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Um particulado é considerado fibrogênico quando tem potencial para causar fibrose
no tecido pulmonar.

Fibrose é uma reação orgânica do organismo que resulta na formação de tecido


conectivo (não elástico, não permeável) nas regiões do tecido pulmonar. As fibroses
mais significativas são a silicose, causada por sílica livre cristalizada e a asbestose,
provocada pela inalação de fibras de amianto.

Normalmente os particulados fibrogênicos são compostos de partículas sólidas


minerais (naturais ou artificiais) e orgânicas como sílica cristalina e asbesto.

São considerados particulados fibrogênicos qualquer aerossol que contenha mais de


7,5% de sílica livre cristalizada (SiO2) em sua composição ou, aqueles que tenham
menos de 7,5% de SiO2, mas cuja concentração total de poeiras respiráveis
ultrapasse o resultado da expressão:
/7  6L2  

Esta fórmula é definida pela legislação nacional (Anexo 12 da NR-15 da Portaria n.


3.214/78 – Ministério do Trabalho e Emprego) como o limite de exposição para
poeiras minerais contendo sílica livre cristalizada, fração respirável.

São exemplos de particulado fibrogênico: carvão mineral, grafite natural (mineração),


poeiras contendo asbesto e outras fibras naturais (erionita, sepiolita, atapulgita,
wollastonita e outras), poeira com fibras artificiais (fibro de vidro, lã de vidro, fibra
cerâmica), talco, poeira mineral contendo sílica livre cristalizada, cobalto, ligas de
metais duros, berílio, carbeto de silício (carborundum) e alumínio, dentre outros.

Existe controvérsia quanto à ocorrência de fibrose em humanos decorrente da


exposição a fibras artificiais, como fibra de vidro, lã de vidro, fibra cerâmica, etc. Até
que haja evidências científicas suficientes para uma conclusão em relação a cada
uma, estas devem ser tratadas como potencialmente fibrogênicas, tendo em vista a
participação de mais de um elemento químico na composição das mesmas.

Particulado não fibrogênico, a princípio, não tem potencial para causar fibrose,
quando depositados no sistema respiratório. Entretanto, não devem ser
considerados como inertes para a saúde, porque pode desencadear outros tipos de
reações no organismo, como a fagocitose.

São exemplos de particulados não fibrogênicos, desde que não se enquadrem em


qualquer um dos pré-requisitos de particulado fibrogênico: antimônio, bário, carvão
vegetal, estanho, grafite natural de uso industrial, ferro, sílica amorfa, titânio puro e
tungstênio puro.

Alguns autores afirmam que, mesmo os particulados não fibrogênicos, em situações,


especiais (quantidade excessiva de particuladas inaladas, exposições em locais
confinados com alta concentração e susceptibilidade do trabalhador), individuais ou
concomitantes podem causar certos tipos de fibrose.

Alguns aerossóis podem se enquadrar como fibrogênico ou não fibrogênico, na


dependência de algumas variáveis, principalmente a presença de sílica livre
cristalizada e fibras. Nesta categoria podemos citar o negro de fumo e o grafite
sintético.

Portanto, a classificação entre o que é fibrogênico e não fibrogênico é complexa,


requerendo uma gama de informações adicionais para uma caracterização
apropriada, em especial a que se refere ao percentual de sílica cristalina e a
presença de fibras respiráveis.

A NR-7 da Portaria n. 3.214/78, que trata do PCMSO – Programa de Controle


Médico de Saúde Ocupacional concede prazos mais dilatados para a realização de
exames radiológicos, quando se tratar comprovadamente de exposição a particulado
não fibrogênico.

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