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Sistematização dos padrões de fissuração correntes

em edifícios
Estudos de caso

Sara Freitas Novais Ferreira de Almeida

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

Engenharia Civil

Orientadoras: Professora Doutora Inês dos Santos Flores Barbosa Colen


Professora Doutora Maria Cristina de Oliveira Matos Silva

Júri
Presidente: Professor Doutor Jorge Miguel Silveira Filipe Mascarenhas Proença
Orientadora: Professora Doutora Inês dos Santos Flores Barbosa Colen
Vogais: Eng.º Carlos Manuel Garrido Mesquita
Professor Doutor Luís Manuel Coelho Guerreiro

Maio 2015
Agradecimentos
Gostaria de agradecer às minhas orientadoras, a Professora Inês Flores-Colen e a Professora
Cristina Matos Silva, por todos os ensinamentos e pela paciência que demonstraram comigo ao longo
desta experiência.
À Plataforma Tecnológica Portuguesa da Construção (PTPC), pelo fornecimento dos casos de
estudo e ao Eng.º José Simões, ao Eng.º Francisco Afonso, à Eng.ª Dina Frade, ao Eng.º Pedro
Amador, ao Eng.º José Luís e à Arq.ª Filipa Arroja que tiveram a amabilidade de me acompanhar em
todas as inspeções e de me fornecer as informações relevantes para a elaboração desta dissertação.
Ao Tiago Esteves, pelos quilómetros que fez comigo e pela ajuda que deu a esta dissertação.
Aos amigos e à família, por aturarem todas as minhas paranoias e me proporcionarem bons
momentos quando mais precisei.
Ao Rui Alves, pela ajuda no Inglês e pelas muitas conversas repetidas.

i
ii
Resumo
O fenómeno da fissuração tem, ao longo dos anos, constituído uma patologia comum em edifícios,
afetando quer as suas fachadas, quer os seus elementos interiores. Este fenómeno pode surgir devido
a erros de projeto, erros de execução ou simplesmente devido a ações de acidente sobre as quais não
se pode prever as suas consequências.
A presente dissertação pretende estudar os padrões de fissuração mais comuns em edifícios, através
da inspeção de 6 casos de estudo. A análise destes casos pretende conferir uma aplicação prática à
revisão bibliográfica efetuada, no que respeita à caracterização de fissuras, definição de padrões de
fissuração e diagnóstico de causas.
Para proceder à inspeção dos casos de estudo, é desenvolvida uma metodologia de inspeção focada
no fenómeno da fissuração. Destaca-se neste ponto a criação de uma ficha de inspeção que permite a
recolha de todos os dados sobre os edifícios e sobre as suas anomalias.
O tratamento dos dados recolhidos culmina na criação de um catálogo de padrões de fissuração que
pretende apresentar os padrões observados e as características mais comuns associadas a cada um
deles.

Palavras-chave: Padrões de fissuração; Fachadas; Inspeção; Diagnóstico

iii
iv
Abstract
The cracking phenomenon has been, over the years, one of the most common pathologies in buildings,
concerning not only the external façades but also the interior elements. This phenomenon occurs due
to imperfect design or execution, or simply due to accidental actions over which it’s almost impossible
to predict their consequences.
This work intends to study the most common cracking patterns in buildings, through an inspection that
will be conducted over 6 case studies. The analysis of these cases intends to give a practical application
to what was referred in the literature review, regarding cracking characteristics, cracking patterns and
diagnosis of the main causes.
To conduct the inspection, it’s developed a methodology focused on the cracking phenomenon, which
includes the elaboration of an inspection sheet to gather data concerning the building and its
pathologies.
The data analysis will allow to create a cracking patterns catalogue that intends to represent the patterns
observed and its main characteristics.

Keywords: Cracking patterns; Façades; Inspection; Diagnosis

v
vi
Índice geral
Agradecimentos .........................................................................................................................................i
Resumo ................................................................................................................................................... iii
Abstract.....................................................................................................................................................v
Índice geral ............................................................................................................................................. vii
Índice de figuras .......................................................................................................................................x
Índice de tabelas ................................................................................................................................... xiii
1. Introdução ........................................................................................................................................ 1
1.1. Considerações gerais .............................................................................................................. 1
1.2. Objetivos .................................................................................................................................. 1
1.3. Organização da dissertação .................................................................................................... 1
2. Fissuração em edifícios ................................................................................................................... 3
2.1. O fenómeno da fissuração ...................................................................................................... 3
2.1.1. Definição e condições gerais de fissuração .................................................................... 3
2.1.2. Mecanismos elementares de fissuração ......................................................................... 4
2.2. Classificação de fissuras ......................................................................................................... 5
2.2.1. Classificação de fissuras em função da sua abertura ..................................................... 5
2.2.2. Classificação de fissuras em função da sua evolução no tempo.................................... 6
2.3. Caracterização e diagnóstico de fissuras ................................................................................ 7
2.3.1. Caracterização de fissuras .............................................................................................. 7
2.3.2. Técnicas de diagnóstico de fissuras................................................................................ 8
2.4. Classificação das causas e padrões de fissuração em edifícios ............................................ 9
2.5. Considerações finais ............................................................................................................. 22
3. Trabalho de campo ........................................................................................................................ 25
3.1. Considerações gerais ............................................................................................................ 25
3.2. Metodologia aplicada ............................................................................................................. 25
3.3. Proposta de ficha de inspeção .............................................................................................. 29
3.4. Caracterização geral dos casos de estudo ........................................................................... 31
3.4.1. Caso de estudo A .......................................................................................................... 36
3.4.2. Caso de estudo B .......................................................................................................... 36
3.4.3. Caso de estudo C .......................................................................................................... 37
3.4.4. Caso de estudo D .......................................................................................................... 38
3.4.5. Caso de estudo E .......................................................................................................... 38
3.4.6. Caso de estudo F .......................................................................................................... 39
3.5. Considerações finais ............................................................................................................. 40
4. Análise e discussão dos resultados .............................................................................................. 41
4.1. Considerações gerais ............................................................................................................ 41
4.2. Caso de estudo A .................................................................................................................. 41
4.2.1. Sistematização dos padrões de fissuração ................................................................... 41

vii
4.2.2. Identificação das causas de fissuração possíveis ......................................................... 49
4.3. Caso de estudo B .................................................................................................................. 51
4.3.1. Sistematização dos padrões de fissuração ................................................................... 51
4.3.2. Identificação das causas de fissuração possíveis ......................................................... 57
4.4. Caso de estudo C .................................................................................................................. 58
4.4.1. Sistematização dos padrões de fissuração ................................................................... 58
4.4.2. Identificação das causas de fissuração possíveis ......................................................... 67
4.5. Caso de estudo D .................................................................................................................. 68
4.5.1. Sistematização dos padrões de fissuração ................................................................... 68
4.5.2. Identificação das causas de fissuração possíveis ......................................................... 77
4.6. Caso de estudo E .................................................................................................................. 77
4.6.1. Sistematização dos padrões de fissuração ................................................................... 77
4.6.2. Identificação das causas de fissuração possíveis ......................................................... 85
4.7. Caso de estudo F .................................................................................................................. 85
4.7.1. Sistematização dos padrões de fissuração ................................................................... 85
4.7.2. Identificação das causas de fissuração possíveis ......................................................... 90
4.8. Comparação entre as causas e padrões de fissuração abordados no capítulo 2 e os
verificados nos casos de estudo ....................................................................................................... 91
4.9. Análise estatística dos resultados ......................................................................................... 93
4.9.1. Análise geral do fenómeno da fissuração ..................................................................... 93
4.9.2. Correlação entre padrões de fissuração e características das fissuras........................ 95
4.10. Catálogo de padrões de fissuração ................................................................................... 97
4.11. Considerações finais ......................................................................................................... 97
5. Conclusões e desenvolvimentos futuros ..................................................................................... 103
5.1. Conclusões .......................................................................................................................... 103
5.2. Desenvolvimentos futuros ................................................................................................... 104
Bibliografia ........................................................................................................................................... 105
Anexos ...................................................................................................................................................... I
Anexo A – Metodologia aplicada .......................................................................................................... I
A.1. Régua de fissuras ................................................................................................................. I
A.2. Esquema utilizado para o cálculo da percentagem da área afetada da fachada ................ I
Anexo B – Fichas de inspeção ............................................................................................................ II
B.1. Ficha de inspeção................................................................................................................ II
B.2. Caso de estudo A – Fichas de inspeção ............................................................................. V
B.3. Caso de estudo B – Fichas de inspeção ..........................................................................XIV
B.4. Caso de estudo C – Fichas de inspeção ..........................................................................XXI
B.5. Caso de estudo D – Fichas de inspeção ..................................................................... XXXIV
B.6. Caso de estudo E – Fichas de inspeção ...................................................................... XLVII
B.7. Caso de estudo F – Fichas de inspeção .......................................................................... LVI
Anexo C – Valores das percentagens da área afetada da fachada ................................................ LXI

viii
C.1. Caso de estudo A – Valores das percentagens da área afetada da fachada .................. LXI
C.2. Caso de estudo B – Valores das percentagens da área afetada da fachada ................ LXIII
C.3. Caso de estudo D – Valores das percentagens da área afetada da fachada .............. LXVI
C.4. Caso de estudo E – Valores das percentagens da área afetada da fachada ............... LXIX
C.5. Caso de estudo F – Valores das percentagens da área afetada da fachada ................ LXX

ix
Índice de figuras
Figura 2.1 – Elementos constituintes da estrutura de betão de um edifício corrente. Adaptado de
(REYNOLDS, et al., 1988) e (ALVA, 2007) ............................................................................................. 4
Figura 2.2 – Régua de fissuras ............................................................................................................... 8
Figura 2.3 – Microscópio ótico de medição de fissuras [W1] .................................................................. 8
Figura 2.4 – Palito introduzido numa fissura (a); Tira de papel colada sobre uma fissura (b)
(OLIVEIRA, 2003) .................................................................................................................................... 8
Figura 2.5 – Testemunho de gesso [W2] ................................................................................................ 8
Figura 2.6 – Fissurómetros [W1] ............................................................................................................. 9
Figura 2.7 – Régua graduada corrediça [W4] ......................................................................................... 9
Figura 2.8 – Paquímetro digital [W5] ....................................................................................................... 9
Figura 2.9 – Alongâmetro [W6] ............................................................................................................... 9
Figura 2.10 – Extensómetro (OLIVEIRA, 2003) ...................................................................................... 9
Figura 2.11 – Esquema das principais causas da fissuração em edifícios ........................................... 10
Figura 3.1 – Sistematização da metodologia aplicada .......................................................................... 25
Figura 3.2 – Humidímetro [W25] ........................................................................................................... 26
Figura 3.3 – Régua de fissuras (presente no anexo A.1) ..................................................................... 26
Figura 3.4 – Câmara termográfica e exemplo de termograma ............................................................. 27
Figura 3.5 – Esquema utilizado para o cálculo da percentagem da área afetada da fachada ............. 28
Figura 3.6 – Ficha de inspeção – ID do edifício .................................................................................... 30
Figura 3.7 – Ficha de inspeção – Equipamento utilizado e elementos disponíveis ............................. 30
Figura 3.8 – Ficha de inspeção – Caracterização geral das fachadas ................................................. 30
Figura 3.9 – Ficha de inspeção – Fissuração tipo ................................................................................ 31
Figura 3.10 – Ficha de inspeção – Caracterização das fissuras .......................................................... 32
Figura 3.11 – Distribuição geográfica dos casos de estudo ................................................................. 34
Figura 3.12 – Ano de construção (a), tipo de utilização (b) e tipo de envolvente (c) ............................ 34
Figura 3.13 – Estrutura resistente (a) e tipo de construção (b) ............................................................. 34
Figura 3.14 – Caso de estudo A ............................................................................................................ 36
Figura 3.15 – Caso de estudo B ............................................................................................................ 37
Figura 3.16 – Caso de estudo C ........................................................................................................... 37
Figura 3.17 – Caso de estudo D ........................................................................................................... 38
Figura 3.18 – Caso de estudo E ............................................................................................................ 39
Figura 3.19 – Caso de estudo F ............................................................................................................ 39
Figura 4.1 – Caso de estudo A – Distribuição geral de padrões de fissuração e características gerais
das fachadas afetadas .......................................................................................................................... 42
Figura 4.2 – Caso de estudo A – Fissuras mapeadas: fachada n.º 3 (a); fachada n.º 2 (b); fachada n.º
5 (c)........................................................................................................................................................ 43
Figura 4.3 – Caso de estudo A – Fissuras horizontais: fachada n.º 4 (a); fachada n.º 9 (b); fachada n.º
3 (c)........................................................................................................................................................ 43
Figura 4.4 – Caso de estudo A – Fissuras presentes nos anexos das moradias ................................. 45

x
Figura 4.5 – Caso de estudo A – Ombreira da janela fraturada: fachada n.º 1 .................................... 45
Figura 4.6 – Caso de estudo A – Fachadas com maior presença de humidade: fachada n.º 6 (a);
fachada n.º 7 (b) .................................................................................................................................... 45
Figura 4.7 – Caso de estudo A – Fachadas estudadas ........................................................................ 46
Figura 4.8 – Caso de estudo B – Fissuras diagonais junto a janelas: fachada n.º 1 (a) ; fachada n.º 2
(b) .......................................................................................................................................................... 51
Figura 4.9 – Caso de estudo B – Distribuição geral de padrões de fissuração e características gerais
das fachadas afetadas .......................................................................................................................... 52
Figura 4.10 – Caso de estudo B – Fissuras horizontais em esquinas: fachada n.º 8 ........................... 53
Figura 4.11 – Caso de estudo B – Zona em consola dos edifícios ....................................................... 54
Figura 4.12 – Caso de estudo B – Fachada com manchas de sujidade devidas à humidade ............. 54
Figura 4.13 – Caso de estudo B – Fachadas estudadas ...................................................................... 55
Figura 4.14 – Caso de estudo C – Distribuição geral de padrões de fissuração e características gerais
das divisões afetadas no apartamento 5E dos lotes 2 e 4 .................................................................... 59
Figura 4.15 – Caso de estudo C – Distribuição geral de padrões de fissuração e características gerais
das divisões afetadas no apartamento 8E dos lotes 2 e 4 .................................................................... 60
Figura 4.16 – Caso de estudo C – Fissuras verticais: sala do apartamento 5E do lote 2 (a); cozinha do
apartamento 5E do lote 2 (b) ................................................................................................................. 61
Figura 4.17 – Caso de estudo C – Fissuras na zona das garagens ..................................................... 62
Figura 4.18 – Caso de estudo C – Divisões estudadas ........................................................................ 63
Figura 4.19 – Caso de estudo D – Distribuição geral de padrões de fissuração e características gerais
das fachadas afetadas .......................................................................................................................... 69
Figura 4.20 – Caso de estudo D – Fissuras presentes nos edifícios já existentes: fachada n.º 7 (a);
fachada n.º 7 (b); fachada n.º 8 (c) ........................................................................................................ 70
Figura 4.21 – Caso de estudo D – Fissuras presentes nos edifícios recentes: fachada n.º 2 (a);
fachada n.º 4 (b); fachada n.º 2 (c) ........................................................................................................ 70
Figura 4.22 – Caso de estudo D – Fissuras presentes no edifício principal: fachada n.º 5 (a); fachada
n.º 4 (b); fachada n.º 4 (c)...................................................................................................................... 70
Figura 4.23 – Caso de estudo D – Fissura diagonal no interior do edifício principal ............................ 72
Figura 4.24 – Caso de estudo D – Fachadas estudadas ...................................................................... 72
Figura 4.25 – Caso de estudo E – Distribuição geral de padrões de fissuração e características gerais
das fachadas afetadas .......................................................................................................................... 79
Figura 4.26 – Caso de estudo E – Fissuras na fachada exterior 1 ....................................................... 80
Figura 4.27 – Caso de estudo E – Canteiros e árvores na face interior do muro ................................. 81
Figura 4.28 – Caso de estudo E – Fachadas estudadas ...................................................................... 81
Figura 4.29 – Caso de estudo F – Distribuição geral de padrões de fissuração e características gerais
das fachadas afetadas .......................................................................................................................... 86
Figura 4.30 – Caso de estudo F – Parte do edifício já existente (à esquerda) e parte recentemente
construída (à direita) .............................................................................................................................. 87

xi
Figura 4.31 – Caso de estudo F – Fissuras na transição de materiais e horizontais em esquina
presentes na fachada orientada a sul ................................................................................................... 88
Figura 4.32 – Caso de estudo F – Fissuras na transição de materiais e horizontais em esquina
presentes na fachada orientada a norte ................................................................................................ 88
Figura 4.33 – Caso de estudo F – Fachadas estudadas ...................................................................... 89
Figura 4.34 – Padrões de fissuração observados nos casos de estudo .............................................. 94
Figura 4.35 – Zonas afetadas com fissuração ...................................................................................... 94
Figura 4.36 – Correlação entre os anos de construção das obras e a percentagem das fachadas
afetada com fissuração ......................................................................................................................... 95
Figura 4.37 – Correlação entre padrões de fissuração e: causas possíveis (a); aberturas médias (b) 96
Figura 4.38 – Correlação entre padrões de fissuração e: elementos afetados (a); anomalias
associadas (b) ....................................................................................................................................... 96

xii
Índice de tabelas
Tabela 2.1 – Classificação da fissuração em função da respetiva abertura (GASPAR, et al., 2006) .... 6
Tabela 2.2 – Técnicas de diagnóstico de fissuras (OLIVEIRA, 2003) e (SILVA, 1998) ......................... 8
Tabela 2.3 – Padrões de fissuração que ocorrem antes do endurecimento do betão – Origem plástica
............................................................................................................................................................... 11
Tabela 2.4 – Padrões de fissuração que ocorrem antes do endurecimento do betão – Deslocamento
em construção ....................................................................................................................................... 12
Tabela 2.5 – Padrões de fissuração que ocorrem depois do endurecimento do betão – Origem física
............................................................................................................................................................... 13
Tabela 2.6 – Padrões de fissuração que ocorrem depois do endurecimento do betão – Origem
estrutural ................................................................................................................................................ 16
Tabela 2.7 – Padrões de fissuração que ocorrem depois do endurecimento do betão – Origem
higrotérmica ........................................................................................................................................... 20
Tabela 2.8 – Padrões de fissuração que ocorrem depois do endurecimento do betão – Origem
química .................................................................................................................................................. 22
Tabela 2.9 – Síntese dos padrões de fissuração, elementos onde ocorrem e causas possíveis ........ 23
Tabela 3.1 – Total de edifícios, fachadas e divisões interiores para cada caso de estudo .................. 33
Tabela 3.2 – Tabela síntese dos casos de estudo ................................................................................ 35
Tabela 4.1 – Legenda das designações utilizadas para cada tipo de fissura....................................... 41
Tabela 4.2 – Caso de estudo A – Caracterização dos padrões de fissuração observados ................. 44
Tabela 4.3 – Caso de estudo A – Esquematização e análise geral da fachada n.º 1 .......................... 46
Tabela 4.4 – Caso de estudo A – Esquematização e análise geral da fachada n.º 2 .......................... 47
Tabela 4.5 – Caso de estudo A – Esquematização e análise geral da fachada n.º 3 .......................... 47
Tabela 4.6 – Caso de estudo A – Esquematização e análise geral da fachada n.º 4 .......................... 48
Tabela 4.7 – Caso de estudo A – Caracterização dos padrões de fissuração observados nas fachadas
em estudo .............................................................................................................................................. 49
Tabela 4.8 – Caso de estudo A – Causas possíveis e elementos afetados para cada padrão de
fissuração .............................................................................................................................................. 50
Tabela 4.9 – Caso de estudo B – Caracterização dos padrões de fissuração observados ................. 53
Tabela 4.10 – Caso de estudo B – Esquematização e análise geral da fachada n.º 1 ........................ 55
Tabela 4.11 – Caso de estudo B – Esquematização e análise geral da fachada n.º 2 ........................ 56
Tabela 4.12 – Caso de estudo B – Esquematização e análise geral da fachada n.º 3 ........................ 56
Tabela 4.13 – Caso de estudo B – Caracterização dos padrões de fissuração observados nas
fachadas em estudo .............................................................................................................................. 57
Tabela 4.14 – Caso de estudo B – Causas possíveis e elementos afetados para cada padrão de
fissuração .............................................................................................................................................. 58
Tabela 4.15 – Caso de estudo C – Caracterização dos padrões de fissuração observados ............... 62
Tabela 4.16 – Caso de estudo C – Esquematização e análise geral da sala do apartamento 5E do lote
2 ............................................................................................................................................................. 64

xiii
Tabela 4.17 – Caso de estudo C – Esquematização e análise geral da sala do apartamento 8E do lote
4 ............................................................................................................................................................. 64
Tabela 4.18 – Caso de estudo C – Esquematização e análise geral da cozinha do apartamento 5E do
lote 2 ...................................................................................................................................................... 65
Tabela 4.19 – Caso de estudo C – Esquematização e análise geral da cozinha do apartamento 8E do
lote 4 ...................................................................................................................................................... 65
Tabela 4.20 – Caso de estudo C – Esquematização e análise geral do quarto do apartamento 5E do
lote 2 ...................................................................................................................................................... 66
Tabela 4.21 – Caso de estudo C – Esquematização e análise geral do quarto do apartamento 8E do
lote 4 ...................................................................................................................................................... 66
Tabela 4.22 – Caso de estudo C – Caracterização dos padrões de fissuração observados nas
divisões em estudo ................................................................................................................................ 67
Tabela 4.23 – Caso de estudo C – Causas possíveis e elementos afetados para cada padrão de
fissuração .............................................................................................................................................. 68
Tabela 4.24 – Caso de estudo D – Caracterização dos padrões de fissuração observados ............... 71
Tabela 4.25 – Caso de estudo D – Esquematização e análise geral da fachada n.º 1 ........................ 73
Tabela 4.26 – Caso de estudo D – Esquematização e análise geral da fachada n.º 2 ........................ 74
Tabela 4.27 – Caso de estudo D – Esquematização e análise geral da fachada n.º 3 ........................ 74
Tabela 4.28 – Caso de estudo D – Esquematização e análise geral da fachada n.º 4 ........................ 75
Tabela 4.29 – Caso de estudo D – Esquematização e análise geral da fachada n.º 5 ........................ 75
Tabela 4.30 – Caso de estudo D – Esquematização e análise geral da fachada n.º 6 ........................ 76
Tabela 4.31 – Caso de estudo D – Caracterização dos padrões de fissuração observados nas
fachadas em estudo .............................................................................................................................. 76
Tabela 4.32 – Caso de estudo D – Causas possíveis e elementos afetados para cada padrão de
fissuração .............................................................................................................................................. 78
Tabela 4.33 – Caso de estudo E – Caracterização dos padrões de fissuração observados ............... 80
Tabela 4.34 – Caso de estudo E – Esquematização e análise geral da fachada n.º 1.E ..................... 82
Tabela 4.35 – Caso de estudo E – Esquematização e análise geral da fachada n.º 1.I1 .................... 83
Tabela 4.36 – Caso de estudo E – Esquematização e análise geral da fachada n.º 1.I2 .................... 83
Tabela 4.37 – Caso de estudo E – Esquematização e análise geral da fachada n.º 2 ........................ 84
Tabela 4.38 – Caso de estudo E – Caracterização dos padrões de fissuração observados nas
fachadas em estudo .............................................................................................................................. 84
Tabela 4.39 – Caso de estudo E – Causas possíveis e elementos afetados para cada padrão de
fissuração .............................................................................................................................................. 85
Tabela 4.40 – Caso de estudo F – Caracterização dos padrões de fissuração observados ............... 87
Tabela 4.41 – Caso de estudo F – Esquematização e análise geral da fachada n.º 1 ........................ 89
Tabela 4.42 – Caso de estudo F – Esquematização e análise geral da fachada n.º 2 ........................ 90
Tabela 4.43 – Caso de estudo F – Caracterização dos padrões de fissuração observados nas
fachadas em estudo .............................................................................................................................. 90

xiv
Tabela 4.44 – Caso de estudo F – Causas possíveis e elementos afetados para cada padrão de
fissuração .............................................................................................................................................. 91
Tabela 4.45 – Comparação entre as causas e os padrões de fissuração abordados no capítulo 2 e os
verificados nos casos de estudo ........................................................................................................... 92
Tabela 4.46 – Catálogo de padrões de fissuração – Paredes exteriores ............................................. 98
Tabela 4.47 – Catálogo de padrões de fissuração – Paredes interiores ............................................ 101

xv
xvi
1. Introdução
1.1. Considerações gerais
O fenómeno da fissuração tem, ao longo dos anos, constituído uma patologia comum em
edifícios, afetando quer as suas fachadas, quer os seus elementos interiores. Este fenómeno pode
surgir devido a erros de projeto, erros de execução ou simplesmente devido a ações de acidente sobre
as quais não se pode prever as suas consequências.
A caracterização das fissuras através da sua abertura, da sua orientação, da sua localização ou
da sua extensão na fachada pode ajudar a diagnosticar as causas que estão na sua origem. Para
entender o fenómeno da fissuração é necessária, também, a procura de mecanismos (físicos, químicos,
entre outros) que expliquem o seu aparecimento. Estes mecanismos podem ter de ser continuamente
questionados ou validados, até se obter uma relação causa-efeito que justifique, efetivamente, o
aparecimento das fissuras. A procura desta relação constitui a maior dificuldade no estudo do fenómeno
da fissuração.

1.2. Objetivos
Os principais objetivos da presente dissertação são os seguintes:
1. Desenvolvimento de uma metodologia de inspeção de edifícios focada no fenómeno da
fissuração;
2. Inspeção de diferentes edifícios de modo a sistematizar os padrões de fissuração
correntes, bem como o diagnóstico das causas de fissuração;
3. Compilação da informação obtida sob a forma de um catálogo de padrões de fissuração.

1.3. Organização da dissertação


O presente trabalho é desenvolvido ao longo de cinco capítulos:
No capítulo 2 “Fissuração em edifícios” apresenta-se o estado da arte do tema. Este capítulo tem
um caráter informativo e pretende introduzir o tema da fissuração, nomeadamente, a descrição do
fenómeno, diferentes caracterizações de fissuras, técnicas de diagnóstico e identificação das principais
causas e padrões de fissuração.
No capítulo 3 “Trabalho de campo” é feita uma descrição dos casos de estudo, bem como da
metodologia aplicada. Esta metodologia passará pela criação de uma ficha de inspeção, que será
posteriormente utilizada na caracterização dos casos de estudo, identificação de fissuras, causas
prováveis e outras anomalias.
No capítulo 4 “Análise e discussão dos resultados” apresentam-se os resultados obtidos das
inspeções. Este capítulo tem como objetivo a sistematização dos padrões de fissurações mais comuns,
bem como as causas possíveis que estão na sua origem. O diagnóstico das causas passará pela
revisão das causas estudadas no capítulo 2, onde serão, eventualmente, referidas situações que não
terão aparecido abordadas nesse capítulo. Por fim, os resultados são agrupados e é feita uma análise

1
estatística, com o intuito de criar um catálogo com os padrões de fissuração mais comuns bem como
as características associadas a cada um deles.
Nos capítulos 5 e 6 encontram-se as conclusões e anexos, respetivamente.

2
2. Fissuração em edifícios
As fissuras são um fenómeno inevitável quando se fala em construções em betão, pelo que é
necessário saber projetar e executar tendo em vista à sua minimização. É então importante saber
identificar as causas que estão na sua origem com vista à construção de edifícios com uma melhor
integridade estrutural, seja na fase de projeto e execução, seja na fase de ocupação do edifício em que
será necessário saber proceder ao nível da reparação.
O presente capítulo debruça-se inicialmente sobre a construção em betão armado e sobre as
componentes que fazem parte de um edifício. Seguidamente, introduz-se o tema da fissuração,
nomeadamente os mecanismos que estão na sua origem, formas de classificação, métodos e técnicas
de diagnóstico. Por fim, estudam-se as causas mais comuns, sistematizando-se os padrões de
fissuração associados a cada uma delas.

2.1. O fenómeno da fissuração


2.1.1. Definição e condições gerais de fissuração
Define-se fissura como uma descontinuidade física num elemento construtivo ou material de
construção. Os edifícios são sujeitos a cargas e sofrem deslocamentos e variações de volume que dão
origem a tensões, podendo afetar a construção no seu todo ou ao nível dos seus materiais e
componentes. As fissuras surgem sempre que as tensões a que um elemento está sujeito ultrapassam
a sua capacidade resistente. São, portanto, um sinal de que algum elemento se encontra com um
comportamento deficiente e inadequado ao conjunto (BONSHOR, et al., 1996) e (PAIVA, et al., 2006).
Nos edifícios, a fissuração pode assumir um duplo papel de causa e efeito, uma vez que pode
ser uma manifestação secundária de outras anomalias ou levar a que ocorram fenómenos de maior
magnitude (em último caso, o colapso do edifício). Para além da segurança estrutural, as fissuras
devem ser limitadas por outros motivos como, por exemplo, o aspeto estético do edifício ou para
garantir a durabilidade das construções – a existência de fissuras pode permitir a entrada de ar e água,
levando à corrosão das armaduras (BONSHOR, et al., 1996), (BONE, 1989) e (VEIGA, 1998).
De acordo com (BONE, 1989), o aparecimento de fissuras em estruturas de betão armado pode
não ser indicador de problemas estruturais, visto ser fenómeno próprio e inevitável deste tipo de
estruturas. Deste modo, o betão é dimensionado considerando-se, desde logo, a possibilidade de
ocorrência de fissuração. Eliminar por completo as fissuras seria anti-económico, uma vez que se teria
de submeter os elementos estruturais e as armaduras a valores de tração muito baixos. Deste modo,
o betão irá sempre apresentar fissuras que deverão ser inferiores a certos valores em função do
ambiente em que o edifício estiver. No (EN1992-1-1, 2010), os Estados Limites de Serviço definem os
valores aceitáveis para a abertura máxima de fissuras, em função da classe de exposição do betão.
As fissuras presentes em paredes de alvenaria resultam do facto de os materiais que as
constituem serem frágeis e possuírem baixa resistência a esforços de flexão, corte ou tração. Estas
fissuras podem dar-se de várias formas (CHEEMA, et al., 1986):
- Fendilhação lateral do bloco – quando a resistência à tração do bloco é inferior à solicitada;
- Fendilhação da argamassa – quando a resistência à tração da argamassa é inferior à solicitada;

3
- Esmagamento da argamassa da junta de assentamento – quando a resistência à compressão
da junta de argamassa é inferior à solicitada;
- Esmagamento do bloco – quando a resistência à compressão do bloco é inferior à solicitada.

2.1.2. Mecanismos elementares de fissuração


De acordo com (EN1990, 2009), a estrutura dos edifícios pode ser de betão armado, de aço, de
madeira, de alvenaria ou mista aço-betão. Nos casos mais correntes, a estrutura é de betão armado,
visto este adaptar-se a qualquer forma estrutural, possuindo assim uma grande polivalência
arquitetónica (GIONGO, 2007). Na Figura 2.1 encontra-se representado um edifício corrente, com a
descrição dos elementos que fazem parte da estrutura de betão armado. Para além dos elementos
estruturais de betão, existem também os seguintes elementos secundários: paredes de alvenaria,
juntas (estruturais ou não estruturais) e revestimentos (revestimentos de estanqueidade, revestimentos
de impermeabilização, revestimentos de isolamento térmico ou revestimentos de acabamento ou
decorativos (VEIGA, 2007)).
As fissuras podem afetar tanto os elementos estruturais como os elementos secundários.
Normalmente, verifica-se uma sucessão nos elementos afetados: a estrutura influencia as paredes de
alvenaria e estas influenciam os revestimentos (GASPAR, et al., 2006).

Figura 2.1 – Elementos constituintes da estrutura de betão de um edifício corrente. Adaptado de (REYNOLDS, et
al., 1988) e (ALVA, 2007)

4
Como referido, as fissuras surgem sempre que a tensão atuante num determinado elemento
excede a sua capacidade resistente, causando a sua rotura, que se manifesta pelo aparecimento da
fissura. De acordo com (BONSHOR, et al., 1996), as tensões que se geram são tensões normais e
tangenciais no elemento afetado. Estes estados de tensão resultam de esforços axiais aplicados (tração
ou compressão) e de esforços de corte, que geram distribuições de tensão uniformes. Para o seu
cálculo recorre-se ao uso da Equação 1 e Equação 2:
𝑃
𝜎= Equação 1
𝐴

𝐹
𝜏= Equação 2
𝐴
Em que:
𝜎 – tensão normal (kPa)
𝜏 – tensão tangencial (kPa)
P – ação axial centrada (kN)
F – ação de corte (kN)
A – superfície da secção solicitada (m 2)

O deslocamento relativo entre duas secções paralelas dá origem a deformações, que podem ser
extensões ou distorções consoante o deslocamento se dê segundo um eixo normal ou segundo um
eixo paralelo a essas secções. No caso de deformação axial uniforme, a tensão média resultante é
calculada através da Equação 3:
𝜎 = 𝐸𝜀 Equação 3

Em que:
𝜎 – tensão normal (MPa)
E – módulo de elasticidade do material (MPa)
𝜀 – extensão (m/m)

A variação de volume dos materiais resulta da sua livre expansão ou retração. No caso de esta
variação se encontrar restringida, irão surgir tensões no material. No caso da variação de temperatura,
esta tensão é obtida através da Equação 4:
𝜎 = 𝐸 𝛼𝑡 ∆𝑇 Equação 4

Em que:
𝜎 – tensão normal (MPa)
E – módulo de elasticidade do material (MPa)
𝛼𝑡 – coeficiente de dilatação térmica do material (m/m ºC)
∆𝑇 – variação de temperatura do material (ºC)

2.2. Classificação de fissuras


2.2.1. Classificação de fissuras em função da sua abertura
As fissuras podem ser classificadas tendo em conta a sua abertura (Tabela 2.1). De acordo com
diversos autores, esta classificação pode ser baseada numa análise macro-estrutural dos efeitos da

5
fissuração (CIB, BRE, Bidwell e Kaminetsky) ou tendo em conta a perda de durabilidade da fachada,
nomeadamente a perda de estanqueidade dos revestimentos a partir de fissuras com 0,2 mm (CSTB,
Veiga, Shohet) (GASPAR, et al., 2006).
Tabela 2.1 – Classificação da fissuração em função da respetiva abertura (GASPAR, et al., 2006)

Abertura da fissura em m m
0 0,1 0,2 0,25 0,5 1 1,5 2 3 5 15 25

Microfissuras /
CSTB/Veiga Fissuras / fendas médias Fendas / fraturas
microfendas

Shohet Fiss. capilar N.1 N.2 Nível 3 Nível 4


CIB Desprezável Finas (0,1 a 1 mm) Moderada (1 a 5 mm) Largas
BRE Capilar Nível 1 Nível 2 N.3 N.4
Bidw ell Finas Médias (até 10 mm) Largas
Pronun-
Kam inetzky --- Ligeiras Moderadas
ciadas
Nível 0 Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4
< 0,1 mm 0,1-0,25 mm 0,25-1 mm 1-2 mm > 2 mm
Bem definida.
Visível, Tenuamente
localizada. visível em
Não visível fotografia a 3
Gaspar, Efeitos estruturais.
Limiar da em m da
Flores-Colen Fio de cabelo visibilidade fotografias fachada.
Facilmente visível em
e Brito fotografia
(exceto em Pode estar
detalhes de acompanha-
pormenor) da de mais
anomalias
Micro-
Fissuras Fendas
fissuras

2.2.2. Classificação de fissuras em função da sua evolução no tempo


De acordo com (LAPA, 2008) e (SILVA, 1998), as fissuras podem ser classificadas de passivas
(também designadas por mortas ou estabilizadas) ou ativas (também designadas por vivas ou não
estabilizadas). O que distingue estes dois tipos de fissura é a amplitude do movimento: se, durante um
período inferior a 6 meses ou 1 ano, a fissura sofrer um deslocamento visível, então é ativa. No caso
de não existir qualquer tipo de movimento ou este ser considerado desprezável, então a fissura está
estabilizada, sendo considerada passiva. A distinção entre os dois tipos de fissura deve ser feita através
do acompanhamento da evolução das fissuras ao longo do tempo.
As fissuras passivas são fissuras em que a causa que as originou já não existe ou deixou de ter
efeito sobre a zona onde se geraram as fissuras. Deste modo, as fissuras são consideradas como
estando estabilizadas.
As fissuras ativas são fissuras que ainda sofrem movimentos e que poderão vir a aumentar de
dimensão. Pode ser difícil de conseguir a estabilização da fissura, visto a causa possível da sua
ocorrência poder ser difícil de identificar. Devem distinguir-se as fissuras consoante a evolução que
têm, podendo sofrer agravamento das causas ao longo do tempo ou apenas sofrer variações cíclicas
ou fortuitas. As fissuras de origem térmica (variações sazonais ou diárias) são um caso de fissuras que
possuem, geralmente, aberturas cíclicas, devido às variações de temperatura do material fraturado e
dos elementos confinantes (LUCAS, 1987).

6
2.3. Caracterização e diagnóstico de fissuras
A determinação das causas de fissuração nos edifícios e a sistematização dos seus padrões de
fissuração pode ser uma tarefa complexa. De entre as várias razões que dificultam a sua realização,
podem destacar-se a dificuldade na distinção entre causa e efeito, multiplicidade de causas para uma
única anomalia, desconhecimento sobre a história do edifício e do seu uso, variedade de componentes
e materiais que o constituem, desconhecimento sobre as técnicas utilizadas, entre outras (PAIVA, et
al., 2006). Deste modo, é necessário um contínuo processo de experimentação e melhoramento do
modo de organização da informação.
Define-se diagnóstico como “conjunto de procedimentos que são utilizados para conhecer o
edifício, bem como o estado de conservação e de segurança dos componentes, associados às
anomalias existentes.” (APPLETON, 2002). Deve proceder-se a um diagnóstico dos casos de
fissuração observados, de modo a melhor se adequarem os procedimentos a adotar na determinação
das suas causas e, consequentemente, no modo de proceder para uma eventual reparação ou
reabilitação do edifício. Para isso, é necessária uma base sólida de observação e registo do estado
atual do edifício e do espaço que o circunda (SILVA, 1998).

2.3.1. Caracterização de fissuras


De acordo com (BONSHOR, et al., 1996), no processo de diagnóstico de um edifício é necessário
observar e registar as características das fissuras, podendo estes resultados ser apresentados sob a
forma de esquemas ou fichas de inspeção (BRE, 1989). Os parâmetros a observar nas fissuras são os
seguintes (BONSHOR, et al., 1996) e (BONE, 1989):
- Dimensão – extensão da fissura;
- Abertura – largura da fissura, pode ser constante ou variável;
- Localização – zona do edifício onde se formou a fissura;
- Profundidade – a fissura pode ser superficial ou atravessar o elemento;
- Traçado – a fissura pode ser contínua ou descontínua, linear ou errática, formando ou não uma
malha;
- Orientação – vertical, horizontal ou inclinada;
- Repetitividade – agrupamento ou não de fissuras semelhantes;
- Evolução no tempo – fissuras vivas (ativas e variáveis, cíclicas ou não) ou mortas
(estabilizadas);
- Movimento relativo (2D/3D) – existência de deslocamentos no plano ou ao longo do elemento
em profundidade;
- Preenchimento – a fissura pode estar limpa ou com água ou outros elementos no seu interior;
- Contexto – edifícios ou elementos perto da zona onde se encontra a fissura que possam ter
sofrido modificações recentes.

7
2.3.2. Técnicas de diagnóstico de fissuras
Como referido em 2.2.2, as fissuras podem não sofrer mais alterações após o seu aparecimento
(fissuras estabilizadas) ou podem apresentar variações nas suas dimensões ao longo do tempo
(fissuras ativas). É então necessário saber distinguir e caracterizar os dois tipos de fissuras, sendo para
isso necessário recorrer a técnicas de diagnóstico (Tabela 2.2). No caso de fissuras estabilizadas,
apenas se procede à sua caracterização e medição. Para verificar se uma fissura é ativa, deve
observar-se se existe movimento da mesma e medir a sua evolução, de modo a verificar-se se se trata
de uma fissura com comportamento cíclico ou de constante crescimento (SILVA, 1998).
Tabela 2.2 – Técnicas de diagnóstico de fissuras (OLIVEIRA, 2003) e (SILVA, 1998)

Métodos Descrição Fotografia

Régua que apresenta linhas de diversas


espessuras (Figura 2.2). Basta colocar-se a
Régua de fissuras
régua perto da fissura e fazê-la corresponder
Medição de fissuras

a uma dada dimensão presente na régua.


Figura 2.2 – Régua de fissuras

Aparelho que permite observar a fissura


ampliada através de um sistema de zoom
Microscópio ótico
graduado (Figura 2.3). Quando se atinge a
de medição de
focagem da fissura, retira-se o valor da sua
fissuras
largura diretamente do aparelho. Pode atingir Figura 2.3 – Microscópio ótico de
uma precisão de até 0,025 mm. medição de fissuras [W1]

Um dos métodos consiste na introdução de


um palito na fissura (Figura 2.4 (a)). Se este
cair passado algum tempo, significa que
existe movimento da fissura.
Outro método consiste na colocação de um
Métodos pedaço de papel, plástico ou tecido sobre a
Evolução de fissuras

convencionais fissura (Figura 2.4 (b)). Se a fissura abrir,


estes materiais rasgam-se; se a fissura
fechar, enrugam.
Pode ainda utilizar-se um testemunho de
Figura 2.4 – Palito introduzido
vidro sobre a fissura, que irá partir sempre
numa fissura (a); Tira de papel
que houver movimentação. colada sobre uma fissura (b)
(OLIVEIRA, 2003)
Aplica-se uma camada de gesso ou pasta de
cimento sobre a fissura (Figura 2.5). O gesso
Testemunho em
forma uma ligação rígida sobre a fissura,
gesso ou pasta de
partindo no caso de ocorrerem
cimento
deslocamentos relativos dos dois lados da
Figura 2.5 – Testemunho de
fissura.
gesso [W2]

8
Tabela 2.2 – Técnicas de diagnóstico de fissuras (OLIVEIRA, 2003) e (SILVA, 1998) (cont.)

Métodos Descrição Fotografia


Aparelho composto por duas escalas
graduadas ortogonais (Figura 2.6). A escala
superior tem gravada uma retícula e a inferior
tem as dimensões em milímetros. À medida
Fissurómetro
que a fissura se vai movimentando, o seu
deslocamento é medido através do
deslocamento entre placas. Tem uma Figura 2.6 – Fissurómetros [W1]
precisão de 0,1 mm.

Aparelho constituído por duas peças


graduadas que correm uma sobre a outra
Réguas graduadas sempre que ocorrem movimentos relativos
corrediças entre os dois lados da fissura (Figura 2.7).
Tem uma precisão variável, não Figura 2.7 – Régua graduada
Evolução de fissuras (cont.)

ultrapassando 1 mm. corrediça [W4]

Fixam-se 2 ou 3 parafusos à parede através


de um furo preenchido com resina epóxi e
Paquímetro digital mede-se a evolução da distância ente os
parafusos com recurso ao paquímetro digital
(Figura 2.8). Tem uma precisão de 0,01 mm. Figura 2.8 – Paquímetro digital
[W5]

Aparelho que mede e regista a evolução de


fissuras e de deslocamentos em estruturas
Alongâmetro
(Figura 2.9). Tem uma precisão de 0,001 mm
na medição da distância entre dois pontos.
Figura 2.9 – Alongâmetro [W6]
Os extensómetros (Figura 2.10) permitem
medir o afastamento entre duas zonas
distintas, em função da variação da
resistência elétrica do extensómetro. O
Instrumentação aparelho é fixo em dois pontos separados da
eletrónica fissura e permite controlar o movimento da
mesma. Os fissurómetros eletrónicos medem
a evolução da distância entre dois
testemunhos colocados de cada lado da Figura 2.10 – Extensómetro

fissura. Deteta fissuras até 0,002 mm. (OLIVEIRA, 2003)

2.4. Classificação das causas e padrões de fissuração em edifícios


As principais causas do aparecimento de fissuras em edifícios podem ter origem em várias
alturas da construção. Na presente dissertação irão agrupar-se as diversas causas que estão na origem
das fissuras segundo (CEB, 1992), onde se divide o seu aparecimento em dois períodos distintos da

9
vida da estrutura – antes e depois do endurecimento do betão. Apresenta-se no esquema da Figura
2.11 as principais causas associadas ao fenómeno da fissuração, organizadas segundo este critério.

Figura 2.11 – Esquema das principais causas da fissuração em edifícios

De acordo com a organização escolhida e de modo a facilitar a leitura, optou-se por analisar
separadamente as diferentes origens da fissuração. Deste modo, são primeiramente descritas as
causas associadas às várias origens das fissuras, sendo posteriormente apresentada uma tabela com
os padrões de fissuração associados a cada uma delas, nomeadamente: fissuras de origem plástica
(presentes na Tabela 2.3), fissuras causadas por deslocamentos em construção (presentes na Tabela
2.4), fissuras de origem física (presentes na Tabela 2.5), fissuras de origem estrutural (presentes na
Tabela 2.6), fissuras de origem higrotérmica (presentes na Tabela 2.7) e fissuras de origem química
(presentes na Tabela 2.8).

i. Retração plástica do betão/Calor de hidratação


A retração plástica do betão ocorre quando a cura do betão é mal executada, levando a uma
rápida perda de água. Fatores como a temperatura do ar, fraca humidade e a velocidade do vento
podem fazer com que se dê uma rápida evaporação da água.
As tensões capilares instalam-se nos poros em virtude da evaporação da água à superfície ser
superior à exsudação da água no betão. Quando se dá uma rápida evaporação da água da superfície
fresca do betão, o betão começa a retrair e leva à ocorrência de fissuras. Deste modo, é necessário
compensar a quantidade de água perdida durante a fase de cura do betão (GROMICKO, et al., s.d.).
Nas primeiras horas ou dias de betonagem, o betão ainda não ganhou muita resistência e ainda
se está a expandir devido ao calor gerado durante a hidratação do cimento. À medida que este arrefece
até à temperatura ambiente, podem ocorrer fissuras devido à fraca resistência do betão.

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ii. Assentamento plástico do betão
O assentamento plástico do betão ocorre devido à migração da água do betão para a superfície
antes de ser atingida a presa. Este processo leva à diminuição do volume do betão, levando a que
ocorra fissuração sempre que o assentamento não seja uniforme devido a obstáculos como armaduras
e cofragens (COUTINHO, 1998).
As fissuras devidas ao assentamento plástico do betão podem ser causadas por:
- Recobrimento inadequado;
- Betão com água em excesso;
- Má prática de consolidação.
As fissuras que se formam acima das armaduras podem permitir que ocorra a corrosão das
mesmas, uma vez que permitem a entrada de água e de outros agentes. Deste modo, é necessário
garantir um recobrimento adequado do aço, de modo a protegê-lo dos agentes corrosivos.

Tabela 2.3 – Padrões de fissuração que ocorrem antes do endurecimento do betão – Origem plástica

Fissuração ANTES do endurecimento do betão – Origem plástica


Causa da
Padrão de fissuração Exemplo
fissuração

Na estrutura de betão:
 Fissuras superficiais, de pequena dimensão,
i.
diagonais e irregulares.
Retração
plástica do
betão/Calor de
hidratação
[W7]

(COUTINHO, 1998)

Na estrutura de betão:
 Fissuras desenvolvem-se longitudinalmente ao longo
das armaduras, na parte superior de vigas ou lajes de
grande espessura, ou em torno de estribos, nas faces
ii.
dos pilares.
Assentamento
plástico do
betão
(GROMICKO, et al., s.d.)

(CEB, 1992)

11
iii. Colocação incorreta das armaduras e cabos de pré-esforço
Uma colocação das armaduras muito perto da superfície do betão ou o seu deslocamento
durante a fase de betonagem pode implicar um deficiente recobrimento das mesmas, levando a que se
formem fissuras no betão (LEMAY, s.d.).

iv. Remoção prematura das cofragens


Durante a fase de construção, uma colocação incorreta das cofragens ou a sua remoção
prematura antes do betão atingir a resistência necessária, pode provocar a fissuração do betão ou até
mesmo o colapso de toda a estrutura (FLORES-COLEN, et al., 2012-2013).

Tabela 2.4 – Padrões de fissuração que ocorrem antes do endurecimento do betão – Deslocamento em
construção

Fissuração ANTES do endurecimento do betão – Deslocamento em construção


Causa da
Padrão de fissuração Exemplo
fissuração
Na estrutura de betão:
iii.
 Fissuras localizadas junto às armaduras e cabos de
Colocação
pré-esforço.
incorreta das
armaduras e
cabos de pré-
esforço (LEMAY, s.d.)
(CEB., 1985)

iv.
Na estrutura de betão:
Remoção
 Fissuras localizam-se nos limites das cofragens ou em
prematura das
todo o elemento cofrado.
cofragens
[W8]

v. Retração do betão
A retração a longo prazo do betão é independente dos carregamentos a que a estrutura é sujeita,
ocorrendo apenas devido à diminuição de volume do betão pela evaporação da água (SAMPAIO,
2010). À medida que a superfície do betão seca, a água evapora-se dos espaços entre as partículas,
fazendo com que estas tendam a aproximar-se umas das outras, o que resulta numa retração do betão.
Uma vez que a camada exterior do betão está exposta ao ar e as camadas inferiores não, o betão perto
da superfície seca e retrai a uma taxa diferente da camada interior. Esta camada atua como um
impedimento à retração do betão superficial, produzindo tensões que irão levar à fissuração da camada
superficial de betão (GROMICKO, et al., s.d.). É necessário ter em consideração o efeito da retração
durante a fase de projeto através da construção de juntas, que permitam determinar o local onde vão
ocorrer as fissuras devidas à retração. Quanto mais rígida for uma estrutura, maiores as tensões,
resultando assim numa maior fissuração. A disposição das fissuras depende das restrições impostas à
estrutura e das armaduras existentes no betão.

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vi. Retração do reboco
As fissuras decorrentes da retração do revestimento ocorrem devido a vários fatores, tais como
(THOMAZ, 1989):
- elevado consumo do ligante;
- deficiente percentagem de finos existentes na mistura;
- deficiente teor de água de amassadura;
- má aderência entre a argamassa e a base;
- deficiente espessura das camadas;
- incorreto tempo de aplicação e de secagem das várias camadas;
- rápida perda de água durante o endurecimento.

Tabela 2.5 – Padrões de fissuração que ocorrem depois do endurecimento do betão – Origem física

Fissuração DEPOIS do endurecimento do betão – Origem física


Causa da
Padrão de fissuração Exemplo
fissuração

Na estrutura de betão:
 Fissuras lineares que se estendem ao longo do
elemento. São superficiais, diagonais e apresentam
espaçamento uniforme, podendo não ser contínuas.
 Fissuras causam a abertura das juntas de dilatação.

v. (GROMICKO, et al., s.d.)


Retração do
Na alvenaria:
betão
 No caso de ocorrer a retração das lajes, as fissuras
surgem nas fiadas de alvenaria perto da laje e têm [W9]
uma configuração horizontal.

(BAUER, 2007)

No revestimento:
 Fissuras mapeadas.

vi.
Retração do
reboco

[W10]
(THOMAZ, 1989)

13
vii. Fluência do betão
A fluência do betão é definida como a deformação a longo prazo devida a cargas constantes
atuantes na estrutura. Sempre que o betão é sujeito a cargas ou tensões durante muito tempo, este irá
deformar. A deformação normalmente ocorre na direção em que a força é aplicada. Se a estrutura se
encontrar restringida nos apoios, a fluência pode causar fissuração ou até o colapso da estrutura, sendo
então necessário considerar o efeito da fluência na fase de projeto da estrutura (GROMICKO, et al.,
s.d.).
As fissuras provocadas pela fluência são comuns em paredes de retenção (por exemplo, silos
de betão) ou em paredes de fundação que não são apoiadas na estrutura do piso.

viii. Assentamentos diferenciais


Os solos são constituídos por partículas sólidas, ar e água. Sempre que são sujeitos a cargas
externas, sofrem deformações, que podem ser diferentes ao longo de toda a área onde o edifício está
assente. Deste modo, podem ser originadas tensões de grande intensidade em certas zonas da
estrutura, levando à ocorrência de assentamentos diferenciais. Os deslocamentos dos apoios devido a
estes assentamentos podem introduzir fissuras na estrutura ou mesmo levar ao seu colapso (JACOME,
et al., 2005).
De acordo com (JACOME, et al., 2005), (SAMPAIO, 2010) e (SILVA, 1998), os principais fatores
que levam a que ocorram assentamentos diferenciais são:
- deficiente consolidação do terreno;
- heterogeneidade do solo de fundação;
- fundações sobre aterros;
- construção de diferentes tipos de fundações;
- deficiente dimensionamentos dos elementos da fundação;
- influência de fundações vizinhas.
O uso de diferentes sistemas de fundação numa mesma obra leva a que ocorram assentamentos
diferenciais, bem como obras que possuem um corpo principal mais carregado do que o corpo
secundário. Também podem acontecer assentamentos diferenciais ao longo de um componente com
zonas diferentemente carregadas.
Dependendo da gravidade do assentamento, as fissuras podem também aparecer nos restantes
pavimentos de forma tão intensa como no piso térreo. As fissuras vão evoluindo gradualmente e são
tanto mais severas quanto mais rígida for a estrutura. Os assentamentos diferenciais podem danificar
tanto os elementos estruturais, como as paredes de enchimento de alvenaria. Quando o assentamento
ocorre de forma intensa, as tensões de corte podem provocar o esmagamento localizado das paredes
de alvenaria (JACOME, et al., 2005).

ix. Sobrecargas acidentais


A atuação de sobrecargas, previstas ou não em projeto, pode provocar a fissuração de
componentes de betão armado. Em geral, dimensionam-se os elementos de betão de modo a prever a
ocorrência de fissuração nas regiões tracionadas da peça, limitando-se a fissuração em função da
estética do elemento e em função da deformabilidade e durabilidade da estrutura (SILVA, 1998). A
abertura das fissuras deve ser controlada de modo a evitar a corrosão das armaduras. A fissuração

14
excessiva pode ser devida à utilização da estrutura para ações que não eram as preconizadas no
projeto ou pelo cálculo deficiente das ações que atuam na estrutura (COUTINHO, 1998).

x. Deformações excessivas dos elementos estruturais/Movimentos diferenciais da estrutura


As estruturas de betão armado sofrem deformações quando sujeitas a cargas permanentes e
cargas de acidente. Na fase de projeto, estabelecem-se valores limites para as flechas a que os
elementos são sujeitos, de modo a não comprometer a estabilidade da construção. O (EN1992-1-1,
2010) estabelece que estão satisfeitas as exigências regulamentares se se verificar um valor de flecha
máxima de 1/500 do vão para ações quase-permanentes. No entanto, estas flechas podem ser
incompatíveis com os componentes sobre os quais as peças apoiam, nomeadamente as paredes de
alvenaria de tijolo. As paredes de alvenaria de tijolo possuem uma capacidade de deformação elástica
relativamente baixa, pelo que deformações excessivas no suporte podem provocar fissuras diversas
nestes elementos (JACOME, et al., 2005). Segundo (PFEFFERMANN, 1968), não se observam
qualquer tipo de fissuras para flechas inferiores a 1/1500 do vão.

xi. Carregamento excessivo de compressão nas alvenarias


No caso de existirem cargas diretamente aplicadas em paredes de alvenaria de tijolo, poderá
ocorrer a formação de fissuras ao longo das paredes. Deste modo, deve evitar-se em projeto que as
vigas descarreguem diretamente sobre as paredes de alvenaria, bem como evitar ter elementos fixos
às paredes. As fissuras que surgem em paredes de alvenaria carregadas axialmente surgem antes de
serem atingidas as cargas limites de rotura (SAMPAIO, 2010).
As fissuras nos contornos dos vãos podem assumir diversas configurações em função da
influência dos seguintes fatores (JACOME, et al., 2005):
- Dimensões do painel de alvenaria;
- Anisotropia dos materiais constituintes;
- Magnitude das tensões desenvolvidas;
- Dimensões da abertura e localização da mesma na parede.

xii. Ação sísmica


A ocorrência de sismos pode provocar danos graves nas estruturas ou até o seu colapso. Os
elementos podem ser completamente atravessados pelas fissuras causadas, podendo não restar outra
solução senão reabilitar ou reconstruir toda a estrutura (SILVA, 1998).

xiii. Ações térmicas


De acordo com (SILVA, 1998), variações de temperatura, sazonais ou diárias, provocam
variações dimensionais, podendo originar a expansão ou retração do betão e paredes de alvenaria,
bem como o movimento de toda a estrutura. As movimentações térmicas podem ocorrer de forma
distinta entre diferentes materiais de um mesmo elemento, entre elementos diferentes e entre diferentes
zonas de um mesmo material (JACOME, et al., 2005). Um modo de verificar o efeito da ação térmica
nas estruturas é ver a oscilação das juntas de dilatação. Em estruturas podem existir restrições às
movimentações térmicas, promovendo o aparecimento de tensões nessas zonas. Deste modo, podem
aparecer fissuras que dependem das variações de temperatura sentidas, do grau de restrição imposto
pela estrutura, das propriedades dos materiais e da ausência de juntas de dilatação. Essas
movimentações podem ocorrer em casos como (SAMPAIO, 2010):

15
Tabela 2.6 – Padrões de fissuração que ocorrem depois do endurecimento do betão – Origem estrutural

Fissuração DEPOIS do endurecimento do betão – Origem estrutural


Causa da
Padrão de fissuração Exemplo
fissuração

vii. Na estrutura de betão:


Fluência do  Fissuras ocorrem segundo a direção em que a força é
betão aplicada.

(GROMICKO, et al., s.d.)


Na estrutura de betão:
 Fissuras inclinadas a 45º, com direção dependente do
deslocamento das fundações.

[W11]
(PFEFFERMANN, 1968) e (BONSHOR, et al., 1996)
viii. Na alvenaria e no revestimento:
Assentamentos  Fissuras inclinadas a partir da abertura de vãos.
diferenciais  Fissuras geralmente inclinadas a 45º ou verticais
próximas do primeiro pavimento do edifício.

[W12]

(THOMAZ, 1989)
Na estrutura de betão:
Tração  Fissuras perpendiculares à direção do carregamento, com espaçamento
relativamente uniforme e atravessando o elemento de lado a lado.

Compressão  Fissuras paralelas à direção do carregamento e irregulares.

ix.
Flexão  Fissuras verticais no terço médio da viga e aproximadamente 45º junto aos
Sobrecargas
apoios. Em vigas altas esta inclinação pode atingir 60º. As aberturas são maiores na face
acidentais
inferior da viga, onde as fibras são mais tracionadas.

Torção  Aproximadamente 45º nas duas superfícies laterais da viga segundo retas
reversas.

16
Tabela 2.6 – Padrões de fissuração que ocorrem depois do endurecimento do betão – Origem estrutural (cont.)

Fissuração DEPOIS do endurecimento do betão – Origem estrutural


Causa da
Padrão de fissuração Exemplo
fissuração
Esforço transverso  Fissuras começam no ponto de aplicação do esforço,
desenvolvendo-se em direção aos apoios.

ix. Pela solicitação simultânea das ações anteriores:


Sobrecargas
acidentais
(cont.)
(I.P.T., s.d.), (CEB., 1985) e (CÁNOVÀS, s.d.)
Em pilares:
a) Por esmagamento do betão
b) Por insuficiência de estribos
c) Por solicitação de flexo-compressão
Na alvenaria:
 No caso de vigas em consola, a flexão provoca
fissuras de corte na parede de alvenaria e a
separação entre a alvenaria e a estrutura.

(THOMAZ, 1989)
 Fissuras devido à deformação por flexão do
pavimento:
a) Pavimento inferior mais deformável

x.
b) Pavimento superior mais deformável

Deformações c) Pavimento inferior e superior com deformações

excessivas do idênticas

suporte
[W13]
(PFEFFERMANN, 1968)
 Sempre que existirem aberturas tais como portas ou
janelas, as fissuras propagam-se através dos vértices
destas.

(DIAS, 1994)

17
Tabela 2.6 – Padrões de fissuração que ocorrem depois do endurecimento do betão – Origem estrutural (cont.)

Fissuração DEPOIS do endurecimento do betão – Origem estrutural


Causa da
Padrão de fissuração Exemplo
fissuração
Na alvenaria:
 Fissuras verticais desde o ponto de aplicação da
carga.

(I.P.T., s.d.)
 Quando são aplicadas cargas verticais concentradas,
podem ocorrer esmagamentos localizados e a
formação de fissuras desde o ponto de aplicação das
cargas.

xi.
Carregamento
excessivo de (THOMAZ, 1989)
compressão nas  Fissuras horizontais ou inclinadas para cargas
alvenarias verticais excêntricas ou cargas horizontais.
[W14]

(GRIMM, 1988)
 Fissuras inclinadas a partir de aberturas de portas e
janelas.

(BAUER, 2007)
Na estrutura de betão e na alvenaria:
 Fissuras irregulares e inclinadas, aparecendo em
vários sentidos e atravessando os elementos.
xii.
Ação sísmica

[W15]

(CARVALHO, et al., 1985)

18
- Atuação de uma mesma variação de temperatura em materiais com diferentes coeficientes de
dilatação térmica;
- Diferentes variações térmicas atuando num único elemento;
- Gradiente de temperatura ao longo de um mesmo elemento.
O efeito das variações térmicas nas estruturas depende da sua geometria e das condições de
apoio da estrutura. Em estruturas hiperstáticas, por não permitirem a translação e rotação dos apoios,
o comportamento vai ser diferente do que acontece com estruturas isostáticas em que estes estão
livres. As paredes com maior tendência para fissurar são as paredes localizadas nas posições mais
afastadas da região central do pavimento, devido ao facto de que, quando a laje dilata, os
deslocamentos são maiores nos bordos. Este tipo de fissuras ocorre frequentemente em paredes de
alvenaria devido ao facto de a laje de cobertura dilatar por efeitos térmicos, induzindo nas paredes o
aparecimento de forças horizontais devidas à ligação entre os dois elementos. Uma vez que, como os
blocos de tijolo são mais resistentes que as juntas, a tendência é a fissuração ocorrer na argamassa
da junta de assentamento perto da laje (SILVA, 1998). As áreas mais suscetíveis à fissuração por ações
térmicas são as coberturas e as paredes externas dos edifícios por serem as áreas com maior
incidência do sol (sobretudo orientadas a Sul e a Oeste), sofrendo assim um maior gradiente térmico
(SAMPAIO, 2010).

xiv. Ação do fogo


Ao atingirem-se temperaturas muito elevadas, o aço irá sofrer uma maior dilatação do que o
betão, surgindo tensões na estrutura. As fortes variações que se verificam no volume levam à
ocorrência de fissuração (SILVA, 1998).

xv. Ciclos gelo/degelo


A deterioração do betão devida a ciclos gelo/degelo ocorre em superfícies expostas a água, de
uma forma permanente ou quase permanente. À medida que a água é absorvida pelo betão, esta
poderá congelar e expandir (cerca de 9%). Se os poros e fendas existentes no betão se encontrarem
saturados, irão aparecer tensões no interior do betão, levando ao aparecimento de fissuras à superfície
e destacamento do betão superficial (GROMICKO, et al., s.d.).

xvi. Ação da humidade


As zonas da estrutura com maior incidência da humidade são cantos desabrigados, bases de
paredes ou platibandas. Diferentes condições de humidade podem provocar variações de volume no
betão. A um aumento da humidade corresponde uma expansão e a uma diminuição da humidade
corresponde uma retração. Deste modo, componentes com cais mal hidratadas ao sofrerem
humidificação ao longo da vida poderão apresentar variações de volume, levando à ocorrência de
fissuras na estrutura. As fissuras aparecem normalmente durante o primeiro verão que se segue à
conclusão da execução das alvenarias (SAMPAIO, 2010).
De acordo com (JACOME, et al., 2005), as movimentações provocadas pela variação do teor de
humidade podem ser reversíveis ou irreversíveis. As movimentações reversíveis são aquelas que
ocorrem devidas a variações do teor de humidade do material ao longo do tempo. As movimentações
irreversíveis ocorrem logo após o fabrico do material e são originadas pela perda ou ganho de água até
que se atinja a humidade higroscópica de equilíbrio.

19
De acordo com (BONSHOR, et al., 1996), os valores da variação de volume no caso de
movimentações reversíveis são de 0,02% a 0,06% para a argamassa corrente. No caso de tijolos de
barro vermelho, estes valores não ultrapassam, geralmente, 0,02% (PFEFFERMANN, 1968).
Tabela 2.7 – Padrões de fissuração que ocorrem depois do endurecimento do betão – Origem higrotérmica

Fissuração DEPOIS do endurecimento do betão – Origem higrotérmica


Causa da
Padrão de fissuração Exemplo
fissuração

Na estrutura de betão:
 Fissuras com espaçamento uniforme. No caso de vigas,
atravessam-nas.

[W16]
Na alvenaria:
 Fissuras horizontais nas paredes exteriores decorrentes
xiii.
Ações de movimentações térmicas em lajes de cobertura.

térmicas Inclinam-se a 45º nas paredes transversais em direção


à laje de teto.

(SILVA, 2004)
(LUCAS, 1987)
 Fissuras que acompanham juntas verticais e
horizontais.

xiv. Na estrutura de betão:


Ação do fogo  Fissuras no betão perto das armaduras.

[W17]

xv.
Na estrutura de betão:
Ciclos
 Fissuras paralelas à superfície.
gelo/degelo

[W18]
Na alvenaria:
 Fissuras horizontais devidas à expansão da argamassa
de assentamento, acompanhando as juntas de
xvi.
assentamento da alvenaria.
Ação da
humidade

[W19]
(THOMAZ, 1989)

20
Tabela 2.7 – Padrões de fissuração que ocorrem depois do endurecimento do betão – Origem higrotérmica
(cont.)

Fissuração DEPOIS do endurecimento do betão – Origem higrotérmica


Causa da
Padrão de fissuração Exemplo
fissuração
 Fissuras verticais ou pouco inclinadas devidas à
retração, apresentando traçado descontínuo e de
largura reduzida:
a) Fissuração a partir dos ângulos dos vãos
b) Fissuração na ligação das paredes de alvenaria com os
pilares
xvi.
c) Fissuração a meio vão
Ação da
humidade
(cont.)

(LUCAS, 1987)

xvii. Corrosão das armaduras


A corrosão das armaduras pode levar à deterioração do betão, provocando mesmo o
aparecimento de fissuras. Quando ocorre a oxidação do aço, a ferrugem resultante vai ocupar mais
espaço do que o aço ocupava inicialmente. Esta expansão cria tensões no betão, que podem provocar
fissuração e fragmentação (SILVA, 1998).

xviii. Ataque dos álcalis


Os principais indícios deste tipo de reações são a fissuração, a expansão da estrutura, a
presença de eflorescências e exsudações e os pop-outs. Este tipo de reação pode revelar-se
subitamente na estrutura num estado já avançado.
Certos agregados contêm sílica reativa que reage com os álcalis presentes no cimento, o que
leva à formação de um gel que envolve os agregados. O efeito da humidade leva a que este gel se
expanda, o que cria trações no betão, levando à perda de integridade, à diminuição da resistência do
betão e à formação de fissuras (GROMICKO, et al., s.d.).

xix. Cristalização de sais


A cristalização de sais nos poros do betão pode provocar o aparecimento de tensões que podem
levar à fissuração do material (JACOME, et al., 2005).
Como exemplo, imagine-se uma laje de betão armado que num lado está em contacto com uma
solução salina e do outro está sujeito à evaporação. O betão pode fissurar por tensões resultantes da
pressão de sais que cristalizam nos poros (LAPA, 2008).

21
Tabela 2.8 – Padrões de fissuração que ocorrem depois do endurecimento do betão – Origem química

Fissuração DEPOIS do endurecimento do betão – Origem química


Causa da
Padrão de fissuração Exemplo
fissuração
Na estrutura de betão:
 Fissuras no betão perto das armaduras.

xvii.
Corrosão das
armaduras

[W21]

[W20]
Na estrutura de betão:
 Fissuras tipo “craquelet” ou map cracking – forma um
padrão em polígonos, com traçado errático, de malha
densa e frequentemente hierarquizada.
xviii.
Ataque dos
álcalis

[W23]

[W22]

xix.
Na estrutura de betão:
Cristalização
 Fissuras paralelas à superfície com manchas.
de sais

[W24]

2.5. Considerações finais


A fissuração é um fenómeno comum na maior parte dos edifícios correntes. Durante a fase de
construção dos elementos de betão do edifício, é inevitável o aparecimento de fissuras, devendo limitar-
se a dimensão destas a certos valores que permitam um correto desempenho e funcionalidade do
edifício.
O aparecimento de fissuras durante a vida útil do edifício pode dar-se devido a várias causas
que podem afetar os diferentes elementos constituintes do edifício. Encontra-se na Tabela 2.9 a síntese
de todos os padrões de fissuração estudados, bem como os elementos construtivos em que ocorre e
as causas que podem estar na sua origem. Uma fissura pode ter na sua origem uma pluralidade de
causas, que podem já ter cessado ou continuarem a manifestar-se até se proceder ao seu diagnóstico
e eventual intervenção no sentido de eliminar os seus efeitos. Deste modo, é importante compreender-
se o fenómeno complexo que é a fissuração, devendo escolher-se os melhores métodos de análise e

22
classificação, de modo a obterem-se diagnósticos o mais objetivos possível e a fazer com que, aos
poucos, se minimize este fenómeno.
Tabela 2.9 – Síntese dos padrões de fissuração, elementos onde ocorrem e causas possíveis
Elementos onde pode ocorrer
Causas
Padrão de fissuração Estrutura
Alvenaria Revestimento possíveis
de betão
Fissuras horizontais em paredes X xvi
Fissuras horizontais em paredes junto à laje
X v, xiii
superior
Fissuras horizontais em paredes junto à laje
Horizontal X x
inferior
Fissuras horizontais em pilares X ix
Fissuras verticais em paredes X xi, xvi
Fissuras verticais em paredes junto à laje
X x
inferior
Fissuas verticais no centro de vigas e inclinadas
Vertical X ix
a 45º junto aos apoios
Fissuras verticais em pilares X ix
Fissuras diagonais inclinadas a 45º em paredes X X viii, x, xi
Fissuras diagonais em paredes junto à laje de
X xiii
teto
Fissuras diagonais em paredes junto à laje
X x
inferior
Fissuras diagonais na superfície do betão X i, v, xiii
Diagonal
Fissuras inclinadas a 45º segundo retas
X ix
reversas em vigas
Fissuras diagonais em vigas na direção aos
X ix
apoios

Fissuras inclinadas em paredes a partir da


Diagonal X X viii, x, xi, xvi
abertura de vãos
em
janelas

Fissuras mapeadas em paredes X X vi, xviii


Mapeado

Fissuras que acompanham juntas horizontais X xiii


Transição
de Fissuras que acompanham juntas verticais X xiii, xvi
materiais
Fissuras ao longo das armaduras X ii, iii, xiv, xvii
Fissuras nos limites das cofragens X iv
Fissuras paralelas à direção do carregamento X vii, ix
Variável Fissuras perpendiculares à direção do
X ix
carregamento
Fissuras irregulares X X xii
Fissuras paralelas à superfície X xv, xix
Causas: i – Retração plástica do betão; ii – Assentamento plástico do betão; iii – Colocação incorreta das armaduras e cabos de
pré-esforço; iv – Remoção prematura das cofragens; v – Retração do betão; vi – Retração do reboco; vii – Fluência do betão; viii
– Assentamentos diferenciais; ix – Sobrecargas acidentais; x – Deformações excessivas dos elementos estruturais; xi –
Carregamento excessivo de compressão nas alvenarias; xii – Ação sísmica; xiii – Ações térmicas; xiv – Ação do fogo; xv – Ciclos
gelo/degelo; xvi – Ação da humidade; xvii – Corrosão das armaduras; xviii – Ataque dos álcalis; xix – Cristalização de sais

23
24
3. Trabalho de campo
3.1. Considerações gerais
No presente capítulo é descrita a metodologia aplicada para a inspeção de edifícios com
presença de fissuração, bem como a completa descrição da ficha de inspeção utilizada para tal. É
também feita a caracterização geral de todos casos de estudo que fazem parte da amostra.

3.2. Metodologia aplicada


Apresenta-se neste capítulo a metodologia utilizada para a identificação, registo e caracterização
das fissuras e anomalias observadas, bem como as suas respetivas causas e problemas estruturais
associados.
A metodologia adotada teve por base as metodologias sugeridas por diversos autores, dos quais
se destacam (BONSHOR, et al., 1996) e (GRIMM, 1988). Para estes autores, deve numa primeira fase
fazer-se a observação do edifício e recolher-se todos os dados que se considerarem relevantes para o
diagnóstico. Deve depois recolher-se informação acerca do edifício junto de entidades responsáveis e
através do estudo de projetos e fichas de intervenção. Finalmente, deve tentar encontrar-se uma
explicação para o fenómeno, tendo em conta todas as informações recolhidas e a observação in situ.
Deste modo, esquematizou-se a metodologia aplicada para a inspeção de cada caso de estudo
na Figura 3.1.

Figura 3.1 – Sistematização da metodologia aplicada

25
Pode dividir-se a metodologia aplicada em 3 fases:
i. Recolha de dados
ii. Organização da informação
a. Análise geral da fissuração
b. Análise por fachada
iii. Análise crítica dos resultados

Apresenta-se de seguida uma descrição pormenorizada da metodologia aplicada,


nomeadamente os passos seguidos e o seu enquadramento no cumprimento dos objetivos da presente
dissertação. Os passos seguidos pretendem ser o mais detalhado e objetivos possível, de modo a
fazer-se um correto e completo diagnóstico a todo o edifício.

i. Recolha de dados – Numa primeira fase, é necessário proceder à máxima recolha de todos os
dados e informações adquiridos aquando da visita aos casos de estudo. Para tal, procede-se à
elaboração de fichas de inspeção, onde é feita a total caracterização do caso de estudo, o
levantamento das fissuras observadas nos edifícios, desde a sua caracterização (através de
esquemas, fotografias e medições feitas no local) até à identificação das suas possíveis causas.
A ficha de inspeção é preenchida para cada fachada observada, recolhendo-se informação
acerca de cada padrão de fissuração nela presente através da caracterização de uma fissura
correspondente a cada padrão. Esta fissura pretende ser a mais representativa de cada padrão,
escolhendo-se as fissuras com maiores aberturas na fachada. A recolha de dados é feita por
simples observação e por recurso a pequenos instrumentos que possibilitam a caracterização
das paredes do edifício e das anomalias, sendo eles:
- Humidímetro (Figura 3.2) – Aparelho utilizado para verificar se existe humidade na superfície
das paredes observadas que possa explicar o aparecimento de fissuras;

Figura 3.2 – Humidímetro [W25]

- Régua de fissuras (Figura 3.3), fita métrica, nível e bússola – Aparelhos utilizados para a
caracterização geométrica e espacial do edifício e das fissuras;

Figura 3.3 – Régua de fissuras (presente no anexo A.1)

26
- Câmara termográfica (Figura 3.4) – Instrumento utilizado que permite caracterizar elementos
constituintes da fachada.

Figura 3.4 – Câmara termográfica e exemplo de termograma

É também importante nesta fase reunir todos os elementos que possam ser importantes para a
compreensão do funcionamento do edifício e para uma avaliação estrutural completa,
nomeadamente elementos de projeto e relatórios anteriores de intervenção.

ii. Organização da informação – Depois de identificadas e registadas as fissuras e outras


anomalias, deve proceder-se a uma organização de todos os dados registados. Esta organização
é feita através de fotografias, esquemas e textos explicativos, de forma a permitir uma fácil
interpretação dos fenómenos observados. As fotografias foram tratadas com o programa
Photoshop de modo a melhor evidenciar as fissuras presentes. A organização da informação é
feita para cada caso de estudo e contempla os seguintes passos:
a. Análise geral da fissuração – É primeiramente feita uma análise geral das fissuras
observadas ao longo da obra, permitindo uma perspetiva global da localização das
fissuras ao longo do edifício/conjunto de edifícios. Esta análise é feita sobre a planta do
edifício/conjunto de edifícios para cada fachada observada e apresenta os seguintes
dados:
- Percentagem de área afetada da fachada – Estimativa da área da fachada em que se
verifica fissuração, apresentando-se segundo intervalos de percentagem. Esta
estimativa é feita de acordo com o esquema da Figura 3.5. São contabilizados os
quadrados de 1 m 2 em que se verifica a existência de fissuras e de seguida é calculada
a percentagem total dos quadrados afetados sobre a área total (arredondada às
unidades) que a fachada ocupa. Esta percentagem é apresentada segundo intervalos de
25%, para uma análise mais fácil. Deste modo, a fachada pode ser considerada muito
pouco afetada (0-25%), pouco afetada (25-50%), medianamente afetada (50-75%) e
muito afetada (75-100%), ao nível da fissuração. Esta análise não é feita para o caso de
estudo C, uma vez que apenas se analisaram divisões interiores. Encontra-se no anexo
A.2 o exemplo de uma fachada estudada.

27
Figura 3.5 – Esquema utilizado para o cálculo da percentagem da área afetada da fachada

- Abertura máxima – Valor da maior abertura verificada em cada fachada,


independentemente do padrão de fissuração. Consideram-se os intervalos de valores de
aberturas utilizados pelos últimos autores presentes na Tabela 2.1 do capítulo anterior.
Designam-se as aberturas como sendo muito pequenas (<0,1 mm), aberturas pequenas
(0,1-0,25 mm), aberturas moderadas (0,25-1 mm), aberturas grandes (1-2 mm) e
aberturas muito grandes (>2 mm), de modo a permitir um preenchimento mais intuitivo
dos valores de aberturas das fissuras observadas. No caso de estudo C, a análise é feita
fissura a fissura, logo a abertura considerada será a abertura média observada para a
fissura em questão.
- Padrões de fissuração – Registo de todos os padrões de fissuração observados em
cada fachada.

Deve depois sintetizar-se toda a informação recolhida numa tabela onde são registadas
as características recolhidas para cada padrão.

b. Análise por fachada – É neste ponto feita uma análise detalhada das fachadas que se
considerem mais representativas dos tipos de fissuração mais correntes. Neste ponto,
registam-se todas as fissuras e todas as anomalias associadas presentes nas fachadas
em estudo, bem como a caracterização das mesmas (padrão de fissuração, abertura
média, localização, …) através dos dados recolhidos nas fichas de inspeção. Para cada
fachada escolhe-se uma fissura representativa de cada padrão de fissuração (no caso
de este se verificar em mais do que uma zona). As fissuras escolhidas são as que se
considerem mais gravosas, nomeadamente as que apresentam uma maior
abertura/degradação de entre todas as fissuras existentes para cada padrão de
fissuração.

28
Após a caracterização das fachadas, é elaborado um quadro de correlações entre os
tipos de fissuração observados e a sua ocorrência na fachada, nomeadamente as zonas
onde são mais comuns, anomalias associadas, aberturas, entre outras.

iii. Análise crítica dos resultados – Após a recolha e tratamento dos dados, deve neste ponto
analisar-se os resultados obtidos. Para o diagnóstico das causas mais prováveis para cada
padrão, tenta fazer-se um paralelismo com a sistematização de padrões de fissuração estudada
no capítulo 2, verificando-se neste ponto a existência de eventuais situações que possam não
ter sido abordadas nesse capítulo.
Numa fase final, é feita uma análise geral dos dados recolhidos, a fim de relacionar o
aparecimento da fissuração com várias características do edifício, bem como a frequência com
que se verifica este fenómeno. Esta análise serve de base para a criação de um catálogo que
contenha os padrões de fissuração observados e que tem como objetivo ser de fácil consulta,
permitindo analisar-se o que é mais comum para cada padrão.

3.3. Proposta de ficha de inspeção


De modo a proceder-se à análise dos casos de estudo e da comparação dos resultados obtidos,
foi elaborada uma ficha de inspeção com base nos fundamentos adquiridos no capítulo 2, de modo a
permitir o registo dos dados mais importantes sobre as fissuras observadas. As fichas de inspeção
elaboradas são destinadas à caracterização geral do edifício, sendo analisada cada fachada em
separado no que diz respeito ao registo de anomalias e fissuras. No caso de se verificar que estas se
encontram no interior do edifício e não no seu exterior, esta análise será feita por divisão interior.
Deste modo, a organização das fichas de inspeção é a seguinte: ID do edifício (Figura 3.6);
equipamento utilizado e elementos disponíveis (Figura 3.7); caracterização geral das fachadas (Figura
3.8); fissuração tipo (Figura 3.9); caracterização das fissuras (Figura 3.10). Encontra-se no anexo B.1
a ficha de inspeção completa.
Na Figura 3.6 encontra-se a parte da ficha de inspeção relativa à caracterização geral do edifício,
dividindo-se a mesma em 3 blocos, sendo todos estes de preenchimento imediato:
- Caracterização geral – descrição geral do edifício, data de construção, usos a que se destina,
descrição da envolvente;
- Caracterização construtiva – solução estrutural e materiais utilizados;
- Caracterização das fachadas – tipos de acabamentos.
Na Figura 3.7 encontram-se pequenas check boxes relativas ao equipamento utilizado para o
registo das fissuras e elementos disponibilizados pelos engenheiros/arquitetos responsáveis pelo
edifício.
Na Figura 3.8 apresenta-se a parte da ficha da inspeção onde se pretende caracterizar cada
fachada observada e a sua envolvente. Devem neste ponto colocar-se figuras e esquemas da fachada,
identificando todos os tipos de fissuras e anomalias observados. A restante caracterização passa pela
orientação da fachada, pela altura dos edifícios vizinhos, pela existência de histórico de obras na zona
e pela vegetação presente junto ao edifício.

29
ID DO EDIFÍCIO
Caracterização geral Caracterização construtiva
Nome N.º de pisos: El eva dos Enterra dos
Morada
Localidade Estrutura: Betão a rma do
Ano de construção Outra
Construtor Fotografia
Data de inspeção Paredes: Al vena ri a de tijol o
Al vena ri a de pedra
Tipo de utilização: Comérci o Betão a rma do
Ha bi taçã o Outro
Servi ços
Es pa ço públ i co Caracterização das fachadas
Outro N.º de fachadas
livres:

Tipo de envolvente: Urba na Tipo de solo: Al uvi ões


Ma rítima Ca l cá ri os Tipos de rebocos Reboco corrente de ci mento
Rura l Outro nas fachadas: Reboco tra di ci ona l com ca l
Monoma s s a
Clima: Seco Proximidade < 1 km Reboco monoca ma da
Húmi do do mar: < 5 km
> 5 km Tipos de pinturas: Pi ntura pl á s tica
Pi ntura a críl i ca
Pi ntura membra na

Figura 3.6 – Ficha de inspeção – ID do edifício

EQUIPAMENTO UTILIZADO

Humidímetro
Régua de fissuras
Máquina fotográfica
Fita métrica ELEMENTOS DISPONÍVEIS

Nível Projeto

Bússola Fichas de reparação anteriores

Outro Outro

Figura 3.7 – Ficha de inspeção – Equipamento utilizado e elementos disponíveis


Caracterização geral

Fotografia Esquema geral da fachada Orientação: N Vegetação: Árvores


S Arbus tos
E Vegetaçã o ra s tei ra
O Outra
NE
NO
SE
SO

Edifícios Ma i s a l tos
vizinhos: Igua i s a o edi fíci o
Ma i s ba i xos
Sem edi fíci os vi zi nhos

Histórico de
Si m
obras na
zona: Nã o

Figura 3.8 – Ficha de inspeção – Caracterização geral das fachadas

30
A Figura 3.9 corresponde à parte da ficha de inspeção relacionada com a tipologia de fissuração.
Neste ponto pretende dar-se uma perspetiva geral sobre os padrões de fissuração observados. Deste
modo, deverá ser preenchida para cada tipo de padrão de fissuração, nomeadamente sobre possíveis
causas para o seu aparecimento, a sua evolução ao longo do tempo e possíveis reparações.
Fissuração tipo
Causas prováveis

Origem química
Origem plástica

Deslocamentos
em construção

Origem física

higrotérmica
estrutural
Necessidade
Origem

Origem
Outras anomalias Evolução no Tipo de
de
existentes tempo intervenção
Deformações excessivas dos el. estruturais intervenção
Carregamento excessivo de compressão
Colocação incorreta das armaduras
Remoção prematura das cofragens

Descolamento ou desprendimento

Com aumento ao longo do tempo


Assentamento plástico do betão

Assentamentos diferenciais
Retração plástica do betão

Corrosão das armaduras


Sobrecargas acidentais

Mudança de material
Substituição integral
Medidas preventivas
Oxidação e corrosão
Cristalização de sais

Escorrência de água
Retração do reboco

Reparação pontual
Ação da humidade
Retração do betão

Ciclos gelo/degelo

Ataque dos álcalis


Fluência do betão

Fungos e plantas
Ações térmicas
Ações do fogo

A longo prazo
A curto prazo
Eflorescência

Estabilizadas
Ação sísmica

Humidade

Imediata
Cíclicas
Ativas

Outro
Fissuras

Figura 3.9 – Ficha de inspeção – Fissuração tipo

Na Figura 3.10 caracteriza-se individualmente cada fissura/família de fissuras observada na


fachada em estudo. Esta caracterização tem por base o que foi descrito no capítulo 2 relativamente
aos parâmetros necessários para caracterizar por completo as fissuras.

Convém salientar que, quando se refere à localização da fissura no sistema, se considera que o
suporte são as paredes de alvenaria e que a interface suporte/elemento estrutural é a zona de transição
entre a parede de alvenaria e a estrutura de betão.

Através da utilização do humídimetro, considera-se a existência de humidade elevada sempre


que os valores de humidade à superfície do elemento se apresentarem superiores a 50%, sendo este
valor indicado com um sinal sonoro aquando da utilização do aparelho. De acordo com alguns autores,
valores de humidade superiores a 11% já estão relacionados com o aparecimento de certos problemas
nos paramentos.

3.4. Caracterização geral dos casos de estudo


Para proceder a uma recolha dos dados relativos a fenómenos de fissuração, foram visitados
vários casos de estudo, onde foram feitas inspeções visuais e se procedeu ao preenchimento das fichas
de inspeção apresentadas em 3.3. Foi também importante fazer um exaustivo levantamento fotográfico
do estado do edifício de modo a garantir uma análise global do mesmo.
De modo a complementar os dados recolhidos, procedeu-se à recolha de informação junto dos
engenheiros, arquitetos e responsáveis pela obra em estudo, no que diz respeito à história da obra,
projetos de arquitetura e eventuais fichas de reparações a que a obra tenha sido sujeita.

31
Caracterização das fissuras
Fissura

Fotografia/Esquema

Idade da fissura:
Fonte:
Tipo de fissura
Fi s s ura ma pea da
Fi s s ura ma pea da (ma l ha
ortogona l )
Fi s s ura di a gona l
Fi s s ura hori zonta l
Fi s s ura verti ca l
Localização na fachada
Ja nel a s ou a bertura s de
vã os
Junto à l a je de cobertura
Junto a o s ol o
Va ra nda s
Pa rede corrente
Es qui na s e ca ntos
Pl a ti ba nda s
El ementos decora ti vos
Tra ns i çã o de ma teri a i s
Outra
Elementos do sistema
afetados
Reves ti mento
Suporte
Interfa ce s uporte/el .
es trutura l
El emento es trutura l
Outro
Abertura média da fissura
Mui to pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm)
Modera da (0,25 a 1 mm)
Gra nde (1 a 2 mm)
Mui to gra nde (> 2 mm)
Presença de humidade
Nã o
Si m
Humi da de de condens a çã o
Humi da de ca pi l a r
Humi da de de i nfi l tra çã o
Preenchimento
Sem preenchi mento
Com preenchi mento

Figura 3.10 – Ficha de inspeção – Caracterização das fissuras

32
Os casos de estudo presentes neste trabalho pretendem ser representativos de diferentes zonas
em termos de localização e clima, bem como de fins a que se destinam (habitação, serviços, entre
outros).
A amostra deste trabalho é composta por 6 conjuntos de edifícios, tendo estes sido gentilmente
cedidos pela Plataforma Tecnológica Portuguesa da Construção (PTPC). Os casos de estudo irão ser
designados da seguinte forma:
- Caso de estudo A;
- Caso de estudo B;
- Caso de estudo C;
- Caso de estudo D;
- Caso de estudo E;
- Caso de estudo F.
Apresenta-se na Tabela 3.1 a totalidade de edifícios, fachadas e divisões interiores para cada
caso de estudo, bem como o número de fichas de inspeção preenchidas para cada um. Deve ter-se
em conta de que cada ficha de inspeção é preenchida para uma única fachada (no caso de as fissuras
se localizarem no exterior do edifício) e para uma única divisão (no caso de as fissuras se localizarem
no interior do edifício).
Tabela 3.1 – Total de edifícios, fachadas e divisões interiores para cada caso de estudo

N.º de fachadas
N.º de divisões interiores
N.º de exteriores
Caso de
edifícios
estudo
observados Fichas de Fichas de
Observadas Observadas
inspeção inspeção

A 9 9 4 0 0

B 12 14 3 0 0

C 2 0 0 14 6

D 4 11 6 0 0

E 1 2 4 0 0

F 1 2 2 0 0

TOTAL 29 38 19 14 6

De seguida, apresentam-se um conjunto de gráficos para uma melhor perspetiva do universo de


estudo.
Na Figura 3.11 encontra-se a distribuição geográfica dos casos de estudo, nomeadamente o
concelho e o distrito em que estes se localizam.

33
Figura 3.11 – Distribuição geográfica dos casos de estudo

Nos gráficos da Figura 3.12 encontra-se a distribuição dos edifícios consoante o ano da sua
construção (Figura 3.12 (a)), o seu tipo de utilização (Figura 3.12 (b)) e o seu tipo de envolvente (Figura
3.12 (c)).

Figura 3.12 – Ano de construção (a), tipo de utilização (b) e tipo de envolvente (c)

Nos gráficos da Figura 3.13 (a) e Figura 3.13 (b) encontra-se a distribuição dos edifícios
consoante a sua estrutura resistente e o seu tipo de construção, respetivamente.

Figura 3.13 – Estrutura resistente (a) e tipo de construção (b)

Verifica-se que nem todos os edifícios estudados possuem uma estrutura corrente de betão
armado, sendo um deles de alvenaria de pedra. Apesar de apenas se terem estudado padrões de
fissuração em edifícios correntes, irá estudar-se também este edifício uma vez que as fissuras nele
presentes são devidas a movimentos do solo e a cargas atuantes sobre a estrutura. Estas causas
provocam padrões de fissuração semelhantes ao que se observam em edifícios correntes de betão
armado, por isso a sua inclusão nos casos de estudo.
Encontra-se na Tabela 3.2 uma síntese de todos os casos de estudo, com a caracterização geral
de cada um dos casos, da sua estrutura e dos materiais que os constituem.

34
Tabela 3.2 – Tabela síntese dos casos de estudo

CASOS DE
A B C D E F
ESTUDO
Aldeia de Juzo,
Localidade Adroana, Cascais Miraflores, Oeiras Abrantes Bairro Alto, Lisboa Lisboa
Cascais
Ano de 2008 2005 2005 2011 2008 2011
Caracterização geral

construção (6 anos) (9 anos) (9 anos) (3 anos) (6 anos) (3 anos)


Data de
14/03/2014 19/03/2014 26/03/2014 09/04/2014 11/04/2014 14/04/2014
inspeção
Utilização Habitação Habitação Habitação Serviços – Escola Habitação Hotel
Envolvente Urbana Urbana Urbana Rural Urbana Urbana
Solo (sem informação) (sem informação) (sem informação) (sem informação) (sem informação) (sem informação)
Clima Húmido Húmido Seco Seco Seco Seco
Proximidade
< 5 km < 5 km < 5 km > 5 km < 1 km < 5 km
do mar
Caracterização Caracterização

8 pisos elevados e 3 3 pisos elevados e 4


Nº de pisos 2 pisos elevados 4 pisos elevados Variável 4 pisos elevados
construtiva

pisos enterrados pisos enterrados


35

Estrutura Betão armado Betão armado Betão armado Betão armado Alvenaria de pedra Betão armado

Paredes Alvenaria de tijolo Alvenaria de tijolo Alvenaria de tijolo Alvenaria de tijolo Alvenaria de pedra Alvenaria de tijolo
das fachadas

Tipo de Reboco corrente de Reboco tradicional com


(sem informação) (sem informação) (sem informação) (sem informação)
reboco cimento cal

Tipo de
(sem informação) (sem informação) (sem informação) (sem informação) (sem informação) (sem informação)
pintura
Tipo de
Construção nova Construção nova Construção nova Construção reabilitada Construção reabilitada Construção reabilitada
construção
Projeto e relatórios
Elementos
Projeto Projeto anteriores de Nenhum Nenhum Nenhum
disponíveis
intervenção
3.4.1. Caso de estudo A
Complexo constituído por 41 moradias de habitação, constituindo 2 condomínios privados com
jardins e piscinas comuns. As moradias são de dois pisos (Figura 3.14), sem pisos enterrados. A
estrutura das moradias é de betão armado e as suas fundações são constituídas por sapatas ligadas
por vigas de fundação.
Apenas foi visitado o condomínio norte do complexo (Lote 1). Neste lote, verifica-se um desnível
no terreno, estando as moradias a norte a uma cota de 73,5 m e as moradias a sul a uma cota de 77
m, perfazendo um desnível de 3,5 m ao longo do condomínio.

Figura 3.14 – Caso de estudo A

A obra foi terminada em 2008. Os relatos do aparecimento de fissuras foram feitos pelos
moradores à empresa cerca de 2 anos após a conclusão do condomínio.
As fissuras observadas e registadas neste trabalho foram apenas as identificadas ao nível das
fachadas exteriores, não tendo sido possível o estudo do interior das habitações por razões de
privacidade dos moradores.
Para o registo e observação das fissuras, preencheu-se uma ficha de inspeção para cada
fachada observada. As fachadas escolhidas foram as que apresentavam maior ocorrência de
fissuração, tendo, contudo, sido feita uma vistoria a nível global da obra, de modo a entender-se quais
as zonas do condomínio com maiores incidências de fissuração.
Para complementar as informações obtidas pela observação a olho nu, utilizaram-se também os
seguintes instrumentos: humidímetro, régua de fissuras, máquina fotográfica, bússola e câmara
termográfica.

3.4.2. Caso de estudo B


Bairro social na zona da Adroana, Cascais, constituído por 11 blocos de edifícios de 4 pisos, sem
pisos enterrados (Figura 3.15). A estrutura dos edifícios é de betão armado com lajes fungiformes e as
suas fundações são constituídas por sapatas ligadas por vigas de fundação.
A obra foi terminada em 2005. Os relatos do aparecimento de fissuras foram feitos pelos
moradores à empresa cerca de 1 ano após a conclusão dos edifícios.
As fissuras observadas e registadas neste trabalho foram apenas as identificadas ao nível das
fachadas exteriores, não tendo sido possível o estudo do interior das habitações por razões de
privacidade dos moradores.

36
Figura 3.15 – Caso de estudo B

Para o registo e observação das fissuras, preencheu-se uma ficha de inspeção para cada
fachada observada. As fachadas escolhidas foram as que apresentavam maior ocorrência de
fissuração, tendo, contudo, sido feita uma vistoria a nível global da obra, de modo a entender-se quais
as zonas do bairro com maiores incidências de fissuração.
Para complementar as informações obtidas pela observação a olho nu, utilizaram-se também os
seguintes instrumentos: humidímetro, régua de fissuras, máquina fotográfica, bússola e câmara
termográfica.

3.4.3. Caso de estudo C


Conjunto de 14 lotes, com habitação nos pisos mais elevados e com comércio e serviços no piso
de entrada, totalizando 276 apartamentos e 6612 m 2 de área comercial (Figura 3.16). Os edifícios
apresentam 8 pisos elevados na fachada Oeste e 11 pisos elevados na fachada Este. Inclui também
parque de estacionamento subterrâneo para 170 veículos. A estrutura dos edifícios é de betão armado.

Figura 3.16 – Caso de estudo C

A obra foi terminada em 2005. Os relatos do aparecimento de fissuras foram feitos pelos
moradores à empresa cerca de 1 ano após a conclusão do complexo.
As fissuras observadas e registadas neste trabalho foram apenas as identificadas nos interiores
das habitações, nomeadamente no hall de entrada, na sala, na cozinha e num dos quartos. Foram
visitados dois lotes, de modo a poderem comparar-se apartamentos do mesmo tipo. Os apartamentos
visitados localizavam-se no 5.º e 8.º andares e eram todos do lado esquerdo. Por fim, foram também
visitadas as garagens dos mesmos. Deste modo pôde ter-se uma perspetiva global do fenómeno da
fissuração nos diferentes apartamentos, visto o conjunto de edifícios se comportar como um todo.

37
Para o registo e observação das fissuras, preencheu-se uma ficha de inspeção para cada divisão
interior observada. Escolheu apenas preencher-se fichas para cada tipo de divisão, uma vez que se
verificou que os padrões se repetiam em cada andar dos edifícios.
Para complementar as informações obtidas pela observação a olho nu, utilizaram-se também os
seguintes instrumentos: régua de fissuras, máquina fotográfica e câmara termográfica.

3.4.4. Caso de estudo D


Escola secundária sujeita a intervenções (Figura 3.17), que levou à edificação de três novos
blocos. Dois destes novos edifícios foram um prolongamento de edifícios já existentes – o edifício
central e o pavilhão gimnodesportivo –, sendo estes edifícios agora constituídos por dois edifícios
fundidos, separados por juntas estruturais.

Figura 3.17 – Caso de estudo D

A escola foi terminada em 2011. Não foi possível apurar quando surgiram as fissuras nos
edifícios mais antigos. De acordo com o relatado no local, as fissuras nos edifícios mais recentes
surgiram pouco tempo após as obras de intervenção, sendo que algumas das fissuras já se
encontravam reparadas.
As fissuras observadas e registadas neste trabalho foram apenas as identificadas ao nível das
fachadas exteriores, não se verificando fissuração relevante nos interiores dos pavilhões. Observaram-
se fissuras quer nos edifícios novos quer nos edifícios já existentes.
Para o registo e observação das fissuras, preencheram-se fichas de inspeção para fachadas de
edifícios novos e de edifícios já existentes. As fachadas escolhidas foram as que apresentavam maior
ocorrência de fissuração, tendo, contudo, sido feita uma vistoria a nível global da obra, de modo a
entender-se quais as zonas da escola com maiores incidências de fissuração.
Para complementar as informações obtidas pela observação a olho nu, utilizaram-se também os
seguintes instrumentos: régua de fissuras, máquina fotográfica, bússola e câmara termográfica.

3.4.5. Caso de estudo E


Monumento histórico do século XVII situado em pleno Bairro Alto (Figura 3.18). Foi sujeito a
obras de reabilitação, sendo agora usado como um complexo de apartamentos de luxo. A estrutura do
edifício é de alvenaria de pedra e madeira, possuindo as paredes exteriores 1,05 m e as paredes
interiores 0,90 m. Nas paredes exteriores existem placas de ancoragem onde se amarram as
extremidades de tirantes de ferro, colocadas para solucionar problemas estruturais. Os pavimentos são

38
geralmente de madeira, formados por vigas de secção aproximadamente quadrada. Os tetos do rés-
do-chão são compostos por abóbadas de alvenaria e as coberturas são em telhado com estrutura
integralmente de madeira. O convento apresenta 4 pisos, sem pisos enterrados.
A intervenção realizada passou por uma modernização das condições do edifício, tentando
preservar-se ao máximo a imagem original. Em algumas paredes resistentes interiores, substituiu-se a
madeira pelo aço em zonas onde não era possível a conservação desta.

Figura 3.18 – Caso de estudo E

A reabilitação do convento foi terminada em 2008. De acordo com a informação recolhida no


local, as fissuras apareceram no ano seguinte às obras de reabilitação. Estas foram sujeitas a obras
de reparação, tendo aberto novamente, o que indica que não estão estabilizadas.
A maior parte das fissuras observadas e registadas neste trabalho foram apenas as identificadas
ao nível dos muros do convento, quer na sua faceta exterior quer na interior.
Para o registo e observação das fissuras, preencheu-se uma ficha de inspeção para cada
fachada do muro observada.
Para complementar as informações obtidas pela observação a olho nu, utilizaram-se também os
seguintes instrumentos: humidímetro, régua de fissuras, máquina fotográfica, bússola e câmara
termográfica.

3.4.6. Caso de estudo F


Hotel localizado junto à Avenida da Liberdade com 3 pisos elevados e 4 pisos enterrados,
construído em 2010. A fachada principal do hotel foi mantida do edifício original, sendo todo o resto
construído posteriormente (Figura 3.19). Esta fachada é toda de alvenaria de pedra resistente, sendo
o resto da estrutura de betão armado.

Figura 3.19 – Caso de estudo F

39
A obra foi terminada em 2011. Segundo o relatado, as fissuras terão aparecido no ano seguinte
à conclusão da obra, tendo sofrido um aumento ao longo do tempo.
As fissuras observadas e registadas neste trabalho foram apenas as identificadas ao nível das
fachadas exteriores.
Para o registo e observação das fissuras, preencheu-se uma ficha de inspeção para cada
fachada observada. As fachadas escolhidas foram as que apresentavam maior ocorrência de
fissuração, tendo, contudo, sido feita uma vistoria a nível global da obra, de modo a entender-se quais
as zonas do hotel com maiores incidências de fissuração.
Para complementar as informações obtidas pela observação a olho nu, utilizaram-se também os
seguintes instrumentos: régua de fissuras e máquina fotográfica.

3.5. Considerações finais


Os seis casos de estudo abordados pretendem ser o mais abrangentes possível, tendo sido
possível a inspeção de edifícios não só na zona urbana de Lisboa como também numa zona mais rural,
como é o caso do concelho de Abrantes. Também outras características, como o ano de construção,
tipo de utilização e tipo de estrutura conseguiram estar representadas em mais do que uma categoria.
Metade dos casos de estudo abordados são obras de reabilitação, sendo assim possível verificar se
existe alguma incompatibilidade entre as várias partes do edifício, que possa explicar os diferentes
tipos de fissura observados. Ao todo, foram observados 29 edifícios, dos quais se observaram 38
fachadas e 14 divisões interiores.
Graças à colaboração com a PTPC, foi possível visitar todos os casos de estudo e obter
informações que foram relevantes para entender o fenómeno da fissuração, nomeadamente o contexto
do edifício e a sua história, bem como elementos de projeto que foram facultados. Verificou-se que, em
todas as obras, as fissuras apareceram num espaço inferior a um ano após a conclusão das mesmas,
com exceção do caso de estudo A onde se verificaram apenas 2 anos após a sua construção.
A metodologia aplicada para a análise dos casos teve como base a elaboração de uma ficha de
inspeção onde foi feita a total caracterização dos edifícios, bem como das fissuras e das anomalias
presentes. Apesar de terem sido observadas 38 fachadas exteriores e 14 divisões interiores, num total
de 29 edifícios observados, apenas se preencheram 25 fichas de inspeção para as fachadas e divisões
que se consideraram mais afetadas. A informação recolhida nas fichas irá ser tratada e analisada no
capítulo seguinte, onde se irão tirar conclusões sobre as causas do aparecimento das fissuras, bem
como a caracterização dos principais padrões observados.

40
4. Análise e discussão dos resultados
4.1. Considerações gerais
No presente capítulo é feito o tratamento dos dados recolhidos no trabalho de campo. Estes
dados foram recolhidos sob a forma de fichas de inspeção preenchidas para cada fachada ou divisão
interior observadas em cada edifício, no caso de as fissuras se localizarem no exterior ou no interior,
respetivamente. As fichas de inspeção encontram-se nos anexos B.2 a B.7.
O presente capítulo tem como principais objetivos:
i. Sistematização dos padrões de fissuração observados no trabalho de campo
a. Análise geral da fissuração
b. Análise por fachada
ii. Identificação das causas de fissuração possíveis e elementos afetados
Após a análise individual de cada caso de estudo, é feita uma análise global de forma a comparar
os resultados obtidos com o estudado no capítulo 2, nomeadamente as principais causas e padrões
associados às fissuras observadas. Por fim, agrupam-se todos os resultados sob a forma de um
catálogo de padrões de fissuração.
Ao longo de todo o capítulo, são usados acrónimos para cada tipo de padrão, estando estes
descritos na Tabela 4.1.
Tabela 4.1 – Legenda das designações utilizadas para cada tipo de fissura

Designação Tipo de fissura

DG Fissuras diagonais

HE Fissuras horizontais em esquinas

HZ Fissuras horizontais

JA Fissuras junto a janelas ou aberturas de vão

MP Fissuras mapeadas

TM Fissuras na transição entre materiais

VC Fissuras horizontais em varandas/consolas

VT Fissuras verticais

4.2. Caso de estudo A


4.2.1. Sistematização dos padrões de fissuração
4.2.1.1. Análise geral da fissuração
Foi realizada uma inspeção geral a todo o condomínio, a fim de se adquirir uma perspetiva geral
das fissuras que se formaram nas moradias e da sua distribuição espacial. Encontra-se representada
na Figura 4.1 a planta do condomínio, onde se indicam todas as fachadas observadas, sendo para
cada uma delas indicados os tipos de padrões de fissuração presentes, as aberturas máximas e a
percentagem da fachada afetada com fissuras. Esta percentagem foi calculada de acordo com o
explicado em 3.2 e define-se como a relação entre o número de quadrados de 1 m 2 que apresentam
fissuras e a área total da fachada. Estes valores encontram-se presentes no anexo C.1.

41
Percentagem afetada

Percentagem afetada Percentagem afetada


Abertura máxima

Abertura máxima Abertura máxima


Percentagem afetada
Padrões

Padrões Padrões
Abertura máxima

6
7
Padrões

Percentagem afetada 8

Abertura máxima
Percentagem afetada
5 9
Padrões
Abertura máxima
4
42

3 Padrões

Percentagem afetada
Legenda de padrões
1 Fissuras diagonais
Abertura máxima
2
Fissuras horizontais em
esquinas
Percentagem afetada Percentagem afetada
Padrões
Fissuras horizontais

Abertura máxima Abertura máxima Fissuras junto a janelas


ou aberturas de vão
Fissuras mapeadas
Padrões Padrões
Fissuras na transição
entre materiais
Fissuras horizontais em
varandas/consolas

Fissuras verticais

Figura 4.1 – Caso de estudo A – Distribuição geral de padrões de fissuração e características gerais das fachadas afetadas
Da análise geral do condomínio, pode verificar-se que:
- as fissuras mais comuns no condomínio são as fissuras mapeadas e as fissuras horizontais,
presentes em quase todas as fachadas observadas. Os restantes tipos de fissuras apresentam menos
incidência, não sendo possível estabelecer um padrão acerca das zonas onde surgem no condomínio;
- as fachadas com fissuras de maior abertura são as localizadas na zona norte do condomínio,
apresentando aberturas grandes na ordem dos 1-2 mm, chegando uma das moradias a apresentar
aberturas de >2 mm. No restante condomínio, as fissuras são pequenas ou moderadas, verificando-se
na zona oeste aberturas da ordem dos 0,25-1 mm, com exceção de uma moradia que apresentava
fissuras de 1-2 mm, e na zona este as aberturas rondavam os 0,1-0,25 mm;
- as fachadas que se encontram mais afetadas com fissuração em termos de área de fachada
são as localizadas na zona oeste do condomínio, onde apresentam valores de 75-100% de incidência
de fissuras. Na zona este verifica-se que uma moradia apresenta valores de fissuração de 50-75%. As
restantes moradias apresentam-se pouco afetadas com fissuração, com valores de fissuração de 0-
25% e 25-50%.

Após a análise geral da distribuição das fissuras no condomínio, irá agrupar-se a informação
recolhida na planta anterior sob a forma de padrões de fissuração, tentando sistematizar-se toda a
informação possível acerca de cada padrão observado. Apresenta-se na Tabela 4.2 um resumo de
todos os padrões de fissuração observados, bem como a sua abertura máxima e percentagem de
ocorrência nas fachadas. Nesta fase, a abertura máxima já será a verificada para cada padrão e não
para cada fachada, como se fez na análise anterior. A percentagem de ocorrência nas fachadas diz
respeito à frequência com que se verificou cada padrão no condomínio, ou seja, a relação ente o
número de fachadas afetadas com um determinado tipo de fissura e o número total de fachadas
observadas.
As fissuras mapeadas e horizontais existentes em todo o condomínio apresentavam uma
configuração semelhante em todas as moradias, como se pode verificar na Figura 4.2 e Figura 4.3.

Figura 4.2 – Caso de estudo A – Fissuras mapeadas: fachada n.º 3 (a); fachada n.º 2 (b); fachada n.º 5 (c)

Figura 4.3 – Caso de estudo A – Fissuras horizontais: fachada n.º 4 (a); fachada n.º 9 (b); fachada n.º 3 (c)

43
Tabela 4.2 – Caso de estudo A – Caracterização dos padrões de fissuração observados

% de ocorrência
Padrão de fissuração Abertura máxima Descrição
nas fachadas

Malha irregular de grande


abertura cobrindo toda a
MP fachada dos edifícios. Por 89%
vezes apresenta degradação
dos bordos da fissura.

Fissuras horizontais
HZ localizadas junto à base da 89%
fachada.

Fissuras localizadas junto a


aberturas ou janelas, a partir
das esquinas das mesmas.
As fissuras são geralmente
JA 33%
diagonais junto às aberturas,
podendo tomar outras
direções ao longo da sua
extensão.

Fissuras lineares localizadas


nas zonas de transição entre
TM elementos, geralmente entre 22%
a alvenaria e a estrutura de
betão.

Fissuras horizontais com


espaçamento semelhante
HE 22%
entre elas que passam de
uma fachada para outra.

Fissuras lineares com


inclinação de cerca de 45º,
localizadas ao nível do solo.
As maiores atingem
DG 11%
aberturas perto de 1 cm e
afetam ambos o
revestimento e a parede de
alvenaria.

Fissuras verticais com


abertura variável. Este
VT padrão observa-se na zona 11%
de transição entre os anexos
e as moradias.

44
Este tipo de fissuras leva a crer que uma das principais causas do aparecimento da fissuração
no condomínio é de origem estrutural, nomeadamente assentamentos ao nível do solo. Esta hipótese
é suportada pela observação das moradias que apresentavam anexos e que possuíam fissuras
verticais/diagonais entre o anexo e o resto da moradia (Figura 4.4), levando a crer que existem
movimentos do solo e que estes nem sempre são uniformes.

Figura 4.4 – Caso de estudo A – Fissuras presentes nos anexos das moradias

Outro indício de movimentos do solo são as ombreiras de portas e janelas fraturadas (Figura
4.5).

Figura 4.5 – Caso de estudo A – Ombreira da janela fraturada: fachada n.º 1

Também a humidade pareceu ser um problema no condomínio. As fachadas orientadas a norte


apresentavam uma maior incidência de humidade (Figura 4.6), devido ao facto de receberem menos
luz solar durante o dia, levando a que as fissuras nestas fachadas apresentassem maiores aberturas e
degradação nos bordos. Em certas fachadas verificava-se mesmo um destacamento do reboco.

Figura 4.6 – Caso de estudo A – Fachadas com maior presença de humidade: fachada n.º 6 (a); fachada n.º 7 (b)

4.2.1.2. Análise por fachada


Para a análise detalhada dos padrões de fissuração mais comuns no condomínio, foram
escolhidas 4 fachadas para o preenchimento de fichas de inspeção (Figura 4.7). Estas fachadas foram
escolhidas por apresentarem uma grande variedade de padrões de fissuração e valores de aberturas
máximas/percentagens de fachada afetada significativos.

45
Figura 4.7 – Caso de estudo A – Fachadas estudadas

Nas Tabelas 4.3 a 4.6 encontram-se esquemas representativos de cada fachada, com a
indicação das fissuras (a verde) e das outras anomalias (a laranja) presentes na mesma, bem como a
caracterização das fissuras observadas. Para cada fachada apenas será analisada uma fissura
representativa de cada padrão, sendo esta a fissura com maior abertura ou incidência.
Tabela 4.3 – Caso de estudo A – Esquematização e análise geral da fachada n.º 1

Fachada n.º 1

Fissuras

TM1 MP1 JA1


Elementos do sistema
Revestimento Revestimento Revestimento
afetados
Abertura média 0,1 a 0,25 mm 0,1 a 0,25 mm 0,1 a 0,25 mm
Presença de humidade De infiltração De infiltração De infiltração
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

46
Tabela 4.4 – Caso de estudo A – Esquematização e análise geral da fachada n.º 2

Fachada n.º 2

Fissuras

JA1 MP1 HZ1


Elementos do sistema Revestimento e Revestimento e Revestimento e
afetados suporte suporte suporte
Abertura média 0,25 a 1 mm 0,25 a 1 mm 0,25 a 1 mm
Presença de humidade De infiltração e capilar De infiltração e capilar De infiltração
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

Tabela 4.5 – Caso de estudo A – Esquematização e análise geral da fachada n.º 3

Fachada n.º 3

Fissuras

HZ1 HE1 MP1


Elementos do sistema Revestimento e Revestimento e Revestimento e
afetados suporte suporte suporte
Abertura média 1 a 2 mm 0,25 a 1 mm 0,25 a 1 mm
Presença de humidade De infiltração De infiltração De infiltração
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

47
Tabela 4.6 – Caso de estudo A – Esquematização e análise geral da fachada n.º 4

Fachada n.º 4

Fissuras

VT1 MP1 HZ1


Elementos do sistema Revestimento e Revestimento e Revestimento e
afetados suporte suporte suporte
Abertura média 0,25 a 1 mm 0,25 a 1 mm 0,25 a 1 mm
Presença de humidade De infiltração De infiltração De infiltração e capilar
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

Da análise das Tabelas 4.3 a 4.6, é possível verificar que foram analisados 6 dos 7 tipos de
fissuração observados em todo o condomínio. Através dos esquemas das fachadas, foi possível
observar-se as zonas da fachada onde os diferentes tipos de fissuras ocorrem, bem como as anomalias
que aparecem associadas a cada um deles.
Apresenta-se na Tabela 4.7 um resumo de todas as características associadas a cada padrão
de fissuração observado nas fachadas escolhidas.
Da análise da Tabela 4.7 verifica-se que quase todas as fissuras afetavam quer o revestimento
quer o suporte. Foi possível verificar através do humidímetro, que todas as fachadas escolhidas para o
preenchimento da ficha de inspeção apresentavam humidade (de infiltração e capilar), que levou à
ocorrência de descolamentos ou desprendimentos e à oxidação e corrosão das armaduras em alguns
locais dos paramentos. Verificaram-se valores de humidade superiores a 50% em todas fachadas,
destacando-se as fachadas 3 e 4 que apresentavam os maiores valores, alcançando os 73%. Por fim,
verifica-se que nenhuma das fissuras apresentava qualquer tipo de preenchimento.

48
Tabela 4.7 – Caso de estudo A – Caracterização dos padrões de fissuração observados nas fachadas em estudo

Padrão de Abertura Outras anomalias Localização na Elementos do


Preenchimento
fissuração máxima existentes fachada sistema afetados

 Humidade  Parede corrente


 Revestimento  Sem
0,25 a 1 mm  Oxidação e  Junto ao solo
 Suporte preenchimento
MP corrosão  Esquinas e cantos
 Humidade
 Oxidação e
 Parede corrente  Revestimento  Sem
1 a 2 mm corrosão
 Junto ao solo  Suporte preenchimento
HZ  Descolamento ou
desprendimento
 Humidade
 Oxidação e
 Janelas ou  Revestimento  Sem
0,25 a 1 mm corrosão
aberturas de vão  Suporte preenchimento
JA  Descolamento ou
desprendimento
 Junto à laje de
0,1 a 0,25 cobertura  Sem
 Humidade  Revestimento
mm  Transição de preenchimento
TM
materiais

 Revestimento  Sem
0,25 a 1 mm  Humidade  Esquinas e cantos
 Suporte preenchimento
VT

 Revestimento  Sem
0,25 a 1 mm  Humidade  Esquinas e cantos
 Suporte preenchimento
HE

4.2.2. Identificação das causas de fissuração possíveis


Da análise geral dos padrões de fissuração observados no condomínio, verifica-se que as
principais causas do aparecimento de fissuração serão assentamentos diferenciais que se terão dado
ao longo de todo o condomínio. Estes movimentos do solo provocam normalmente o aparecimento de
fissuras diagonais ou verticais na estrutura, quer ao nível dos revestimentos quer ao nível das
alvenarias.
Os assentamentos terão sido uniformes nas zonas onde as fissuras observadas são horizontais
e não uniformes nas zonas em que se verificaram fissuras diagonais e nas zonas dos anexos. Nestas
últimas, o aparecimento de fissuras pode ser explicado pela não existência de sapatas nessa zona,
como foi possível observar no projeto do condomínio. As fissuras observadas nos cantos de janelas ou
aberturas podem também ser motivadas por assentamentos diferenciais. Contudo, estas zonas, tal
como as zonas de esquina, são zonas sujeitas a grandes tensões, logo dever-se-ia ter feito um reforço
durante a construção das moradias.
As fissuras mapeadas terão surgido numa fase inicial devido à retração do reboco de base
cimentícia. Contudo, devido aos movimentos do terreno, estas fissuras terão sofrido um aumento,
principalmente as fissuras com uma orientação mais diagonal que, como já referido, são as fissuras
características de assentamentos diferenciais. As fissuras apresentavam-se com maior abertura nas

49
moradias com cotas mais baixas, levando a crer que a zona norte do condomínio terá tido um maior
assentamento. O assentamento poderá ter ocorrido devido à consolidação do solo de fundação, quer
pela saída de água quer por uma deficiente compactação do solo na fase de construção. Este processo
de consolidação pode ser relativamente lento, o que vai de acordo com o aparecimento das fissuras
apenas 2 anos após a construção das moradias.
Como já referido, as moradias viradas a norte não apanham tanto sol como as restantes, o que
poderá ter levado a uma maior degradação das fissuras pela entrada de água.
Encontram-se na Tabela 4.8 todas as causas possíveis que podem estar na base da ocorrência
das fissuras, bem como os elementos afetados.
Tabela 4.8 – Caso de estudo A – Causas possíveis e elementos afetados para cada padrão de fissuração

Associado a
Padrão de Causas da Elementos
Origem problemas
fissuração fissuração afetados
estruturais
Retração do
Erros de projeto/execução
reboco (C.P.)
Deficiente dimensionamento das
Assentamentos fundações
diferenciais Incumprimento do projeto de fundações
(C.S.) Alteração das condições de humidade do
Revestimento
solo Sim
MP e suporte
Variação sazonal da temperatura do ar
Ações térmicas exterior
(C.S.) Variação das condições de radiação das
superfícies
Ação da
Elevada humidade no local
humidade (C.S.)
Deficiente dimensionamento das
Assentamentos fundações
diferenciais Incumprimento do projeto de fundações
(C.P.) Alteração das condições de humidade do
solo
Revestimento
Variação sazonal da temperatura do ar Sim
e suporte
JA Ações térmicas exterior
(C.S.) Variação das condições de radiação das
superfícies
Ação da
Elevada humidade no local
humidade (C.S.)
Utilização de materiais com coeficientes de
dilatação térmica diferentes
Ações térmicas Variação sazonal da temperatura do ar
(C.P.) exterior
Revestimento Não
TM Variação das condições de radiação das
superfícies
Ação da
Elevada humidade no local
humidade (C.S.)

Deficiente dimensionamento das


HZ fundações

DG Assentamentos
Revestimento
diferenciais Incumprimento do projeto de fundações Sim
e suporte
(C.P.)
VT
Alteração das condições de humidade do
solo
HE
C.P. – causa principal; C.S. – causa secundária

50
4.3. Caso de estudo B
4.3.1. Sistematização dos padrões de fissuração
4.3.1.1. Análise geral da fissuração
Foi realizada uma inspeção geral a todo o bairro, a fim de se adquirir uma perspetiva geral das
fissuras que se formaram nos edifícios e da sua distribuição espacial. Encontra-se representada na
Figura 4.9 a planta do bairro, onde se indicam todas as fachadas observadas, sendo para cada uma
delas indicados os tipos de padrões de fissuração presentes, as aberturas máximas e a percentagem
da fachada afetada com fissuras. Esta percentagem foi calculada de acordo com o explicado em 3.2 e
os valores calculados encontram-se presentes no anexo C.2.
Da análise geral do bairro, pode verificar-se que:
- as fissuras mais comuns são as fissuras diagonais junto a janelas, as fissuras na transição de
materiais e as fissuras horizontais em esquinas, estando cada um destes tipos de fissura presente em,
pelo menos, metade da totalidade das fachadas observadas;
- as fachadas com fissuras de maior abertura são as localizadas na zona norte do bairro,
apresentando aberturas muito grandes (>2 mm). Nas restantes fachadas, as fissuras são moderadas
(0,25-1 mm), com exceção de algumas fachadas viradas a norte e a oeste onde se verificam aberturas
grandes da ordem dos 1-2 mm. Numa das fachadas virada a sul também se verificam aberturas deste
valor;
- de um modo geral, as fachadas não se apresentam muito afetadas com fissuração,
apresentando a maior parte delas percentagens de incidência de fissuras de 0-25%. Três fachadas
localizadas na zona sul do bairro apresentam valores de 25-50% de incidência de fissuras. Apenas
uma fachada se apresenta medianamente afetada com valores de 50-75%.

Após a análise geral da distribuição das fissuras no bairro, irá agrupar-se a informação recolhida
na planta anterior sob a forma de padrões de fissuração, tentando sistematizar-se toda a informação
possível acerca de cada padrão observado. Apresenta-se na Tabela 4.9 um resumo de todos os
padrões de fissuração observados, bem como a sua abertura máxima e percentagem de ocorrência
nas fachadas.
As fissuras diagonais junto a janelas e a delimitar as caixas de estores e as fissuras horizontais
em esquina verificavam-se em grande parte dos edifícios que constituem o bairro, sendo estas muito
semelhantes entre si quer em configuração quer em dimensão (Figura 4.8 e Figura 4.10). Este tipo de
fissuras ocorre devido à grande concentração de tensões nessas zonas dos edifícios.

Figura 4.8 – Caso de estudo B – Fissuras diagonais junto a janelas: fachada n.º 1 (a) ; fachada n.º 2 (b)

51
Percentagem afetada Percentagem afetada

Abertura máxima Abertura máxima

Percentagem afetada
Padrões Padrões Percentagem afetada

Abertura máxima
Abertura máxima
Percentagem afetada Percentagem afetada
Padrões
Padrões
Abertura máxima Abertura máxima
14
13
Percentagem afetada
Padrões Padrões Percentagem afetada

Abertura máxima
Abertura máxima

Padrões
52

12 Percentagem afetada Padrões

10 11
Percentagem afetada Abertura máxima

8 9
Abertura máxima Legenda de padrões
Padrões
4 Fissuras diagonais
7 3 1
Padrões Fissuras horizontais em
esquinas
6 Percentagem afetada
Percentagem afetada Fissuras horizontais
5
Percentagem afetada Abertura máxima Fissuras junto a janelas
Percentagem afetada Abertura máxima ou aberturas de vão
2
Fissuras mapeadas
Abertura máxima Padrões
Abertura máxima Fissuras na transição
Padrões
entre materiais
Padrões Fissuras horizontais em
Padrões varandas/consolas

Fissuras verticais

Figura 4.9 – Caso de estudo B – Distribuição geral de padrões de fissuração e características gerais das fachadas afetadas
Tabela 4.9 – Caso de estudo B – Caracterização dos padrões de fissuração observados

% de ocorrência
Padrão de fissuração Abertura máxima Descrição
nas fachadas
Fissuras localizadas junto a
aberturas ou janelas, a partir
das esquinas das mesmas.
JA As fissuras presentes junto a 71%
janelas acompanham muitas
vezes o desenvolvimento da
caixa de estores.

Fissuras lineares localizadas


nas zonas de transição entre
TM elementos, geralmente entre 50%
a alvenaria e a estrutura de
betão.

Fissuras horizontais
HE presentes em quase toda a 50%
esquina do edifício.

Fissuras horizontais
existentes nas varandas,
com grande
desenvolvimento na direção
VC 29%
da fachada. Em certos
andares chegam a
atravessar todo o elemento
de betão.

Malha irregular de grande


abertura junto à zona de
transição entre a alvenaria e
MP 7%
a estrutura de betão. Por
vezes apresenta degradação
dos bordos da fissura.

Figura 4.10 – Caso de estudo B – Fissuras horizontais em esquinas: fachada n.º 8

Ao longo do bairro não se verificou a existência de fissuras diagonais junto ao solo, o que levou
a crer que as fissuras observadas junto a janelas não estariam relacionadas com assentamentos
diferenciais do solo, mas sim com movimentos diferenciais da estrutura.
Todos os edifícios possuíam uma fachada na qual existia um elemento de betão armado em
consola (Figura 4.11), onde aparecia grande parte das fissuras observadas.

53
Figura 4.11 – Caso de estudo B – Zona em consola dos edifícios

Os edifícios cujas fachadas estavam a maior parte do dia à sombra (maioritariamente as viradas
a norte) apresentavam significativos problemas de humidade de infiltração, levando muitas vezes à
ocorrência de destacamentos do reboco e a fenómenos de escorrência de água. Estas fachadas
apresentavam manchas de sujidade (Figura 4.12) indicadoras da presença de humidade.

Figura 4.12 – Caso de estudo B – Fachada com manchas de sujidade devidas à humidade

4.3.1.2. Análise por fachada


Para a análise detalhada dos padrões de fissuração mais comuns no bairro, foram escolhidas 3
fachadas para o preenchimento de fichas de inspeção (Figura 4.13). Estas fachadas foram escolhidas
por apresentarem uma grande variedade de padrões de fissuração e valores de aberturas
máximas/percentagens de fachada afetada significativos.
Nas Tabelas Tabela 4.10 a 4.12 encontram-se esquemas representativos de cada fachada, com
a indicação das fissuras (a verde) e das outras anomalias (a laranja) presentes na mesma, bem como
a caracterização das fissuras observadas. Para cada fachada apenas será analisada uma fissura
representativa de cada padrão, sendo esta a fissura com maior abertura ou incidência.
Da análise das Tabelas Tabela 4.10 a 4.12, é possível verificar que foram analisados 4 dos 5
tipos de fissuração observados em todo o condomínio. Através dos esquemas das fachadas, foi
possível observar-se as zonas da fachada onde os diferentes tipos de fissuras ocorrem, bem como as
anomalias que aparecem associadas a cada um deles.
Apresenta-se na Tabela 4.13 um resumo de todas as características associadas a cada padrão
de fissuração observado nas fachadas escolhidas.

54
Figura 4.13 – Caso de estudo B – Fachadas estudadas

Tabela 4.10 – Caso de estudo B – Esquematização e análise geral da fachada n.º 1

Fachada n.º 1

Fissuras

TM1 JA1 HE1


Revestimento e
Elementos do sistema interface Revestimento e Revestimento e
afetados suporte/elemento suporte suporte
estrutural
Abertura média 1 a 2 mm 0,25 a 1 mm 0,25 a 1 mm
Presença de humidade De infiltração De infiltração De infiltração
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

55
Tabela 4.11 – Caso de estudo B – Esquematização e análise geral da fachada n.º 2

Fachada n.º 2

Fissuras

JA1 HE1
Elementos do sistema Revestimento e Revestimento e
afetados suporte suporte
Abertura média 0,25 a 1 mm 0,25 a 1 mm
Presença de humidade De infiltração De infiltração
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

Tabela 4.12 – Caso de estudo B – Esquematização e análise geral da fachada n.º 3

Fachada n.º 3

Fissuras

VC1 JA1
Elementos do sistema
Revestimento e suporte Revestimento e suporte
afetados
Abertura média 1 a 2 mm 1 a 2 mm
Presença de humidade De infiltração De infiltração
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

56
Tabela 4.13 – Caso de estudo B – Caracterização dos padrões de fissuração observados nas fachadas em
estudo

Padrão de Abertura Outras anomalias Localização na Elementos do


Preenchimento
fissuração máxima existentes fachada sistema afetados

 Humidade
 Janelas ou  Revestimento  Sem
1 a 2 mm  Descolamento ou
aberturas de vão  Suporte preenchimento
JA desprendimento
 Revestimento
 Transição de  Interface  Sem
1 a 2 mm  Humidade
materiais suporte/elemento preenchimento
TM
estrutural

 Revestimento  Sem
0,25 a 1 mm  Humidade  Esquinas e cantos
 Suporte preenchimento
HE
 Humidade
 Descolamento ou
 Revestimento  Sem
1 a 2 mm desprendimento  Varandas
 Suporte preenchimento
VC  Escorrência de
água

Da análise da Tabela 4.13, verifica-se que quase todas as fissuras atingiam o suporte de
alvenaria. Foi possível verificar através do humidímetro, que todas as fachadas escolhidas para o
preenchimento da ficha de inspeção apresentavam humidade (de infiltração e capilar), que levou à
ocorrência de descolamentos ou desprendimentos e escorrência de água. A fachada 3 foi a que
apresentou maiores valores de humidade, atingindo os 77%. Por fim, verifica-se que nenhuma das
fissuras observadas apresentava qualquer tipo de preenchimento.

4.3.2. Identificação das causas de fissuração possíveis


Da análise geral das fissuras observadas no bairro, verifica-se que as principais causas do
aparecimento de fissuração serão movimentos diferenciais da estrutura. Uma vez que a estrutura de
betão e as paredes de alvenaria possuem comportamentos estruturais diferentes, as deformações
sofridas pela estrutura de betão não são compatíveis com as capacidades resistentes das paredes de
alvenaria, levando à ocorrência de fissuras na zona de transição entre os dois materiais. Esta zona é
também zona de pontes térmicas, estando as ações térmicas também na base do aparecimento de
fissuras.
Surgem também fissuras nos cantos das janelas e nas esquinas dos edifícios devido aos
movimentos diferenciais da estrutura, uma vez que são zonas onde existe uma grande concentração
de tensões.
As fissuras presentes nas fachadas orientadas a norte poderão ter tendência a piorar devido à
maior ocorrência de períodos de humedecimento, uma vez que não apanham tanta radiação solar como
as restantes.

57
Encontram-se na Tabela 4.14 todas as causas possíveis que podem estar na base da ocorrência
das fissuras, bem como os elementos afetados.
Tabela 4.14 – Caso de estudo B – Causas possíveis e elementos afetados para cada padrão de fissuração

Associado a
Padrão de Causas da Elementos
Origem problemas
fissuração fissuração afetados
estruturais
Movimentos
Utilização de materiais com diferentes
diferenciais da
comportamentos estruturais
estrutura (C.P.) Revestimento
Utilização de materiais com coeficientes de e interface
dilatação térmica diferentes suporte/ Sim
TM Ações térmicas Variação sazonal da temperatura do ar elemento
(C.P.) exterior estrutural
Variação das condições de radiação das
superfícies

JA
Movimentos
Utilização de materiais com diferentes Revestimento
diferenciais da Sim
HE comportamentos estruturais e suporte
estrutura (C.P.)

VC
Retração do
Erros de projeto/execução
reboco (C.P.)
Variação sazonal da temperatura do ar
Ações térmicas exterior
Revestimento Não
(C.S.) Variação das condições de radiação das
MP
superfícies
Ação da
Elevada humidade no local
humidade (C.S.)
C.P. – causa principal; C.S. – causa secundária

4.4. Caso de estudo C


4.4.1. Sistematização dos padrões de fissuração
4.4.1.1. Análise geral da fissuração
Foi realizada uma inspeção geral a quatro apartamentos, dois em cada um dos lotes visitados, a
fim de se adquirir uma perspetiva geral das fissuras que se formaram nos apartamentos e da sua
distribuição espacial. Encontram-se representadas nas Figuras 4.14 e 4.15 as plantas dos
apartamentos, onde se indicam todas as divisões observadas, sendo para cada uma delas indicados
os tipos de padrões de fissuração presentes, as aberturas médias e a localização de cada tipo de
fissura. Convém salientar que neste caso, como a análise é feita por divisão e se indicam as
localizações exatas de cada fissura, a abertura indicada é a abertura média da fissura em questão e
não a abertura máxima observada nessa divisão.
Da análise geral dos apartamentos, pode verificar-se que:

58
Lote 4 Lote 2 Lote 4 Lote 2
Abertura média Abertura média Abertura média Abertura média

Padrões Padrões Padrões Padrões

Lote 2 Lote 2 Lote 4


Abertura média Abertura média Abertura média

Padrões Padrões Padrões

Lote 2 Lote 4 Lote 2 Lote 4


Abertura média Abertura média Abertura média Abertura média
59

Padrões Padrões Padrões Padrões

Lote 4
Abertura média Lote 2
Abertura média Legenda de padrões
Fissuras diagonais
Padrões
Padrões Fissuras horizontais em
esquinas
Lote 4 Fissuras horizontais
Lote 2 Abertura média
Abertura média Lote 4 Fissuras junto a janelas
Abertura média ou aberturas de vão
Padrões Fissuras mapeadas
Padrões
Padrões Fissuras na transição
entre materiais
Fissuras horizontais em
varandas/consolas

Fissuras verticais

Figura 4.14 – Caso de estudo C – Distribuição geral de padrões de fissuração e características gerais das divisões afetadas no apartamento
5E dos lotes 2 e 4
Lote 4 Lote 4 Lote 2 Lote 4
Lote 4 Abertura média Abertura média Abertura média Abertura média
Abertura média

Padrões Padrões Padrões Padrões


Padrões

Lote 2 Lote 2
Abertura média Abertura média
Lote 2 Lote 4
Abertura média Abertura média
Padrões Padrões

Padrões Padrões

Lote 2 Lote 4
Abertura média Abertura média Lote 2 Lote 4
Abertura média Abertura média
60

Padrões Padrões
Padrões Padrões

Lote 2
Abertura média
Legenda de padrões
Lote 4
Abertura média Fissuras diagonais
Padrões
Fissuras horizontais em
esquinas
Padrões
Lote 2 Lote 4 Fissuras horizontais
Lote 2 Lote 4 Abertura média Abertura média
Abertura média Abertura média Fissuras junto a janelas
ou aberturas de vão
Lote 2
Padrões Padrões Fissuras mapeadas
Abertura média
Padrões Padrões
Fissuras na transição
entre materiais
Padrões Fissuras horizontais em
varandas/consolas

Fissuras verticais

Figura 4.15 – Caso de estudo C – Distribuição geral de padrões de fissuração e características gerais das divisões afetadas no apartamento
8E dos lotes 2 e 4
- as fissuras mais comuns nos apartamentos são as fissuras verticais, presentes em quase todas
as divisões e apartamentos observados. Os restantes tipos de fissuras apresentam muito menor
incidência, aparecendo pontualmente em algumas divisões;
- as fissuras com maior abertura localizam-se no lote 2, onde se verificam aberturas de 1-2 mm
no quarto e na cozinha. Neste lote também se verificam mais fissuras de aberturas de 0,25-1 mm do
que no lote 4. Relativamente aos apartamentos de cada lote, os apartamentos 8E apresentam uma
maior incidência de fissuras do que os 5E, sendo a abertura mais comum de 0,25-1 mm. As divisões
que apresentam maiores aberturas médias são o quarto (nos dois lotes) e a cozinha (apenas num dos
lotes), onde se verificam fissuras de 1-2 mm;
- de um modo geral, a divisão mais afetada com fissuração é a cozinha, apresentando fissuras
em diversas zonas em todos os apartamentos observados.

Após a análise geral da distribuição das fissuras nos apartamentos, irá agrupar-se a informação
recolhida nas plantas anteriores sob a forma de padrões de fissuração, tentando sistematizar-se toda
a informação possível acerca de cada padrão observado. Apresenta-se na Tabela 4.15 um resumo de
todos os padrões de fissuração observados, bem como a sua abertura máxima e percentagem de
ocorrência nas divisões. Nesta fase, a abertura máxima já será a verificada para cada padrão e não a
abertura média observada para cada fissura, como se fez na análise anterior. A percentagem de
ocorrência nas divisões diz respeito à frequência com que se verificou cada padrão nos apartamentos,
ou seja, a relação entre o número de divisões afetadas com um determinado tipo de fissura e o número
total de divisões observadas.
As fissuras verticais eram as mais comuns em todos os apartamentos estudados, afetando vários
tipos de elementos (revestimento, suporte e elementos de cantaria). Estas fissuras apresentavam, na
maior parte das vezes, um desenvolvimento ao longo de toda a parede, como se verifica na Figura
4.16.

Figura 4.16 – Caso de estudo C – Fissuras verticais: sala do apartamento 5E do lote 2 (a); cozinha do
apartamento 5E do lote 2 (b)

A existência de fissuras diagonais e de fissuras junto a janelas a par das fissuras verticais leva a
crer que a principal causa da fissuração serão movimentos da estrutura. A visita à zona das garagens,
veio comprovar esta teoria, uma vez que se observaram fissuras horizontais e verticais nas paredes
das mesmas, como se observa na Figura 4.17.

61
Tabela 4.15 – Caso de estudo C – Caracterização dos padrões de fissuração observados

% de ocorrência
Padrão de fissuração Abertura máxima Descrição
nas divisões
Fissuras verticais em vários
elementos dos
apartamentos,
nomeadamente,
revestimento, azulejos e
elementos de cantaria. As
VT fissuras nas paredes 86%
prolongam-se em altura de
uma forma quase contínua.
As aberturas são
semelhantes entre elas,
exceto algumas que
atravessam todo o reboco.
Fissuras lineares com
inclinação de cerca de 45º
presentes nos cantos das
divisões ou atravessando
DG 36%
duas paredes contíguas.
Nalguns casos seguem as
juntas de assentamento dos
tijolos.
Fissuras lineares localizadas
nas zonas de transição entre
elementos. Encontram-se
normalmente nos cantos das
divisões ou na ligação da
TM parede ao teto. Algumas 29%
ombreiras de janelas
também apresentam este
tipo de fissura entre o
elemento de cantaria e a
parede corrente.
Fissuras localizadas junto a
aberturas ou janelas, a partir
das esquinas das mesmas.
As fissuras são geralmente
JA 21%
diagonais junto às aberturas,
podendo tomar outras
direções ao longo da sua
extensão.

Figura 4.17 – Caso de estudo C – Fissuras na zona das garagens

4.4.1.2. Análise por divisão


Para a análise detalhada dos padrões de fissuração mais comuns no condomínio, foram
escolhidas 6 divisões para o preenchimento de fichas de inspeção. As fichas de inspeção foram
preenchidas para a cozinha, a sala e o quarto 1 do apartamento 5E do lote 2 e do apartamento 8E do

62
lote 4. Estas divisões foram escolhidas por apresentarem uma grande variedade de padrões de
fissuração e valores de aberturas máximas significativas. A escolha de apartamentos em andares
diferentes e lotes diferentes foi intencional, de forma a verificar-se que os padrões de fissuração se
repetiam em grande parte dos apartamentos, independentemente da sua localização no edifício. As
divisões escolhidas encontram-se indicadas na Figura 4.18.

Figura 4.18 – Caso de estudo C – Divisões estudadas

Nas Tabelas 4.16 a 4.21 encontram-se esquemas representativos de cada divisão, com a
indicação das fissuras (a verde) e das outras anomalias (a laranja) presentes na mesma, bem como a
caracterização das fissuras observadas. Para cada divisão apenas será analisada uma fissura
representativa de cada padrão, sendo esta a fissura com maior abertura ou incidência. No caso de
existirem fissuras do mesmo padrão em diferentes elementos (revestimento, elementos de cantaria,
entre outros), caracterizar-se-á cada uma delas.
Da análise das Tabelas 4.16 a 4.21, é possível verificar que foram analisados todos os tipos de
fissuração presentes nos apartamentos. Através dos esquemas das divisões, foi possível observar-se
as zonas das divisões onde os diferentes tipos de fissuras ocorrem, bem como as anomalias que
aparecem associadas a cada um deles.
Apresenta-se na Tabela 4.22 um resumo de todas as características associadas a cada padrão
de fissuração observado nas divisões escolhidas.

63
Tabela 4.16 – Caso de estudo C – Esquematização e análise geral da sala do apartamento 5E do lote 2

Sala (apartamento 5E do lote 2)

Fissuras

VT1 DG1
Elementos do sistema Revestimento e
Revestimento
afetados suporte
Abertura média 0,25 a 1 mm 0,1 a 0,25 mm
Presença de humidade Não Não
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

Tabela 4.17 – Caso de estudo C – Esquematização e análise geral da sala do apartamento 8E do lote 4

Sala (apartamento 8E do lote 4)

Fissuras

TM1 JA1
Elementos do sistema Revestimento e
Revestimento
afetados suporte
Abertura média 0,1 a 0,25 mm 0,25 a 1 mm
Presença de humidade Não Não
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento
64
Tabela 4.18 – Caso de estudo C – Esquematização e análise geral da cozinha do apartamento 5E do lote 2

Cozinha (apartamento 5E do lote 2)

Fissuras

VT1 VT2
Elementos do sistema Revestimento Revestimento e
afetados cerâmico suporte
Abertura média 0,1 a 0,25 mm 0,25 a 1 mm
Presença de humidade Não Não
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

Tabela 4.19 – Caso de estudo C – Esquematização e análise geral da cozinha do apartamento 8E do lote 4

Cozinha (apartamento 8E do lote 4)

Fissuras

VT1 VT2 VT3


Elementos do sistema Revestimento Revestimento e
Elemento de cantaria
afetados cerâmico e suporte suporte
Abertura média 0,1 a 0,25 mm 0,25 a 1 mm 0,25 a 1 mm
Presença de humidade Não Não Não
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

65
Tabela 4.20 – Caso de estudo C – Esquematização e análise geral do quarto do apartamento 5E do lote 2

Quarto (apartamento 5E do lote 2)

Fissuras

VT1
Elementos do sistema
Revestimento e suporte
afetados
Abertura média 1 a 2 mm
Presença de humidade Não
Preenchimento Sem preenchimento

Tabela 4.21 – Caso de estudo C – Esquematização e análise geral do quarto do apartamento 8E do lote 4

Quarto (apartamento 8E do lote 4)

Fissuras

DG1
Elementos do sistema
Revestimento e suporte
afetados
Abertura média 0,25 a 1 mm
Presença de humidade Não
Preenchimento Sem preenchimento

66
Tabela 4.22 – Caso de estudo C – Caracterização dos padrões de fissuração observados nas divisões em
estudo

Padrão de Abertura Outras anomalias Localização na Elementos do


Preenchimento
fissuração máxima existentes parede sistema afetados

 Revestimento
 Parede corrente  Revestimento
 Descolamento ou  Esquinas e cantos cerâmico  Sem
1 a 2 mm
desprendimento  Elementos  Suporte preenchimento
VT
decorativos  Elemento de
cantaria

 Parede corrente  Revestimento  Sem


0,25 a 1 mm
 Esquinas e cantos  Suporte preenchimento
DG
 Janelas ou
0,1 a 0,25 aberturas de vão  Sem
 Revestimento
mm  Transição de preenchimento
TM
materiais

 Janelas ou  Revestimento  Sem


0,25 a 1 mm
aberturas de vão  Suporte preenchimento
JA

Da análise da Tabela 4.22, verifica-se que grande parte das fissuras atingia o suporte de
alvenaria. Num dos quartos verificou-se que ocorreu o desprendimento da camada de reboco,
resultante do aparecimento de uma fissura vertical. Neste caso a abertura da fissura era muito superior
às outras observadas (1-2 mm). Por fim, verifica-se que nenhuma das fissuras apresentava qualquer
tipo de preenchimento.

4.4.2. Identificação das causas de fissuração possíveis


Da análise dos padrões de fissuração observados, verifica-se que estes poderão ser devidos a
movimentos na estrutura. Esta conclusão vai de acordo com um estudo efetuado pela empresa
construtora, em que, através da utilização de um programa de elementos finitos, se verificou que a
estrutura estava a sofrer deformações excessivas em várias zonas das lajes, levando assim à
ocorrência de fissuras em toda a estrutura. Estas deformações excessivas poderão ter sido devidas a
erros ao nível de projeto, em que não se garantiu que as deformações estivessem abaixo dos valores
aceitáveis.
Deste modo, as fissuras observadas não estão estabilizadas, como ser verifica pelas zonas em
que houve reparações (com rede, nalguns casos), que estão agora novamente abertas e em contínuo
aumento.
Encontram-se na Tabela 4.23 todas as causas possíveis que podem estar na base da ocorrência
das fissuras, bem como os elementos afetados.

67
Tabela 4.23 – Caso de estudo C – Causas possíveis e elementos afetados para cada padrão de fissuração

Associado a
Padrão de Causas da Elementos
Origem problemas
fissuração fissuração afetados
estruturais
Revestimento,
elementos de
VT cantaria e
suporte
Deformações
excessivas dos
DG Erros de projeto/execução Revestimento Sim
elementos
e suporte
estruturais (C.P.)
JA

Revestimento
TM
C.P. – causa principal; C.S. – causa secundária

4.5. Caso de estudo D


4.5.1. Sistematização dos padrões de fissuração
4.5.1.1. Análise geral da fissuração
Foi realizada uma inspeção geral a toda a escola, a fim de se adquirir uma perspetiva geral das
fissuras que se formaram nos edifícios e da sua distribuição espacial. Encontra-se representada na
Figura 4.19 a planta da escola, onde se indicam todas as fachadas observadas, sendo para cada uma
delas indicados os tipos de padrões de fissuração presentes, as aberturas máximas e a percentagem
da fachada afetada com fissuras. Esta percentagem foi calculada de acordo com o explicado em 3.2 e
os valores calculados encontram-se presentes no anexo C.3.
Os edifícios a azul são os edifícios já existentes antes da reabilitação da escola e os edifícios a
laranja são os que foram construídos após a mesma.
Da análise geral da escola, pode verificar-se que:
- as fissuras mais comuns nos edifícios são as fissuras na transição de materiais, que aparecem
em mais de metade dos edifícios observados, e as fissuras verticais, também com uma grande
percentagem de ocorrência. Verifica-se que os edifícios mais recentes apresentam maior diversidade
de padrões de fissuração, enquanto o edifício já existente apenas apresenta 3 tipos de fissuras, de um
total de 7 tipos observados em toda a escola;
- a maior parte das fachadas apresentam fissuras com aberturas de 0,1-0,25 mm e de 0,25-1
mm, sendo aberturas grandes na ordem de 1-2 mm só aparecem em duas das fachadas de um dos
edifícios recentes;
- de um modo geral, as fachadas não se encontram muito afetadas com fissuração, não
ultrapassando 25% de incidência de fissuras. A única fachada que apresenta valores de 25-50% é uma
das fachadas de um edifício recente virada a norte.

68
Percentagem afetada Percentagem afetada

Percentagem afetada
Abertura máxima Abertura máxima Percentagem afetada
Percentagem afetada
Abertura máxima
Padrões Padrões Abertura máxima
Abertura máxima
Padrões
Padrões
Padrões

Percentagem afetada 2 3 7
9 Percentagem afetada
1 8
Abertura máxima
Abertura máxima

Padrões 5 4
Padrões
10
69

Percentagem afetada
Percentagem afetada

Abertura máxima 6
Abertura máxima 11
Legenda de padrões
Padrões Fissuras diagonais
Padrões
Fissuras horizontais em
esquinas
Percentagem afetada Fissuras horizontais

Percentagem afetada Fissuras junto a janelas


Abertura máxima ou aberturas de vão
Fissuras mapeadas
Abertura máxima
Padrões Fissuras na transição
entre materiais
Padrões Fissuras horizontais em
varandas/consolas

Fissuras verticais

Figura 4.19 – Caso de estudo D – Distribuição geral de padrões de fissuração e características gerais das fachadas afetadas
Após a análise geral da distribuição das fissuras na escola, irá agrupar-se a informação recolhida
na planta anterior sob a forma de padrões de fissuração, tentando sistematizar-se toda a informação
possível acerca de cada padrão observado. Apresenta-se na Tabela 4.24 um resumo de todos os
padrões de fissuração observados, bem como a sua abertura máxima e percentagem de ocorrência
nas fachadas.
As fissuras na transição de materiais, fissuras verticais e fissuras junto a janelas observaram-se
quer nos edifícios já existentes, quer nos edifícios recentes. Estes tipos de fissuras encontram-se
representados nas Figuras 4.20 e 4.21.

Figura 4.20 – Caso de estudo D – Fissuras presentes nos edifícios já existentes: fachada n.º 7 (a); fachada n.º 7
(b); fachada n.º 8 (c)

Figura 4.21 – Caso de estudo D – Fissuras presentes nos edifícios recentes: fachada n.º 2 (a); fachada n.º 4 (b);
fachada n.º 2 (c)

No edifício principal, que sofreu obras de ampliação, verificaram-se fissuras em toda a zona da
consola e ao longo de toda a parte recentemente construída (Figura 4.22).

Figura 4.22 – Caso de estudo D – Fissuras presentes no edifício principal: fachada n.º 5 (a); fachada n.º 4 (b);
fachada n.º 4 (c)

A par das fissuras presentes nas fachadas exteriores do edifício, verificou-se que também no
seu interior existiam algumas fissuras diagonais como se observa na Figura 4.23, levando a crer que
toda a parte recente do edifício tenha sofrido assentamentos.

70
Tabela 4.24 – Caso de estudo D – Caracterização dos padrões de fissuração observados

% de ocorrência
Padrão de fissuração Abertura máxima Descrição
nas fachadas

Fissuras lineares localizadas


nas zonas de transição entre
TM elementos, geralmente entre 64%
a alvenaria e a estrutura de
betão.

Fissuras verticais localizadas


em várias zonas dos
edifícios, nomeadamente,
VT em zonas angulosas, junto 45%
ao solo, no topo da fachada
e em zona de parede
corrente.
Fissuras lineares com
inclinação de cerca de 45º,
localizadas ao nível do solo
e espaçadas igualmente
DG 27%
entre elas. Também se
encontram fissuras
diagonais junto ao topo da
consola do edifício principal.
Fissuras localizadas junto a
aberturas ou janelas, a partir
das esquinas das mesmas.
As fissuras são geralmente
JA 18%
diagonais junto às aberturas,
podendo tomar outras
direções ao longo da sua
extensão.

Fissuras horizontais com


espaçamento semelhante
existentes na zona da
VC 18%
consola do edifício principal,
que vão desde a zona de
esquina até às janelas.

Malha irregular de grande


MP abertura cobrindo toda a 9%
fachada dos edifícios.

Fissuras horizontais que


HZ atravessam grande parte da 9%
fachada do edifício principal.

71
Figura 4.23 – Caso de estudo D – Fissura diagonal no interior do edifício principal

4.5.1.2. Análise por fachada


Para a análise detalhada dos padrões de fissuração mais comuns na escola, foram escolhidas 6
fachadas para o preenchimento de fichas de inspeção (Figura 4.24). Dessas 6 fachadas apenas 1 delas
diz respeito a edifícios já existentes, uma vez que estes apresentavam fissuração muito reduzida. Estas
fachadas foram escolhidas por apresentarem uma grande variedade de padrões de fissuração e valores
de aberturas máximas/percentagens de fachada afetada significativos.

Figura 4.24 – Caso de estudo D – Fachadas estudadas

72
Nas Tabelas 4.25 a 4.30 encontram-se esquemas representativos de cada fachada, com a
indicação das fissuras (a verde) e das outras anomalias (a laranja) presentes na mesma, bem como a
caracterização das fissuras observadas. Para cada fachada apenas será analisada uma fissura
representativa de cada padrão, sendo esta a fissura com maior abertura ou incidência.
Da análise das Tabelas 4.25 a 4.30, é possível verificar que foram analisados todos os tipos de
fissuração presentes na escola. Através dos esquemas das fachadas, foi possível observar-se as zonas
da fachada onde os diferentes tipos de fissuras ocorrem, bem como as anomalias que aparecem
associadas a cada um deles.
Apresenta-se na Tabela 4.31 um resumo de todas as características associadas a cada padrão
de fissuração observado nas fachadas escolhidas.
Da análise da Tabela 4.31, verifica-se que grande parte das fissuras afetava quer o revestimento
quer o suporte. Apenas as fissuras horizontais, verticais e mapeadas afetavam apenas o revestimento.
A existência de humidade em algumas das fachadas levou à ocorrência de descolamentos ou
desprendimentos e escorrência de água. Por fim, verifica-se que nenhuma das fissuras apresentava
qualquer tipo de preenchimento.

Tabela 4.25 – Caso de estudo D – Esquematização e análise geral da fachada n.º 1

Fachada n.º 1

Fissuras

TM1 TM2
Revestimento e Revestimento e
Elementos do sistema interface interface
afetados suporte/elemento suporte/elemento
estrutural estrutural
Abertura média 0,1 a 0,25 mm 0,1 a 0,25 mm
Presença de humidade De infiltração De infiltração
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

73
Tabela 4.26 – Caso de estudo D – Esquematização e análise geral da fachada n.º 2

Fachada n.º 2

Fissuras

TM1 JA1
Revestimento e
Elementos do sistema interface Revestimento e
afetados suporte/elemento suporte
estrutural
Abertura média 0,25 a 1 mm 0,25 a 1 mm
Presença de humidade Capilar Capilar
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

Tabela 4.27 – Caso de estudo D – Esquematização e análise geral da fachada n.º 3

Fachada n.º 3

Fissuras

DG1 MP1
Elementos do sistema
Revestimento Revestimento
afetados
Abertura média 0,1 a 0,25 mm 0,1 a 0,25 mm
Presença de humidade Não Não
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

74
Tabela 4.28 – Caso de estudo D – Esquematização e análise geral da fachada n.º 4

Fachada n.º 4

Fissuras

VT1 HZ1
Elementos do sistema
Revestimento Revestimento
afetados
Abertura média 0,1 a 0,25 mm 0,1 a 0,25 mm
Presença de humidade Não Não
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

Tabela 4.29 – Caso de estudo D – Esquematização e análise geral da fachada n.º 5

Fachada n.º 5

Fissuras

DG1 VC1 TM1


Elementos do sistema Revestimento e Revestimento e
Revestimento
afetados suporte suporte
Abertura média 1 a 2 mm 1 a 2 mm 0,1 a 0,25 mm
Presença de humidade Não Não Não
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

75
Tabela 4.30 – Caso de estudo D – Esquematização e análise geral da fachada n.º 6

Fachada n.º 6

Fissuras

TM1 DG1
Elementos do sistema
Revestimento Revestimento
afetados
Abertura média 0,1 a 0,25 mm 0,1 a 0,25 mm
Presença de humidade Não Não
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

Tabela 4.31 – Caso de estudo D – Caracterização dos padrões de fissuração observados nas fachadas em
estudo

Padrão de Abertura Outras anomalias Localização na Elementos do


Preenchimento
fissuração máxima existentes fachada sistema afetados

 Humidade
 Junto ao solo  Revestimento
 Descolamento ou
 Platibandas  Interface  Sem
0,25 a 1 mm desprendimento
 Transição de suporte/elemento preenchimento
TM  Escorrência de
materiais estrutural
água

0,1 a 0,25  Sem


(não observadas)  Parede corrente  Revestimento
mm preenchimento
VT
 Junto ao solo
 Revestimento  Sem
1 a 2 mm (não observadas)  Varandas
 Suporte preenchimento
DG  Parede corrente

 Janelas ou  Revestimento  Sem


0,25 a 1 mm  Humidade
aberturas de vão  Suporte preenchimento
JA
 Varandas
 Revestimento  Sem
1 a 2 mm (não observadas)  Transição de
 Suporte preenchimento
VC materiais

0,1 a 0,25  Sem


(não observadas)  Parede corrente  Revestimento
mm preenchimento
MP

0,1 a 0,25  Sem


(não observadas)  Parede corrente  Revestimento
mm preenchimento
HZ

76
4.5.2. Identificação das causas de fissuração possíveis
Da análise das fissuras observadas, verificou-se que a incidência de fissuras era maior ao nível
dos edifícios recentes. As fissuras mais comuns são fissuras nas zonas de transição de materiais,
sendo a principal causa para o seu aparecimento movimentos diferenciais da estrutura. Uma vez que
a estrutura de betão e as paredes de alvenaria possuem comportamentos estruturais diferentes, as
deformações sofridas pela estrutura de betão não são compatíveis com as capacidades resistentes das
paredes de alvenaria, levando à ocorrência de fissuras na zona de transição entre os dois materiais.
Esta zona é também zona de pontes térmicas, estando as ações térmicas também na base do
aparecimento de fissuras.
Surgem também fissuras nos cantos das janelas e nas esquinas dos edifícios devido aos
movimentos diferenciais da estrutura, uma vez que são zonas onde existe uma grande concentração
de tensões.
As fissuras diagonais que se observaram quer nos edifícios antigos quer nos mais recentes,
podem ser devido a movimentações do terreno, que levou a que ocorressem assentamentos em certas
zonas dos edifícios.
O edifício principal encontrava-se bastante fissurado, especialmente na parte em consola e na
fachada virada a este. Estas fissuras podem ter sido devido à construção de uma biblioteca que ocupa
grande parte do edifício e que, não sendo devidamente calculadas as cargas em fase de projeto,
poderão ter provocado deformações excessivas nos elementos.
Encontram-se na Tabela 4.32 todas as causas possíveis que podem estar na base da ocorrência
das fissuras, bem como os elementos afetados.

4.6. Caso de estudo E


4.6.1. Sistematização dos padrões de fissuração
4.6.1.1. Análise geral da fissuração
Foi realizada uma inspeção geral a todo o edifício, a fim de se adquirir uma perspetiva geral das
fissuras que se formaram nas fachadas e da sua distribuição espacial. Encontra-se representada na
Figura 4.25 a planta do convento, onde se indicam todas as fachadas observadas, sendo para cada
uma delas indicados os tipos de padrões de fissuração presentes, as aberturas máximas e a
percentagem da fachada afetada com fissuras. Esta percentagem foi calculada de acordo com o
explicado em 3.2 e os valores calculados encontram-se presentes no anexo C.4.
Para uma análise mais clara dos resultados, irá dividir-se a fachada 1 em três secções: o lado
exterior do muro (indicada a azul) e o lado interior do muro, que se divide por dois pátios (indicadas a
laranja).

77
Tabela 4.32 – Caso de estudo D – Causas possíveis e elementos afetados para cada padrão de fissuração

Associado a
Padrão de Causas da Elementos
Origem problemas
fissuração fissuração afetados
estruturais
Movimentos
Utilização de materiais com diferentes
diferenciais da
comportamentos estruturais
estrutura (C.P.)
Utilização de materiais com coeficientes de Revestimento
dilatação térmica diferentes e interface
Ações térmicas Variação sazonal da temperatura do ar suporte/ Sim
TM (C.P.) exterior elemento
Variação das condições de radiação das estrutural
superfícies
Ação da
Elevada humidade no local
humidade (C.S.)
Sobrecargas
Erros de projeto
acidentais (C.P.)
Movimentos Revestimento Sim
VT Utilização de materiais com diferentes
diferenciais da
comportamentos estruturais
estrutura (C.P.)
Deficiente dimensionamento das
Assentamentos fundações
diferenciais Incumprimento do projeto de fundações
(C.P.) Alteração das condições de humidade do
solo Revestimento
Sim
DG Sobrecargas e suporte
Erros de projeto
acidentais (C.P.)
Movimentos
Utilização de materiais com diferentes
diferenciais da
comportamentos estruturais
estrutura (C.P.)
Movimentos
Utilização de materiais com diferentes
diferenciais da
comportamentos estruturais Revestimento
estrutura (C.P.) Sim
e suporte
JÁ Ação da
Elevada humidade no local
humidade (C.S.)
Sobrecargas
Erros de projeto
acidentais (C.P.)
Revestimento
Movimentos Sim
Utilização de materiais com diferentes e suporte
VC diferenciais da
comportamentos estruturais
estrutura (C.P.)
Retração do
Erros de projeto/execução
reboco (C.P.)
Variação sazonal da temperatura do ar
Ações térmicas exterior
Revestimento Não
(C.S.) Variação das condições de radiação das
MP
superfícies
Ação da
Elevada humidade no local
humidade (C.S.)
Sobrecargas
Erros de projeto
acidentais (C.P.)
Movimentos Revestimento Sim
HZ Utilização de materiais com diferentes
diferenciais da
comportamentos estruturais
estrutura (C.P.)
C.P. – causa principal; C.S. – causa secundária

78
Percentagem afetada
Percentagem afetada

Abertura máxima
Abertura máxima

Padrões
Padrões

Percentagem afetada
1I.1

Abertura máxima
1E
Padrões

Legenda de padrões
Fissuras diagonais
1I.2
Fissuras horizontais em Percentagem afetada
esquinas 2
Fissuras horizontais Abertura máxima
Fissuras junto a janelas
ou aberturas de vão
Padrões
Fissuras mapeadas
Fissuras na transição
entre materiais
Fissuras horizontais em
varandas/consolas

Fissuras verticais

Figura 4.25 – Caso de estudo E – Distribuição geral de padrões de fissuração e características gerais das
fachadas afetadas

Da análise geral do edifício, pode verificar-se que:


- as fissuras mais comuns no convento são as fissuras verticais que aparecem em todas as
fachadas observadas, seguidas das fissuras mapeadas e diagonais. As fissuras horizontais só foram
observadas na fachada exterior 1;
- as fissuras apresentam aberturas grandes ou muito grandes em todas fachadas observadas.
As maiores fissuras observaram-se na fachada exterior 1 e na fachada interior 2, atingindo aberturas
de >2 mm;
- a fachada que se encontra mais afetada com fissuração em termos de área de fachada é a
fachada interior 1, atingindo um valor de 50-75%. Segue-se a fachada interior 2 com valores de 25-
50% e, finalmente, as fachadas com menores valores são a exterior 1 e a 2, onde estes são inferiores
a 25%.

79
Após a análise geral da distribuição das fissuras no convento, irá agrupar-se a informação
recolhida na planta anterior sob a forma de padrões de fissuração, tentando sistematizar-se toda a
informação possível acerca de cada padrão observado. Apresenta-se na Tabela 4.33 um resumo de
todos os padrões de fissuração observados, bem como a sua abertura máxima e percentagem de
ocorrência nas fachadas.
Tabela 4.33 – Caso de estudo E – Caracterização dos padrões de fissuração observados

% de ocorrência
Padrão de fissuração Abertura máxima Descrição
nas fachadas
Fissuras verticais com
abertura variável desde o
topo do muro até
sensivelmente meio do
VT mesmo. Apresentam 100%
espaçamento semelhante
entre elas e por vezes
atingem profundidades
consideráveis.

Malha irregular de abertura


média cobrindo toda a face
MP 75%
interior do muro e algumas
zonas na face exterior.

Fissuras lineares com


inclinação de cerca de 45º e
espaçadas igualmente entre
DG 50%
elas. Presentes na metade
superior do muro até ao seu
topo.

Fissura horizontal contínua


com grande abertura e
HZ profundidade, acompanhada 25%
duma deformação do muro
para o exterior.

As fissuras com maiores aberturas e mais gravosas localizavam-se, maioritariamente, na zona


mais a sul da fachada exterior 1, como se verifica na Figura 4.26.

Figura 4.26 – Caso de estudo E – Fissuras na fachada exterior 1

80
Verificou-se nesta zona do muro exterior que existiam grandes esforços de tração, ao ponto de
levar à deformação do mesmo na zona onde ocorreram as fissuras. Ao visitar-se o interior do convento,
pôde observar-se que existiam canteiros e árvores junto ao muro (Figura 4.27). De acordo com a
informação recolhida no local que acompanharam a inspeção, apurou-se que a drenagem dos canteiros
não teria sido feita corretamente, o que levaria à acumulação de grandes quantidades de água nas
traseiras do muro.

Figura 4.27 – Caso de estudo E – Canteiros e árvores na face interior do muro

4.6.1.2. Análise por fachada


Para a análise detalhada dos padrões de fissuração mais comuns no convento, foram
preenchidas 4 fichas de inspeção para as fachadas observadas (Figura 4.28). Estas fachadas foram
escolhidas por apresentarem uma grande variedade de padrões de fissuração e valores de aberturas
máximas/percentagens de fachada afetada significativos.

Figura 4.28 – Caso de estudo E – Fachadas estudadas

81
Nas Tabelas 4.34 a 4.37 encontram-se esquemas representativos de cada fachada, com a
indicação das fissuras (a verde) e das outras anomalias (a laranja) presentes na mesma, bem como a
caracterização das fissuras observadas. Para cada fachada apenas será analisada uma fissura
representativa de cada padrão, sendo esta a fissura com maior abertura ou incidência.
Da análise das Tabelas 4.34 a 4.37, é possível verificar que foram analisados todos os tipos de
fissuração presentes no convento. Através dos esquemas das fachadas, foi possível observar-se as
zonas da fachada onde os diferentes tipos de fissuras ocorrem, bem como as anomalias que aparecem
associadas a cada um deles.
Apresenta-se na Tabela 4.38 um resumo de todas as características associadas a cada padrão
de fissuração observado nas fachadas escolhidas.
Da análise da Tabela 4.38, verifica-se que, à exceção das fissuras mapeadas, todos os outros
tipos de fissuras afetavam o revestimento e o elemento estrutural que, neste caso, é todo o muro de
alvenaria de pedra. Foi possível verificar através do humidímetro, que quase todas as fachadas
escolhidas para o preenchimento da ficha de inspeção apresentavam elevados valores de humidade
(de infiltração) superiores a 80%, que levou à ocorrência de descolamentos ou desprendimentos e
escorrência de água. Por fim, verifica-se que nenhuma das fissuras apresentava qualquer tipo de
preenchimento.

Tabela 4.34 – Caso de estudo E – Esquematização e análise geral da fachada n.º 1.E

Fachada n.º 1.E

Fissuras

DG1 MP1 HZ1/VT1 VT2


Elementos do Revestimento e Revestimento e
Revestimento Elemento de cantaria
sistema afetados elemento estrutural alvenaria estrutural
Abertura média 0,25 a 1 mm 0,1 a 0,25 mm > 2 mm 1 a 2 mm
Presença de
De infiltração De infiltração De infiltração De infiltração
humidade
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

82
Tabela 4.35 – Caso de estudo E – Esquematização e análise geral da fachada n.º 1.I1

Fachada n.º 1.I1

Fissuras

MP1 VT1
Elementos do Revestimento e Revestimento e
sistema afetados alvenaria estrutural alvenaria estrutural
Abertura média 0,25 a 1 mm 1 a 2 mm
Presença de
De infiltração De infiltração
humidade
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

Tabela 4.36 – Caso de estudo E – Esquematização e análise geral da fachada n.º 1.I2

Fachada n.º 1.I2

Fissuras

VT1 DG1
Elementos do sistema Revestimento e Revestimento e
afetados alvenaria estrutural alvenaria estrutural
Abertura média > 2 mm > 2 mm
Presença de humidade De infiltração De infiltração
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

83
Tabela 4.37 – Caso de estudo E – Esquematização e análise geral da fachada n.º 2

Fachada n.º 2

Fissuras

VT1 MP1
Elementos do sistema Revestimento e
Revestimento
afetados alvenaria estrutural
Abertura média 1 a 2 mm 0,1 a 0,25 mm
Presença de humidade De infiltração Não
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

Tabela 4.38 – Caso de estudo E – Caracterização dos padrões de fissuração observados nas fachadas em
estudo

Padrão de Abertura Outras anomalias Localização na Elementos do


Preenchimento
fissuração máxima existentes fachada sistema afetados

 Revestimento
 Humidade
 Parede corrente  Alvenaria
 Descolamento ou  Sem
> 2 mm  Elementos estrutural
desprendimento preenchimento
VT decorativos  Elemento de
 Escorrência de
água cantaria
 Humidade
 Descolamento ou
 Sem
0,25 a 1 mm desprendimento  Parede corrente  Revestimento
preenchimento
MP  Escorrência de
água
 Humidade  Revestimento
 Parede corrente  Sem
> 2 mm  Escorrência de  Alvenaria
 Esquinas e cantos preenchimento
DG água estrutural
 Humidade
 Descolamento ou  Revestimento
 Sem
> 2 mm desprendimento  Parede corrente  Alvenaria
preenchimento
HZ  Escorrência de estrutural
água

84
4.6.2. Identificação das causas de fissuração possíveis
Da análise das fissuras observadas e tendo em conta que na parte interior se localizam jardins,
pode aferir-se que o motivo do aparecimento da maior parte das fissuras terá sido um excessivo impulso
do terreno sobre o muro, o que levou à rotura por flexão da parede. Esta rotura terá sido devida à
excessiva presença de água nas traseiras do muro, uma vez que não foi feita qualquer drenagem do
terreno.
Outra das causas de fissuração poderá ser algum movimento ao nível do terreno, o que é
indiciado pela presença de fissuras diagonais nalgumas zonas do muro.
Encontram-se na Tabela 4.39 todas as causas possíveis que podem estar na base da ocorrência
das fissuras, bem como os elementos afetados.
Tabela 4.39 – Caso de estudo E – Causas possíveis e elementos afetados para cada padrão de fissuração

Associado a
Padrão de Causas da Elementos
Origem problemas
fissuração fissuração afetados
estruturais
Sobrecargas Revestimento,
Erros de projeto elemento
acidentais (C.P.)
estrutural e Sim
VT Ação da Elevado impulso de água junto ao elementos de
humidade (C.P.) elemento cantaria
Retração do
Erros de projeto/execução
reboco (C.P.)
Variação sazonal da temperatura do ar
Ações térmicas exterior
Revestimento Não
(C.S.) Variação das condições de radiação das
MP
superfícies
Ação da
Elevada humidade no local
humidade (C.S.)
Deficiente dimensionamento das
Assentamentos fundações
diferenciais Incumprimento do projeto de fundações
(C.P.) Alteração das condições de humidade do Revestimento
solo e elemento Sim
DG Sobrecargas estrutural
Erros de projeto
acidentais (C.P.)
Ação da Elevado impulso de água junto ao
humidade (C.P.) elemento
Sobrecargas
Erros de projeto Revestimento
acidentais (C.P.)
e elemento Sim
HZ Ação da Elevado impulso de água junto ao
estrutural
humidade (C.P.) elemento
C.P. – causa principal; C.S. – causa secundária

4.7. Caso de estudo F


4.7.1. Sistematização dos padrões de fissuração
4.7.1.1. Análise geral da fissuração
Foi realizada uma inspeção geral a todo o hotel, a fim de se adquirir uma perspetiva geral das
fissuras que se formaram no mesmo e da sua distribuição espacial. Encontra-se representada na Figura
4.29 a planta do hotel, onde se indicam todas as fachadas observadas, sendo para cada uma delas
indicados os tipos de padrões de fissuração presentes, as aberturas máximas e a percentagem da

85
fachada afetada com fissuras. Esta percentagem foi calculada de acordo com o explicado em 3.2 e os
valores calculados encontram-se presentes no anexo C.5.
Percentagem afetada

Abertura máxima

Padrões

1
Legenda de padrões
Fissuras diagonais
Fissuras horizontais em
esquinas
Fissuras horizontais
Percentagem afetada
Fissuras junto a janelas
ou aberturas de vão
Abertura máxima
Fissuras mapeadas
Fissuras na transição
Padrões entre materiais
Fissuras horizontais em
varandas/consolas

Fissuras verticais

Figura 4.29 – Caso de estudo F – Distribuição geral de padrões de fissuração e características gerais das
fachadas afetadas

Da análise geral do hotel, pode verificar-se que:


- as fissuras mais comuns no hotel são as fissuras na transição de materiais e fissuras horizontais
em esquinas, presentes nas duas fachadas observadas. As fissuras verticais e nos cantos de janelas
apenas surgem na fachada orientada a sul;
- as fachadas apresentam fissuras com aberturas muito pequenas na ordem dos 0,1-0,25 mm;
- as fachadas apresentam uma baixa incidência de fissuras, com valores de 0-25% de
percentagem de área afetada.

Após a análise geral da distribuição das fissuras no hotel, irá agrupar-se a informação recolhida
na planta anterior sob a forma de padrões de fissuração, tentando sistematizar-se toda a informação
possível acerca de cada padrão observado. Apresenta-se na Tabela 4.40 um resumo de todos os

86
padrões de fissuração observados, bem como a sua abertura máxima e percentagem de ocorrência
nas fachadas.
Tabela 4.40 – Caso de estudo F – Caracterização dos padrões de fissuração observados

% de ocorrência
Padrão de fissuração Abertura máxima Descrição
nas fachadas

Fissuras lineares localizadas


nas zonas de transição entre
TM elementos, geralmente entre 100%
a alvenaria e a estrutura de
betão.

Fissuras horizontais com


espaçamento semelhante
HE 100%
entre elas que passam de
uma fachada para outra.

Fissuras verticais com


extensão em altura na zona
VT 50%
de transição entre dois
blocos do edifício.

Fissuras localizadas junto a


aberturas ou janelas, a partir
das esquinas das mesmas.
As fissuras são geralmente
JA 50%
diagonais junto às aberturas,
podendo tomar outras
direções ao longo da sua
extensão.

A maior parte das fissuras observadas localizavam-se na fachada orientada a sul. Esta era
também a fachada com maior comprimento de edificação nova, uma vez que o edifício original não era
simétrico e prolongava-se por um maior comprimento na fachada orientada a norte. Todas as fissuras
observadas se localizavam na construção recente. Na Figura 4.30 podem ver-se a parte do edifício já
existente e a parte do edifício recentemente construída.

Figura 4.30 – Caso de estudo F – Parte do edifício já existente (à esquerda) e parte recentemente construída (à
direita)

As fissuras na transição de materiais e fissuras horizontais em esquinas encontravam-se nas


duas fachadas do hotel, como se verifica na Figura 4.31 e na Figura 4.32.

87
Figura 4.31 – Caso de estudo F – Fissuras na transição de materiais e horizontais em esquina presentes na
fachada orientada a sul

Figura 4.32 – Caso de estudo F – Fissuras na transição de materiais e horizontais em esquina presentes na
fachada orientada a norte

4.7.1.2. Análise por fachada


Para a análise detalhada dos padrões de fissuração mais comuns no hotel, foram preenchidas 2
fichas de inspeção para as fachadas observadas (Figura 4.33). Apenas foram escolhidas estas duas
fachadas por serem as únicas com presença de fissuras.
Nas Tabelas 4.41 e 4.42 encontram-se esquemas representativos de cada fachada, com a
indicação das fissuras (a verde) e das outras anomalias (a laranja) presentes na mesma, bem como a
caracterização das fissuras observadas. Para cada fachada apenas será analisada uma fissura
representativa de cada padrão, sendo esta a fissura com maior abertura ou incidência.
Da análise das Tabelas 4.41 e 4.42, é possível verificar que foram analisados todos os tipos de
fissuração presentes no hotel. Através dos esquemas das fachadas, foi possível observar-se as zonas
da fachada onde os diferentes tipos de fissuras ocorrem, bem como as anomalias que aparecem
associadas a cada um deles.
Apresenta-se na Tabela 4.43 um resumo de todas as características associadas a cada padrão
de fissuração observado nas fachadas escolhidas.
Da análise da Tabela 4.43, verifica-se que todas as fissuras afetavam apenas o revestimento e
que nenhuma delas apresentava qualquer tipo de preenchimento.

88
Figura 4.33 – Caso de estudo F – Fachadas estudadas

Tabela 4.41 – Caso de estudo F – Esquematização e análise geral da fachada n.º 1

Fachada n.º 1

Fissuras

TM1 JA1 VT1 HE1


Elementos do
Revestimento Revestimento Revestimento Revestimento
sistema afetados
Abertura média 0,1 a 0,25 mm 0,1 a 0,25 mm 0,1 a 0,25 mm 0,1 a 0,25 mm
Presença de
Não Não Não Não
humidade
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

89
Tabela 4.42 – Caso de estudo F – Esquematização e análise geral da fachada n.º 2

Fachada n.º 2

Fissuras

TM1 HE1
Elementos do sistema
Revestimento Revestimento
afetados
Abertura média 0,1 a 0,25 mm 0,1 a 0,25 mm
Presença de humidade Não Não
Preenchimento Sem preenchimento Sem preenchimento

Tabela 4.43 – Caso de estudo F – Caracterização dos padrões de fissuração observados nas fachadas em
estudo

Padrão de Abertura Outras anomalias Localização na Elementos do


Preenchimento
fissuração máxima existentes fachada sistema afetados

0,1 a 0,25  Transição de  Sem


(não observadas)  Revestimento
mm materiais preenchimento
TM

0,1 a 0,25  Sem


(não observadas)  Esquinas e cantos  Revestimento
mm preenchimento
HE

0,1 a 0,25  Sem


(não observadas)  Parede corrente  Revestimento
mm preenchimento
VT

0,1 a 0,25  Janelas ou  Sem


(não observadas)  Revestimento
mm aberturas de vão preenchimento
JA

4.7.2. Identificação das causas de fissuração possíveis


Da análise geral das fissuras observadas no hotel, verifica-se que estas são bastante regulares
ao longo de todo o edifício, sendo a sua principal causa movimentos diferenciais da estrutura. Uma vez
que a estrutura de betão e as paredes de alvenaria possuem comportamentos estruturais diferentes,
as deformações sofridas pela estrutura de betão não são compatíveis com as capacidades resistentes
das paredes de alvenaria, levando à ocorrência de fissuras na zona de transição entre os dois materiais.

90
Esta zona é também zona de pontes térmicas, estando as ações térmicas também na base do
aparecimento de fissuras.
Surgem também fissuras nos cantos das janelas e nas esquinas dos edifícios devido aos
movimentos diferenciais da estrutura, uma vez que são zonas onde existe uma grande concentração
de tensões.
A existência de uma fissura vertical na transição entre dois dos blocos constituintes do hotel
indica que terão existido movimentos relativos entre os dois blocos, que poderão ter sido devidos a
assentamentos diferenciais da estrutura.
Encontram-se na Tabela 4.44 todas as causas possíveis que podem estar na base da ocorrência
das fissuras, bem como os elementos afetados.

Tabela 4.44 – Caso de estudo F – Causas possíveis e elementos afetados para cada padrão de fissuração

Associado a
Padrão de Causas da Elementos
Origem problemas
fissuração fissuração afetados
estruturais
Movimentos
Utilização de materiais com diferentes
diferenciais da
comportamentos estruturais
estrutura (C.P.)
Utilização de materiais com coeficientes de
dilatação térmica diferentes Revestimento Sim
TM Ações térmicas Variação sazonal da temperatura do ar
(C.P.) exterior
Variação das condições de radiação das
superfícies

HE Movimentos
Utilização de materiais com diferentes
diferenciais da Revestimento Sim
comportamentos estruturais
estrutura (C.P.)
JA
Deficiente dimensionamento das
Assentamentos fundações
diferenciais Incumprimento do projeto de fundações Revestimento Sim
VT (C.P.) Alteração das condições de humidade do
solo
C.P. – causa principal; C.S. – causa secundária

4.8. Comparação entre as causas e padrões de fissuração abordados no


capítulo 2 e os verificados nos casos de estudo
Encontra-se na Tabela 4.45 a comparação entre as causas estudadas no capítulo 2 e as que
foram identificadas nas inspeções dos casos de estudo, bem como os padrões de fissuração
associados a cada uma.
Pôde verificar-se que, ao longo dos casos de estudo, apareciam situações que não tinham
aparecido abordadas no capítulo 2. Estas situações serão abordadas de seguida.

91
Tabela 4.45 – Comparação entre as causas e os padrões de fissuração abordados no capítulo 2 e os verificados
nos casos de estudo

Casos de estudo
Causas da fissuração – Capítulo 2
A B C D E F
Antes do Plástica
endurecimento
do betão Deslocamento em construção
Física X X X X
Retração do betão
Retração do reboco X X X X
 Fissuras mapeadas X X X X
Estrutural X X X X X X
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais X X X X
 Fissuras inclinadas a 45º X X X
 Fissuras a partir da abertura
de vãos
X
Sobrecargas acidentais X X
 Fissuras perpendiculares ao
esforço, uniformes
X X
 Fissuras paralelas ao esforço,
irregulares
X
 Fissuras verticais em vigas
 Fissuras a 45º em vigas
 Fissuras desde o ponto de
aplicação do esforço até aos
apoios
 Fissuras em pilares
Deformações excessivas dos
elementos estruturais X X X X
 Fissuras diagonais em
consolas
X
 Fissuras horizontais, verticais
e diagonais junto à laje inferior
X X X
Depois do
endurecimento  Fissuras junto a aberturas X X X X
do betão Carregamento excessivo de
compressão nas alvenarias
 Fissuras verticais
 Fissuras horizontais ou
inclinadas para cargas verticais
excêntricas ou horizontais
 Fissuras inclinadas a partir de
aberturas de portas e janelas
Ação sísmica
Higrotérmica X X X X X
Ações térmicas X X X X X
 Fissuras com espaçamento
uniforme no betão
 Fissuras horizontais junto à
laje de cobertura
X
 Fissuras que acompanham
juntas
X X X
Ação do fogo
Ciclos gelo/degelo
Ação da humidade X X X X
 Fissuras horizontais
acompanhando juntas de
assentamento da alvenaria
 Fissuras verticais X
 Fissuras a partir da abertura
de vãos
X X
Química

92
No caso de estudo A, verificou-se que o desenvolvimento de um padrão de fissuração pode ser
devido a uma sobreposição de causas (como se verificou, por exemplo, no aparecimento das fissuras
mapeadas que estavam relacionadas não só com o fenómeno da retração do reboco, mas também
com assentamentos diferenciais e ações higrotérmicas). No caso das fissuras verticais que apareciam
na ligação entre o anexo e a moradia, foi necessário ter acesso aos projetos de arquitetura para se
verificar que nessas zonas se teria dado um assentamento diferencial da estrutura devido à não
existência de sapatas sob o anexo.
No caso de estudo B, as fissuras em zonas onde ocorre uma grande concentração de tensões
eram principalmente devidas a movimentos diferenciais da estrutura. No que diz respeito a fissuras
horizontais em zonas de esquina dos edifícios não se possuía informação nenhuma do capítulo 2 para
tirar conclusões acerca das causas na sua origem. Foi para isso necessário observar o edifício como
um todo e verificar que as fissuras eram devidas a movimentos diferenciais do mesmo.
No caso de estudo D, verificou-se que a presença de vários tipos de fissura na fachada do edifício
principal pode ser devida à utilização desse edifício como biblioteca, estando este submetido a cargas
que poderiam não ter sido consideradas em projeto. Deste modo, foi necessário adquirir uma perspetiva
global de todo o edifício e do seu funcionamento para encontrar uma explicação para o aparecimento
destas fissuras.
No caso de estudo F, poderá ter ocorrido um assentamento diferencial de parte da estrutura, que
levou à formação de fissuras verticais e não diagonais, como seria de prever. Este tipo de fissura ocorre
na zona de ligação entre dois blocos do edifício, onde poderá ter ocorrido um assentamento maior num
deles.
De um modo geral, as causas do aparecimento de fissuras não são facilmente identificáveis,
sendo por isso necessário um conhecimento da história do edifício (através de engenheiros, projetistas,
projetos, entre outros) e uma análise in situ de modo a permitir um diagnóstico mais rigoroso.

4.9. Análise estatística dos resultados


Após a recolha e análise de todos os dados, é nesta alínea feita uma análise estatística dos
mesmos, de forma a permitir analisar as várias características das fissuras e relacioná-las com os
padrões de fissuração observados, bem como com características intrínsecas dos edifícios
inspecionados. Todos os dados utilizados nesta análise foram os dados recolhidos através das fichas
de inspeção dos casos de estudo. Esta análise serve de base para a criação do catálogo de padrões
de fissuração que se encontra no subcapítulo seguinte.

4.9.1. Análise geral do fenómeno da fissuração


A presente dissertação foca-se essencialmente em padrões de fissuração observados em
edifícios correntes sendo, por isso, essencial analisar quais os padrões de fissuração mais comuns.
Encontra-se na Figura 4.34 o gráfico com as percentagens de incidência dos diversos tipos de
fissuração nos seis casos de estudo inspecionados.

93
Figura 4.34 – Padrões de fissuração observados nos casos de estudo

Os tipos de fissuras mais comuns nos casos de estudo são as fissuras verticais em zona corrente
(com uma percentagem de 24%), seguidas das fissuras na transição de materiais (17%), das fissuras
mapeadas e das fissuras junto a janelas/aberturas (ambas com 14%).
As fissuras horizontais em varandas/consolas apresentam a menor percentagem de incidência
(3%). Contudo, em todos os casos que apresentavam varandas ou partes do edifício em consola (casos
de estudo B e D), verificou-se sempre a existência de fissuras nestes elementos, pelo que este
resultado terá de ter em conta este facto.
Na Figura 4.35 encontram-se as principais zonas afetadas com fissuração.

Figura 4.35 – Zonas afetadas com fissuração

Da análise da Figura 4.35, verifica-se que a maior parte das fissuras aparece na zona de parede
corrente (34%). De seguida, as zonas mais comuns para o seu aparecimento são zonas de esquinas e
cantos (16%) e zonas onde ocorre a transição de materiais (15%). Como zonas menos comuns
encontram-se as platibandas (3%) e junto à laje de cobertura (apenas 1%).
O aparecimento de fissuras pode, muitas vezes, estar relacionado com características
intrínsecas dos edifícios, nomeadamente o seu ano de construção. Apresenta-se na Figura 4.36 um
gráfico onde se relacionam os anos de construção com a percentagem das fachadas afetada com

94
fissuração. Na elaboração do gráfico da Figura 4.36, não se considerou o caso de estudo C, uma vez
que este apenas apresenta fissuras no interior das habitações, não tendo sido calculada qualquer
percentagem de área afetada.

Percentagem das fachadas


Ano de construção
afetada com fissuração
Anterior a 2005 [0-25%]
2006-2009 [25%-50%]
Posterior a 2010 [50%-75%]
[75%-100%]

Figura 4.36 – Correlação entre os anos de construção das obras e a percentagem das fachadas afetada com
fissuração

Da análise do gráfico da Figura 4.36, verifica-se que a maior parte dos edifícios se encontra muito
pouco (0-25%) ou pouco (25-50%) afetada com fissuração. No caso de edifícios mais recentes (com
ano de construção posterior a 2010), verifica-se que grande parte destes (92%) se encontra muito
pouco afetada com fissuras. Nos edifícios mais antigos (com ano de construção anterior a 2005), a
maior parte encontra-se também muito pouco afetada (72%). Contudo, observam-se edifícios
medianamente afetados com fissuração (7%). Fachadas muito afetadas com fissuras apenas aparecem
em edifícios construídos entre 2006 e 2009, onde correspondem a 15% do total de fachadas estudadas.

4.9.2. Correlação entre padrões de fissuração e características das fissuras


Pretende neste ponto fazer-se a correlação entre padrões de fissuração observados e
características recolhidas das fissuras. Apresentam-se na Figura 4.37 gráficos que pretendem
relacionar os padrões de fissuração com as principais causas possíveis do seu aparecimento (Figura
4.37 (a)) e com as aberturas médias medidas (Figura 4.37 (b)).
Da análise do gráfico da Figura 4.37 (a), verifica-se que causas como deformações excessivas
dos elementos estruturais, ação da humidade e assentamentos diferenciais aparecem associadas a
quase todos os padrões de fissuração, ou seja, estas causas podem provocar diferentes tipos de

95
fissuras. As restantes causas aparecem associadas a menos tipos de fissuras, sendo que a retração
do reboco apenas aparece associada a fissuras mapeadas.
No gráfico da Figura 4.37 (b), verifica-se que, à exceção de fissuras em varandas/consolas, a
maior parte das fissuras apresenta aberturas pequenas ou moderadas. Fissuras grandes ou muito
grandes correspondem a uma pequena percentagem das fissuras observadas, verificando-se o seu
aparecimento em todo o tipo de fissuras, com exceção das fissuras mapeadas e das horizontais em
esquinas, onde as aberturas são todas elas pequenas ou moderadas.

MP – fissuras mapeadas; JÁ – fissuras junto a janelas/aberturas; TM – fissuras na transição de materiais; HE – fissuras horizontais em esquinas;
DG – fissuras diagonais; HZ – fissuras horizontais; VT – fissuras verticais; VC – fissuras horizontais em varandas/consolas

Figura 4.37 – Correlação entre padrões de fissuração e: causas possíveis (a); aberturas médias (b)

Nos gráficos da Figura 4.38 relacionam-se os padrões de fissuração com os elementos afetados
(Figura 4.38 (a)) e com as anomalias associadas (Figura 4.38 (b)).

MP – fissuras mapeadas; JÁ – fissuras junto a janelas/aberturas; TM – fissuras na transição de materiais; HE – fissuras horizontais em esquinas;
DG – fissuras diagonais; HZ – fissuras horizontais; VT – fissuras verticais; VC – fissuras horizontais em varandas/consolas

Figura 4.38 – Correlação entre padrões de fissuração e: elementos afetados (a); anomalias associadas (b)

No gráfico da Figura 4.38 (a), verifica-se que o elemento mais afetado por fissuras é o
revestimento, correspondendo, na maior parte, a mais de metade dos tipos de fissuras observados.
Fissuras presentes na interface suporte/elemento estrutural apenas aparecem associadas a zonas de
transição de materiais, uma vez que se consideram estas zonas como as zonas de ligação entre o
suporte (na maior parte das vezes, paredes de alvenaria) e o elemento estrutural (a estrutura de betão).
As fissuras verticais são o único tipo de fissura que se encontra em elementos de cantaria e
revestimentos cerâmicos.
Da análise do gráfico da Figura 4.38 (b), observa-se que todos os tipos de fissuras aparecem
associados a humidade, sendo esta anomalia observada em quase todos os casos de estudo. A

96
ocorrência de descolamentos ou desprendimentos também aparece associada a vários tipos de
fissuras, com exceção de fissuras horizontais em esquinas e fissuras diagonais.

4.10. Catálogo de padrões de fissuração


Após a análise estatística dos dados, é compilada toda essa informação sob a forma de um
catálogo, onde se pretendem apresentar as características mais comuns associadas a cada padrão de
fissuração. Para uma consulta mais rápida, opta-se por separar o catálogo em duas partes: catálogo
para fissuras que ocorrem em paredes exteriores (Tabela 4.46) e catálogo para fissuras que ocorrem
em paredes interiores (Tabela 4.47).
Este catálogo tem como principal objetivo servir como guia para a observação e diagnóstico de
fissuras in situ, facilitando a determinação das principais causas que possam estar na origem das
fissuras, bem como a indicação de outras características que possam ser esperadas para cada padrão
de fissuração.

4.11. Considerações finais


Tendo como base a metodologia descrita no capítulo 3, foi analisado o fenómeno da fissuração
nos seis casos de estudo abordados. Através do preenchimento das fichas de inspeção propostas,
foram analisados e caracterizados os principais padrões de fissuração em cada caso de estudo,
nomeadamente, a sua abertura média, a sua localização (ao longo de todo o edifício/conjunto de
edifícios e, mais especificamente, a sua localização nas fachadas), os principais elementos afetados e
outras anomalias associadas.
Para a procura de mecanismos que explicassem o fenómeno, foi essencial o conhecimento das
causas estudadas no capítulo 2, bem como a inspeção visual a todo o edifício e a entrevista a
intervenientes na construção, o que permitiu adquirir um contexto da obra e obter informações acerca
da evolução das fissuras. Contudo, a dificuldade de se atribuir uma única causa ao aparecimento de
fissuras, leva a que tenham de se considerar várias opções, estando, muitas das vezes, várias causas
na sua origem. Uma fissura pode ter tido uma origem, mas ter sofrido aumento e degradação ao longo
do tempo devido a uma causa completamente diferente daquela que lhe deu origem. No presente
trabalho, estas causas foram designadas de causas principais e causas secundárias, respetivamente.
Os dados recolhidos nas fichas de inspeção constituíram objeto de estudo para uma análise
estatística. Estes dados serviram de base para a criação de um catálogo de padrões de fissuração,
onde se pretendeu associar os diversos padrões observados às zonas do edifício onde aparecem, bem
como as características mais comuns associadas a cada um deles.

97
Tabela 4.46 – Catálogo de padrões de fissuração – Paredes exteriores
Possíveis
Possíveis Abertura Elementos
Zona Foto/Descrição Origem problemas
causas expectável afetados
estruturais

 RR
Pequenas
 AT (causa
Física e (0,1-0,25 mm)
secundária) - Revestimento
higrotérmica a moderadas
 AH (causa (0,25-1 mm)
secundária)

Fissuras formando malha


irregular cobrindo grande
parte da fachada.

Pode criar
condições de
instabilidade Revestimento
nas paredes e suporte
Estrutural  AD Variável
devido a (parede de
movimentos ao alvenaria)
nível do
terreno.
Parede corrente

Fissuras horizontais com


desenvolvimento contínuo.

Fissuras com
tendência a Revestimento,
evoluírem a elemento
Estrutural  SA longo prazo se Variável estrutural e
as suas causas elementos
não forem decorativos
resolvidas.
Fissuras verticais com
abertura variável e
espaçamento semelhante
entre elas.

Fissuras com
tendência a
evoluírem a Revestimento
Estrutural e  SA Muito grandes
longo prazo se e elemento
higrotérmica  AH as suas causas
(>2 mm)
estrutural
não forem
resolvidas.
Fissuras verticais e
horizontais de grande
abertura em muros.
Transição de materiais

Revestimento
 MD
e interface
Estrutural e  AT Pequenas
- suporte/
higrotérmica  AH (causa (0,1-0,25 mm)
elemento
secundária) estrutural
Fissuras lineares
localizadas nas zonas de
transição entre a alvenaria
e a estrutura de betão.
Causas: RR – retração do reboco; AD – assentamentos diferenciais; SA – sobrecargas acidentais; DE – deformações excessivas dos elementos
estruturais; MD – movimentos diferenciais da estrutura; AT – ações térmicas; AH – ação da humidade

98
Tabela 4.46 – Catálogo de padrões de fissuração – Paredes exteriores (cont.)
Possíveis
Possíveis Abertura Elementos
Zona Foto/Descrição Origem problemas
causas expectável afetados
estruturais
aberturas de vão

 AD Revestimento
Janelas/

Estrutural e  MD Moderadas e suporte


-
higrotérmica  AH (causa (0,25-1 mm) (parede de
secundária) alvenaria)

Fissuras localizadas junto


a aberturas ou janelas, a
partir das esquinas das
mesmas.
Junto à laje de cobertura

 AT
Pequenas
Higrotérmica  AH (causa -
(0,1-0,25 mm)
Revestimento
secundária)

Fissuras lineares
localizadas junto à laje de
cobertura, geralmente na
transição entre a alvenaria
e a estrutura de betão.
Platibandas

 AT
Pequenas
Higrotérmica  AH (causa -
(0,1-0,25 mm)
Revestimento
secundária)

Fissuras lineares
localizadas na zona de
platibanda.

Pode criar
condições de
instabilidade Revestimento
nas paredes Moderadas e suporte
Estrutural  AD
devido a (0,25-1 mm) (parede de
movimentos alvenaria)
ao nível do
terreno.
Fissuras horizontais junto
ao solo.
Junto ao solo

Pode criar
condições de Revestimento,
instabilidade suporte
nas paredes (parede de
Estrutural  AD Variável
devido a alvenaria) e
movimentos elemento
Fissuras diagonais com ao nível do estrutural
inclinação de terreno.
aproximadamente 45º,
com espaçamento
semelhante entre elas,
localizadas junto ao solo.
Causas: RR – retração do reboco; AD – assentamentos diferenciais; SA – sobrecargas acidentais; DE – deformações excessivas dos elementos
estruturais; MD – movimentos diferenciais da estrutura; AT – ações térmicas; AH – ação da humidade

99
Tabela 4.46 – Catálogo de padrões de fissuração – Paredes exteriores (cont.)
Possíveis
Possíveis Abertura Elementos
Zona Foto/Descrição Origem problemas
causas expectável afetados
estruturais

Pequenas Revestimento
(0,1-0,25 mm) e suporte
Estrutural  MD -
a moderadas (parede de
(0,25-1 mm) alvenaria)
Fissuras horizontais com
Esquinas e cantos

espaçamento semelhante
entre elas, na zona de
esquina dos edifícios.

Pode criar
condições de
instabilidade Revestimento
nas paredes e suporte
Estrutural  AD Variável
devido a (parede de
movimentos alvenaria)
ao nível do
Fissuras verticais com terreno.
abertura variável e com
desenvolvimento a partir
de zonas de canto.

Fissuras com
tendência a
evoluírem a Revestimento
 SA longo prazo se Grandes (1-2 e suporte
Estrutural
 MD as suas mm) (parede de
causas não alvenaria)
forem
Fissuras horizontais em resolvidas.
varandas, com
desenvolvimento na
Varandas

direção da fachada.

Fissuras com
tendência a
evoluírem a Revestimento
 SA longo prazo se Grandes (1-2 e suporte
Estrutural
 MD as suas mm) (parede de
causas não alvenaria)
Fissuras diagonais com forem
espaçamento semelhante resolvidas.
entre elas, localizadas na
parte superior de zonas
em consola.
Elementos decorativos

Fissuras com
tendência a
evoluírem a
Elemento de
longo prazo se Grandes (1-2
Estrutural  SA cantaria
as suas mm)
(juntas)
causas não
forem
resolvidas.
Fissuras verticais que se
prolongam nas juntas de
elementos de cantaria.
Causas: RR – retração do reboco; AD – assentamentos diferenciais; SA – sobrecargas acidentais; DE – deformações excessivas dos elementos
estruturais; MD – movimentos diferenciais da estrutura; AT – ações térmicas; AH – ação da humidade

100
Tabela 4.47 – Catálogo de padrões de fissuração – Paredes interiores
Possíveis
Possíveis Abertura Elementos
Zona Foto/Descrição Origem problemas
causas expectável afetados
estruturais

Fissuras com
tendência a
evoluírem a
longo prazo Pequenas
Estrutural  DE Revestimento
devido à (0,1-0,25 mm)
fluência dos
elementos de
Parede corrente

betão armado.
Fissuras diagonais com
inclinações de cerca de 45º.

Fissuras com
tendência a
evoluírem a Revestimento
longo prazo Moderadas e suporte
Estrutural  DE
devido à (0,25-1 mm) (parede de
fluência dos alvenaria)
elementos de
Fissuras verticais contínuas betão armado.
que se prolongam ao longo
de toda a parede.
Janelas/aberturas de vão

Fissuras com
tendência a
evoluírem a Revestimento
longo prazo Moderadas e suporte
Estrutural  DE
devido à (0,25-1 mm) (parede de
fluência dos alvenaria)
elementos de
Fissuras localizadas junto a betão armado.
aberturas ou janelas, a partir
das esquinas das mesmas.

Fissuras com
tendência a
evoluírem a Revestimento
longo prazo Moderadas e suporte
Estrutural  DE
devido à (0,25-1 mm) (parede de
fluência dos alvenaria)
elementos de
Fissuras verticais contínuas betão armado.
localizadas junto a esquinas,
Esquinas e cantos

que se prolongam ao longo


de toda a parede.

Fissuras com
tendência a
evoluírem a Revestimento
longo prazo Moderadas e suporte
Estrutural  DE
devido à (0,25-1 mm) (parede de
fluência dos alvenaria)
Fissuras diagonais que elementos de
atravessam dois panos betão armado.
contíguos de alvenaria e que
seguem as juntas de
assentamento dos
elementos de alvenaria.
Causas: RR – retração do reboco; AD – assentamentos diferenciais; SA – sobrecargas acidentais; DE – deformações excessivas dos elementos
estruturais; MD – movimentos diferenciais da estrutura; AT – ações térmicas; AH – ação da humidade

101
Tabela 4.47 – Catálogo de padrões de fissuração – Paredes interiores (cont.)
Possíveis
Possíveis Abertura Elementos
Zona Foto/Descrição Origem problemas
causas expectável afetados
estruturais
Transição de materiais

Fissuras com
tendência a
evoluírem a
longo prazo Pequenas (0,1-
Estrutural  DE Revestimento
devido à 0,25 mm)
fluência dos
elementos de
betão armado.
Fissuras horizontais junto a
ombreiras de janelas.

Fissuras com
tendência a
evoluírem a
longo prazo Pequenas (0,1- Elemento de
Estrutural  DE
devido à 0,25 mm) cantaria
fluência dos
elementos de
Elementos decorativos

Fissuras verticais em betão armado.


elementos de cantaria,
atravessando-os por
completo.

Fissuras com
tendência a
evoluírem a Pequenas (0,1- Revestimento
longo prazo 0,25 mm) a e suporte
Estrutural  DE
devido à moderadas (parede de
fluência dos (0,25-1 mm) alvenaria)
elementos de
Fissuras verticais em betão armado.
revestimentos cerâmicos,
que se desenvolvem ao
longo das juntas dos
mesmos.
Causas: RR – retração do reboco; AD – assentamentos diferenciais; SA – sobrecargas acidentais; DE – deformações excessivas dos elementos
estruturais; MD – movimentos diferenciais da estrutura; AT – ações térmicas; AH – ação da humidade

102
5. Conclusões e desenvolvimentos futuros
5.1. Conclusões
Considera-se que os objetivos traçados no início da presente dissertação foram cumpridos. Por
forma a relacionar a pesquisa desenvolvida no capítulo 2 com a realidade dos edifícios em Portugal,
foram analisados seis casos de estudo. Os edifícios/conjuntos de edifícios que constituíram os casos
de estudo forneceram uma base diversificada para o estudo de padrões de fissuração, tendo sido
possível observar vários padrões e vários elementos afetados, que apresentavam causas bem
distintas.
Desenvolveu-se uma metodologia que permitiu uma total caracterização quer dos edifícios, quer
das anomalias que neles se observavam. Esta metodologia passou pela criação de uma ficha de
inspeção que foi elaborada com o intuito de ser rápida e fácil de preencher e que fornecesse todas as
informações necessárias para um posterior diagnóstico dos fenómenos observados.
A diversidade de resultados obtidos motivou a criação de um catálogo de padrões de fissuração,
onde foram compilados todos os tipos de fissuras observados. A organização deste catálogo teve por
base os resultados obtidos numa análise estatística, na qual foram analisados 59 tipos de fissuras
presentes nos casos de estudo.
A partir das inspeções realizadas obtiveram-se as seguintes conclusões principais:
- os tipos de fissuras mais observados nos edifícios foram as fissuras verticais, constituindo 24%
da totalidade das fissuras observadas. Este tipo de fissura apareceu em zonas de parede corrente,
zonas de esquinas e em elementos decorativos, como, por exemplo, elementos de cantaria;
- a zona da fachada onde se verificou uma maior incidência de fissuração foi a zona da parede
corrente, onde apareceram 34% da totalidade das fissuras;
- os edifícios mais recentes, com ano de construção posterior a 2010, foram os que apresentaram
menor percentagem da área da fachada afetada com fissuras, não se tendo verificado valores
superiores a 50% de área afetada em nenhum deles;
- as principais causas na origem do fenómeno da fissuração foram estruturais, nomeadamente,
assentamentos diferenciais e movimentos diferenciais da estrutura. Estes movimentos ao nível do solo
e da estrutura levaram ao aparecimento de fissuras com diferentes orientações, aberturas e padrões,
revelando, mais uma vez, a dificuldade da procura de uma relação causa-efeito que sirva,
universalmente, a todos os casos;
- os principais elementos do sistema afetados foram o revestimento e o suporte (paredes de
alvenaria), constituindo, respetivamente, 49% e 26% dos elementos afetados. Verificou-se que fissuras
que possuíam origem estrutural afetavam, na maior parte das vezes, quer o revestimento, quer o
suporte (nestes casos, a parede de alvenaria);
- as fissuras com aberturas superiores a 2 mm estavam normalmente associadas a fenómenos
estruturais, podendo, a longo prazo, vir a criar condições de instabilidade ao nível das paredes.

103
5.2. Desenvolvimentos futuros
Tendo como base a presente dissertação, podem ser motivados diversos tipos de
desenvolvimento futuros de forma a aprofundar o estudo do fenómeno da fissuração, dos quais se
podem destacar:
- Aumento do número de casos de estudo, de modo a possuir uma maior representatividade;
- Estudo de obras com diferentes tipos de estrutura, por exemplo, com paredes de alvenaria
estrutural ou mista aço-betão, de forma a verificar se os padrões de fissuração mais comuns são
semelhantes neste tipo de estruturas;
- Estudo de obras em diferentes distritos e com diferentes climas;
- Análise de possíveis técnicas de reabilitação e elaboração duma metodologia específica para
cada padrão ou causa de fissuração, de forma a poder ser utilizada na gestão ou manutenção das
obras e permitir um tratamento mais rápido e expedito das fissuras ou de outras anomalias a elas
associadas;
- Análise do comportamento da estrutura em zonas de aberturas de vãos e, possivelmente, definir
técnicas para um maior reforço destas zonas, visto serem zonas de grande concentração de tensões;
- Desenvolvimento de modelos que simulem a ligação entre a estrutura de betão e as paredes
de alvenaria, visto este constituir um dos pontos críticos da estrutura e onde se verifica, muitas vezes,
o aparecimento de fissuras.

104
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2015)

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107
108
Anexos

Anexo A – Metodologia aplicada


A.1. Régua de fissuras

A.2. Esquema utilizado para o cálculo da percentagem da área afetada da fachada

O número de quadrados em que se verifica


a existência de fissuras é de 29. A fachada ocupa
um total de 130 quadrados. A percentagem
afetada da fachada é de, aproximadamente, 22%.
Deste modo, considera-se a fachada como muito
pouco afetada (0-25%).

I
FICHA DE INSPEÇÃO
ID DO EDIFÍCIO
Caracterização geral Caracterização construtiva
Nome N.º de pisos: Elevados Enterrados
Morada
Localidade Estrutura: Betão armado
Ano de construção Outra
Construtor Fotografia
Data da inspeção Paredes: Alvenaria de tijolo
Alvenaria de pedra
Tipo de utilização: Comércio Betão armado
Habitação Outro
B.1. Ficha de inspeção

Serviços
Espaço público Caracterização das fachadas
Outro N.º de fachadas
Anexo B – Fichas de inspeção

livres:

Tipo de envolvente: Urbana Tipo de solo: Aluviões


Marítima Calcários Tipos de rebocos Reboco corrente de cimento
Rural Outro nas fachadas: Reboco tradicional com cal

II
Monomassa
Clima: Seco Proximidade < 1 km Reboco monocamada
Húmido do mar: < 5 km
> 5 km Tipos de pinturas: Pintura plástica
Pintura acrílica
Pintura membrana

EQUIPAMENTO UTILIZADO ELEMENTOS DISPONÍVEIS

Humidímetro Projeto

Régua de fissuras Fichas de reparação anteriores

Máquina fotográfica Outro

Fita métrica
Nível
Bússola
Outro
III
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural
Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
Ações térmicas
Ações do fogo Origem
Ação da humidade higrotérmica
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais
Humidade
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo

Eflorescência
FACHADA N.º __
Caracterização geral

Escorrência de água
existentes
Oxidação e corrosão
Outras anomalias
Fungos e plantas
Estabilizadas
Ativas
zona:

tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Histórico de
Cíclicas
Imediata
S
E
N

SE
SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
Não
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas
Iguais ao edifício
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos


Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
Arbustos
Vegetação rasteira
FACHADA N.º __
Caracterização das fissuras
Fissura

Fotografia/Esquema

Idade da fissura:
Fonte:
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal
Fissura horizontal
Fissura vertical
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente
Esquinas e cantos
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento
Suporte
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm)
Moderada (0,25 a 1 mm)
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não
Sim
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração
Preenchimento
Sem preenchimento
Com preenchimento

IV
FICHA DE INSPEÇÃO
ID DO EDIFÍCIO
Caracterização geral Caracterização construtiva
Nome Condomínio Pinhal da Charneca N.º de pisos: 2 Elevados 0 Enterrados
Morada R. António Feliciano de Castilho
Localidade Aldeia de Juzo, Cascais Estrutura: X Betão armado
Ano de construção 2008 Outra
Construtor MSF Fotografia
Data da inspeção 14/03/2014 Paredes: X Alvenaria de tijolo
Alvenaria de pedra
Tipo de utilização: Comércio Betão armado
X Habitação Outro
Serviços
Espaço público Caracterização das fachadas
Outro N.º de fachadas -
livres:

Tipo de envolvente: X Urbana Tipo de solo: Aluviões


Marítima Calcários Tipos de rebocos Reboco corrente de cimento
Rural Outro nas fachadas: Reboco tradicional com cal

V
Monomassa
B.2. Caso de estudo A – Fichas de inspeção

Clima: Seco Proximidade < 1 km Reboco monocamada


X Húmido do mar: X < 5 km
> 5 km Tipos de pinturas: Pintura plástica
Pintura acrílica
Pintura membrana

EQUIPAMENTO UTILIZADO ELEMENTOS DISPONÍVEIS


X Humidímetro X Projeto
X Régua de fissuras Fichas de reparação anteriores
X Máquina fotográfica Outro

Fita métrica
Nível
X Bússola
X Outro Câmara termográfica
VI

TM
MP
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
X

Retração do reboco
Fluência do betão
X
X

Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural
Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis
TM1

X Ação sísmica
X
X
Ações térmicas
Ações do fogo Origem

X
X
X
Ação da humidade higrotérmica
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
MP1

Ataque dos álcalis Origem química


Cristalização de sais

X
X
X
Humidade

X
JA1

Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo
FACHADA N.º 1

Eflorescência
Caracterização geral

Escorrência de água
existentes
Oxidação e corrosão
Fungos e plantas Outras anomalias

X
Estabilizadas
Descolamento/desprendimento

Ativas
zona:

X
X
tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Histórico de

Cíclicas
Imediata
S
E
N

SE
X SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
X Não

X
X
X
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas
X Iguais ao edifício

X
X
X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos


Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
X Arbustos
Vegetação rasteira
FACHADA N.º 1
Caracterização das fissuras
Fissura TM1 MP1 JA1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 4 anos


Fonte: Queixas feitas pelos moradores à MSF
Tipo de fissura
Fissura mapeada X
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal X
Fissura horizontal X
Fissura vertical
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
X
vãos
Junto à laje de cobertura X
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente X
Esquinas e cantos
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais X
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X X
Suporte
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm) X X X
Moderada (0,25 a 1 mm)
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não
Sim X X X
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração X X X
Preenchimento
Sem preenchimento X X X
Com preenchimento

VII
VIII

HZ
MP
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
X

Retração do reboco
Fluência do betão
X
X
X

Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural
Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
visível
MP1
Hum idade

X
X
Ações térmicas
Ações do fogo Origem
JA1

X
X
Ação da humidade higrotérmica
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
corrosão
Oxidação e

Corrosão das armaduras


Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais

X
X
X
Humidade
HZ1

X
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo
FACHADA N.º 2

Eflorescência
Descolamento/desprendimento
Caracterização geral

Escorrência de água
existentes

X
X
Oxidação e corrosão
Fungos e plantas Outras anomalias
Estabilizadas
Ativas
zona:

X
X
X
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:
Orientação:

Histórico de

Cíclicas
Imediata
S
E
X N

SE
SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
X Não

X
X
X
A longo prazo
Mais altos

Mais baixos
Medidas preventivas
X Iguais ao edifício

X
X
X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos

Evolução no tempo Necessidade de intervenção


Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
Arbustos
X Vegetação rasteira
FACHADA N.º 2
Caracterização das fissuras
Fissura JA1 MP1 HZ1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 4 anos


Fonte: Queixas feitas pelos moradores à MSF
Tipo de fissura
Fissura mapeada X
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal X
Fissura horizontal X
Fissura vertical
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
X
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo X
Varandas
Parede corrente X
Esquinas e cantos X
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X X
Suporte X X X
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm)
Moderada (0,25 a 1 mm) X X X
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não
Sim X X X
Humidade de
condensação
Humidade capilar X X
Humidade de infiltração X X X
Preenchimento
Sem preenchimento X X X
Com preenchimento

IX
X
HZ
HE
MP
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
X

Retração do reboco
Fluência do betão
X
X
X

Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural
Carregamento excessivo de compressão
Descolamento/

MP1
desprendimento

Causas prováveis

Ação sísmica

X
Ações térmicas
Ações do fogo Origem
HE1

X
Ação da humidade higrotérmica
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais

X
X
X
Humidade
HZ1

Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo
FACHADA N.º 3

Eflorescência
Caracterização geral

Escorrência de água
existentes
Oxidação e corrosão Outras anomalias
Fungos e plantas
Estabilizadas
Ativas
zona:

X
X
X
tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Histórico de
Cíclicas
Imediata
S
E
N

X O

SE
SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
X Não

X
X
X
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas
X Iguais ao edifício

X
X
X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos


Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
Arbustos
X Vegetação rasteira
FACHADA N.º 3
Caracterização das fissuras
Fissura HZ1 HE1 MP1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 4 anos


Fonte: Queixas feitas pelos moradores à MSF
Tipo de fissura
Fissura mapeada X
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal
Fissura horizontal X X
Fissura vertical
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente X X
Esquinas e cantos X
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X X
Suporte X X X
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm)
Moderada (0,25 a 1 mm) X X
Grande (1 a 2 mm) X
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não
Sim X X X
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração X X X
Preenchimento
Sem preenchimento X X X
Com preenchimento

XI
XII
HZ
VT
MP
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
X

Retração do reboco
Fluência do betão
X
X
X

Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural
Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

X Ação sísmica
Ações térmicas
visível
Hum idade

Ações do fogo Origem


VT1

X
Ação da humidade higrotérmica
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
HZ1

Corrosão das armaduras


Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais

X
X
X
MP1

Humidade
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo
FACHADA N.º 4

Eflorescência
Caracterização geral

Escorrência de água
existentes
Oxidação e corrosão Outras anomalias
Fungos e plantas
Estabilizadas
Ativas
zona:

X
X
X
tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Histórico de
Cíclicas
Imediata
X S
E
N

SE

X
X
X
SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
X Não
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas
X Iguais ao edifício

X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos

X
X
Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
Arbustos
X Vegetação rasteira
FACHADA N.º 4
Caracterização das fissuras
Fissura VT1 MP1 HZ1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 4 anos


Fonte: Queixas feitas pelos moradores à MSF
Tipo de fissura
Fissura mapeada X
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal
Fissura horizontal X
Fissura vertical X
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo X
Varandas
Parede corrente X
Esquinas e cantos X
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X X
Suporte X X X
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm)
Moderada (0,25 a 1 mm) X X X
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não
Sim X X X
Humidade de
condensação
Humidade capilar X
Humidade de infiltração X X X
Preenchimento
Sem preenchimento X X X
Com preenchimento

XIII
FICHA DE INSPEÇÃO
ID DO EDIFÍCIO
Caracterização geral Caracterização construtiva
Nome Prédios de habitação social na Adroana N.º de pisos: 4 Elevados 0 Enterrados
Morada R. Hermann Gmeiner
Localidade Adroana, Cascais Estrutura: X Betão armado
Ano de construção 2005 Outra
Construtor Elevogroup Fotografia
Data da inspeção 19/03/2014 Paredes: X Alvenaria de tijolo
Alvenaria de pedra
Tipo de utilização: Comércio Betão armado
X Habitação Outro
Serviços
Espaço público Caracterização das fachadas
Outro N.º de fachadas -
livres:

Tipo de envolvente: X Urbana Tipo de solo: Aluviões


Marítima Calcários Tipos de rebocos X Reboco corrente de cimento
Rural Outro nas fachadas: Reboco tradicional com cal

XIV
Monomassa
B.3. Caso de estudo B – Fichas de inspeção

Clima: Seco Proximidade < 1 km Reboco monocamada


X Húmido do mar: X < 5 km
> 5 km Tipos de pinturas: Pintura plástica
Pintura acrílica
Pintura membrana

EQUIPAMENTO UTILIZADO ELEMENTOS DISPONÍVEIS


X Humidímetro X Projeto
X Régua de fissuras Fichas de reparação anteriores
X Máquina fotográfica Outro

Fita métrica
Nível
X Bússola
X Outro Câmara termográfica
XV

HE
TM
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
X
X
X

Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural


TM1

Carregamento excessivo de compressão


Causas prováveis

Ação sísmica
X Ações térmicas
Ações do fogo Origem
Ação da humidade higrotérmica
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais

X
X
X
Humidade
Descolamento ou desprendimento
JA1

Fissuração tipo
FACHADA N.º 1

Eflorescência
Caracterização geral

Escorrência de água
existentes
Oxidação e corrosão Outras anomalias
Fungos e plantas

X
X

X
Estabilizadas
HE1

Ativas
zona:

tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Histórico de
Cíclicas
Imediata
X S
E
N

SE
SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
X Não

X
X
X
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas
X Iguais ao edifício

X
X
X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos


Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
Arbustos
X Vegetação rasteira
FACHADA N.º 1
Caracterização das fissuras
Fissura TM1 JA1 HE1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 8 anos


Fonte: Queixas feitas pelos moradores à Elevogroup
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal X
Fissura horizontal X X X
Fissura vertical
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
X
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente
Esquinas e cantos X
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais X
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X X
Suporte X X
Interface suporte/el.
X
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm)
Moderada (0,25 a 1 mm) X X
Grande (1 a 2 mm) X
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não
Sim X X X
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração X X X
Preenchimento
Sem preenchimento X X X
Com preenchimento

XVI
XVII

HE
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
HE1

X
X

Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural


Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
Ações térmicas
Ações do fogo Origem
JA1

Ação da humidade higrotérmica


Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais

X
X
Humidade
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo
FACHADA N.º 2

Eflorescência
Caracterização geral

Escorrência de água existentes


Oxidação e corrosão
Outras anomalias
Fungos e plantas

X
X
Estabilizadas
Ativas
zona:

tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Cíclicas Histórico de
Imediata
X S
E
N

SE
SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
X Não

X
X
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas
X Iguais ao edifício

X
X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos


Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
Arbustos
X Vegetação rasteira
FACHADA N.º 2
Caracterização das fissuras
Fissura JA1 HE1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 8 anos


Fonte: Queixas feitas pelos moradores à Elevogroup
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal X
Fissura horizontal X
Fissura vertical
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
X
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente
Esquinas e cantos X
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X
Suporte X X
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm)
Moderada (0,25 a 1 mm) X X
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não
Sim X X
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração X X
Preenchimento
Sem preenchimento X X
Com preenchimento

XVIII
XIX

VC
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
X
X

Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural


Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
Ações térmicas
Ações do fogo Origem
Ação da humidade higrotérmica
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
VC1

Corrosão das armaduras


Origem química
de água

Ataque dos álcalis


Escorrência

Cristalização de sais

X
X
Humidade

X
X
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo
FACHADA N.º 3

Eflorescência
Caracterização geral

X
Escorrência de água existentes
JA1

Oxidação e corrosão
Outras anomalias
Fungos e plantas
visível
Hum idade

X
X
Estabilizadas
Descolamento/
desprendimento

Ativas
zona:

tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Cíclicas Histórico de
Imediata
S
E
X N

SE

X
SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
X Não

X
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas
X Iguais ao edifício

X
X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos


Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
Arbustos
X Vegetação rasteira
FACHADA N.º 3
Caracterização das fissuras
Fissura VC1 JA1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 8 anos


Fonte: Queixas feitas pelos moradores à Elevogroup
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal X
Fissura horizontal X X
Fissura vertical
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
X
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas X
Parede corrente
Esquinas e cantos
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X
Suporte X X
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm)
Moderada (0,25 a 1 mm)
Grande (1 a 2 mm) X X
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não
Sim X X
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração X X
Preenchimento
Sem preenchimento X X
Com preenchimento

XX
FICHA DE INSPEÇÃO
ID DO EDIFÍCIO
Caracterização geral Caracterização construtiva
Nome Apartamentos na Quinta de Santo António N.º de pisos: 9 Elevados 3 Enterrados
Morada R. Fernando Curado Ribeiro
Localidade Miraflores, Oeiras Estrutura: X Betão armado
Ano de construção 2005 Outra
Construtor MSF Fotografia
Data da inspeção 26/03/2014 Paredes: X Alvenaria de tijolo
Alvenaria de pedra
Tipo de utilização: Comércio Betão armado
X Habitação Outro
Serviços
Espaço público Caracterização das fachadas
Outro N.º de fachadas 2
livres:

Tipo de envolvente: X Urbana Tipo de solo: Aluviões


Marítima Calcários Tipos de rebocos Reboco corrente de cimento
Rural Outro nas fachadas: Reboco tradicional com cal

XXI
Monomassa
B.4. Caso de estudo C – Fichas de inspeção

Clima: X Seco Proximidade < 1 km Reboco monocamada


Húmido do mar: X < 5 km
> 5 km Tipos de pinturas: Pintura plástica
Pintura acrílica
Pintura membrana

EQUIPAMENTO UTILIZADO ELEMENTOS DISPONÍVEIS

Humidímetro X Projeto
X Régua de fissuras X Fichas de reparação anteriores
X Máquina fotográfica Outro

Fita métrica
Nível
Bússola
X Outro Câmara termográfica
XXII
VT
DG
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
X
X

Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural


Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
Ações térmicas
Ações do fogo Origem
Ação da humidade higrotérmica
Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais
Humidade
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo

Eflorescência
Esquema geral da divisão

DG1
Caracterização geral

Escorrência de água existentes


Oxidação e corrosão Outras anomalias
Fungos e plantas
VT1

Estabilizadas
SALA (apartamento 5E do lote 2)

Ativas

X
X
tempo
Com aumento ao longo do tempo

Evolução no
Cíclicas
Imediata

X
A curto prazo

X
A longo prazo

intervenção
Necessidade de
Medidas preventivas

X
X
Reparação pontual
Substituição integral

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
SALA (apartamento 5E do lote 2)
Caracterização das fissuras
Fissura VT1 DG1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 6 anos


Fonte: Queixas feitas pelos moradores à MSF
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal X
Fissura horizontal
Fissura vertical X
Localização na parede
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente X
Esquinas e cantos X
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X
Suporte X
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm) X
Moderada (0,25 a 1 mm) X
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não X X
Sim
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração
Preenchimento
Sem preenchimento X X
Com preenchimento

XXIII
XXIV

TM
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
X
X

Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural


Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
Ações térmicas
Ações do fogo Origem
Ação da humidade higrotérmica
Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais
Humidade
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo

Eflorescência
Esquema geral da divisão

JA1
Caracterização geral

Escorrência de água existentes


TM1

Oxidação e corrosão Outras anomalias


Fungos e plantas
Estabilizadas
SALA (apartamento 8E do lote 4)

Ativas

X
X
tempo
Com aumento ao longo do tempo

Evolução no
Cíclicas
Imediata
A curto prazo

X
X
A longo prazo

intervenção
Necessidade de
Medidas preventivas

X
X
Reparação pontual
Substituição integral

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
SALA (apartamento 8E do lote 4)
Caracterização das fissuras
Fissura TM1 JA1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 6 anos


Fonte: Queixas feitas pelos moradores à MSF
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal X
Fissura horizontal X
Fissura vertical
Localização na parede
Janelas ou aberturas de
X X
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente
Esquinas e cantos
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais X
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X
Suporte X
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm) X
Moderada (0,25 a 1 mm) X
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não X X
Sim
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração
Preenchimento
Sem preenchimento X X
Com preenchimento

XXV
XXVI
VT
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
X

Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural


Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
Ações térmicas
Ações do fogo Origem
Ação da humidade higrotérmica
Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais
Humidade
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo

Eflorescência
Esquema geral da divisão
Caracterização geral

Escorrência de água

existentes
VT2

Oxidação e corrosão

Outras anomalias
Fungos e plantas
Estabilizadas
Ativas
COZINHA (apartamento 5E do lote 2)

VT1

X
tempo
Com aumento ao longo do tempo

Evolução no
Cíclicas
Imediata

X
A curto prazo
A longo prazo

intervenção
Necessidade de
Medidas preventivas

X
Reparação pontual
Substituição integral

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
COZINHA (apartamento 5E do lote 2)
Caracterização das fissuras
Fissura VT1 VT2

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 6 anos


Fonte: Queixas feitas pelos moradores à MSF
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal
Fissura horizontal
Fissura vertical X X
Localização na parede
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente X
Esquinas e cantos
Platibandas
Elementos decorativos X
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X
Suporte X
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm) X
Moderada (0,25 a 1 mm) X
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não X X
Sim
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração
Preenchimento
Sem preenchimento X X
Com preenchimento

XXVII
XXVIII
VT
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
X

Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural


Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
Ações térmicas
Ações do fogo Origem
Ação da humidade higrotérmica
Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais
VT1

Humidade
Descolamento ou desprendimento
COZINHA

Fissuração tipo

Eflorescência
Esquema geral da divisão
Caracterização geral

Escorrência de água

existentes
VT3

Oxidação e corrosão

Outras anomalias
Fungos e plantas
Estabilizadas
Ativas
VT2
(apartamento 8E do lote 4)

X
tempo
Com aumento ao longo do tempo

Evolução no
Cíclicas
Imediata
A curto prazo

X
A longo prazo

intervenção
Necessidade de
Medidas preventivas

X
Reparação pontual
Substituição integral

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
COZINHA (apartamento 8E do lote 4)
Caracterização das fissuras
Fissura VT1 VT2 VT3

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 6 anos


Fonte: Queixas feitas pelos moradores à MSF
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal
Fissura horizontal
Fissura vertical X X X
Localização na parede
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente X
Esquinas e cantos
Platibandas
Elementos decorativos X X
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X
Suporte X X
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro Elemento de cantaria
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm) X
Moderada (0,25 a 1 mm) X X
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não X X X
Sim
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração
Preenchimento
Sem preenchimento X X X
Com preenchimento

XXIX
XXX
VT
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
X
Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural
Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
Ações térmicas
Ações do fogo Origem
Ação da humidade higrotérmica
Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais
Humidade

X
Descolamento ou desprendimento
QUARTO

VT1

Fissuração tipo

Eflorescência
Esquema geral da divisão
Caracterização geral

Escorrência de água

existentes
Oxidação e corrosão

Outras anomalias
Fungos e plantas
Estabilizadas
Ativas

X
tempo
Com aumento ao longo do tempo

Evolução no
Cíclicas
Imediata

X
A curto prazo
A longo prazo

intervenção
Necessidade de
Medidas preventivas
Reparação pontual

X
Substituição integral

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
QUARTO (apartamento 5E-2)
Caracterização das fissuras
Fissura VT1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 6 anos


Queixas feitas pelos moradores
Fonte:
à MSF
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal
Fissura horizontal
Fissura vertical X
Localização na parede
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente X
Esquinas e cantos
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X
Suporte X
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm)
Moderada (0,25 a 1 mm)
Grande (1 a 2 mm) X
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não X
Sim
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração
Preenchimento
Sem preenchimento X
Com preenchimento

XXXI
XXXII
DG
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
X

Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural


Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
Ações térmicas
Ações do fogo Origem
Ação da humidade higrotérmica
Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais
Humidade
Descolamento ou desprendimento
QUARTO

Fissuração tipo

Eflorescência
Esquema geral da divisão
Caracterização geral

Escorrência de água
DG1

existentes
Oxidação e corrosão

Outras anomalias
Fungos e plantas
Estabilizadas
Ativas

X
tempo
Com aumento ao longo do tempo

Evolução no
Cíclicas
Imediata

X
A curto prazo
A longo prazo

intervenção
Necessidade de
Medidas preventivas

X
Reparação pontual
Substituição integral

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
QUARTO (apartamento 8E-4)
Caracterização das fissuras
Fissura DG1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 6 anos


Queixas feitas pelos moradores
Fonte:
à MSF
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal X
Fissura horizontal
Fissura vertical
Localização na parede
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente
Esquinas e cantos X
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X
Suporte X
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm)
Moderada (0,25 a 1 mm) X
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não X
Sim
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração
Preenchimento
Sem preenchimento X
Com preenchimento

XXXIII
FICHA DE INSPEÇÃO
ID DO EDIFÍCIO
Caracterização geral Caracterização construtiva
Nome Escola Secundária Dr. Solano Abreu N.º de pisos: 3 Elevados 2 Enterrados
Morada R. Visconde de Abrançalha
Localidade Abrantes Estrutura: X Betão armado
Ano de construção 2011 Outra
Construtor MSF Fotografia
Data da inspeção 09/04/2014 Paredes: X Alvenaria de tijolo
Alvenaria de pedra
Tipo de utilização: Comércio Betão armado
Habitação Outro
X Serviços
Espaço público Caracterização das fachadas
Outro N.º de fachadas -
livres:

Tipo de envolvente: Urbana Tipo de solo: Aluviões


Marítima Calcários Tipos de rebocos Reboco corrente de cimento
X Rural Outro nas fachadas: Reboco tradicional com cal

XXXIV
Monomassa
B.5. Caso de estudo D – Fichas de inspeção

Clima: X Seco Proximidade < 1 km Reboco monocamada


Húmido do mar: < 5 km
X > 5 km Tipos de pinturas: Pintura plástica
Pintura acrílica
Pintura membrana

EQUIPAMENTO UTILIZADO ELEMENTOS DISPONÍVEIS

Humidímetro X Projeto
X Régua de fissuras Fichas de reparação anteriores
X Máquina fotográfica Outro

Fita métrica
Nível
X Bússola
X Outro Câmara termográfica
XXXV
TM
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
X

Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural


Carregamento excessivo de compressão
de água

Causas prováveis
Escorrência

Ação sísmica
TM1

X
Ações térmicas
Ações do fogo Origem
Descolamento/
desprendimento

X
Ação da humidade higrotérmica
TM2
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais

X
Humidade

X
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo
FACHADA N.º 1

Eflorescência
Caracterização geral

X
Escorrência de água
existentes
Oxidação e corrosão

Outras anomalias
Fungos e plantas

X
Estabilizadas
Ativas zona:

tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Histórico de
Cíclicas
Imediata
S
E
N

X O

SE
SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
X Não

X
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas

X Iguais ao edifício

X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos


Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro Outra
Árvores
Arbustos
Vegetação rasteira
FACHADA N.º 1
Caracterização das fissuras
Fissura TM1 TM2

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 3 anos


Fonte: MSF
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal
Fissura horizontal X
Fissura vertical X
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente
Esquinas e cantos
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais X X
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X
Suporte
Interface suporte/el.
X X
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm) X X
Moderada (0,25 a 1 mm)
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não
Sim X X
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração X X
Preenchimento
Sem preenchimento X X
Com preenchimento

XXXVI
XXXVII

TM
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
X
X

Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural


TM1

Carregamento excessivo de compressão


Causas prováveis

Ação sísmica
X
Ações térmicas
Ações do fogo Origem
Descolamento/
desprendimento

X
X
Ação da humidade higrotérmica
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais

X
X
Humidade

X
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo
FACHADA N.º 2

Eflorescência
JA1
Caracterização geral

Escorrência de água existentes


Oxidação e corrosão Outras anomalias
Fungos e plantas

X
X
Estabilizadas
Ativas
zona:

tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Histórico de
Cíclicas
Imediata
S
E
N

X O

SE
SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
X Não

X
X
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas
X Iguais ao edifício

X
X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos


Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
Arbustos
Vegetação rasteira
FACHADA N.º 2
Caracterização das fissuras
Fissura TM1 JA1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 3 anos


Fonte: MSF
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal X
Fissura horizontal X
Fissura vertical
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
X
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo X
Varandas
Parede corrente
Esquinas e cantos
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais X
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X
Suporte X
Interface suporte/el.
X
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm)
Moderada (0,25 a 1 mm) X X
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não
Sim X X
Humidade de
condensação
Humidade capilar X X
Humidade de infiltração
Preenchimento
Sem preenchimento X X
Com preenchimento

XXXVIII
XXXIX
DG
MP
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
X

Retração do reboco
Fluência do betão
X

Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural
Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
MP1

X
Ações térmicas
Ações do fogo Origem

X
Ação da humidade higrotérmica
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais
DG1

Humidade
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo
FACHADA N.º 3

Eflorescência
Caracterização geral

Escorrência de água
existentes
Oxidação e corrosão
Outras anomalias
Fungos e plantas

X
X
Estabilizadas
Ativas
zona:

tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Histórico de
Cíclicas
Imediata
S
E
X N

SE
SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
X Não

X
X
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas X Iguais ao edifício

X
X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos


Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
Arbustos
X Vegetação rasteira
FACHADA N.º 3
Caracterização das fissuras
Fissura DG1 MP1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 3 anos


Fonte: MSF
Tipo de fissura
Fissura mapeada X
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal X
Fissura horizontal
Fissura vertical
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo X
Varandas
Parede corrente X X
Esquinas e cantos
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X
Suporte
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm) X X
Moderada (0,25 a 1 mm)
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não X X
Sim
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração
Preenchimento
Sem preenchimento X X
Com preenchimento

XL
XLI
HZ
VT
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
X
X

Sobrecargas acidentais Origem


X
X

Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural


Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
Ações térmicas
Ações do fogo Origem

X
Ação da humidade higrotérmica
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais
Humidade
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo
FACHADA N.º 4

Eflorescência
Caracterização geral

Escorrência de água existentes


HZ1

Oxidação e corrosão Outras anomalias


VT1

Fungos e plantas

X
X
Estabilizadas
Ativas
zona:

tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Histórico de
Cíclicas
Imediata
S
X E
N

SE
SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
X Não

X
X
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas
X Iguais ao edifício

X
X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos


Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
Arbustos
Vegetação rasteira
FACHADA N.º 4
Caracterização das fissuras
Fissura VT1 HZ1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 3 anos


Fonte: MSF
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal
Fissura horizontal X
Fissura vertical X
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente X X
Esquinas e cantos
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X
Suporte
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm) X X
Moderada (0,25 a 1 mm)
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não X X
Sim
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração
Preenchimento
Sem preenchimento X X
Com preenchimento

XLII
XLIII
VC
TM
DG
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
X
X

Sobrecargas acidentais Origem


X
X

Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural


Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
X
Ações térmicas
Ações do fogo Origem
TM1

Ação da humidade higrotérmica


Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais
Humidade
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo
FACHADA N.º 5

Eflorescência
Caracterização geral

Escorrência de água
existentes
Oxidação e corrosão
Outras anomalias
DG1

VC1

Fungos e plantas

X
X
X
Estabilizadas
Ativas
zona:

tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Histórico de

Cíclicas
Imediata
S
E
N

X O

SE

X
X
SO
NE
NO

A curto prazo
Sim
X Não

X
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Medidas preventivas Mais baixos
X Iguais ao edifício

X
X
X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos


Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
Arbustos
Vegetação rasteira
FACHADA N.º 5
Caracterização das fissuras
Fissura DG1 VC1 TM1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 3 anos


Fonte: MSF
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal X
Fissura horizontal X X
Fissura vertical
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas X X
Parede corrente
Esquinas e cantos
Platibandas X
Elementos decorativos
Transição de materiais X X
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X X
Suporte X X
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm) X
Moderada (0,25 a 1 mm)
Grande (1 a 2 mm) X X
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não X X X
Sim
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração
Preenchimento
Sem preenchimento X X X
Com preenchimento

XLIV
XLV
TM
DG
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
X

Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural
Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
X
Ações térmicas
Ações do fogo Origem
Ação da humidade higrotérmica
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais
TM1

Humidade
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo
FACHADA N.º 6

Eflorescência
Caracterização geral

Escorrência de água
DG1

existentes
Oxidação e corrosão
Outras anomalias
Fungos e plantas

X
X
Estabilizadas
Ativas
zona:

tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Cíclicas Histórico de
Imediata
S
E
X N

SE
SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
X Não

X
X
A longo prazo

intervenção
X Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas

Iguais ao edifício

X
X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos


Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
Arbustos
Vegetação rasteira
FACHADA N.º 6
Caracterização das fissuras
Fissura TM1 DG1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 3 anos


Fonte: MSF
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal X
Fissura horizontal X
Fissura vertical
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente X
Esquinas e cantos
Platibandas X
Elementos decorativos
Transição de materiais X
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X
Suporte
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm) X X
Moderada (0,25 a 1 mm)
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não X X
Sim
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração
Preenchimento
Sem preenchimento X X
Com preenchimento

XLVI
FICHA DE INSPEÇÃO
ID DO EDIFÍCIO
Caracterização geral Caracterização construtiva
Nome Convento dos Inglesinhos N.º de pisos: 4 Elevados 0 Enterrados
Morada R. Luz Soriano
Localidade Bairro Alto, Lisboa Estrutura: Betão armado
Ano de construção 2008 X Outra Alvenaria de pedra
Construtor Elevogroup Fotografia
Data da inspeção 11/04/2014 Paredes: Alvenaria de tijolo
X Alvenaria de pedra
Tipo de utilização: Comércio Betão armado
X Habitação Outro
Serviços
Espaço público Caracterização das fachadas
Outro N.º de fachadas -
livres:

Tipo de envolvente: X Urbana Tipo de solo: Aluviões


Marítima Calcários Tipos de rebocos Reboco corrente de cimento
Rural Outro nas fachadas: X Reboco tradicional com cal

XLVII
Monomassa
B.6. Caso de estudo E – Fichas de inspeção

Clima: X Seco Proximidade X < 1 km Reboco monocamada


Húmido do mar: < 5 km
> 5 km Tipos de pinturas: Pintura plástica
Pintura acrílica
Pintura membrana

EQUIPAMENTO UTILIZADO ELEMENTOS DISPONÍVEIS


X Humidímetro Projeto
X Régua de fissuras Fichas de reparação anteriores
X Máquina fotográfica Outro

Fita métrica
Nível
X Bússola
X Outro Câmara termográfica
XLVIII
VT
DG
MP
HZ/VT
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
X

Retração do reboco
Fluência do betão
X

Assentamentos diferenciais
X
X
X

Sobrecargas acidentais Origem


Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural
Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis
VT2

Ação sísmica
X

Ações térmicas
HZ1/VT1

Ações do fogo
MP1

Origem

X
X
X
Ação da humidade higrotérmica
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Descolamento/
desprendimento

Cristalização de sais
Descolamento/
desprendimento

X
X
X
X
Humidade

X
X
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo

Eflorescência
FACHADA N.º 1.E
Caracterização geral

DG1

Escorrência de água
existentes

Oxidação e corrosão
Outras anomalias

Fungos e plantas

X
Estabilizadas
Ativas
zona:

X
X
X
tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Histórico de

Cíclicas

X
Imediata
S
E
N

SE

X
X
X
SO
X NE
NO

A curto prazo
Sim
X Não
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas
X Iguais ao edifício

X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos

X
X
X
Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
Arbustos
Vegetação rasteira
FACHADA N.º 1.E
Caracterização das fissuras
Fissura DG1 MP1 HZ1/VT1 VT2

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 5 anos


Fonte: Elevogroup
Tipo de fissura
Fissura mapeada X
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal X
Fissura horizontal X
Fissura vertical X X
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente X X X
Esquinas e cantos
Platibandas
Elementos decorativos X
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X X
Suporte
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural X X
Outro Elemento de cantaria
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm) X
Moderada (0,25 a 1 mm) X
Grande (1 a 2 mm) X
Muito grande (> 2 mm) X
Presença de humidade
Não
Sim X X X X
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração X X X X
Preenchimento
Sem preenchimento X X X X
Com preenchimento

XLIX
L
VT
MP
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
X

Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
X

Sobrecargas acidentais Origem


Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural
Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
X Ações térmicas
Ações do fogo Origem

X
X
higrotérmica
MP1

Ação da humidade
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
VT1

Corrosão das armaduras


Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais

X
X
de água

Humidade
Escorrência

Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo

Eflorescência
FACHADA N.º 1.I1
Caracterização geral

X
X
Escorrência de água
existentes
Oxidação e corrosão Outras anomalias
Fungos e plantas
Estabilizadas
Ativas
zona:

X
X
tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Histórico de
Cíclicas
Imediata
S
E
N

X O

SE

X
SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
X Não

X
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas
X Iguais ao edifício

X
X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos


Substituição integral

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Vegetação: X Árvores
Arbustos
Vegetação rasteira
FACHADA N.º 1.I1
Caracterização das fissuras
Fissura MP1 VT1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 5 anos


Fonte: Elevogroup
Tipo de fissura
Fissura mapeada X
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal
Fissura horizontal
Fissura vertical X
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente X X
Esquinas e cantos
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X
Suporte
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural X X
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm)
Moderada (0,25 a 1 mm) X
Grande (1 a 2 mm) X
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não
Sim X X
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração X X
Preenchimento
Sem preenchimento X X
Com preenchimento

LI
LII
VT
DG
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
X
X

Sobrecargas acidentais Origem


Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural
Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
Ações térmicas
Ações do fogo Origem

X
X
Ação da humidade higrotérmica
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
VT1

Corrosão das armaduras


Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais

X
X
Humidade
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo

Eflorescência
FACHADA N.º 1.I2
Caracterização geral

DG1

Escorrência de água
existentes
Oxidação e corrosão Outras anomalias
Fungos e plantas
Estabilizadas
Ativas
zona:

X
X
tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Histórico de
Cíclicas

X
Imediata
S
E
N

X O

SE

X
SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
X Não
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas
X Iguais ao edifício

X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos

X
Substituição integral

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Vegetação: X Árvores
Arbustos
Vegetação rasteira
FACHADA N.º 1.I2
Caracterização das fissuras
Fissura VT1 DG1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 5 anos


Fonte: Elevogroup
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal X
Fissura horizontal
Fissura vertical X
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente X
Esquinas e cantos X
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X
Suporte
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural X X
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm)
Moderada (0,25 a 1 mm)
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm) X X
Presença de humidade
Não
Sim X X
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração X X
Preenchimento
Sem preenchimento X X
Com preenchimento

LIII
LIV
VT
MP
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
X

Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
X

Sobrecargas acidentais Origem


Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural
Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
Ações térmicas
Ações do fogo Origem

X
Ação da humidade higrotérmica
Esquema geral da fachada

MP1

Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais
Descolamento/
desprendimento

X
X
Humidade

X
Descolamento ou desprendimento
água

Fissuração tipo
FACHADA N.º 2

Eflorescência
Caracterização geral

Escorrência de
VT1

X
Escorrência de água
existentes
Oxidação e corrosão Outras anomalias
Fungos e plantas

X
Estabilizadas
Ativas
zona:

X
tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Histórico de
Cíclicas
Imediata
X S
E
N

SE
SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
X Não

X
X
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas
X Iguais ao edifício

X
X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos


Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
Arbustos
Vegetação rasteira
FACHADA N.º 2
Caracterização das fissuras
Fissura VT1 MP1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 5 anos


Fonte: Elevogroup
Tipo de fissura
Fissura mapeada X
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal
Fissura horizontal
Fissura vertical X
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente X X
Esquinas e cantos
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X
Suporte
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural X
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm) X
Moderada (0,25 a 1 mm)
Grande (1 a 2 mm) X
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não X
Sim X
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração X
Preenchimento
Sem preenchimento X X
Com preenchimento

LV
FICHA DE INSPEÇÃO
ID DO EDIFÍCIO
Caracterização geral Caracterização construtiva
Nome Inspira Santa Marta Hotel N.º de pisos: 3 Elevados 4 Enterrados
Morada R. Santa Marta
Localidade Lisboa Estrutura: X Betão armado
Ano de construção 2011 Outra
Construtor Elevogroup Fotografia
Data da inspeção 14/04/2014 Paredes: X Alvenaria de tijolo
Alvenaria de pedra
Tipo de utilização: Comércio Betão armado
Habitação Outro
Serviços
Espaço público Caracterização das fachadas
X Outro Hotel N.º de fachadas 3
livres:

Tipo de envolvente: X Urbana Tipo de solo: Aluviões


Marítima Calcários Tipos de rebocos Reboco corrente de cimento
Rural Outro nas fachadas: Reboco tradicional com cal

LVI
Monomassa
B.7. Caso de estudo F – Fichas de inspeção

Clima: X Seco Proximidade < 1 km Reboco monocamada


Húmido do mar: X < 5 km
> 5 km Tipos de pinturas: Pintura plástica
Pintura acrílica
Pintura membrana

EQUIPAMENTO UTILIZADO ELEMENTOS DISPONÍVEIS

Humidímetro Projeto
X Régua de fissuras Fichas de reparação anteriores
X Máquina fotográfica Outro

Fita métrica
Nível
Bússola
Outro
LVII

HE
VT
TM
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
X

Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
X
X
X

Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural


Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis

Ação sísmica
VT1

Ações térmicas
Ações do fogo Origem
Ação da humidade higrotérmica
JA1

TM1
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais
Humidade
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo
FACHADA N.º 1

Eflorescência
Caracterização geral

Escorrência de água
existentes

Oxidação e corrosão
Outras anomalias
HE1

Fungos e plantas
Estabilizadas
Ativas
zona:

X
X
X
X
tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Histórico de

Cíclicas
Imediata
X S

E
N

SE
SO
NE
NO

A curto prazo
Sim
X Não

X
X
X
X
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas
X Iguais ao edifício

X
X
X
X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos


Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
Arbustos
Vegetação rasteira
FACHADA N.º 1
Caracterização das fissuras
Fissura TM1 JA1 VT1 HE1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 2 anos


Fonte: Elevogroup
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal X
Fissura horizontal X X
Fissura vertical X
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
X
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente X
Esquinas e cantos X
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais X
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X X X
Suporte
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm) X X X X
Moderada (0,25 a 1 mm)
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não X X X X
Sim
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração
Preenchimento
Sem preenchimento X X X X
Com preenchimento

LVIII
LIX
HE
TM
Fissuras
Fotografia

Retração plástica do betão


Origem plástica
Assentamento plástico do betão
Colocação incorreta das armaduras Deslocamentos
Remoção prematura das cofragens em construção
Retração do betão
Origem física
Retração do reboco
Fluência do betão
Assentamentos diferenciais
Sobrecargas acidentais Origem
X
X

Deformações excessivas dos el. estrut. estrutural


Carregamento excessivo de compressão
Causas prováveis
HE1

Ação sísmica
X Ações térmicas
Ações do fogo Origem
Ação da humidade higrotérmica
TM1
Esquema geral da fachada

Ciclos gelo/degelo
Corrosão das armaduras
Ataque dos álcalis Origem química
Cristalização de sais
Humidade
Descolamento ou desprendimento
Fissuração tipo
FACHADA N.º 2

Eflorescência
Caracterização geral

Escorrência de água
existentes
Oxidação e corrosão
Outras anomalias
Fungos e plantas
Estabilizadas
Ativas
zona:

X
X
tempo
Com aumento ao longo do tempo
Edifícios

obras na
vizinhos:

Evolução no
Orientação:

Histórico de
Cíclicas
Imediata
S
E
X N

SE
SO
NE
NO

A curto prazo

Sim
X Não

X
X
A longo prazo

intervenção
Mais altos

Necessidade de
Mais baixos
Medidas preventivas X Iguais ao edifício

X
X
Reparação pontual

Sem edifícios vizinhos


Substituição integral
Vegetação:

Tipo de
Mudança de material

intervenção
Outro
Outra
Árvores
Arbustos
Vegetação rasteira
FACHADA N.º 2
Caracterização das fissuras
Fissura TM1 HE1

Fotografia/Esquema

Idade da fissura: 2 anos


Fonte: Elevogroup
Tipo de fissura
Fissura mapeada
Fissura mapeada (malha
ortogonal)
Fissura diagonal
Fissura horizontal X X
Fissura vertical
Localização na fachada
Janelas ou aberturas de
vãos
Junto à laje de cobertura
Junto ao solo
Varandas
Parede corrente
Esquinas e cantos X
Platibandas
Elementos decorativos
Transição de materiais X
Outra
Elementos do sistema
afetados
Revestimento X X
Suporte
Interface suporte/el.
estrutural
Elemento estrutural
Outro
Abertura média da fissura
Muito pequena (< 0,1 mm)
Pequena (0,1 a 0,25 mm) X X
Moderada (0,25 a 1 mm)
Grande (1 a 2 mm)
Muito grande (> 2 mm)
Presença de humidade
Não X X
Sim
Humidade de
condensação
Humidade capilar
Humidade de infiltração
Preenchimento
Sem preenchimento X X
Com preenchimento

LX
Anexo C – Valores das percentagens da área afetada da fachada
C.1. Caso de estudo A – Valores das percentagens da área afetada da fachada

% fachada com
Fotos fachada Área fachada (m2) Área fissuras (m2)
fissuras
1

88 22 25

54 14 26

54 17 32

39 29 75

39 33 85

LXI
% fachada com
Fotos fachada Área fachada (m2) Área fissuras (m2)
fissuras
6

54 14 26

54 6 12

26 13 50

26 4 16

LXII
C.2. Caso de estudo B – Valores das percentagens da área afetada da fachada

% fachada com
Fotos fachada Área fachada (m2) Área fissuras (m2)
fissuras
1

216 75 35

120 37 31

216 53 25

216 25 12

216 27 13

LXIII
% fachada com
Fotos fachada Área fachada (m2) Área fissuras (m2)
fissuras
6

216 18 9

216 13 7

120 68 57

216 3 2

10

120 12 10

LXIV
% fachada com
Fotos fachada Área fachada (m2) Área fissuras (m2)
fissuras
11

120 20 17

12

120 16 14

13

216 23 11

14

216 3 2

LXV
C.3. Caso de estudo D – Valores das percentagens da área afetada da fachada

% fachada com
Fotos fachada Área fachada (m2) Área fissuras (m2)
fissuras
1

85 17 20

117 18 16

255 92 36

295 13 5

295 18 7

LXVI
% fachada com
Fotos fachada Área fachada (m2) Área fissuras (m2)
fissuras
6

141 10 7

70 10 15

380 5 2

540 10 2

10

220 3 2

LXVII
% fachada com
Fotos fachada Área fachada (m2) Área fissuras (m2)
fissuras
11

85 9 11

LXVIII
C.4. Caso de estudo E – Valores das percentagens da área afetada da fachada

% fachada com
Fotos fachada Área fachada (m2) Área fissuras (m2)
fissuras
1E

435 43 10

1I.1

280 200 72

1I.2

155 60 39

280 62 22

LXIX
C.5. Caso de estudo F – Valores das percentagens da área afetada da fachada

% fachada com
Fotos fachada Área fachada (m2) Área fissuras (m2)
fissuras
1

782 84 11

732 37 6

LXX

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