando as demais soluções a fim de se tornar, em
seus últimos estágios, em uma interface única para os usuários e
colaboradores. Paralelamente, ajuda na captação e análise dos resultados
dos processos, com o objetivo de fornecer subsídios para a melhoria
contínua dos mesmos”.
Segundo Santos (2004), "Por outro lado, a Gestão por Processos tem
como uma de suas premissas: possibilitar o entendimento e a padronização
das atividades e criar mecanismos para identificar oportunidades de
mudanças nos processos, buscando sempre maior produtividade e agilidade
na sua execução"
O BPM considera técnicas de controle e monitoramento do processo,
de modo a extrair informações em tempo real dos processos, realimentando
a área de negócios com informações e indicadores de performance. Isto é o
que denominamos de ciclo de melhoria contínua. Para Araújo et al. (2009),
“Inseridas neste cenário que requer um ajuste constante às mudanças do
mundo externo, as organizações precisam adaptar-se para responder às
mudanças na velocidade esperada. Por isso, as organizações estão cada vez
mais interessadas em conhecer mais detalhadamente o negócio que
executam para que possam gerenciá-lo de forma apropriada”.
Quanto melhor o conhecimento de seus processos, maior o
conhecimento de seu negócio, o que, em outras palavras permite às
empresas responderem com mais agilidade às demandas do negócio e do
mercado, encurtando ciclos e, como conseqüência, atender melhor seus
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clientes. Neste contexto, podemos considerar que o BPM melhora o


alinhamento entre TI e negócios, de forma a atingir os objetivos estratégicos
da organização.

3.3. Balanced Scorecard (BSC)

Ansoff (apud Gaj, 1995, p.19) define que a formulação da estratégia


exige que sejam definidos: o negócio em que se está, os nichos competitivos,
as características de portfólio e as tendências verificadas.
Kaplan e Norton (1992) fizeram uma pesquisa e identificaram quatro
grandes barreiras para a implementação da estratégia:

• Barreira de visão, onde 95% da força operacional de trabalho não


compreende a estratégia adotada pela empresa;
• Barreira da administração, onde 85% dos executivos gastam
menos de uma hora mensal para discutir sobre a estratégia;
• Barreira das pessoas, onde 75% dos gestores não possuem
incentivos que os vinculem com a estratégia;
• Barreira dos recursos, onde 60% das empresas não vinculam o
orçamento à estratégia estabelecida.

Com base no estudo realizado, Kaplan e Norton criam o Balanced


Scorecard (BSC), que hoje é uma das metodologias mais utilizadas para a
Gestão de Negócios. O BCS procura o equilíbrio entre (Kaplan e Norton,
1997, p.21-35):

• As medidas financeiras e as medidas não financeiras;


• Objetivos de curto prazo e objetivos de longo prazo;
• Indicadores de ocorrência e indicadores de tendências;
• Enfoques de desempenho interno e desempenho externo.

Com o crescente aumento da competitividade global, faz-se


necessário a utilização de alguma ferramenta que norteie a Organização. A
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visão por diversas vezes não é clara e, tão pouco, a estratégia é bem
definida. Pela falta de uma ferramenta, as empresas não aprendem com seus
erros porque falham já na colheta de informações que são úteis para o
acompanhamento do da estratégia e objetivos traçados.
A utilização do Balanced Scorecard (BSC) possibilita que a estratégia
da Organização seja transformada em ações. A tomada de decisões
necessita de um acompanhamento rígido para que o planejamento
estratégico seja seguido à risca atendendo assim, a todas as metas e
objetivos da Organização.

3.4. Governança de TI

O uso indevido de capital e a má administração de recursos e ativos


financeiros conduziram algumas empresas à falência. Como exemplo,
tivemos o escândalo financeiro da Enron Corporation em 2001, resultado de
uma série de práticas financeiras irregulares. Eventos como estes tem
demandado novas formas de transparência que tem se materializado em
uma série de regulamentações de mercado, como por exemplo, a adoção
das Sarbanes-Oxley nos Estados Unidos e da Basel II, Européia. As
iniciativas de governança de TI surgiram em resposta a novos paradigmas de
gestão, controle e auditoria exigidos pelo mercado. Segundo Mourão (2009),
“A Governança de TI tem como objetivo controlar o papel da área de
tecnologia, alinhar as estratégias, definir expectativas e medidas de
desempenho, viabilizar e gerenciar recursos, definir prioridades, direcionar as
atividades de TI e gerenciar os riscos”.
Segundo Mourão (2009), “A Governança de TI engloba mecanismos
implementados em diferentes níveis de uma empresa para gerenciar,
controlar e utilizar a TI de modo a agregar valor para a empresa e permitir
que decisões sobre novos investimentos sejam tomadas de maneira
consistente em alinhamento com a estratégia corporativa. Pressupõe a
adoção de métricas que permitem avaliar o impacto da TI no desempenho de
negócios”. A governança é pois um mecanismo que permite o uso mais
racional e eficiente da TI dentro das organizações, mitigando riscos e
otimizando resultados.
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A governança de TI visa promover uma série de boas práticas na


busca por um maior alinhamento entre as áreas de negócios e de tecnologia.
O departamento de TI deixa de ser um departamento isolado, atraindo para si
a atenção dos executivos da empresa.
Segundo, Mourão (2009, p.8), “A Governança de TI tem como objetivo
controlar o papel da área de tecnologia, alinhar as estratégias, definir
expectativas e medidas de desempenho, viabilizar e gerenciar recursos,
definir prioridades, direcionar as atividades de TI e gerenciar os riscos”. Entre
os benefícios da aplicação das políticas de governança está em assegurar
que os investimentos em tecnologia sejam aplicados corretamente,
eliminando riscos operacionais e alinhando o uso da tecnologia às decisões
estratégicas da empresa.

CONCLUSÃO

Com o nível de competitividade atual a TI tem papel crucial no que diz


respeito à vantagem competitiva. A Tecnologia da Informação mudou a
maneira como as empresas desenvolvem seus negócios, passando a ser um
dos principais instrumentos de diferenciação com relação aos seus
concorrentes.
Com a constante evolução da tecnologia, a informação se tornou
ferramenta valiosa para o sucesso. O aumento de produtividade e a redução
de custos são os fatores que as empresas buscam para estarem competitivas
no mercado em que atuam, e para isto, a TI dá todo o suporte necessário.
Este suporte se dá, por exemplo, por meio da modernização e
automatização de processos e transações internas, de sistemas de apoio à
decisão, de gerenciamento e de governança.
Mas para que a TI seja realmente utilizada como vantagem
competitiva, é de extrema importância que esteja alinhada aos negócios da
Organização, porque não adianta de nada ter ferramentas e tecnologias
valiosas disponíveis se não se sabe como utilizar e se elas não
correspondem realmente ao negócio da empresa. Hoje este é o principal
problema enfrentado que tem como solução a utilização de sistemas e
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técnicas, tais como: a Gestão de Processos (BPM), o ERP e o Balanced


Scorecard.

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