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55CBC0210 PDF
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net/publication/281971482
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All content following this page was uploaded by Tereza Denyse Pereira de Araújo on 21 September 2015.
Resumo
Desde a publicação da NBR 15421 (ABNT, 2006) que os projetos de novas estruturas de concreto armado
passaram a ter requisitos de resistência a sismos. Entretanto, a norma não abrange os edifícios já
existentes, as quais estão mais vulneráveis a abalos sísmicos. Vários métodos de avaliação de
vulnerabilidade sísmica foram desenvolvidos, principalmente por países que apresentam terremotos
constantes, como o Japão. O método de Hirosawa, também conhecido como método Japonês, foi adaptado
à realidade predial brasileira por MIRANDA (2010), mais precisamente o seu primeiro nível. Este nível
consiste em uma avaliação qualitativa da estrutura, indicando apenas o quanto esta é vulnerável
sismicamente de acordo com as suas características gerais. O objetivo deste trabalho é avaliar a
vulnerabilidade do Centro Médico Gabriel Soares, localizado em Aracajú/SE, utilizando o método de
Hirosawa adaptado à realidade brasileira. As estruturas de hospitais são consideradas essenciais em
situações de emergência. Portanto, o diagnóstico desta vulnerabilidade sísmica permite adotar
procedimentos de reforço estrutural.
Palavra-Chave: Vulnerabilidade, Terremotos, Hirosawa, Hospital.
Abstract
Since the publication of NBR 15421 (ABNT, 2006) that projects of new reinforced concrete structures have
requirements for resistance to earthquakes. However, the code does not apply to existing buildings, which
are more vulnerable to seismic activity. Several methods to evaluating the seismic vulnerability were
developed mainly by countries with continuous earthquakes, such as Japan. The Hirosawa method, also
known as Japanese method, was adapted to Brazilian building reality by MIRANDA (2010), more precisely
its first level. This level consists of a qualitative assessment of structure, indicating just how much the
structure is seismically vulnerable according to their general characteristics. The aim of this work is
evaluating the vulnerability of Gabriel Soares Medical Center, located in Aracaju / SE, using the Hirosawa
method adapted to Brazilian reality. The hospital structures are considered essential in emergency
situations. Therefore, the diagnosis of this seismic vulnerability allows adopt procedures for structural
reinforcement.
Keywords: Vulnerable, Earthquakes, Hirosawa, Hospital.
I s E0 S D TD (Equação 1)
I s 0 Es 0 Z G U (Equação 2)
n 1 fc ( c1 Ac1 c 2 Ac 2 )
E0 a1 Fc (Equação 3)
n i 20 W
onde:
q1i 1 1 Gi Ri i a, b, c, d , e, f , g , i, j, k (Equação 5)
Figura 1 – Irregularidades encontradas em edificações: (a) Regularidade em planta; (b) Relação entre
dimensões; (c) Contração em planta. (Fonte: MIRANDA, 2010)
H
Cs (Equação 7)
W
Sendo H as forças horizontais na base da estrutura. Como a NBR 15421 (ABNT, 2006)
limita o coeficiente sísmico, Cs, inferiormente e superiormente, estes limites também são
impostos ao índice Is0. O limite inferior, Is0,inf é igual a 0,01 e o limite superior, Is0,sup é
determinado por:
0,33 Gs Z U
I s 0,sup (Equação 8)
Ta
De acordo com a NBR 15421 (ABNT, 2006), o território brasileiro é dividido em cinco
zonas sísmicas (Figura 4) que são definidas de acordo com a variação da aceleração
sísmica horizontal. O estado de Sergipe se encontra na zona sísmica zero (Z = 0),
apresentando aceleração sísmica de 0,025g, assim como a maior parte do território
nacional.
A classe do terreno em que se encontra o hospital é classe ‘E’ (Tabela 4), pois se trata
de um terreno arenoso. Portanto, o subíndice G é igual a 2,5.
O Centro Médico Gabriel Soares é considerado um edifício de caráter essencial, ou
seja, é classificado como Categoria III, pois é uma instituição de saúde com instalações
de tratamento de emergência e de cirurgias. Logo, é considerada pela defesa civil uma
edificação de função crítica. Nesse caso, o subíndice de importância U é 1,5 (Tabela 5).
Com as informações obtidas pelos responsáveis do projeto do Centro Médico Gabriel
Soares, foi possível relatar algumas características do edifício que são consideradas para
o subíndice de deteriorização (TD): a edificação está sem deformação; não há ocorrências
de infiltrações nem a presença de armaduras corroídas; não houve a ocorrência de
incêndios; e a edificação tem mais de 30 anos de utilidade. Baseando-se nestes dados e
usando a Tabela 2, o valor deste subíndice para o hospital é 0,8.
A edificação possui uma área total de 747,3 m², sendo que a área do térreo é 291,3 m²
e a área de cada um dos dois pavimentos superiores é 228 m². A irregularidade em planta
do edifício define um subíndice de configuração estrutural, SD, igual a 0,8.
Para o cálculo do índice de desempenho sísmico (Eq. 1) é necessário a soma das
seçoes dos pilares de cada pavimento, a qual é calculada de acordo com o projeto
estrutural da edificação. Os valores das variáveis a1, Fc, c1, e c2 são 1,0; 1,0; 1,0 MPa; e
0,7 MPa, respectivamente. A resistência média ao cisalhamento depende da divisão da
altura livre dos pilares pela seção do pilar. Como a altura livre do pilar da estrutura é 2,8 m
e a área de sua seção transversal é 0,09 m² (30cmx30cm), a divisão da altura pela seção
é um quociente maior do que 6, e segundo o método de Hirosawa adaptado, se este
quociente for menor do que 6, deve-se utilizar na Eq. 3 a resistência média ao
cisalhamento 2(c2 ) que apresenta o valor já estabelecido pelo método de 0,7 MPa.
A resistência do concreto à compressão é 30 MPa e o peso específico adotado para o
concreto armado é 25,0 kN/m³.
A Tabela 7 resume as características e propriedades necessárias para o cálculo do
índice de desempenho sísmico, Is, da edificação.
4 Discussão
I IS0
RCR S % (Equação 9)
I S
Então, o valor do RCR para o hospital é 83,65%, que é maior do que zero o que indica
ainda mais a não vulnerabilidade da estrutura.
MIRANDA (2010), em seu trabalho, aplicou o método adaptado à estruturas-modelos
inseridas em várias regiões do país. Uma destas estruturas (Estrutura Modelo II) possuía
área de 1.363,68 m² distribuída em três pavimentos, cada um com 454,56 m² e também
apresentando irregularidade em planta do edifício (Figura 5).
Esta estrutura modelo foi a que mais se encaixou com as características estruturais do
Centro Médico Gabriel Soares, possibilitando comparar os resultados aqui encontrados.
Os resultados obtidos por MIRANDA (2010) são apresentados nas tabelas 8 e 9 para os
índices de solicitação sísmica e reserva de capacidade resistente, respectivamente.
É possível perceber, que para a Zona sísmica zero e classe E, o I so é 0,08 enquanto
que no Centro Médico Gabriel Soares foi encontrado um I so = 0,078, uma diferença de
2,5%. Já o índice de desempenho sísmico da Estrutura Modelo é 0,12, enquanto o menor
valor do hospital é 0,477.
Tabela 8 – Índices de solicitação sísmica da Estrutura Modelo II. (Fonte: MIRANDA, 2010)
Tabela 9 – Reserva de capacidade resistente da Estrutura Modelo II. (Fonte: MIRANDA, 2010)
Figura 6 – Mapa de vulnerabilidade sísmica da Estrutura Modelo II – Terreno Classe E. (Fonte: MIRANDA,
2010)
5 Conclusões
CALVI, G. M.; PINHO, R.; MAGENES, G.; BOMMER, J. J.; RESTREPO-VÉLEZ; L. F.;
CROWLEY, H. Development of seismic vulnerability assessment methodologies
over the past 30 years. ISET Journal of Earthquake Tecnology, Paper No. 472, v. 43, n.
3, pp. 75-104, 2006.
LANTADA, N.; PUJADES, L. G.; BARBAT, A. H. Risk Scenarios for Barcelona, Spain,
Proceedings of the 13th World Conference on Earthquake Engineering, Vancouver,
Canada, Paper No. 423. 2004.