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LIDOMAR BECKER
JOINVILLE
2012
LIDOMAR BECKER
JOINVILLE
2012
LIDOMAR BECKER
The use of products and components manufactured by plastic injection process has expanded
greatly in recent decades. To optimize this manufacturing cycle, knowledge of temperature
and pressure within the cavity of a mold becomes necessary. To do this, sensors should be
installed. Due to lack of material and scientific knowledge of the instrumentation mold,
adjusting the temperature and pressure in this process are carried out empirically, in most
cases. In this context, this paper aims to contribute to this segment. In an injection mold
plastic sensors were installed temperature and pressure. Initially, we evaluated the response of
two types of temperature sensors, piezoelectric and thermocouple. In a second step, we
evaluated the sensitivity of the sensors to identify the material to be injected and changes in
the parameters of the injection process, repression and temperature. The results show that
temperature sensors must be carefully chosen because they may have limitations in their
sensitivity to variations in temperature or accurately identify instantaneous changes and the
values of temperature inside the cavity. The pressure sensors (piezoelectric) had greater
precision in identifying changes in the cavity permiting identify differences in the viscosity of
the injected material. These practical experiments were performed with polypropylene bodies
and the injection of the test piece with the manipulation of time of injection. Data were
collected via a data acquisition system Agilent Technologies Model 34970A and were
analyzed graphically using software Agilent BenchLink Data Logger 3.
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.7 – Ciclo de injeção comparando-o com o estado e posicionamento da rosca dentro
da máquina injetora, o molde e o processo. .............................................................................. 26
Figura 2.8 – Molde fechado com indicação de suas partes constituintes ................................ 28
Figura 2.14 – a) Variação da f.e.m. (força eletromotriz) em função da temperatura para vários
termopares e b) ligas metálicas dos termopares ............................................................................. 41
Figura 2.16 – Análise térmica sobre um molde experimental com temperaturas diferentes do
molde utilizando termopares .................................................................................................... 42
Figura 2.20 – Gráficos de pressão gerados por sensores piezoelétricos instalados em dois
moldes....................................................................................................................................... 45
Figura 2.21 – Diagrama funcional da “janela de moldagem ou área de moldagem” que pode
ser determinada para um dado polímero e uma dada cavidade de molde . .............................. 46
Figura 2.22 – Resultados obtidos por um dos experimentos realizados quanto à contração de
um material experimental..........................................................................................................47
Figura 2.23 – Gráfico de temperatura e pressão obtidos em um molde
experimental..............................................................................................................................47
Figura 2.24 – Diagrama funcional de sistema de aquisição de dados baseado na utilização de
computador...............................................................................................................................48
Figura 2.25 – Diagrama funcional de um sistema de aquisição de dados para variação de
temperatura com termopar........................................................................................................50
Figura 3.9 – Localização da instalação do sensor 6190CA: a) Cavidade fixa (verso) para
instalação do transdutor de pressão e temperatura e b) localização dos pontos na peça.
Distâncias em mm. ................................................................................................................... 64
Figura 3.10 – Placa de fixação para os conectores do transdutor: a) sem os sensores e b) com
o sensor instalado e suas conexões ........................................................................................... 65
Figura 4.2 - Tempo de injeção = 1,1 segundos. Ciclo de injeção = 17,6 segundos.
Temperatura processo = 230 °C. Ponto 1: 6190CA e Ponto 2: termopar comum.................... 73
Figura 4.3 – Tempo de injeção = 1,1 segundos. Ciclo de injeção = 17,6 segundos.
Temperatura processo = 230 °C. Ponto 1: termopar comum e Ponto 2: 6190CA................... 73
Figura 4.4 - Tempo de injeção = 1,1 segundos. Ciclo de injeção = 17,6 segundos.
Temperatura processo = 230 °C. Ponto 1: 6190CA e Ponto 2: termopar comum.................... 74
Figura 4.5 – Tempo de injeção = 1,1 segundos. Ciclo de injeção = 17,6 segundos.
Temperatura processo = 230 °C. Ponto 1: termopar comum e Ponto 2: 6190CA................... 74
Figura 4.6 – Peças marcadas durante os ajustes de posicionamento dos sensores dentro da
cavidade a) invasiva à cavidade; b) recuo em relação à cavidade e c) situação correta ........... 75
Figura 4.7 – Pressão expressa em tensão elétrica (Volts) no ponto próximo ao canal de
injeção (ponto 1) para alguns ciclos de produção de peças (6190CA).....................................76
Figura 4.8 – Identificação dos períodos de ciclo para uma peça injetada. Tempo de ciclo =
18,8 segundos. 6190 CA está no ponto 1 da cavidade ............................................................. 77
Figura 4.9 – Pressão no ponto 1 para PP H 105: a) Tinj = 0,5 segundos, b) Tinj = 1,1 segundos
e c) Tinj = 2 segundos ................................................................................................................ 78
XI
Figura 4.10 – Pressão no ponto 2 para PP H 105: a) Tinj = 0,5 segundos, b) Tinj = 1,1
segundos e c) Tinj = 2 segundos. ............................................................................................... 78
Figura 4.11 – Pressão no ponto 1 para PP H 503: a) Tinj = 0,5 segundos, b) Tinj = 1,1
segundos e c) Tinj = 2 segundos ................................................................................................ 79
Figura 4.12 – Pressão no ponto 2 para PP H 503: a) Tinj = 0,5 segundos, b) Tinj = 1,1
segundos e c) Tinj = 2 segundos ................................................................................................ 79
Figura 4.13 – Gráfico de pressão média na cavidade (Pméd) x espessura (s) da cavidade. .... 81
Figura 5.1– Dimensões da peça injetada ................................................................................ 97
Figura 6.1– Gráfico do sensor kistler x bomba de comparação do laboratório Sociesc ...... 100
Figura 6.2– Gráfico do sensor kistler x bomba de comparação do laboratório Sociesc ...... 100
Figura 7.1– Resposta dos sensores de temperatura para imersão em banho de 60 °C .......... 103
Figura 7.2– Resposta dos sensores de temperatura para imersão em banho de 60 °C .......... 103
Figura 7.3– Resposta dos sensores de temperatura para imersão em banho de 60 °C .......... 104
Figura 7.4– Resposta do termopar em função do diâmetro do condutor............................... 104
XII
LISTA DE TABELAS
SUMÁRIO
RESUMO .................................................................................................................................. II
ABSTRACT ............................................................................................................................. III
DEDICATÓRIA ....................................................................................................................... IV
AGRADECIMENTOS .............................................................................................................. V
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. VI
LISTA DE TABELAS .............................................................................................................. X
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS .............................................................................. XI
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 16
1.1 OBJETIVO GERAL ....................................................................................................... 18
4.1.1 Experimento 1: comparação dos termopares tipo K com o sensor Kistler 6190CA
posicionados em dois pontos no interior da cavidade e em contato com o produto para
dois materiais poliméricos de viscosidades diferentes (PP H 105 e PP H 503) ................ 69
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................... 86
APÊNDICES...........................................................................................................................96
16
1 INTRODUÇÃO
características da estrutura interna de uma peça moldada, incluindo tensões internas, massa
molar, a orientação, o grau de cristalização, o tamanho e a distribuição de cargas e reforços.
No entanto, as propriedades externas, incluindo forma, dimensão e superfície, e propriedades
mecânicas, ópticas e elétricas das peças moldadas são geralmente de maior preocupação para
os usuários finais. Com isso, o acabamento da superfície, o peso e estabilidades dimensionais
do produto geralmente são monitorados para controle de qualidade na indústria de moldagem
por injeção.
O perfil da temperatura e principalmente a pressão da cavidade e sua repetibilidade
influenciam fortemente a qualidade da peça moldada, especialmente em sua massa,
estabilidade dimensional, propriedades mecânicas e a qualidade da superfície. Muitos estudos
têm proposto que o perfil da pressão da cavidade pode ser usado para manter a alta qualidade
do produto e ajudar no controle da máquina no processo de moldagem por injeção. Da mesma
forma, outros sugerem que uma maneira de manter uma taxa elevada de rendimento a partir
do molde é reproduzir a curva de pressão na cavidade de cada ciclo (HUANG, 2006).
Gao (2008), Kurt et al (2009), Tadmor (2006), Liu et al (2009), Huang (2006),
Bangert et al (2000), entre outros, indicam em seus estudos que as variáveis mais importantes
em um processo de injeção de termoplásticos, são as variáveis temperatura e pressão, as quais
afetam diretamente as características do produto final. Estes estudos também englobam o
desenvolvimento de programas ou sistemas expertos ou modelos ou ainda, a criação de tipos
de sensores específicos ou economicamente atrativos para análise das variáveis do processo.
O controle na produção de peças plásticas pode representar um diferencial
competitivo. A evolução dos sistemas de aquisição de dados e sensores para monitorar e
controlar o processo de injeção são ferramentas promissoras para a indústria moderna.
Neste contexto, o objetivo principal deste trabalho é instrumentar e avaliar
características de diferentes sensores de temperatura e pressão em um molde experimental
para injeção de termoplásticos.
Para isso os sensores foram instalados dentro da cavidade do molde, em contato com o
produto e em dois pontos diferentes, um mais próximo do canal de injeção e outro na
extremidade do produto. Para a injeção dos produtos foi utilizado o polipropileno (PP) com
diferentes viscosidades, o PP H 105 (IF = 40) e o PP H 503 (IF = 3,5).
Foram avaliados a sensibilidade e o tempo de resposta para os diferentes sensores
quanto à posição e à viscosidade do material injetado.
18
2 REVISÃO DE LITERATURA
Figura 2.1 – Diferentes configurações físicas de polímeros, linear, ramificada e em rede (reticulada).
Fonte: Harper (2000).
vantajoso, pois se produz uma grande gama de polímeros para atender determinada aplicação
ou técnica de processamento. Nem todos os compostos de baixa massa molar geram
polímeros. Para que ocorra a polimerização é necessário que cada monômero deva ser capaz
de se combinar com outros dois, no mínimo (CANEVAROLO JR., 2002).
Segundo Manrich (2005), as formas mais comuns de classificar polímeros se referem a
sua estrutura química, método de preparação, características tecnológicas e seu
comportamento mecânico.
Quando os materiais plásticos são aquecidos no processo de moldagem, eles também
passam por mudanças na sua estrutura molecular. Temperaturas em que estas mudanças
ocorrem são chamadas de pontos de transição.
Materiais plásticos podem ser divididos em duas grandes categorias de acordo com a
sua estrutura: os materiais amorfos e os materiais cristalinos. Os materiais amorfos têm suas
cadeias moleculares em arranjo aleatório. Com o calor aplicado, um material amorfo irá
mostrar uma transição gradual, uma vez que se transforma de sólido a um material
emborrachado. A temperatura em que isso ocorre é chamada de Temperatura de Transição
Vítrea (Tg) do material. Como o material é aquecido ainda mais, ele se tornará mais maleável,
permitindo que seja moldado. Um material amorfo não tem mudanças acentuadas nas
propriedades quando é aquecido e, normalmente tem uma ampla gama de características de
processamento (MANRICH, 2005).
Os materiais cristalinos são na verdade semi-cristalinos, ou seja, tem pequenas regiões
de material cristalino cercado por material amorfo. Quando estes materiais são aquecidos, as
regiões cristalinas permanecem intactas, evitando que o material possa fluir. Mais calor deve
ser aplicado para que a frente cristalina se desfaça. Esta temperatura é chamada temperatura
de fusão (Tm). Abaixo da Tm, o material é um sólido e acima da Tm, o material é um fundido, e
pode ser processado (MANRICH, 2005).
Termoplásticos amolecem ou se fundem quando aquecidos ficando em um estado
fluido, e sob pressão podem ser forçados ou transferidos de uma cavidade aquecida para um
molde frio. Com o resfriamento dentro de um molde, os termoplásticos endurecem e tomam a
forma do molde. Na Figura 2.2 são apresentadas as etapas de processamento para
termoplásticos. Os termoplásticos podem ser refundidos e re-endurecidos por resfriamento. O
envelhecimento térmico, conduzido pela repetida exposição às altas temperaturas requeridas
para fundir, causa eventual degradação do material limitando o número de ciclos de
aquecimento (HARPER, 2000).
22
Figura 2.3 – Viscosidade versus velocidade para um material polimérico fundido e sua distribuição de
velocidade ao longo do fluxo de material polimérico.
Fonte: www.kistler.com (2011).
Segundo Pouzada (1998) as fases de injeção podem ser dividas em: fechamento e
injeção do polímero na cavidade do molde; a de compressão: em pressurização e
plastificação; a de resfriamento: em refrigeração, abertura, ejeção, pausa até o reinício do
próximo ciclo. A Figura 2.5 ilustra as fases do processo de injeção de termoplásticos.
A fase de resfriamento é de extrema importância porque ela responde pelo maior dos
tempos das fases. Durante esta fase, o calor é transferido por condução para as paredes frias
do molde, diminuindo a temperatura do polímero fundido. O fluxo do calor depende
primeiramente da difusividade térmica do polímero e do gradiente de temperatura entre o
25
Figura 2.7 – Ciclo de injeção comparando-o com o estado e posicionamento da rosca dentro da
máquina injetora, o molde e o processo.
Fonte: Tadmor (2006).
• Pressão de injeção (Pinj) [bar] ou [MPa] é a pressão exercida pelo pistão sobre o
polímero durante o preenchimento do molde, ou seja, é a pressão necessária para preencher o
molde sem pressurização, não sendo necessária a pressão de comutação, que é aquela pressão
de mudança de pressão de pressurização para a pressão de recalque.
• Pressão de recalque (Prec) [bar] ou [MPa] é aquela que ocorre após a pressurização,
normalmente ocorre a comutação da pressão de pressurização para a de recalque, e assume
valores inferiores para evitar a geração de tensões internas na peça injetada, garantindo que o
material injetado não retorne.
• Pressão ou força de fechamento (Ff) [N] de uma injetora deve ser sempre superior
a máxima força de abertura do molde originada pela pressão máxima de injeção, pois ela deve
manter o molde suficientemente travado enquanto as pressões de injeção, pressurização e
recalque são exercidas, devido ao fato de estas pressões forçarem a abertura das placas do
molde, provocando vazamento de material fundindo e gerando rebarbas. Para calcular a força
de fechamento necessária, deve-se conhecer a área da cavidade do molde onde o polímero
fundido está exercendo pressão. Esta área pode ser projetada da cavidade no plano
perpendicular à direção da pressão. Força de fechamento (Ff) é dada pela equação 1, onde
Pcav é a pressão na cavidade (bar ou MPa), Pinj é a pressão de injeção (bar ou MPa) e A é a
área (cm2):
Figura 2.9 – Gráfico Pressão x Temperatura, mostrando as fases do processo de injeção e as variáveis
em cada fase que influenciam as características de qualidade para a peça moldada.
Fonte: Bangert et al (2000).
32
Segundo De Blasio (2007), quando o material polimérico em grânulos passa pelo funil
e é depositado sobre a rosca dentro da máquina de injeção, pode sofrer variações de
temperatura de região para região no volume da massa polimérica. As mudanças de
temperatura podem ocasionar a formação de camadas dentro do molde com diferentes
temperaturas, diferentes taxas de resfriamento e enchimento do molde, e também diferentes
propriedades ao longo da peça.
Nas máquinas injetoras modernas é possível variar a rotação da rosca e a pressão de
retorno, pois elas possuem um excelente controle de rotação em diferentes tempos e etapas da
plastificação do polímero. Estes efeitos combinados são responsáveis por alterações no
cisalhamento que o material sofre dentro da rosca, gerando massa com temperaturas
homogêneas. Mas a temperatura também pode variar devido ao tempo de permanência do
fundido em diversas zonas da rosca. O número de vezes que a massa estaciona ao longo da
rosca aumenta quanto maior for a capacidade de injeção e menor o volume a ser injetado por
ciclo, com isso, o polímero é aquecido através de maneiras e tempos diferentes, ou seja,
durante o transporte por cisalhamento pela rotação da rosca e pelas mantas elétricas quando
está parado. Após esta etapa o material é injetado no molde através de canais e ocorre a troca
de calor com o molde (DE BLASIO, 2007).
Manero (1996) conclui que muitas variáveis podem influir nos perfis da temperatura
no interior da cavidade do molde como mostrado na Figura 2.10. Uma vez que é encontrada
uma forma adequada de medição para a temperatura do material fundido, torna-se possível
manipular as variáveis para desenvolver uma estratégia eficiente de controle.
Figura 2.10 – Variáveis que afetam os perfis da temperatura do fundido na cavidade do molde.
Fonte: Adaptado de Manero (1996).
34
Ainda o mesmo autor informa que o perfil da pressão na cavidade e sua repetibilidade
notavelmente influenciam a qualidade da peça moldada, especialmente em sua massa,
estabilidade dimensional, propriedades mecânicas e a qualidade superficial. Muitos estudiosos
(BADER et DERKX, 2009; GAO et al, 2007; LOTHI, 2004; BANGERT et al, 2000; entre
outros) têm proposto que o perfil da pressão da cavidade pode ser usado para manter as
características do produto e a alta qualidade e ajudar a controlar da máquina no processo de
moldagem por injeção. Da mesma forma, outros sugerem que uma maneira de manter uma
taxa de rendimento elevado a partir de molde é reproduzir a curva de pressão na cavidade em
cada ciclo.
Segundo Pontes (2002), quaisquer alterações no processo de injeção de plásticos, seja
devido à temperatura, a taxa de fluxo, a pressão de recalque e o tempo podem mudar o perfil
da pressão na cavidade. A Figura 2.13 apresenta o efeito das alterações destas variáveis no
perfil da evolução da pressão no interior da cavidade.
Sensores de pressão podem medir de forma direta ou indireta a pressão na cavidade e,
com ou sem sensores de temperatura conjugados. Durante a medição direta o sensor entra em
contato com o polímero fundido no interior do molde e informa sua pressão naquele ponto.
37
Figura 2.13 – Influência de algumas variáveis na evolução do perfil da pressão dentro da cavidade do
molde em função do tempo de ciclo.
Fonte: Pontes (2002).
para os sensores feitos em circuitos integrados (IC – Integrated Circuits), todos os sensores de
temperatura tem funções de transferência não lineares. A maior parte dos sistemas reais
possuem características de entrada/saída não lineares, mas diversos sistemas, quando
operados dentro de parâmetros nominais, têm um comportamento que é tão próximo de um
comportamento linear que a teoria de sistemas lineares invariantes no tempo é uma
representação aceitável do comportamento de sua entrada e saída. Circuitos condicionadores
analógicos complexos foram projetados para corrigir as não linearidades dos sensores.
Circuitos que muitas vezes requerem calibração e resistores de precisão para encontrar a
desejada exatidão.
Segundo Park e Mackay (2003), um transdutor é um sistema que converte uma forma
de energia ou quantidade física em outra, de acordo com alguma relação predefinida, em que
o transdutor é o elemento sensor que responde diretamente pela medida e faz parte do sistema
de monitoramento ou controle. Em sistemas de aquisição de dados, transdutores sentem
fenômenos físicos e provêem sinais elétricos que o sistema pode aceitar. A escolha depende
de algumas características que incluem o custo, a grandeza a ser medida, e sua resposta como,
por exemplo, a precisão, a sensibilidade, a repetibilidade da medição e a faixa de trabalho. A
precisão é a referência ao máximo erro que pode ser esperado na medida em um determinado
ponto dentro da faixa de trabalho do transdutor. A sensibilidade é definida como a quantidade
de mudança que ocorre em um sinal de saída de um transdutor para uma mudança na medida
da variável de entrada deste. A repetibilidade da medida permite verificar o quão próximas
várias medidas se encontram dentro do processo. A faixa de operação é o mínimo e máximo
valor de uma variável do processo que define o limite de operação do transdutor para todas as
suas características.
Atualmente, constata-se que os sensores mais empregados na indústria para o
monitoramento dos processos de moldagem por injeção de termoplásticos são os sensores de
temperatura e principalmente pressão. O crescimento da produtividade e a redução dos custos
são os principais benefícios decorrentes da adoção de modernos métodos de supervisão
automática, aprimoramento e controle dos processos de moldagem por injeção de
termoplásticos. Estão ultrapassados os processos baseados apenas nos parâmetros das
máquinas (SCHNERR-HÄSELBARTH, 2004).
As medições nas cavidades do molde podem ocorrer de forma direta ou indireta. Na
forma direta, o sensor está em contato direto com o fundido através de sua parte frontal. Na
39
medição indireta podem ser usadas propriedades físicas como, radiação, convecção e outros
para aproximar medidas.
Sensores apropriados podem ser incorporados ao molde para monitoramento e
controle. Custos adicionais são acrescentados ao do conjunto e, além das alterações físicas do
molde, as posições dos sensores podem ser influenciadas pela posição dos pinos extratores e
dos canais de refrigeração. Algumas destas razões tornam prática padrão o projeto de moldes
sem sensores. As medições mais comuns são as de temperatura do material fundido no
interior do molde, pois os sensores usados, normalmente termopares ou termo resistências,
são mais acessíveis em custo.
Sensores de temperatura são necessariamente incorporados ao molde de aço e isto
propicia uma transferência de calor significativa entre a junta de medição e o metal ao redor.
Sensores de temperatura podem também apresentar um atraso de fase significativa e
erro de estado estacionário na medição de temperatura da massa fundida (KAZMER, 1997).
Na sequência dos trabalhos serão apresentados os sensores de temperatura
(termopares).
Termopares
Figura 2.14 – a) Variação da f.e.m. (força eletromotriz) em função da temperatura para vários
termopares e b) ligas metálicas dos termopares.
Fonte: Adaptada de Thomazini e Albuquerque (2010).
Bareta (2007) fez estudos em moldes híbridos em que utilizou termopares instalados
no molde para monitoração da temperatura. A Figura 2.16 apresenta alguns ciclos
monitorados dos ensaios realizados. Nestes ensaios verificou que a temperatura do molde
influencia no processo de fabricação de peças plásticas.
Figura 2.16 – Análise térmica sobre um molde experimental com temperaturas diferentes do molde
utilizando termopares.
Fonte: Bareta (2007).
pulso (ms), que são causados pelas mudanças das propriedades físicas dos transdutores ao
serem alimentados por uma fonte externa. Transdutores de pressão podem ser
potenciométricos, capacitivos, de deformação, óticos, indutivos, fio ressonante e
piezoelétricos. Um circuito deve converter a variação de resistência, indutância ou
capacitância em sinal padronizado a fim de que se possa fazer a leitura por algum instrumento
de indicação ou registro. Dependendo do tipo de transdutor, o circuito de medição pode ser
em ponte de resistência, amplificador de corrente contínua, conversor analógico digital,
demodulador, entre outros. (MORRIS, 2001)
Vários fatores determinam a seleção de um medidor de pressão, entre eles, o valor da
pressão, tipo de fluído, instalação, custo e precisão. A distribuição de pressão na cavidade esta
ligada diretamente às condições de fluxo do fundido no interior do molde e o processo
dinâmico de forças da geometria do molde (KAZMER, 1997).
Sensores de pressão para cavidades medem a pressão em contato direto com o
fundido. Podem ser montados em furos usinados no molde com ou sem adaptadores. Estes
sensores têm dimensões com diâmetros na zona de medição (face sensora) de 6, 4, 2 ou 1 mm
e podem vir equipados com termopares para medição instantânea de temperatura.
Abaixo são detalhados os sensores de pressão piezoelétricos os quais foram utilizados
na realização deste trabalho.
Sensores piezoelétricos
que, quando carregado com uma força, o sensor produz uma carga elétrica Q estritamente
proporcional à uma força F com a unidade [pC] (1 Picocoulomb = 10¯¹² Coulomb). É,
portanto, um elemento de medida ativo. O quartzo natural (dióxido de silício - SiO2) fornece
um material ideal. Atualmente, o quartzo é fabricado sinteticamente sob grande pressão e alta
temperatura. Outros materiais piezoelétricos são utilizados também para aplicações especiais.
A Figura 2.18 mostra o efeito piezoelétrico e o diagrama esquemático de vários sensores.
Figura 2.19 – Sensores instalados em um molde para contato direto com o material polimérico dentro
da cavidade.
Fonte: Kistler (2010).
Figura 2.20 – Gráficos de pressão gerados por sensores piezoelétricos instalados em dois moldes.
Fonte: Dupont (2010).
queda de pressão entre os dois pontos durante as fases de injeção e de recalque (Catálogo
técnico da DU PONTTM, 2010).
Alguns estudos utilizando sensores de pressão piezoelétricos são apresentados a
seguir:
Krueger e Tadmor (1980) apud Tadmor (2006) apresentam um estudo da pressão
utilizando sensores piezoelétricos, em vários estágios de um processo de injeção de
Poliestireno (PS) em uma cavidade retangular. Transdutores foram colocados no bico de
injeção, no corredor de injeção e na cavidade do molde. Em seus experimentos detectou-se
que há uma queda de pressão entre os vários pontos em que o fluxo polimérico flui e também
dentro da cavidade. Os valores de pressão diminuem conforme o fluxo polimérico avança no
interior da cavidade. Estas diferenças se apresentam em todas as etapas do ciclo de injeção.
Através deste estudo foi estabelecido uma “área de moldagem” conforme mostra a Figura
2.21. Dentro desta área um específico polímero pode ser moldado em uma específica
cavidade. A área é limitada por quatro curvas. Na curva abaixo, o polímero ou está sólido ou
não fluirá. Na curva acima, o polímero degrada termicamente. À esquerda, o molde não será
completamente preenchido e à direita, os fluxos de fusão formam lacunas entre as várias
peças de metal que compõem o molde, criando finas teias nas linhas de partição.
Figura 2.21 – Diagrama esquemático da “janela de moldagem ou área de moldagem” que pode ser
determinado para um dado polímero e uma dada cavidade de molde.
Fonte: Tadmor (2006).
Kurt et al (2009) realizaram estudos utilizando o ABS para a avaliação dos efeitos da
pressão na cavidade e temperatura do molde na qualidade do produto final utilizando sensores
47
Figura 2.22 – Resultados obtidos por um dos experimentos realizados quanto à contração de um
material experimental.
Fonte: Kurt et al (2009).
A Figura 2.25 apresenta a composição dos sistemas para aquisição dos dados e sua
transferência direta à memória do computador. Os sistemas de módulos externos que utilizam
equipamentos remotos ao computador são conectados via porta serial ou paralela.
Figura 2.25– Diagrama funcional de um sistema de aquisição de dados para variação de temperatura
com termopar
Fonte: Adaptado de Park e Mackay (2003).
Referências feitas por Dimla et al (2005) analisam que a indústria de moldagem por
injeção, como todas as indústrias, tem necessidades atuais de redução de custos para se
manter competitivas. Várias tecnologias são desenvolvidas, inclusive programas
computacionais, para controle dos equipamentos, baseados nos tempos de ciclo. Ajustes
podem ser feitos na máquina de moldagem para ajudar a reduzir o tempo para moldar, mas em
última análise, o tempo é ditado pela capacidade do molde para transportar o calor para fora
do polímero fundido. O líquido refrigerante passa através de canais de refrigeração nos
moldes em uma temperatura desejada. Isto permite que o polímero fundido flua para todos os
setores da cavidade enquanto ao mesmo tempo, o calor é removido o mais rapidamente
possível. Com o plástico possuindo uma refrigeração mais uniforme, reduziariam-se
problemas de produção, como o empenamento, por exemplo. Na indústria de injeção de
plásticos, a mudança de parâmetros do processo, durante o ciclo de produção é menor. A
maior preocupação ocorre em duas situações. Primeiro no período inicial da máquina (início
do processo) onde tem-se a estabilização térmica dos equipamentos e do processo, evitando
mudanças térmicas abruptas. Este tempo de estabilização térmica deve ser o mais curto
possível. E, segundo, no controle efetivo da temperatura no canhão de injeção, durante as
transições de estado ocioso para o de operação. Estas transições devem garantir que a
qualidade da peça seja assegurada. Consistência de controle de temperatura do canhão.
No processo de moldagem por injeção, materiais poliméricos passam por um processo
de transformação de fase a partir do estado sólido para fundido e volta ao estado sólido
novamente no final do processo. O monitoramento contínuo do processo em termos de
parâmetros-chave do processo é muito importante para a otimização e controle do mesmo.
Temperatura do processo e a pressão são frequentemente escolhidos como os parâmetros para
monitoramento de processos na injeção de termoplásticos, particularmente a temperatura e a
pressão da cavidade (ZHAO et al, 2003).
Chaabouni et al (2009) descrevem que máquinas de moldagem por processos de
injeção de plástico geralmente trabalham sob condições de mudanças contínuas e, portanto,
condições ideais mudam com o tempo. Isto pode ser explicado pelo envelhecimento da
máquina, mudanças na capacidade de produção e do processo. O encontro de condições
ótimas é necessário pois a concorrência força alta produtividade e menor custo com uma
qualidade de produção superior.
Segundo Deterre et al (2005) para garantir a qualidade e reprodutibilidade da
fabricação de peças injetadas, os parâmetros de avaliação quantitativos necessários do
53
histórico do processo de injeção são obtidos através do uso de sensores conectados a uma base
de aquisição de dados do sistema. O controle das dimensões da peça moldada é uma
necessidade básica para indústrias de transformação. Variações na dimensão da peça
dependem essencialmente das tensões residuais, como resultado da contração do material.
Para uma melhor compreensão deste comportamento geométrico, a evolução da temperatura
durante as fases de resfriamento e ejeção deve ser conhecida. A Figura 2.27 mostra o histórico
dos principais parâmetros obtidos para um ciclo típico do processo de injeção de
termoplásticos.
Figura 2.27– Histórico dos principais parâmetros durante um ciclo típico de injeção de termoplásticos
Fonte: Deterre et al (2005).
3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Estes estudos têm por objetivo avaliar a sensibilidade e o posicionamento dos sensores
de temperatura e pressão e identificar a capacidade de reconhecer alterações no ciclo de
injeção durante o processo de injeção de termoplásticos.
A máquina de injeção utilizada nos ensaios foi uma Haitian SA1200 de propriedade da
empresa SoKit Embalagens mostrada na Figura 3.1.
Unidade de injeção
L/D da rosca L/D 40
Volume (teórico) cm³ 21
Massa de injeção (PS) g 214
Injeção (PS) g/s 195
Plastificação (PS) g/s 15,4
Pressão de injeção MPa 192
Velocidade de rosca RPM 0 ~ 285
Unidade de fechamento
Tonelagem de fechamento kN 1200
Curso de abertura mm 360
Espaço de abertura mm 410x410
Altura máx. de molde mm 450
Altura mín. de molde mm 150
Curso de extração mm 120
Força de extração kN 33
Outros
Pressão máx. de bomba Mpa 16
Potência de motor kW 18,5
Potência de resistência kW 9,75
Dimensões de máquina (cxhxl) m 4,83x1,26x1,96
Fonte: Haitian (2011).
O molde empregado neste estudo foi em aço P20 de duas placas, inclusive a bucha de
injeção. O VP20 é um material bastante empregado na construção de moldes para
termoplásticos pois apresenta boa usinabilidade em comparação a outros aços. As buchas
guias e colunas foram construídos de aço SAE 8620 e os demais componentes construídos de
aço SAE 1045. O molde possui forma circular e simétrica com 5 curvaturas, canal de injeção
central, um canal de refrigeração em cada cavidade e na cavidade móvel possui seis orifícios
para pinos extratores. O molde possui uma bucha de injeção que permite a injeção de apenas
uma peça. Esse canal de injeção é central a peça. Esse molde é utilizado para pesquisas
através do grupo PROMOLDE.
O circuito de refrigeração do molde apresenta um canal em forma de “U” em cada
uma das cavidades, móvel e fixa. Ao lado do molde há um sistema de alimentação de fluido
refrigerante (água). O sistema de saída de gases (ventilação) se dá por um rebaixo de 2
centésimos no nível de divisão do molde. A Figura 3.2 mostra o conjunto montado. Para a
realização dos experimentos foram realizadas medições das dimensões das cavidades para
ajustes no projeto CAD.
60
O sensor de pressão utilizado foi o modelo 6190CA da Kistler que possibilita leituras
de temperatura e pressão dentro da cavidade e em contato direto com o polímero fundido. A
face sensora é plana e possui 4 mm de diâmetro. A pressão é obtida através de um cristal de
quartzo (piezo eletricidade) interno ao sensor. Possui ainda, dois termopares tipo K, com liga
de NiCr e Ni montados no mesmo corpo. É adequado em aplicações industriais para
aperfeiçoar o monitoramento e controle da moldagem por injeção de termoplásticos e
elastômeros.
As principais características do sensor 6190 CA são a faixa de operação de 0 a 2000
bar; sensibilidade de -9 pC/bar; linearidade de +/- 1% (FSO – Full Scale Operation);
temperatura na face sensora menor que 450 °C e de operação até 200 °C e ainda resistência de
isolamento maior que 10¹² Ω. A Figura 3.4 mostra o sensor de pressão e suas dimensões.
O sensor 6190CA é constituído por três (3) fios em um único cabo. Um fio é utilizado
para transmitir a pressão e outros dois fios (condutor + e condutor -) levam informações da
temperatura dos termopares tipo K. Para o sinal de pressão, dado em pC (picoCoulumb)
necessita-se de um amplificador de carga que foi adquirido junto com o transdutor. O
amplificador utilizado possui apenas um canal de amplificação (Charge Amplifier
5039A555). A Figura 3.5 apresenta o amplificador de carga e suas conexões.
62
Figura 3.5 – Amplificador de carga de um canal para a aquisição de informações de pressão e suas
conexões com o sistema de aquisição de dados e alimentação elétrica.
Fonte: Kistler (2010).
Figura 3.8– Simulações do processo de injeção para a peça em estudo: a) temperatura durante a
injeção do polímero na cavidade (frente de fluxo) e b) quando do término do período de injeção.
O projeto para o molde com os furos para o sensor e a localização na peça são
apresentados na Figura 3.9. Os pontos usinados distam do centro da peça 22 mm (ponto 1) e
outro a 65 mm (ponto 2) do canal de injeção. Um canal de passagem foi usinado para permitir
a passagem do cabo tanto na cavidade quanto no porta-molde.
Figura 3.9– Localização da instalação do sensor 6190CA: a) Cavidade fixa (verso) para instalação do
sensor de pressão e temperatura e b) localização dos pontos na peça. Distâncias em mm.
Figura 3.10 – Placa de fixação para os conectores do sensor na cavidade fixa: a) sem os sensores e b)
com o sensor instalado e suas conexões.
Figura 3.12 – Placa de entrada para conexão dos cabos de extensão dos sensores.
Para a conexão com o computador utilizou-se a interface GPIB, que é mais rápida. A
Figura 3.13 mostra as interfaces de conexão ao computador deste equipamento.
A Figura 3.14 apresenta todas as conexões entre os equipamentos para a realização dos
experimentos.
A Tabela 3.5 apresenta a conexão dos sensores para as injeções das peças.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 4.1 – Gráfico da temperatura x tempo no interior da cavidade do molde injetado para o PP H
105: a) Termopares tipo K na cavidade nos pontos 1 e 2 e c) Sensor Kistler 6190CA na cavidade nos
pontos 1 e 2. Para o PP H 503: b) Termopares comuns na cavidade nos pontos 1 e 2 e d) Sensor Kistler
6190CA na cavidade nos pontos 1 e 2.
característica do termopar pode ser atribuída ao seu tempo inercial de resposta que é menor
em relação ao sensor Kistler 6190CA. Ambos os sensores estavam encapsulados em
invólucros de aço inox. Um dos fatores que pode determinar o tempo de resposta do termopar
para as alterações de temperatura é a constituição da liga de materiais, o diâmetro dos
condutores internos das junções e/ou a junta de medição não soldada na base do
encapsulamento de proteção. Com o aumento do diâmetro do condutor, tem-se um aumento
do tempo de resposta. Outro fator que pode contribuir para as diferenças de temperaturas
detectadas são os cabos e conexões dos termopares utilizados.
Liu et al (2009) realizou experimentos para medição precisa do perfil de
temperatura em profundidade da peça a ser injetada utilizando um conjunto de termopares
dentro de pequenos tubos que detectaram diferenças entre as temperaturas em diferentes
pontos de um polímero na cavidade de um molde. PONTES, (2002) em seu trabalho sobre
monitoramento de pressão e temperatura, observou variação entre 55 a 65 ºC na superfície da
cavidade durante as fases de injeção de polipropileno.
Segundo Yokoi apud Manero (1996) a temperatura do polímero decresce menos no
centro da cavidade do que próximo às paredes da cavidade. Contudo, após um curto tempo,
rapidamente a temperatura próximo da parede cai. Aumentando-se a taxa de injeção resultará
em aumento da diferença entre a temperatura no centro e na parede da cavidade.
Segundo De Blasio (2007) as variações de temperatura na cavidade aumentam em
direção ao centro do fluxo de material polimérico e diminuem próximo à parede da cavidade
conforme Figura 2.12.
Figura 4.2 – Tempo de injeção = 1,1 segundos. Ciclo de injeção = 17,6 segundos. Temperatura
processo = 230 °C. Ponto 1: 6190CA e Ponto 2: termopar comum.
Figura 4.3 – Tempo de injeção = 1,1 segundos. Ciclo de injeção = 17,6 segundos. Temperatura
processo = 230 °C. Ponto 1: termopar comum e Ponto 2: 6190CA.
Para as Figuras 4.5 e 4.6 são apresentadas as temperaturas para o PP H 503. Na Figura
4.4 verifica-se que o sensor 6190CA está no ponto 1 e o termopar tipo K no ponto 2. Na
Figura 4.5 são apresentadas as temperaturas para o sensor Kistler no ponto 2 e o termopar tipo
K no ponto 1. O termopar tipo K apresenta uma inércia na resposta, tanto em tempo, quanto
em grandeza.
74
Figura 4.4 – Tempo de injeção = 1,1 segundos. Ciclo de injeção = 17,6 segundos. Temperatura
processo = 230 °C. Ponto 1: 6190CA e Ponto 2: termopar comum.
Figura 4.5 – Tempo de injeção = 1,1 segundos. Ciclo de injeção = 17,6 segundos. Temperatura
processo = 230 °C. Ponto 1: termopar comum e Ponto 2: 6190CA.
Figura 4.6 – Peças marcadas durante os ajustes de posicionamento dos sensores dentro da cavidade a)
invasiva à cavidade; b) recuo em relação à cavidade e c) situação correta.
A Figura 4.7 apresenta um exemplo de gráfico de tensão elétrica em Volts (V) pelo
tempo (s) ocorrido no interior do molde de aço. O gráfico apresenta quatro ciclos de injeção
para termoplásticos e estão identificados os períodos de abertura/fechamento do molde,
período de injeção (1), período de pressurização (2), período de recalque (3) e plastificação da
peça no molde (4).
Figura 4.7 – Pressão expressa em tensão elétrica (Volts) no ponto próximo ao canal de injeção (ponto
1) para alguns ciclos de produção de peças (6190CA).
O sensor de pressão tem as suas oscilações de acordo com a pressão aplicada sobre a
face sensora que atua sobre um cristal de quartzo interno (piezoeletricidade) e é medida em
pico Coulumbs (pC ou 10-12 C), que é uma unidade de carga elétrica. Para que essas
oscilações sejam reconhecidas pelo sistema de aquisição de dados, é necessário um
amplificador de carga, que eleva esta oscilação e permite uma variação entre +/- 10 Volts (V).
Há duas faixas de trabalho para o sensor: a faixa I de 0 a 5000 pC e a faixa II de 0 a
20000 pC, conforme a seleção por chaves ligadas ao amplificador. A faixa utilizada nestes
experimentos foi de 0 a 5000 pC. A aquisição de dados de forma contínua utilizando o sensor
de pressão apresenta uma deriva (driffting) do sinal original. Para a utilização do sensor de
forma a minimizar esta diferença no sinal, é necessário chavear o amplificador de carga
ligando-o (start) no início do ciclo de injeção e desligando-o (reset) ao final do ciclo. Isto é
77
Figura 4.8 – Identificação dos períodos de ciclo para uma peça injetada. Tempo de ciclo = 18,5
segundos. 6190 CA está no ponto 1 da cavidade.
De acordo com a Figura 4.9, o ciclo começa quando o molde é fechado e a máquina se
prepara para injetar o polímero dentro da cavidade. O tempo de injeção é regulado de acordo
com informações predefinidas anteriormente à injeção. Durante a injeção o objetivo é
preencher a cavidade e completá-la com material polimérico. Nesse período também ocorre o
resfriamento do polímero e, este resfriamento, acontece de fora para o interior da peça.
Com o encolhimento da peça resultante do resfriamento pelas cavidades do molde,
mais material deverá ser injetado e a fase muda para a pressurização da cavidade, em que uma
porcentagem de material é empurrada cavidade adentro com velocidades menores do que na
fase anterior para manter a estrutura dimensionalmente adequada. Nessa fase, pela quantidade
de material na cavidade e pela compressão que ocorre do material pela rosca empurrando
mais material, a pressão aumenta consideravelmente e a densidade do molde aumenta. Esta
pressão é determinada por configuração de máquina. Na fase de recalque, a pressão é mantida
sobre a peça mantendo o material com a densidade adequada. Após isso, o material resfria e é
empurrado para fora da cavidade pelos pinos extratores e o ciclo recomeça com o fechamento
do molde.
78
Figura 4.9 – Pressão no ponto 1 para PP H 105: a) Tinj = 0,5 segundos, b) Tinj = 1,1 segundos e c) Tinj
= 2 segundos.
Figura 4.10 – Pressão no ponto 2 para PP H 105: a) Tinj = 0,5 segundos, b) Tinj = 1,1 segundos e c) Tinj
= 2 segundos.
79
Figura 4.11 – Pressão no ponto 1 para PP H 503: a) Tinj = 0,5 segundos, b) Tinj = 1,1 segundos e c) Tinj
= 2 segundos.
Figura 4.12 – Pressão no ponto 2 para PP H 503: a) Tinj = 0,7 segundos, b) Tinj = 1,1 segundos e c) Tinj
= 2 segundos.
80
Dos gráficos anteriores, verifica-se que para o ponto 1 é possível identificar a entrada
do material aquecido na cavidade (período de injeção). No ponto 2, o período de injeção não é
identificável pois o material ainda está preenchendo a cavidade e a pressão ao longo do
comprimento da peça é menor, indicando que o material polimérico fundido ainda está sem
compressão. Nos gráficos, verifica-se que a duração do tempo de injeção medido no ponto 1 é
idêntica à configurada na máquina para o tempo de injeção, como esperado.
Há ainda, na aquisição dos dados de pressão para o ponto 2, uma diferença na pressão
de recalque, o que é resultado das perdas ocasionadas pela distância do ponto de pressão
máximo, na ponta da rosca em relação ao ponto 1 e ao ponto 2. Conforme o material está
plastificando, menos material entra na peça e a transmissão das pressões internas também
diminui.
Para o PP H 105 menores pressões de injeção foram medidas, por este material ser
menos viscoso, o que facilita seu escoamento em direção à cavidade. No perído de recalque
maiores pressões de compactação em relação ao PP H 503 foram necessárias. Para o PP H
503 maiores pressões de injeção são necessárias para empurrar o material para dentro da
cavidade, pois ao contrário do PP H 105, possui uma maior viscosidade.
O cálculo da pressão é dado pela geometria do cilindro hidráulico conforme
apresentada no capítulo 2, na equação 1. Um cilindro hidráulico empurra a rosca recíproca e
este possui um diâmetro interior e, com base nesse diâmetro, é possível calcular a força de
impulsão e consequentemente a pressão no bico da rosca de injeção.
O diâmetro (Dêmbolo) informado pelo fabricante é de 100 mm para o cilindro hidráulico
e o bico de injeção possui o diâmetro (Drosca) de 40 mm. A Tabela 4.2 apresenta os dados
calculados e as medidas obtidas pelo sensor Kistler 6190CA. Há ainda a possiblidade do
cálculo da pressão média no interior da cavidade. A pressão média na cavidade é obtida
utilizando-se gráficos de pressão conforme apresentado na Figura 4.13. Depende do
comprimento de fluxo (LF) e da espessura da peça (s). O comprimeno de fluxo é de 152 mm e
a espessura da peça é de 2 mm. De acordo com a curva encontrada, a pressão média (Pmed)
na cavidade é de aproximadamente 85 bar.
81
Figura 4.13 – Gráfico de pressão média na cavidade (Pméd) x espessura (s) da cavidade.
Fonte: Sandretto (2010).
Conforme a Tabela 4.2, pressões maiores ocorrem para tempos de injeção menores e elas
decrescem com o aumento do tempo de injeção. Verificam-se os comportamentos diferentes para as
pressões também em relação aos materiais injetados, conforme comentado anteriormente. Verifica-se
também que as pressões manométricas são menores para o material com menor índice de fluidez e
maiores para o de maior índice de fluidez.
De acordo com os dados obtidos da equação 1, verifica-se que as pressões calculadas
para os dois polímeros identificam pressões maiores para o PP H 503, o que na prática não se
evidenciou. Em ambos os processos, com o aumento do tempo de injeção, tendem a
apresentar menores pressões. Percebe-se que há uma queda de pressão entre os pontos 1 e 2
como era de se esperar conforme estudos de TADMOR (2006), PONTES (2002), ZHENG et
al (1999), entre outros. Demostram que as pressões em diferentes locais ao longo do fluxo
polimérico, desde o bico de injeção até o fim do caminho do fluxo, são decrescentes.
82
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o objetivo de contribuir para melhoria dos processos produtivos e de pesquisa, são
sugeridos alguns possíveis trabalhos que sirvam de estímulo e subsídio para a troca de
conhecimentos. Seguem:
• Simulação em programas computacionais e confrontação com os valores adquiridos
nestes ensaios;
• Utilização de moldes com construção e/ou geometrias diferentes do utilizado neste
trabalho;
• Utilização da injeção de outros materiais poliméricos.
86
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94
APÊNDICES
APÊNDICE 1
APÊNDICE 2
Ao cálculo:
Para um sinal de 0,9 V no gráfico tem-se por uma simples regra de três:
5000 pC = 10V
X = 0,9 V
Então: X = (5000 pC . 0,9 V)/10V
o que resulta em:
X = 450 pC.
Como a sensibilidade do sensor é de 9,0 pC/bar, um novo cálculo deverá ser realizado:
Pressão = 450 pC / [9,0 pC/bar] que corresponde a:
Pressão = 50 bar
Realizando o cálculo inverso, por exemplo, para 200 bar de pressão específica
aplicado ao molde:
Para o Range I:
0... 10 V = 0...20000 pC
Então, por regra de três, o sinal resultante será:
20000 pC = 10 Volts
1800 pC = 0.9Volt (10 Volt / 20000 pC X 1800 pC).
APÊNDICE 3
APÊNDICE 4
APÊNDICE 5
Figura 7.1 – Resposta dos sensores de temperatura para imersão em banho de 60 °C.
A Figura 7.2 apresentam os gráficos de resposta para temperaturas até para 80 °C.
Figura 7.2 – Resposta dos sensores de temperatura para imersão em banho de 80 °C.
102
A Figura 7.3 apresentam os gráficos de resposta para temperaturas até para 100 °C.
Figura 7.3 – Resposta dos sensores de temperatura para imersão em banho de 100 °C.