Você está na página 1de 2

Desafio: DNA recombinante

Andrielle Araújo Oliveira

A proposta do desafio é utilizar a tecnologia do DNA recombinante para avaliar o papel


de uma proteína específica na proteção contra o desenvolvimento de câncer em um
modelo de cultura de células de câncer de pulmão. Deve-se considerar que tal proteína é
expressa em células de pulmão sadias, mas é praticamente ausente nos tumores
pulmonares.

Apresento as seguintes propostas:

Pode ser feito vetor de expressão para expressar essa proteína em altas quantidades em
modelos de câncer de pulmão, e analisar o que acontece quando essa proteína é expressa
em altas quantidades. Faz-se um experimento com um modelo de câncer de pulmão sem
expressão da proteína e outro com expressão da proteína. Para isso, pode ser usada a
tecnologia do DNA recombinante modificando geneticamente as células da cultura.

Esse caso do modelo de câncer de pulmão em culturas de células, comparadas com


culturas normais de células de pulmão reflete mais a questão epigenética do que a
sequência gênica. Mesmo havendo o gene, ele é mais expresso em células sadias, e
quase ausente em células tumorais. Nesse caso, a abordagem pode ser de inserir nas
células fatores de transcrição, ou outras modificações epigenéticas capazes de desinibir
o gene de interesse para que seja expresso.

Outra maneira, como foi primeiramente mencionado, é modificar geneticamente as


células do modelo de câncer para que tenham mais cópias ativas do gene de interesse, e
assim expressem o gene em altas quantidades, por exemplo. Para isso, primeiramente o
gene que codifica para a proteína de interesse deve ser isolado, utilizando enzimas de
restrição. Depois, por meio da amplificação do DNA, gerar diversas cópias do gene. Isto
pode ser feito de diversas formas, incluindo a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR).
Em seguida, deve ser selecionado um vetor que seja mais adequado ao tipo celular, ao
tamanho do fragmento do gene de interesse, e à enzima de restrição utilizada. Um
exemplo para se usar nesse caso pode ser um vírus como o SV40, que é de células de
primatas, e adequado para trabalhar com células eucariotas, principalmente se forem
células humanas. Então será usado cDNA, ou seja, DNA complementar gerado a partir
do RNAm correspondente ao gene de interesse, para facilitar a questão do tamanho do
gene, retirando os íntrons (isso é particularmente interessante se o gene for usado para
transformar procariotos). Neste caso os cDNAs são inseridos nestes vetores em regiões
que promovam sua expressão, normalmente em promotores que possam ser regulados.
As células que foram transformadas com sucesso podem ser selecionadas por um
aparelho chamado FACS ("Fluorescent Assisted Cell Sorters").

De outra forma, se não for possível transformar geneticamente as células eucarióticas do


modelo de câncer de pulmão de forma direta, a proteína de interesse pode ser produzida
pela tecnologia do DNA recombinante em bactérias ou leveduras, através de vetores
plasmídeos ou cosmídeos, BACs, ou YACs ou outros. Depois da produção em larga
escala da proteína de interesse, ela pode ser injetada nas células tumorais como se fosse
um “medicamento” para que seja analisado seu suposto papel na proteção no câncer de
pulmão.

Você também pode gostar