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ID_REVUE=STA&ID_NUMPUBLIE=STA_061&ID_ARTICLE=STA_061_0011&FRM
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As artes do circo não põem por conseguinte mais segue a mulher, mas as mulheres, através
das modulações, "tradicionais" e "contemporâneas", e das diferentes facetas, específicas à
cada artista. Palavras-chaves: , circo "contemporâneo",
anthropoSociologia, identidade feminina, aposta em cena, corporeidade.
Introdução
Levar um olhar sobre o circo hoje, é sem dúvida questionar certa imagem do corpo, no seu
relatório à excelência e o desempenho. É exceder e igualmente entregar em questão
certas representações colectivas para compreender a realidade de um circo às vezes
considerado uma arte "popular", "menor".
Contudo, o circo inscreve-se hoje numa dinâmica de transformação, "transfiguration"
(Indivíduo, 1998). Testemunham deste "réenchantement circassien" as produções
diversas propostas actualmente. O circo constitui assim uma entidade complexa, uma
palavra única épithètes múltiplos (circo "tradicional", circo "contemporâneo", "novo"
circo...).
Forette (1998, II.15) sublinha de resto que "(...) há bem hoje formas
consideradas" tradicionais "," clássicos "do circo, o que prova que novas formas
apareceram que se qualificam elas mesmas" de modernos "ou" contemporâneos "". Esta
desordem semântica revela-se révélateur de uma classificação das produções circenses em
duas categorias principais, com a tradição, por um lado, e a novidade, por outro lado.
O desafio do nosso estudo assim consistiu "a desdobrar a complexidade" do circo hoje.
Penetrando nas suas profundidades, tentamos verificar ahipótese seguinte: "o circo propõe
hoje duas modalidades de apostas em cena da mulher, e estas corresponderiam às
denominações circo" tradicional "e circo" contemporâneo "." A construção da identidade
de tipo feminino seria por conseguinte um indicador desta distinção, com, por um lado,
uma identidade de sexo e de tipo único, e por outro lado, uma identidade plurala e
complexa "."
trabalho etnosociologico
Para efectuar este trabalho, recorremos aos trabalhos Weber (1968de,.1971), considerando
o circo como uma "actividade social".
Analisando o lugar das mulheres neste tecido social, tentamos apreender o que faz sentidos
na sua acção. Pelo recolhimento e pela análise de dados empíricos, tratava-se de penetrar na
espessura do sensível, e melhor apreender o seu dinâmica de transformação.
Além disso aprofundamos esta abordagem sociológico através da análise da construção da
identidade dos circenses. O estudo do corporeidade tem um lugar preponderante no nosso
estudo, porque révélatrice "habitus", de uma incorporação extériorité cultural,
social (Mauss, 1993). Por uma aposta em perspectiva antropológica, o estudo habitus e a
manipulação dos atributos féminité permitiu-nos determinar a especificidade que é ser
artista mulher nestas diferentes formas de circo e como constroem-se as identidades de tipo
(Mead, 1963, Herdeiro, 1996 de,.2001). Igualmente referimo-nos aos trabalhos de Bernard
(1972 de,.1981), para os seus trabalhos sobre o corporeidade e a significado social dos usos
e apostas interessados do corpo, mas também aos de sociólogos da arte, como Duvignaud
(1980,.1984,.1997,.2001), Indivíduo (1998 de,.2001) e Scarpetta (1988), e aos escritos
Jacob (2001) relativos à história do circo.
Com efeito, o estudo da posição social do artista, das mudanças de estilo, e a adesão - ou
não - do público, permite localizar, em claramente, as transformações do social através das
suas produções culturais, que sejam difundidas largamente, populares, legítimos ou
contestataires e minoritários. Além disso, estudar a forma como estes artistas põem-se em
cena consistiu para analisar-nos como estes actores sociais dão do sentido à sua acção e
como esta aposta em cena permite uma construção de ele. Além disso, oestatuto de artista
permite à estas mulheres dar-se ver de maneira privilegiada: em cena. Esta "hyper aposta
em cena de ele" permite observar e questionar como indivíduos põem-se em cena como
actor e como actor social, a partir de este indicador que é a aposta em cena
das mulheres no circo. Maneira que propõe Heinich (2000, 25) para a arte em geral, nós
considera que ele é necessário "dar-se por objecto dizer não que [ o circo ] é, mas que"
representa "para os actores (se aceita-se um uso muito cobarde do termo" de representação
", englobando as percepções e as operações de categorização, de interpretação e de
julgamento, em oposição"às gasolinas "ou" as coisas mesmas") (...).". Assim, o estudo das
apostas em cena do corpo permite-nos localizar estas"representações" da imagem da
mulher, e como estes artistas posicionam-se e definem-se, como artistas e actrices sociais,
em relação aaquilo.
Estas leituras assim apoiaram o nosso olhar, acompanhando o nossoestudo comparativo das
apostas em cena da mulher no circo "tradicional" e o circo "contemporâneo".
Metodologia
Conhecer e explorar um terreno para compreender a complexidade estudar o sentido de
uma acção, é penetrar nas profundidades de um tecido social. Uma investigação de terreno
importante conduziu-nos não somente para um melhor conhecimento do nosso objecto de
estudo, mas igualmente, numa relação dialógica entre teoria e empirie, para
novas pistas interpretativas.
O nosso terreno (o circo hoje e coloca-o há a mulher) constitui por conseguinte, retomando
as palavras de Herdeiro (1996), o nosso "laboratório" de trabalho. A nossa diligência,
emprestada à antropologia, assim consistiu "a surpreender-nos de o que é-nos mais
familiar (...) e tornar mais familiar o que é-nos estrangeiro". (Laplantine, 1995, 28)
realizamos oito observações No.participantes, assisant à representações que abrangem um
panél bastante vasto das produções circenses actuais (circo "tradicional", "novo" circo,
ou ainda das produções procedentes de um mestiçagem do circo, o teatro e a dança
contemporânea). Todas as observações foram transcritas novamente de acordo com uma
grelha de observação estabelecida previamente. O nosso estatuto de observador então ficou,
como o escrito Lévi-Strauss, o de um "tradutor". Efectuamos igualmente observações
participantes, que qualificaríamos de "não formais" (estágios, ateliers...). Estas permitiram-
nos impregnar-se de vantagem do terreno, de experimentar pelos nossos próprios
sentidos um sensível que significam.
Por outro lado, efectuamos sete entrevistas semidirectivas (com artistas, institucionais...) a
fim de detectar um sentido através estes de discursos (Filtro e Gotman, 1992).
O processamento temático dos dados levou sobre o conjunto deste corpus. Precisem que
não pretendemos à nenhum exhausivité. O interesse da nossa diligência reside na
consideração de uma diversidade de pontos de vista, sensíveis e subjectivos. Constituem a
nossa "matéria prima", fonte de reflexão, de comparação, de análise.
3.2. Para um esboço de compreensão, a tipologia como instrumento heurístico ao longo de
todo o nosso trabalho, tentamos reduzir e por conseguinte "classificar" a complexidade à
qual confrontávamo-nos. A tipologia, em "quadro de pensamento" (Weber, 1968 de,.181,
Schnapper,1999), efectua à compreensão fenómenos observados. Com efeito, para
além de uma simples descrição, trata-se já de uma interpretação, de um corte do real. Para o
investigador, compreender, é "tomar com"(comprehendere), é dizer do interior e por
projecção: aconfrontação das significados (o nosso, a dos actores) conduz à
legibilidade compreensiva por contruction de tipos-ideal.
É para aquilo que esta abordagem tipológica ocupa um lugar importante na nossa análise,
aparecendo à diferentes etapas. Numa fase exploratória, constituiu um meio para colocar o
problema (tipologia 1). seguidamente, após uma análise temática mais exaustiva (tipologia
2), é um rationnalisation de o que para nós era, inicialmente, confusão.
Analise temática
. Constatação inicial: as quatro declinações do circo hoje inicialmente, a fronteira entre
circo "tradicional" e circo "contemporâneo" não nos apareceu nítidas e distintas. É por isso
que, estabelecemos uma primeira tipologia. Reune, sob a forma rápido de balanço, e, por
conseguinte, não exaustivo, as representações às quais assistimos, durante este estudo.
Então escolhemos definir quatro "subgéneros" que reflectem que pudemos observar. Estas
denominações, menos genéricas que as que habitualmente são empregadas ("tradicional",
"novas", "contemporâneas"), pareceram-nos mais adequadas para apreender a
dinâmica evolutiva do circo hoje."
O "circo conservatório" é o circo da nossa infância, o de famílias (Pinder, Gruss) que
perpetuam a "grande tradição do circo", com os seus números clássicos, os seus animais, a
forma circular do capitel, os seus palhaços, e as suas lantejoulas. O "circo conversão" é um
circo situado entre "tradição" e "modernité", entre "reprodução" e "criação".
É por último a forma de produção que se afasta mais do padrão circassien, mestiçando
diferentes artes do viva.
Levar um olhar sobre a imagem das mulheres no circo, é abordar o imaginária ligados ao
tipo feminino. As "apostas em cena" das mulheres constituem, certamente, imagens
"típicas", limpas à uma cultura, a um grupo social.
Além disso, "a sociedade circassienne produto uma comunicação à sua imagem" (Hotier,
1995, 215) [ 1 ]. Com efeito, a estrutura familiar é reinvestida em pista, difundindo os
valores tradicionais do masculina e a feminina. Frequentemente, a mulher ocupa papéis de
parceiro ou de desenvolvimento. Em retirada (colocado de trás, fora a luz), as suas funções
são materiais ou estéticas. Carole Morallès de resto comunicou-nos desta distinção dos
sexos aquando de uma entrevista: "o tempo do nosso pai, o meu pai disse à sua mulher:"
"vais pôr-se sobre a tábua à facas!" ", e como de o gostava, fazia-lhe confiança, haja".
Certamente, as mulheres hoje têm-se destacado da autoridade masculina. Mas a distribuição
das tarefas respeita uma ordem social onde a mulher é subordinada ao homem, ou,
em todo caso, à cada sexo correspondem dos papéis e tarefas determinados: ao homem, a
força, a coragem, e arrisca-o, à mulher, a ligeireza, a graça e a beleza. Leva quando é
levada e manipula quando traz as bolas. O circo "tradicional" continua a difundir
esquemas de relação onde homens e mulheres permanecem a um lugar sexualmente pré-
définie. A sua relação "hyperritualisée" (Goffman, 1988): encarnam de uma maneira
manichéenne o masculino (ele) e o feminino (ela). O casal "sobreritualise" as relações
homme-femme: é-lhe forte, e é mulher- criança, mulher-apresentar ou mulher- sedutora.
Não se trata mais de definir-se um em relação ao outro, onde qualquer está um não o é
necessariamente no outro. Falaremos mais aqui então de "duo" que de "casal". No entanto,
não consideramos que esta evolução constitui uma ruptura: certas produções
“contemporâneas" continuam a pôr em cena casais nos quais homens e mulheres
permanecem sobre sensibilidades connotées "masculinas", para ele, e "femininas", para ela.
É que reencontramos, por exemplo, em Pequenas histórias no ar, da companhia Lunatic.
Cécile Mont-Reynaud, aéreo nesta produção, de resto tinha-nos confirmado: "tinha-se
desejo de procurar o que podia exprimir-se entre um homem e uma mulher." Então aquilo
depende das vezes, tão. Há momentos em que é mais uma relação entre um irmão e um s?
ur, como aquilo (...), de jovens, de pequenas crianças que chamaillent, que se reencontra, e
seguidamente momentos, certamente, onde é mais muito sensuel e aquilo volta a dar um
relatório amoureux. "" o novo "circo pulula de imagens heteróclitas." Homens e mulheres
ocupam indiferentemente todos os papéis: as mulheres então são levadas ou "portadores".
Os duos compõem-se e decompõem-se durante os espectáculos e reunem às vezes artistas
do mesmo modo sexo.
A "Natureza" (ele dado biológico) determina e define a identidade de tipo dos artistas. Esta
"lógica dos contrários" (Badinter, 1986, 164), segundo a qual homem e mulher opõem-se
radicalmente, é incorporado pelos artistas e aposta em cena. Consequentemente, um
artista mulher posiciona-se em relação às figuras archétypiques da mulher no circo
"tradicional": graça, flexibilidade, beleza. A mulher ocupa papéis onde a estética prima
sobre o desempenho e certos números "tradicionais" dão uma definição paroxística da
mulher-fragilidade, da mulher-objecto.
É que tivéssemos feito de observar Jacques Portokalopoulos, que trabalhou muito com
circos "tradicionais": "Todo o que está com elefante, são mulheres, porque tem ao mesmo
tempo o casamento entre a potência do animal e a estética e a beleza, a mulher considerada
como frágeis, com efeito."
"Nota-se que quando a mulher é ajustadora, os animais são em geral animais familiares."
Alguns números domptage de felinos contudo às vezes são realizados por mulheres, como
no espectáculo de Arlette Gruss ao qual assistimos: é aqui uma mulher-fantasme, érotique e
dominatrice.
Precisem que se no circo "tradicional", a diferenciação dos sexos é hyperbolique, em
prestações como a de Ô Circo com Saudade, esta diferenciação, menos marcada continua a
ser aparente. Com efeito, se o corpo for desnudado pouco e as posturas menos provocantes,
os artistas mulheres, geralmente, enunciam os valores como a doçura, a ternura, valores
connotées tradicionalmente "femininos" na sociedade francesa.
Além disso, o "novo" circo propõe, ele -também, uma aposta em cena da diferença dos
sexos: é Takumi Fukushima em S.O.Y., levando peruca loura, pequeno pingamento e
tacões-elevado, é também Linet Andréa, em ChiencrU, que manipula, com humor, os
atributos féminité estereotipado (lantejoulas, plumas e tacões-elevado).
No entanto, a leitura que fazemos de este surdifférenciation é aqui diferente. Com efeito,
interpretamos-o mais como uma amplificação das normas tradicionais. Portanto, aquilo
consiste quer parodie da imagem caricatural da mulher, quer uma aposta em cena
trabalhada, intencional e às vezes revendicatrice, de um personagem feminino,
brincando das suas vantagens de sedução.
Por outro lado, o que faz, ao nosso sentido, singularité do circo "contemporâneo" hoje, é
mesmo a redefinição da identidade do circassienne. Com efeito, à identidade estável e
racional do indivíduo (o tipo que corresponde ao sexo biológico), representativa
do circo "tradicional", acrescenta-se uma identificação múltipla da pessoa.
O artista de circo experimenta o "ritual mágico das máscaras" (Caillois, 1958). Aparece
múltipla, forte ou frágil, maquillée ou não. Estas múltiplas aparências traduzem a
incorporação, pelo ritual, de novos valores, as do "novo" circo, mas também as das
mulheres numa sociedade que altera, que duvida, que se procura.
Sem artifício que associa ao sexo um tipo específico, o artista revela seu intériorité
complexo. De acordo com Simmel (1988, 74), "o androgynisation exprime a reconciliação,
a solidariedade imediata, orgânica, entre a pessoa e cada um das suas manifestações". A
circassienne "contemporânea" dá ver, através de este corporeidade androgyne, as suas
interrogações, as suas procuras identidades, retornando-nos às nossas próprias dúvidas.
Indivíduo (1998, 49), fazendo referência à Sra. Francisca, palhaço do Novos-Nariz, faz a
esse respeito as perguntas seguintes:
"mulher- mulher ou mulher- homem:" este grande desvio entra dois fantasmes igualmente
impraticáveis não é o lote comum do ocidentais os contemporâneos? E mais geralmente,
não seria contra o parcelamento da imagem de ele, doença eterna mas mais actual que
nunca que rire da Nova-Nariz tarefa de prevenir-nos? "Experimentar os valores o
masculino, é então provar e questionar a sua parte masculinité.
Isto conduz-nos reflectir sobre uma evolução social mais geral. Com efeito, assistimos hoje
um rompimento dos valores: mestiçagem cultural, complexification das relações sociais e
lógicas de identificação múltiplas da pessoa são tantos índices de uma forma
de "baroquisation" do social.
As criações artísticas, hoje, fazem eco à esta efervescência, esta desordem do sociais. O
circo é manifestamente o reflexo de uma procura de verdade, que declina de duas maneiras:
o barroco e o kitsch. Nesta fase "transmutation", os artistas tornam-se os
exploradores de um futuro hipotético.
Por este corpo barroco, o circassienne propõe uma profusão de imagens de própria: é ela e
ele, puro e provocante, forte e fraco, anjo e demónio. Assume esta pluralidade, em face e
déjoue os códigos para tentar definir uma identidade em claramente. Desvia os
sinais e os símbolos para parecer que quereria ser, experimentar que não é ou exorciser
algumas destas facetas, por efeito cathartique.