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Elas são ainda o resultado de uma estratégia deliberada e minu-

Em agosto de 1972, foi pela elaboração de um conjunto de raciocínios


ciosa, na qual os diferentes elementos são cientificamente coordena-
e de análises que são especificamente geográficas que eu pude de-
monstrar, sem ter sido contraditado, a estratégia e a tática que o Esta- dos, no tempo e no espaço.
do-maior americano executava contra os diques. Se foi um procedi- A guerra da Indochina marca, na história da guerra e d~ ~eogra­
mento geográfico que permitiu desmascarar o Pentágono, isso se deu fia uma nova etapa: pela primeira vez, métodos de destru1çao e de
exatamente porque sua estratégia e sua tática se alicerçavam essen- m~dificação do meio geográfico conjuntamente nos seus aspectos "fí-
cialmente sobre uma análise geográfica. Coube a mim reconstituir, a sicos" e "humanos" foram executados para suprimir as condições geo-
partir de dados eminentemente geográficos, o raciocínio elaborado pa- gráficas indispensáveis à vida de várias dezenas de milhões de ho-
ra o Pentágono por outros geógrafos ("civis" ou de uniforme, pouco mens.
importa).
A guerra geográfica, com métodos diferentes segundo os locais,
O plano de bombardeamento dos diques do delta do rio Verme- pode ser executada em todos os países.
lho não deve ser considerado como um cometimento excepcional, Afirmar que a geografia serve fundamentalmente para fazer a
aproveitando condições geográficas muito particulares mas, bem ao guerra não significa somente que se trata de um saber indis.pensável
contrário, como uma operação que decorre de uma estratégia de con- àqueles que dirigem as operações mi li tares. Não se trata unicamente
junto: a "guerra geográfica", que foi executada maciçamente na Indo- de deslocar tropas e seus armamentos uma vez já desencadeada a
china e sobretudo no Vietnã do Sul durante mais de dez anos; ela foi guerra: trata-se também de prepará-la, tanto nas fronteiras com.o n? .in-
conduzida com uma combinação de meios poderosos e variados. Esta terior, de escolher a localização das praças fortes e de construir varias
estratégia foi, freqüentemente cognominada "guerra ecológica" - sabe- linhas de defesa, de organizar as vias de circulação. "O território com
se que a ecolog ia é um termo em moda. Mas é de fato à geografia seu espaço e sua população não é unicamente a fonte de toda força
que se deve referir, pois não se trata somente de destruir ou de trans- militar, mas ele faz também parte integrante dos fatores que agem so-
formar relações ecológicas; trata-se de modificar bem mais amplamen- bre a guerra, nem que seja só porque ele constitui o teatro das op:r~­
te a situação em que vivem milhares de homens. ções ... ", escreveu Carl von C lausewitz (1780-1831 ). sobre o qual Lenin
De fato, não se trata somente de destru ir a vegetação para obter pode dizer que era "um dos escritores mi litares mais profundos ... um
resultados políticos e militares, de transformar a disposição física dos escritor cujas idéias fundamentais se tornaram hoje o bem de todo
solos, de provocar voluntariamente novos processos de erosão, de pensador". O livro de Clausewitz, Da guerra, pode e deve ser lido co-
desviar certas redes hidrográficas para modificar a profundidade do mo um verdadeiro livro de "geografia ativa".
lençol freático (para drenar os poços e os arrozais), de destruir os di- Vauban (1633-1707) não foi somente um dos mais célebres cons-
ques: trata-se de modificar radicalmente a repartição espacial do po- trutores de forti ficações; foi também um dos melhores geógrafos de
voamento praticando, por meios vários, uma política de reagrupamento seu tempo, um daqueles que melhor conheceu o reino, particularmente
· nos "hameaux* estratégicos" e a urbanização forçada. Essas ações no plano das estatísticas e das cartas; sua idéia de "dízimo real" traduz
destrutivas não representam somente a conseqüência involu ntária da uma concepção global do Estado que ele precisava reorganizar. Vau-
enormidade dos meios de destruição executados hoje, sobre um de- ban aparece como um dos primeiros teóricos e praticantes, na França,
terminado número de objetivos, pela guerra tecnológ ica e industrial. daquilo que hoje se chama de "aménagement"* do território. Preparar-

• N.T. "hameaux" - uma pequena concentração de casas, distanciadas da paróquia • N.T. "aménagemenr· - ··aménagerrient" do território, como aparece n.o te~to: é ar-
aldeã, localizadas em área de habitat disperso, na "campagne" francesa. Pela sua gênese ranjar de novo (re-arranjo) uma área (na cida~e . n~ campo: em termos de locallzaçao indus -
não tem correspondência com o nosso bairro rural. trial, de circulação. etc.). com plane1amento prev10 feito por c1ent1stas e técnicos.

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para organizar terri tórios, são somente como previ_s~o das batalh_as
fia que, sucessivamente, dois Ministros da Educação (e entre eles, um que é preciso mover contra este ou aquele adversano, mas tambem
geógrafo!) chegaram a propor a liquidação desta velha disciplina "l i- para melhor controlar os homens sobre os quais o aparelho de E~t~do
vresca, hoje ultrapassada" (como se tratasse de uma espécie de latim). exerce sua autoridade. A geografia é, de início, um saber estrateg1co
Outrora, talvez, ela tenha servido para qualquer coisa, mas hoje a tele- estreitamente ligado a um conjunto de práticas polític_as e mili:ares e
visão, as revistas, os jornais não apresentam melhor todas as regiões são tais práticas que exigem o conjunto articulado de inform~çoe~s ex-
na onda da atualidade, e o cinema não mostra bem mais as paisa- tremamente variadas, heteróclitas à primeira vista, das quais nao se
gens? pode compreender a razão de ser e a importância, se não se enquadra
Na Universidade onde contudo se ignora as "dificuldades peda- no bem fundamentado das abordagens do Saber pelo Saber. São tais
gógicas" dos professores de história e de geografia do secundário, os práticas estratégicas que fazem com que a geografia se torne neces-
mestres mais avançados constatam que a geografia conhece "um cer- sária, ao Chefe Supremo, àqueles que são os don~s dos aparelh?~ do
to mal estar"; um dos reitores da corpôração declara, não sem soleni- Estado. Trata-se de fato de uma ciência? Pouco importa, em ultima
dade, que ela "entrou na era dos quebras 1". Quanto aos jovens manda- análise: a questãç não é essencial, desde que se tome consciência.de
rins que se lançam na epistemologia, eles chegam a ousar questionar que a articulação dos conhecimentos relativos ao espaço, que e a
se a geografia é mesmo uma ciência, se este acúmulo de elementos geografia, é um saber estratégico, um poder.
do conhecimento "emprestados" da geologia, da economia política ou A geografia, enquanto descrição metodológ ica dos espaços, tanto
da pedologia, se tudo isso pode pretender constituir uma verdadeira sob os aspectos que se convencionou chamar "físicos", como sob suas
ciência, autônoma, de corpo inteiro ... características econômicas, sociais, demográficas, políticas (para nos
Mas que diabo, dirão todos aqueles que não são geógrafos, não referirmos a um certo corte do saber), deve absolutamente ser recolo-
há problemas mais urgentes a serem discutidos além dos mal-estares cada, como prática e como poder, no quadro das funções que exerce o
da geografia ou, em termos mais expeditos, "a geografia, não temos aparelho de Estado, para o controle e a organização dos homens que
nada a ver com ela ... " pois isso não serve para nada. povoam seu território e para a guerra.
A despeito das aparências cuidadosamente mantidas, de que os Muito mais que uma série de estatísticas ou que um conjun_to ?e
problemas da geografia só dizem respeito aos geógrafos, eles interes- escritos a carta é a forma de representação geográfica por excelenc1a;
sam, em última análise, a todos os cidadãos. Pois, esse discurso pe- é sobre' a carta que devem ser colocadas todas as informações neces-
dagógico que é a geografia dos professores, que parece tanto mais sárias para a elaboração de táticas e de estratégias. Tal f?rmalização
maçante quanto mais as mass media desvendam seu espetáculo do do espaço, que é a carta, não é nem gratuita, nem desinteressad~:
mundo, dissimula, aos olhos de todos, o temível instrumento de pode- meio de dominação indispensável, de domínio do es~aço, a carta foi ,
rio que é a geografia para aqueles que detêm o poder. de início criada por oficiais e para os oficiais. A produçao de uma carta,
Pois, a geografia serve, em princípio, para fazer a guerra. Para isto é, a conversão de um concreto mal conhecido em uma represen-
toda ciência, para todo saber deve ser colocada a questão das premis- tação abstrata, eficaz, confiável, é uma operação difícil, longa e onero-
sas epistemológicas; o processo científico está ligado à uma história e sa, que só pode ser realizada pelo aparelho d~ ~stad?. e para ele.~
deve ser encarado, de um lado, nas suas relações com as ideolog ias, confecção de uma carta implica num certo domrrno polrtrco e matema-
de outro, .como prática ou como poder. Colocar como ponto de partida tico do espaço representado, e é um instrumento de poder sobre esse
que a geografia serve, primeiro, para fazer a guerra não implica afirmar espaço e sobre as pessoas que ali vivem.
que ela só serve para conduzir operações militares; ela serve também Não é de se estranhar que ainda hoje um número bem grande de
mapas e sobretudo de cartas em escala grande, bastante detalhadas,
1 - André Meynier, História do pensamento geográfico na França, PVF, 1969.
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aquelas que são chamadas correntemente de "cartas do estado- Mas a geografia não serve somente para sustentar, na onda de
maior'', tenham surgido do segredo militar em vários países. É particu- seus conceitos, qualquer tese política, indiscriminadamente. Na verda-
larmente o caso dos Estados comunistas. de, a função ideológica essencial do discurso da geografia escolar_ e
universitária foi sobretudo a de mascarar por procedimentos que nao
Se a geografia serve, em princípio, para fazer a guerra e para são evidentes, a util idade prática da anál ise do espaço, sobretudo para
exercer o poder, ela não serve só para isso: suas funções ideológicas e a condução da guerra, como ainda para a organização do Estado e
políticas, pareçam ou não, são consideráveis: é no contexto da expan- prática do poder. É sobretudo quando ele parece "inútil" que o discurso
são do pangermanismo (os imperialismos francês e inglês se desen- geográfico exerce a função mistificadora mais eficaz , pois a crítica de
volveram mais cedo, em ambientes intelectuais diferentes) que Friedri- seus objetivos "neutros" e "inocentes" parece supérflua. A sutileza foi a
ch Ratzel (1 844-1904) realizou a obra, que, ainda hoje, influencia con- de ter passado um saber estratégico militar e politico como se fosse
sideravelmente a geografia humana; sua Antropogeografia está estrei- um discurso pedagógico ou científico perfeitamente inofensivo. _Nós ve-
tamente ligada à sua Geografia política. Retomando inúmeros concei• remos que as conseqüências desta mistificação são graves. E o por-
tos ratzelianos, tal como o do Lebensraum (espaço vital) e os dos geó- quê de ser particularmente importante af irmar que a geografia serve,
grafos americanos e britânicos (como Mackinder), o general geógrafo em primeiro lugar, para fazer a guerra, isto é, desmascarar uma de
Karl Haushofer (1869-1 946) dá, em seguida à Primeira Guerra Mundial , suas funções estratégicas essenciais e desmontar os subterfúgios que
um impulso decisivo à geopolítica. Sem dúvida, numerosos geógrafos a fazem passar por simplória e inútil.
considerarão que é a última incongruência estabelecer uma aproxima- Dizer que a geografia serve antes de tudo à guerra e ao exercício
ção entre sua geografia "científica" e o empreendimento do general, do poder não sign ifica lembrar as origens históricas do saber geográfi-
estreitamente ligado aos dirigentes do Partido Nacional-socialista. A co. A expressão antes de tudo deve ser entendida aqui, mas não no
geopolítica hitleriana foi a expressão, a mais exacerbada, da função sentido de "para começar, outrora ... ", mas no sentido de, "em primeiro
política e ideológica que pode ter a geografia. Pode-se mesmo pergun- lugar, hoje ... ". A rigor, os geógrafos universitários consentem em evo-
tar se a doutrina do Führer não teria sido largamente inspirada pelos car, da boca para fora, o papel de uma espécie de "geografia primitiva"
raciocínios de Haushofer, de tal forma foram estreitas as suas rela- (Alain Reynaud) na época em que o saber estabelecido pela geografia
ções, particularmente a partir de 1923-1924, época em que Adolf Hitler do rei estava destinado não aos jovens alunos ou a seus futuros pro-
redigiu Mein Kampf, na prisão de Munique. fessores mas aos chefes de guerra e àqueles que dirigem o Estado.
Mas os ~niversitários de hoje consideram , todos, quaisquer que sejam
De 1945 para cá, não é mais de bom tom fazer referências à suas tendências ideológicas, que a verdadeira geografia, a geografia
geopolítica. Contudo, de uma forma mais direta, as estratégias das científica (o Saber pelo Saber). a única digna de se falar, só aparece
grandes potências continuam o gênero de pesquisa que os institutos no século XIX, com os trabalhos de Alexandre von Humboldt
de geopolítica de Munique e de Heidelberg haviam empreendido. Par- (1769-1859) e com os de seus sucessores nessa famosa Universidade
ticularmente nos Estados Unidos, essa tarefa é de pessoas que traba- de Berlim, criada por seu irmão, homem de primeiro plano do Estado
lharam sob orientações de homens como Henry Kissinger (ele fez seus prussiano.
primeiros estudos na qualidade de historiador; mas sua tese gira, já Na verdade, a geografia existe há muito mais tempo, não importa
nessa altura, sobre uma discussão geopolítica por excelência: o Con- o que dizem os universitários: as "grandes descobertas" não seriam
gresso de Viena). Hoje, mais do que nunca, são argumentos de tipo tal vez geografia? E as descrições dos geógrafos árabes da Idade Mé-
geográfico que impregnam o essencial do discurso político, quer se re- dia, também não?
firam aos problemas "regionalistas", ou sobre os que giram, a nível A geografia existe desde que existem os aparelhos de Estado,
planetário, em torno de "centro" e "periferia", do "Norte" e do "Sul''. desde Heródoto (por exemplo, para o mundo "ocidental"), que em 446
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ses, para todas as regiões, os mil itares não têm mais necessidade de
antes da era cristã, não conta uma História (ou histórias) mas procede
recorrer a este saber que é a geografia, aos conhecimentos disparata-
a uma verdadeira "enquête" (é o título exato de sua obra) em função
dos que ela reúne (relevo, clima, vegetação, rios, repartição da popula-
das finalidades do "imperialismo" ateniense.
ção, etc.). Nada é mais falso. Primeiro porque as "coisas" se transfor-
De fato, foi somente no sécu lo XIX que apareceu o discurso geo- mam rapidamente: se a topografia só evolu i muito lentamente, a im-
gráfico escolar e universitário, destinado, no que tinha de essencial (ao plantação das instalações industriais, o traçado das vias de circulação,
menos estatísticamente) a jovens alunos. Discurso hierarquizado em as formas do habitat se modificam a um único ritmo bem mais rápido
função dos graus da instituição escolar, com seu coroamento sábio, a e é preciso levar em consideração essas transformações para estabe-
geografia na sua feição de ciência é "desinteressada". Sem dúvida, foi lecer as táticas e as estratégias.
somente no século XIX que apareceu a geografia dos. professores, que
De outro lado, a elaboração de novos métodos de guerra implica
foi apresentada como a geografia, a única da qual convém falar.
nun:ia anál ise bem precisa das combinações geográficas, das relações
Desde essa época, a geografia dos oficiais, para se fazer discre- entre os homens e as "condições naturais" que se trata justamente de
ta, não deixa contudo de existir com um pessoal especializado, cujo· destruir ou modificar para tornar tal região imprópria à vida, ou para
número não é desprezível, com seus meios que se tornaram conside- encetar um genocídio.
ráveis (os satélites), seus métodos, e ela continua a ser como há sé-
culos, um temível instrumento de poder. Esse conjunto de representa- A guerra do Vietnã forneceu numerosas provas de que a geogra-
ções cartográficas e de conhecimentos bem variados, visto em sua fia serve para fazer a guerra de maneira a mais global, a mais total.
relação com o espaço terrestre e nas diferentes formas de práticas do Um dos exemplos mais célebres e mais dramáticos fo i a execução, em
poder, forma um saber claramente percebido como estratégico por 1965, 1966, 1967 e sobretudo em 1972 de um plano de destru ição sis-
uma minoria dirigente, que a utiliza como instrumento de poder. À temática da rede de diques que protegem as planícies densamente
geografia dos oficiais decidindo com o auxílio das cartas a sua tática e povoadas do Vietnã do Norte: elas são atravessadas por rios caudalo-
a sua estratégia, à geografia dos dirigentes do aparelho de Estado, es- sos, com terríveis cheias que escoam não por vales mas, ao contrário,
truturando o seu espaço em províncias, departamentos, distritos, à sobre elevações, terraços, que são formados por seus aluviões. Esses
geografia dos exploradores (oficiais, freqüentemente) que ·prepararam diques cuja importância é, de fato, absolutamenté vital, não poderiam
a conquista colonial e a "valorização" se anexou a geografia dos esta- ter sido objeto de bombardeamentos maciços, diretos e evidentes, pois
dos-maiores das grandes firmas e dos grandes bancos que decidem a opinião pública internacional ali teria visto a prova da perpetração de
sobre a localização de seus investimentos em plano regional , nacional um genocídio. Seria preciso, portanto, atacar essa rede de diques, de
e internacional. Essas diferentes análises geográficas, estreitamente forma precisa e discreta, em certos locais essenciais para a proteção
ligadas a práticas militares, políticas, financeiras, formam aquilo que se de alguns quinze milhões de homens que vivem nessas pequenas pla-
pode chamar "a geografia dos estados-maiores", desde os das forças nícies, cercadas por montanhas. Era necessário que esses diques se
armadas até os dos grandes aparelhos capitalistas. rompessem nos lugares em que a inundação teria as mais desastrosas
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consequenc1as .
Mas essa geografia dos estados-maiores é quase completamente
ignorada por todos aqueles que não a executam, pois suas informa- A escolha dos locais que era preciso bombardear resulta de um
ções permanecem confidenciais ou secretas. raciocínio geográfico, comportando vários níveis de análise- espacial.

Hoje, mais do que nunca, a geografia serve, antes de tudo, para


fazer a guerra. A maioria dos geógrafos universitários imagina que, 2 - Ver Hérodote n91, 1976: " Enquête sobre o bombardeamento de diques do rio Ver-
melho (Vietnã. verão 1972)", ou Unidade e diversidade do terceiro mundo 1984, p. 300-348.
após a confecção de cartas relativamente precisas para todos os paí-
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