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PERCEPÇÃO AMBIENTAL
COMO OBJETO DE
CONSTRUÇÃO À EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
revista brasileira
de
educação
Revbea, São Paulo, V. 12, No 2: 67-78, 2017. ambiental
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Educação Ambiental e consciência
Quando estabelecemos uma relação entre Educação Ambiental e
sociedade, pode-se perceber que ambas se correlacionam, conduzindo o
sujeito a refletir sobre as questões ambientais e pensar conscientemente as
relações entre o homem e o meio ambiente. No entanto, na prática da
Educação Ambiental, a percepção ambiental do sujeito é estimulada e este
passa a perceber o que está a sua volta e criar sua própria interpretação sobre
o mundo vivido.
Segundo Dias, (2004) a Educação Ambiental:
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3Conforme a recomendação internacional da rede de Gênero, a autora se utiliza da simbologia “@”para
de evitar a linguagem sexista presente no texto. (SATO, 2001).
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individualista é capaz de nos fornecer resultados plausíveis com o que se
espera da Educação Ambiental implementada nas escolas. Faz-se necessário
repensar o modo de se conceber este processo, em que:
Considerações finais
A Fenomenologia subsidia teoricamente a Teoria da Percepção que
aborda as relações que o sujeito estabelece com o meio ambiente por meio de
seus processos cognitivos e sociais ao oportunizar a compreensão do mundo
observado pelo sujeito.
Quando estabelecemos uma relação entre a Percepção Ambiental e
Educação Ambiental, pode-se perceber que ambas se correlacionam. Esta
conduz o sujeito a refletir sobre as questões ambientais e pensar consciente as
relações entre o homem e o meio ambiente enquanto aquela, a percepção
ambiental trata de compreender as modalidades segundo as quais os seres
humanos constroem suas relações com os lugares, quer eles sejam simbólicos,
constitutivos de identidade ou mais banais e familiares.
Desta forma, a Educação Ambiental se torna uma prática social
educativa que tem como objetivo gerar uma relação que possibilite o
entendimento do sujeito sobre a realidade e suas ações com o meio ambiente.
Esta abordagem se baseia na interdisciplinaridade, nos conhecimentos
científicos e também considera os saberes locais e populares vivenciados por
cada sujeito em seu espaço.
Nota-se, no entanto, que não basta pensar a Educação Ambiental de
uma forma consciente. Não se ensina consciência a alguém, a consciência é
fruto do entendimento que o sujeito tem em relação a determinado fato, sendo
papel do processo da Educação Ambiental proporcionar a aplicabilidade destas
informações para que estas tenham uma difusão prática e possibilite uma
sociedade ambientalmente crítica capaz de tomar decisões as quais reflitam
em melhorias ambientais.
Para que a Educação Ambiental seja realmente eficiente a atinja os
objetivos propostos, tem de ser dimensionada a um âmbito maior do que o de
formadora de consciência. É preciso que proporcione uma visão da realidade
em que se encontra, reflita em práticas sociais que demandem um trabalho
integrado entre os diversos setores da sociedade e garanta à Educação
Ambiental a assistência e direitos necessários para que esta se desenvolva no
âmbito de atingir uma nova perspectiva ambiental em nível de novas práticas. revista brasileira
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educação
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