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29/05/2020 Similarity Report

A EDUCAÇÃO BRASILEIRA E A PANDEMIA COVID19 Similarity Index


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REVES - Revista Relações Sociais, Vol. 02 N. 0Y (2019) https://periodicos.ufv.br/ojs/reves doi:

10.18540/revesvl2issYppAAAA-BBBB OPEN ACCESS – eISSN: 2595-4490 A EDUCAÇÃO BRASILEIRA E A PANDEMIA


COVID19: ALINHAVOS ENTRE O ENSINO REMOTO E A APRENDIZAGEM DOS ESTUDANTES THE BRAZILIAN

EDUCATION AND THE COVID19 PANDEMIC: REMOTE TEACHING AND STUDENT LEARNING Hercules Guimarães

Honorato1, 1

Escola Superior de Guerra, Departamento de Ensino, Brasil, e-mail: hghhhma@gmail.com 50

A R T I C L E I N F O Article history: Received 2018-12-20 Accepted 2018-12-20 Available online 2018-12-20

Palavras-chave: Aprendizagem. Educação a distância. Ensino 10

Remoto. Escolas fechadas. Pandemia COVID19. Keywords: Learning. Distance learning. Remote Teaching. School

closing. COVID-19 Pandemic.

RESUMO. O presente estudo tem por objetivo apresentar 27

as lições que estão surgindo como possíveis ações a serem empreendidas pelos gestores escolares, professores e
legisladores de políticas públicas durante o fechamento das escolas devido à Pandemia COVID-19. Os aspectos
abordados são do campo da educação, alinhavados com a educação a distância e no aprendizado do alunado nesse

período em questão. A abordagem foi qualitativa,

com pesquisas documental e bibliográ ca como técnicas exploratórias iniciais. 18

A coleta de dados foi via survey on-line, cujo link foi encaminhado às redes sociais deste autor na internet. O artigo está
estruturado em quatro seções principais: a primeira trata da metodologia; a seguinte apresenta o quadro teórico; a
terceira discute a educação e a pandemia; e a última seção apresenta as análises dos dados levantados. Ao nal, as

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seguintes lições foram destacadas, em especial: (i) os professores não estavam preparados para o ensino remoto; (ii)

democratizar o acesso à internet e conduzir orientações de aprendizado e aulas por meio do uso da televisão aberta,
telefone e rádio; (iii) incluir, no Projeto Político Pedagógico e nos currículos, alternativas de ensino, aprendizagem e
avaliação para um período escolar anormal; (iv) avaliar

as Diretrizes Curriculares Nacionais e os currículos de formação dos professores 25

com a inclusão de disciplinas obrigatórias ligadas a tecnologias educacionais; e (v) rever os marcos regulatórios da
EAD para sua utilização na educação básica. A passagem das atividades formais e presenciais para a virtual, infere-se
que trará diversas consequências, em especial deverá haver aumento nas desigualdades educacionais. ABSTRACT. The

present study presents lately lessons learned as how to issue public policies by school managers, professors, and

legislators to counter the COVID-19 pandemic. The targeted aspects are education eld focused, inherently connected
with distance learning during this period. The approach is qualitative having documental and bibliographic research as
initial exploratory techniques. The data collection was through an on-line survey divulged by social networks. The paper

is structured in four main sections: the rst about methodology, the second covering the 57

surrounding introductory picture, the third discussing education and its relation with the pandemic, and the last section
presenting the analysis on the collected data. At last, the following main lessons are outlined: (i) professors were not
ready for the distance teaching; the importance of (ii) democratizing the access to the internet, and performing learning
through open television, telephone and radio; (iii) including on the curriculum and politic-pedagogic project teaching,

learning and evaluation alternatives for an abnormal school period; (iv) properly evaluating the Nacional Curriculum
Directives and including education techniques disciplines on the teacher training curricula; and (v) reviewing the
regulatory policies on distance learning for basic education. The transition from formal and face-to-face activities to the
virtual one implies several consequences, in particular, there should be an increase in educational inequalities. 1.
Introdução

Contar-se-ia para sempre que um homem fora condenado a meditar no fundo de um poço durante 16
sete sóis e sete luas e que, apavorado com o escuro, se amigou do próprio medo. Sentindo-lhe
carinho.

(Valter Hugo Mãe, “Homens imprudentemente poéticos”) Estamos imersos em um mundo globalizado, onde um fato
expressivo, de qualquer natureza, que aconteça em um determinado ponto do espaço terrestre, é replicado,
imediatamente, para todo o restante do planeta, tanto para o bem, mas em maior grau, para o mal. Vivemos uma
pandemia de um vírus que surgiu numa cidade da China e, rapidamente, atravessou fronteiras e espaços, atingindo
mentes e medos, o chamado COVID-191. A circulação de pessoas parou compulsoriamente e estamos fazendo um

“distanciamento social”2. As instituições de ensino não poderiam car excluídas, pararam por um período
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indeterminado, pois ainda não sabemos o que vai acontecer nos próximos dias e meses. Não temos ideia e nem a
noção de quando essa tempestade vai passar, principalmente porque, segundo dados do Ministério da Saúde brasileiro,
ainda não atingimos o ápice da pandemia, em um cenário positivo, a situação ocorrerá em meados de maio. As notícias
são assustadoras, o pânico arrolado com o medo de uma contaminação iminente é uma constante. Não existe notícia
boa, apenas número de mortos e contaminados, nunca de curados do COVID-19. Segundo o placar funesto, o número

de mortos, contaminados e recuperados continua a crescer. Com essa manutenção de um discurso negativo nas redes
de divulgação de notícias associada a uma crise sanitária, comparável as situações de guerra, este autor se viu em
palpitações mentais do que poderia fazer nesse momento e concluiu: estamos na conjuntura atual sem vida própria. A
primeira providência foi deixar de assistir as notícias fúnebres dos telejornais, procurar ver o copo meio cheio. A partir
desse ponto, a transformação das informações que surrupiavam um dia normal de sol de outono no Rio de Janeiro,
foram transformada em conhecimento nas leituras e estudos que estivessem sendo divulgados no mundo acadêmico

no campo da educação, sobrevoando a atual pandemia, e começar a escrever, fazer pesquisa e apresentar os
resultados às discussões. Segundo

a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) 3, com mais 15
de

1,5 bilhão de estudantes afetados pela pandemia em todo 1

COVID signi ca COrona VIrus Disease (Doença do Coronavírus), enquanto “19” se refere a 41
2019.

2 Distanciamento social tem como objetivo reduzir as interações entre pessoas em uma comunidade mais ampla, na
qual os indivíduos podem ser infecciosos, mas ainda não foram identi cados e, por- tanto, ainda não estão isolados.

Disponível em: https ://www. covidveri cado .com.br/ post/medidas- de- 7


con namento. Acesso em:

28

abr. 2020. 3 Disponível em: https:// pt.unesco .org/ 78

news/unesco-reune-organizacoes-internacionais-sociedade- civil-e-parceiros-do-setor-privado-em-uma. Acesso em: 28


abr. 2020. o mundo, a educação enfrenta uma crise sem precedentes, representando 87% da população mundial de
estudantes. Audrey Azoulay, sua diretora-geral no Brasil, assevera que “Nós nunca antes havíamos testemunhado a

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interrupção educacional em uma escala como esta”. O que de imediato poderemos a ançar, quando foram
determinadas o fechamento das escolas em um período de ano letivo, é que não estávamos preparados para tal
situação, pois não havia ações efetivas e de imediata execução

para a continuação do processo de ensino e aprendizagem, sem escolas e 61

nesse novo contexto, com certeza uma disruptura muito sentida. Conforme descrito na epígrafe desta introdução,
fomos todos condenados a meditar no fundo de uma pandemia de escolas fechadas. Surge então a primeira pergunta:
Como devemos continuar a aprendizagem dos nossos alunos? A primeira resposta que surge e a mais fácil de se
declarar, mas não de se executar, é via a educação a distância (EAD). Desde o nal do século passado, assistimos à
expansão da modalidade de EAD e

suas relações com as Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação 25

(TDIC). Alguns autores vêm tratando desse tema, muitas vezes, de forma reducionista, como uma simples revolução
tecnológica, em que as TDIC são protagonistas exclusivas.

O Brasil é um país de dimensões continentais, com altos índices de exclusão, desigualdades 5


sociais e educacionais e profundas disparidades regionais, em que “o desenvolvimento
econômico e social tem-se dado combinando ilhas de riqueza cercado por oceanos de pobreza” (CUNHA;
CUNHA, 2008, p.23). O

fechamento das escolas, retirando o estudante, mesmo que seja momentaneamente, de um ambiente de construção
social, de convívio com os demais colegas, que busca um ensino de qualidade, provendo também a sua alimentação,
requer uma avaliação da aprendizagem nas ações e soluções que foram e estão sendo apresentadas como possíveis
de serem implementadas. Nesse contexto sem precedentes, é importante re etir sobre como enfrentar o processo
educacional e como conciliá-lo com as demais áreas da vida impactadas pela emergência. Acredita-se, assim, que
todas as crianças deveriam saber ler aos 10 anos. A leitura é uma porta de entrada para o aprendizado à medida que a
criança progride na escola (BANCO MUNDIAL, 2019). E embora seja possível aprender mais tarde durante o caminhar
por sua vida com esforço su ciente, as crianças que não leem aos 10 anos, geralmente não conseguem dominar a
leitura em sua carreira escolar, prejudicando, de sobremaneira, o seu futuro.

O presente estudo, portanto, tem como objetivo principal apresentar as lições que 58

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estão surgindo como possíveis ações a serem empreendidas pelos gestores escolares, professores e legisladores de
políticas públicas educacionais no que tange ao maior desa o que o mundo está vivenciando desde a 2º Guerra
Mundial. Este estudo não entra nos aspectos ligados à emergência sanitária que vivemos, nem sobre o aspecto político
e econômico da temática de um mundo pós-pandemia. Os aspectos abordados são do campo da educação, 3
alinhavados com a educação a distância e no aprendizado do alunado nesse período em questão. O

artigo está estruturado em quatro seções principais, além da Introdução e das 15


Considerações Finais. A primeira

seção trata da metodologia empregada na pesquisa. A seção seguinte apresenta o quadro teórico construído, com
especial atenção aos artigos publicados sobre as ações de políticas públicas e educação a distância desenvolvidas na
China. A terceira parte discute propriamente dita a educação e a pandemia, dividindo em duas subseções, uma que
trata dos aspectos veri cados no mundo e outra especí ca do Brasil. A última seção apresenta as análises dos dados
que foram levantados na enquete. Assim contextualizado, a seguinte questão de pesquisa norteou este trabalho: Que
lições poderiam ser apreendidas pelos envolvidos com a aprendizagem discente após a reabertura das escolas? 2.
Metodologia

A abordagem metodológica de investigação adotada nesta pesquisa foi qualitativa, que segundo 5
Alves-Mazzoti e Gewandsnajder (1999, p.163) é

“caracteristicamente multimetodológica, isto é, usam uma grande variedade de procedimentos e instrumentos de


coleta de dados”. Um ponto a ser destacado é que toda e qualquer

pesquisa é interpretativa, guiada por um conjunto de crenças e de sentimentos em relação ao 22


mundo e ao modo como ele deveria ser compreendido e mesmo estudado. O

caminhar deste estudo contou ainda com pesquisas documental e bibliográ ca como técnicas 18

exploratórias iniciais, onde se buscou estabelecer relações sobre a educação e

a pandemia COVID-19, com um levantamento de artigos em sítios acadêmicos na internet, que trouxessem a luz sobre
o que está sendo apresentado como soluções institucionais e políticas educacionais durante o fechamento das
escolas e a continuidade do ensino e aprendizagem dos estudantes. Foi construído,

como instrumento de coleta de dados, um pequeno questionário, chamado de enquete, e 60

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disponibilizado via google forms na internet. Visto que acreditamos

que o conhecimento é uma construção coletiva, e no caso em 27

especial com o que as famílias estão vivenciando com os seus estudantes, de qualquer nível socioeconômico, durante
o período em estudo. Foram utilizadas em primeiro lugar para distribuição do link da enquete4 as redes sociais deste
autor, como o Facebook, o Linkedin e o WhatsApp. Na iminência de obtermos respostas também de pessoas que não

utilizam as redes sociais com frequência, foram impressas e encaminhadas diversas enquetes para possíveis
respondentes, além do envio da enquete via e-mail, nas extensões .doc e .pdf. O início da divulgação da enquete 4

Disponível em: https://forms.gle/Hb3Efw65yj8QcJK38. Acesso em: 03 maio 2020. ocorreu no dia 23 de abril e
nalizado em 02 de maio. De

posse dos resultados dos questionários, efetuou-se uma análise do material gerado, com base nos 5
eixos considerados – pandemia COVID-19, educação, estudante, aprendizagem e

EAD ou ensino remoto. 3. Referencial Teórico A montagem de uma quadro teórico para um tema tão atual e conjuntural,

teve que ser limitado a uma data de nalização da juntada dos dados e bibliogra a, somado ainda ao “placar funesto”,
ou seja, um número que a cada dia não para de subir do número de mortos e de contaminados. O dia do início da

elaboração deste estudo foi o dia 28 de abril, por comemorarmos um dia especial, o Dia Mundial da Educação. Assim,
como o que estamos vivenciando em matéria de crise sanitária teve sua origem na China, o nosso referencial também

caminhou assim, com dois artigos de autores chineses complementados por duas notícias de jornais. Os artigos são
de

Wunong Zhang, Yuxin Wang, Lili Yang e Chuanyi Wang 72

cujo título é “Suspending Classes Without Stopping Learning: China’s Education Emergency Management Policy in the
COVID-19 Outbreak”; e Longjun Zhou, Fangmei Li, Shanshan Wu, Ming Zhou , intitulado: “’School’s Out, But Class’s On’,

The Largest Online Education in the World Today: Taking China’s Practical Exploration During The COVID-19 Epidemic
Prevention and Control as An Example”. As duas notícias em tradução livre são: “Não deixe uma pessoa para trás! 9.262

estudantes pobres em Guangdong receberam aulas online em tablet5” e “O

que pode ser feito para aliviar o problema 73

de ‘estudantes pobres que não podem fazer cursos online’6? Como estamos também na “quarentena das lives”, a

nossa investigação caminhou por diversas entrevistas e reportagens em tempo real, mas uma teve um caráter todo

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especial. Este autor pode participar de uma transmissão ao vivo com professores e gestores do Chile, com a

moderação do professor Fernando M. Reimers, um dos autores do e-book “Un marco para guiar una respuesta
educativa a la Pandemia del 2020 del COVID-19”, que tem como objetivo principal o de apoiar as tomadas de decisões

no campo da educação no desenvolvimento e aplicação de respostas educativas efetivas ante a Pandemia COVID-19.
Na live em si, diversos pontos foram discutidos com grande similaridade ao vivenciado no Brasil. Outro importante

documento foi obtido por intermédio da amiga e professora Marcela 5不让一人掉队!广东9262名贫困学生收到平板电.


Disponível em:

http://news.southcn.com/nfplus/gdjytt/content/2020-03/02/content_190475992.htm. 24

Acesso em: 28 abr. 2020. Tradução livre. 6拿什么纾解“贫困 法上 课”难题?. Disponível em:
https://toutiao.china.com/t_6LSr5Zuw55Sf5peg5rOV5LiK572R6K--.html. Acesso em: 28 abr. 2020. Tradução livre.

Duarte Herrera, da Universidad del Valle, da cidade de Cali, Colômbia, sobre o desenvolvimento das políticas públicas
educacionais emanadas pelo seu Ministério da Educação e de caráter geral. O documento, denominado “Sector

Educativo al Servicio de la vida: juntos para Existir, Convivir y Aprender” (COLÔMBIA, 2020). Um documento bem
completo e detalhado que traça orientações aos diretores e professores para a prestação do serviço educacional em

casa durante a emergência sanitária. Continuando pela quarentena das lives, este autor assistiu e participou de uma

videoconferência do amigo e professor Carlos Bravo Reyes,

da Universidade Autônoma Gabriel René Moreno, da cidade de Santa Cruz de La Sierra, Bolívia. 38

A apresentação foi organizada pela Universidade do Panamá, cujo título era: “Encuentro de Educatión Virtual para
Latinoamerica em tempos del COVID-19”. O professor Carlos tratou do tema da “Microaprendizaje mediante el trabajo

em redes sociales – el caso de facebook y WhatsApp”. Um comentário interessante apresentado foi que no último ano
da licenciatura em educação, os estudantes tem uma disciplina denominada “Tecnología educativa”, assim foi-nos

disponibilizado o “Rediseño de la Licenciatura em Ciências de La Educación” (UNIVERSIDAD, 2016), ou seja o currículo

de

formação em Ciências da Educação, e que é discutida em seção posterior. Com 66

o advento de um tema bem atual e que

os estudos no campo da educação estão começando a 10

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aparecer, um autor foi cooptado a responder as perguntas que surgiram durante a leitura da bibliogra a levantada. Com
o Professor Daniel Mill (2020), da Universidade de São Carlos, dialogamos sobre as questões

no campo da Educação a Distância e sua possibilidade para os 68

estudantes da Educação Básica. Na pesquisa documental realizada foram selecionadas para este estudo os seguintes

documentos: 1)

Constituição Federal (BRASIL, 1988), Lei de Diretrizes e Bases da Educação Na- cional 31
(BRASIL, 1996) e Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2014);

2)

Medida Provisória nº 934, de 1º de abril de 2020, que estabelece normas excepci- onais 9
sobre o ano letivo da educação básica e do ensino superior decorrentes das medidas para

enfrentamento da situação de emergência de saúde pública de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de

2020; 3) Decreto nº 9.057, de 25 de maio de

2017, que regulamenta o art. 80 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece 21
as diretrizes e bases da educação nacio- nal. O art. 80 da

LDB trata da Educação a Distância; 4)

Portaria no 3457, de 19 de março de 2020, do Ministério da Educação que dispõe sobre a 23


substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais enquanto durar a

7 Esta portaria substititui a Portaria no 343, de 17 de março de 2020, sobre o mesmo tema.

situação de pandemia do Novo Coronavírus - COVID-19; 13

5)

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Resolução CNE/ CP no 1, de 15 de maio de 2006, que instituiu as Diretrizes Curri- culares


Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura; 6) Parecer CNE/CP no 5, 11

de 28 de

abril de 2020, sobre a Reorganização do Ca- lendário Escolar e da possibilidade de cômputo de 8


atividades não presenciais para ns de cumprimento da carga horária mínima anual, em razão da

Pandemia da COVID-19;

7)

Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC) 53

- Declaração pela Aprendizagem em Tempo de pandemia; e 8) Os currículos

da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) nas licenciaturas de Pedagogia, História, 48


Português, Matemática e

Ciências Biológicas. Durante a leitura do material teórico levantado, este autor elaborou uma nuvem de palavras que,

em sua essência estruturante, são importantes na compreensão do objeto deste estudo. As palavras-chave, em ordem
alfabética, são: alunos, aprendizagem signi cativa, aprendizagem da pobreza, Base Nacional Comum Curricular

(BNCC), currículo, desigualdade social, didática, Educação, Educação a Distância (EAD), ensino remoto, escolas
e cazes, estudantes, gestão democrática e participativa, interdisciplinaridade, metodologias ativas, professor, redes

sociais, relação professor-aluno e sala de aula. 4. A Educação e a Pandemia COVID-19 Nesta seção apresentaremos o
que está ocorrendo no restante do planeta, quando temos o distanciamento social com as escolas compulsoriamente

fechadas, impactando cerca de 87% da população estudantil do mundo, em um total de 182 países. Segundo a

UNESCO8, como informação de caráter geral, apenas os seguintes países mantinham as escolas abertas até o
momento: Belarus, Turquemenistão, Tajiquistão, Burundi e Nicarágua. 4.1 Aspectos veri cados no mundo Nas seções a

seguir, procuramos apresentar o que foi estabelecido em relação às ações de políticas públicas no mundo, sendo que a
China, foco inicial do COVID-19, ganhou uma amplitude maior em virtude de ser também, como o Brasil, um país de

enormes desigualdades sociais e dimensões continentais. Além disso, partiu-se de Reimers e Schleicher (2020), que
estudaram, entre os dias 18 a 27 de março, 98 países diferentes identi cando as necessidades educacionais mais

importantes e os desa os que vários sistemas educacionais enfrentam ao contar com a educação on-line como uma
modalidade alternativa de ensino. 4.1.1 República Popular da China 8

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Disponível em: https://pt. unesco .org/ covid19/educationresponse. Acesso em: 29 27

abr. 2020. A China possui o maior sistema educacional do mundo. Com quase 260 milhões de estudantes e mais de 15

milhões de professores em cerca de 514.000 escolas (NATIONAL BUREAU OF STATISTICS OF CHINA, 2014 apud OCDE,
2016, p.9). A responsabilidade principal pela educação é dos condados, que gerenciam e oferecem ensino primário e

secundário, enquanto o ensino superior ca sob a jurisdição das autoridades provinciais. Na China, os estudantes
devem completar nove anos de escolaridade obrigatória. A educação primária começa aos seis anos para a maioria

das crianças. Seguem-se três a quatro anos de ensino médio. Depois de concluir o ensino obrigatório, os alunos podem

optar por continuar com o ensino médio. Em relação ao fechamento das escolas e universidades ocorrido em 04 de
fevereiro,

o governo chinês, por intermédio do seu Ministério da Educação, 71

estabeleceu a política pública emergencial “Suspensão das aulas sem interromper o aprendizado”9 (tradução livre). A

política consiste em combater a propagação da epidemia, suspendendo o ensino nas escolas e voltando-se para a
educação on-line (ZHANG et al., 2020). Uma situação apresentada pelas autoras foi se a educação on-line poderia

substituir adequadamente a educação tradicional. Na implementação dessa política, segundo essas autoras, foram

realizados cinco movimentos: (i) integrar recursos e planejamento nacionais, com a manutenção de plataformas de
serviço público e redes escolares em diferentes níveis; (ii) capacitação dos professores, fornecendo treinamento on-

line; (iii) permitir que as autoridades e escolas locais realizem o ensino on-line de acordo com as suas condições; (iv)
formular diretrizes para a preparação de uma transição suave de volta à educação tradicional após a pandemia; e (v)

Elaborar um plano para reabertura da escola após a pandemia (ZHANG et al., 2020, grifos nosso). Interessante ponto a
destacar foi que os professores foram aconselhados a utilização de recursos de ensino on-line em plataformas

abertas,, como os “Massive Open On-line Course” (MOOC), que na China são conhecidos como “Cursos Abertos Online
da Elite Nacional10” (tradução livre). Veri caram-se di culdades na implantação dessa política, como: (i) o ensino on-

line é limitado pela infraestrutura; (ii) a proporção e a e ciência do uso de recursos de ensino on-line ainda são bastante
baixas; (iii) dependência da capacidade e experiência dos professores; (iv) professores e alunos enfrentam problemas

de estudarem em casa (ZHANG et al., 2020, grifo nosso). Um questão exposta por Zhou e outros (2020, p.503, grifo

nosso, tradução livre) é que “precisamos melhorar ainda mais a construção de plataformas de aprendizado on-line de
escolas de ensino fundamental e médio, enriquecer continuamente os 9 Suspending Classes without Stopping Leaning

10 The National Elite Online Open Courses (ZHANG et al., 2020, p.3). recursos de aprendizado e impedir que as salas de
aula normais sejam copiadas [...]”.

Para atender os alunos da zona rural e montanhosa, o 64

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governo chinês normatizou em primeiro lugar a utilização geral dos recursos de televisão e rede para a obtenção de
vantagens complementares e compartilhamento de recursos de cobertura mais abrangente (ZHOU et al., 2020). Os

9.262 estudantes pobres do ensino médio da província de Guangdong, localizada na parte continental da China do Sul,
receberam computadores tabletes para garantir o seu progresso na educação on-line. Foi estipulado que nenhum aluno

caria para trás, inclusive por meio de métodos de ensino de áudio, como telefone e rádio, “[...] devemos prestar
atenção aos alunos com di culdades nanceiras em casa e garantir que ninguém seja deixado para trás.”11 O jornal

internacional Toutiao, que apresenta diversas notícias da China, no dia 04 de março de 2020, apresentou uma matéria

cujo título em tradução livre é “O que pode ser feito para aliviar o problema de ‘estudantes pobres não podem fazer
cursos on-line?’”. A reportagem em sua introdução, informa-nos que um condado do oeste da China disse a repórteres

que, após investigação, havia mais de 2.000 estudantes que não puderam ter aulas on-line por motivos como falta de
smartphone, computador e internet. O autor da matéria foi enfático: “Os alunos pobres não podem participar de cursos

on-line, o que merece nossa consideração”12. O relatório do 19º Congresso Nacional do Partido Comunista da China13
apontou que, para promover o desenvolvimento da integração da educação urbana e rural obrigatória, é necessário

permitir que

todas as crianças desfrutem de uma educação justa e de qualidade. 33

Hoje, estamos cada vez mais conscientes de que a educação é a chave para adquirir conhecimento e promover um
ponto de partida justo. "Internet + educação" pode permitir que crianças em áreas pobres ouçam as palestras de bons

professores, expandam seus horizontes e aumentem suas ideias. Só alterando o atraso de algumas infraestruturas de

informação rurais e a di culdade de acesso é que as “crianças pobres podem mudar o seu destino através da educação

e alcançar uma vida melhor”14. Segundo Zhang et al. (2020), as seguintes lições futuras poderão ser vislumbradas 11
要关注家庭经济困难学生,确保不让一个学生掉队。Disponível em:

http://news.southcn.com/nfplus/gdjytt/content/2020-03/02/content_190475992.htm. 24

Acesso em: 28 abr. 2020. Tradução livre. 12贫困 上不了 课,值得我们进 步思虑. Disponível em:
https://toutiao.china.com/t_6LSr5Zuw55Sf5peg5rOV5LiK572R6K--.html. Acesso em: 28 abr. 2020. Tradução livre. 13

Realizado no Grande Salão do Povo, em Pequim, entre 18 e 24 de outubro de 2017. Disponível em:

http://portuguese.cri.cn/news/currentevents/409/20171020/42083.html. Acesso em: 03 maio 2020. 14农村孩 上 难

的现状,贫困孩 才能更好地通过教育改变命运,实现出彩 Disponível em:


https://toutiao.china.com/t_6LSr5Zuw55Sf5peg5rOV5LiK572R6K--.html. Acesso em: 28 abr. 2020. Tradução livre. como

propostas de políticas públicas: (i) promover e melhorar as redes da informação educacional, a m de atender à

demanda de ensino on-line; (ii) equipar os professores e os estudantes com dispositivos eletrônicos padronizados para

o ensino on-line; (iii) fornecer treinamento sistemático para os professores sobre o uso de plataformas on-line para
ensino; (iv) apoiar e solicitar pesquisas em

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educação on-line; e (v) investigar a educação on-line 75

especialmente no que diz respeito ao apoio ao aluno. 4.1.2 Demais países A base desta seção foi o estudo de Reimers
e Schleicher (2020) já citado anteriormente. Porém, existe a necessidade de apresentar especi camente o que está

ocorrendo na América Latina e Caribe, por isso mesmo também utilizamos o informe especial no 1 da CEPAL (2020)

sobre os efeitos do COVID-19 em termos econômicos e sociais, além do documento o cial do Ministério de Educação

Nacional da Colômbia aos seus docentes e estabelecimentos educativos. O estudo de Fernando Reimers, do Harvard
Graduate School of Education, e Andreas Schleicher, da OCDE, em suas 50 páginas,

tem por objetivo apoiar as decisões educacionais para desenvolver e implementar 1


respostas efetivas de educação para a Pandemia COVID-19.

Os autores em seu resumo deixam claro que “na ausência de uma estratégia internacional e e caz para proteger as

oportunidades para aprender durante este período, esta interrupção causará graves perdas de aprendizado para os

alunos” (REIMERS; SCHLEICHER, 2020, p.2, grifo nosso, tradução livre). O informe da CEPAL (2020, p. 11, tradução livre)

reforça que “A interrupção das atividades nas escolas terá efeitos signi cativos no aprendizado, especialmente para os
mais vulneráveis”. O que também é reforçado pelo governo colombiano ao considerar que cada proposta e cada

decisão deve considerar “as condições em que meninos, meninas, adolescentes, jovens e suas famílias vivem hoje,

seus sentimentos, suas experiências e as lições que podem ser derivadas para continuar seu processo de

desenvolvimento e aprendizado durante e após o isolamento obrigatório”. (COLÔMBIA, 2020, p.3, grifo nosso, tradução
livre). Reimers e Schleicher (2020, p.14, grifo nosso, tradução livre) argumentam que já existe uma perda considerável

de aprendizagem durante as férias de verão. No caso dessa interrupção prolongada, sem uma data de retorno às

atividades formais educacionais na escola, haverá uma perda

de aprendizagem e também de conhecimentos e habilidades adquiridas. A 4

conjuntura atual de fechamento das escolas e o distanciamento social urgiu desa os e estratégias alternativas ao

ensino presencial. Uma conclusão que este autor também corrobora é que “a Pandemia atual é uma oportunidade para

aumentar o envolvimento das famílias e apoiá-las na aquisição de competências para que exerçam uma paternidade
mais afetiva e efetiva”. As principais contribuições, em síntese e dentro do escopo deste estudo, foram: (i) estabelecer

um comitê gestor para desenvolver e implementar a resposta educacional; (ii)

garantir o aprendizado acadêmico e dar apoio emocional aos alunos e ao corpo docente; 1

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(iii) priorizar os objetivos curriculares; (iv) identi car os meios de ensino; (v) de nir claramente os papéis dos

professores; (vi)

criar um sitio para comunicação entre professores, alunos e responsáveis sobre 1


objetivos curriculares, estratégias e sugestões de atividades e recursos adicionais;

(vii) estratégias de educação on-line, e se esta não for viável, incluir programas de TV; (viii)

assegurar apoio adequado aos estudantes e famílias mais vulneráveis durante o plano de 1
educação alternativa;

(ix)

as escolas devem desenvolver um sistema de comunicação com cada aluno; e 1

(x) o

uso seguro do tempo de tela e ferramentas on-line para preservar o bem-estar e a saúde 1
mental dos

estudantes. Em relação às recomendações dos autores, a primeira é conspícua ao tema deste estudo: “os líderes

educacionais devem adotar uma abordagem proativa para contribuir para a mitigação do impacto da Pandemia e para

prevenir a perda de aprendizagem durante o período de distanciamento social necessário” (REIMERS; SCHLEICHER,

2020, p.10, grifo nosso, tradução livre). Um ponto recorrente nas recomendações tratou do currículo escolar, sendo
esse um período de exceção e disruptura, há a necessidade de reorientação das metas curriculares, que em suma quer

dizer: chegar a um denominador comum do que deve ser ensinado e aprendido pelos estudantes. Não nos cabe

apresentar todo o relatório de Reimers e Schleicher, mas uma pergunta retrata bem o que este estudo se propôs: Quais

necessidades os 330 entrevistados identi caram como mais críticas neste momento? 1

O maior percentual de respostas caminhou por “garantir o aprendizado acadêmico para os alunos, apoiar os alunos que

não possuem habilidades para estudo independente, garantir o bem-estar dos alunos, fornecer suporte pro ssional aos

professores e garantir o bem-estar dos professores, assim como assistência médica” (REIMERS; SCHLEICHER, 2020,
p.23, grifo nosso, tradução livre). O Ministério de Educação Nacional da Colômbia (2020, p.6) lembra aos seus setores

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educacionais e docentes “de que o serviço educacional será prestado nas residências e que suas estratégias serão

integradas ao cotidiano das famílias (de alunos e professores) que enfrentam uma situação isolada e ao

desenvolvimento de rotinas de cuidados e higiene que protegem suas vidas.” O importante ponto a ser destacado foi a

necessidade de um equilíbrio entre as atividades digitais e as sem tela. No relatório do PISA 2018, cerca de

9% dos estudantes de 15 anos não têm sequer um lugar tranquilo para estudar. 1

Um dos desa os expostos pelos entrevistados foi a disponibilidade de infraestrutura tecnológica. O aprendizado on-line

requer, além da ferramenta digital (desktops, tablets, notebook, smatphone etc), o acesso à internet e um lugar
especí co para estudar. No boletim da CEPAL (2020, p.11), sobre o mesmo tema, 11 “existem disparidades no acesso a

dispositivos digitais e Internet de banda larga entre populações urbanas e rurais, entre os sexos, entre populações que

falam ou não a língua o cial (espanhol ou português) e entre populações com e sem de ciência.”. A América Latina

enfrenta desa os na formação de professores

em Tecnologia de Informação e Conhecimento (TIC). Por exemplo, no Brasil 33

em 2018, apenas 20% dos professores

participaram de um curso de educação continuada para o uso de computadores e 45


da Internet para o ensino.

“Em relação ao uso da Internet, 16% relataram que a usavam uma ou mais vezes ao dia; enquanto 20% o fazem uma

vez por semana e 18% pelo menos uma vez por mês”. (COMITÊ DE GESTÃO DA INTERNET NO BRASIL, 2019 apud
CEPAL, 2020, p.11). No mesmo diapasão, os autores Reimers e Schleicher (2020, p.31) destacam que “[...] as enormes

necessidades de formação daqueles que estão à frente dos sistemas educacionais para se prepararem para o uso da

tecnologia educacional”. Em relação ao tema currículo e o que deve ser ministrado, os professores colombianos foram

avisados que durante a Pandemia COVID-19, o desenvolvimento do conteúdo deve ser revisto no plano de estudos que
foi concebido para ser desenvolvido pessoalmente, para tempos e circunstâncias não normais. Devemos motivar e

aprimorar suas capacidades, aproveitando sua experiência de vida, conhecimentos familiares e culturais, sonhos e

projetos, a m de de nir mecanismos de comunicação e monitoramento de estabelecimentos de ensino para apoiar a

continuidade do processo educacional em casa. A questão do meio copo cheio aparece: Existe um lado positivo do

momento vivido por todos no campo da educação? Segundo os autores Reimers e Schleicher (2020) seriam a
possibilidade de

introdução de tecnologias e outras soluções inovadoras e com certeza um aumento na 1


autonomia dos alunos para

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gerenciar seu próprio aprendizado. O documento do Ministério de Educação Nacional da Colômbia também assevera

que o momento é de “fortalecer a autonomia, tomar decisões responsáveis e motivar neles a esperança de fortalecer

seus projetos de vida” (COLOMBIA, 2020, p. 15, tradução livre). Esse documento também cita o objetivo 4 da agenda de

Desenvolvimento Sustentável (Educação de Qualidade), que reconhece o potencial humano da aprendizagem ao longo
da vida: aprenda sempre, em qualquer lugar, em qualquer tipo de espaço e por todos os meios possíveis. 4.2 Aspectos

veri cados no Brasil Em relação ao que está acontecendo em nosso país para a continuação da aprendizagem dos

estudantes com as escolas fechadas, fomos caminhar por uma revista recém lançada pelo

Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da UFRJ, cujo título é 42

“Em defesa da Educação Pública comprometida com a igualdade social: porque os trabalhadores não devem aceitar

aulas remotas”. Outro documento utilizado foi a “Declaração pela Aprendizagem em Tempo de Pandemia”

da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro, 7

onde são propostas estratégias de ofertas remotas de aprendizagem com a mediação tecnológica. Iniciamos pelo

Quadro 1, constante da Revista

da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UNIVERSIDADE, 15

2020, p.11-13) em que são expostas as ações de 23 estados brasileiros no contexto da Pandemia COVID-19, não sendo

citados Paraná, Roraima, Tocantins e Paraíba. Porém, para termos uma ideia do que está ocorrendo em certa medida
das ações públicas, o número de estados representados nos é atendido. O que podemos veri car de imediato é que

cada município tem uma solução para o seu problema de fechamento das escolas e a continuação da aprendizagem

do seu estudante. Em relação às plataformas de apoio desenvolvidas para o ensino on-line, dos 23 estados, 17 se

utilizam da plataforma Rede Escola15, que foi desenvolvida pelos Institutos Natura, Inspirare e Fundações Lemann,
Vanzolini e Telefônica Vivo; cinco estados se utilizam da plataforma Google Classroom16; e o Estado da Bahia da

plataforma Anísio Teixeira, pertencente ao próprio governo baiano. O estado do Rio Grande do Norte está

disponibilizando para a aprendizagem a distância tanto da Rede Escola como do Google. O Piauí é o único estado que

não apresenta informações do uso de plataformas digitais de aprendizagem, “As escolas utilizam aulas com
transmissão ao vivo pela internet, gravadas para a televisão, lista de exercícios por e-mail, fóruns de discussão”

(UNIVERSIDADE, 2020, p.12). Existem diversos programas inerentes e especí cos em cada rede de ensino estadual. No

Amazonas, por exemplo, um estado cuja via de comunicação e deslocamento é o rio, existe o “Programa Aula em

Casa”, que se utiliza da retransmissão de programas em três canais de TV aberta. A Secretaria de Educação de Goiás

desenvolveu um portal “Net Escola”, onde disponibiliza textos, vídeos e listas de exercícios. Outro exemplo é o estado

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do Pará que implementou o “Projeto Todos em Casa pela Educação”, com transmissão de conteúdos por canal de TV

aberta. O que podemos veri car no Brasil é a utilização de plataformas de pacotes de conteúdos educacionais e a
utilização dos canais de TV aberta. Para aqueles alunos que não têm acesso a internet, estados produziram atividades

impressas que são enviadas via correios. Um fato relevante em relação ao Distrito Federal e aos estados do Amapá e

Minas Gerais, que foram os únicos que citaram oferecerem curso de capacitação ou treinamento para educadores para

utilização de plataformas on-line. 15 A plataforma é uma ferramenta de apoio muito importante para nos

auxiliar no processo ensino aprendizagem, enriquecendo o 10

conhecimento dos alunos. Disponível em: https://escoladigital.org.br/planos-de-aula/plataforma. Acesso em: 04 maio

2020. 16 O Google Classrom ou

sala de aula é um serviço gratuito para escolas, organizações sem ns lucrativos e qualquer usuário 6

que tenha uma Conta do Google pessoal. Com o Google Sala de aula, os professores e alunos se

conectam facilmente, dentro e fora das escolas. O Google Sala de aula economiza tempo e papel, além de
facilitar a criação de turmas, distribuição de tarefas, comunicação e organização.

Disponível em: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.google.android.apps. 32


classroom &hl=pt_BR. Acesso em:

04 maio 2020. 13 Sendo este autor do Rio de Janeiro, foi possível o acesso ao documento emanado pela Secretaria de

Educação que em suma trata das medidas tomadas pela própria SEEDUC em consonância com recomendações da

UNESCO, ou seja, a busca por “atividades de aprendizagem remota, mediadas pelos professores da Rede e fazendo uso

de diversas tecnologias e abordagens que garantiriam maior mobilização e engajamento de todos: alunos, professores
e pais”. (RIO DE JANEIRO, 2020, p.3). As propostas foram: 1. Salas de aulas virtuais no Sistema de Gestão de

Aprendizagem Google Class- room, garantindo a autonomia pedagógica de professores e o controle de atividades

desen- volvidas; 2. Disponibilização de Material Didático impresso (mídia impressa); 3. Divulgação de conteúdo

pedagógico via Televisão – Canal Futura (tele- aprendi- zagem); e TV Aberta e TV Alerj (tele- aprendizagem); e 4.
Mediação de equipe pedagógica para contato direto com os estudantes. O professor seria o condutor e mediador do

ensino, propondo a criação de trilhas de aprendizagem que podem e devem ser enriquecidas com o uso de variadas

ferramentas educacionais. “Ressalte-se que é tempo para a aprendizagem mais exível, bem menos conteudista, mas

alinhada com o Currículo Básico e a Base Nacional Comum Curricular” (RIO DE JANEIRO, 2020, p.4). No documento da

Secretária de Educação, em que a aprendizagem móvel (mobile learning) é a via de aprendizagem durante o
fechamento das escolas e distanciamento físico, aos estudantes com di culdades de acesso à internet seria garantido

o uso de seus aparelhos de telefonia e de dados móveis, pois haveria a disponibilização de “chips” com pacote de

dados de Internet para que todos os professores e alunos tenham a oportunidade de utilizar os recursos digitais para

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ns pedagógicos. Não foi possível depreender a real capacidade e conhecimento dos professores no trato das
ferramentas digitais disponíveis, ou mesmo, se houve a sua capacitação. 5. Resultados e Discussões O início de

qualquer discussão em qualquer campo sempre começa pela nossa Constituição. No campo da Educação, não poderia

ser diferente, e iniciamos pelo art. 205 que deixa claro

que “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada 80
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o

exercício da cidadania e sua quali cação para o trabalho” (BRASIL, 1988, grifo nosso).

Assim exposto, poderemos veri car que o preparo para a cidadania plena é um direito de todos e a educação, o seu
caminho, devendo o Estado e a família participarem dessa formação juntos. O art. 206 estabelece, em seu primeiro

princípio, que deverá existir

igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. Estamos em um momento 43


de

distanciamento social com fechamento das escolas, então surge uma primeira questão: como o Estado e a familia

devem proceder? Respaldado pelo art. 210, que de ne que deva existir um conteúdo mínimo

para o ensino fundamental, assegurando a formação básica comum. A 59

Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (LDB) (BRASIL, 1996) estabelece a 39


organização da educação

nacional, cujo art. 9º, inciso III, cabe à União a obrigação de

prestar assistência técnica e nanceira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. No 37
inciso IV é

estabelecido o que norteará

os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum. Surge, 35
então, a Base Nacional Comum

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Curricular (BNCC). Independente das críticas, esse é

um documento de caráter normativo, que de ne o conjunto orgânico e progressivo de 26


aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo de cada etapa da

educação básica.

Assim, garante-se os

direitos de aprendizagem e desenvolvimento em conformidade com o que preceitua o Plano 30


Nacional de Educação (PNE) (BRASIL, 2014).

O poder executivo,

o Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Educação (CNE), neste período de 46


pandemia e

distanciamento social, expediram uma Medida Provisória, uma Portaria e um parecer respectivamente. A

Medida Provisória (MP) no 934, de 1º de abril de 2020, estabelece normas excepcionais sobre 13
o ano letivo da educação básica e do ensino superior para o enfrentamento da situação de

emergência de saúde pública (BRASIL, 2020a). A Portaria no

345 (BRASIL, 2020b)

autoriza, em caráter excepcional, a substituição das disciplinas presenciais, em andamento, por 28


aulas que utilizem meios e tecnologias de informação e comunicação. O

Parecer do CNE/CP 5/2020 (BRASIL, 2020c), de 28 de abril de 2020, reorganiza o

Calendário Escolar e da possibilidade de cômputo de atividades não presenciais para ns de 8


cumprimento da carga horária mínima anual. A MP em

questão, para o caso especí co da educação básica, em seu art. 1º, dispensa a obrigatoriedade do número
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mínimo de dias de efetivo trabalho escolar, que 11

é descrito no

inciso I, do art. 24 da LDB, 77

que em síntese estabelece como

carga horária mínima anual de oitocentas horas para o ensino fundamental e para o ensino médio, 7
distribuídas por um mínimo de duzentos dias de efetivo trabalho escolar, excluído o tempo reservado

aos exames nais, quando houver (BRASIL,

2020a). Nesse mesmo caminho, o Parecer do CNE participa que a suspensão das atividades escolares acarretarão

“di culdades para a reposição de forma presencial da integralidade das aulas suspensas ao nal do período de

emergência, com o comprometimento ainda do calendário escolar de 2021 [...]” (BRASIL, 2020c, p.3, grifo nosso). O

caminho escolhido pelas redes de ensino nos estados e municípios, como mostrado na seção anterior, foi partir para o
que cou denominado de “ensino remoto”, visto que

a Educação a Distância (EAD) é uma modalidade 67

regulamentada e mais complexa (UNIVERSIDADE, 2020).

O Decreto no 9.057, de 25 de maio de 2017, regulamenta o art. 80 15 da 36

LDB que trata especi camente da

Educação a Distância. Considera-se educação a distância a modalidade educacional na qual 40

“a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorra com a utilização de meios e
tecnologias de informação e comunicação, com pessoal quali cado, com políticas de acesso, com acompanhamento e

avaliação compatíveis, entre outros [...]” (BRASIL, 2017, p.1, grifo nosso). Foi realçado por este autor que o pessoal tem

que ser quali cado. Assim, inicialmente exposto, o ensino passa a ser remoto, e que

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não deve ser somente aulas on-line, assim como a aprendizagem não pode ser apenas resolver 2
exercícios como se a sala de aula devesse ser repetida em casa.

Os desa os para os gestores e educadores é enorme, pois, segundo dados do Anuário Brasileiro da Educação Básica

de 2019, somos 48.455.867 matriculados na educação básica em 2018, e deste total 39.460.618 estão na rede pública,
ou seja cerca de 81%. Em relação aos professores, 1.400.716 estão presentes no ensino fundamental (CRUZ;

MONTEIRO, 2019). Números que mostram a enorme di culdade de uma racionalização educacional, em particular, nos

dias sombrios atuais.

As escolas são instituições, organizações complexas compostas de partes interdependentes, 20


governadas por regras e normas de comportamento bem estabelecidas e adaptadas para ter

estabilidade (SAMMONS, 2008, p.

350).

Cada escola é única porque possui suas características próprias moldadas por fatores tais como 19
localização, características dos alunos, tamanho, recursos e, especialmente, a qualidade dos seus

professores.

A escola não existe sem professores, alunos, corpo pedagógico-administrativo e sem a família, a sinergia entre seus

integrantes

é de suma importância para a consolidação do processo educativo – ensino, 11


aprendizagem e

avaliação. Paulo Freire ilumina que “nas condições de verdadeira aprendizagem os educandos vão se transformando

em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do

processo” (FREIRE,

2008, p. 26). O professor é o responsável pela ordem na sala de aula, dentro de 11

uma estrutura da organização escolar, tornando-se a classe como unidade básica de ensino, e que se instituem nas
principais características do seu trabalho docente (TARDIF; LESSARD, 2008). O pentágono educacional formado pela

escola, o professor, o estudante, a sala de aula e a família perdem importantes vértices na conjuntura atual, a

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escola e a sala de aula. A sala de aula éo lócus onde a 54

relação professor-aluno se desenvolve em maior intensidade, em princípio,

em todo o processo de ensino-aprendizagem. 10

Segundo Morales (2006, p.10), pensar na sala de aula como lugar da relação, 47

“pode abrir para nós um horizonte de possibilidades, inclusive didáticas, que talvez não estejamos utilizando em todo

seu potencial”. Este autor reitera que, em primeiro lugar, esta relação deve ser considerada como “uma relação

pro ssional”. A gestão da sala de aula supõe um gesto que se apoie, ao mesmo tempo, nos saberes a construir, nos

procedimentos de implementação das atividades e na lógica das interações alunos com o mestre. Outro ponto
prejudicado é a relação direta professor-aluno. Importante aspecto dessa relação é que a

conduta do professor in uencia diretamente sobre a motivação e a dedicação dos seus 44


alunos ao aprendizado. Temos que

estar convencidos de que todos os alunos são importantes, que é nossa vontade fazer com que todos participem e

vejam que a relação tem que ser igual aos elos de uma corrente, fortes e unidos em um determinado objetivo. Um bom

relacionamento com nossos alunos, portanto, é condição sine qua non para a e cácia da tarefa docente na construção

de estruturas fortes para o caminhar autônomo dos mesmos. O imperativo mandatório do desempenho é deslocado
para o espaço virtual, onde só alguns têm acesso e aptidão (DALTRO; SEGUNDO, 2020, p.7). Essa relação se distancia,

ca mediada pelo ensino remoto.

Precisamos procurar uma nova forma de ensinar e aprender pautada no contexto do mundo atual e 2
considerando o que se tem em casa, o envolvimento da família e a vida de distanciamento social.
É preciso explorar novas maneiras de aprendizagem e interações que estimulem a curiosidade e criatividade

nos alunos para além do currículo acadêmico. Conteúdo sem contexto não gera signi cado. Isso sempre foi

(e continua sendo) verdade na aprendizagem, por isso se faz necessária uma rotina positiva para apoiar
os alunos neste momento de incerteza.

17 Ocorre um aumento nas atividades do professor, um sujeito que em sua formação acadêmica não foi preparado no

trato das novas ferramentas de aprendizagem digital. Este autor analisou os currículos

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de licenciatura em Pedagogia, História, Português, Matemática e 10

Ciências Biológicas da UFRJ. Não foram encontradas disciplinas ligadas a EAD ou informática aplicada à educação nas

licenciaturas de História e Português. Em Ciências Biológicas, em turma semipresencial, foi encontrada a disciplina de
Introdução à Informática, ministrada à distância. A licenciatura em Matemática apresentou a disciplina de Computação,

com foco em programação. Em Pedagogia, as três disciplinas encontradas eram optativas, a saber:

Educação a Distância, Informática Aplicada à Educação e Educação e Novas Tecnologias. 51

Mesmo sendo optativa, o ponto positivo foi a disciplina de Informática Aplicada à Educação, com 45 tempos de carga

horária, trata do tema da formação de professores, recursos tecnológicos e softwares educativos. Os nossos docentes

não são preparados durante sua formação para a utilização

das novas Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação, e em 34

especial as redes sociais como ferramenta educacional. Em diálogo via WhatsApp com o Professor Carlos Bravo Reyes,

conseguimos

o currículo de formação superior em Ciências da Educação 10

da 17 Disponível em: https://jornadaedu.com.br/na

-agenda-edu/a-jornada-educacional-continua-um- manifesto-da-agenda- 2

edu/?utm_campaign=a_jornada_educacional_continua_comercial

&utm_medium=email&utm_source =RD+Station. Acesso em: 62

04 maio 2020. 17 Universidad Autónoma Gabriel René Moreno, na qual a disciplina de Tecnologia Educativa é lecionada

no último período da graduação. Da leitura do documento curricular, podemos extrair pontos importantes para a

licenciatura nacional, como claro que há a necessidade do uso estratégico e inovador de recursos tecnológicos para

melhorar a qualidade do processo educacional. A Tecnologia Educacional é uma área de trabalho em Educação,
destinada à aplicação criativa e inovadora de técnicas e procedimentos para a melhoria do sistema educacional. Na

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tecnologia educacional, são realizados processos voltados à seleção, design, desenvolvimento e uso de uma ampla

variedade de recursos, ferramentas, aplicativos e mídias, tanto digitais quanto analógicas. Nos últimos três anos, mais

de 4.000 professores receberam treinamento, ouviram apresentações e debateram a importância das TIC’s nas escolas

e universidades bolivianas. “Diante do exposto, conclui-se que a formação especializada de egressos em Ciências da

Educação na área de Tecnologia Educacional é estratégica e responde a uma necessidade emergente com grande

projeção de crescimento no futuro imediato” (UNIVERSIDAD, 2016, p.47). Este autor como professor e interessado,

participou de aulas sobre o WhatsApp Open Online Course (WOOC), do Professor Carlos Bravo Reyes, da Bolívia. O

curso é livre e aberto aos docentes em geral, suas bases didáticas são a micro aprendizagem, os micros conteúdos e o
micro meio. Utiliza-se preferencialmente o smartphone para o ensino dos alunos. Outra metodologia de aprendizagem

e divulgação de aulas via as redes sociais é o Massive Open Online Course (MOOC), sendo utilizado a plataforma do

Facebook. Também é disponibilizado este curso gratuitamente na internet. Segundo Relatório Digital de 201918,

existem 215,2 milhões de conexões móveis no Brasil, o que representa uma penetração de 102%, 12
81% dos brasileiros

com 13 anos ou mais estão ativos nas redes sociais 12

e o Brasil está em

segundo lugar em termos de horas gastas em plataforma de redes sociais por dia: 3h e 34 min. 12

As redes sociais mais utilizadas são Youtube, 95%; Facebook, 90%; WhatsApp, 89%; e Instagram com 71%. Dois

gargalos são veri cados no ensino remoto: nossa situação de distribuição de internet banda larga no Brasil e a não

preparação do professorado para esta atividade do ensino a distância. Outro ponto nefrálgico que afeta também o

processo educacional são as famílias, que estão fazendo grandes esforços para acomodar sua vida cotidiana e

pessoal ao novo cenário desconhecido, estressante, que ainda não tem dia e hora para terminar. O clima

socioemocional

na sala de aula é tão importante para o ensino e a aprendizagem, 10

e na situação atual a relevância na sala de jantar ou outro ambiente familiar em que momentos de 18 Disponível em:

https://www.pagbrasil.com/pt-br/insights/relatorio-digital-in-2019-brasil/. Acesso em: 04 maio 2020. diálogos podem

ser criados pela quarentena. Educadores, professores e pais descobrem aulas on-line, a falta de políticas públicas

nesse setor e o desa o de tentar criar alguma forma de rotina familiar nessa nova maneira de viver isolados

socialmente. No caso dos estudantes, os seguintes desa os foram estabelecidos em estudo por Mateo (2020):

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superlotação da moradia e falta de local silencioso para estudar, pais ausentes e falta de apoio, a falta de infraestrutura

tecnológica e conectividade, sedentarismo, ansiedade e stress, violência doméstica, analfabetismo digital e motivação

para fazer sua lição de casa. Quando não temos uma prática de autoconhecimento e re exão de nosso processo de

aprendizado individual, não poderemos ter uma estratégia que nos ajude a ser melhores aprendizes a cada dia. Por

esses motivos, é essencial que os alunos se apropriem de seu processo de aprendizagem (ACOSTA, 2020).

As condições objetivas de acesso ao material pedagógico criarão tratamentos diferenciados entre 4


aqueles que acessam e não acessam as tecnologias digitais.

Apesar de o acesso à internet ter crescido substancialmente, nem todos os estudantes têm 4
condições de usá-la para estudar e nem todas as pessoas – estudantes e pais - dominam as
ferramentas que serão indicadas

(MARTINS; PINA, 2020, p.5).

Dentro dessa fórmula mágica, o trabalho educativo, que possui uma natureza complexa e 4
exigindo a formação especializada, é ressigni cado para possibilitar que os pais (ou responsáveis)

sejam convertidos em agentes do processo educacional a partir da decodi cação dos manuais técnicos de

ensino.

Um tema também discutido na situação conjuntural atual é o cumprimento da matriz curricular em vigor em função do

ensino remoto. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (2019),

para crianças maiores de seis anos e adolescentes, o tempo de tela não deve exceder a duas horas 14

por dia, a não ser em caso de trabalhos acadêmicos, estabelecendo intervalos para descanso e

atividade física.

São listados no manual 15 principais problemas médicos e alertas de

saúde de crianças e adolescentes na Era Digital, 14

porém, vamos citar apenas os mais conspícuos ao objeto desta pesquisa:

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transtorno de dé cit de atenção e hiperatividade; transtorno do 69

sono; problemas visuais, miopia e síndrome visual do computador; e transtornos posturais e músculo-esqueléticos. Em

função desse dilema do ensino remoto via ferramenta digital e a possibilidade do estudante car muito tempo na frente

da tela do computador, em especial os alunos do ensino fundamental, apresentei, via e-mail para o Professor Daniel Mill

da Universidade de São Carlos, como poderia ou não a EAD contribuir para o aprendizado de crianças e adolescentes. O

professor respondeu que: “Estou certo de que a EaD tem muito a contribuir para o ensino fundamental, mas vejo

pecados na forma emergencial como está sendo posta em prática: falta tempo para planejamento, falta de preparação

dos professores e estudantes, maior foco no conteúdo do que no estudante etc. Eu proporia um pouco mais de cuidado
com as peculiaridades da modalidade de EaD e mais atenção aos usuários (estudantes, professores, pais, gestores

etc.) e, somente assim e embora com ressalvas, vejo a EaD como caminho 19 promissor para o ensino fundamental.

Ademais, estou prevendo muitas críticas injustas À modalidade de EaD por adoção indevida... muitos vão dizer

detestam EaD ou que não funciona (mas não sabem que está sendo empregada de modo equivocado)” (grifo nosso).

Em recente reportagem do jornal O Estado de São Paulo, a 52

jornalista Anna Barbosa, em 26 de abril, apresentou o tema da EAD no pós-pandemia, em que as plataformas de ensino

a distância veem dobrar o número de clientes e abrem oportunidades para novos negócios. A coordenadora

do CensoEAD.BR da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), 49

Betina Von Staa, enfatiza que “De repente, as instituições, os alunos e os professores do mundo presencial se viram

obrigados a usar tecnologia. Tiveram esse contato basicamente a força, mas viram que é possível” (BARBOSA, 2020,

p.1). As empresas que trabalham nessa fatia de mercado, ou seja, o educacional, são conhecidas como edtechs, que

são 434 no Brasil19, e não param de crescer, uma questão importante para futuras discussões. Em estudo do Banco

Mundial intitulado: “Pobreza na aprendizagem: como mudar isso?”, é apresentado o conceito de aprendizagem da

pobreza, onde “Todas as crianças devem poder ler aos 10 anos” (BANCO MUNDIAL, 2019, p.5, tradução livre). A
motivação da publicação desse estudo foi pelo atingimento das metas estabelecidas para 2030 dos objetivos para o

desenvolvimento sustentável no planeta da Organização das Nações Unidas20. Assim, sem uma base sólida em

alfabetização, crianças e jovens não podem prosperar mais tarde na escola ou no local de trabalho, pois carecem das

habilidades e do capital humano necessários para alimentar suas carreiras e economias. A temática sobre se o

currículo precisa ser cumprido ou em sua plenitude não ganha espaço quando não temos como prever o término da

quarentena com a abertura das escolas. Segundo Schmidt (2003, p.60). “O currículo é o próprio fundamento de

qualquer sistema de ensino, ele é o elemento nuclear do projeto pedagógico da escola, viabilizando o processo de

ensino e aprendizagem”. Assim, a primeira preocupação dos gestores educacionais seria pelo seu cumprimento,

mesmo que pelo ensino remoto. Tal situação se torna improdutiva, pois conteúdos serão massi cados nos estudantes

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sem uma avaliação da sua aprendizagem, pois o currículo previsto para uma escola presencial não se alinha com a

metodologia de uma educação a distância, principalmente pelos fatos já citados anteriormente. Ao escolher entre

alternativas seguras para a aprendizagem dos nossos estudantes,

devemos nos perguntar não apenas como superar a ameaça imediata, mas também que tipo de 29
mundo habitaremos quando a tempestade passar,

uma importante re exão. Roesler e Pandolfo (2020, grifo nosso) apresentam o que é preciso fazer para não parar o

calendário 19 Disponível em: http://conteudo.distrito.me/distrito-dataminer-edtech-report. Acesso em: 04 maio 2020.

20

Disponível em: https://nacoesunidas.org/pos2015/agenda2030/. Acesso em: 04 56

maio 2020. letivo: (i) De na o modelo a ser utilizado: síncrono ou assíncrono; (ii) Escolha as plataformas; (iii) Capacite

professores e alunos; (iv) Comunique intensamente todos os envolvidos; (v) Acompanhe e avalie; (vi) Cronograma

semanal de estudos; (vii) as sessões de aulas; (viii) a postagem dos conteúdos de estudos; (ix) a entrega e o

recolhimento das tarefas e atividades; (x) sessões de dúvidas dos alunos; (xi) Mesmo que virtualmente (olho no olho);

(xii) Crie informativos e anúncios; (xiii) Tenha um canal de atendimento; e (xiv) Veri que o aprendizado por meio de

avaliações. 6. Análise dos dados levantados pela enquete Como em qualquer pesquisa, temos respostas adjetivadas e

curtas, e outras longas com conteúdo textual muito importante e até, às vezes, inusitados, que atendam ao efeito

desejado do pesquisador. A nossa pergunta foi direta e simples, que até caberia uma resposta simples e direta, ou

mesmo uma possiblidade de uma ampliação do que se desejava. Foram feitas três perguntas, esperando-se duas
respostas diretas e uma mais aberta. As diretas se relacionavam à ocupação principal do respondente, ao país de

residência e, no caso do Brasil, também o estado. A questão aberta procurou dar voz às famílias e compreender a

vivência social da educação em tempos de distanciamento social. A pergunta era: Como está se desenvolvendo a

aprendizagem do seu “estudante conhecido”? A

coleta de dados foi feita através de uma 74

enquete, que cou disponível por dez dias, cujo link de acesso foi encaminhado por intermédio das redes sociais deste

autor, sendo encerrada dia 2 de maio. Somando as repostas coletadas por e-mail e as impressas, conseguimos um
total de 323 respondentes, a maioria do Brasil. As respostas do exterior totalizaram 14 retornos, sendo três dos USA,

três da Colômbia, dois da Alemanha, dois de Portugal, dois da Índia, um da Itália e uma da Rússia. No caso das

respostas nacionais, conforme apresentado no grá co a seguir, a grande maioria de respondentes é do estado do Rio

de Janeiro, não poderia ser diferente, visto que é a origem deste autor. Se zeram representar 16 estados mais o

Distrito Federal. Grá co 1 – Percentual de respondentes por estado Fonte: o autor. 21 Se somarmos os quantitativos

percentuais no Grá co 1
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dos estados de Rio de Janeiro e São Paulo, 63

teríamos 70% de todos os respondentes, tendo estados com apenas uma resposta por pessoa no balanço geral do

aplicativo de survey. No caso especí co das respostas advindas do exterior, a sua representatividade de 4% do total de

retornos efetivos, o que signi ca que as respostas tem que ser analisada de um modo singular. Assim exposto, depois

de uma leitura completa de todas as 323 respostas à enquete, resolvemos proceder a análise, separando-as em grupos:
as respostas do exterior; as de São Paulo, as do

Rio de Janeiro; e os demais estados brasileiros 65

e o Distrito Federal em um só conjunto. Continuando apresentando os dados que compõem a enquete, das ocupações

ou pro ssões dos respondentes em sua maioria eram professores, militares, médicos, pro ssionais liberais,

procuradores, técnicos de uma maneira geral, motoristas, policiais, advogados, estudantes, engenheiros, dentistas,

sioterapeutas, biólogos, autônomos, funcionários públicos, aposentados, do lar e um número considerado não estão

trabalhando. Com esse leque de pro ssões, nem todas foram citadas, podemos inferir que as respostas que por
ventura sejam disponibilizadas neste estudo podem ter um caráter ampliado na questão da aprendizagem do estudante

conhecido durante o período de fechamento das escolas. Quando foi solicitado que a pessoa inquerida colocasse a

faixa etária do seu estudante conhecido, a ideia deste autor trabalhar com aquelas

crianças e adolescentes, na faixa de 10 a 17 anos, que não 55

devem ter tido ainda uma experiência de ensino on-line. O Grá co 2 a seguir apresenta como foram distribuídas as

faixas etárias pelos respondentes. A análise foi realizada com o foco na faixa dos ensinos fundamental e médio.

Grá co 2 – Percentual de Estudantes por faixa etária Fonte: o autor. 5.1 Análise das respostas vindas do exterior Como
informado anteriormente, foram 14 respostas com diversas informações importantes. Como os entrevistados não

foram identi cados na enquete, resolvemos selecionar três respostas que apresentaram soluções tomadas durante o

recesso escolar além de uma situação inusitada, característica de um país que tem sempre um plano B disponível em

virtude de suas condições climáticas. Veri ca-se que todos os respondentes estão sendo apoiados por aulas on-line,

via Google classrom, WhatsApp, aplicativo de video conferência Zoom e até pela televisão. Normalmente, no Brasil não

estamos preparados para um plano alternativo na educação. O que é mais comum acontecer é uma greve,

normalmente pelo reajuste de salários. Uma respondente, dona de casa na Rússia, participou que as aulas são on-line,

via zoom, duas vezes por semana, sendo passados deveres de casa através da plataforma de ensino Seesaw, onde o

professor consegue acompanhar o desenvolvimento da aprendizagem do estudante e também corrigir o exercício.


Complementou ainda que os professores gravam vídeos diários, explicando como serão as atividades do dia e por onde

os alunos devem começar. Para este pesquisador, o que chamou a atenção foi a complementação da sua resposta, que

“O aprendizado não sofreu grandes alterações, pois todas essas medidas de ensino à distância já são tomadas

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normalmente em casos de nevascas” (grifo nosso). Uma das respondentes da Alemanha, auxiliar de cozinha, tem uma
lha de até dez anos. A sua resposta foi conspícua no como se deve proceder para um ensino remoto de crianças do

ensino fundamental. Para que não altere o seu entendimento, foi transcrita a resposta entre aspas com os nossos

necessários grifos:“O responsável recebe material da escola por e-mail (exercícios) e deve preencher uma folha com as

atividades feitas e a respectiva data. Esses exercícios são feitos nos livros da escola e em folhas impressas. Também

foi marcada a leitura de um livro escolhido pela criança de acordo com o nível escolar e do qual ela deverá fazer um

resumo escrito. Uma vez por semana, após o primeiro mês de isolamento, há um encontro on-line da turma com a

professora.”. A resposta da professora da Colômbia traz uma crítica, que se coaduna com a situação de participação da

família compulsoriamente no aprendizado dos seus estudantes ou mesmo com a falta de meios para uma educação

on-line. “Da minha neta, vimos que a comunicação com a professora é muito limitada, é muito funcional e ela não
demonstrou nenhuma abordagem que pudesse reduzir a angústia que seus jovens alunos têm. Da minha a lhada,

posso dizer que a única coisa que gerou ela e sua mãe é uma situação de estresse completo, sem orientação clara, um

envio excessivo de o cinas sem indicações claras, esses meninos têm 16 sujeitos, então você pode imaginar a enorme

pressão que gera. Como escola, eles não estabeleceram nenhum mecanismo claro que proporcione tranquilidade às

famílias e aos alunos, em casa eles não têm serviço de internet e apenas possuem um telefone celular de baixo custo

com um plano básico de dados.” (tradução livre). Ao terminar a análise desta parte, podemos veri car que diversos

pontos, tanto positivos quanto negativos, apresentados nas seções anteriores foram realçados em dois parágrafos.

Porém, uma situação interessante foi-nos exposta por uma outra respondente da 23 Colômbia, que para este autor
signi cou uma constatação no trato do emocional do aluno, que deixa de conviver com seus amigos e professores da

escola. O seu comentário:“Os alunos mais próximos

do ensino fundamental e médio são lhos de amigos, que 76

durante esse período foram incentivados a acessar a "escola virtual", tendo que cumprir o mesmo cronograma de

conexão que o normal e até usar seus uniformes crianças em idade escolar durante o tempo de conexão.” 5.2 Análises

das respostas brasileiras A ideia é que sejam expostas as principais respostas que tragam uma contribuição à temática

em questão. Esta seção será dividida em três, uma

para o Rio de Janeiro, outra para São Paulo 70

e os demais estados cam com a terceira parte. Para que não haja uma repetição do que foi respondido, coloque-se

que cerca de 90% das escolas e universidades estão com o ensino remoto. Outro ponto a ser rati cado é que só

teceremos análise da respostas referentes à faixa etária do ensino fundamental. 5.2.1 Rio de Janeiro Uma situação

veri cada quando do ensino remoto com isolamento social é a sobrecarga que a família tem com seus dependentes,

somado a um possível homeo ce também dos responsáveis. Um dos respondentes transpareceu tal ocorrência: “Os

estudantes que cursam o ensino fundamental I, as famílias estão se sentindo sobrecarregadas, pois precisam separar
mais tempo para realizar as atividades escolares com os lhos, os que cursam o fundamental II, e não tem autonomia

de estudo, as famílias por terem mais di culdade em acompanhar o conteúdo estão exigindo mais participativas na
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escola”. Outro responsável deixou claro uma situação que foi a apresentada ao professor Daniel Mill (2020), ou seja, “O

ensino à distância só funciona para adultos. Para crianças é ine ciente”. A família cou sobrecarregada com mais essa

tarefa, que em muitos casos se torna um fator de mais stress na relação com o trabalho e familiar, um motorista de taxi

deixa claro que “Está sendo bem complicado...pois não esperávamos ter que ensinar nossos lhos a ler e a escrever

praticamente como uma obrigação, tendo em vista que esse é o papel da escola.” Continuando ainda neste tema,

transcrevo o desabafo de uma enfermeira em relação ao seu lho: “Meu lho recebe atividades pelo aplicativo da

escola, alguns vídeos curtos de 2 minutos no máximo com conteúdos sobre a matéria e algumas explicações da

professora. As atividades são orientações para ler e fazer páginas dos livros algumas folhas complementares. Eu
trabalho normalmente, estudo com ele quando posso”. Um responsável que é analista nanceiro corrobora com as

outras respostas:“Tenho feito com muita di culdade com eles as atividades enviadas pela escola ... não são tão

complexas mas falta tempo. Somente isso ... não tenho tempo de pensar em coisas legais ou interessantes ... só

trabalho, atendo às demandas da escola, as demandas de casa e pronto faltam horas no meu dia pra tudo isso.”. Uma

questão recorrente é pelo uso do ferramental para acesso ao ensino remoto, como internet de qualidade boa,

computadores ou tablets ou celulares e um lugar na residência

para o desenvolvimento do ensino e aprendizagem. Em 34

uma postura de preocupação como um todo com os demais estudantes, esta advogada reforçou que no caso

vivenciado por sua família está tudo bem, o ensino é via internet e educação a distância, onde são disponibilizadas

vídeo aulas e exercícios, bem como a correção desses exercícios. Porém,“Felizmente, no nosso caso temos mais de um

aparelho disponível, pois com três estudando caria muito complicado de outra forma. Mas a Internet sobrecarregada e

lenta, desestimula.”. O lar não é uma escola. Uma questão bem apresentada, e que vai de encontro do pensamento

deste autor, é que soluções improvisadas de qualquer natureza e, em especial, na educação tende a ser mais um tijolo a

ser colocado nas desigualdades educacionais. Um respondente corrobora esse pensamento, principalmente quando se

tenta fazer com que o presencial se transforme como um passe de mágica no ensino on-line.“As escolas não estavam

preparadas. Há uma adaptação ruim entre o ensino presencial e a EAD. Muitas escolas não fazem EAD, simplesmente
pegaram um material preparado para presencial e o apresentaram”. Um outro ponto também discutido foi a

continuação forçada de um currículo escolar em uma situação de normalidade planetária para o mesmo currículo,

agora a distância num ambiente conjuntural de incertezas com o fechamento das escolas e distanciamento social. O

que culmina também com a resposta que fecha a seção dedicada aos respondentes do Rio de Janeiro: “A escola não

disponibilizou nenhum material para aprendizagem do aluno”. A solução então é não fazer nada? Estamos falando de

crianças e adolescentes de 10 a 17 anos, um coletivo que precisa e deve ser formado, informado, ensinado e que

continue a aprendendo. 5.2.2 São Paulo As respostas em grande medida, continuam a retratar o ensino a distância e a

internet. Uma das respondentes é pedagoga e já foi secretária de educação de um município do interior de SP.

Seguindo na linha do currículo escolar, além de um outro ponto também levantado neste estudo, o do uso de aplicativos
prontos para o campo educacional. A professora enfatiza que: “Os estudantes em questão, (5º ano EF e 1ºano EM-

Colégio Particular-) vem recebendo aulas on line, em carga horária normal. Os conteúdos curriculares regulares, bem

como as atividades sugeridas à distância, não me preocupam tanto... Servem para que quem conectados à escola...

(Sempre defendi que o conhecimento é construído pelo aluno e essa “ideia paliativa” na maioria das vezes, não

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acrescenta muito... E aí o conteúdo tradicional para mim, neste momento, para essa faixa de idade, não é o mais 25

importante, até porque esse esforço deveria ser embasado em propostas de tecnologias educacionais mais

cuidadosas, baseadas em pesquisas de resultados, e não, em soluções que a maioria das empresas de tecnologia tem

apresentado! ). Ao falarmos do tempo ideal máximo para que as crianças quem em frente a uma tela do computador,

já apresentado anteriormente, veri camos que há responsáveis que estão se preocupando com essa situação. A

respondente que tem como pro ssão a engenharia cartográ ca, apresentou a situação que “No início eles tiveram

algumas aulas online, uma por dia, para ambientar todo mundo. Essa semana começaram aulas mesmo, no mesmo
horário da escola, das 7 às 12h, por webex. Tem de entregar deveres e atividades, todas online.”. A distância física dos

amigos também foi um ponto bem diagnosticado pelos respondente.

A escola, como unidade básica e espaço de realização de objetivos e metas do sistema educativo, 17
encontra-se hoje

fechada, não se constituindo no momento em um importante local

para a qualidade de vida e demandas sociais das pessoas que orbitam o seu entorno comunitário. 17

A ausência da relação pessoal com colegas e professores está sendo muito sentida pelas crianças e adolescentes, o

que deixa claro nesta resposta: “Mais limitada por conta da di culdade de concentração nas ferramentas online com os

amigos a distância. No entanto, tem realizado deveres de casa com os pais”. 5.2.3 Demais estados Nesta seção estão

apresentados algumas respostas que retratam como está a aprendizagem do seu estudante conhecido. Faremos uma

costura textual grifada com os estados dos respondentes colocados em parênteses e numerados sequencialmente,

caso apareçam respostas em mais de um estado. “Os que estudam em redes particulares estão tendo aula online e os

da rede pública estão parados sem qualquer atividade escolar (três estudantes: dois parado e um estudando online)

(MG1). Muito difícil, estabelecer rotina de aprendizagem estando trabalhando normalmente em casa. Esta bem aquém
da necessidade do aluno (MG2). Em uma das escolas que trabalho em 3 dias de isolamento passamos a dar aulas on-

line seguindo o horário normal de aulas e está sendo um grande desa o para os professores e também para famílias e

alunos. Em 2 semanas as meninas se acostumaram mas sentem falta do contato e inteiração de sala que é muito

diferente (MG3). Algumas disciplinas eu acredito aprendizado está acontecendo e outras não. Estão meio perdidos sem

rotina de horários .(MG4). Fraca, não levam a sério, não estudam direito cam copiando respostas prontas da internet

sem procurar entender (MS). Meu lho, 11 anos, tem vídeo aulas do estado, mas são revisões e com um nível mais

fraco do que ele costuma ter na sua escola. O que não prende seu interesse. Em paralelo, lê livros e vê vídeos em casa.

A qualidade das vídeo aulas também não é tão boa. De sua escola, que é estadual, não enviaram nenhum material

especí co. (PR). A escola envia as vídeo aulas dos conteúdos e continuo em casa com lições além da aula. A educação
a distância ajuda do no desenvolvimento do raciocínio lógico da minha lha, estimulada por brincadeiras numéricas,

jogos de palavras e etc. (RN). Muito prejudicada. Consequências muito ruins pela frente (RO). Organizamos um

cronograma de estudos diários. O aprendizado é proveitoso, porém há prejuízo na socialização das crianças (DF). Sem

ensino (MT)”. 6. Considerações Finais Há no Brasil um dito popular que o ano só começa depois do Carnaval. Estamos
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vivenciando um 2020 atípico, onde uma Pandemia assolou o mundo de uma maneira avassaladora e sem precedentes

no século atual, até o momento. Podemos então alterar o nosso dito popular apresentando em forma de pergunta: no

Brasil o ano ainda não começou, e se ainda não começou, quando começará? A crise inicialmente sanitária mostrou a

profunda transformação que os sistemas educacionais precisaram para se adaptar as escolas fechadas e

distanciamento social, e procurar soluções para que a aprendizagem de todos os estudantes não seja prejudicada. Ao

procurarmos um caminho para respondermos o problema que estamos pesquisando, que no caso seria a relação entre
a educação e a Pandemia COVID-19, com o foco na aprendizagem do estudante neste período de incertezas, este autor,

além de buscar inicialmente pela internet, consultar amigos e professores, assistiu diversas apresentações on-line, que

estão sendo conhecidas como a “quarentena das lives”. Independente do paradigma escolhido, o importante é que o

referencial seja o estado da arte e que as leituras que façamos em nossas considerações não caiam na retórica de um

viés ideológico, mas sim que sejam pesos de uma balança pela qual possamos apresentar sugestões coerentes e

possíveis de serem executadas em políticas públicas, tanto na formação e trabalho docente quanto no trato da

aprendizagem continuada e comprometida com o nosso alunado. Ao agirmos de forma apressada em soluções

paliativas e improvisadas, apenas estamos adiando um problema e colocando nos ombros dos professores, estudantes
e família o ônus de continuar o ensino, em ambiente que nem sempre é o apropriado, que nem sempre é o desejado,

que nem sempre atende aos anseios tecnológicos de um ensino remoto, que nem sempre conseguirá atingir um

mínimo de qualidade na aprendizagem do estudante, ainda mais que suas relações sociais e educacionais estão

prejudicadas pela falta de olho no olho do professor, do espaço lúdico e amigo do recreio, das brincadeiras e da sala de

aula. As seguintes lições podem ser desveladas: (i) não havia uma plano B ou alternativo para o fechamento das

escolas e a continuação das aulas via ensino remoto. Educação não se improvisa. Sugere-se a inclusão de alternativas

para quando as escolas estiverem fechadas no Projeto Político Pedagógico; (ii) o currículo formal estabelecido para ser

cumprido durante o ano letivo em sala de 27 aula presencial deveria ser adaptado para o momento atual, para o

distanciamento social e no uso do ensino remoto. Os cursos virtuais são diferentes e são preparados no tempo e
espaços e em uma situação muito diferente daquela em que estamos agora; (iii) preparação dos professores para as

novas tecnologias educacionais. Existem cursos gratuitos disponíveis, bastando apenas motivação para fazê-los; (iv)

avaliar

as Diretrizes Curriculares Nacionais e os currículos de formação dos professores 25

com a inclusão de disciplinas obrigatórias ligadas a tecnologias educacionais; (v) programas de aumento na adoção de

ferramentas digitais por escolas e por professores; (vi) na reunião de pais e mestres, procurar colher todas as

observações possíveis dando voz aos responsáveis, tanto positivas quanto negativas. Procurar aprender com os erros
e melhorar com os acertos. (vii) uma política pública de democratizar o acesso à internet para as famílias em todo o

Brasil, inclusive com o advento de uma rede de qualidade a preços justos. (viii) aproveitar o que está sendo aprendido

com o ensino remoto e no retorno das atividades formais educacionais na escola, utilizando certos conteúdos a

distância, inclusive a avaliação, para que haja continuidade no trato da EAD como metodologia viável e de qualidade

também na educação básica, um ensino se possível híbrido. (ix) conduzir orientações de aprendizado e aulas por meio

de métodos de ensino de áudio, como telefone e rádio, e, em especial, o uso da televisão aberta. (x) ampliação do

acesso dos estudantes aos meios tecnológicos úteis para o uso criativo da internet é algo imprescindível em um

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mundo tecnológico; (xi) rever os marcos regulatórios da EAD, de forma que os pacotes de ensino remoto de entidades

empresariais ou startups sejam primeiramente avaliados e em seguida reconhe- cidos como uma alternativa à

instrução presencial na contagem dos dias letivos. A epígrafe que introduziu este estudo é bem impactante com o

momento que estamos vivendo no planeta. Fomos condenados, mesmo que temporariamente, a meditarmos no fundo
do poço, só que estamos a mais de sete sóis e sete luas em isolamento social. Ensinar em tempos incertos requer

criatividade, exibilidade e capacitação. A escola tornou-se um lócus importante e essencial no funcionamento diário

das sociedades, não apenas para os professores e estudantes, mas com certeza para as famílias e seu entorno

geográ co e informal. A passagem das atividades formais e presenciais para a virtual, infere-se que trará diversas

consequências, em especial um aumento nas desigualdades educacionais. Devemos re etir acerca de tudo que está

acontecendo e, no nal, procurarmos não repetir os mesmos erros e transmitir adequadamente os possíveis acertos,

pois sabemos que a tecnologia é importante, mas não é tudo. Termino com uma frase de Paulo Freire (2008, p.26) que

pode ser muito bem contextualizada aos dias atuais: “E essas condições implicam ou exigem a presença de

educadores e de educandos criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes”,


porque temos condições de reforçar as costuras da educação de qualidade, com aprendizagem verdadeira, retirando,

posteriormente, os alinhavos que caram. Precisamos voltar a ter vida própria. Referências ACOSTA, M. Educación en

los tiempos inciertos del Covid-19. 2020. Disponível em: https://www.americaeconomia.com/analisis-

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Pedagogia, licenciatura. Diário O cial da União: Seção 1, de 16 de maio de 2006, Brasília, DF, p. 11, 2006. BRASIL. Lei no

13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação - PNE e dá outras providências. Diário O cial da

União: seção 1, edição extra, Brasília, DF, p. 1, 26 junho 2014. Publicação original. BRASIL. Decreto no 9.057, de 25 de

maio de 2017. Dispõe sobre a oferta de cursos na modalidade a distância. As instituições de ensino superior deverão
obter credenciamento para oferta de cursos de graduação, pós-graduação e lato sensu. Diário O cial da União - Seção 1

– 26 maio 2017, Página 3 (Publicação Original). BRASIL. Medida Provisória nº 934, de 1º de abril de 2020. Estabelece

normas excepcionais sobre o ano letivo da educação básica e do ensino superior decorrentes das medidas para

enfrentamento da situação de emergência de saúde pública de que trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020.

Diário O cial da União - Seção 1 - Edição Extra - A - 1/4/2020, Página 1 (Publicação Original). 2020a. BRASIL. Ministério

da Educação. Portaria no 345, de 19 de março de 2020. Altera a Portaria MEC no 343, de 17 de março de 2020.

Autorizada, em caráter excepcional, a substituição das disciplinas presenciais, em andamento, por aulas que utilizem

meios e tecnologias de informação e comunicação, por instituição de educação superior integrante do sistema federal

de ensino, de que trata o art. 2o do Decreto no 9.235, de 15 de dezembro de 2017. Diário O cial da União - Seção 1 -
Edição Extra - A – 19/03/2020, Página 1 (Publicação 29 Original). 2020b. BRASIL. Ministério da Educação. Conselho

https://app.ithenticate.com/en_us/report/59042740/similarity 32/41
29/05/2020 Similarity Report

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