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O Segredo de Deus BZCL PDF
O Segredo de Deus BZCL PDF
O SEGREDO DE
DEUS
Qual é o caminho
para chegarmos a Deus?
Ruediger Schache
Tradução de
Sofia Homem de Melo
Título Original
DAS GOTT GEHEIMNIS
© 2010, Wilhelm Goldmann Verlag/Arkana, Munique, uma divisão da Verlagsgroup Random
House GmbH, Munique, Alemanha
www.randomhouse.de
Este livro foi negociado através da Ute Körner Literary Agent, S. L.
Barcelona – www.uklitag.com
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Índice
6 Prefácio
O desejo do conhecimento sobre Deus
Meditar sobre Deus pode ser empolgante. O nosso intelecto anseia
por conhecimento e quer conhecer as interconexões, procurando
uma ordem nas coisas. O nosso intelecto quer respostas comprová-
veis quando pensa sobre Deus, sobre a Criação e sobre a Alma, ou
seja, respostas que não obriguem, a certa altura, a uma transição
para o “ter de ter fé”. O nosso intelecto não gosta de estar numa via
do conhecimento que termine subitamente num nevoeiro difuso. Ele
procura respostas que não se intimidem perante nada.
Por esse motivo, iremos procurar em conjunto “a verdade” na qual
tudo se encaixe perfeitamente e sem falhas. Muitos chamam-lhe “a
verdade suprema”. Para esse efeito, iremos observar com atenção
o que as Sagradas Escrituras e os maiores sábios da História da
Humanidade relatam sobre Deus – e sobre aquilo que vivenciamos
diariamente como realidade direta.
Se existir uma verdade absoluta e suprema, todas as filosofias,
religiões, orientações espirituais e descobertas científicas, todas as
experiências pessoais e até as posições que rejeitam a existência
de Deus se encaixarão espontaneamente nesta verdade. Depois de
termos realmente encontrado a essência desta Criação, não deverá
haver mais nenhuma contradição. Então, cada partícula encontrará
o seu lugar na grande Ordem.
O início da viagem 7
tudo está ligado até ao fim, de um modo completo e permanente, leva
àquilo que se designa por “experiência de Deus”.
Mas como é que conseguimos fazer essas experiências pessoais?
Através da investigação pessoal da Criação que nos envolve. Pois se
tudo o que vivenciamos é Deus ou um resultado de Deus, as chaves
para Deus devem estar, em cada momento, precisamente à nossa
frente, à nossa volta e dentro de nós próprios.
Iremos travar conhecimento com estas chaves ao longo da nossa
viagem comum.
8 Prefácio
A nossa viagem à consciência sobre Deus
Se quisermos compreender e vivenciar a origem e a estrutura da
Criação, devemos começar por nos debruçarmos sobre “as grandes
questões” e os relacionamentos fundamentais. Estes grandes relacio-
namentos são suficientemente simples para serem compreendidos,
pelo que podemos começar por obter uma visão de conjunto.
Depois de termos obtido esta visão de conjunto, as primeiras ques-
tões começarão a ser respondidas quase que espontaneamente.
Reconheceremos desde logo uma grande Ordem em tudo.
A partir desta Ordem, poderemos então analisar os pormenores que
quisermos, sem “perdermos o fio à meada”. Iremos acompanhar,
desde o início absoluto, como é que o Universo se criou, até ao mo-
mento em que hoje vivemos. Nesta viagem, desde a origem até aos
nossos dias, completar-se-á a imagem que temos das grandes peças
componentes da Criação – “os planos da Criação”.
Com este conhecimento, iremos confirmar nas Sagradas Escrituras e
nas afirmações de Jesus, Buddha e de outros grandes sábios, se o que
por eles é relatado coincide. E iremos observar descobertas atuais da
ciência e analisar se estes cabem nesta imagem e confirmá-lo.
Se a nossa viagem à verdade decorrer em conformidade, não deverá
haver, depois dela, nenhuma contradição nem nenhum contrassen-
so em nenhuma Sagrada Tradição nem em nenhum relatório de
nenhum grande sábio do mundo. Quando tivermos encontrado a
verdade última, cada declaração sobre Deus, cada religião, cada des-
coberta científica, cada ponto de vista espiritual e cada experiência
pessoal encontrarão o seu lugar. Logo que a grande imagem estiver
correta, deixará de haver “erros”, porque todas as experiências e
opiniões, enganos, contradições aparentes e opiniões contrárias tam-
O início da viagem 9
bém fazem parte da criação, tal como as pessoas que as exprimem.
Por conseguinte, iremos observar, em primeiro lugar, a estrutura da
Criação e, em seguida, a sua origem. Por último, iremos prosseguir a
viagem da nossa alma através deste milagre, desde o primeirís-
simo início até ao final. Iremos observar como surge a alma
com a sua família de almas e como é que as almas estão
ligadas entre si. E iremos analisar de que modo tudo
isto está relacionado connosco, com o nosso corpo, o
nosso consciente e os nossos sentimentos.
E porquê tudo isto? Porque isto é, na verdade, a nossa
vida quotidiana. Se compreendermos como é que o
mundo que nos rodeia está efetivamente constituído
e como tudo está relacionado connosco e com a nossa
vida quotidiana prática, deixaremos de ter de “acreditar”
nalguma coisa ou de tomar conhecimento de algo sem o com-
preendermos. Então, teremos aprendido algo sobre a grande “ciência
da vida”, a verdadeira Ayurveda.
Comecemos então com a viagem através dos cinco planos da Criação.
10 Prefácio
“Deus não pode ser observado,
mas é reconhecido pela Criação.”
O início da viagem 11
;
O PRIMEIRO SEGREDO DA CRIAÇÃO
A Dissolução
do Mundo Material
Parece haver fronteiras que nos separam
das coisas que nos rodeiam.
Porém, sempre que investigamos
uma fronteira
com precisão, esta afasta-se ou dissolve-se.
A nossa realidade muda basicamente
quando começamos a fazer
as perguntas certas.
Primeiro plano da criação: O mundo material
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– por detrás da fronteira do que é visível
Temos de começar por algum lado, porque não por nós próprios? A Cria-
ção começa sempre para nós precisamente onde nos encontramos.
O que é que vivenciamos quando olhamos à nossa volta? Vimos
algo, ouvimos, cheiramos, saboreamos, sentimos algo. Aquilo
de que nos apercebemos em primeiro lugar da Criação é
aquilo que nos envolve diretamente. É, por assim dizer,
o resultado final. E, por outro lado, na nossa primeira
observação, só começamos por ver as partes do mes-
mo de que nos podemos aperceber através dos nossos
sentidos. Vimos, ouvimos, cheiramos, saboreamos a
Criação à nossa volta. Esta é a única coisa que naquele
momento sabemos com segurança acerca de Deus. Tudo
o resto são ainda pensamentos e especulações.
Esta perceção sensorial do ambiente que nos envolve é o ní-
vel mais básico para vivenciarmos a “Criação de Deus”. Ela ainda
não nos revela demasiado sobre a constituição e a origem, mas já
vivenciamos clara e inequivocamente um detalhe – um plano muito
concreto – o da Criação.
Observemos agora precisamente o que é que nos coloca na posição
de vivenciarmos este plano da Criação. É o nosso corpo. Sem este
corpo maravilhoso, fascinante, não podíamos conhecer nada acerca
do mundo. O nosso corpo faz claramente parte da Criação.
Continuemos a observar: o nosso corpo está realmente separado de
tudo aquilo que o envolve diretamente?
Da Bhagavad Gita,
a sagrada escritura do Hinduísmo
Jiddu Krishnamurti
Filósofo indiano, autor e professor espiritual
* 12 de maio de 1895 † 17 de fevereiro de 1986