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UFCD- 5427 - Legislação laboral

Prestação do trabalho: categoria profissional

De acordo com a categoria profissional, os trabalhadores abrangidos por este


acordo são integrados nas funções tipo/categorias e áreas de acordo com os
seus conhecimentos.

A Empresa pode criar outras funções tipo/categorias sempre que se


verifique a necessidade de adequar essas categorias a novas funções,
ouvindo as associações sindicais outorgantes deste Acordo Colectivo. Todas
as categorias são abrangidas por uma tabela salarial de acordo com a
avaliação das respetivas funções.

Os trabalhadores devem exercer as funções correspondentes à função


tipo/categoria e nível de desenvolvimento em que estão integrados. Sendo que,
a Empresa pode determinar o exercício de funções não compreendidas na
função tipo/categoria do trabalhador desde que lhe sejam afins ou
funcionalmente ligadas, o trabalhador detenha a qualificação profissional
adequada e não impliquem desvalorização profissional. Sempre que o
trabalhador seja incumbido de exercer funções não compreendidas na sua
função tipo/categoria por período superior a trinta dias seguidos, quando
aos serviços temporariamente desempenhados corresponder um tratamento
mais favorável o trabalhador terá direito a esse tratamento.

A condução de viatura automóvel integra as funções de todos os trabalhadores


abrangidos por este Acordo, desde que devidamente habilitados param o
efeito. Com exceção dos trabalhadores que conduzam viaturas da Empresa no
âmbito do exercício da sua função tipo/categoria (com a função nuclear de
condução de viaturas) e dos trabalhadores que exerçam funções de cargo de
estrutura, tem direito a um abono correspondente ao valor fixado para o

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Subsídio de transporte em veículos adstritos a carreiras de serviço público para


os funcionários e agentes da administração central, local e regional, por
quilómetro percorrido quem, de forma sistemática, utilizar viatura da Empresa
para o exercício das suas funções, entendendo-se como tal quem
mensalmente ultrapassar os 100 kms de condução.

A Empresa deve proporcionar a formação profissional adequada ao exercício


das funções decorrentes destas normas, quando o exercício dessas funções
exija especiais qualificações.

Polivalência e mobilidade funcional


A Mobilidade Funcional corresponde a um poder unilateral do empregador de
modificar as funções do trabalhador que não se encontram compreendidas na
actividade contratada a título temporário. A actividade contratada compreende
as funções principais que estão cometidas ao e as funções que lhes sejam
afins ou funcionalmente ligadas, para as quais o trabalhador detenha
qualificação profissional adequada e que não impliquem desvalorização
profissional. Assim, sendo o empregador apenas cairá no âmbito da mobilidade
funcional se as funções que pretende atribuir ao trabalhador extravasem a
actividade contratada entendida nos termos em que a lei a concebe.

Pressupostos
Nos termos do Artigo 102.º do CT o empregador pode, quando o interesse da
Instituição o exija, encarregar temporariamente o trabalhador de funções não
compreendidas na actividade contratada, desde que tal não implique
modificação substancial da posição do trabalhador.

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a) Exige-se em primeiro lugar que exista um interesse da empresa que


fundamente o recurso à Mobilidade Funcional. Este interesse deverá ser
objetivo e serio, o que significa que não poderá depender de elementos
subjetivos ou de conveniências pessoais da pessoa que determina a
modificação da funções e que deverá corresponder a “necessidades
relevantes inerentes ao funcionamento da organização”. O título
exemplificativo, justifica-se o recurso à figura da Mobilidade Funcional
nas situações de substituição de trabalhadores de ferias e de baixa
médica.

b) Segundo pressuposto a transitoriedade da necessidade que determina a


mobilidade traduz-se na delimitação do facto que dá origem à
necessidade de recorrer à mobilidade funcional, o que,
consequentemente determina que o exercício de funções seja limitado
no tempo. Isto significa que o interesse da Instituição que justifica o
recurso a esta faculdade deve ser transitório ou temporário, de modo a
obviar a possibilidade do empregador recorrer constantemente a este
mecanismo através da utilização sucessiva de diferentes trabalhadores
para o efeito com fundamento num interesse da empresa permanente.

c) O terceiro pressuposto do exercício legítimo desta faculdade pelo


empregador é a inexistência de modificação substancial da posição do
trabalhador. Deverá entender-se que existe modificação substancial da posição
do trabalhador sempre que as novas funções a desempenhar envolvam
sacrifícios que não possam se exigidos ao trabalhador ou impliquem alteração
substancial do posicionamento hierárquico da categoria profissional daquele.

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Formalidades
A ordem de alteração temporária de funções do trabalhador deve ser justificada
mediante a indicação dos respetivos motivos, nomeadamente o interesse da
instituição e deve conter a indicação do tempo previsível da duração da
situação. Acresce que deverá existir adequação entre os motivos invocados e o
tempo previsível de duração.

Efeitos
O primeiro efeito da mobilidade funcional é o exercício pelo trabalhador de
funções que não se enquadram na atividade contratada. Por esta via, o
trabalhador adquire, ainda que o título temporário um posicionamento diferente
no contexto da Instituição.
Se as funções a exercer temporariamente pelo trabalhador corresponderem a
uma categoria profissional que confira mais vantagens (retributivas ou outras o
trabalhador tem direito a beneficiar delas.
Acresce que a Mobilidade Funcional não pode implicar diminuição de
retribuição do trabalhador.

Mobilidade funcional

De acordo com a mobilidade funcional, o empregador pode, quando o interesse


da empresa o exija, encarregar o trabalhador de exercer temporariamente
funções não compreendidas na atividade contratada, desde que tal não
implique modificação substancial da posição do trabalhador.
As partes podem alargar ou restringir esta medida mediante acordo que
caduca ao fim de dois anos se não tiver sido aplicado. A ordem de alteração
deve ser justificada, indicando a duração previsível da mesma, que não deve
ultrapassar dois anos.

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Esta medida não pode implicar diminuição da retribuição, tendo o trabalhador


direito às condições de trabalho mais favoráveis que sejam inerentes às
funções exercidas. Salvo disposição em contrário, o trabalhador não adquire a
categoria correspondente às funções temporariamente exercidas.

Mobilidade Geográfica
Considera-se local habitual de trabalho a localidade em que se situam as
instalações da Empresa onde o trabalhador executa a sua prestação de
trabalho com carácter de predominância e regularidade.

Mobilidade geográfica - Transferência para outro local de trabalho

Entende-se por transferência, a deslocação definitiva de um trabalhador do


seu local habitual de trabalho. A Empresa pode transferir o trabalhador para
outro local de trabalho, se da transferência não resultar prejuízo sério para o
trabalhador ou quando a transferência resultar da mudança total ou parcial do
estabelecimento onde aquele presta a sua atividade. Compete ao trabalhador
provar a existência de prejuízo sério no caso de a transferência ocorrer de uma
localidade para outra localidade, como por exemplo dentro das Áreas
Metropolitanas de Lisboa e do Porto, ou de uma localidade para outra
localidade com distância não superior a 30 km e servidas entre si por
transportes coletivos regulares.

Verificando-se a transferência de uma localidade para outra, a Empresa


indemnizará o trabalhador pelo acréscimo de custos, em transporte coletivo, de
uma localidade para outra.

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Se a transferência para outro local de trabalho impuser a transferência de


residência do trabalhador, os encargos a suportar pela Empresa serão
previamente acordados entre o trabalhador e a Empresa. A decisão de
transferência tem de ser fundamentada e comunicada por escrito ao
trabalhador com a antecedência mínima de sessenta dias.

Mobilidade geográfica - Deslocação em serviço


Entende-se por deslocação em serviço a realização de trabalho fora do local
habitual de trabalho, por um período de tempo limitado.

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