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A Hipertensão Arterial é um fator de risco prevalente.

O Exercício Físico, uma opção não


medicamentosa eficiente na prevenção, controle e tratamento da mesma. Este estudo teve
como objetivo verificar através de uma pesquisa bibliográfica os benefícios do exercício físico
na hipertensão arterial. Foram achados na literatura nove artigos, todos nacionais publicados
em revistas indexadas na área da saúde relacionados a exercício físico e hipertensão arterial
em humanos hipertensos. Foi verificado que diferentes programas de exercício físico como:
aeróbio, força e resistência muscular localizada apresentaram redução nos valores da pressão
arterial. Os valores de redução na pressão arterial variaram conforme o volume de exercício, o
tempo de estudo, e fatores individuais como valor da pressão arterial pré-teste, doenças
associadas, composição corporal. A diminuição ponderal, percentual de gordura e melhora na
aptidão cardiorespiratória, também influenciaram na redução desses valores. De um modo
geral, o exercício físico se apresentou benéfico para hipertensos verificando-se a redução da
pressão arterial e de outras variáveis já mencionadas.

A Hipertensão arterial é caracterizada pela elevação da pressão arterial a níveis iguais ou


superiores a 140 mmHg de pressão sistólica e/ou 90 mmHg de diastólica em pelo menos duas
aferições subseqüentes, obtidas em dias diferentes, ou em condições de repouso e ambiente
tranqüilo (Silva e Souza, 2004). Se a pressão está muito alta, lesa as paredes das artérias e
depois de muitos anos esse dano aumenta os riscos de o indivíduo ter doença coronária,
insuficiência cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC), hemorragia ou descolamento de retina
e insuficiência renal (Hart e Savage, 2000). Está relacionada ao desenvolvimento das doenças
cardíacas, aumento da aterosclerose, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca,
hipertrofia do ventrículo esquerdo, aneurismas aórticos e doenças vasculares periféricas
(Robergs e Roberts, 2002). Além disso, quase sempre acompanham esses achados de forma
progressiva, lesões nos vasos sanguíneos com conseqüentes alterações nos órgãos alvos como
cérebro, coração, rins e retina. Na maioria dos casos não dói, raramente é sintomática, no
entanto pode matar, pode estar muito alta, sem causar dor de cabeça, falta de ar, palpitações,
fraqueza, vertigem ou qualquer dos sintomas típicos de hipertensão arterial, podendo o
indivíduo ter todos ou nenhum desses sintomas sem ter hipertensão arterial, como também,
ele pode ter hipertensão extremamente perigosa sem apresentar nenhum sintoma, mesmo
pressões muito altas e perigosas que já tenham iniciado várias lesões renais podem continuar
por vários meses antes de apresentar os sintomas (Silva e Souza, 2004; Hart e Savage, 2000).
Em 90% dos casos, a causa da hipertensão arterial é desconhecida, porém pode ser controlada
por meio de dieta, exercícios e tratamento farmacoterápico (Wilmore e Costill, 2001). Seus
riscos aumentam significativamente se o indivíduo fuma ou tem diabete (Hart e Savage, 2000).

A primeira regra para todo programa de exercícios bem sucedido é que as pessoas façam o
que elas quiserem e o que as interessar (Hart e Savage, 2000). As atividades físicas exercidas
regularmente são necessárias para obter os efeitos obtidos ao treinamento (Vianna, 2002). Um
problema para muitos é que muitas formas de exercícios continuados tornam-se maçantes,
por isso, é muito provável que o indivíduo estabeleça novos hábitos regulares e se fixe a eles
se gostar do que está fazendo (Hart e Savage, 2000). As pessoas hipertensas precisam escolher
uma forma de exercícios dinâmica, isto é, o indivíduo continua se movimentando durante o
exercício e de predominância aeróbia, ou seja, aquelas em que precisa-se inspirar ar suficiente
para suprir de oxigênio os músculos que estão sendo trabalhados, como: caminhada, corridas
leves, cicloergômetros, ciclismo, natação, dança, aulas de ginástica, entre outros (Hart e
Savage, 2000; Vianna, 2002). A maioria dos hipertensos tem muitos benefícios quando a
prática regular de atividade física é do tipo aeróbio, desde que as mesmas envolvam grandes
grupos musculares. Estes benefícios decorrem da redução direta dos valores pressóricos e do
impacto positivo dessa prática sobre outros fatores de risco cardiovasculares. A freqüência
mínima de treinamento deve ser de três sessões semanais, com duração entre quinze e
sessenta minutos e que tenham intensidade moderada. Já os exercícios do tipo isométrico
(força) não devem ser realizados, devido aos picos pressóricos que acarretam, bem como a
possibilidade de causarem complicações sobre o sistema cardiovascular (Takatsuji e
colaboradores, 2003). Segundo Fleck e Dean citado por Umpierre e Stein (2007) durante o
exercício de força, maiores valores da freqüência cardíaca e pressão arterial são obtidos nas
últimas repetições de séries realizadas até a fadiga, dessa maneira, tem sido contra indicados
como prescrição no trabalho de força para hipertensos. De acordo com Vianna (2002) os
exercícios com resistência estática dinâmica comprimem o sistema arterial periférico e causam
aumentos agudos e dramáticos na resistência ao fluxo de sangue, além disso, exercícios
crônicos do treinamento de resistência podem causar maior elevação na pressão arterial,
comparada com o movimento dinâmico de menor intensidade, no entanto, não parece que
essa forma de treinamento seja capaz de causar qualquer aumento em longo prazo na pressão
arterial de repouso. O efeito imediato do exercício intenso é aumentar a pressão arterial. Esse
aumento faz parte do processo do corpo de se preparar para o exercício e sustentar-se através
do exercício, pois quando se pratica exercícios necessita-se de um aumento do fluxo sanguíneo
para os grandes músculos do corpo. Porém, o aumento dura apenas, um curto período de
tempo enquanto é preciso, não é o mesmo que a hipertensão arterial que se mantém por
longos períodos de tempo. Já para Maior (2005) de acordo com a revisão da literatura, a
grande parte dos estudos baseia- Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício, São
Paulo, v.3, n.13, p.33-44.Jan/Fev. 2009. ISSN 1981-9900. 39 Revista Brasileira de Prescrição e
Fisiologia do Exercício ISSN 1981-9900 versão eletrônica Periódico do Instituto Brasileiro de
Pesquisa e Ensino em Fisiologia do Exercício w w w . i b p e f e x . c o m . b r / w w w . r b p f e
x . c o m . b r se em indivíduos normotensos, o que não é uma proposta fidedigna. Ainda é
muito precária a confirmação de um efeito hipotensivo crônico pelo treinamento de força em
populações hipertensas, visto que grande parte dos estudos realiza a mensuração da PA
minutos ou poucas horas após a sessão de treinamento, com isso, podem-se observar ou não o
efeito hipotensivo agudo. É importante mencionar que ainda não são conhecidos os
mecanismos do enrijecimento arterial temporário observados na maioria dos estudos após o
treinamento de força exclusivo. A hipótese vigente parece ir de encontro às alterações do
conteúdo da estrutura arterial (elastina e colágeno). Porém, ainda que em homens jovens o
exercício de força pareça ocasionar diminuição da complacência arterial, esse efeito parece ser
perfeitamente neutralizado pelo exercício aeróbio (Umpierre e Stein, 2007). Vários estudos
demonstraram o efeito benéfico dos exercícios aeróbios de baixa e moderada intensidade
sobre a pressão arterial. Os exercícios de resistência muscular localizada (RML) podem ser
incluídos como coadjuvante ao treinamento aeróbico (Silveira, Nagen e Mendes, 2007). Além
disso, as informações disponíveis na literatura indicam que o treinamento de força, realizado
de forma exclusiva ou em combinação aos exercícios aeróbios, pode melhorar a função
endotelial. As evidências apontam também, para um importante efeito do exercício de força
sobre o aumento do fluxo sanguíneo periférico, o que pode contribuir para minimizar a
limitação funcional presente no envelhecimento ou em diferentes condições patológicas. O
treinamento de força tem sido proposto como possível estratégia para prevenção e
reabilitação cardiovascular, o incremento na força e na capacidade para realização de tarefas
do dia-a-dia são benefícios característicos deste tipo de treinamento. Além disso,
recentemente, estudos que utilizaram avaliação hemodinâmica verificaram estabilidade
cardiovascular em indivíduos com doença coronariana ou insuficiência cardíaca durante a
realização de exercício de força, sem aparente prejuízo na função ventricular ou aumento
exacerbado na pressão arterial ao exercício, as informações encontradas na literatura
mostraram estabilidade hemodinâmica durante o exercício e potenciais efeitos que auxiliam
para o controle da pressão arterial (Umpierre e Stein, 2007). De acordo com Vicent e Vicent
(citado por Câmara e colaboradores 2007), algumas das contra – indicações aos Exercícios de
Força, que também se aplicam a todas as outras formas de exercícios em populações especiais
são: pressão arterial sistólica acima de 200 mmHg ou pressão arterial diastólica acima de 110
mmHg, em repouso; queda da pressão arterial ortostática maior que 20 mmHg, com sintomas;
hipotensão ao esforço maior que 15 mmHg; angina instável; arritmias não-controladas,
insuficiência cardíaca descompensada, freqüência cardíaca de repouso maior que 120
batimentos por minuto. Deve – se levar em consideração que quanto aos riscos potenciais
associados aos exercícios intensos, eles podem ser reduzidos através de uma orientação de
exercícios correta (Vianna, 2002)

Tenório e Pinheiro (2019, s.p) afirmam que: A hipertensão arterial, também conhecida como
pressão alta, uma doença que ocorre quando os vasos sanguíneos se estreitam ou se
enrijecem forçando o coração a bombear mais forte o sangue através do corpo, causando
lesões na veias e artérias principalmente nas coronárias e cerebrais. Segundo dados do guia de
hipertensão arterial do Ministério da Saúde (2018), a hipertensão arterial é o maior entre os
fatores de risco de doenças cardiovasculares e doenças cerebrovasculares e renais; é
responsável por 40% das mortes por acidente vascular-cerebral, 25% das mortes por doença
arterial coronária e, em combinação com a diabetes, 50% das mortes em caso de insuficiência
renal. Segundo o Ministério da Saúde, dados indicam ainda que, fatores como estresse,
tabagismo, abuso de álcool e sexo, estão muito frequentemente relacionados com essa
doença TENÓRIO, G. PINHEIRO, C. Hipertensão: causas, sintomas, diagnóstico e como baixar a
pressão. 2019. Disponível em: https://saude.abril.com.br/medicina/hipertensao-
causassintomas-diagnostico-e-como-baixar-a-pressao. Acesso em: 04 dez. 2019

A prática de atividade física tem sido cada vez


mais recomendada principalmente na prevenção e
reabilitação de problemas cardiovasculares. Com o
intuito de combater o sedentarismo, tão presente nos
dias de hoje, existem vários programas governamentais e incentivos
na mídia para a prática de atividade física. Com isso, houve um
aumento significativo no número de pessoas que aderiram à pratica do
pedestrianismo na última década. No entanto, a prática da atividade
física realizada em altas intensidades, como é o caso da corrida de
rua, por pessoas com hipertensão arterial ou outro risco coronariano
(geralmente desconhecidos pelos corredores), pode ser perigosa,
pois o exercício físico intenso provoca o aumento exacerbado da FC e
da PA, podendo desencadear um infarto do miocárdio, acidente
vascular encefálico ou até mesmo morte súbita. Estes fatores,
associado ao processo de envelhecimento, aumenta ainda mais a
chance de algum acometimento cardíaco durante a prova. A idade por
si só já é um fator de risco para o desenvolvimento da hipertensão.
Levando-se em consideração que o risco de morte súbita entre atletas
é de um em 50 mil em idades acima de 35 anos e que a hipertensão
se correlacionou com a idade no presente trabalho, deve-se chamar a
atenção para a falta de exigência de atestados médicos em
praticantes de pedestrianismo. Os corredores de rua avaliados no
presente estudo apresentaram IMC dentro da normalidade, na
média, concordando com os resultados apresentados por Pet al mas,
49% destes possuíam sobrepeso e 4% obesidade. No entanto, estes
valores podem ter sido mascarados pela maior presença de massa
muscular, uma vez que, pelos resultados de CA, apenas 10%
apresentaram risco cardiovascular. Os valores médios de CA também
estavam dentro da normalidade. Essas diferenças entre IMC e CA
62 • Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2013 Jan-Mar;27(1):55-65
ISHIDA JC, et al.
também foram encontrados por Vet al.
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Tem sido demonstrado que o acúmulo de gordura corporal,
principalmente sua distribuição central,
contribui significativamente para o aumento de FC e PA
35-37
. Concordando, observou-se nos corredores
de rua que o IMC se correlacionou positivamente
com a FC, ou seja, quanto maior seu valor, maior
a frequência cardíaca, que acarreta maior trabalho
cardiovascular. A preocupação com esta variável se
dá pelo fato que durante uma atividade física intensa, como
é o caso da corrida de rua, principalmente associada ao
condicionamento físico insuficiente e/ou inadequado e aos riscos
cardiovasculares, pode elevar o risco de mal súbito e podendo
chegar à
morte súbita
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.
O exercício físico regular reduz a pressão arterial, além de produzir benefícios
adicionais, tais como diminuição do peso corporal e ação coadjuvante no
tratamento das dislipidemias, da resistência à insulina, do abandono do tabagismo
e do controle do estresse. Contribui, ainda, para a redução do risco de indivíduos
normotensos desenvolverem hipertensão.

Exercícios físicos, tais como caminhada, ciclismo, natação e corrida, realizados


numa intensidade entre 50% e 70% da freqüência cardíaca de reserva (vide
fórmula a seguir), ou entre 50% e 70% do consumo máximo de oxigênio, com
duração de 30 a 45 minutos, três a cinco vezes por semana, reduzem a pressão
arterial de indivíduos hipertensos. Em contrapartida, exercícios físicos muito
intensos, realizados acima de 80% da freqüência cardíaca de reserva, ou 80%
acima do consumo máximo de oxigênio, têm pouco efeito a pressão arterial de
hipertensos.

KOHLMANN JR., Osvaldo et al . III Consenso Brasileiro de Hipertensão Arterial. Arq Bras Endocrinol
Metab,  São Paulo ,  v. 43, n. 4, p. 257-286,  Aug.  1999 .   Available from
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27301999000400004&lng=en&nrm=iso>.
access on  06  June  2020.  http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27301999000400004

A HA representa uma das maiores causas de morbidade cardiovascular no Brasil e acomete


15% a 20% da população adulta, possuindo também considerável prevalência em crianças e
adolescentes

Sujeitos hipertensos não devem fazer exercícios sem o acompanhamento maciço de um


profissional adequado. Dessa forma de acordo com Silva et. al (2002), não é recomendado que
hipertensos pratiquem exercícios físicos aeróbicos e anaeróbicos de alta intensidade com
longa duração, por conta do risco da elevação bruta da PA, possivelmente levando – o a um
risco de morte.

O tratamento da hipertensão através de exercícios físicos pode reduzir ou mesmo abolir o uso
de tratamento farmacológico em casos de hipertensos. Para casos de hipertensão severa deve
se fazer um tratamento farmacológico antes de qualquer exercício físico. (ROLIM et. al, 2005).

De acordo com Negrão et. al (2001), o exercício físico tem que ser de baixa intensidade, pois o
mesmo diminui a PA porque provoca redução no DC, o que pode ser explicado pela diminuição
na FC de repouso e diminuição no tônus simpático no coração.

A corrida está associado a uma redução de 10 mmHg da PA de repouso de indivíduos


hipertensos. Este deve ser realizado com uma freqüência e com duração suficientemente
longa para produzir um maior gasto de calorias. A corrida pode ser realizada na esteira ou ao
ar livre sempre com o acompanhamento de um professor de educação física. De acordo com
Santarém (2003) não é incomum se verificar uma queda de 5 a 7mmHg após uma sessão de
exercício realizada por indivíduo com HA. Se atribui a isso um fenômeno chamado hipotensão
pós-exercício. Mecanismos fisiológicos naturais proporcionam uma vasodilatação da
musculatura no momento em que ela é mais requisitada, ou seja, o volume do sistema
circulatório aumenta e a pressão cai. Corrida de longa distancia diminui as taxas sangüíneas de
mau colesterol (LDL) e estimula a produção do bom colesterol (HDL). Fortalece ossos
prevenindo osteoporose. Ajuda a controlar o estresse (stress). Torna o sono mais agradável.
Diminui a ansiedade (RIBEIRO, 1996)

OS BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO FÍSICO NO CONTROLE DA PRESSÃO ARTERIAL DE HIPERTENSOS


PINHO, Silvia Teixeira de. Professora do Curso de Educação Física da UNIR1 SILVA, Roberta
Lúcia da. Graduada em Educação Física da UNIR2 NÚNEZ, Ramòn Càrdenas. Professor do Curso
de Educação Física da UNIR3 2010

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