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FACULDADE

A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NAS EMPRESAS:


O TRABALHO DO AUDITOR E SUAS RESPONSABILIDADES NO SETOR
CONTÁBIL

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS


2019
A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA INTERNA NAS EMPRESAS:
O TRABALHO DO AUDITOR E SUAS RESPONSABILIDADES NO SETOR
CONTÁBIL

Monografia apresentada ao Curso de *******


como um dos requisitos para obtenção do título
de especialista em
***************************************** sob a
orientação do Prof. Msc.

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS


2019
AGRADECIMENTO
RESUMO
O presente estudo apresenta a importância da Auditoria Contábil, recurso que tem
sido cada vez mais utilizado por empresas dos mais variados segmentos, em
situações onde um comprometimento é necessário na busca da veracidade de
documentos. Mostra a responsabilidade deste trabalho no intuito de esclarecer
controvérsias e quaisquer arbitrariedades existentes nos seus mais variados tipos,
além da exigência de um alto nível de atenção e riqueza de detalhes, exigindo assim
o máximo de ética possível para a sua perfeita atuação profissional. A busca pela
veracidade dos fatos e o parecer exato daquilo em que se está em questão também
são pontos desenvolvidos neste estudo. A questão do reconhecimento desse
profissional no mercado de trabalho e sua forma de atuação, os desafios
enfrentados no dia a dia, o grande volume de trabalho e informações técnicas que
precisam ser levantadas para a realização de uma auditoria são abordados no
decorrer do texto à luz de teóricos renomados acerca do tema. O estudo é realizado
através de um referencial bibliográfico, somado a um estudo de caso proposto com o
objetivo de melhor compreender a atuação dos auditores em plena atividade. O
objetivo geral é apresentar a importância da ética dentro desse ofício para que assim
possam ser prestados serviços de qualidade e veracidade cabíveis a este ofício.

Palavras-chave: Auditoria Contábil, Responsabilidade, Ética.

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..............................................................................................................7
CAPÍTULO I..................................................................................................................9
A DEFINIÇÃO DE AUDITORIA E SUA FINALIDADE.................................................9
1.1 AUDITORIA: DEFINIÇÃO E TIPOS....................................................................9
1.1.1 Auditoria Interna..........................................................................................10
1.1.2 Auditoria Contábil........................................................................................10
1.1.3 Auditoria operacional e de sistemas, auditoria de qualidade e ambiental..10
1.1.4 Auditoria externa.........................................................................................10
1.2 O PAPEL DO AUDITOR E SUA IMPORTÂNCIA: ÉTICA E INTEGRIDADE
PROFISSIONAL.......................................................................................................11
CAPÍTULO II...............................................................................................................14
AS RESPONSABILIDADES PROFISSIONAIS DO AUDITOR..............................14
2.1 OS RISCOS DE AUDITORIA............................................................................14
2.2 ACERCA DOS LAUDOS E PARECER DO AUDITOR.....................................15
2.3 A PREPARAÇÃO DAS EMPRESAS PARA RECEBER UMA AUDITORIA......16
2.4 ÉTICA PROFISSIONAL.....................................................................................17
2.4.1 A ética como ciência....................................................................................18
2.4.2 A moral e a ética..........................................................................................18
2.4.3 A ética dentro do ambiente empresarial......................................................21
CAPÍTULO III..............................................................................................................23
ESTUDOS DE CASO: A IMPORTÂNCIA DA SERIEDADE NA AUDITORIA
EMPRESARIAL..........................................................................................................23
3.1 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE CASO: DELOITTE DO BRASIL.............23
3.1.1 Análise do caso...........................................................................................24
3.2 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE CASO: ARTHUR ANDERSEN...............26
3.2.1 Análise do caso...........................................................................................27
CONCLUSÃO.............................................................................................................28
BIBLIOGRAFIA..........................................................................................................29

INTRODUÇÃO
A Auditoria Contábil é uma área de extrema relevância para a exatidão de
documentações e esclarecimentos de quaisquer dúvidas que possam existir no
âmbito empresarial, a fim de sanar litígios diversos. É uma área que vem ganhando
destaque graças a sua eficiência e nível de satisfação por parte de gestores diversos
que se baseiam em tais estudos para a tomada de decisões importantes envolvendo
os mais diversos pedidos de correção e organização empresarial.
É um ofício que exige muita atenção, dedicação e empenho por parte do
profissional para que ele possa agir com o máximo de exatidão, ética e veracidade
em seu trabalho, exigindo a realização de atividades diversas e suficientes para
colaborar com as questões contábeis em tramitação acerca de dúvidas surgidas nos
processos de organização empresarial.
A escolha do tema para a realização deste trabalho tem como base a
importância da auditoria contábil na exatidão de informações diversas sobre algum
bem e a administração financeira de algo para a compreensão e aplicação de ações
estratégicas específicas, visando o crescimento empresarial e o seu devido controle
financeiro, como forma técnica de exatidão no processo de documentação contábil.
Trata-se de um trabalho minucioso, onde a atenção e a dedicação são fatores
de grande importância no sucesso do auditor para a realização do seu trabalho. A
busca da veracidade dos fatos através de uma pesquisa ampla e bem fundamentada
é um fator chave no processo exigindo assim muito empenho do profissional e uma
atuação ética que precisa estar acima de qualquer suspeita para passar assim a
devida credibilidade dos serviços prestados, conforme ressalta Matos (2011).
Um dos motivos que justificam esse estudo é exatamente o fato de que o
auditor contábil possui um grande volume de trabalho a ser feito e o mercado de
trabalho para essa área tem disponibilizado cada vez mais vagas para esse
profissional.
Somado a isso, a amplitude da Auditoria Contábil será apresentada
juntamente com citações, embasamentos e à luz da literatura dos estudiosos. Dessa
forma, a compreensão sobre a importância desse serviço será evidenciada de modo
a deixar claro o mérito e as benfeitorias trazidas através de decisões que tenham
sido tomadas a partir do trabalho desenvolvido nesta área.
O objetivo geral deste estudo é o de compreender a atuação ética de
auditores em plena atividade de uma situação específica a ser apresentada e
analisada à luz dos teóricos estudados. Pretende-se, de forma específica:
Abordar a necessidade de reconhecimento deste ofício na área da
contabilidade, valorizando as condições de trabalho desses profissionais; Mencionar
a importância desse serviço para a contabilidade e gestores empresariais dos mais
diversos ramos de atividade, contribuindo com a tomada de decisões e criação de
estratégias mais eficientes e bem embasadas, graças aos serviços prestados por
auditores; Apresentar a forma de trabalho do auditor contábil, mas evidenciar a sua
real importância nos processos de investigação e documentação a fim de sanar
quaisquer dúvidas existentes dentro de empresas e também como forma de
organizar documentos diversos, garantindo assim a legitimidade das informações
apuradas.
A metodologia a ser aplicada no presente estudo será a pesquisa de análise
exploratória, conforme orienta Gil (2010), a partir de um referencial teórico produzido
a partir dos ensinamentos de escritores e estudiosos renomados acerca do tema
para que assim a questão da importância da Auditoria Contábil seja analisada e
compreendida de forma ampla e eficaz. Um estudo de caso é apresentado como
forma de compreender na prática a importância do profissional auditor nas empresas
e as consequências de suas falhas caso seu trabalho não seja feito de forma ética.
O serviço de auditoria está cada vez mais presente dentro das organizações.
Com isso, a responsabilidade dos profissionais atuantes nessa área é cada vez
maior, pois a falta de veracidade, ética e compromisso com tal processo podem
resultar em danos prejudiciais tanto para a empresa auditada como para o
profissional auditor.
Assim sendo, a responsabilidade ética de tal profissional depende de uma
série de fatores que precisam ser observados a fim de promover um trabalho
pautado no profissionalismo e perfeição.

CAPÍTULO I

A DEFINIÇÃO DE AUDITORIA E SUA FINALIDADE


Quando se diz o termo “fazer uma auditoria”, busca-se uma apuração técnica
mais detalhada a fim de se buscar provas contundentes acerca de uma determinada
situação e a apuração acerca da organização de documentos, bem como de todo o
seu processo de arquivamento dentro de uma organização. Hoog (2008) ressalta
que o trabalho de auditoria é uma importante prestação de serviço responsável por
solucionar não apenas questões organizacionais no âmbito administrativo geral, mas
também de trazer à tona a veracidade dos fatos em várias áreas de atuação,
inclusive na Contabilidade.
Para desempenhar esse importante papel, faz-se necessário a atuação do
auditor, para que assim o trabalho possa ser feito na sua totalidade, com o máximo
de técnica e aprofundamento que o ofício requer. Segundo Matos (2011), o auditor é
aquele que é dotado de conhecimentos e embasamentos técnicos, o responsável
por analisar friamente as coisas e fatos, para depois reporta-las através de relatórios
a quem lhe for devido.

1.1 AUDITORIA: DEFINIÇÃO E TIPOS

A auditoria é uma importante ferramenta de apoio a uma boa gestão


empresarial. Segundo Crepaldi (2007) trata-se de uma importante missão realizada
por profissionais devidamente treinados e competentes a fim de realizar serviços de
qualidade, baseados na ética e veracidade dos fatos, levando assim a credibilidade
necessária que a tramitação do ofício exige.
Muller (2009) orienta que o processo de auditoria tem a finalidade de apurar
de forma detalhada se as atividades desempenhadas por uma empresa estão em
conformidade com todos os objetivos e valores pré-definidos pela organização. É
utilizado também para a análise de documentação e recursos a serem observados
no ponto de vista burocrático, como: o correto pagamento de impostos, por exemplo.
Existem muitos tipos de auditorias contábeis, que se dividem em dois grandes
grupos, sendo elas: auditoria interna e auditoria externa.

1.1.1 Auditoria Interna


O processo de auditoria interna é aquele que geralmente é realizado por um
profissional específico, que normalmente é ligado à diretoria da empresa auditada.
Marion (2009) orienta que a principal função desse profissional é averiguar se todos
os processos relacionados à área contábil da organização estão em conformidade e
organização. É papel desse auditor verificar se o controle interno é efetivo quanto à
exatidão de informações e se há um respeito quanto a todas as normas da empresa.

1.1.2 Auditoria Contábil

É o processo de auditoria voltado para as finanças de uma empresa.


Preocupa-se em observar todas as ações voltadas para o patrimônio da organização
e se todos os processos estão sendo executados de maneira a não colocar os
negócios em risco e em situação desagradável com os órgãos de fiscalização do
governo. Um dos principais motivos desse tipo de auditoria é o de diminuir a
improbidade administrativa, conforme orienta Marion (2009).

1.1.3 Auditoria operacional e de sistemas, auditoria de qualidade e ambiental

São outros tipos de auditoria realizados de forma a compreender o


andamento documental das áreas referidas e a devida retidão nos processos de
cada uma delas, sempre observadas com todo o rigor, técnica e ética pertinente ao
profissional auditor responsável pelas análises. Muller (2009) ressalta que um dos
principais objetivos para a execução de uma auditoria dentro dessas áreas é a de
garantir a eficiência quanto ao preparo e manutenção de documentos cabíveis de
modo a se certificar quanto à existência da regularidade em todos os processos e a
devida organização dos setores auditados.

1.1.4 Auditoria externa

O processo de auditoria externa é aquele onde normalmente são contratados


auditores independentes, que não possuem qualquer vínculo com e empresa
auditada. Segundo Sousa (2008) trata-se de uma modalidade de serviço muito
utilizada dentro de diversas empresas que preferem auditar as organizações sob o
ponto de vista de um profissional que está do lado externo, garantindo assim a
imparcialidade nos fatos apurados. No entanto, normalmente, um auditor externo
trabalha em parceria com o auditor interno de modo a facilitar assim o levantamento
dos dados necessários.
O processo aplicado pelo auditor externo segue os mesmos moldes daqueles
que são praticados pelo auditor interno. Muller (2009) orienta que, desse modo, ele
faz uso da auditoria fiscal, contábil, operacional, ambiental e outras que forem
necessárias para a amplitude do processo e uma visualização geral do processo de
condução de uma organização.

1.2 O PAPEL DO AUDITOR E SUA IMPORTÂNCIA: ÉTICA E INTEGRIDADE


PROFISSIONAL

O auditor contábil tem uma importância fundamental no trabalho de


organização e fiscalização empresarial. Nesse sentido, conforme orienta Muller
(2009), o auditor é aquele profissional que possui um nível de conhecimento
apurado acerca de questões técnicas necessárias para a investigação, além de ser
uma pessoa que está à disposição de gestores e diretores, prestando informações
toda vez que lhe for solicitado.
Segundo Matos (2011) é uma função e prática pessoal do auditor confrontar
informações, levantar questionamentos, levantar dúvidas e possibilidades que
deverão ser concretizadas ou não no processo de auditoria. É função dele: apurar,
questionar a exatidão de documentos e materiais diversos e de garantir a
transparência de toda a documentação de uma organização a fim de evitar maiores
problemas.
O trabalho do auditor contábil é baseado nos temas relatados no processo em
questão. Muller (2009) orienta que o seu trabalho consiste em colocar em evidência
todos os detalhes onde exista algum ponto de dúvida, necessitando assim de uma
correção contundente acerca do que se está em questão.
Segundo Padoveze (2011), o auditor precisa estar sempre alerta quanto as
suas responsabilidades e quanto à sua missão, ponderando e colocando em prática
todo o seu conhecimento técnico, avaliando negligências e erros da parte
investigada. O profissional deve obedecer alguns requisitos específicos para
executar sua função com excelência.
Esses requisitos são: Conhecimento técnico e científico, experiência
profissional e atitude positiva. Padoveze (2011) orienta que, quanto à questão do
conhecimento técnico e científico, vale ressaltar que no caso do auditor contábil, a
profissão requer formação específica e regulamentada em Ciências Contábeis para
a sua devida atuação profissional.
Segundo Iudícibus (2006), no que se refere à experiência profissional, o perito
precisa ter uma intensa bagagem de conhecimento para que assim possa avaliar
melhor todo o material a ser apurado e os estudos específicos pertinentes à sua
função. A atuação prática será capaz de proporcionar ao auditor esse
armazenamento de experiências que serão adquiridas com o seu tempo de atuação.
Outro ponto necessário para que o auditor contábil tenha sucesso em sua
profissão está à chamada ‘atitude positiva’, que nada mais é do que o profissional ter
uma conduta profissional de atuação totalmente idônea, conforme ressalta Medeiros
(2008). É muito bem vindo o desejo de um aprimoramento constante por parte do
profissional, buscando conhecimento embasamento para a sua atuação no mercado
de trabalho.
O auditor contábil, visto como um prestador de serviços é cobrado no que se
diz respeito à sua eficiência profissional. Matos (2011) orienta que os clientes
depositam nele a sua total confiança e aguardam a partir da sua contratação um
serviço que seja totalmente verídico e confiável. A perfeição é a única coisa que
importa para os clientes. Portanto, há um nível imenso de exigências.
Ribeiro (2010) fez um estudo detalhado que avalia a qualidade dos serviços
prestados pelo auditor contábil, onde foram apresentadas cinco dimensões gerais
daquilo que é considerado essencial para o bom desempenho do profissional. São
elas:
Confiabilidade: a capacidade de prestar o serviço prometido de modo
confiável e com precisão;
Tangíveis: a aparência física de instalações, equipamentos, pessoa e
materiais de comunicação;
Sensibilidade: a disposição para ajudar o cliente e proporcionar com
presteza um serviço;
Segurança: o conhecimento e a cortesia de empregados e sua habilidade
em transmitir confiança e confiabilidade.
Empatia: a atenção e o carinho individualizados proporcionados aos
clientes. (RIBEIRO, 2010, p. 245).

Nesse sentido, Medeiros (2008) ressalta que esse conjunto de fatores é


essencial para o sucesso do auditor contábil, mas existem outros fatores que o
profissional precisa ter como qualidades fundamentais em seu ofício: um
conhecimento técnico indiscutível e bem embasado e um comportamento acima de
quaisquer suspeitas. Esses são itens fundamentais observados e cobrados pelo
cliente que busca a qualidade e excelência dos serviços prestados.
Existe um Código de Ética, devidamente regulamentado para que o sucesso
do auditor seja almejado e a fim de manter uma organização e padrão ético desse
profissional. Sousa (2008) orienta que o objetivo desse código é informar ao
profissional sobre a postura que o mesmo deve adotar de acordo com os padrões
éticos praticados e aceitos na sociedade, contribuindo assim para que o auditor haja
de modo eficiente e em retidão com o seu trabalho.
Desse modo, faz-se necessário a observância e atitude profissional de acordo
com os parâmetros estabelecidos por esse código a fim de promover bons
resultados não só no campo da auditoria como em todas as atividades pertinentes
ao contador.
CAPÍTULO II

AS RESPONSABILIDADES PROFISSIONAIS DO AUDITOR

Como em qualquer profissão, uma série de fatores envolvendo


responsabilidades, direitos e deveres precisam ser cumpridos. Na profissão de
auditor não é diferente. Existem regras e normas que precisam ser respeitadas para
o bom funcionamento da carreira e para que a credibilidade do profissional esteja
sempre bem avaliada. Sousa (2008) lembra, de forma muito categórica que os erros
cometidos por um auditor podem causar consequências muito sérias a empresas e
pessoas, trazendo assim um transtorno imenso que não deve acontecer.
Havendo qualquer dolo ou quebra dos seus deveres como profissional nesta
área, o auditor poderá responder judicialmente pelas suas ações, sendo punido
conforme prevê a lei. O profissional também deverá responder aos conselhos de
contabilidade, podendo até mesmo perder o direito de atuar na área. Sousa (2008)
prevê ainda que uma vez errando o auditor a ponto de prejudicar alguma
organização ou envolvidos na mesma, o profissional poderá ser processado a ponto
de indenizar a parte prejudicada, devolvendo todos os valores em que o mesmo de
alguma forma se sentir danificado.
Desse modo, o auditor precisa ter a certeza de que irá conseguir manter a
eficiência e retidão profissional antes de aceitar a pesquisa, ou sua credibilidade
poderá ser totalmente prejudicada, causando dano a si próprio e às partes
envolvidas em um processo, conforme ressalta Padoveze (2011).

2.1 OS RISCOS DE AUDITORIA

Os chamados “riscos de auditoria” são os riscos e/ou irregularidades


existentes nos processos contábeis realizados nas auditorias. Segundo Freitas
(2012), entre esses riscos está a possibilidade do auditor não detectar problemas
existentes no processo de conferência. Isso traz a falta de constatação de erros
existentes dentro das empresas auditadas, podendo, portanto gerar riscos de
auditoria que podem trazer sérios danos à empresa auditada e aos profissionais
auditores envolvidos.
A NBC-T-11 estabelece como risco de auditoria as possibilidades do auditor
deixar de emitir uma opinião técnica devidamente embasada e apurada, produzindo
assim um relatório inadequado à realidade existente em um determinado lugar.
A NBC-TA-315 afirma que o auditor precisa encontrar e avaliar os riscos de
distorção relevante, outro tipo de risco que pode trazer transtornos para profissionais
auditores, bem como para empresas auditadas, observando possíveis fraudes
identificadas, proporcionando a possibilidade de planejamento e correção de erros.
A NBC-TA-330 trata da questão das respostas dadas pelo auditor aos riscos
avaliados, tendo o mesmo o dever de elaborar relatórios dotados de evidências
cabíveis aos riscos evidenciados, permitindo assim a possibilidade da apresentação
da veracidade dos fatos.
Ainda segundo Freitas (2012), o auditor responde junto à sociedade pela sua
opinião emitida, devendo, portanto realizar um trabalho minucioso e devidamente
documentado com informações verídicas, registrando inclusive os possíveis riscos
de auditoria pertinentes àquele local específico em que estiver atuando. Erros
envolvendo os processos de auditoria podem responsabilizar o profissional nas
áreas penal e civil.

2.2 ACERCA DOS LAUDOS E PARECER DO AUDITOR

Segundo Peres Júnior (2009), prova é o resultado vindo do trabalho do


auditor, comprovando ou não as informações e dúvidas vindas de gestores acerca
da causa em questão. O momento de apresentação de uma prova é de uma
importância fundamental para o profissional, pois é a partir dela que os gestores irão
criar ações específicas para contornar os problemas encontrados a fim de organizar
a parte burocrática de uma empresa.
O mesmo autor orienta que, no que se refere ao laudo escrito, trata-se do
documento em questão, o resultado de todo o processo da apuração de
documentação feita pelo auditor, onde tudo o que foi observado e evidenciado é
formalizado de forma escrita a fim de apresenta-lo aos gestores/diretores
responsáveis.
Sousa (2008) afirma que é um documento elaborado sob responsabilidade do
próprio auditor, constando nele todas as informações técnicas cabíveis a fim de
sanar de vez as dúvidas existentes acerca do que se está sendo apurado. O objetivo
final do laudo é trazer a transparência ao processo, sendo necessário e útil para o
embasamento das decisões dos administradores responsáveis pela empresa em
questão.
Um laudo escrito, para ser enquadrado como um documento de boa
qualidade precisa estar pautado em alguns requisitos mínimos, sendo eles:

Quadro 1: Conteúdo a ser registrado no laudo realizado pelo auditor


Registro técnico a ser produzido pelo auditor e os devidos detalhes a
constar no relatório produzido
1. Objetividade
2. Rigor tecnológico
3. Concisão
4. Argumentação
5. Exatidão
6. Clareza
Baseado em Zanna (2011)

Portanto, o auditor precisa elaborar e apresentar um documento bem elaborado


e organizado para que o mesmo apresente credibilidade do trabalho produzido em
todas as suas esferas, conforme orienta Zanna (2011).

2.3 A PREPARAÇÃO DAS EMPRESAS PARA RECEBER UMA AUDITORIA

Sousa (2008) orienta que todo gestor procura criar formas de reduzir custos e
garantir assim a transparência nas atividades desempenhadas dentro de uma
empresa. A busca pela redução de riscos eminentes é feita a todo o momento,
evitando assim que a empresa tenha problemas futuros.
O mesmo autor ressalta que a auditoria interna é uma forma de promover
essa busca pela retidão e organização dos negócios, buscando assim a
compreensão acerca de tudo o que se passa dentro de uma empresa. No entanto, é
preciso prepara-la para que a chegada do auditor aconteça de maneira adequada,
proporcionando assim uma forma confortável e bem informada para que o mesmo
possa atuar de maneira eficiente.
Matos (2011) afirma que a presença do auditor dentro de uma empresa é uma
forma de observar se o plano de organização pré-estabelecido e praticado no
negócio são eficientes ao ponto de proteger os ativos e os dados de confiança
relacionados à administração do mesmo. É também uma forma de analisar como
tem funcionado o sistema operacional, identificando o seu nível de eficiência e as
diretrizes necessárias para que haja qualidade na atuação administrativa em geral.
Segundo Perez Júnior (2009), a presença de uma auditoria interna é uma
forma de diminuir riscos desnecessários e problemas relacionados a fraudes, que
podem trazer danos irreparáveis, prejudicando a imagem e atuação da empresa no
mercado. No entanto, há a necessidade da observância de detalhes como:

Quadro 2: Detalhes a observar com a presença da auditoria empresarial

PONTOS A OBSERVAR PARA QUE O PROCESSO DE AUDITORIA SEJA VÁLIDO


1) A realização da auditoria no período correto, possibilitando assim uma análise
detalhada do patrimônio da empresa;
2) O mapeamento de processos, objetivando assim uma organização maior e a
análise de todas as áreas do negócio;
3) A identificação dos riscos, através dos relatórios desenvolvidos pelo auditor;
4) O mapeamento do controle interno, observando como tem funcionado cada
setor, os erros e acertos produzidos em cada um deles;
5) A análise de todos os dados e detalhes, visando assim à busca de cada não
conformidade que possa prejudicar o andamento do processo de auditoria;
6) A colocação prática visando assim corrigir tudo aquilo que foi identificado no
processo de auditoria que possa representar riscos para a empresa.
Baseado em Perez Júnior (2009)

2.4 ÉTICA PROFISSIONAL

A ética profissional está entre os fatores de maior importância para a


execução trabalhista na profissão de auditor, bem como em toda a atuação na área
contábil. Iudícibus, (2006, p. 28) afirma que: “Ética é a ciência do comportamento
moral dos homens em sociedade”. Ou seja, o comportamento humano nas ações
produzidas em sociedade contribui para a formação do caráter de algo ou alguém
nos processos de relações diversas.
Santos; Antonelli (2013) afirmam que a ética é uma ferramenta de grande
valor dentro de qualquer profissão, pois é através dela que se estabelecem regras
voltadas para a convivência entre todos os evolvidos e meios de se proporcionar aos
clientes a produção e o recebimento de produtos e serviços de forma verdadeira e
pautada na preocupação com a perfeição e o respeito das relações.
Desse modo, a ética é um instrumento importante no processo de
manutenção da qualidade dos serviços prestados por uma empresa, pois, onde há
ética há compromisso com a perfeição e exatidão dos processos relacionados a um
negócio, conforme orienta Iudícibus (2006).

2.4.1 A ética como ciência

A ética é um processo associado a todo tipo de ação e atitude praticada pelo


ser humano. A ética existe tanto no trabalho, como também no ambiente familiar e
nas relações do indivíduo em sociedade. Sousa (2008) orienta que a ética tem sido
compreendida como ciência do comportamento humano perante si mesmo e seus
semelhantes.
Já para Zanna (2011), o movimento de apresentação da ética aconteceu no
século V a.c, por meio do sofismo na Grécia. A palavra tem relação com a
semelhança existente entre a sabedoria, significando mestre ou sábio. O movimento
da ética buscava compreender e questionar o conhecimento do indivíduo sobre o
mundo, procurando compreendê-lo de forma bem fundamentada e de acordo com
os aspectos jurídicos e políticos.
Ainda segundo o mesmo autor, esse movimento praticado objetivava
influenciar a vida pública e a sociedade por meio da prática da maestria na arte do
convencimento. Desse modo, colocava-se em prática a retórica perfeita e os
diálogos inteligentes para que o cidadão pudesse participar de forma ativa da vida
pública.

2.4.2 A moral e a ética

O processo de consciência moral está presente na vida do homem desde a


sua existência. Zanna (2011) ressalta que a moral é o conjunto de valores
responsável por controlar a convivência do indivíduo em sociedade, facilitando assim
o convívio entre as pessoas. O conceito de moral foi sendo aprimorado por Sócrates
e Platão, na tentativa de se definir o que seria a prática do bem e do correto. No
entanto, foi Aristóteles (que era discípulo de Platão) quem se aprofundou mais nesse
tema.
Portanto, segundo Iudícibus (2006), a moralidade traz em sua essência o
conceito de lei que é praticado por seres racionais, sendo atuado por vontade
própria. Há de se compreender que a base da razão moral está voltada para a
capacidade de o indivíduo agir de forma racional, praticando o comportamento da
maneira como gostaria que o seu semelhante se comportasse em uma situação
específica, fazendo assim com que o seu próprio comportamento se transforme
numa lei universal.

Figura 01 – A ética: Aristóteles e Platão

Disponível em: http://www.novaconcursos.com.br/portal/noticias/etica-inss-dicas-2016-02/


Acesso em: 04/11/2019.

O mesmo autor orienta ainda que o uso da moral nas relações humanas
acontece desde o início da humanidade, prevalecendo até a atualidade, observando
as relações humanas e a sua conduta. O objetivo da moral é estabelecer a boa
convivência em sociedade através da prática de ações que envolvam a postura e o
bom comportamento diante do próximo.
Por outro lado, os problemas do campo da ética são identificados pela
generalidade. Isso quer dizer que existem normas a serem praticadas. Crepaldi
(2007) ressalta que se trata do comportamento pautado pela prática da moral, mas
dentro de um conjunto de regras que precisam ser seguidas a fim de não se quebrar
um código de conduta.
Marion (2009) afirma que o comportamento humano, através de suas crenças
e valores faz com que cada indivíduo tenha a sua maneira de se comportar, bem
como o ponto de vista sobre determinados temas e áreas. Desse modo, as relações
envolvendo as diferentes opiniões acerca de um mesmo tema podem provocar
reações diversas, onde nem sempre há uma concordância moral sobre o mesmo.
Assim sendo, a moral está diretamente associada aquilo que é bom ou ruim, certo
ou errado e naquilo que for considerado justo ou injusto.
No caso da ética, o estudo do comportamento humano na sociedade é
produzido por meio de um conjunto de normas existentes com a finalidade de
manter a ordem e a boa convivência entre as pessoas, conforme orienta Fortes
(2012). Portanto, ética e moral são palavras associadas, já que a ética estuda o
comportamento moral dos indivíduos na sociedade.
O mesmo autor ressalta ainda que a Antropologia afirma que cada tipo de
cultura traz consigo uma série de normas que são necessárias para a convivência
em sociedade. Os indivíduos seguem à risca todas essas normas, a fim de não
obterem problemas com os demais membros do grupo.
Esse grupo de normas pré-definido é movido também aos valores morais
existentes que lhes são impostos. Zanna (2011) orienta que tudo isso permite que a
sociedade conviva de maneira organizada, cada qual respeitando o seu lugar, a
moral e os valores, tornando assim a convivência pacífica, mesmo que sejam
encontrados alguns percalços no decorrer dessa convivência.
A moral e a ética se relacionam de modo a investigar todos os códigos e os
valores praticados pelos indivíduos. Segundo Fortes (2012), os comportamentos
diversos também são identificados de acordo com o comportamento moral
desenvolvido no decorrer da história da humanidade, servindo assim como motivo
de análise na tentativa de compreender a mente humana diante de determinadas
situações.
Marion (2009) afirma que e muito comum a ética ser confundida com a moral,
mas são duas coisas diferentes. A ética trabalha a teoria da ciência relacionada ao
comportamento humano. Já a moral atua com os costumes de um povo, ou até
mesmo com um conjunto de normas que estão em prática em uma determinada
localidade ou país. A ética trabalha o lado científico da moral e tanto esta quanto a
moral é envolvida pela filosofia, pela história e pela temática da psicologia. A religião
também se faz presente, bem como o ponto de vista político, o direito e outras
estruturas onde o ser humano convive com o seu próximo.

2.4.3 A ética dentro do ambiente empresarial


A ética, sendo tratada a partir do ponto de vista como ciência, regendo a
moral e o comportamento humano em sociedade, requer reflexão, conscientização,
discernimento e um tanto de sabedoria. Fortes (2012) afirma que quando se trata de
sua aplicação dentro do ambiente empresarial, esses fatores mencionados acima
precisam estar em plena conformidade para que assim a ética seja aplicada e
vivenciada no dia a dia da atuação de todos os envolvidos numa empresa.
O mesmo autor ressalta que o ambiente capitalista, onde existe a
movimentação de serviços, dinheiro e relações profissionais diversas necessita da
aplicação ética em todos os seus processos, pois está propenso a existir o abuso de
poder. A fraude nos mais diversos tipos e nos mais diversificados setores, a
sonegação, o ato de burlar receitas e práticas inadequadas que não deveriam existir
dentro de uma empresa também são fatores que estão propensos a acontecer,
podendo colocar em risco a integridade profissional dos indivíduos.
As empresas, na atualidade possuem um código de ética cujo objetivo é
segui-lo à risca, evitando assim transtornos desnecessários e como forma de
incentivar os funcionários a agirem com retidão e eficácia dentro de cada ofício de
atuação profissional. Marion (2009) orienta que desse modo, com o passar dos
anos, as organizações tem elaborado valores coletivos, que são cada vez mais
ampliados com o passar dos anos.
O objetivo é promover uma administração eficiente e formas que possam
trazer a coerência na elaboração de relatórios e na aplicação correta de valores e
recolhimento de impostos diversos. Matos (2011) ressalta que os valores propostos
por essas empresas observam ainda o zelo pelo bom relacionamento com os
colegas de trabalho, com a boa conduta profissional e do comportamento almejado
pela liderança da empresa.
Segundo Padoveze (2011), o auditor, dentre as muitas funções e
responsabilidades narradas anteriormente, tem o papel de zelar pela integridade e
para que erros voltados para essas práticas fraudulentas não passes despercebidas.
O auditor precisa ter a consciência ética para que a sua prática profissional seja
pautada pela retidão quanto à exatidão dos dados apurados e quanto à preocupação
em desempenhar um trabalho digno. É seu papel ainda apresentar os pontos em
que a empresa poderá melhorar, os defeitos a corrigir e toda a veracidade
necessária para que o processo de auditoria seja produzido de forma a contribuir
com as necessidades de mudança e com a regularização de pendências de uma
empresa.
Padoveze (2011) orienta ainda que um auditor que não valoriza a aplicação
da ética em seu trabalho contribui para que a fraude e até mesmo a produção de
crimes aconteça dentro de empresas. Com isso, esse profissional se torna
responsável pela continuidade dessas práticas e muitas vezes pela impunidade de
quem as pratica.
A seguir, um estudo de caso será analisado como forma de compreender os
efeitos de uma auditoria fraudulenta e isenta de ética e integridade profissional, onde
sérios danos aconteceram a uma determinada empresa.

CAPÍTULO III

ESTUDOS DE CASO: A IMPORTÂNCIA DA SERIEDADE NA AUDITORIA


EMPRESARIAL
A prática errada nos processos de auditoria pode trazer danos consideráveis
e problemas desnecessários para empresas. Conforme abordado no decorrer do
presente estudo, a atuação do auditor é de extrema importância para que a
veracidade dos fatos aconteça de forma transparente e bem apurada.
Nesse sentido, a presença do auditor permite que a organização tenha a
capacidade de se reestruturar, conforme ressalta Padoveze (2011), modificando
aquilo que não está certo e de maneira a colocar em ordem as áreas que funcionam
em conformidade com a lei e com os procedimentos éticos cabíveis para o bom
funcionamento da empresa.
No intuito de compreender melhor a importância da auditoria e,
consequentemente, do papel do auditor dentro das organizações, dois estudos de
caso serão apresentados a seguir como forma de exemplificar a importância da ética
e profissionalismo do auditor em sua atuação profissional para que se evitem
transtornos desnecessários. O primeiro estudo de caso relembra o ocorrido com a
empresa de consultoria e auditoria Deloitte e o segundo com a empresa Arthur
Andersen. Em ambos os casos, as empresas foram indiciadas por práticas
fraudulentas nos relatórios de auditoria.

3.1 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE CASO: DELOITTE DO BRASIL

A Deloitte é uma empresa de consultoria e auditoria presente em vários


países. É uma organização atuante no mercado por várias gerações, sendo
responsável pela auditoria e prestação de serviços a clientes de todos os níveis,
especialmente os de médio e grande porte.
No Brasil, a Deloitte completou seu primeiro centenário no ano de 2011,
sendo responsável pela prestação de consultorias diversas em grandes empresas
brasileiras, dentre elas a Gol Linhas Aéreas, objeto de observação neste estudo de
caso. A empresa conta com mais de 5.500 profissionais (apenas no Brasil) e suas
operações estão presentes em todo o território nacional 1.
A empresa é conhecida por sua seriedade no mercado e por trabalhar com
grandes empresas situadas no Brasil e em vários lugares do mundo. No entanto, no
ano de 2010, a Deloitte foi responsável por um grande problema na Gol Linhas
Aéreas, fruto de uma fraude na auditorias de balanços da organização. As práticas

1
Fonte: Site Deloitte. Disponível em: https://www2.deloitte.com/br/pt/pages/about-
deloitte/articles/nossa-organizacao.html Acesso em: 15/06/2019.
irregulares constatadas no processo de auditoria na referida empresa foram
consideradas como sendo umas das mais sérias já apuradas e descobertas pela
Comissão Pública de Supervisão de Companhias de Contabilidade, sendo esse o
órgão regulador no mercado de auditorias empresariais nos Estados Unidos. Devido
a essas práticas, a Deloitte foi multada em U$ 8 milhões pelo devido órgão regulador
americano2.
Além dessa multa milionária, os auditores envolvidos no caso também tiveram
de arcar com as consequências, concordando em pagar multas individuais no valor
de até US$ 20 mil, além de receberem uma punição devendo ficar suspensos dos
trabalhos em empresas americanas que trabalham com a avaliação de balanços das
companhias americanas.
Entre os motivos que levaram à condenação da Deloitte estão à tentativa de
encobrir os erros e irregularidades da Gol Linhas Aéreas e o fato de atrapalharem as
investigações no momento da apuração dos fatos. A empresa concordou em pagar a
multa estipulada nos Estados Unidos e se comprometeu a ampliar suas atividades
oferecendo melhorias internas que possam controlar as atividades evitando assim
novas possibilidades de fraudes e práticas irregulares.

3.1.1 Análise do caso

O caso relatado acima coloca em questão a eficiência dos processos de


auditoria e a atuação profissional do auditor. É possível correlacionar o fato
mencionado com toda a teoria abordada no presente estudo, onde tem sido
mencionada a importância da ética dentro dos processos de auditoria, bem como
uma atuação pautada na retidão, compromisso e observação dos valores de uma
empresa.
Fortes (2012) aborda em seus ensinamentos a importância da transparência e
seriedade nos processos de auditoria, quer seja interna ou externa, proporcionando
assim a capacidade de promover ações que trarão a segurança devida para o
crescimento da empresa e a ausência de problemas futuros, podendo até mesmo
manchar o nome da empresa auditada ou da própria prestadora de serviços, como é
o caso da Deloitte neste caso abordado.

2
DURÃO, Mariana; JÚNIOR, Altamiro Silva. Deloitte Brasil para multa recorde no EUA por fraude
ao auditar balanços. Disponível em: http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios,deloitte-brasil-
paga-multa-recorde-nos-eua-por-fraude-ao-auditar-balancos,10000092773 Acesso em: 04/11/2018.
A questão da integridade e aplicação da ética nos processos de auditoria e
consultoria da empresa precisa ser revista, pois uma empresa atuante em várias
partes de mundo precisa manter a confiança nos seus serviços prestados e a
qualidade dos mesmos, oferecendo assim uma prestação de serviço de qualidade e
de forma eficiente.
Entretanto, há de se observar que a empresa se preocupa com a sua
reputação, já que, no caso da Deloitte um acordo foi feito objetivando assim a
correção dos erros apurados, sendo que tal acordo foi aceito pelos responsáveis
pela empresa, efetuando-se assim o pagamento de uma multa milionária ao órgão
regulador americano. A perda da credibilidade da empresa poderia representar um
dano ainda maior aos negócios e relações da organização, pois o principal fator com
que a mesma trabalha foi violado: a retidão e exatidão nos processos observados,
conforme os ensinamentos de Fortes (2012).
A atuação dos auditores também colocou em risco a reputação da Deloitte, já
que a prática de ações erradas desses profissionais serviu para que a empresa
fosse penalizada pelo órgão regulador, contribuindo assim para que a confiança nos
serviços prestados ficasse estremecida. O presente estudo tem mencionado a
importância do auditor e sobre como o seu ofício precisa ser realizado com o
máximo de veracidade possível.
Os dados apurados a partir de fraudes que possam beneficiar a empresa
auditada mostram a incapacidade desse profissional de atuar com precisão e
credibilidade no mercado. A punição dada pelo órgão regulador americano (a de
afastar o auditor da apuração de dados das companhias americanas) mostra como
esse profissional deve atuar para que assim sua imagem não fique manchada,
assim como ensina Matos (2011).
Em nada adianta ter um auditor que não traga a veracidade dos fatos sobre o
que realmente acontece dentro de uma organização, já que sua principal função é
apresentar pontos falhos possibilitando assim a oportunidade da empresa auditada
regularizar suas pendências. O fato ocorrido na Deloitte reforça a necessidade da
existência de auditores comprometidos com a verdade e com a ética, sendo assim
profissionais qualificados e sérios.
No Brasil ainda é preciso haver uma punição mais rigorosa, assim como
acontece nos Estados Unidos para que outros casos semelhantes não aconteçam
(sobretudo em empresas menores, tanto contratantes como contratadas), conforme
ensina Matos (2011).

3.2 APRESENTAÇÃO DO ESTUDO DE CASO: ARTHUR ANDERSEN

A empresa de auditoria Arthur Andersen foi fundada no ano de 1913 pelos


economistas Arthur E. Andersen e Clarence DeLany. Sua sede foi estabelecida em
St. Charles, estado de Illinois nos Estados Unidos. A empresa é uma das grandes
organizações que se dedicam em oferecer serviços de auditoria e consultoria
empresarial em várias partes do mundo, nos mais variados ramos de atividade.
A Arthur Andersen passou por uma situação delicada no ano de 2002, ao ser
indiciada por um tribunal federal americano por obstruir da justiça as investigações
relacionadas à falência de uma companhia de energia chamada Enron. A acusação
afirmou que funcionários da empresa teriam ordenado à destruição de milhares de
documentos em várias partes do mundo que pudessem comprometera companhia
nas investigações feitas. Um pedido de prisão foi feito e multas de até US$ 500 mil
foi aplicado.
Essa situação custou à reputação da Arthur Andersen fazendo assim com que
a empresa perdesse diversos dos seus clientes e contribuindo para que a sua
credibilidade fosse colocada em questão. O prestígio da empresa foi prejudicado, já
que o caso foi noticiado em todo o mundo, fazendo assim com que muitos desses
clientes não quisessem mais ter o nome de suas organizações envolvidos com a
empresa de auditoria3.
Para tentar contornar esses problemas, a Arthur Andersen foi vendida a outro
grupo na tentativa de superar os seus problemas e recomeçar suas atividades com
outro nome e através de novas fusões.

3.2.1 Análise do caso

Assim como o estudo de caso anterior, o caso da Arthur Andersen mostra a


problemática da falta de profissionalismo e da ética nas atividades voltadas para os
processos de auditoria. Nesse caso, a empresa de 88 anos de tradição na
3
Fonte: BBC Brasil. Arthur Andersen é indiciada no caso Enron. Disponível em:
http://www.bbc.com/portuguese/economia/020314_andersendi.shtml Acesso em: 03/11/2019.
realização de consultorias e auditorias diversas viu sua reputação se desfazer,
fazendo assim com que o nome e a credibilidade da organização fossem colocados
à prova.
Os efeitos foram devastadores, custando assim a própria falência da empresa.
Esses fatos mostram a importância da atuação ética, pautada no profissionalismo e
na busca pela veracidade dos fatos, que devem ser apresentados de maneira mais
eficiente possível. Portanto, faz-se necessária a elaboração e escrita de dados
minuciosos e completamente verídicos a partir da observação e investigação sobre a
real situação de tudo aquilo o que estiver em questão sendo auditado, conforme os
ensinamentos de MATOS (2011).
Portanto, assim como no caso anterior e como também ensina Fortes (2012), é
importante que o profissional atuante nessa área possa ter em mente a importância
do seu trabalho para que assim outras empresas e pessoas não sejam prejudicadas
(incluindo ele próprio em sua atuação profissional). Realizar o trabalho de auditoria
baseando-se nos processos morais e éticos é zelar pela própria reputação
profissional do auditor e pela qualidade e manutenção da eficiência dos serviços
prestados, contribuindo assim para a construção da credibilidade e confiança dos
seus clientes.

CONCLUSÃO

O presente estudo procurou abordar a atuação do auditor e sua importância no


mercado. A auditoria é hoje um dos processos mais executados, tendo por objetivo
monitorar o real andamento das organizações nos mais diversos ramos, a fim de
oferecer aos mesmos um controle real sobre os rumos dos negócios e quanto ao
nível de coordenação existente dentro das empresas.
O profissional da área de auditoria precisa ter consciência da sua importância
no mercado, respeitando todas as condições, normas e particularidades existentes
para que assim ele possa desempenhar suas funções com perfeição. Casos como o
mencionado na empresa Deloitte servem para exemplificar a má atuação desse
profissional caso não siga o que for necessário para um bom desempenho
profissional, colocando em risco toda a reputação tanto da empresa auditada quanto
da própria prestadora de serviços de consultoria e auditoria.
É preciso, portanto, valorizar tal profissional e conceder a ele todos os recursos
necessários para que o mesmo possa realizar um trabalho de qualidade, pautado na
moral e ética, agindo com integridade diante das situações diversas que lhe são
apresentadas. A valorização e preocupação com o bem-estar desse profissional é
necessária, pois o nível de empenho esperado do mesmo diante de auditorias de
todos os níveis é alto, sem contar que a responsabilidade imposta ao profissional faz
com que o mesmo procure realizar auditorias que possam atingir os níveis de
perfeição necessários para que a empresa auditada esteja de acordo com as
conformidades exigidas por lei e valorizando a cultura praticada pela mesma.
Conclui-se, portanto que a atuação dos profissionais em auditoria e consultoria
empresarial é de grande importância no mercado, pois permitem a exatidão nos
processos administrativos, a regularização de pendências e a reestruturação
empresarial no intuito de organizar e tranquilizar administradores de empresas
quanto à retidão nas práticas administrativas desempenhadas. Desse modo, quanto
melhor e mais íntegra for à atuação desses profissionais, melhor será a reputação e,
consequentemente a procura pelos serviços prestados pelas empresas de
consultoria e auditoria.

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