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MARCHA LENTA
Desalento
"Havia rumores de que os números sobre a confiança
poderiam ser decepcionantes. Mas isso é mais que
decepcionante", disse Chris Rupkey, economista do Bank of
Tokyo-Mitsubishi, em Nova York.
A queda foi puxada pela deterioração das expectativas dos
consumidores. Isso quer dizer que o norte-americano está
menos confiante sobre suas condições econômicos.
Como o consumo é responsável por dois terços da economia
dos EUA, o índice é um dos mais observados pelos analistas.
O crescimento no desemprego, que subiu a seu maior nível
em nove anos (6,1%), explica em grande parte a queda na
confiança.
Para os economistas, está ocorrendo um fenômeno
semelhante ao ocorrido após a Guerra do Golfo, em 1991.
"Parece que haverá uma repetição de 1991", disse Stan
Shipley, economista da corretora Merrill Lynch. "Tivemos
um salto na confiança após a guerra. Então as pessoas
começam olhar para os lados, à procura de empregos, e não
acham nada."
As Bolsas norte-americanas, que passavam por uma
recuperação nas últimas semanas, tomaram uma ducha de
água fria e encerram o dia em queda. O índice Dow Jones
perdeu 0,86%, e a Nasdaq caiu 1,64%.
Números ruins
Dois outros indicadores expõem a retração da demanda
doméstica norte-americana. Em abril, as importações
recuaram, e o índice de preços no atacado caiu 0,3% no mês
passado.
Se o Fed decidir cortar os juros, no dia 25, será a 13ª redução
desde janeiro de 2001. A taxa, que naquela época era de
6,5% ao ano, está agora em 1,25% ao ano, a menor em mais
de quatro décadas.
A expectativa de queda nos juros derrubou o rendimentos
dos Treasuries, os títulos do Tesouro norte-americano. O
retorno dos papéis de curto prazo, com vencimento em dois
anos, caiu ontem para 1,07% ao ano, o menor nível de todos
os tempos.
A queda nos preços do petróleo ajudou os EUA a reduzirem
seu déficit comercial, mas, ainda assim, o buraco foi terceiro
maior da história do país, em termos nominais. A
exportações recuaram para o menor valor desde abril do ano
passado, um sinal da retração na economia mundial.
De acordo com o Departamento de Comércio dos EUA, o
déficit nas transações de mercadorias e serviços recuou para
US$ 42,3 bilhões em abril, ante US$ 42,87 bilhões em
março.
Os números do Departamento do Comércio indicam que a
desvalorização do dólar na comparação com o euro ainda
não surtiu efeito nas exportações do país. O déficit norte-
americano equivale a 5% do PIB (Produto Interno Bruto) do
país, um número tido elevado e que tem provocado o
enfraquecimento do dólar.
Para financiar o déficit, os EUA precisam receber US$ 1,5
bilhão em investimentos a cada dia útil. Com isso não tem
ocorrido, o dólar vem se desvalorizando ante as principais
moedas do planeta.
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