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politicamente correto
Por Cristian Derosa.
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Mas Cooper não tirou do nada a sua revolução linguística. Tampouco a feminista
contemporânea Judith Butler, em seus manuais de “performances” de gênero,
retirou da cartola ou da própria cabeça a ideia de revolucionar a linguagem
através da ressignificação das palavras. Pouco antes de Cooper, durante a década
de 1960, o psicólogo americano Marshall Rosenberg (1934-2015) criou a
Comunicação Não-Violenta (CNV), estrutura de sugestões linguísticas para
arbitrar conflitos diplomáticos. Seu objetivo era unir a ética filosófica à
linguagem interpessoal em busca de um ponto em comum para iniciar debates e
aproximações sociais ou pessoais. A ideia da CNV era desarmar as pessoas de
suas convicções, atenuando os choques de opinião, principalmente na área da
política, em uma época marcada pela polarização e conflitos geopolíticos. O
princípio da união, base da ideologia pacifista que ganhou reforço após a
Segunda Guerra Mundial, tinha como alicerce a construção de uma verdadeira
“cultura do encontro” ou “cultura de paz” que serviria de base para uma
necessária cooperação internacional.
Após ter trabalhado e ser requisitado por diplomatas e chefes de estado para a
intermediação de conflitos, Rosenberg migrou da política para as relações
humanas em seus estudos, o que ficou evidente em seu livro Comunicação Não
Violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais.
Rosenberg fez um enorme sucesso e foi elogiado por gurus da nova era como o
indiano Deepak Chopra, que considerou seu livro uma verdadeira operação de
abertura da consciência para o encontro entre as pessoas. Ainda hoje, Rosenberg
é citado entre ativistas pela “diversidade” e “tolerância”, além de representar
forte influência para projetos das comunidades LGBT. No Brasil devem também
ao psicólogo o uso de termos como “empatia” e “abordagem empática”, além de
“tolerância”. O livro de Rosenberg começa com um agradecimento a um de seus
mentores, o também psicólogo Carl Rogers, inspirador do CVV (Centro de
Valorização da Vida) e herdeiro da chamada “abordagem centrada na pessoa”.
O personalismo
Descontentes com as correntes psicológicas praticadas na primeira metade do
século XX, consideradas reducionistas, funcionalistas e mecanicistas, como o
behaviorismo, Carl Rogers e os psicólogos personalistas criaram grupos de
encontro psicoterapêuticos, utilizados como modelo até hoje pelos CVV. Seu
estudo foi o resultado e aprofundamento de estudos anteriores, que começaram a
perceber a insuficiência dos modelos anteriores de psicologia social.
A corrente personalista, que pode ser representada por autores como Max
Scheller e Emmanuel Mounier, influenciou profundamente o pensamento cristão,
a partir de abordagens influenciadas por ela como o humanismo integral, de
Jacques Maritain. Essa linha foi uma das inspirações da corrente política
Democracia Cristã e teve grande influência no pensamento do Papa São João
Paulo II, bem como no Concílio Vaticano II.
A psicologia social, até então, era vista de maneira muito simples, como uma
questão de reação psicológica a sentimentos de ameaça. Lewin percebeu que a
interação entre as pessoas pesava muito e começou a estudá-la. Para isso, criou
grupos de controle e pesquisa, que se chamaram “Dinâmicas de Grupo” e
serviam tanto para compreender a estrutura das relações humanas como para
determiná-las. As dinâmicas passaram a ser usadas por empresas e governos que
desejassem estabelecer um nível de controle e compreensão do processo social
que envolvia aquelas relações.