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Economista, mestrando em Política Social na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES, Brasil).
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E-mail: <andremoulindardengo@yahoo.com.br>.
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Argumentum, Vitória (ES), v. 4, n.2, p. 279-284, jul./dez. 2012
André Moulin DARDENGO
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Teoria social pós-moderna
do laissez faire, laissez passer como a única tuindo a partir do materialismo históri-
alternativa de organização societária. co-dialético, uma ferramenta teórica para
interpretar o capitalismo e superá-lo ru-
Para além dessa análise, a obra de Evan- mo ao socialismo.
gelista discute a crise da modernidade no São esses os dois principais projetos soci-
capítulo 2, caracteriza o pensamento pós- etais, oriundos do iluminismo, que per-
moderno no capítulo 3 e, no capítulo 4, passam o debate acadêmico e político
apresenta um resumo das ideias dos durante todo século XIX e XX. Todavia,
principais autores críticos a perspectiva nas últimas décadas, no que se refere à
pós-moderna (Jürgen Habermas, Fredric produção intelectual e às práticas políti-
Jameson, David Harvey, Terry Eagleton). cas, percebe-se a manifestação de gran-
No último capítulo, há uma arguta dis- des transformações, ao que se vem de-
cussão das implicações do pensamento nominando crise de paradigmas. A pos-
social pós-moderno no tocante a hege- sibilidade de hegemonia de um pensa-
monia neoliberal. mento social que ao mesmo tempo seja
inclusivo e abrangente está sendo mina-
A pesquisa de Evangelista evidencia co- da por teorias que prezam pela relativi-
mo a ideia de ‘modernidade’ coincide zação sem precedentes da explicação dos
com o período de desenvolvimento e fenômenos. Essa exacerbação do irracio-
supremacia do capitalismo, onde a ciên- nalismo não é à toa, cumpre as exigên-
cia e a razão, princípios iluministas, pas- cias desse novo momento histórico de
saram a ocupar o centro do projeto socie- ‘crise da modernidade’, onde um mal-
tário e o campo ideológico da sociedade estar generalizado, caracterizado por
do totalitarismo mercantil. Esse é um pessimismo e melancolia, aparece diante
processo marcadamente dialético, contí- do plano de sociabilidade capitalis-
nuo e contraditório, e nele há um claro ta/moderno. Essa crise que se dá no pla-
embate de perspectivas transformadoras no do pensamento e se expressa com o
e conservadoras, reflexo da própria luta avanço da chamada perspectiva pós-
de classes. De um lado, há o primado de moderna cumpre uma função legitima-
que o conhecimento técnico-científico dora do capitalismo em sua nova fase
baseado no racionalismo e no positivis- financeirizada e mundializada.
mo, bases de uma ciência interessada nas
mudanças técnicas funcionais ao capital, No decorrer de seu texto, Evangelista
constitui o caminho emancipatório para mostra como inicialmente o pós-
o homem. Essa perspectiva, aliada ao modernismo surge como crítica a estética
liberalismo, consolidou uma nova forma arquitetônica e literária modernista. Se o
de pensar, uma ideologia do progresso e modernismo, enquanto movimento artís-
da liberdade alcançadas somente através tico, já fora uma proposta de superação
do mercado. Contrariamente, no outro estéticado realismo nas artes e na arqui-
lado, no âmbito da luta pela transforma- tetura, buscando nas artes o transitório, o
ção, foi o marxismo que coadunou os efêmero, o perspectivismo, o relativismo,
interesses da classe trabalhadora, consti- a exaltação da subjetividade e a criação
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