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PROJETO ALQUIMIA

O PODER DOS SÍMBOLOS

7ª PARTE

SÃO PAULO
2019
1ª EDIÇÃO

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PROJETO ALQUIMIA

O PODER DOS SÍMBOLOS


7ª PARTE

O Poder dos Símbolos


A verdade sobre a natureza codificada nos
símbolos

Símbolo
O Símbolo não é a energia!
O Símbolo representa a energia!
A energia está dentro de nós
É uma dádiva de Deus...
E cabe a cada um de nós
Usarmos dela com sabedoria.
O Símbolo demonstra
O acesso e utilização da energia
De forma velada e secreta.
Somente aos que tem a devida cautela
E vontade de conhecimento
Será-lhes revelado o mistério
Por trás dos Símbolos!

Projeto Alquimia

SÃO PAULO
2019
1ª EDIÇÃO

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INDICE

OS ORIXÁS E OS QUATRO ELEMENTOS O TEMPO ................................................. 04


Orixás ...................................................................................................................... 04
Os Quatro Elementos .............................................................................................. 11
Os Orixás e Seus Poderes ....................................................................................... 12
Filosofia sobre os Orixás e seus elementos ............................................................. 13
ZOROASTRISMO ............................................................................................................. 18
Zoroastro ................................................................................................................. 18
A época aqueménida ............................................................................................... 20
A época arsácida e sassânida .................................................................................. 21
Doutrinas e crenças ................................................................................................. 22
ALQUIMIA ........................................................................................................................ 28
Símbolos da Alquimia ............................................................................................. 30
Significado de outros símbolos no Alquimia .......................................................... 34
Nicolas Flamel ........................................................................................................ 35
ALEF-BET ......................................................................................................................... 37
Os Dez significados do Alef-Bet ............................................................................ 39
BIBLIOGRAFIA ONLINE ................................................................................................. 61

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OS ORIXÁS E OS QUATRO ELEMENTOS

Orixás

Os orixás são entidades africanas que


correspondem a pontos de força da Natureza e os seus
arquétipos estão relacionados às manifestações
dessas forças. As características de cada Orixá os
aproximam dos seres humanos, pois eles
manifestam-se através de emoções como nós.
Sentem raiva, ciúmes, amam em excesso, são
passionais. Cada orixá tem ainda o seu sistema
simbólico particular, composto de cores, comidas,
cantigas, rezas, ambientes, espaços físicos e até horários. Como resultado do sincretismo que
se deu durante o período da escravatura, cada orixá foi também associado a um santo
católico, devido à imposição do catolicismo aos negros. Para manterem as suas entidades
vivas, viram-se obrigados a disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, semelhantes a
estes, aos quais cultuavam apenas aparentemente.

Pessoas de outras crenças muitas vezes ficam horrorizadas com este tipo de
pensamento, mais podemos aqui criar um paralelo com os deuses gregos e romanos, que
também tinha humores humanos e até mantinham relações e procriavam com os humanos.
A cultura Escandinávia também nos mostra o mesmo tipo de deidade (iremos aborda-los em
outro momento).

Inclusive estes deuses romanos e gregos também foram absorvidos com a nova igreja
católica, sob o nome de santos milagrosos.

No entanto não queremos dar ênfase alguma a poderes espirituais desta deidades,
mas apenas demonstrar que os elementos exercem certo poder sobre ou junto com o homem,
de acordo com a vontade do Pai supremo (seja lá qual sua denominação de acordo com cada
cultura)

Rituais de possessões e incorporações não serão discutidos aqui, mesmo porque não
provamos. Assim como igrejas diversas também afirma fazer exorcismos de demônios. Pois
como acreditamos no poder do Pai, também deixamos isso a cargo dele, visto que moramos
em um mundo materialista regido (infelizmente) pelos mandos e desmandos de alguns
homens.

Pois estes deuses que nos contam as diversas histórias podem ou não ser, no final das
contas os nefilins que desceram expulsos do céu. Mais isso abriria margem para um novo
debate e novas polêmicas.

O que queremos deixar claro neste texto é a força que os elementos exercem sobre o
ser humanos com a autorização máxima do Pai, e não devemos levar como prioridade
definitivas coisas relativas ao mundo terreno, corpóreo. Precisamos sim abrir nossa mente e
alma para as coisas simples, exercitando no dia a dia o desapego do material.

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Estas Entidades Africanas da Natureza são divididos em 4 elementos – água, terra,


fogo e ar;

Alguns estudiosos vão mais longe e afirmam que são quatrocentos os números de
Orixás básicos divididos em 100 do Fogo, 100 da Terra, 100 do Ar e 100 da Água;

Porém os tipos mais conhecidos entre nós formam um grupo de 12 Orixás. Eles
também estão associados à corrente energética de alguma força da natureza. Assim, Iansã é
a dona dos ventos, Oxum é a mãe da água doce, Xangô domina raios e trovões, e outras
analogias:

Orixás
• Nanã;
• Omolú;
• Oxumarê;
• Oxalá;
• Exú;
• Ogun;
• Oxóssi;
• Yemanjá;
• Iansã;
• Oxun;
• Xangô;
• Ibeji;

Nanã

Dia: Terça-feira
Cores: Anil, Branco e Roxo
Símbolo: Bastão de hastes de palmeira (Ibiri)
Elemento: Terra, Água, Lodo
Domínios: Vida e Morte, Saúde e Maternidade
Saudação: Saluba!

Nanã, é o orixá dos mistérios, é uma divindade de origem simultânea à criação do


mundo, Senhora de muitos búzios, Nanã sintetiza em si a morte, fecundidade e riqueza. O
seu nome designa pessoas idosas e respeitáveis e, para os povos Jeje, da região do antigo
Daomé, significa “mãe”. Nanã é o princípio, o meio e o fim; o nascimento, a vida e a morte.

Ela é a origem e o poder.

Entender Nana é entender o destino, a vida e a trajetória do homem sobre a terra, pois
Nanã é a História. Nanã é água parada, água da vida e da morte.

Sincretismo: Santa Ana

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Omulu

DIA: Segunda-feira
CORES: Preto, branco, amarelo e vermelho.
SÍMBOLOS: Xaxará.
ELEMENTOS: Terra e fogo do interior da Terra.
DOMÍNIOS: Doenças epidémicas, cura de doenças, saúde, vida e morte.
SAUDAÇÃO: Atotô!!!

Ele é a Terra! Essa afirmação resume perfeitamente o perfil deste orixá, o mais
temido entre todos os orixás africanos, o mais terrível orixá portador da varíola e de todas as
doenças contagiosas, o poderoso “Rei Dono da Terra”.

São muitos os nomes de Omolú, que variam conforme a região. Entre os Tapas era
conhecido Xapanã (Sànpònná); entre os Fon era chamado de Sapata-Ainon, que significa
‘Dono da Terra’; já os Iorubás o chamam Obaluaiê e Omolú

Sincretismo: São Lazaro

Oxumaré

DIA: Terça-feira
CORES: Amarelo e verde (ou preto) e todas as cores do arco-íris
SÍMBOLOS: Ebiri, serpente, círculo, bradjá.
ELEMENTOS: Céu e terra
DOMÍNIOS: Riqueza, vida longa, ciclos, movimentos constantes.
SAUDAÇÃO: A Run Boboi!!!

Oxumaré (Òsùmàrè) é o orixá de todos os movimentos, de todos os ciclos. Se um dia


Oxumaré perder suas forças o mundo acabará, porque o universo é dinâmico e a Terra
também se encontra em constante movimento;

Oxumaré mora no céu e vem à Terra visitar-nos através do arco-íris. Ele é uma grande
cobra que envolve a Terra e o céu e assegura a unidade e a renovação do universo;

Dizem que Oxumaré seria homem e mulher, mas, na verdade, este é mais um ciclo
que ele representa: o ciclo da vida, pois da junção entre masculino e feminino é que a vida
se perpetua. Oxumaré é um Orixá masculino.

Sincretismo: São Bartolomeu

Oxalá

Dia: Sexta-feira
Cor: Branco leitoso.
Simbolo: Opáxoró
Elementos: Atmosfera e Céu

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Domínios: Poder procriador masculino, Criação, Vida e Morte


Saudação: Epa Bàbá

É o detentor do poder procriador masculino. Todas as suas representações incluem o


branco. É um elemento fundamental dos primórdios, massa de ar e massa de água, a
formação de todo o tipo de criaturas no Mundo. Ao incorporar-se, assume duas formas:
OXAGUIÃ jovem guerreiro, e OXALUFÃ, velho apoiado num bastão de prata
(APAXORÓ). OXALÁ é alheio a toda a violência, disputas, brigas, gosta de ordem, da
limpeza, da pureza. A sua cor é o branco e o seu dia é a sexta-feira. Os seus filhos devem
vestir branco neste dia. Pertencem a OXALÁ os metais e outras substâncias brancas

Sincretismo: Jesus Cristo (obs.: um tanto quanto estranho de acordo com o descritivo
acima)

Exú

DIA: Segunda-feira.
CORES: Preto (ou seja, a fusão das cores primárias) e vermelho.
SÍMBOLOS: Ogó de forma fálica, falo ereto.
ELEMENTOS: Terra e fogo.
DOMÍNIOS Sexo, magia, união, poder e transformação.
SAUDAÇÃO: Laroié!

Exu (Èsù) é a figura mais controversa entre os Orixás, o mais humano dos entre eles,
senhor do princípio e da transformação. Orixá da terra e do universo; na verdade, Exu é a
ordem, aquele que se multiplica e se transforma na unidade elementar da existência humana.
Exu é o ego de cada ser, o grande companheiro do homem no seu dia-a-dia e a ligação dos
Homens com os demais Orixás.

Muitas são as confusões e equívocos relacionados com Exu, o pior deles associa-o à
figura do diabo cristão; pintam-no como um deus voltado para a maldade, para a
perversidade, que se ocuparia em semear a discórdia entre os seres humanos. Na realidade,
Exu contém em si todas as contradições e conflitos inerentes ao ser humano. Exu não é
totalmente bom nem totalmente mau, assim como o homem: um ser capaz de amar e odiar,
unir e separar, promover a paz e a guerra.

Sincretismo: Santo Antônio

Ogum

DIA: Terça-Feira
CORES: Verde ou Azul-escuro, Vermelho (algumas qualidades)
SÍMBOLOS: Bigorna, Faca, Pá, Enxada e outras ferramentas
ELEMENTOS: Terra (florestas e estradas) e Fogo
DOMÍNIOS: Guerra, Progresso, Conquista e Metalurgia
SAUDAÇÃO: Ògún ieé Patokorí!!

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Ogum (Ògún) é o temível guerreiro, violento e implacável, orixá do ferro, da


metalurgia e da tecnologia; protetor do ferreiros, agricultores, caçadores, carpinteiros,
escultores, sapateiros, talhantes, metalúrgicos, marceneiros, maquinistas, mecânicos,
motoristas e de todos os profissionais que de alguma forma lidam com o ferro ou metais
afins.

Orixá conquistador, Ogum fez-se respeitar em toda a parte pelo seu carácter
devastador. Foram muitos os reinos que se curvaram diante do poder militar de Ogum.

Sincretismo: São Jorge

Oxóssi

DIA: Quinta-feira
COR: Azul-Turquesa, Verde e Branco
SÍMBOLOS: Ofá (arco), Damatá (flecha), Erukeré
ELEMENTO: Terra (florestas e campos cultiváveis)
DOMÍNIOS: Caça, Agricultura, Alimentação e Fartura
SAUDAÇÃO: Òké Aro!!! Arolé!

Oxóssi (Òsóòsi) é o orixá caçador, senhor da floresta e de todos os seres que nela
habitam, orixá da fartura e da riqueza. Atualmente, o culto a Oxóssi está praticamente
esquecido em África, mas é bastante difundido no Brasil, em cuba e em outras partes da
América onde a cultura;

Oxóssi é o rei de Kêtu, segundo dizem, a origem da dinastia. A Oxóssi são conferidos
os títulos de Alakétu, Rei, Senhor de Kêtu, e Oníìlé, o dono da Terra

Sincretismo: São Sebastião

Iemanjá

DIA: Sábado
COR: Branco, Prateado, Azul e Rosa
SÍMBOLO: Abebé prateado.
ELEMENTOS: Águas doces que correm para o mar, Águas do mar
DOMÍNIOS: Maternidade (educação), Saúde mental e Psicológica
SAUDAÇÃO: Erù-Iyá, Odó-Iyá e Odócyaba

Iemanjá, por presidir à formação da individualidade, que como sabemos está na


cabeça, está presente em todos os rituais;

É a rainha de todas as águas do mundo, seja dos rios, seja do mar. O seu nome deriva
da expressão YéYé Omó Ejá, que significa, mãe cujo filhos são peixes;

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Iemanjá é a mãe de todos os filhos, mãe de todo mundo. É ela quem sustenta a
humanidade e, por isso, os órgãos que a relacionam com a maternidade, ou seja, a sua vulva
e seus seios chorosos, são sagrados;

Iemanjá é o espelho do mundo, que reflete todas as diferenças, pois a mãe é sempre
um espelho para o filho, um exemplo de conduta.

Sincretismo: Nossa Senhora dos Navegantes

Iansã

DIA: Quarta-feira
CORES: Marrom, Vermelho e Rosa
SÍMBOLOS: Espada e Eruexin
ELEMENTOS: Ar em movimento, qualquer tipo de vento e Fogo
DOMÍNIOS: Tempestades, Ventanias, Raios e Morte
SAUDAÇÃO: Epahei!

O maior e mais importante rio da Nigéria chama-se Níger, é imponente e atravessa


todo o país. Rasgado, espalha-se pelas principais cidades através de seus afluentes por esse
motivo tornou-se conhecido com o nome Odò Oya, já que ya, em iorubá, significa rasgar,
espalhar. Esse rio é a morada da mulher mais poderosa da África negra, a mãe dos nove
orum, dos nove filhos, do rio de nove braços, a mãe do nove, Ìyá Mésàn, Iansã (Yánsàn).

A tempestade é o poder manifesto de Iansã, rainha dos raios, das ventanias, do tempo
que se fecha sem chover.

Iansã é uma guerreira por vocação, sabe ir à luta e defender o que é seu, a batalha do
dia-a-dia é a sua felicidade. Ela sabe conquistar, seja no fervor das guerras, seja na arte do
amor

Sincretismo: Santa Barbara

Oxum

DIA: Sábado
CORES: Amarelo – Ouro
SÍMBOLO: Leque com espelho (Abebé)
ELEMENTO: Água Doce (Rios, Cachoeiras, Nascentes, Lagoas)
DOMÍNIOS: Amor, Riqueza, Fecundidade, Gestação e Maternidade
SAUDAÇÃO: Eri Yéyé ó ou Ora YéYé!

Na Nigéria, mais precisamente em Ijesá, Ijebu e Osogbó, corre calmamente o rio


Oxum, a morada da mais bela Iyabá, a rainha de todas as riquezas, a protetora das crianças,
a mãe da doçura e da benevolência.

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Generosa e digna, Oxum é a rainha de todos os rios e cachoeiras. Vaidosa, é a mais


importante entre as mulheres da cidade, ela é a Ialodê. É a dona da fecundidade das mulheres,
a dona do grande poder feminino.

Oxum é a deusa mais bela e mais sensual do Candomblé e da Umbanda. É a própria


vaidade, dengosa e formosa, paciente e bondosa, mãe que amamenta e ama. Um de suas
qualidades, vista com mais atenção, revela o zelo de Oxum com seus filhos.

Sincretismo: Nossa Senhora Aparecida

Xangô

DIA: Quarta-Feira
CORES: Vermelho (ou marrom) e branco
COMIDA: Amalá
SÍMBOLOS: Oxés (machados duplos)
ELEMENTOS: Fogo (grandes chamas, raios), formações rochosas.
DOMÍNOS: Poder estatal, justiça, questões jurídicas.
SAUDAÇÃO: Kawó Kabiesilé!!

Xangô é rei entre todos os reis, Orixá da justiça. Não existe uma hierarquia entre os
orixás, nenhum possui mais axé que o outro, apenas Oxalá, que representa o patriarca da
religião e é o orixá mais velho, goza de certa primazia. Contudo, se preciso fosse escolher
um orixá todo-poderoso, quem, senão Xangô para assumir esse papel?

Xangô gosta dos desafios, que não raras vezes aparecem nas saudações que lhe fazem
seus devotos na África. Porém o desafio é feito sempre para ratificar o poder de Xangô.

Sincretismo: São Jerônimo

Ibeji

DIA: Domingo
CORES: Azul, Rosa e Verde
ELEMENTO: Ar
DOMÍNIOS: Nascimento e Infância
SÍMBOLOS: Dois Bonecos Gémeos, 2 Cabacinhas
SAUDAÇÃO: Omi Beijada ou Beji-Beji!

Ibeji é o Orixá-Criança, em realidade, duas divindades gémeas infantis, ligadas a


todos os orixás e seres humanos.

Por serem gémeos, são associados ao princípio da dualidade; por serem crianças, são
ligados a tudo que se inicia e nasce: a nascente de um rio, o nascimento dos seres humanos,
o germinar das plantas, etc.

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Ibeji está presente em todos os rituais do Candomblé e da Umbanda pois, assim como
Exú, se não for bem cuidado pode atrapalhar os trabalhos com as suas brincadeiras infantis.

Sincretismo: São Cosme e São Damião

Os Quatro Elementos

São eles: terra, água, ar e fogo


São as estruturas do Planeta Terra.

O povo cigano, as Wiccas e a Umbanda respeitam essas forças da natureza.

Os Orixás pertencem e regem os quatro elementos:

Oxóssi e Oba são do elemento terra.


Terra que gera os frutos.
Terra onde plantamos e colhemos o nosso sustento material.
Terra que acolhe o nosso corpo, depois que cessa o sopro divino.

Iemanja, Oxum e Oxumaré são do elemento Água.


Água que gera a vida e a mantém.
Água dos mares, rios e cachoeiras.

Iansã e Ogum são do elemento ar.


Iansã sopra os ventos que é gerado pelo ar.
Ar que respiramos e que sem ele, impossível viver.

Xangô e Egunitá são do elemento fogo.


Fogo que aquece o nosso sangue para mantê-lo circulando em nossas veias.
Fogo que emana do nosso espírito, conhecido como calor humano.
Fogo que faz os corpos arderem no desejo e na satisfação sexual.
Fogo que pode ser tão terno, e ao mesmo tempo, impiedoso e devastador.
E tem também, os que são mistos. São os Orixás que atuam em mais de um elemento.

Obaluae e Nanã Buruque. Ambos são Terra e Água.

Oxalá, atua nos quatro elementos.Ele é o tudo e o todo.


Oxalá é o Pai é a própria Umbanda. E Umbanda é Natureza.
Vera Lucia Vasconcellos

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Os Orixás e Seus Poderes

Orixás são os poderes da natureza, diferenciados pela energia do elemento (terra,


água, ar e fogo) que o mesmo comanda.

Quando cultuamos nossos orixás, cultuamos também as forças elementares oriundas


da terra, água, ar e fogo, e dos astros. Essas forças em equilíbrio produzem a energia
revitalizante que chamamos de axé, que nos auxiliam em nosso dia a dia, ajudando para que
nosso destino se torne cada vez mais favorável ao desempenho de nossa missão nesta
passagem terrestre.

Estas forças pertencem a criação do grande pai chamado por nós em nossa religião
de Olorun, Obatala, Zambi e etc..., cuja tradução quer dizer Deus Supremo.

Cada força da natureza é representada por um determinado orixá. Os orixás nos


deram segredos e fundamentos os quais utilizamos para diminuir a distância do plano
material para o plano espiritual e melhorar a comunicação com os orixás, comunicação essa
que preservamos e utilizamos não somente para nós, más também em benefício de todos
aqueles que nos procuram.

Cada orixá possue ligado ao seu centro de poderes, seus locais que são os seus centros
de força, as suas cores, as suas canções as quais representam as suas orações de invocação,
as suas ferramentas, símbolos e sinais cabalísticos e uma infinidade de fundamentos os quais
não são propriedades de nenhuma religião mas antes pertencem a Deus e ao Orixá.

Isto quer dizer que a Umbanda da Natureza não copiou o Católico, o Candomblé ou
a Cabala Judaica ou A ou B, mas antes utiliza os fundamentos da forma como lhe foi dada
pelos instrutores Espirituais, se algo já é utilizado em outro movimento religioso e também
é utilizada na Umbanda da Natureza e foi modificado, é porque assim foi ordenado e com
certeza existe uma explicação religiosa e científica.

Para a Umbanda da Natureza, Olorun, Baba-Ifá e Oxalá representam o centro


gerador do universo.

Ogum representa a eterna luta a favor da paz universal, a luta do espirito contra a
matéria, a luta do ser humano para a sua purificação assim como acontece com o aço e o
ferro quando são aquecidos e transformam-se em ferramentas cada vez melhores, assim é a
luta de Ogum a favor do ser humano para que nos transformemos em pessoas melhores,
através das lutas, das guerras, dos derramamentos de sangue, através das disputas , com o
poder do ferro e do aço que é dominado por Ogum, com as sete espadas de Ogum, as sete
forças de Ogum,o senhor do número 7. Pelas forças de Ogum todos renascemos melhores
em espírito, e de renascimento em renascimento, de trasnformação em transformação,
chegamos mais perto do Alfa, mais perto do mais que perfeito, mais perto da luz mais branca
que o Universo pode conceber, pois foi concebido por Ele o nosso Pai criador infinito.

Xangô, o fogo virginal, o fogo que não queima mas aquece,alimenta e dá vida ao
espírito, Xangô o senhor da energia criadora infinita, a coluna vertebral do planeta, senhor
das cordilheiras , montanhas e picos que estão acima e abaixo das águas. Xangô o fogo
espiritual que aquece todas as vidas, Xangô senhor do sol, dos vulcões, energia geradora do

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equilibrio e por analogia senhor da justiça, pois aceita sómente o equilibrio desta forma quem
clamar por Xangô, tem que estar ciente de que está em desequilibrio, pois Xangô vai
equilibrar a balança a seu favor.

Oxosse, a força geradora de alimentos do planeta, a energia que envolve as florestas


soturnas que são derrubadas mas que pela força de Oxosse sempre estão resurgindo, Oxosse
representa também os animais desde o menor inseto até o grandioso elefante ou o poderoso
tigre e o magestoso leão, a maravilhosa borboleta Monarca que viaja 3000 kilômetros, tudo
isto é oxosse e muito mais.

Oxum, comanda a água doce e comanda a fertilidade dos seres vivos, está presente
eternamente no nascimento e na evolução da vida em todo o planeta;

Iansã representa o raio, a tempestade, o movimento do ar, as correntes de ar frias e


quentes que alimentam o planeta e faz com que as estações aconteçam..

Iemanjá, comanda as águas principalmente a água salgada, tem poder sobre a eterna
reconstrução e circulação da vida no planeta.

Obaluayê e Omulu, o Rei da Terra. O Orixá controlador da vida e da morte do corpo


e sua eterna transformação, controlador das doenças que assolam a humanidade em grande
escala, dono das doenças que afetam a pele dos humanos como a bexiga e a varíola, médico
dos pobres no sentido humanitário e curador das doenças com causas impossíveis.

Nanã, comanda a junção da água com a terra que forma o barro, está presente junto
com Obaluayê e Yemanjá, como a matriz geradora dos seres vivos da terra, também está
presente na formação dos seres humanos desde a formação do primeiro ser vivo no planeta
terra.

O Orixá Exu controla o polo negativo, que representa a ligação mágica entre o
homem-matéria e a terra, Exu é aquele que abre os caminhos e pode atrair a prosperidade,
como também tem poder para fechar os caminhos e atrair os acontecimentos ruins conforme
nosso interior cria, deseja e quer que as coisas aconteçam. Exu é o princípio dinâmico de
individualização e distribuição do axé.

O Pólo Positivo ordena e o Pólo Negativo executa.


Pai Valdevino de Alafin

Filosofia sobre os Orixás e seus elementos

Primeira Linha: Oxalá – Vontade de Deus – “Que seja a Vontade de Deus”.


Sincretismo com Jesus Cristo – por ter sido aquele que em sua vida na terra mostrou ser um
exemplo e executor da Vontade Suprema. O verbo divino. Todos somos filhos da vontade
de Deus, por isso sua localização como primeira linha. Jesus Cristo é um exemplo a ser
seguido e vivido, e todos nós vamos (mais cedo ou mais tarde) chegar aonde ele chegou, ou
seja, nos elevaremos tanto que passaremos a ser executores da vontade do Pai sem perdemos
a nossa individualidade.

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Segunda Linha: Ibeijada – Pureza – Segundo Kardec, não conseguimos remontar a


origem dos espíritos, mas todos são criados simples e ignorantes. Uma coisa simples é uma
coisa pura. Por isso sua associação com a criança, que nasce pura, sem nenhum tipo de
influencias. Depois de inúmeras passagens o espirito retorna ao seu estado de pureza
original, sendo o próximo estágio a união com a vontade de Deus suprema, o Cristo interior
de cada um.

Terceira Linha: Iemanjá – Criação – Iemanjá é a força criadora, a criação dos seres
viventes. Na linha de Iemanjá entram 2 orixás secundários, Oxum e Iansã. Nessa linha temos
a água em suas 3 forças: Criação (Iemanjá), Conservação (Oxum) e Transformação (Iansã).

Iemanjá – Criação – ligação com o mar, a vida que começou nos oceanos. Placenta.
O nascer da água. O princípio feminino gerador da vida. A calunga grande, pois é para lá
que toda a água da natureza retorna um dia, inclusive aquela água que estava dentro dos
seres vivos.

Oxum – Conservação – A água doce é que traz a conservação da vida na terra, por
isso essa característica da mãe que cuida. As cachoeiras que revitalizam as águas,
potencializando sua característica de manter a vida, sua conservação. Instinto da mãe de
conservar, por isso ela é mãe, doce, meiga.

Iansã – Transformação – Chuva, tempestade, ventos, Raios – Tudo ligado à ideia de


transformação. A chuva transforma a natureza. Os ventos levam as coisas de um lugar para
o outro causando mudanças. O Raio causa transformações eletromagnéticas e produz ozônio.
Iansã faz a retirada, o desencarne, a mudança do plano de encarnado para desencarnado. A
água do corpo volta a natureza, e o corpo volta-se ao pó. Ela separa, transforma.

Quarta linha: Ogum – Batalha, Lutas – A batalha dos seres rumo à evolução. A força
animal. O Fogo. O fogo também luta para se manter acesso. Representa batalha constante
que todos nós estamos constantemente envolvidos, inclusive contra a matéria que puxa para
baixo e o espírito que puxa para cima. O aço, que é o ferro que passa pelo fogo (assim como
o espirito passa pela prova do fogo da vida), se tornando mais forte, mais perfeito.
Sincretismo com são Jorge. O guerreiro, em superioridade, montado no cavalo branco
(pureza) esmagando o dragão, a serpente (matéria). Representa a vitória do espirito puro
sobre a matéria.

Quinta linha: Xangô – Equilíbrio – Desde a antiguidade, a justiça tem o símbolo de


uma balança. A balança funciona através do equilíbrio. A pedreira é uma estrutura em
equilíbrio, se for retirada uma pedra de maneira errada ela “rola pedra”, voltando novamente
ao equilíbrio. A ligação do mineral, o mineral que equilibra. A água, sem o seus sais ela se
torna imprópria. Com muitos sais, ela se torna salgada. Na quantidade certa ela se torna doce.
Machado que Corta para os 2 lados. O Livro da vida (suas ações, karma), leão do lado (caso
o karma seja negativo).

Sexta linha: Oxóssi – Determinação – A determinação do vegetal, que faça chuva ou


sol não se move. O caçador, o foco, a determinação, aquele que busca. A flecha, que vai
numa linha reta, direta.

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Sétima linha: Yorimá ou linha das almas – Sabedoria, Experiência, Inexperiência


(atributos das almas)– Nessa linha temos os conceitos advindos da alma e suas passagens
através do tempo, a saúde e a inexperiência, a experiência e a morte, todos ligados ao
conceito maior que é a sabedoria.

Nanã – Sabedoria – A mais velha orixá, significando o planejamento, a sabedoria que


é anterior a concretização da criação, por isso sua antiguidade. O poço, que remete a
sabedoria necessária para se saber onde tem água para fura-lo. O pântano, o terreno mais
difícil de ser vencido, pois é preciso saber andar dentro dele. A agua parada, estagnada, que
depois gera a vida (condição anterior a criação). A questão da Sabedoria, nanã traz o espírito
para a encarnação, pois somente se pode ganhar vida em um mundo compatível com a
sabedoria adquirida pelo espírito. A sabedoria (consciência) que habita a água e o barro
(nosso corpo é feito de água, e dos elementos da terra). O banimento do metal de suas terras,
por isso o metal oxida (enferruja) quando em contato com esses elementos.

Omolu – Experiência – O irmão mais velho, o experiente, polo positivo. A ligação


entre a experiência e a saúde, quanto mais experiência, menos saúde. Entendimento vindo
da experiência, humildade, a paz, a aceitação da morte como parte da evolução. O elemento
Terra (pó), que é gerado após o fogo.

Obaluaiê – inexperiência – O irmão mais novo, o inexperiente, polo negativo. Mais


saúde, mais vontade, ansiedade, menos experiência. Pela falta da experiência, não consegue
entender as coisas gerando a revolta. O fogo da vontade, da vida que pulsa, mas esse fogo
gera a frustação, pois certas coisas só o tempo é capaz de ensinar.

Oxalá

Oxalá é a grafia de duas palavras homônimas e homógrafas de significados


diferentes. Um tem origem árabe, da expressão "'in sha' allh", cujo significado é “se Deus
quiser”, e que é utilizada como interjeição para expressar o desejo que algo aconteça – nesse
sentido, é sinónimo de "tomara" ou "queira Deus". Em espanhol teve desenvolvimento
semelhante e deu origem à palavra ojalá, exatamente com o mesmo significado de oxalá em
português.

O outro vem do iorubá Òrìsànlá, nome de um orixá também conhecido como Obatalá.
"Oxalufã", "Oxaguiã" e "Obatalá" são termos procedentes da língua iorubá.

Assentamentos de Oxaguian e Oxalufan no candomblé do Ile Ase Ijino Ilu Orossi

Oxalá na Umbanda
Oxalá, Orixalá, Orixaguinã, Gunocô ou Obatalá é o orixá associado à criação do
mundo e da espécie humana. Apresenta-se de várias maneiras (qualidades) sendo as duas
principais qualidades: a forma jovem, em que Oxalá é chamado de Oxaguiã e seus símbolos
são uma idá (espada), um pilão de metal branco e um escudo. Na sua forma idosa, Oxalá é
chamado Oxalufã e seu símbolo é um cajado de metal chamado opaxorô.

A cor de Oxaguiam é o branco levemente mesclado com azul no candomblé e


somente branco no batuque do RGS; a de Oxalufam é somente branco de gossa em ambos.

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O dia consagrado para oxalá moço é a sexta-feira e o domingo para oxalá velho e oxalá de
orumilaia. Sua saudação é èpao, èpa bàbá! Oxalá é considerado e cultuado como o maior e
mais respeitado de todos os orixás do panteão africano. Simboliza a paz, é o pai maior nas
nações das religiões de tradição africana. Oxalá significa luz (oxa) branca (alá); É calmo,
sereno, pacificador; é o criador e, portanto, é respeitado por todos os orixás e todas as nações.
A Oxalá pertencem os olhos que veem tudo.

Lenda: Oxalá e o saco da criação


Olodumaré entregou a Oxalá o saco da criação para que ele criasse o mundo. Essa
missão, porém, não lhe dava o direito de deixar de cumprir algumas obrigações para outros
Orixás e Exu, aos quais ele deveria fazer alguns sacrifícios e oferendas. Oxalá pôs-se a
caminho apoiado em um grande cajado, o Paxorô. No momento em que deveria ultrapassar
a porta do Orun, encontrou-se com Exu que, descontente porque Oxalá se negara a fazer suas
oferendas, resolveu vingar-se, e provocou-lhe uma sede intensa. Oxalá não teve outro
recurso senão o de furar a casca de um tronco de um dendezeiro para saciar sua sede.

Era o vinho de palma, também conhecido como emu e oguro, o qual Oxalá bebeu
intensamente. Bêbado, não sabia onde estava e caiu adormecido. Apareceu, então, Olófin
Odùduà, que, vendo o grande orixá adormecido, roubou-lhe o saco da criação e, em seguida,
foi à procura de Olodumaré para mostrar o que achara e contar em que estado Oxalá se
encontrava. Olodumaré disse, então, que "se ele está neste estado, vá você a Odùduà, vá você
criar o mundo". Odùduà foi, então, em busca da criação e encontrou um universo de água, e
aí deixou cair do saco o que estava dentro. Era terra. Formou-se então um montinho que
ultrapassou a superfície das águas.

Então ele colocou a galinha cujos pés tinham cinco garras. Ela começou a arranhar e
a espalhar a terra sobre a superfície da água; onde ciscava, cobria a água, e a terra foi
alargando cada vez mais, o que em yoruba se diz Ile'nfê, expressão que deu origem ao nome
da cidade Ilê-Ifê. Odùduà ali se estabeleceu, seguido pelos outros orixás, e tornou-se, assim,
rei da terra. Quando Oxalá acordou, não encontrou mais o saco da criação. Despeitado,
procurou Olodumaré, que por sua vez proibiu-o, como castigo a Oxalá e toda sua família, de
beber vinho de palma e de usar azeite de dendê. Mas como consolo lhe deu a tarefa de
modelar no barro o corpo dos seres humanos nos quais ele, Olodumaré insuflaria a vida.

Lenda: A viagem de Oxalufan


Um dia Oxalufam, que vivia com seu filho Oxaguiam, velho e curvado por sua idade
avançada, resolveu viajar a Oyo em visita a Xangô, seu outro filho. Foi consultar um babalaô
para saber acerca da viagem. O adivinho recomendou-lhe não seguir viagem. Ela seria
desastrosa e acabaria mal. Mesmo assim, Oxalufam, por teimosia, resolveu não renunciar à
sua decisão. O adivinho aconselhou-o, então, a levar consigo três panos brancos, limo-da-
costa ou sabão-da-costa, assim como a aceitar e fazer tudo que lhe pedissem no caminho e
não reclamar de nada, acontecesse o que acontecesse. Seria uma forma de não perder a vida.

Em sua caminhada, Oxalufam encontrou Exu três vezes. Três vezes Exu solicitou
ajuda ao velho rei para carregar seu fardo, que acabava derrubando em cima de Oxalufam.
Três vezes Oxalufam ajudou Exu, carregando seus fardos imundos. E, por três vezes, Exu
fez Oxalufam sujar-se de sal, azeite de dendê e carvão. Três vezes suportou calado as
armadilhas de Exu. Três vezes foi Oxalufam ao rio mais próximo lavar-se e trocar suas

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vestes. Finalmente chegou a Oió. Na entrada da cidade, viu um cavalo perdido, que ele
reconheceu como o cavalo que havia presenteado a Xangô.

Tentou amansar o animal para amarrá-lo e devolvê-lo ao filho. Mas, neste momento,
chegaram alguns súditos do rei à procura do animal perdido. Viram Oxalufam com o cavalo
e pensaram tratar-se do ladrão do animal. Maltrataram-no e prenderam-no. Ele, sempre
calado, deixou-se levar prisioneiro.

Mas, por estar um inocente no cárcere, em terras do Senhor da Justiça, Oyó viveu por
longos sete anos a mais profunda seca. As mulheres tornaram-se estéreis e muitas doenças
assolaram o reino. Xangô, desesperado, procurou um babalaô, que consultou Ifá,
descobrindo que um velho sofria injustamente como prisioneiro, pagando por um crime que
não cometera.

Xangô correu para a prisão. Para seu espanto, o velho prisioneiro era seu pai
Oxalufam. Xangô ordenou que trouxessem água do rio para lavar o rei. O rei de Oyó mandou
seus súditos vestirem-se de branco, e que todos permanecessem em silêncio, pois era preciso,
respeitosamente, pedir perdão a Oxalufam. Xangô vestiu-se também de branco e encarregou
Airá de carregar o velho rei nas costas. Levou-o para as festas em sua homenagem e todo o
povo saudava Oxalá e Xangô. Depois Oxalufam voltou para casa levado por Airá e, quando
chegou seu filho, Oxaguiam ofereceu um grande banquete em celebração pelo retorno do
pai.

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ZOROASTRISMO

O Faravahar ou Ferohar é um dos símbolos


mais importantes do Zoroastrismo, religião
monoteísta fundada na Pérsia pelo profeta
Zaratustra (ou Zoroastres). Formado por uma asa
com um círculo no centro, no mesmo encontra-se
uma figura humana.

O Ferohar representa a alma dos seres humanos antes do nascimento e depois da


morte, ou seja, a alma humana das pessoas enquanto estas não estão vivas. Outro símbolo
importante no Zoroastrismo é o elemento do fogo.

O zoroastrismo, masdaísmo, masdeísmo ou parsismo é uma religião fundada na


antiga Pérsia pelo profeta Zaratustra, a quem os gregos chamavam de Zoroastro. É
considerada como a primeira manifestação de um monoteísmo ético. Para alguns
acadêmicos, os pontos chaves das principais doutrinas do Zoroastrismo sobre a escatologia
e demonologia, como a crença no paraíso, na ressurreição, no juízo final e na vinda de um
messias, viriam a influenciar o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.

Tem seus fundamentos fixados no Avesta e admite a existência de duas divindades


(dualismo), as quais representam o Bem (Aúra-Masda) e o Mal (Arimã). Da luta entre essas
divindades, sairia vencedora a divindade do Bem, Aúra-Masda.

A religião pré-zoroastriana
A religião do Irão antes do surgimento do zoroastrismo apresentava semelhanças com
a da Índia védica, dado que as populações que habitavam estes espaços descendiam de um
mesmo povo, os arianos (ou indo-iranianos). Era uma religião politeísta, na qual o sacrifício
dos animais e o consumo de uma bebida chamada haoma (em sânscrito: soma)
desempenhavam um importante papel.

Os seres divinos enquadravam-se em duas classes, ambas de características positivas:


os Aúras (em sânscrito: asuras; "senhores") e os daivas (em sânscrito: deivas; "deuses").

Zoroastro

Zoroastro viveu na Ásia Central, num território que compreendia o que é hoje a parte
oriental do Irã e a região ocidental do Afeganistão. Não existe um consenso em torno do
período em que viveu; os acadêmicos têm situado a sua vida entre 1750 e 1000 a.C. Sobre a
sua vida, existem poucos dados precisos, sendo as lacunas preenchidas por lendas.

De acordo com os relatos tradicionais zoroastrianos, Zoroastro viveu no século VI


a.C., pertencendo ao clã Spitama, sendo filho de Pourushaspa e de Dugdhova. Era o
sacerdote do culto dedicado a um determinado Aúra. Foi casado duas vezes e teve vários
filhos. Faleceu aos setenta e sete anos assassinado por um sacerdote.

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Aos trinta anos, enquanto participava num ritual de purificação num rio, Zaratustra
viu um ser de luz que se apresentou como sendo Vohu Manah ("Bom Pensamento") e que o
conduziu até à presença de Aúra-Masda (Deus) e de outros cinco seres luminosos, os
Amesha Spentas, sendo este o primeiro de uma série de encontros com Aúra-Masda, que lhe
revelou a sua mensagem.

As autoridades civis e religiosas opunham-se às doutrinas de Zoroastro. Após doze


anos de pregação, Zoroastro abandonou a sua região natal e fixou-se na corte do rei Vishtaspa
na Báctria (região que se encontra no atual Afeganistão). Este rei e sua esposa, a rainha
Hutosa, converteram-se à doutrina de Zoroastro e o zoroastrismo foi declarado como religião
oficial do reino.

O principal documento que nos permite conhecer a vida e o pensamento religioso de


Zoroastro são os Gatas, dezessete hinos compostos pelo próprio Zoroastro e que constituem
a parte mais importante do Avesta ou livro sagrado do zoroastrismo. A linguagem dos Gatas
assemelha-se à que é usada no Rigveda, o que situaria Zoroastro entre 1500-1200 a.C. e não
no século VI a.C. Vivia na Idade do Bronze, numa sociedade dominada por uma aristocracia
guerreira.

Para alguns investigadores, muito mais do que o fundador de uma nova religião,
Zoroastro foi antes um reformador das práticas religiosas indo-iranianas. Ele propôs uma
mudança no panteão dominante que ia no sentido do monoteísmo e do dualismo. Na
perspectiva de Zoroastro, os Aúras passam a ser vistos como seres que escolheram o bem, e
os daivas, como seres que escolheram o mal. Na Índia, o percurso seria inverso, com os
Aúras a representarem o mal, e os daevas a representarem o bem.

Zoroastro elevaria Aúra-Masda ("Senhor Sábio") ao estatuto de divindade suprema,


criadora do mundo e única digna de adoração.

Outro conceito religioso por ele apresentado foi o dos Amesha Spentas ("Imortais
Sagrados"), que podem ser descritos como emanações ou aspectos de Aúra-Masda. Nos
Gatas, os Amesha Spentas são apresentados de uma forma bastante abstrata; séculos depois,
eles serão transformados e elevados ao estatuto de divindades. Cada Amesha Spenta foi
associado a um aspecto da criação divina.

Os Amesha Spentas são:


• Vohu Manah ("Bom Pensamento"): os animais;
• Asha Vahishta ("Verdade Perfeita"): o fogo;
• Spenta Ameraiti - ("Devoção Benfeitora"): a terra;
• Khashathra Vairya - ("Governo Desejável"): o céu e os metais;
• Hauravatat ("Plenitude"): a água;
• Ameretat ("Imortalidade"): as plantas.

Os Gatas revelam também um pensamento dualista, sobretudo no plano ético,


entendido como uma livre escolha entre o bem e o mal. Posteriormente, o dualismo torna-se
cosmológico, entendido como uma batalha no mundo entre forças benignas e forças
maléficas.

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Atualmente, os zoroastrianos dividem-se entre o dualismo ético ou o dualismo


cosmológico, existindo também outros que aceitam os dois conceitos. Alguns acreditam que
Aúra-Masda tem um inimigo chamado Angra Mainyu (ou Ahriman), responsável pela
doença, pelos desastres naturais, pela morte e por tudo quanto é negativo. Angra Mainyu não
deve ser visto como um deus; ele é, antes, uma energia negativa que se opõe à energia
positiva de Aúra-Masda, tentando destruir tudo o que de bom foi feito por ele (a energia
positiva de Deus é chamada de Spenta Mainyu). No final, Angra Mainyu será destruído e o
bem triunfará. Outros zoroastrianos encaram o dualismo no plano interno de cada pessoa,
como a escolha que cada um deve fazer entre o bem e o mal, entre uma mentalidade
progressista e uma mentalidade retardatária.

Os zoroastrianos acreditam que Zoroastro é um profeta de Deus, mas não é alvo de


particular veneração. Eles acreditam que, através dos seus ensinamentos, os seres humanos
podem aproximar-se de Deus e da ordem natural marcada pelo bem e justiça (asha).

A época aqueménida

Entre a morte de Zaratustra e a ascensão do Império Aqueménida no século VI a.C.,


pouco se sabe sobre o zoroastrismo, a não ser que se difundiu por todo o planalto iraniano.

Em 549 a.C., Ciro II derrotou Astíages, rei dos Medos, e fundou o Império Persa, que
unia, sob o mesmo ceptro, os Medos e os Persas. A dinastia à qual pertencia, os
Aqueménidas, adotou o zoroastrismo como religião oficial do império, mas foi tolerante em
relação às religiões dos povos que nele viviam. Foi o rei Ciro II (dito "O Grande") que
libertou os Judeus do seu cativeiro e permitiu o regresso destes à Palestina. Provavelmente,
o primeiro rei persa que reconheceu oficialmente esta religião foi Dario I, como mostra uma
placa de ouro na qual o rei se proclama devoto de Aúra-Masda.

Dario teve que combater um usurpador chamado Gautama, que se fazia passar por
um filho de Ciro. Gautama ordenou a destruição de santuários pagãos que seriam restaurados
por Dario. Por causa deste comportamento, atribui-se, por vezes, a Gautama, a adopção do
zoroastrismo.

Os Medos possuíam uma casta ou tribo sacerdotal, conhecida como os Magi, que
adoptaram a religião de Zaratustra, não sem introduzir alterações na mensagem original e
incorporando antigas concepções religiosas. Os Magi seriam a classe sacerdotal dos três
grandes impérios persas. Casavam dentro do seu grupo e expunham os corpos dos mortos às
aves de rapina, duas práticas que viriam a ser adoptadas pelos zoroastrianos. Os sacerdotes
recuperam os antigos sacrifícios e o uso do haoma. Os Amesha Spentas, inicialmente
abstractos no pensamento de Zaratustra, foram personalizados e antigas divindades passaram
a ser adoradas. Entre essas divindades (yazatas), estavam o Sol, a Lua, Tishtrya (deus da
chuva), Vayu (o vento), Anaíta (deusa das águas) e Mitra.

Foram também erigidos grandes templos e altares de fogo ao ar livre. Artaxerxes II


(404–358 a.C.) chegou mesmo a ordenar a construção de templos em honra de Anaíta nas
principais cidades do império. Durante este período, foi também criado o calendário
zoroastriano e desenvolveu-se o conceito do Saoshyant, segundo o qual um descendente de
Zaratustra, nascido de uma virgem, viria para salvar o mundo.

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A época arsácida e sassânida

Com a conquista da Pérsia por Alexandre Magno, em 330 a.C., o zoroastrismo sofreu
um duro golpe, tendo a classe sacerdotal sido dizimada e muitos templos destruídos. O
incêndio da capital do império, Persépolis, provocaria o desaparecimento de textos da
religião conservados na biblioteca da cidade.

Durante o governo dos Selêucidas, o zoroastrismo foi respeitado e geraram-se


sincretismos entre este e a religião grega (por exemplo, ocorreu uma associação de Zeus a
Aúra-Masda). Mas um verdadeiro renascimento do zoroastrismo só começa durante a
dinastia dos Partos Arsácidas, no século III a.C. Nesta fase, foi compilado o Vendidade, uma
parte do Avesta que recolhe textos relacionados com medicina e rituais de pureza.

No período do Império Sassânida, o zoroastrismo foi completamente restaurado


graças à intervenção de Cartir e de Tansar. O zoroastrismo tornou-se a religião mais comum
entre as massas, sendo praticado numa vasta área que ia do Médio Oriente às portas da China.
Nesta época, assistiu-se à formação de uma verdadeira "Igreja" zoroastriana centrada na
Pérsia, foram banidas da prática religiosa as imagens, criou-se o alfabeto avéstico e novos
textos passam a integrar o Avesta, tais como o Criação Original e o Dencarde. Ao contrário
do período Aqueménida, este período ficou marcado pela intolerância em relação a outras
religiões, tendo sido promovidas perseguições aos judeus e cristãos. O clero zoroastriano
detinha um grande poder e assegurava que cada novo monarca fosse zoroastriano; pesados
tributos recaíam sobre a população como forma de sustentar a forma de vida do clero.

A chegada do islão
Apesar da conversão da Pérsia ao Islão após a conquista dos árabes no século VII, o
zoroastrismo sobreviveu em algumas comunidades persas, agrupadas nas cidades de Iázide
e Carmânia. Os muçulmanos consideraram os zoroastrianos como dimis (dhimmis), ou seja,
praticantes do monoteísmo (à semelhança dos judeus e dos cristãos), e, como tal, foram
sujeitos a pesados tributos cujo objectivo era estimular a conversão ao Islão.

No século X, um grupo de zoroastrianos deixou a Pérsia e fixou-se na Índia, na região


do Gujarate. Aqui, estabeleceram uma comunidade local que recebeu o nome de "Parsi"
("Persas" na língua gujarate) e que permanece naquele território até aos nossos dias. Esta
comunidade zoroastriana foi influenciada pelas tradições locais e as suas particularidades
levam a que se fale em "parsismo". Até 1477, os Parsis não mantiveram contacto com os
zoroastrianos que permaneceram no Irão. Nesse ano, restabeleceu-se o contacto sob a forma
de troca de correspondência que durou até 1768.

No século XIX, a conquista da Índia pelos britânicos levaria a um confronto entre os


valores tradicionais dos parses e os valores religiosos e culturais do Ocidente. John Wilson,
um missionário cristão da Escócia, atacou a religião dos Parses, alegando que o dualismo
presente era contrário ao verdadeiro espírito monoteísta. Martin Haug, um filólogo alemão
que viveu e ensinou em Puna durante a década de 60 do século XIX, concluiu que apenas os
Gatas eram as palavras originais do profeta Zaratustra. Estes acontecimentos propiciaram o
início de um movimento de reforma religiosa, que divide a comunidade zoroastriana entre

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aqueles que pretendem um regresso a concepções que entendem como mais puras e próximas
da mensagem inicial, rejeitando o excessivo ritualismo, e os tradicionalistas.

Doutrinas e crenças

Os masdeístas não representam seus deuses em esculturas e têm templos.

Deixou traços nas principais religiões mundiais como o judaísmo, cristianismo e


islamismo através das seguintes crenças:
• Imortalidade da alma
• Vinda de um Messias
• Ressurreição dos mortos
• Juízo final

A doutrina de Zaratustra foi espalhada oralmente e suas reformas não podem ser
entendidas fora de seu contexto social. O indivíduo pode receber recompensas divinas se
lutar contra o mal em seu cotidiano, como pode também ser punido após a morte caso escolha
o lado do mal. Os mortos são considerados impuros, então não são enterrados, pois
consideram a terra, o fogo e a água sagrados, eles os deixam em torres para serem devorados
por aves de rapina.

Textos religiosos
O principal texto religioso do zoroastrismo é o Avesta. Julga-se que a actual forma
do Avesta corresponde a apenas uma parte de Avesta original, que teria sido destruído em
resultado da invasão de Alexandre o Grande.

O Avesta divide-se em várias secções, das quais a principal é o Iasna ("Sacrifícios").


O Iasna inclui os Gatas, hinos que se julga terem sido compostos pelo próprio Zaratustra. O
Visperede é essencialmente um complemento do Iasna. O Vendidade é a secção que contém
as regras de pureza da religião, podendo ser comparado ao Levítico da Bíblia. Os Yashts são
hinos dedicados às divindades.

Para além do Avesta, existem os textos em palavi, escritos na sua maior parte no
século IX.

Escatologia individual
A escatologia individual do zoroastrismo afirma que, três dias após a morte, a alma
chega à Ponte Cinvat. A alma de cada pessoa percepciona, então, a materialização dos seus
actos (daena): uma alma que praticou boas acções vê uma bela virgem de quinze anos,
enquanto que a alma de uma pessoa má vê uma megera.

Cada alma será julgada pelos deuses Mithra, Sraosha e Rashnu. As almas boas
poderão atravessar a ponte, enquanto que as más serão lançadas para o inferno; as almas que
praticaram uma quantidade idêntica de boas e más ações são enviadas para o Hamestagan,
uma espécie de purgatório.

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As almas elevam-se ao céu através de três etapas: as estrelas, a Lua e o Sol, que
correspondem, respectivamente, aos bons pensamentos, boas palavras e boas ações. O
destino final é o Anagra Raosha, o reino das luzes infinitas.

Sacerdócio
Existem três graus de sacerdócio no zoroastrismo contemporâneo. O sacerdócio
tende a ser hereditário, embora não seja obrigatório que o filho de um sacerdote venha a
seguir a profissão do pai.

Os sacerdotes de grau inferior recebem o nome de ervad. Neste grau inicial, é preciso
conhecer de cor as escrituras do zoroastrismo, bem como a lei; desempenham apenas uma
função de assistente nas cerimónias mais importantes da religião. Acima de si, encontra-se
o mobed, e por sua vez, acima deste, o dastur, que é responsável pela administração de um
ou vários templos, por vezes comparado ao bispo do cristianismo.

Locais de culto
Templo de fogo na cidade iraniana de Yazd
Os templos religiosos do zoroastrismo, onde se desenrolam as cerimónias e se
celebram os festivais próprios da religião, são conhecidos como templos de fogo.

Estes edifícios possuem duas partes principais. A mais importante é a câmara onde
se conserva o fogo sagrado, que arde numa pira metálica colocada sobre uma plataforma de
pedra. Os sacerdotes zoroastrianos visitam o fogo cinco vezes por dia e procuram mantê-lo
aceso, fazendo oferendas de sândalo purificado. Recitam também orações perante o fogo
com a boca tapada por um tecido, de modo a não contaminarem o fogo. Este respeito pelo
fogo sagrado levou a que os zoroastrianos fossem chamados de "adoradores de fogo", o que
constitui um erro, na medida em que o fogo não é adorado em si, mas como um símbolo da
sabedoria e luz divina de Aúra-Masda. Os templos de fogo mais importantes do Irão e da
Índia mantêm uma chama de fogo sagrado a arder perpetuamente.

Rituais
O zoroastrismo não determina que os membros devam realizar um número
obrigatório de orações por dia. Os zoroastrianos podem decidir quando e onde desejam orar.
A maioria dos zoroastrianos reza várias vezes por dia, invocando a grandeza de Aúra-Masda.
As orações são feitas perante uma chama de fogo.

O Navjote (ou Sedreh-Pushi, como é conhecido entre os zoroastrianos do Irão) é uma


cerimónia de iniciação obrigatória destinada às crianças zoroastrianas que deve acontecer
entre os sete e os quinze anos de idade. É importante que a criança já conheça as principais
orações da religião.

Antes da cerimónia começar, a criança toma uma banho ritual de purificação


(Naahn). Durante a cerimónia, conduzida pelo mobed e na qual estão presentes familiares e
amigos, a criança recebe o sudreh (ou sedra, uma veste branca de algodão) e o kusti (um
cordão feito de lã) que ata na sua cintura. A partir deste momento, o zoroastriano deve usar
sempre o sudreh e o kusti.

O casamento zoroastriano implica dois momentos distintos. No primeiro, os noivos


e os seus padrinhos assinam o contrato de casamento. Segue-se a cerimónia propriamente

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dita durante a qual as mulheres da família colocam sobre a cabeça dos noivos um lenço;
simultaneamente, dois cones de açúcar são esfregados um contra o outro. O lenço é, então,
cosido, simbolizando a união do casal. As festas do casamento podem prolongar-se entre
três e sete dias.

Práticas funerárias
Uma torre do silêncio em ruínas
Os zoroastrianos acreditam que o corpo humano é puro e não algo que deva ser
rejeitado. Quando uma pessoa morre o seu espírito deixa o corpo num prazo de três dias e o
seu cadáver é impuro. Uma vez que a natureza é uma criação divina marcada pela pureza,
não se deve poluí-la com um cadáver.

Na prática, esta crença implicou que os cadáveres dos zoroastrianos não fossem
enterrados, mas colocados ao ar livre para serem devorados por aves de rapina, em estruturas
conhecidas como torres do silêncio (dakhma).

Após a morte, um cão é trazido perante o cadáver, num ritual que se repete seis vezes
por dia. No quarto onde se encontra o cadáver, arde uma pira de fogo ou velas durante três
dias. Durante este tempo, os vivos evitam o consumo de carne.

Os participantes no funeral vestem-se todos de branco, procurando-se evitar o contato


direto com o defunto. O cadáver (sem roupa) é, então, depositado numa torre do silêncio.
Depois de as aves terem consumido a carne, os ossos são deixados ao sol durante algum
tempo para secarem.

Por motivos vários (relacionados, por exemplo, com a diminuição da população de


aves de rapina ou com a ilegalidade desta tradição em alguns países), esta prática tem sido
abandonada por zoroastrianos residentes em países ocidentais e até mesmo no Irão e Índia,
optando-se pela cremação.

Festas
As comunidades zoroastrianas atuais regem-se por três calendários diferentes:
• Fasli (usado pelos Zoroastrianos iranianos e alguns Parses);
• Shahanshahi (usado pela maioria dos Parses); e
• Qadimi (este último, o menos utilizado de todos).

O que significa que as festas religiosas podem ser celebradas em diferentes dias;
nestes calendários, cada mês e cada dia do mês recebe o nome de um Amesha Spenta ou de
um Yazata. Os zoroastrianos celebram seis festivais ao longo do ano - os Gahambars - cujas
origens se encontram nas diferentes actividades agrícolas dos antigos povos do planalto
iraniano e nas estações do ano.

O Noruz é o Ano Novo Persa, celebrado no dia 21 de março no calendário Fasli (os
parses celebram o Noruz em meados de Agosto). Por volta deste dia, os zoroastrianos
colocam, nas suas casas, uma mesa com sete itens: um vaso com rebentos de lentilhas ou de
trigo, um pudim, vinagre, maçãs, alho, pó de sumagre, frutos da árvore jujube; outros
elementos que enfeitam a mesa são moedas, o Avesta, um espelho, flores e uma imagem de
Zaratustra. O Noruz é celebrado com o uso de roupas novas, com o consumo de pratos
especiais, com a troca de presentes e com a celebração de cerimônias religiosas. O fogo tem

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nele um significado especial. Seis dias depois do Noruz, os zoroastrianos festejam o


nascimento de Zaratustra.

O zoroastrismo hoje
A comunidade zoroastriana existente no mundo contemporâneo pode ser dividida em
dois grandes grupos: os Parses e os zoroastrianos iranianos. Em 2004, o número de
zoroastrianos no mundo foi estimado entre 145.000 e 210.000. O Censo indiano de 2001
contabilizou 69.601 zoroastrianos parsis.

Na Índia, os Parses são reconhecidos pelas suas contribuições à sociedade no domínio


económico, educativo e caritativo. Muitos vivem em Mumbai (Bombaim) e têm tendência
para praticar a endogamia, desencorajando o proselitismo religioso. Veem a sua fé como
étnica.

Em geral, os zoroastrianos iranianos mostram-se mais abertos a aceitar conversões.


Concentram-se nas cidades de Teerão, Iázide e Carmânia. Falam uma variante da língua
persa, o Dari (diferente do Dari falado no Afeganistão). Receberam o nome de gabars, termo
inicialmente com conotações pejorativas (no sentido de "infiel"), mas que perdeu muito da
sua carga negativa.

Uma diáspora zoroastriana pode ser encontrada em países como o Reino Unido,
Canadá (6.000 pessoas), Estados Unidos (11.000 pessoas) e Austrália (2.700 pessoas) e nos
países do Golfo Pérsico (2.200 pessoas).

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura declarou


o ano de 2003 como ano de celebração dos 3000 anos da religião e cultura zoroastriana,
numa iniciativa proposta pelo governo do Tajiquistão.

Em 2016, foi aberto em Suleimania, no Curdistão iraquiano, o primeiro templo para


praticantes do zoroastrismo no Iraque.

A principal diferença entre o Avesta e a Bíblia, no entanto, está no fato do primeiro


ser predominantemente formado por orações e poucas narrativas.

No Avesta, o Livro de Gathas é considerado um dos mais importantes, pois consiste


em 17 cânticos sagrados compostos pelo próprio Zoroastro.

Outra característica particular do zoroastrismo é a presença dos Amesha Spentas


(“Imortais Sagrados”), que representam manifestações espirituais de Ahura Mazda e
personificam elementos abstratos, como:

Entre outras características da doutrina de Zaratustra está a crença na imortalidade


da alma, a vinda de um Messias Salvador, a ressurreição dos mortos e do Juízo Final.

Várias destas características ajudaram a influenciar não apenas o cristianismo, mas


também outras religiões como o judaísmo, o maniqueísmo e o islamismo, por exemplo.

Aos homens cabia cultuar Ormuzd, já que era ele o criador, o deus da luz e do reino
espiritual. O culto a Ormuzd era necessário, já que Ariman havia criado uma série de feras,

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plantas e répteis venenosos. Os dois deuses viviam em constante conflito e a supremacia do


bem necessitava do apoio a Ormuzd.

Esses ensinamentos estariam compilados no livro Zend-Avest (ou Avesta), que teria
sido escrito por Zaratustra. Os ritos deveriam ocorrer em montanhas, onde deveriam ser
realizados sacrifícios e a adoração ao sol e ao fogo. Essa adoração ao deus da luz seria
conduzida por magos, os sacerdotes das cerimônias religiosas que conduziriam a entoação
de hinos e a manutenção do fogo aceso, como representação do poder de Ormuzd.

Em virtude de seus conhecimentos em astrologia e encantamentos, o termo mago


passou a ser orientado na definição a todos os mágicos e feiticeiros, perdendo na maioria dos
casos a definição sacerdotal que havia na concepção do zoroastrismo. Curiosamente os
sacerdotes zoroastristas eram chamados de magos, palavra que surge a partir do grego
magikos. A religião, todavia, não se baseia em tradições mágicas.

Existe uma lenda que diz que Zoroastro curou o cavalo de um governante, o qual
teria permitido que o profeta pregasse livremente no local em que governava, o nordeste da
Pérsia. Deste modo, Zoroastro conquistou milhares de seguidores e difundiu a sua crença.

Os magos (ou sacerdotes) do Oriente podiam ser seguidores de Zoroastro.


Os Magos do Oriente que visitaram menino Jesus poderiam ter ligações com a
religião de Zoroastro.

Os magos, como vocês devem saber, foram os três Reis Magos que vieram do Oriente
para trazer presentes para Jesus Cristo, o bebê na manjedoura. Eles foram os primeiros a
reconhecer Jesus como Rei dos Reis. Eles também inventaram a arte de dar presentes no
Natal.

No Evangelho segundo Mateus, sobre magos se diz: "Onde está aquele que é nascido
rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-Lo! "(Mateus
2:2). Quando a hora da revelação de Jesus se aproximava, os Magos, ciente de que a estrela
de Jesus tinha aparecido no céu, eles procuraram seguila, até que chegaram à cidade que foi
sede do Reino de Herodes. Quando eles tinham pesquisado, eles descobriram que ele estava
em Belém, na Judéia, onde a criança havia nascido.

Isso mostra que esses magos "do oriente", que "chegou a Jerusalém", podiam
conhecer a identidade de quem eles procuravam, a hora e o local de sua chegada. Dizem que
Deus usou o evento espetacular da estrela, que foi profetizado em seus livros, para conseguir
a sua atenção.

A informação dada em Mateus não é suficientemente detalhada para identificar


porque os sábios foram em busca do "Rei dos judeus" e a natureza da estrela. No entanto a
explicação mais razoável para os sábios dadas por muitos estudiosos indicam que eram
sacerdotes do Zoroastrismo. Além disso, o Dicionário Miriam Webster define os Magos
("sábios") como "uma casta de sacerdotes e sábios entre os antigos persas."

Zoroastro (viveu em cerca de 600 a.C.), proclamou uma religião de nobres ideais
morais com base no princípio "fazer o bem, e odiar o mal". Para ele havia somente um Deus
(Ahura Mazda), representado pelo fogo purificador. No Novo Testamento da Bíblia, há

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termos semelhantes simbólicos utilizados para a aceitação de Deus como com o fogo
(Mateus 3.11 - Lucas 3:16). A influência do Zoroastrismo também é rastreável certamente
em muitas outras religiões.

Nas profecias de Zoroastro se falam que eles estavam esperando um Futuro


"Salvador", alguém que nasceria de uma virgem. Uma notável profecia atribuída a Zoroastro
é essa:

"Vocês, meus filhos, serão primeiro homenageados pela manifestação de que a


pessoa divina que está a aparecer no mundo. Uma estrela irá adiante de você para conduzi-
lo para o local de seu nascimento, e quando você encontrá-lo, dará presentes a Ele e oblações
e sacrifícios, pois Ele é na verdade o seu Senhor e Rei eterno. "

Esta profecia podia certamente ter sido conhecida pelo autor do "Evangelho Árabe
da Infância". Neste documento, podemos ler: "... os magos vieram do Oriente a Jerusalém
como Zeraduscht [Zaratustra] previu". Essa profecia podia ser conhecida também pelo
escritor da História da Natividade do Evangelho de Mateus.

EF Burgess, em seu artigo intitulado ".S. Eliot's 'Journey of the Magi'", fala que o
motivo da Viagem dos Magos era por causa de uma profecia de centenas de anos antes.
Burgess assinala primeiro que os Magos não eram reis, mas sacerdotes: "Santo astrônomos
do Zoroastrismo que seguiram os sinais dos céus." A estrela que os Magos seguiram foi um
sinal profetizado 600 anos antes por Zoroastro. A profecia não somente descreveu a
ocorrência celeste, mas também especificamente nomeado Belém como o berço do novo
profeta. "

Segundo um manuscrito Laurentiano do século XIII conservado em Florença,


Zoroastro teria previsto que uma virgem daria à luz um filho que seria sacrificado pelos
judeus e depois subiria para o céu.

Como foi mencionado em outros lugares, era a religião de Zoroastro, que fez os
persas os primeiros povos mais civilizados do mundo conhecido. É mencionado no Antigo
Testamento, que no tempo de Ciro, as trezentas e sessenta divisões do Império Persa
estenderam da Índia e da China para o alcance mais distante do Iémen e Abissínia. Os
sacerdotes de Zoroastro, (também chamados de Magos ou "sábios" do Leste), foram também
mencionados no livro de Daniel - Daniel e seus amigos Sadraque, Mesaque e Nego, que
serviu como homens sábios e conselheiros na corte real de Babilônia, com Daniel no
comando de todos eles.

A história prefigurada dos Magos, é de que todos os gentios aceitem e recebam a


mensagem de Jesus, e que a salvação é oferecida a todos os povos, e não apenas os judeus.

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ALQUIMIA

A “Cruz da Serpente”, “Cruz de Flamel”, ou ainda


apenas “Flamel”, é um símbolo místico alquímico
descrito como uma cruz com uma cobra ou serpente
envolvida, bem como asas destacadas e uma coroa
acima delas.

Esse símbolo assemelha-se e compartilha origens


comuns com muitos outros símbolos antigos (com os
quais é às vezes confundido), como a “Haste de
Asclépio”, o antigo símbolo grego da medicina, o
"Caduceu", antigo símbolo grego relacionado ao deus
Hermes, e o “Nehushtan”, um símbolo hebreu que
significa a vitória sobre o diabo. Ele é também um dos símbolos atribuídos ao alquimista
francês Nicolas Flamel. A cruz aparece nas ilustrações de Flamel e muitos dizem simbolizar
a relação dele com a “Pedra Filosofal”, um artefato cheio de mistérios e que, segundo a
crença, levaria seu possuidor a ter uma vida muito longa.

Este símbolo aparece corriqueiramente no anime Fullmetal Alchemist. No universo


dessa obra, é possível encontrar algumas referências a símbolos reais, como o “Ouroboros”
e o próprio “Flamel”.

Em Fullmetal Alchemist aprendemos que:


A alquimia é uma ciência de compreensão, decomposição e recomposição da matéria.
Porém, não é uma técnica onipotente, pois não é possível criar algo do nada. Se você deseja
obter algo, é preciso pagar um preço equivalente, este é o princípio da alquimia, a chamada
lei da troca equivalente.

E isso está correto. Lavoisier, considerado o Pai da Química moderna diz em sua
“lei” sobre a conservação de massas: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se
transforma”. Ao mesmo tempo, a chamada “terceira lei de Newton” afirma que a toda ação
corresponde a uma reação de igual intensidade, mas que atua no sentido oposto. A força é
resultado da interação entre os corpos, ou seja, um corpo produz uma força e outro corpo
recebe essa força. Durante seus estudos, Isaac Newton percebeu que a toda ação (força ou
energia) corresponde a uma reação, ou seja, não é possível, segundo Newton e Lavoisier,
criar algo “do nada”, seja ela força (energia) ou matéria.

A alquimia, tanto em Fullmetal Alchemist, como na vida real, foi (e talvez ainda seja)
uma ciência que se mistura com o misticismo. Ela era praticada durante a Idade Média, e os
atuais químicos a consideram como “A Química da Idade Média”, ou ainda como “A
Precursora da Química Atual”. Seu principal objetivo era descobrir a Pedra Filosofal, uma
substância que seria capaz de transformar chumbo em ouro.

Não se engane, pois, muitas coisas que estão em desenhos animados, ou animes, são
de verdadeiras filosofias, assim mesmo como em Naruto. Não se esqueçam que por traz dos
desenhos estão pessoas verdadeiras, com seus ideais e ideias, e transcrevem e dão vida a suas

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filosofias. São na verdade uma boa aula de conhecimento a muitas coisas que não temos
acesso e que foram por muito tempo vedadas se falar publicamente.

Como em quase tudo que envolve misticismo, há muita subjetividade nas


representações, de modo que muitos estudiosos relatam que “transformar chumbo em ouro”
signifique conseguir transformar algo impuro, inacabado, imperfeito, em algo puro, pleno,
perfeito, infinito. Uma interpretação subjetiva pode levar a ideia de que os alquimistas
buscavam elevar a alma a uma plenitude superior, ou seja, elevá-la, de um estágio normal, a
um estágio de perfeição. Porém, há interpretações que levam a acreditar que os alquimistas
buscavam mesmo a transformação do chumbo (Pb) em ouro (Au), indicando que eles
buscavam apenas riqueza. Sinceramente, essa interpretação, embora explorada em algumas
obras de ficção, é, para mim, bem menos plausível.

Como consequência dessa busca incessante pela Pedra Filosofal, os alquimistas


acabaram por estudar e desenvolver técnicas consideradas bastante avançadas para a época,
como a técnica de destilação por exemplo.

No anime, a alquimia tem princípios bem semelhantes à realidade, inclusive quanto


a presença da Pedra Filosofal. As ideias básicas dessa alquimia constituem na manipulação
da matéria através da energia e a chamada “troca equivalente”. Essa manipulação também é
chamada de “transmutação” e é dividida em três passos básicos: compreensão,
decomposição e recomposição.

Como já disse, a Pedra Filosofal representa o principal objetivo dos alquimistas, já


que ela supostamente poderia prolongar a vida e/ou transformar metais em ouro. No anime,
ela também tem um grande valor, sendo a pedra o objetivo dos irmãos Elric para
conseguirem recuperar seus corpos, que foram perdidos (parcialmente, no caso de Edward)
enquanto realizavam uma transmutação humana. Com o desenrolar da trama, eles descobrem
que a Pedra só é conseguida através de um grande sacrifício.

Sem dúvida, o “Flamel” e o “Ouroboros” são os símbolos que mais aparecem no


anime Fullmetal Alchemist. O “Flamel” aparece atrás da capa de Edward, no ombro da
armadura de Alphonse e no corpo de Izumi, a professora dos dois. O símbolo do
“Ouroboros” é um símbolo representado por uma serpente ou um dragão que morde a própria
cauda, e está presente nos corpos dos Homúnculos, que são criaturas criadas através da
Alquimia, geralmente para suprir a falta de algum humano que veio a falecer. O nome
“ouroboros” vem do grego antigo: οὐρά (oura) que significa "cauda" e βόρος (boros), que
significa "devora", assim a palavra designa "aquele que devora a própria cauda”. Segundo
muitas crenças, as serpentes, representadas no Caduceu (aquele símbolo com serpentes
entrelaçadas em um bastão) e no Ouroboros (devorando a própria cauda), simbolizam a
“alma elevada”, “extasiada no nirvana”, “luminosamente entelequiada”, como consta no
livro “O Yoga Hiperbóreo” de Gustavo Brondino.

Já falamos anteriormente de Ouroboros em outra edição


https://projetoalquimia.wordpress.com/2012/04/07/o-poder-dos-simbolos-2/#ouroboros.
Acredito que este símbolo também pode significar o tempo, com seu princípio e fim. Algo
até mais complexo, onde o fim seria na verdade a ponta do início, dando origem assim a um
ciclo continuo de morte e vida, ou até mesmo da eternidade da alma.

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A Serpente: na “Cruz de Flamel”, o simbolismo alquímico da serpente tem total


relação com um mineral ou um metal frio e venenoso. A serpente da “Cruz de Flamel” é a
Satúrnia, assim mencionada por Flamel em suas escrituras.

Cruz: alquimicamente a cruz ou crucifixo pode simbolizar duas coisas: um cadinho


(vaso de material resistente ao fogo usado para fundir ou calcinar minérios e minerais) ou a
morte do composto. Misticamente, a cruz simboliza a existência física de um indivíduo,
como descreve o Rosa Cruz Raymund Lebell: Desenvolvemos a rosa da alma por meio da
cruz das existências físicas, até o ponto em que a rosa desabrocha plenamente e seu perfume
inunda o universo… Então é a Iluminação e o serviço consciente no Grande Projeto
Universal.

Na “Cruz de Flamel”, o crucifixo pode significar, simbolicamente, a falência de


determinado composto na reação alquímica, ou seja, a sua transformação no elemento
almejado.

Asas: o significado das asas na capa do Edward da série FullMetal Alchemist, pode
significar "o poder e liberdade concedidos pela alquimia", mas na “Cruz de Flamel”, as asas
têm um significado a mais. As asas simbolizam a força da transcendência e na “Cruz de
Flamel” podem simbolizar a alma.

Coroa: a coroa simboliza a conclusão próspera de uma operação alquímica. Também


significa a química da realeza ou a perfeição de um metal, as qualidades mais nobres e
superiores do ser humano e, ao mesmo tempo, aquilo que as transcende por constituir o
arquétipo das mesmas. No trajeto percorrido pelo alquimista em busca do conhecimento, ou
através de rito iniciático, as qualidades vão se desenvolvendo paulatinamente depois de um
longo processo de transmutação alquímica. Nesse processo, o aspirante alquimista vai
tomando gradualmente a consciência da sacralidade de sua existência, ou de sua realidade
no universo, até se identificar plenamente como parte de um todo, como parte deste
Universo. Essa identificação se visualiza muitas vezes como a “conquista” de um estado
espiritual (ou supra-individual), que é o que, efetivamente, “coroa” o alquimista com a
realização do dito processo, ou seja, “legítima-o”, o faz verdadeiro e certo, investindo a ele
uma autoridade que emana diretamente do próprio poder de Deus, o Rei Supremo, ou Rei
do Mundo.

O Símbolo do Flamel pode significar muito mais coisas, e sempre teremos nossas
próprias interpretações sobre ele. Cada um de nós temos o poder de buscar nas simbologias,
nosso refúgio. Isso faz parte da natureza humana. Façamos o uso deste e de outros símbolos
de maneira a nos encontrar. Isso é o que nos ajuda a viver uma vida guiada pelos nossos
anseios e pelos nossos valores.

Símbolos da Alquimia

Dentre os símbolos da alquimia, o ouro é, sem dúvida, o mais importante. Isso porque
o objetivo dessa arte antiga, que remonta à Europa Medieval, é transformar metal comum
em ouro.

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É essa transformação a “Grande Obra” da alquimia, um processo que faz analogia à


purificação espiritual. Ela representa a evolução do mundo material para o mundo espiritual.

Os alquimistas esforçam-se para que todos os metais se transformem em ouro, tal


como que todos os humanos sejam puros e alcancem o esclarecimento.

O ouro, sendo o mais perfeito dos metais, simboliza perfeição. Enquanto isso, o metal
comum representa o nível mais baixo a partir do qual tem início o processo de purificação.

Na China, o ouro era a essência dos céus e, por isso, representava o yang.

A fênix representa o produto final da transformação do metal comum em ouro.

Os Quatro Elementos

Os quatro elementos são representados por triângulos equiláteros, dois deles com a
ponta para cima e dois deles com a ponta para baixo.

Terra - associado ao cobre, representa a criação. O leão, outro símbolo presente na


alquimia, também representa este, que é o primeiro elemento.

Água - associado ao estanho, o segundo elemento representa a purificação. O peixe,


outro símbolo presente na alquimia, também representa a água.

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Ar - associado ao ferro, o terceiro elemento representa o sopro da vida. A águia, outro


símbolo presente na alquimia, também representa esse elemento.

Fogo - associado ao chumbo, o quarto elemento representa a transformação final. O


dragão, outro símbolo presente na alquimia, também o representa.

Sol e Lua

O Sol representa o ouro. O ponto no centro do círculo simboliza a conclusão da


Grande Obra.

A Lua representa a prata e a “Obra Menor”.

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Inicialmente os alquimistas utilizam símbolos astrológicos, tais como o Sol e a Lua,


bem como símbolos celestiais, como os anjos. Todavia, com medo da perseguição, os
alquimistas criaram os seus próprios símbolos.

A pedra filosofal era essencial para o processo de transformação do metal em ouro.

Ela, uma substância lendária, significa pureza e imortalidade. Seu símbolo é


composto pelo triângulo, que representa o sal, o enxofre e o mercúrio, bem como o quadrado,
que representa os quatro elementos.

O círculo, por sua vez, representa o conceito de unidade. Ao mesmo tempo,


ouroboros carrega o mesmo significado.

Caduceu

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O poder de transformar o impuro em puro é representado pelo caduceu,


especificamente o bastão, enquanto as asas representam o equilíbrio desse processo.

Por vezes o caduceu é associado ao símbolo da medicina, o que decorre do fato de a


alquimia combinar a sua prática também com essa área de conhecimento.

Selo de Salomão

Junção dos símbolos que representam o fogo e a água, o selo de Salomão simboliza
a união dos opostos e o resultado da transformação dos processos alquímicos

O Crucifixo da Serpente ou A Serpente Crucificada ou ainda, a Cruz de Nicolas


Flamel, embora seja mais antiga que o próprio Flamel, ao que me consta é um Selo-Chave,
que comporta um significado profundo de acesso aos Mistérios e à sabedoria.

Parece simbolizar, A Cruz: a união dos polos complementares: Feminino &


Masculino (Barra Horizontal & Barra Vertical unidos, cruzados), isto é, a Cruz está
relacionada à Sacralidade do Ato Sexual e/ou à Magia-Sexual, e também associada à coluna
vertebral e os Elementos da Natureza (Ar,Terra, Fogo, Água); e A Serpente: a confluência
da fusão dos polos complementares: Feminino & Masculino à condição análoga Deusa &
Deus, a partir da iluminação espiritual fálica, no processo de transformação alquímica.

Significado de outros símbolos no Alquimia

Entre os principais símbolos da alquimia são aqueles que representam os quatro


elementos que definiram os filósofos antigos: Terra, Água, Ar e Fogo. Relacionadas com os
quatro princípios vitais que são calor, frio, umidade e secura. Estes símbolos podem ser
encontrados na astrologia, como os sinais zodiacais também estão divididos entre estes
quatro elementos. Um triângulo representa o fogo (calor e secura), e um triângulo com uma
linha através do meio do ar (calor e umidade).

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O triângulo invertido representa a água (frio e úmido), e investiu com uma linha
através triângulo no meio simboliza a terra (frio e seco).

Estes quatro elementos cosmológicos, adicione os três símbolos que representam as


três bases que definiram Paracelso , o “Tria Prima”. Eles são Sulphur , representada por um
triângulo pendurado numa cruz e é o princípio vital, o espírito, o mercúrio, simbolizado por
um círculo do qual pendia uma cruz e prestes a ser reclinado uma lua, que também foi a alma
e consciência e, finalmente, sal , matéria ou corpo, representado por um círculo dividido em
duas partes iguais por uma linha.

Muitos símbolos alquímicos estabelecer uma relação entre os metais e os planetas,


uma vez que para a antiga existia uma profunda conexão entre a astrologia e alquimia. A lua
é simbolizada por uma lua crescente e corresponde a prata. O planeta Mercury ações símbolo
com mercúrio. Venus é um círculo do qual pende uma cruz, dizem que é um espelho, e as
ações símbolo com cobre. O sol e ouro são representadas por um círculo com um ponto no
centro. Mars e ferro são uma cruz em um círculo, Jupiter e estanho uma lua crescente ligado
a uma cruz e Saturn e levar uma cruz, da qual emerge uma lua crescente.

Nicolas Flamel

Pontoise, 1330 - Paris, 22 de março de 1418, foi um escrivão, copista e vendedor de


sucesso francês que ganhou fama de alquimista após seus supostos trabalhos de criação da
pedra filosofal. Casado com Dame Perenelle Flamel, segundo a lenda teria fabricado a pedra
filosofal, o elixir da longa vida e realizado a transmutação de metais em ouro por meio de
um livro misterioso. Em português também é referido como Nicolau Flamel.

Flamel foi trabalhar em Paris como escrivão. E em 1364 casou-se com Pernelle, que
era viúva. Conseguiu algum dinheiro com sua livraria e passou a dedicar-se ao estudo da
alquimia como um passatempo

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Nicolau e sua esposa eram católicos devotos. E, com o passar do tempo se tornaram
conhecidos pela riqueza e pela filantropia que realizavam, assim como as múltiplas
interpretações que davam à alquimia da época.

A Pedra Filosofal – Segundo a lenda, em torno de 1370, Flamel encontrou um antigo


livro que continha textos intercalados com desenhos enigmáticos, aparentando hieróglifos.
A história de sua vida poderia ser resumida na guarda deste livro, mesmo após muito estudá-
lo, Flamel não conseguiria entender do que se tratava. Ainda segundo esta história, ele teria
encontrado um sábio judeu em uma estrada em Santiago, na Espanha, que fez a tradução do
livro, que se tratava de cabala e alquimia, possuindo a fórmula para a pedra filosofal.

Flamel, a partir de 1380, começou a se dedicar à alquimia prática. Segundo conta-se,


conseguiu produzir ouro em torno de 1382 e depois finalmente a transmutação em ouro.
Cerca de dez anos mais tarde do início dos experimentos, começou a realizar um grande
número de obras de caridade como a construção de hospitais, igrejas, abrigos e cemitérios e
os decorar com pinturas e esculturas contendo símbolos alquímicos e muito ouro.

A lenda, no entanto, conta que, na realidade, ambos, Flamel e Perrenelle, não


morreram, e que em suas tumbas foram encontradas apenas suas roupas em lugar de seus
corpos, eles teriam vivido graças ao elixir da longa vida, ao qual, Flamel também teria
fabricado.

Flamel deixou um testamento escrito a seu sobrinho, em que revelava os segredos


que descobrira sobre a alquimia. O “Testamento de Nicholas Flamel” foi compilado na
França no final dos anos 1750 e publicado em Londres em 1806. O documento original foi
escrito de próprio punho por Nicholas Flamel em um alfabeto codificado e criptografado que
consistia em 96 letras. Um escrivão Parisiense chamado Father Pernetti o copiou e um
Senhor de Saint Marc pôde finalmente quebrar o código em 1758.

Foi citado na série de livros Harry Potter como tendo realmente conseguido produzir
a pedra filosofal e vivido 665 anos. Ele a teria destruído no final do primeiro livro da série,
“Harry Potter e a Pedra Filosofal”. Há menção também em O Código Da Vinci de Flamel
tendo sido um dos grão-mestres do Priorado de Sião. Foi citado também em “Os segredos
de o imortal Nícolas Flamel”. Best Sellers de Michael Scott.

Morte e Legado – Flamel morreu em 22 de março de 1418, com mais de 80 anos, e


sua casa foi saqueada por caçadores de tesouros e gente ávida por encontrar a pedra filosofal
ou receitas concretas para sua preparação.

A casa onde Flamel residiu com sua esposa ainda existe. Ela situa-se na rue de
Montmorency, no número 51, sendo a mais antiga casa de pedra da cidade. No andar térreo,
hoje encontra-se um restaurante.

Seu nome e o de sua mulher foram dados a ruas próximas do Museu do Louvre, em
Paris, em homenagem a eles.

ALEF-BET

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Há cerca de 3 mil idiomas, sem contar os dialetos, e mais de mil letras que formam
os alfabetos para esses idiomas. Somente um idioma e um
alfabeto é Divinamente criado, tendo as letras sido
formadas e moldadas pelo próprio D’us. Esse idioma é
Lashon HaCodesh, o hebraico bíblico, escrito da direita
para a esquerda.

D’us criou o Alef-Bet antes da criação do mundo. Sem


essas letras, os próprios Pronunciamentos com os quais
D’us formou o universo teriam sido impossíveis.

Além disso, Rabi Yisrael Baal Shem Tov explica o


versículo: “Tua palavra, ó D’us, para sempre está
estabelecida nos céus.” O ponto mais importante a entender é que D’us não apenas criou o
mundo uma vez. Suas palavras não apenas emergiram e então se evaporaram. Mas sim, D’us
continua a criar o mundo novamente a cada e todo instante. Suas palavras estão
constantemente estabelecidas nos céus. E o Alef-Bet é o alicerce desse contínuo processo de
criação.

Embora hajam 32 letras ilustradas na tabela abaixo, contamos apenas 22 letras


distintas. Dez das trinta e duas letras são derivados de letras e não são consideradas
totalmente distintas. Cinco delas são a forma final da letra – chaf, mem, nun, fê e tsadic
finais. Outras cinco são as “enfáticas”, degushá – bet, caf, pê, shin e tav, quando comparadas
a “suaves”, rafê – vet, chaf, fê, sin e sav.

As letras hebraicas possuem:


Desenho: a maneira específica pela qual cada letra é formada. Essa forma representa
a energia Divina dentro de cada letra.
Guematria: cada uma das letras do Alef-Bet representa um determinado número.
Significado: cada letra possui muitos significados, ex., a letra Alef significa chefe,
aprender, maravilhoso, e muito mais. Bet significa casa etc.
Necudot-Vogais: a maioria das letras tem uma vogal que nos diz como deve ser
pronunciada.
Coroas: algumas letras na Torá têm coroas – pequenas linhas no topo das letras
hebraicas.

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Teamim: cada palavra na Torá tem uma nota musica

O sistema de escrita hebraico, também conhecido como Alef-Beit, é o abjad utilizado


para a escrita em hebraico, que é uma língua semítica pertencente à família das línguas afro-
asiáticas, falada em Israel, foi criado por volta do século III a.C. Também é utilizado para
escrever o iídiche, língua germânica falada pelos judeus da Europa Oriental e Alemanha; e
o ladino, dialeto utilizado pelos judeus sefarditas. Assim como na escrita árabe, nesse
alfabeto, os textos são escritos no sentido anti-horário ou seja, da direita para a esquerda.

Na segunda metade do primeiro milênio da era atual, os escribas conhecidos como


massoretas (doutores da Torah) introduziram um sistema de sinais vocálicos, para facilitar
a leitura do texto consonantal em hebraico. A MASSORÁ era um conjunto de comentários
críticos e gramaticais (soletração, vocalização, divisão em orações e parágrafos etc.) A
palavra "Massorah" é uma palavra HEBRAICA que quer dizer "TRADIÇÃO

No hebraico antigo escrevia-se somente com consoantes, e As vogais eram somente


pronunciadas, isto é, as vogais eram transmitidas, através das gerações do povo judeu,
oralmente e não de forma escrita, visto que a escrita da língua hebraica possuía apenas as
consoantes. Os Massoretas foram os responsáveis pela adição de vogais no texto hebraico
moderno.

Os SINAIS MASSORETICOS pecaram em um aspecto, o da existência de


consoantes vocálicas, ou seja, algumas letras as vezes fazem o papel de vogais, sendo assim
deveria apenas trocar o sinal em hebraico pela letra sem o seu sinal massoretico. Outro erro
também foi utilizar o "J" na consoante vocálica Yod.

Em hebraico há cinco letras sofit (finais), ou seja, que são escritas de forma diferente
quando aparecem no final da palavra. Somente a escrita é alterada, enquanto o som continua
o mesmo: Chaf, Mem, Nun, Fe, Tsade.

Os Dez significados do Alef-Bet

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39

Cada uma das vinte e duas letras do alfabeto hebraico - "os blocos de construção da
Criação" - como são chamadas na antiga obra mística Sêfer Yetsirá.

1. Conceito: o princípio conceitual subjacente associado com a letra.


2. Significado: o significado literal do nome da letra.
3. Formato: a associação visual primária relacionada ao formato das letras.
4. Número: o valor numérico da letra segundo calculado pela Guematria.
Correspondências básicas nas três dimensões de:
5. Espaço: os elementos físicos, os corpos celestiais e os signos do zodíaco.
6. Tempo: as estações, os dias da semana e os meses do ano.
7. Alma: Os membros e órgãos do corpo humano, responsáveis por mediar
experiências relacionadas com o "eu".
Associados:
8. Qualidade, dom ou sentido: expressões inatas ou adquiridas de experiência vivida,
controlada pelos membros acima e órgãos da alma.
9. Arquétipo: figuras arquetípicas da história de Israel.
10. Canal: Os canais horizontais, verticais e diagonais conectando as Dez Sefirot.

Conceito Paradoxo, o selo Divino no ser humano


Significado Um boi; um milhar; ensinamento; um campeão
Formato Duas tendências polares (os yud superior e inferior) juntos por uma força
mediadora (o vav)
Número 1
Espaço A atmosfera entre o céu e a terra
Tempo A estação intermediária entre inverno e verão, quando a terra está
saciada de chuvas
Alma O torso superior, especialmente o peito e o sistema respiratório
Qualidade Grande compaixão
Arquétipo A manifestação definitiva da alma de Mashiach
Canal De chessed a guevurá

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40

Conceito O propósito da Criação: uma morada para D'us neste mundo inferior
Significado Casa
Formato Um cercado de três lados, aberto no lado esquerdo, "lado norte"
Número 2
Espaço Lua
Tempo Domingo
Alma Olho direito
Dom Sabedoria
Arquétipo Avraham
Canal De chochmá a chessed

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41

Conceito A busca de recompensa e punição no contexto do mundo físico


Significado Um camelo; uma ponte; desmame; benevolência
Formato Um corpo (o vav) caminhando (o yud ligado, como um pé)
Número 3
Espaço Marte
Tempo Segunda-feira
Alma Ouvido direito
Dom Riqueza
Arquétipo Yitschac
Canal De biná a guevurá

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42

Conceito A anulação do "eu" que acompanha qualquer mudança básica na


orientação existencial de alguém
Significado Uma porta; um homem pobre; extração
Formato Uma alma ereta (o vav vertical) ligada a sua Divina Fonte (o vav
horizontal pairando acima)
Número 4
Espaço Sol
Tempo Terça-feira.
Alma Narina direita
Dom Descendentes
Arquétipo Yaacov
Canal De keter a tiferet

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43

Conceito A capacidade de auto-expressão através do pensamento, palavra e ação


Significado Ser quebrado; pegar sementes; contemplar
Formato A "janela" tri-dimensional da consciência, composta de um eixo
horizontal e vertical (o dalet) com um ponto solto (o yud) aludindo à
coordenada de profundidade
Número 5
Espaço Cordeiro (Aries)
Tempo Nissan
Alma Pé direito
Sentido Fala
Arquétipo Yehudá
Canal De keter a chochmá

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44

Conceito O poder de conectar e correlacionar todos os elementos dentro da


Criação
Significado Um gancho
Formato Um pilar ereto
Número 6
Espaço Boi (Taurus)
Tempo Iyar
Alma Rim direito
Sentido Contemplação
Arquétipo Yissachar
Canal De keter a biná

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45

Conceito O poder de "or chozer" (luz Divina refletida rumo ao Alto pela Criação)
para ascender além de seu próprio ponto de origem
Significado Uma arma; uma coroa; uma espécie; nutrir
Formato Um vav com uma coroa
Número 7
Espaço Gêmeos (Gemini)
Tempo Sivan
Alma Pé esquerdo
Sentido Movimento
Arquétipo Zevulun
Canal De chochmá a guevurá

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46

Conceito A dialética de "ir e vir" entre a unidade absoluta de D'us e a aparente


pluralidade da Criação
Significado Medo; força da vida
Formato As forças opostas do vav e zayin ligadas no topo por um arco
Número 8
Espaço Caranguejo (Câncer)
Tempo Tamuz
Alma Mão direita
Sentido Visão
Arquétipo Reuven
Canal De chessed a tiferet

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47

Conceito A "inversão," ou ocultamento, da benevolência de D'us neste mundo


Significado Uma inclinação; um cajado; abaixo; uma cama
Formato Um recipiente com uma aba invertida: uma bolsa-d'água
Número 9
Espaço Leão (Leo)
Tempo Menachem Av
Alma Rim esquerdo
Sentido Audição
Arquétipo Shimon
Canal De chochmá a tiferet

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48

Conceito A concentração do infinito dentro do finito


Significado Uma mão; impulsionar
Formato Um ponto suspenso, com uma ponta projetando-se para cima e um
apêndice seguindo para baixo
Número 10
Espaço Virgem (Virgo)
Tempo Elul
Alma Mão esquerda
Qualidade Ação
Arquétipo Gad
Canal De tiferet a netsach

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49

Conceito A capacidade de alguém realizar seu potencial


Significado A palma da mão de alguém; uma nuvem; suprimir
Formato Um cercado de três lados com cantos redondos, assemelhando-se à
coroa de uma cabeça em perfil lateral. O caf final: A mesma figura, com
sua base caída em extensão vertical
Número 20
Espaço Vênus
Tempo Quarta-feira
Alma Olho esquerdo
Dom Vida (boa saúde)
Arquétipo Moshê
Canal De chessed a netsach

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50

Conceito A ânsia do coração para interiorizar o conhecimento


Significado Aprender, ensinar
Formato Um vav em formato de torre pousado sobre um caf
Número 30
Espaço Balanças (Libra)
Tempo Tishrei
Alma Vesícula biliar
Sentido Toque físico e intimidade
Arquétipo Efraim
Canal De hod a yessod

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51

Conceito O brotar da sabedoria na fonte do supraconsciente


Significado Água; uma mancha
Formato Um tanque, com uma ligeira abertura em seu canto inferior esquerdo. O
mem final: Um tanque completamente fechado
Número 40
Espaço Terra
Tempo Inverno
Alma Torso inferior, especificamente o abdômen
Qualidade Amor expressando-se como água
Arquétipo Mashiach ben David
Canal De netsach to hod

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52

Conceito A queda do altruísmo até a auto-conscientização


Significado Um peixe; reino; um herdeiro real
Formato Um ângulo oblíquo (o servo curvado) com uma coroa em seu topo. O
nun final: a mesma figura com sua base caída na extensão vertical
Número 50
Espaço Escorpião (Scorpio)
Tempo Cheshvan
Alma Intestinos
Sentido Olfato
Arquétipo Menashe
Canal De netsach a yessod

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53

Conceito A natureza cíclica da experiência, e a equanimidade que ela traz


Significado Apoiar; confiar; ordenação; forma de construção (em gramática)
Formato Um círculo completo ou anel
Número 60
Espaço Arco (Sagitário)
Tempo Kislev
Alma Estômago inferior
Qualidade Sono
Arquétipo Binyamin
Canal De tiferet a hod

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54

Conceito A constante vigilância de D'us sobre todo elemento da Criação


Significado Um olho; cor; uma fonte; carneiro (em aramaico)
Formato Um nun aberto à força (o servo humilde), com um vav (Fluxo Divino)
cunhado dentro
Número 70
Espaço Cabrito (Capricórnio)
Tempo Tevet
Alma Fígado
Qualidade Raiva
Arquétipo Dan
Canal De biná a tiferet

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55

Conceito Comunicação oral do conhecimento


Significado Uma boca; aqui
Formato Uma cabeça em perfil lateral, com a boca aberta e um dente superior
invertido. O pê final: a mesma figura, com sua base caída na extensão
vertical
Número 80
Espaço Mercúrio
Tempo Quinta-feira
Alma Ouvido esquerdo
Qualidade Autoridade
Arquétipo Aharon
Canal De guevurá a hod

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56

Conceito A fé dos justos


Significado Um justo; um lado; caçar; caos (em aramaico)
Formato Um yud (a vitalidade da sabedoria) cunhada na parte traseira superior de
um nun curvado (o humilde servo). O tsadic final: a mesma figura, com
sua base caída na extensão vertical
Número 90
Espaço Jarro (Aquárius)
Tempo Shevat
Alma Estômago superior
Sentido Paladar
Arquétipo Asher
Canal De guevurá a tiferet

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57

Conceito O paradoxo da santidade: a expropriação da força de vida Divina


transcendente pelo reino material
Significado Um macaco; cercar; tocar; força; o fundo de uma agulha (em aramaico)
Formato Um resh que paira (transcendência Divina) suspensa acima de um zayin
(centelhas caídas de santidade)
Número 100
Espaço Peixe (Pisces)
Tempo Adar
Alma Baço
Dom Risada
Arquétipo Naftali
Canal De biná a chessed

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58

Conceito A capacidade de iniciar o processo de retificar o "yesh" ("algo",


fisicalidade) da Criação
Significado Cabeça ou início; um homem pobre
Formato A parte de trás da cabeça em perfil lateral
Número 200
Espaço Saturno
Tempo Sexta-feira
Alma Narina esquerda
Dom Serenidade
Arquétipo Yossef
Canal De tiferet a yessod

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59

Conceito O mistério de como a bruxuleante inconstância de todas as coisas


emanam de uma Fonte eterna e invariável
Significado Um dente; um ano; mudança; escarlate; serenidade; dormir; ensinar;
dois; afiado; velho; vice-rei
Formato Três vav levantando-se simetricamente como chamas, de um único
ponto na base
Número 300
Espaço Céu
Tempo Verão
Alma Cabeça
Dom Amor expresso como o fogo
Arquétipo Mashiach ben Yossef
Canal De chochmá a biná

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60

Conceito A impressão de que a fé na onipresença de D'us faz sobre experiência


da realidade no supraconsciente da pessoa.
Significado Um sinal; uma impressão; um código; mais (em Aramaico)
Formato Um dalet fazendo uma impressão na coroa de um nun
Número 400
Espaço Júpiter
Tempo O Shabat
Alma Boca
Dom Graça
Arquétipo David
Canal De yessod a malchut

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BIBLIOGRAFIA ONLINE

http://templofilhosdooriente.blogspot.com/2012/11/os-orixas-suas-caracteristicas.html
https://www.somostodosum.com.br/clube/artigos/autoconhecimento/os-quatro-elementos-
20510.html
http://www.umbandadanatureza.com.br/OX002.HTML
https://www.veredadaluz.org.br/filosofia-sobre-os-orixas-e-seus-elementos/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Oxal%C3%A1
https://www.simbolos.net.br/simbolos-religiosos/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Zoroastrismo
https://www.significados.com.br/zoroastrismo/
https://brasilescola.uol.com.br/mitologia/zoroastrismo-religiao-dos-antigos-persas.htm
https://www.todamateria.com.br/zoroastrismo/
https://www.recantodasletras.com.br/natal/2096155
http://sosalquimia.blogspot.com/2014/07/cruz-de-flamel-marca-alquimica-simbolica.html
https://redeblast.com/post/flamel-alquimia-e-a-sua-relacao-com-fullmetal-alchemist
https://www.dicionariodesimbolos.com.br/simbolos-alquimia/
https://loja.acervochrome.com.br/nicolas-flamel-e-cruz-da-serpente/
https://www.dicasecuriosidades.net/2017/03/conheca-os-14-simbolos-usados-na.html
http://www.chabad.org.br/datas/shavuot/a%20tora/significados_seg.html
https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/3840145/jewish/O-Alef-Bet.htm

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