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TRELIÇA DO TIPO K
1. INTRODUÇÃO
Segundo McGuire (1968) a flexão na parede pode ser maior sob condições ilustradas na
“Fig. 2(a)”. Se, através da prática usual, os eixos centrais de todas as barras de ligação se
encontrarem em um ponto, não haverá flexão primária na ligação. O esquema de forças da
“Fig. 2(b)” mostra, que a transferência da componente N de um braço para o outro resultará
em um amassamento local na parede do banzo. Contudo, caso um componente atue para
dentro e o outro para fora do tubo, a flexão descrita anteriormente, poderá produzir uma
flexão longitudinal acentuada.
(a) (b)
θ1 θ2
+e
d sen(θ1 + θ 2 ) d1 d2
x = e + 0 ⋅ − − (1)
2 sen θ1 ⋅ sen θ 2 2 ⋅ sen θ1 2 ⋅ sen θ 2
d1 d2 sen θ1 ⋅ sen θ 2 d 0
e = + + x ⋅ − (2)
2 ⋅ sen θ1 2 ⋅ sen θ 2 sen(θ1 + θ 2 ) 2
e
− 0,55 ≤ ≤ 0,25 (3)
d0
O critério de dimensionamento mais utilizado para este caso é o método do estado limite
referente ao colapso da ligação por plastificação da face do banzo, de acordo com a “Fig. 3”.
Desta forma, as seções serão verificadas segundo este critério. Para esta verificação foi
desenvolvido um programa (Santos, 2003) que automatiza o cálculo das ligações tubulares,
esta verificação será confrontada com um modelo via método dos elementos finitos,
utilizando o programa Ansys 7.0.
O Eurocode 3 (1992), o AISC - Hollow Structural Sections (1997) e Packer & Henderson
(1997) apresentam um procedimento de cálculo específico para cada tipo de seções existentes,
retangulares, quadradas e circulares.
O procedimento de dimensionamento mostrado a seguir determina a resistência da
ligação K afastada, com barras de seções circulares carregadas axialmente, como mostra a
“Fig. 5”.
t1 t2
N1 N2
d1 d2
θ1 θ2 t0
M0 M0
e
N0p N0
d0
di
0,2 ≤ ≤ 1,0 (4)
d0
di
10 ≤ ≤ 50 (5)
ti
d0
10 ≤ ≤ 50 (6)
t0
d0
≤ 25 (7)
2 ⋅ t0
onde d0, t0, di e ti são respectivamente o diâmetro e a espessura do banzo e das diagonais.
Para o afastamento:
g ≥ t1 + t 2
(8)
Onde g é o afastamento entre as diagonais. No que se refere ao ângulo das diagonais
Rautarrukki (1998) recomenda:
30 ο ≤ θ i ≤ 90 ο (9)
2
f y0 ⋅ t0
N 1.Rd = ⋅ (1,8 + 10,2 ⋅ β ) ⋅ k g ⋅ k p (10)
sen θ1
sen θ1
N 2.Rd = N 1.Rk ⋅ (11)
sen θ 2
d0
γ= (10)
2 ⋅ t0
∑d i
β= i =1
(11)
m ⋅ d0
k p = 1,0 (12)
k p = 1,0 − 0,3 ⋅ n p + n p ( 2
) ≤ 1,0 (13)
onde np é a resistência ao escoamento devido aos esforços N0p,Sd e M0,Sd para seções
tubulares circulares dado por:
N 0 p .Sd M 0.Sd
np = + (14)
A0 ⋅ f y 0 W0 ⋅ f y 0
e kg é obtido por:
0 ,024 ⋅ γ 1,2
kg = γ 0 ,2
⋅ 1 + g
(15)
2⋅t −1,33
1+ e 0
3. EXEMPLO NUMÉRICO
1 g 2
θ1 θ2
N0p 0 +e N0
Como as diagonais são simétricas, será analisada a resistência obtida para a diagonal 1.
Os casos de carregamentos, conforme “Tabela 1” , foram aplicados à ligação K da “Fig. 6”.
Esta ligação foi verificada quanto a sua resistência de cálculo pelo Programa de Ligações
desenvolvido pelo autor. A “Figura 7” mostra a tela de entrada de dados para o conjunto de
cargas do caso 1.
Figura 7 - Tela de entrada de dados do Programa de Ligações.
O modelo idealizado é composto por três tubos metálicos de seção circular, com as
mesmas características adotadas para a solução analítica, conforme “Fig. 9”. Considerando o
modelo como uma estrutura tridimensional, utilizou-se o elemento SOLID45 do programa
computacional Ansys, onde os tubos foram considerados com a sua espessura real. Para
reduzir memória e tempo de processamento, por se tratar de uma geometria simétrica toda
ligação foi gerada pela sua metade, ou seja, longitudinalmente os tubos foram gerados com
meia circunferência. Ao analisar a distribuição de tensões, utilizam-se condições de contorno
compatíveis nas superfícies de simetria.
σDiag.1 σDiag.2
σBanzo
Os valores críticos das tensões são equivalentes aos esforços solicitantes da ligação
fornecidos pela modelagem numérica do Ansys 7.0. Esses valores foram comparados com as
resistências de cálculo das ligações, visto que para o problema analisado a resistência nominal
trata-se do próprio escoamento do aço, para os seis carregamentos.
σmáx fy Aproveitamento
Casos
(N/mm2) (N/mm2) (%)
01 239,61 350 68,46
02 249,66 350 71,33
03 259,72 350 74,21
04 269,77 350 77,08
05 279,83 350 79,95
06 289,88 350 82,82
Avaliou-se como resultado as tensões principais obtidas, que por sua vez foram
comparadas com a tensão de escoamento do aço utilizada na solução analítica, avaliando-se,
desta forma, o aproveitamento da ligação que indica a reserva de resistência existente.
Portanto, para a análise dos resultados obtidos neste estudo comparou-se os valores dos
aproveitamentos da solução analítica (via Programa de Ligações desenvolvido) com os da
modelagem numérica (via Ansys 7.0). Estes dados podem ser visualizados na “Tabela 5” e na
“Fig. 9”.
85.00
80.00
Aproveitamento da Ligação (%)
75.00
70.00
60.00
0 1 2 3 4 5 6 7
Número de Casos
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Agradecimentos
Agradeço à empresa Vallourec & Mannesmann do Brasil, pela oportunidade que me foi
dada para a realização deste trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
European Committee for Standardisation, 1992, Eurocode 3: Design of steel structures: ENV
1993 – 1 - 1: General rules and rules for buildings.
PACKER, J.A. & HENDERSON, J.E., 2nd. Edition, 1997, Hollow structural section
connections and trusses: a design guide, Canadian Institute of Steel Construction,
Toronto.
RAUTARUUKKI OYJ, H.V., 1998, Design Handbook for Rautaruukki Structural Hollow
Sections. Hämeenlinna.