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ROTEIRO DE ESTUDOS SUS – MÓDULO I

Pensadores da história da medicina:


- Saúde: reflete a conjuntura social, econômica, política e cultural, ou seja, não representa a mesma coisa para todas as
pessoas, dependerá da época, do lugar e da classe social, bem como dos valores individuais, concepções cientificas,
religiosas e filosóficas. O mesmo é dito para doença
1. Concepção mágico-religiosa: principio que a doença resulta da ação de forças alheias ao organismo, e que se
introduz neste por causa do pecado e da maldição.
- Hebreus: sinal de cólera divina diante dos pecados humanos a doença era sinal de desobediência ao
mandamento, divino e se proclamava quase sempre de forma visível (lepra); segundo as passagens bíblicas Deus
era o grande médico.
- Judaísmo: expressa-se através de leis dietéticas que se mostram nos 5 primeiros livros da bíblia; sua finalidade é
manter a coesão grupal, diferenciando hebreus de outros povos do oriente. Esses sistemas simbólicos serviram de
prevenção de doenças, sobretudo as transmissíveis (animal não podia ser abatido por pessoa com doença de pele,
moluscos era proibido evitando hepatite), mas a prevenção não era exercida de forma consciente, pois as causas das
doenças eram desconhecidas.
- Xamã: o feiticeiro tribal expulsa, mediante rituais, os maus espíritos que se aponderavam das pessoas causando
doenças, reintegrando o doente ao universo total.

2. Período grego: saúde é a perfeita harmonia do corpo.


- Mitologia grega: divindades vinculadas a saúde → Asclepius ou Aesculapius da medicina, Higiena da saúde,
Panacea da cura. A cura era obtida pelo uso de plantas e de métodos naturais e não apenas por rituais.
- Hipócrates: 460 a 377ac. O corpus hipocraticus traduz uma visão racional da medicina. Postulou a existência de 4
fluidos ou humores principais no corpo: a bile amarela, a bile negra, a fleuma ou linfa e o sangue; esses 4 fluidos
são constantemente renovados pela comida que é ingerida e digerida; o sangue originava-se no coração, a bile
amarela no fígado, a bile negra no baço e a fleuma ou linfa no cérebro. A doença é resultado do desequilíbrio
entre os humores, sob forte influência do meio ambiente e do estilo de vida da pessoa. A natureza apresenta
papel formativo, construtivo e curativo: o corpo humano tende a curar-se a si próprio, apenas em situações muito
especiais, as causas mórbidas podem sobrepor-se a tendência natural de restabelecer os ritmos e equilíbrios próprios
da saúde; assim no tratamento de doenças o médico deve respeitar o princípio fundamental e imperativo da não-
maleficência. Relação a importância da relação médico-paciente e suas consequências positivas para o bem-estar do
paciente.
-JURAMENTO HIPOCRÁTICO: Juramento efetuados pelos médicos que juram praticar medicina honestamente +
conscientes + dignidade consagrando seu serviço a humanidade
3. Galeno: 129 a 199dc. Revisou a teoria humoral de Hipócrates e ressaltou a importância dos 4 temperamentos
no estado de saúde. Via a causa da doença como endógena, a constituição física ou hábitos de vida do homem
levavam ao desequilíbrio.
4. Idade média V a XV:
- Religião cristã: doença como resultado do pecado e a cura como questão de fé, o cuidado dos pacientes estava em
boa parte entregue as ordens religiosas que administravam até hospitais. “escuridão na medicina”
- Medicina eclética: influência dos bárbaros, cristianismo, astrologia, combinação de diversos sistemas; descobrir a
relação do homem com o cosmo.
- Teoria miasmátiaca: doença causada por odores fétidos de matéria orgânica em putrefação.
- Paracelso 1493 a 1541: doenças provocadas por agentes externos ao organismo; influência da alquimia e da
química, dizia que se os processos que ocorrem no corpo são químicos, os melhores remédios para expulsar as
doenças também seriam. Passou a administrar pequenas doses de minerais e metais, notadamente o mercúrio
empregado no tratamento da sífilis, que devido a liberalização sexual tinha se tornado endêmica na Europa.
5. Descartes e o período mecanicista: 1596 a 1650 - Iluminismo. O mundo é considerado uma máquina
formado por um conjunto de peças, para compreende-lo desmonta-se e separa-se as peças. Essa concepção foi
generalizada aos seres vivos, estudados de forma desarticulada em suas partes constituintes (órgãos) e cada parte é
estudada separadamente e de forma racional, sendo que cada uma desempenha uma função observável. O
organismo é a soma das partes. Postulava o dualismo mente-corpo. Desenvolveu a anatomia e as especialidades.
Afastou a concepção humoral da doença, que passou a se localizar nos órgãos. A saúde é o silêncio dos órgãos.
6. Medicina homeopática - século VXII: a arte de curar com doses mínimos e dinamizadas das substancias
causadoras da doença. Medicina individual, na qual trata-se o doente e não a doença.
7. Medicina ocidental XIX XX: medicina cientifica, avanços da biologia com a teoria microbiana,
conhecimento do nível molecular.
8. Revolução pasteuriana - final do século XIX: no laboratório de Louis Pasteur, no final do século XVII o
microscópio foi descoberto, revelando a existência de micro-organismos causadores de doença e possibilitando a
introdução de soros e vacinas; pela 1ª vez fatores etiológicos estavam sendo identificados levando a prevenção e
cura de doenças, levando a medicina tropical → o tropico era atraído pelo colonialismo, mas o empreendedorismo
era ameaçado por doenças transmissíveis endêmicas e epidêmicas.
- Epidemiologia: medico inglês John Snow 1813 a 1858, que se enquadrava em um conceito de contabilidade da
doença; se a saúde do corpo podia ser expressa por números, os sinais vitais, o mesmo devia ocorrer com a saúde do
corpo social, ela teria indicadores e seria expressa em estatística.
9. Medicina moderna: medicina baseada em evidencias, fundamentada nas praticas, nas decisões clinicas e em
evidencias a partir de amostras populacionais; medicina centrada no doente.
10. OMS: direito a saúde e obrigação do Estado na promoção e proteção da saúde → “saúde é o estado de mais
completo bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de enfermidade” divulgado na carta de princípios
de 07/04/1948 (Dia mundial da Saúde).
11. Constituição federal brasileira de 1988: direito do cidadão e dever do estado. Artigo 196: políticas sociais e
econômicas para diminuir o risco de agravos e acesso universal e igualitário a ações e serviços; criação do SUS e
políticas assistencialistas (bolsa família e prouni), na concepção de que a saúde é o resultado de condições de
alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente, trabalho, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse a
terra e saúde.
Relação entre saúde e doença:
-Representa conjunto de relações variáveis que produz e condiciona o estado de saúde e doença do paciente
-Pode ser modificado nos diversos momento históricos

Fatores determinantes no processo saúde-doença:


-- Fatores biopsicossociais: o progresso de doenças utilizando-se de fatores biológicos, fatores psicológicos e
fatores sociais
- Econômico: diferença de renda determina o acesso ou não a condições de higiene, saneamento básico e educação e
acesso preventivos-curativos; evitam doenças de cunho sanitário.
- Hábitos/rotina: práticas de exercício físico aliadas a dieta saudável e balanceada previnem doenças crônicas não
transmissíveis, como obesidade, DMII, neoplasias e doenças cardiovasculares. Consumo de drogas e bebidas alcoólicas.
- Meio social e ambiental: acesso ao lazer, níveis de estresse, condições de trabalho, violência e moradia, interferem na
promoção e prevenção da saúde, principalmente no desenvolvimento de doenças psicossomáticas (depressão,
esquizofrenia, ansiedade e transtornos mentais), considerado o mal do século devido a urbanização.
- Informação: acesso a informação é uma importante medida preventiva e de promoção da saúde, levando ao controle de
doenças prevalentes e prevenindo as doenças incidentes. Determinante no controla das IST’s.
- Biologia humana (genética), ambiente, estilo de vida e organização da assistência à saúde.

Declaração/conferência de Alma-Ata:
- Carta da 1ª conferência internacional sobre os cuidados de saúde primários, em 1978 no Kazaquistão, surge em um
contexto de profundas desigualdades, pós 2ª guerra mundial, e reafirma o significado de saúde como um direito
humano fundamental e umas das mais importantes metas sociais mundial, direito que resulta em interdependências e
reciprocidades, como a paz mundial, o desenvolvimento socioeconômico e a qualidade de vida.
- Organizada pela OMS e UNICEF → criação de estratégias para promoção da saúde através de ações dos diferentes
atores intersetoriais para ↓diferenças no desenvolvimento econômico e social dos países, para atingir a meta de saúde
para todos no ano 2000 → no Brasil: SUS e PSF.
- Objetivos: definir o papel do governo em relação a saúde; diminuir as desigualdades entre os países; formular
recomendações para o desenvolvimento humano com criação de programas nacionais e internacionais; cuidados
primários (prevenção de doenças e promoção de saúde); tratar regiões de acordo com doenças especificas; participação
da comunidade para atingir o mais alto grau de saúde; integração de diversas áreas da sociedade.
- Ressalta os cuidados de saúde primários: cuidados essenciais de saúde, corresponde ao primeiro nível de contato com
o sistema de saúde do país e deve estar associado a sistemas de referência integrados e funcionais para garantir acesso a
cuidados de saúde. Acessibilidade universal, equidade e justiça social. Respondem as principais necessidades e
problemas de saúde, prestando serviços de proteção da saúde/prevenção de doenças, cura e reabilitação, com equipe
multidisciplinar. Ações prioritárias de intervenção: educação para saúde, nutrição apropriada, qualidade de agua e
saneamento básico, cuidados de saúde materno-infantil, prevenção e controle de doenças endêmicas, tratamento de
doenças e lesões comuns, fornecimento de medicamentos essenciais.
Carta de Ottawa:
- Carta da 1ª conferência internacional sobre a promoção de saúde, em 1986 no Canadá : propõe novo movimento
de saúde pública a nível mundial, como resposta as melhorias no estado de saúde alcançadas após a DAA.
- Saúde é o resultado de condições econômicas e sociais, o foco é a saúde e não a doença.
- Conceito de promoção de saúde: processo que visa aumentar a capacidade dos indivíduos e das comunidades de
controlarem/intervirem na sua saúde, no sentido de melhoras; para atingir a saúde (completo bem-estar físico, mental e
social), o indivíduo ou grupo devem estar aptos a identificar e realizar as suas aspirações, satisfazer as suas
necessidades e a modificar ou adaptar-se ao meio; essa capacidade se dá através de sua capacitação para que a
intervenção seja positiva – empowerment; capacitação ocorre através de meios favoráveis e ações comunitárias como
suporte social e financeiro, acesso a informação, sistemas que reforcem a participação pública, oportunidades e recursos
que permitam aprendizagem de estilos de vida e opções saudáveis e sua concretização.
- Campos de ação: orientação do sistema de saúde; desenvolvimento de habilidades individuais; retorno da ação
comunitária; criação de ambientes favoráveis a saúde; elaboração e implementação de políticas públicas saudáveis de
acordo com as condições econômicas de cada região, mediação de ações coordenadas entre setores; estabelecer vínculo
entre profissional de saúde e paciente, para que ambos estejam integrados no sistema de saúde vigente.
- Pré-requisitos para saúde: paz, habitação, educação, alimentação, recursos econômicos, ecossistema estável, recursos
sustentáveis, justiça social, equidade (importantíssimo) → saúde é um bem a advogar, pois condiciona paz no mundo,
desenvolvimento socioeconômico dos países, desenvolvimento pessoal e qualidade de vida dos cidadãos.

Paradigmas da medicina
-Antigamente:havia roubos e aberturas de corpos para estudos (era considerado crime),a medicina obteve sua evolução
advindas de revoluções
-Hoje: houve uma melhora nos tratamentos e cuidados por causa dos descobrimentos e tecnologia,melhora na relação
médico-paciente,prevenção e promoção da saúde

Promoção de saúde:
- Promoção: apropriar-se da importância dos determinantes das condições sociais, relacionadas com a qualidade
de vida, alimentação, nutrição, educação, habitação, saneamento, recreação e condições agradáveis do lar e no
trabalho, e um espectro adequado de cuidados de saúde. → representa estratégia promissora para enfrentar os
múltiplos problemas de saúde que afetam as populações humanas, como combinação de ações do Estado (políticas
públicas), da comunidade (ações comunitárias), de indivíduos (desenvolvimento de habilidades pessoais), do sistema de
saúde (recreação do sistema) e de parceiros intersetoriais. → responsabilização múltipla, pelos problemas e pelas
soluções deles.
- Redução de custos: 4conferencias – Ottawa 86, Adelaide 88, Sundsvall 91, Jacarta 97. Na américa latina em 92
realizou-se a conferencia internacional de promoção da saúde OPAS, trazendo o tema para contexto sub-regional.
- BR: a péssima distribuição de renda, o analfabetismo e o baixo grau de escolaridade, assim como condições precárias
de habitação e ambiente, tem sido um papel importante nas condições de vida e saúde.
- Diversas conceituações em 2 grandes grupos:
 Promoção de saúde como atividades dirigidas à transformação dos comportamentos dos indivíduos,
focando no estilo de vida e localizando nos seios familiares e nos ambientes de cultura da comunidade. Os
programas tendem a concentrar em componentes educativos, relacionados com riscos comportamentais
passiveis de mudanças, que estariam, em partes sob o controle dos indivíduos. Ex: habito de fumar, dieta,
atividade física, direção perigosa no trânsito.
 Determinantes gerais agem como protagonistas sobre as condições de saúde: a saúde é produto de um
amplo espectro de fatores relacionados com a qualidade de vida, incluindo padrão adequado de alimentação e
nutrição, habitação e saneamento básico, boas condições de trabalho, oportunidade de educação, ambiente físico
limpo, apoio social para família e indivíduo. Atividades voltadas para o coletivo e ao ambiente (físico, social,
político, econômico, cultural), através de políticas públicas e de condições favoráveis ao desenvolvimento da
saúde (escolhas saudáveis serão mais fáceis) e do reforço “empowerment” da capacidade dos indivíduos e das
comunidades.
- Atividades:
 Políticas públicas saudáveis: responsabilidade social do Estado, compromisso com interesse público e com o
bem comum; esforço de superar déficits socioeconômicos. Interlocução e pactuação entre atores sociais.
 Intersetorialiedade: processo no qual objetivos, estratégias, atividades e recursos de cada setor são
considerados segundo suas repercussões e efeitos nos objetivos, estratégia, atividades e recursos dos demais
setores. Procura superar a visão isolada e fragmentada da formulação e implementação das políticas públicas e
organização do setor de saúde; adotar uma perspectiva global para análise da saúde, incorporando outros setores
e contextos.
 Municípios saudáveis: surgiu na Europa em 86, visa o desenvolvimento de planos de ação locais para
promoção da saúde, baseado no princípio de saúde para todos da OMS, e incorpora a ideia de assistência, cura e
promoção de saúde. Hoje me mais de 1800 cidades no mundo. Criando e melhorando o ambiente físico e social,
fortalecendo os recursos comunitários que possibilitam as pessoas se apoiarem mutuamente no sentido de
desenvolverem seu potencial e melhorarem sua qualidade de vida. Aspectos fundamentais: equidade,
participação social e intersetorialidade.
- Promoção a nível primário PSF e prevenção em todos os níveis de saúde. Para a prevenção, evitar a ocorrência de
enfermidades e a perda do bem-estar é o objetivo final, para a promoção de saúde o objetivo contínuo é buscar expandir
o potencial positivo de saúde, portanto, a ausência de doenças não é suficiente.

Prevenção de doenças:
- Estabelecer estratégias que resultem em menor risco de adquirir ou maneiras de controlar uma doença → pode
se utilizar dados estatísticos e epidemiologia das doenças para obter melhor prevenção.
- Medicina preventiva surgiu no período de 1920 a 1950, na Inglaterra, nos EUA e no Canadá, em critica a medicina
curativa; surgiu em um campo formado por 3 vertentes: a higiene que surgiu no século XIX; a discussão dos custos da
assistência médica; a redefinição das responsabilidades médicas.
- No BR: a concepção de níveis de prevenção foi incorporada no campo da saúde ao discurso de medicina comunitária na
década de 60.
- Leavell & Clark descrevem como ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural da doença, a fim de
tornar improvável o progresso posterior.
Níveis de prevenção:
 Prevenção primordial: não há risco de doenças; conjunto de ações que visam o bem-estar e a minimização da
probabilidade de se adquirir certas doenças; evitar a emergência e estabelecer estilos de vida que não aumentem
o risco a doença. Ex: legislação e criação de espaços livres ao fumo.
 Prevenção primária: visa evitar ou remover o fator de risco da doença antes que se desenvolva o mecanismo
patológico que levara a doença, ex: vacinação, preservativos.
 Prevenção secundária: diagnosticar (detecção precoce) problemas de saúde em indivíduos presumidamente
doentes, mas assintomáticos, e impedir a evolução da doença, enquanto a doença se encontra em fase inicial. Ex:
rastreio e vigilância da pressão arterial e glicemia.
 Prevenção terciária: gestão das fases da doença → limitar o progresso da doença, evitar ou diminuir as
consequências ou complexidade de doenças, promover adaptação do doente a consequências inevitáveis e
prevenir recorrências, possibilitando a reabilitação do indivíduo. Ex: educação para deficientes visuais e
auditivos.
 Prevenção quaternária: evita iatrogenia e intervenções médicas desnecessárias e incorretas, cabe ao médico
amenizar o sofrimento do paciente.
 Sustentabilidade:
 - Sustentabilidade é um termo usado para definir ações e atividades humanas que visam suprir as
necessidades atuais dos seres humanos, sem comprometer o futuro das próximas gerações.
 - A forma mais adequada de evitar grande parte de tais doenças é cuidando da higiene, da limpeza do ambiente
e da alimentação e uma das formas de fazê-lo é através do saneamento. O saneamento básico, portanto, é
fundamental na prevenção de doenças.
 - Água: deve ser de qualidade adequada e em quantidade suficiente para atender às necessidades, para
proteção da saúde e para o desenvolvimento econômico. Leva a melhoria da saúde e das condições de vida de
uma comunidade; diminuição da mortalidade em geral, principalmente da infantil; aumento da esperança de
vida da população; diminuição da incidência de doenças relacionadas à água; implantação de hábitos de higiene
na população; facilidade na implantação e melhoria da limpeza pública; facilidade na implantação e melhoria
dos sistemas de esgotos sanitários; possibilidade de proporcionar conforto e bem-estar; incentivo ao
desenvolvimento econômico.
 - Sistema de esgotos sanitários é o conjunto de obras e instalações que propicia coleta, transporte e
afastamento, tratamento, e disposição final das águas residuárias, de uma forma adequada do ponto de vista
sanitário e ambiental. Existe para afastar a possibilidade de contato de dejetos humanos com a população, com
as águas de abastecimento, com vetores de doenças e alimentos. Visa a conservação dos recursos naturais;
melhoria das condições sanitárias locais; eliminação de focos de contaminação e poluição; eliminação de
problemas estéticos desagradáveis; redução dos recursos aplicados no tratamento de doenças; diminuição dos
custos no tratamento de água para abastecimento.
 Ética humana e o princípio da responsabilidade:
 - Principio da responsabilidade: fundado por Hans Jonas em 1979, é uma avaliação crítica da ciência
moderna e da a tecnologia, ele fala que o ser humano deve agir com humildade e cautela diante do extremo
poder transformados da tecnociência. Propõe uma nova ética humana: age de tal modo que os efeitos da tua ação
não sejam nocivos para a futura possibilidade de vida na terra, e exige responsabilidade, sabedoria,
conhecimento e humildade. Propõe um guia de reflexão ética: orientação para o futuro (gerações futuras) e
antecipação do impacto planetário.
 - A tremenda vulnerabilidade da natureza submetida à intervenção tecnológica do homem mostra uma situação
inusitada, pois toda a biosfera do planeta torna-se passível de ser alterada, o que torna imprescindível considerar
que não somente o bem humano deve ser almejado, mas também o de toda a natureza extra-humana. Imagina-se
que os males que afligem a sociedade humana podem sempre ter uma solução proporcionada pela ciência.
Funda-se, então a crença de que se pode com a ciência prescindir dos valores. O homem tornou-se perigoso
para o próprio homem, e isso ocorre na medida em que ele põe em perigo os grandes equilíbrios cósmicos e
biológicos que constituem os alicerces vitais da humanidade. De maneira proporcional ao incremento da
periculosidade do homem, cresce em importância sua responsabilidade como tutor de todas as formas de vida.
 - Crise ambiental: a Natureza tem sido tão convocada para responder às solicitações humanas que come çou a
esgotar-se progressivamente, constituindo-se o século XX como o auge de atuação e sofrimento da Natureza.
 - Em razão da crise atual, está se desenvolvendo uma nova sensibilização para com o planeta como um todo.
Assim, sente-se a necessidade de uma utilização nova da ciência e da técnica em favor da natureza. Hans Jonas
propõe essa nova perspectiva a partir do princípio da responsabilidade entre os seres humanos e dos humanos
com a natureza.

Histórico da criação do SUS:


1. Saúde na República:
- 1808: 1ª faculdade de medicina: salvador, com a chegada da corte portuguesa.
- Século XX: as políticas de saúde, iniciadas no fim da década de 1910, encontravam-se associadas ao quadro sanitário
caótico do país com doenças como varíola, malária, febre amarela, e a preocupação com as doenças transmissíveis; a
falta de um modelo sanitário deixava as cidades a mercê de epidemias levando a consequências na saúde coletiva e para
o comercio (afasta estrangeiros). A incorporação de conhecimentos clínicos e epidemiológicos as práticas de saúde
coletiva levaram o governo a elaborar planos de combate às enfermidades; a participação do Estado se tornou global,
não se limitando as épocas de surto epidêmico, mas por todo tempo e a todos os setores.
- 1900: duas principais instituições de pesquisa biomédica e de saúde pública: o Instituto Soroterápico Federal no RJ,
transformando-se em Instituto Oswaldo Cruz em 1908 e Fundação Oswaldo Cruz em 1970; e o Instituto Butantan em
SP → atenção as epidemia e geração de médicos segundo o paradigma da bacteriologia, influência nas concepções
sobre doenças transmissíveis e nas propostas de ações em saúde pública.
- Reforma sanitária por médicos higienistas: criação do Departamento Nacional de Saúde Pública DNPS, 1920 Oswaldo
Cruz; bases para criação de Sistema Nacional de Saúde: concentração e verticalização das ações no governo federal. 1ª
república.
- 1923: medidas de proteção social, como a assistência médica, como política pública com aprovação da Lei Eloi
Chaves: regulamentou a criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões CAPs, momento inicial da responsabilização
do Estado pela regulação da concessão de benefícios e serviços, especialmente da assistência médica; organizações de
direito privado criadas por grupos específicos de servidores e organizadas segundo princípios de seguro social, ou seja,
dependiam das contribuições dos segurados. A lei deveria ser aplicada a todos os trabalhadores, mas para que fosse
aprovada no Congresso Nacional dominado pela oligarquia rural, foi imposta que não seria estendida aos trabalhadores
rurais, fato que perdurou até 1960, quando foi criado o Funrural, assim ficou restrita ao operariado urbano. Custeio das
Caixas de acordo com artigo 3º da Lei Eloi Chaves: mantido por empregados das empresas (3% dos respectivos
vencimentos), empresas (1% da renda bruta) e consumidores destas.
2. Institucionalização da Saúde Pública:
- Primeiro governo Vagas: marco na configuração das políticas públicas no Brasil. As mudanças institucionais a partir
de 1930 moldaram o arcabouço jurídico e material que conformaria o sistema de proteção social.
- 1937: é promulgada a nova Constituição que reforça o centralismo e autoridade presidencial (ditadura).
- 1939: regulamenta-se a justiça do trabalho, carteira de trabalho.
- 1943: homologada a Consolidação das Leis Trabalhistas CLT. O estado estendeu a previdência social para todas as
categorias do operariado urbano, organizando os benefícios da previdência; as antigas CAPs são substituídas por
Intitutos de Aposentadoria e Pensões IAP, neles os trabalhadores eram organizados por categoria profissional e não
por empresas. Benefícios assegurados aos associados: aposentadoria; pensão em caso de morte para os membros da
família ou beneficiários na forma do artigo 55; assistência médica e hospitalar, com internação até 30d; socorros
farmacêuticos, mediante indenização pelo preço do custo acrescido das despesas de administração.
- Esfera institucional: criação do Ministério da Educação e Saúde Pública (Mesp), a ele cabia tudo que dissesse
respeito a saúde da população e que não se encontrava na área da medicina previdenciária. Fazia a prestação de serviços
para os pré-cidadãos (pobres, desempregados ou que exerciam atividade informal), ou seja, aqueles que não estavam
habilitados a usufruir os serviços pelas caixas e pelos serviços previdenciários.
- Pós Vargas → Promulgação da de uma nova Constituição de 1946: a saúde teve sua estrutura centralizada, com
múltiplos programas e serviços verticalizados para implementar campanhas e ações sanitária, burocracia confrontada
com novos contextos e contornos políticos e sociais que caracterizam o Brasil até 1964. Marcos:
 1953: criação do Ministério da Saúde: velha aspiração de médicos da saúde pública.
 1956: Reorganização dos serviços nacionais no Departamento Nacional de Endemias Rurais.
 1958 a 1964: implementação da campanha nacional contra lepra e das campanhas de controle e erradicação de
doenças como malária.
 1963: Realização da 3ª conferência nacional de saúde.
- Estes marcos reforçavam: permanência da disjunção entre saúde pública e assistência medica, com ênfase da saúde
pública nas populações rurais; foco das ações sobre doenças especificas; deslocamento do processo de discussão e
decisão para arenas fora da burocracia publica, tais como Congresso Nacional e a politização da saúde nos congressos de
higiene e nas conferencias nacionais.
- Período militar 1964-1984: o sistema nacional é marcado pelo predomínio financeiro das instituições previdenciárias e
pela hegemonia de uma burocracia técnica que atuava no sentido da mercantilização crescente da saúde. Implantou
reformas que afetaram a saúde pública e a medicina previdenciária: 1966 unificação dos IAPs no Instituto Nacional de
Previdencia Social INPS, concentrou-se todas as contribuições previdenciárias ao mesmo tempo que o novo órgão
passou a gerir as aposentadorias, as pensões e a assistência medica de todos os trabalhadores formais, embora excluísse
os rurais e informais. Saúde pública foi deixada no segundo plano, ineficiente e conservadores, com campanhas de baixa
eficácia e carência de recursos.
- 1970: assistência medica financiada pela Previdência Social conheceu o período de maior expansão de leitos
disponíveis, em cobertura e volume de recursos arrecadados, além do maior orçamento da história.
- Construção e reforma de inúmeras clinicas e hospitais privados com dinheiro público da previdência social, associada a
medicina curativa, foi concomitante a expansão das faculdades particulares de medicina do país.
- 1975: o modelo econômico da ditadura militar entra em crise, devido população com baixos salários contidos pela
política econômica e repressão, levou a desemprego, marginalidade, favelas, mortalidade infantil; mostrando as mazelas
do modelo de saúde previdenciária: por ter proposto a medicina curativa, foi incapaz de solucionais os principais
problemas de saúde coletiva como endemias e indicadores de saúde; aumentos constantes dos custos da medicina
curativa centrada na atenção médico hospitalar; diminuição do crescimento econômico e da arrecadação do sistema
previdenciário; incapacidade de atender a população marginalizada que não tinham contribuição previdenciária; desvio
de verba do sistema previdenciário; o não-repasse pela União dos recursos do sistema previdenciário (empregador,
empregado e União).
3. Movimento sanitário:
- Departamento de medicina preventiva DMPs: base institucional que produziu conhecimentos sobre saúde da
população e o modo de organizar as práticas sanitárias.
- 1968: a lei da reforma universitária incorporou a medicina preventiva no currículo das faculdades e tornou
obrigatório os DMPs.
- 1972: Iniciado, na região do norte de Minas com sede em Montes Claros, estudos para projeto experimental com
objetivo de buscar modelos de extensão e cobertura, acompanhado pelo MS e Previdencia Social. Atender ativamente a
população ribeirinha da região, situação precária. Sudene: recursos para região.
- 1978: Declaração de Alma-Ata: saúde como direito fundamental e dever do estado, determinação intersetorial e
serviço médicos a grandes massas sociais. Teoria preventivista.
- 1981: governo agravado pela crise da previdência social, cria pacote da previdência que previa o aumento das alíquotas
de contribuição, diminuição dos benefícios dos aposentados e intervenção na área da assistência medica da previdência.
Assim teve origem o Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária Conasp, pelo decreto nº
86.329, como órgão do Ministério da Previdência e Assistência Social deveria operar como reorganizador e
racionalizador da assistência medica e procurou instituir medidas moralizadoras na área da saúde, como a portaria nº
3.046/82 que estabeleceu os parâmetros assistenciais para disciplinar o atendimento médico-hospitalar dos hospitais
conveniados e da rede pública e que se incorporou ao Plano de Reorientação da Assistência à saúde no âmbito da
previdência social. Ações Integradas de Saúde surgiram dentro do conasp e se concretizavam por convênios dos
estados brasileiros e o MPAS/MS/MEC e secretarias estaduais de saúde, fortaleceram a rede básica ambulatorial.
-1985 regime militar chega ao fim, com a nova república, lideranças do movimento sanitário assumem posições me
pontos chaves nos órgãos de saúde.
- 1985: reunião em Montes Claros com lideranças que apresentavam propostas de debate para o governo. A carta de
Montes Claros: reafirmava os princípios e postulados de 1979, do simpósio realizado na câmara dos deputados.
Municipalização e atenção básica.
- 1986 8ª conferência nacional de saúde: momento mais significativos do processo de construção da plataforma e de
estratégia do movimento pela democratização da saúde. Lançou os princípios da reforma sanitária. Evidenciou-se que
modificações no setor da saúde transcendiam uma simples reforma administrativa e financeira, havia necessidade de
reformulação mais profunda, com ampliação da saúde nacional. Aprovou a criação do Sistema Único de Saúde com a
separação total da saúde em ralação a previdência.
- Julho de 1987: criou Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde Suds que tinha os princípios básicos de
universalização, equidade, descentralização, regionalização, hierarquização e participação comunitária. Ao mesmo
tempo se instalava a Comissão Nacional da reforma Sanitária CNRS. O Suds era estratégia ponte para a reorientação das
políticas públicas de saúde e para a reorganização dos serviços, enquanto se desenvolvesse os trabalhos da constituinte e
da elaboração da legislação ordinária para o setor.
- Comissão Nacional de Reforma Sanitária, criada pela portarial Ministerial MEC/MS/MPAS nº2/86, elaborou uma
proposta de conteúdo de saúde que subsidiou a Constituínte, além de um projeto para a nova lei do SUS.
- 1988: na Constituição Federal de 88 foi criado Sistema único de saúde SUS → conjunto de ações e de serviços de
saúde sob gestão pública, para garantir o direito a saúde.
Sistema Único de Saúde:
- Arranjo organizacional do Estado, que dá suporte a efetivação da política de saúde pública no Brasil e traduz em ação
os princípios e diretrizes desta política; compreende um conjunto organizado e articulado de serviços e ações de saúde, e
aglutina o conjunto das organizações públicas dos âmbitos municipal, estadual e nacional, e ainda os serviços provados
de saúde que integram a prestação de serviços aos usuários do sistema, de forma complementar, quando contratado ou
conveniados.
- Lei 8080, de 19 de setembro de 1990, também conhecida como Lei Orgânica da Saúde, que define as diretrizes para
organização e funcionamento do Sistema de Saúde brasileiro.
- Esferas de gestão: há gestores nas três esferas, nos municípios são as secretarias municipais de saúde ou prefeituras.
Cabe aos gestores programar, executar e avaliar as ações de promoção, proteção e recuperação da saúde. Nos estados
são os secretários estaduais de saúde que coordenam as ações de saúde do estado, deve corrigir distorções existentes e
induzir os municípios ao desenvolvimento de ações. Nível federal é o MS, responsável pela formulação, coordenação e
controle da política nacional de saúde, tem importantes funções no planejamento, financiamento e operação técnica e o
controle do SUS. Nas três esferas ainda devem participar representantes da população para garantir envolvimento
responsável no processo e formulação das políticas de saúde.
- Princípios doutrinários:
 -Universalidade: garantia de atenção à saúde, por parte do sistema, a todo e qualquer cidadão, a todos os
serviços de saúde, inclusive os contratados. Saúde direito de todos e dever do governo.
 Equidade: tratar de maneira desigual os desiguais com objetivo de reduzir desigualdades, assim o
investimento em áreas carentes deve ser maior.
 Integralidade: reconhecimento na pratica que cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma
comunidade, e suas necessidades devem ser atendidas. É importante a integração de ações promoção, proteção e
recuperação da saúde. Pressupõe articulação da saúde com outras políticas públicas, para assegurar atuação
intersetorial entre as diferentes áreas que tenham repercussão na saúde e qualidade de vida.
- Princípios organizativos:
 Regionalização: definição de recortes espaciais para fins de planejamento, organização e gestão de redes de
ações e serviços de saúde.
 Hierarquização: estabelecimento da rede que articula as unidades mais simples a mais complexas em níveis
de tecnologia, através de um sistema de referência e contra referência de usuários e informações.
 Descentralização: direção única em cada esfera do governo (nacional, estadual e municipal), mas articulado
com as outras esferas. Objetiva alcançar a municipalização da gestão dos serviços (autonomia).
 Resolubilidade: exigência de quando o usuário procurar o serviço, o serviço correspondente esteja capacitado
a enfrenta-lo e resolve-lo até o nível de sua competência.
 Participação popular/controle social: a população através de entidades representativas, participará do
processo de formulação das políticas de saúde e do controle da execução, em todos os níveis. Através dos
conselhos e conferencias de saúde.
 Complementariedade do setor privado: quando o setor público for insuficiente, o setor privado deve ser
contratado para suplementar, desde que sejam seguidas as regaras do direito público e as diretrizes do SUS e
sejam priorizadas entidades não-lucrativas ou filantrópicas. Licitações públicas online, lei 8666.
- Conselhos e conferências de saúde: participação social ou comunitária no contexto de saúde do SUS é estabelecida e
regulada pela lei nº 8.142/90 pelos Conselhos e Conferências de Saúde → “é direito e dever dos povos participar
individual e coletivamente do planejamento e da execução de seus cuidados com a saúde”.
- Conferência: fóruns privilegiados que a sociedade pode discutir e apontar soluções para problemas de saúde; tem
como objetivo avaliar a situação de saúde e propor diretrizes para a formulação de saúde nos três níveis de gestão;
realizada com periodicidade de 4 anos pela convocação do gestor ou do conselho de saúde 50%+1, tem participação
garantida de diversos segmentos sociais (50% por usuários do SUS e outros 50% trabalhadores da saúde, prestadores de
serviços e gestores). As deliberações Nacionais dão resultante de debates Estaduais que são propostas Municipais.
- Conselhos: são órgãos em âmbito nacional, estadual e municipal para que a sociedade possa intervir nas ações do SUS,
fazendo valer seus interesses; são vinculados ao MS com função de deliberar, fiscalizar, acompanhar e monitoras ar
políticas públicas de saúde; atuam na formulação de estratégias, nos aspectos econômicos e financeiros; participam
usuários, prestadores de serviços, profissionais da saúde e representantes do governo; são instancias de controle social e
uma forma de diálogo entre administração pública federal e sociedade civil. Aprovam planos de saúde orçamento
setorial, acompanham a execução da política de saúde, avalia os serviços de saúde e fiscalizam a aplicação dos recursos
financeiros, preestabelecidos nas conferencias.
 Composição: 50% dos membros representantes de entidades e dos movimentos sociais de usuários do SUS,
escolhidos em processo eleitoral direto; e 50% dos membros representantes de entidades de profissionais de
saúde, incluída a comunidade científica da área de saúde, entidades de prestadores de serviços de saúde,
entidades empresariais com atividade na área de saúde, todas eleitas em processo eleitoral direto; os
representantes do governo, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de
Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) são indicados pelos seus respectivos dirigentes.
A fim de manter equilíbrio dos interesses envolvidos, a distribuição das vagas é paritária, ou seja, 50% de usuários,
25% de trabalhadores e 25% de prestadores de serviço e gestores.

A edição das Normas Operacionais Básicas (NOB’s): trata das normas operacionais para o funcionamento e
operacionalização do SUS, de competência do Ministério da Saúde, tendo sido editadas até hoje: a NOB-SUS 01/91,
NOB-SUS 01/93, NOB-SUS 01/96.
- NOB 01/91: definia o repasse direto e automático de recursos do fundo nacional aos fundos estaduais e municipais
de saúde, sendo 50% por critérios populacionais e os outros 50% segundo o perfil epidemiológico e demográfico, a
capacidade instalada e a complexidade da rede de serviços de saúde, a contrapartida financeira, etc. - redefiniu toda a
lógica de financiamento e, consequentemente, de organização do SUS, instituindo um sistema de pagamento por
produção de serviços que permanece em grande parte vigorando até hoje.
- NOB 01/93: criou critérios e categorias diferenciadas, gestão para a habilitação dos municípios, e segundo o tipo
de gestão implantado (incipiente, parcial, semiplena) haveria critérios também diferenciados de formas de repasse
dos recursos financeiros
- NOB-SUS 01/96: representa um avanço importante no modelo de gestão do SUS, principalmente no que se refere
à consodolidação da Municipalização. Revoga os modelos anteriores de gestão propostos nas NOB anteriores
(gestão incipiente, parcial e semiplena), e propõe aos municípios se enquadrarem em dois novos modelos: Gestão
Plena de Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema Municipal

-Normas Assistenciais à saúde:


- NOAS 01/02: processo de descentralização, amplia a responsabilidade dos individuos na AB, regionalização,
hierarquização, equidade (alocação de recursos), mecanismo para fortalecimento da capacidade de gestão do
SUS.
Antes do SUS Depois do SUS
Excluía cidadãos de baixa renda e sem trabalho formal Universal
Cura de doenças Integralidade – promoção de saúde
Disparidade devido heterogenia regional Equidade
Responsabilidade da união Descentralização
Atenção à saúde somente nos hospitais Hierarquização
Não garantia tratamento para todos os agravos Resolubilidade
Complementaridade com recursos próprios Complementaridade do setor privado
Profissionais de saúde e militares Participação popular
Atenção primária:
- Nível do sistema de saúde que oferece a entrada no sistema e centro da RAS para todas as novas necessidades e
problemas, fornece atenção sobre a pessoa por toda vida, medicina MCP (não direciona para a enfermidade), fornece
atenção para todas as condições e coordena ou integra a atenção fornecida em algum outro lugar ou terceiros.
- Coordenar as ações de saúde e responder as necessidades básicas de saúde da população, não devem servir apenas
para a triagem e encaminhamento dos clientes, mas sim desenvolver atividades de assistência que atendam os problemas
mais comuns da população, sendo responsável por 80% da demanda exigida pelos usuários.
- O Programa de Saúde da Família é organizado a partir de uma equipe multidisciplinar consciente para enfrentar o
complexo quadro de morbimortalidade e seus determinantes, tornando-se necessário confiança mutua.
- Desenvolvida com alto grau de descentralização e capilaridade, ocorrendo no local mais próximo da vida das
pessoas.
- Funções:
 Organização/comunicação: organizar os fluxos e contra-fluxos dos usuários pelos diversos pontos de atenção
à saúde, no sistema de serviço de saúde.
 Responsabilização: responsabilizar-se pela saúde dos usuários em quaisquer pontos de atenção que estejam.
 Resolução: resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população. Identificar riscos, necessidades e
demandas de saúde.
- Princípios:
 Humanização e equidade.
 Primeiro contato: a porta de entrada, deve ser de fácil acesso ao usuário através de organização social e
geográfica, transpondo os recursos/barreiras/esforços que atrapalham a chegada a APS, como distancia, tempo e
meio de locomoção necessários para alcançar o serviço. APS deve ser: acessibilidade (universalidade);
disponibilidade de atenção ao usuário e família; comodidade, relacionada a horários e agendamento, facilidade
de contato com profissionais e conforto dos ambientes para atendimento; aceitabilidade, relacionada a satisfação
dos usuários quanto a localização, serviços prestados e profissional.
 Longitudinalidade: relação de longa duração entre profissionais de saúde e usuários → melhor utilização de
serviços, melhor atenção preventiva, atenção mais oportuna e adequada, menos doenças preveníveis, melhor
reconhecimento dos problemas dos usuários, menos hospitalizações, custos totais mais baixos. Estes benefícios
são devido ao vínculo com a equipe e ao manejo clinico adequado dos problemas de saúde.
 Integralidade: reconhecimento das necessidades de saúde da população e os recursos para abordá-las; deve
prestar todos os serviços para as necessidades comuns e agir como agente da prestação de serviços
referenciados. É necessário o diagnóstico adequado da situação de saúde da população adscrita. Preconiza:
organização das RAS, identificação de outros pontos de saúde necessários, sistema de apoio diagnóstico e
terapêutico e sistema logístico.
 Coordenação: elaborar, acompanhar e organizar o fluxo dos usuários entre os pontos de atenção das RAS;
centro de comunicação entre os diversos pontos de saúde, responsabilização pelo cuidado dos usuários em
qualquer destes pontos através de uma relação horizontal, contínua e integrada, com objetivo de produzir a
gestão compartilhada da atenção integral; articulando as outras estruturas das redes de saúde e intersetoriais,
públicas, comunitárias e sociais (prontuários clínicos eletrônicos e os sistemas informatizados).
 Abordagem/centralização familiar: olhar da equipe sobre os problemas de saúde dos membros da família.
Implementada pela ESF com equipes multiprofissionais (interdisciplinar) em UBS. As equipes são responsáveis
pelo acompanhamento das famílias, localizadas em uma área geográfica delimitada, e atuam com ações de
promoção da saúde, prevenção, recuperação, reabilitação de doenças e agravos mais frequentes e na manutenção
da saúde da comunidade. As ações de abordagem familiar devem ter intervenções personalizadas ao longo do
tempo, a partir da compreensão da estrutura familiar. A associação da equipe com o usuário e a familiar é
requisito básico e fundamenta-se no respeito à realidade e às crenças da família, por parte da equipe de saúde.
 Enfoque comunitário/participação social: utiliza habilidades clinicas, epidemiológicas, das ciências sociais
e de pesquisas avaliativas, de forma complementar, para ajustar os programas para que estes atendam às
necessidades especificas de saúde da população definida. Para tanto, é necessário: definir e caracterizar a
comunidade; identificas os problemas de saúde mais relevantes; modificar os programas para abordar
estes problemas; monitorar a efetividade das modificações dos programas. Envolvimento da comunidade
na tomada de decisões em todos os níveis de atenção, através do controle social, com os conselhos e
conferencias de saúde. Educação em saúde e diálogo.
- Ter território adstrito sobre o mesmo, de forma a permitir o planejamento, a programação descentralizada e o
desenvolvimento de ações setoriais e intersetoriais com impacto na situação, nos condicionantes e nos determinantes da
saúde das coletividades que constituem aquele território, sempre em consonância com o princípio da equidade;
- Adscrever os usuários e desenvolver relações de vínculo e responsabilização entre as equipes e a população adscrita,
garantindo a continuidade das ações de saúde e a longitudinalidade do cuidado. A adscrição dos usuários é um processo
de vinculação de pessoas e/ou famílias e grupos a profissionais/equipes, com o objetivo de ser referência para o seu
cuidado. O vínculo, por sua vez, consiste na construção de relações de afetividade e confiança entre o usuário e o
trabalhador da saúde, permitindo o aprofundamento do processo de corresponsabilização pela saúde, construído ao longo
do tempo, além de carregar, em si, um potencial terapêutico.

Projeto embrião SUS: Montes Claros


-O SUS teve suas sementes lançadas em MOC a partir de 75 com a implantação do Projeto de Saúde Montes Claros
-Foi a 1° iniciativa de saúde pública implementada em comunidades (visando atender a população por meio de
programas de atenção básica
-Verba proveniente da Agência Norte-Americana
-Nas cidades de pequeno porte foram instaladas clínicas ou hospitais para atender as demandas básicas,sendo MOC
referência para atendimentos de médio e alta complexidade

Histórico da AP:
- Relatório Dawson, elaborado pelo Ministério de Saúde do Reino Unido em 1920, é considerado um dos primeiros
documentos a utilizar o conceito de Atenção Primária à Saúde em uma perspectiva de organização sistêmica
regionalizada e hierarquizada de serviços de saúde, por nível de complexidade e sob uma base geográfica definida.
Influenciou a criação do sistema nacional de saúde britânico em 1948, que por sua vez passou a orientar a reorganização
dos sistemas de saúde em vários países do mundo. → contrapôs modelo americano.
- Declaração de Alma-Ata, cidade da URSS em 1978, e Ottawa em 1986.
- Atributos sugeridos por Starfield: primeiro contato, longitudinalidade, integralidade, coordenação, centralização na
família, orientação para a comunidade. Para ela a APS ainda coordena os cuidados quando as pessoas recebem
assistência em outros níveis de atenção.
- OMS em 2008: necessidade de sistemas de atenção à saúde com base numa APS forte e de qualidade: os cuidados
primários podem vir a ser facilitadores de uma convergência, segura, efetiva e socialmente produtiva, da promoção da
saúde, da prevenção da doença, da cura e dos cuidados em geral. Para tal é essencial “dar prioridade às pessoas”
realçando, de uma forma equilibrada, a saúde e o bem-estar, assim como os valores e as capacidades das pessoas nas
suas comunidades e das que trabalham no setor da saúde.
- Brasil:
- 1925 Paulo Souza em SP: propunham ação integral com ênfase em educação sanitária e promoção da saúde: o pioneiro
na implantação desses postos no País a partir da reforma nos serviços de saúde paulistas.
- Expansão dos centros de saúde vinculados às Secretarias de Estado da Saúde durante a década de 1960: atenção
materno-infantil, desenvolvimento de ações de saúde pública, e o enfrentamento das grandes endemias.
- 1970: medicina comunitária sob influência da reforma sanitária e com o apoio das Universidades marcaram o inicio de
participação dos municípios no desenvolvimento da APS. Inicialmente em alguns municípios brasileiros: Campinas,
Niterói, Londrina, Montes Claros, Teresina, São Luís, Cotia, Sete Lagoas, Pelotas e Joinvile.
- Inicio da década de 1980, com o processo de redemocratização no país foram propostas as Ações Integradas de Saúde
(AIS), seguidas pelo Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), até que em 1988 foi instituído o Sistema
Único de Saúde (SUS) com a nova Constituição.
- 1990: municipalização do SUS → estruturação mais uniforme da APS sob responsabilidade dos municípios brasileiros
incentivados pelo MS através de normatizações e financiamento.
- 1994: avaliação positiva do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e foi proposto pelo MS o PSF.
- Portaria 648/GM de 28 de março de 2006, que instituiu a Política Nacional de Atenção Básica: A Atenção Básica
caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrangem a promoção e a
proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde. A
Atenção Básica tem a Saúde da Família como estratégia prioritária para sua organização de acordo com os preceitos do
Sistema Único de Saúde.
- Entraves: realidade de cada município ou de cada equipe, o que não necessariamente implica em medidas locais para
sua superação; superar um padrão cultural vigente tanto na sociedade como no aparelho formador, na perspectiva de
valorizar e legitimar as práticas que aí se desenvolvem; desdobramentos de desafios que devem ser enfrentados pelo SUS
na atualidade, como fragmentação da oferta de ações e serviços de saúde como prioridade, para que se possa responder
adequadamente às necessidades de saúde dos brasileiros nesse momento.

ESF:
- PSF 1994, ESF 648/2006, reavaliada pela portaria 2488/2011.
- Visa à reorganização da AB no País, de acordo com os preceitos do SUS, é tida pelo MS e gestores estaduais e
municipais, como estratégia de expansão, qualificação e consolidação da atenção básica por favorecer uma reorientação
do processo de trabalho com maior potencial de aprofundar os princípios, diretrizes e fundamentos da AB, de ampliar a
resolutividade e impacto na situação de saúde das pessoas e coletividades, e propiciar uma importante relação custo-
efetividade.
- Responsabilidade sanitária por um território de referência e vigilância à saúde
- Sua expansão ganhou impulso com a Norma Operacional Básica (NOB-96) que operacionalizou a descentralização de
recursos e a municipalização da saúde, com orientações de repasse, aplicação e mecanismos de controle e
acompanhamento dos recursos financeiros do Piso da Atenção Básica (PAB), e responsabilidade dos municípios
enquanto gestores.
- Atributos: 1. Primeiro contato; 2. Longitudinalidade; 3. Integralidade; 4. Coordenação da atenção; 5. Focalização na
família; 6. Orientação comunitária; 7. Competência cultural.
- Funções: 1. Resolubilidade; 2. Comunicação; 3. Responsabilização.
- Princípios: 1. Integralidade e Hierarquização: porta de entrada do sistema local de saúde, atua em níveis de
complexidade; suas equipes devem realizar, pela territorialização, o diagnóstico de saúde do território adscrito,
identificando o perfil epidemiológico e sociodemográfico das famílias, reconhecendo os problemas de saúde prevalentes
e os riscos a que a população está exposta, elaborando, com a sua participação, um plano local para o enfrentamento dos
problemas de saúde. 2.Territorialização e Adscrição da Clientela: a USF trabalha com território de abrangência
definido (área sob sua responsabilidade), sendo responsável pelo cadastramento e acompanhamento desta população no
SIAB/SISAB através das visitas domiciliares, o que leva ao conhecimento da realidade daquela população, seus
principais problemas de saúde e seu modo de vida (morbidade, condições de moradia, saneamento, ambientais), e
planejar as atividades a serem desenvolvidas, além de iniciar o vínculo da unidade de saúde/equipe com a comunidade.
3. Equipe Multiprofissional. 4. Caráter Substitutivo: substituição das práticas tradicionais de assistência, com foco
nas doenças, por um novo processo de trabalho, centrado na Vigilância à Saúde.
- Principais programas da AP a serem executadas: atenção à saúde da criança; atenção à saúde da mulher; controle de
hipertensão e diabetes; controle de tuberculose: eliminação da hanseníase; ações de saúde bucal, imunizações, pequenas
cirurgias, acompanhamento familiar → todas essas ações de forma conjunta ou isolada, ao trabalhar com os conceitos de
promoção, prevenção e controle de doenças e agravos, estão diretamente ligadas ao processo de vigilância à saúde.
- Instalação das unidades de Saúde da Família: instaladas nos postos de saúde, centros de saúde ou unidades básicas
de saúde já existentes no município, ou naquelas a serem reformadas ou construídas de acordo com a programação
municipal em áreas que não possuem nenhum equipamento de saúde.
- Composição das equipes multiprofissionais: mínimo, médico generalista ou especialista em Saúde da Família ou
médico de Família e Comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar ou técnico de
enfermagem e agentes comunitários de saúde, pode acrescentar: os profissionais de saúde bucal (cirurgião-dentista
generalista/saúde da família, auxiliar/técnico em saúde bucal) + ACS. Carga horaria de 40h semanais, exceto medico que
pode dividir entre 2 ESFs. Dedicação mínima de 32 horas para atividades na ESF e dedicar, com autorização, até 8horas
para prestação de serviços na rede de urgência do município ou para atividades de especialização em Saúde da Família,
residência multiprofissional e/ou de Medicina de Família e de Comunidade, bem como atividades de educação
permanente e apoio matricial. Equipes cadastradas de acordo com a carga horaria do médico. O número de ACS deve ser
suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe
de Saúde da Família, não ultrapassando o limite máximo recomendado de pessoas por equipe. Cada equipe deve ser
responsável por, no máximo, 2000-3500 pessoas, respeitando critérios de equidade para essa definição, e, quanto maior o
grau de vulnerabilidade, menor deverá ser a quantidade de pessoas por equipe.
- Atribuições das equipes: mapeamento da área adscrita e dos equipamentos sociais presentes nesse território;
planejamento, busca ativa, cadastramento e acompanhamento das famílias; acolhimento e marcação de consultas; ações
individuais e/ou coletivas de promoção à saúde e prevenção de doenças; consultas domiciliares médicas, de enfermagem
e de odontologia; realização de procedimentos odontológicos, médicos e de enfermagem: imunizações, inalações,
curativos, drenagem de abscessos e suturas; administração de medicamentos orais e injetáveis, terapia de reidratação,
entre outras; acolhimento e urgências básicas de enfermagem, de medicina e de odontologia; realização de
encaminhamento adequado das urgências e de casos de maior complexidade.

E-SUSab:
- A estratégia e-SUS AB busca reestruturar e integrar as informações da Atenção Básica em nível nacional.
- O objetivo é reduzir a carga de trabalho na coleta, inserção, gestão e uso da informação na AB, permitindo que a coleta
de dados esteja inserida nas atividades já desenvolvidas pelos profissionais. Por meio do e-SUS AB, a rede de serviço
que compõe a Atenção Básica alimentará o Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), que
substitui o Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB).
- SISAB: foi instituído pela Portaria GM/MS nº 1.412/2013, passando a ser o sistema de informação da AB vigente para
fins de financiamento e de adesão aos programas e estratégias da Política Nacional de Atenção Básica, substituindo o
SIAB definitivamente em julho/2015, sob risco de perder recursos federais do PAB variável se não alimentado por 3
competências seguidas. Integra a estratégia do Departamento de Atenção Básica (DAB/SAS/MS) denominada e-SUS
AB, que propõe o incremento da gestão da informação, a automação dos processos, a melhoria das condições de
infraestrutura e a melhoria dos processos de trabalho.
Níveis de complexidade do SUS:
- Objetivo: determinar que o acesso dos indivíduos ao sistema de saúde ocorra considerando a gravidade e a urgência;
dessa maneira, evita-se que grandes centros especializados tenham que lidar com um alto número de casos de
simples resolução e sem características que configurem uma situação de urgência.
- Primário: contato preferencial com o SUS, estão UBSs, conhecidas como postos de saúde. Engloba: promoção,
prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e
participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios delimitados, pelos quais assumem
responsabilidade. Tecnologias: elevada complexidade e baixa densidade, objetivando solucionar os problemas de
saúde de maior freqüência e relevância das populações. Tarefas: são marcadas consultas e exames básicos (hemograma,
citopatológico), poderem ser realizados procedimentos básicos, como curativos.
- Secundário: Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), os hospitais e outras unidades de atendimento especializado
ou de média complexidade → realizados procedimentos de intervenção, tratamento de situações crônicas e de doenças
agudas; também estão presentes os serviços de urgência e emergência. Disponibilidade tecnológica: equipamentos
mais sofisticados que AP; realização exames ↑complexo que na AP, como endoscopias e ecocardiogramas. Profissionais:
médicos de áreas especializadas, cardiologia, endocrinologia, ortopedia ou mesmo psiquiatria e oftalmologia.
Casos encaminhados pelo nível primário, possam ser atendidos satisfatoriamente por meio do trabalho dos profissionais
e da utilização dos equipamentos que compõem essa etapa de atenção.
 Procedimentos especializados; cirurgias ambulatoriais especializadas; procedimentos tráumato-ortopédico;
ações especializadas em odontologia; patologia clínica; anatomopatologia e citopatologia; radiodiagnóstico;
exames ultra-sonográficos; diagnose; fisioterapia; terapias especializadas; próteses e órteses; anestesia.
- Terciário: hospitais de grande porte (alta complexidade), subsidiados pela esfera privada ou pelo estado →
manobras mais invasivas, intervindo em situações de risco de vida. Aparelhamento: máquinas de tecnologia avançada
(equipamentos para ressonância magnética, tomógrafos e hemodinâmicas). Objetivo: garantir que procedimentos para a
manutenção dos sinais vitais possam ser realizados, dando suporte mínimo para a preservação da vida sempre que
preciso. Atuam médicos especialistas em áreas que exigem uma formação mais extensiva, como a neurocirurgia e a
nefrologia pediátrica. A expectativa é que no nível terciário existam suportes tecnológico e profissional capazes de
atender a situações que no nível secundário não puderam ser tratadas por serem casos mais raros ou complexos demais.
 Assistência ao paciente portador de doença renal crônica (por meio dos procedimentos de diálise); assistência
ao paciente oncológico; cirurgia cardiovascular; cirurgia vascular; cirurgia cardiovascular pediátrica;
procedimentos da cardiologia intervencionista; procedimentos endovasculares extracardíacos; laboratório de
eletrofisiologia; assistência em tráumato-ortopedia; procedimentos de neurocirurgia; assistência em otologia;
cirurgia de implante coclear; cirurgia das vias aéreas superiores e da região cervical; cirurgia da calota craniana,
da face e do sistema estomatognático; procedimentos em fissuras lábio-palatais; reabilitação protética e
funcional das doenças da calota craniana, da face e do sistema estomatognático; procedimentos para a avaliação
e o tratamento dos transtornos respiratórios do sono; assistência aos pacientes portadores de queimaduras;
assistência aos pacientes portadores de obesidade (cirurgia bariátrica); cirurgia reprodutiva; genética clínica;
- Para cada grupo de serviços de atenção primária (certo número de UBS) deve existir um serviço secundário de
referência (ambulatório de especialidades e hospital geral), da mesma forma para cada conjunto de serviços de atenção
secundária (grupo de hospitais) deve haver hospital e ambulatórios especializados de referência.
- Na maior parte dos estados, esses procedimentos foram historicamente contratados/conveniados junto aos serviços de
saúde, sejam privados com fins lucrativos, sejam filantrópicos ou universitários, conforme a oferta dos prestadores, e seu
acesso para a população sempre dependeu da procura espontânea e voluntária dos pacientes.

- Além do SISAB, temos os sistemas e-SUS AB para captar os dados, que é composto por dois sistemas de software
que instrumentalizam a coleta dos dados que serão inseridos no SISAB. São eles: 1) Coleta de Dados Simplificado
(CDS); 2) Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) e 3) Aplicativos (App) para dispositivos móveis, atualmente
disponível: app AD (Atenção Domiciliar).
- As possibilidades de utilização da estratégia se adaptam à realidade dos municípios, especialmente no que diz respeito
à informatização e à conectividade das UBS. Nas UBS onde os ambientes de atendimento (recepção, consultórios, sala
de procedimentos) contam com computadores, é possível a utilização do Sistema com PEC, mesmo sem acesso à
internet, que fornece informações individualizadas de cada um dos usuários da unidade e contém funcionalidades que
facilitam o dia a dia das equipes, como a organização das agendas dos profissionais que atuam na AB. As UBS que
possuem menos infraestrutura de informática poderão adotar o Sistema com CDS, em que as informações são
registradas em fichas de papel e depois digitadas no sistema. Já os municípios que já contavam com sistema próprio
podem transmitir seus dados a partir da integração dos dois softwares, de acordo com as orientações técnicas
disponíveis no site do e-SUS AB.
- Com o SISAB, será possível obter informações da situação sanitária e de saúde da população do território por meio de
relatórios de saúde, bem como de relatórios de indicadores de saúde por estado, município, região de saúde e equipe.
- O e-SUS AB pode ser utilizado por todos os profissionais e equipes de Atenção Básica.

Níveis de complexidade do SUS:


- Objetivo: determinar que o acesso dos indivíduos ao sistema de saúde ocorra considerando a gravidade e a urgência;
dessa maneira, evita-se que grandes centros especializados tenham que lidar com um alto número de casos de
simples resolução e sem características que configurem uma situação de urgência.
- Primário: contato preferencial com o SUS, estão UBSs, conhecidas como postos de saúde. Engloba: promoção,
prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, por meio de práticas gerenciais e sanitárias, democráticas e
participativas, sob a forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios delimitados, pelos quais assumem
responsabilidade. Tecnologias: elevada complexidade e baixa densidade, objetivando solucionar os problemas de
saúde de maior freqüência e relevância das populações. Tarefas: são marcadas consultas e exames básicos (hemograma,
citopatológico), poderem ser realizados procedimentos básicos, como curativos.
- Secundário: Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), os hospitais e outras unidades de atendimento especializado
ou de média complexidade → realizados procedimentos de intervenção, tratamento de situações crônicas e de doenças
agudas; também estão presentes os serviços de urgência e emergência. Disponibilidade tecnológica: equipamentos
mais sofisticados que AP; realização exames ↑complexo que na AP, como endoscopias e ecocardiogramas. Profissionais:
médicos de áreas especializadas, cardiologia, endocrinologia, ortopedia ou mesmo psiquiatria e oftalmologia.
Casos encaminhados pelo nível primário, possam ser atendidos satisfatoriamente por meio do trabalho dos profissionais
e da utilização dos equipamentos que compõem essa etapa de atenção.
 Procedimentos especializados; cirurgias ambulatoriais especializadas; procedimentos tráumato-ortopédico;
ações especializadas em odontologia; patologia clínica; anatomopatologia e citopatologia; radiodiagnóstico;
exames ultra-sonográficos; diagnose; fisioterapia; terapias especializadas; próteses e órteses; anestesia.
- Terciário: hospitais de grande porte (alta complexidade), subsidiados pela esfera privada ou pelo estado →
manobras mais invasivas, intervindo em situações de risco de vida. Aparelhamento: máquinas de tecnologia avançada
(equipamentos para ressonância magnética, tomógrafos e hemodinâmicas). Objetivo: garantir que procedimentos para a
manutenção dos sinais vitais possam ser realizados, dando suporte mínimo para a preservação da vida sempre que
preciso. Atuam médicos especialistas em áreas que exigem uma formação mais extensiva, como a neurocirurgia e a
nefrologia pediátrica. A expectativa é que no nível terciário existam suportes tecnológico e profissional capazes de
atender a situações que no nível secundário não puderam ser tratadas por serem casos mais raros ou complexos demais.
 Assistência ao paciente portador de doença renal crônica (por meio dos procedimentos de diálise); assistência
ao paciente oncológico; cirurgia cardiovascular; cirurgia vascular; cirurgia cardiovascular pediátrica;
procedimentos da cardiologia intervencionista; procedimentos endovasculares extracardíacos; laboratório de
eletrofisiologia; assistência em tráumato-ortopedia; procedimentos de neurocirurgia; assistência em otologia;
cirurgia de implante coclear; cirurgia das vias aéreas superiores e da região cervical; cirurgia da calota craniana,
da face e do sistema estomatognático; procedimentos em fissuras lábio-palatais; reabilitação protética e
funcional das doenças da calota craniana, da face e do sistema estomatognático; procedimentos para a avaliação
e o tratamento dos transtornos respiratórios do sono; assistência aos pacientes portadores de queimaduras;
assistência aos pacientes portadores de obesidade (cirurgia bariátrica); cirurgia reprodutiva; genética clínica;
- Para cada grupo de serviços de atenção primária (certo número de UBS) deve existir um serviço secundário de
referência (ambulatório de especialidades e hospital geral), da mesma forma para cada conjunto de serviços de atenção
secundária (grupo de hospitais) deve haver hospital e ambulatórios especializados de referência.
- Na maior parte dos estados, esses procedimentos foram historicamente contratados/conveniados junto aos serviços de
saúde, sejam privados com fins lucrativos, sejam filantrópicos ou universitários, conforme a oferta dos prestadores, e seu
acesso para a população sempre dependeu da procura espontânea e voluntária dos pacientes.

Sistema de referência e contra referência:


- Mecanismo administrativo do SUS, onde os serviços são organizados de forma a possibilitar o acesso a todos os
serviços existentes no SUS pelas pessoas que procuram as unidades básicas de saúde → integralidade e hierarquização.
- As unidade básicas são a porta de entrada para os serviços de maior complexidade, caso aja necessidade do usuário.
As unidades de maior complexidade são chamadas “Unidades de referência”. Assim, o usuário, atendido na unidade de
menor complexidade será referenciado para unidade de maior complexidade para ser atendido. Quando finalizado o
atendimento especializado, o indivíduo será contra referenciado, ou seja, o profissional irá encaminhar o usuário para a
unidade de origem para que a continuidade do tratamento seja feita.
- Níveis de complexidade: o atendimento pelo sus se dá pela hierarquização das ações e serviços de saúde em níveis de
complexidade, com proposta que casos de menor urgência possam ser resolvidos em instancias de baixa complexidade,
sem necessitar de centros de tecnologia, melhorando a eficiência e eficácia do sistema. Assim o atendimento se dá em
três níveis de atenção:
 Baixa complexidade: ou atenção básica, tem a saúde da família como estratégia prioritária para sua
organização e ela é capaz de resolver 80% das necessidades e problemas de saúde. Cuidado sintomático;
promoção, a manutenção e proteção à saúde, prevenção de doenças, diagnóstico, tratamento e reabilitação.
 Média complexidade: pratica clínica demande disponibilidade de profissionais especializados e o uso de
recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico.
 Alta complexidade: procedimentos que envolvem alta tecnologia e alto custo, propiciando serviços
qualificados. Tem como foco a atenção hospitalar: promoção, prevenção a nível hospitalar.
- Os níveis de referência e contra referência é o modo de organização dos serviços configurados em redes sustentadas
por critérios, fluxos e mecanismos de pactuação de funcionamento, para assegurar atenção integral aos usuários. Esse
sistema segue a lógica da hierarquização dos serviços, a fim de sistematizar o acesso do usuário nos níveis de
atendimento e garantir encaminhamentos resolutivos, garantindo o fluxo ideal de usuários, do nível menor para o
maior, bem como o fluxo inverso. Também reforça a concepção central de fomentar e assegurar vínculos em diferentes
dimensões: intra-equipes de saúde, inter-esquipes/serviços, entre trabalhadores e gestores e entre usuários e
serviços/esquipes.

Financiamento: PORTARIA Nº 2.436, DE 21 DE SETEMBRO DE 2017

- Repasse dos recursos: 1. Alimentação e atualização regular dos sistemas de informações que compõem a base
nacional de informações do SUS; 2. Conselho de Saúde instituído e em funcionamento 3. Fundo de Saúde instituído por
lei, categorizado como fundo público em funcionamento; 4. Plano de Saúde, programação anual de saúde e relatório de
gestão submetidos ao respectivo conselho de Saúde;
- 2 blocos: Bloco de Custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde OU Piso da AB fixo PAB fixo; e Bloco de
Investimento na Rede de Serviços Públicos de Saúde OU Piso da AB variável PAB variável.
- Bloco de Custeio: manutenção da prestação das ações e serviços públicos de saúde e ao funcionamento dos órgãos e
estabelecimentos responsáveis pela implementação das ações e serviços públicos de saúde. Fica vedada a utilização para
o pagamento de: servidores inativos; servidores ativos, exceto aqueles contratados exclusivamente para desempenhar
funções relacionadas aos serviços previstos no respectivo Plano de Saúde; gratificação de função de cargos
comissionados, exceto aqueles diretamente ligados às funções relacionadas aos serviços previstos no respectivo Plano de
Saúde; pagamento de assessorias/consultorias prestadas por servidores públicos pertencentes ao quadro do próprio
município ou do estado; e obras de construções novas, bem como reformas e adequações de imóveis já existentes, ainda
que utilizados para a realização de ações e/ou serviços de saúde → 2016 incremento.
- Bloco de Investimento: serão transferidos em conta corrente única, aplicados conforme definido no ato normativo
pactuado e publicado em portaria especifica, e destinar-se-ão, exclusivamente, à: aquisição de equipamentos; obras de
construções novas utilizados para a realização de ações e serviços públicos de saúde; e obras de reforma e/ou adequações
de imóveis já existentes utilizados para a realização de ações e serviços públicos de saúde. Fica vedada a utilização em
órgãos e unidades voltados, exclusivamente, à realização de atividades administrativas.
- Bloco de Financiamento: AB, media e alta complexidade, vigilância em saúde, assistência farmacêutica, gestão e
investimento na rede.
- ESF:  Modalidade 1 é de R$ 10.695,00 a cada mês, por Equipe. O valor dos incentivos financeiros referentes às
Modalidade 2 é de R$ 7.130,00 a cada mês, por equipe. Ficam definidos os seguintes valores do incentivo financeiro
para o custeio das Equipes de Saúde Bucal: na Modalidade 1 R$ 2.230,00 e Modalidade 2 serão transferidos R$
2.980,00. Modalidade 1: município até 50 mil habitantes nos Estados da Amazônia Legal e até 30 mil habitantes nos
demais Estados do País; e não incluídos no estabelecido na alínea I e atendam a população remanescente de quilombos
ou residente em assentamentos de no mínimo, 70 pessoas, respeitado o número máximo de equipes por município,
publicado em portaria específica. Modalidade 2: não se enquadram nos critérios da Modalidade 1, por aumento da
população, deixar de ter direito ao valor da Modalidade 1, deverá ser realizada etapa de transição durante o ano da
mudança que busque evitar a perda nominal acentuada de recursos do Bloco de AB.
- 2017 Cálculo do teto máximo de equipes AB e de ESF: o Município e o Distrito Federal poderão fazer jus ao
recebimento de recursos financeiros específicos, conforme a seguinte fórmula: População/2.000.
Redes de atenção à saúde RAS:
- O SUS hoje: mais preparado para o manejo clínico das condições agudas do que para o manejo clínico das condições
crônicas, já que isso envolve o desenvolvimento de práticas de autocuidado, abordagens multiprofissionais e garantia de
continuidade assistencial, o que só pode ser obtido através de sistemas integrados.
- SUS hoje é sistema fragmentado, que dificulta o acesso, gera descontinuidade assistencial e compromete a
integralidade da atenção ofertada. Isso se manifesta como fragilidade na articulação entre as instâncias gestoras do
sistema e/ou entre essas e a gerência dos serviços; como desarticulação entre os serviços de saúde e/ou entre esses e os
de apoio diagnóstico e terapêutico; e, como desarticulação entre as práticas clínicas desenvolvidas por diferentes
profissionais de um ou mais serviços, voltadas a um mesmo indivíduo ou grupo de indivíduos.
- Grande desafio: construção de um sistema integrado, que, respeitando a autonomia de gestão de cada município,
consiga articular suas práticas em âmbito regional (regionalização), visando garantir uma atenção de qualidade e a
observância de boas práticas administrativas → estruturação de redes de atenção à saúde: consolidação de sistemas
de saúde integrados que favoreçam o acesso com continuidade assistencial, a integralidade da atenção e a
utilização racional dos recursos existentes.
- RAS MS: arranjos organizativos de unidades funcionais de saúde, pontos de atenção e apoio diagnóstico e
terapêutico, onde são desenvolvidos procedimentos de diferentes densidades tecnológicas que, integrados através
de sistemas de apoio e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.
- Importância da APS como instância organizadora das RRAS e coordenadora do cuidado: no processo de
reordenamento de sistemas na perspectiva de estruturação das RRAS, o fortalecimento da APS configura-se
como a principal estratégia; assim as ações e as atividades de APS devem ser resolutivas, visando assegurar a redução
das iniquidades e garantir um cuidado em saúde de qualidade.
- APS: considerar as características e a diversidade da população de cada local e organizar-se respeitando as diretrizes:
territorialização com adscrição de clientela; organização do trabalho com base no perfil epidemiológico da população
adscrita; acolhimento do usuário com garantia de atendimento à demanda espontânea; análise de risco nos processos
assistenciais; e utilização de dispositivos diversos de gestão do cuidado em saúde, visando garantir a integração das
práticas e a continuidade assistencial.
- Para que a APS nas RRAS possa ser efetivamente organizadora do sistema de saúde e coordenadora do cuidado, há que
fazer grandes investimentos voltados a seu aprimoramento e medidas de caráter mais sistêmico. Essas iniciativas devem
contemplar: adequação da infraestrutura física e tecnológica das unidades de saúde já existentes; construção de novas
unidades onde houver necessidade; implantação de mecanismos de valorização e programas de desenvolvimento de seus
profissionais; aperfeiçoamento do processo gerencial em todas as unidades básicas de saúde existentes; implantação de
protocolos clínicos consensuados com as demais unidades componentes da RRAS e a incorporação permanente de
dispositivos relacionados à gestão do cuidado em saúde, com vistas a favorecer a integração das práticas profissionais e a
garantir a continuidade assistencial.
- Rede: 1. População: responsabilização sanitária, higiene; 2. Modelo de atenção: saúde ← doença; 3. Estrutura:
operacional e níveis de referência.
Redes de atenção à saúde RAS:
- O SUS hoje: mais preparado para o manejo clínico das condições agudas do que para o manejo clínico das condições
crônicas, já que isso envolve o desenvolvimento de práticas de autocuidado, abordagens multiprofissionais e garantia de
continuidade assistencial, o que só pode ser obtido através de sistemas integrados.
- SUS hoje é sistema fragmentado, que dificulta o acesso, gera descontinuidade assistencial e compromete a
integralidade da atenção ofertada. Isso se manifesta como fragilidade na articulação entre as instâncias gestoras do
sistema e/ou entre essas e a gerência dos serviços; como desarticulação entre os serviços de saúde e/ou entre esses e os
de apoio diagnóstico e terapêutico; e, como desarticulação entre as práticas clínicas desenvolvidas por diferentes
profissionais de um ou mais serviços, voltadas a um mesmo indivíduo ou grupo de indivíduos.
- Grande desafio: construção de um sistema integrado, que, respeitando a autonomia de gestão de cada município,
consiga articular suas práticas em âmbito regional (regionalização), visando garantir uma atenção de qualidade e a
observância de boas práticas administrativas → estruturação de redes de atenção à saúde: consolidação de sistemas
de saúde integrados que favoreçam o acesso com continuidade assistencial, a integralidade da atenção e a
utilização racional dos recursos existentes.
- RAS MS: arranjos organizativos de unidades funcionais de saúde, pontos de atenção e apoio diagnóstico e
terapêutico, onde são desenvolvidos procedimentos de diferentes densidades tecnológicas que, integrados através
de sistemas de apoio e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.
- Importância da APS como instância organizadora das RRAS e coordenadora do cuidado: no processo de
reordenamento de sistemas na perspectiva de estruturação das RRAS, o fortalecimento da APS configura-se
como a principal estratégia; assim as ações e as atividades de APS devem ser resolutivas, visando assegurar a redução
das iniquidades e garantir um cuidado em saúde de qualidade.
- APS: considerar as características e a diversidade da população de cada local e organizar-se respeitando as diretrizes:
territorialização com adscrição de clientela; organização do trabalho com base no perfil epidemiológico da população
adscrita; acolhimento do usuário com garantia de atendimento à demanda espontânea; análise de risco nos processos
assistenciais; e utilização de dispositivos diversos de gestão do cuidado em saúde, visando garantir a integração das
práticas e a continuidade assistencial.
- Para que a APS nas RRAS possa ser efetivamente organizadora do sistema de saúde e coordenadora do cuidado, há que
fazer grandes investimentos voltados a seu aprimoramento e medidas de caráter mais sistêmico. Essas iniciativas devem
contemplar: adequação da infraestrutura física e tecnológica das unidades de saúde já existentes; construção de novas
unidades onde houver necessidade; implantação de mecanismos de valorização e programas de desenvolvimento de seus
profissionais; aperfeiçoamento do processo gerencial em todas as unidades básicas de saúde existentes; implantação de
protocolos clínicos consensuados com as demais unidades componentes da RRAS e a incorporação permanente de
dispositivos relacionados à gestão do cuidado em saúde, com vistas a favorecer a integração das práticas profissionais e a
garantir a continuidade assistencial.
- Rede: 1. População: responsabilização sanitária, higiene; 2. Modelo de atenção: saúde ← doença; 3. Estrutura:
operacional e níveis de referência.

Epidemiologia:
- Epidemiologia: ciência que estuda o processo saúde-doença, analisando a frequencia, distribuição populacional
(tempo, lugar, sexo, idade, profissão, etnia, permitindo comparações) e os fatores determinantes das enfermidades
(fatores de risco), danos à saúde e eventos associados a saúde coletiva (população especifica), e aplicando através de
estratégias especificas de prevenção, controle ou erradicação de doenças, e promoção de saúde. Fornece indicadores que
sirvam de suporte ao planejamento, administração e avalição das ações de saúde (avaliação do impacto das ações e dos
serviços de saúde).
- Dois espaços interdependentes e nem sempre claramente delimitados: o do conhecimento/disciplina (que estuda a
saúde, a doença e os seus determinantes) e o da ação/instrumento (que produz e analisa informações, desenvolve
tecnologias e estratégias de prevenção, partindo do conhecimento dos fatores que a determinam e provendo subsídios
para a prevenção das doenças).
- Incidência: frequência de novos casos de uma determinada doença ou problema de saúde num determinado período de
tempo, oriundo de uma população sob-risco de adoecer no início da observação (x constante de base 10). Pode-se
deduzir que uma mesma doença pode incidir sobre um mesmo indivíduo mais de uma vez durante o período observado,
o que é denominado de incidência total, tal medida é muito utilizada para se calcular a incidência de doenças agudas.
Bastante utilizada em investigações etiológicas para elucidar relações de causa e efeito, avaliar o impacto de uma
política, ação ou serviço de saúde, além de estudos de prognóstico.
- Prevalência: número de casos existentes/totais de uma determinada doença em uma determinada população total e em
um dado momento, são os casos já existentes (antigos) somados aos casos novos, é alimentada pela incidência de casos.
Um dado instante: chamada de prevalência pontual ou instantânea. Num dado período: chamada de prevalência de
período. A prevalência só considera um evento de determinada doença por indivíduo, ou seja, se o indivíduo tiver
gripe por três vezes durante o ano, o evento só será contado uma vez, exceto se ele encontrar com gripe nos dois
momentos em que for mensurada a prevalência pontual para este agravo. É influenciada pelo número de óbitos, curas e
pelo fluxo migratório de indivíduos de uma área para outra. Utilizada para o planejamento de ações e serviços de saúde,
previsão de recursos humanos, diagnósticos e terapêuticos. Ressalta-se que a prevalência é uma medida mais adequada
para doenças crônicas ou de longa duração.
 ↑prevalencia: maior incidência da doença; melhor tratamento, prolongando a sobrevida do paciente, mas não o
levando à cura; a imigração de indivíduos doentes ou a emigração de indivíduos sadios.
 ↓: menor incidência da doença; cura por tratamento (principalmente nas doenças infecciosas); óbitos; a
imigração de indivíduos sadios ou a emigração de indivíduos doentes.
- Pandemia: ocorrência epidêmica caracterizada por larga distribuição espacial, atingindo várias nações, pode ser tratada
como uma série de epidemias localizadas em diferentes regiões e que ocorrem em vários países ao mesmo tempo. HIV,
EBOLA.
- Epidemia: ocorrência, numa comunidade ou região, de casos da mesma doença, em números que ultrapassam
nitidamente a incidência normalmente esperada; não está necessariamente associada a um elevado número de casos para
a doença (como é o caso da poliomielite, que foi erradicada do Brasil desde 1990), portanto um único caso autóctone
desta doença já pode ser considerado uma epidemia. Classificação de acordo com a velocidade de instalação, propagação
e desaparecimento, a sua duração e os mecanismos envolvidos no seu desaparecimento → epidemia por fonte comum:
é a epidemia na qual o agente etiológico pode ser veiculado pela água, alimentos ou pelo ar, permitindo a exposição de
um elevado número de indivíduos ao agente etiológico, portanto pode haver uma explosão de casos em um curto período
de tempo; normalmente a doença não é transmitida de pessoa para pessoa, e a velocidade de progressão da epidemia vai
depender das características do agente etiológico (período de incubação); epidemia progressiva ou programada: trata-
se de uma epidemia mais lenta, na qual a forma de transmissão provavelmente se dá de pessoa para pessoa. A
transmissão pode ser direta ou indireta (fômites ou vetores), ex: SIDA, sífilis.
- Endemia: presença constante de uma doença dentro dos limites esperados, em uma determinada área geográfica, por
um período de tempo ilimitado. Acontece quando há uma constante renovação de susceptíveis na comunidade e
exposições múltiplas e repetidas destes a um determinado agente. Ex: endemia da malária na Região Norte do Brasil.
- Surto: ocorrência epidêmica onde todos os casos estão relacionados entre si, atingindo uma área geográfica pequena e
delimitada, como vilas e bairros, ou uma população institucionalizada, como colégios, quartéis, creches, asilos.

Índices e indicadores de saúde:


- Índice: termo genérico apropriado para referir-se a todos os descritores da vida e da saúde; inclui todos os termos
numéricos existentes e incidentes que trazem a noção de grandeza. +abrangente.
- Indicadores: são os índices críticos capazes de orientar a tomada de decisão em prol das evidências ou providências.
1. GINI: medida de desigualdade, usado para comparar as distribuições de renda entre diferentes setores da população,
tais como as zonas urbanas e rurais, entre países, economias no tempo.
- É mensurado em um número que vai de 0 a 1, de forma que 0 representa um país totalmente igualitário – isto é, em que
toda a sua população possui a mesma renda –, e 1 representa um país totalmente desigual, em que apenas um indivíduo
ou uma parcela muito restrita de pessoas concentra toda a renda existente.
- Desvantagem: 1. Mede a desigualdade de renda, mas não a desigualdade de oportunidades; ex: alguns países podem
ter uma estrutura de classes sociais que apresentam barreiras à mobilidade ascendente, o que não se reflete no Gini; 2.
Pode estar medindo coisas diferentes: dois países podem ter o mesmo coeficiente, mas um é pobre e o outro é rico, então
no caso do primeiro ele estaria medindo a desigualdade na qualidade de vida material, enquanto que no segundo a
distribuição do luxo além das necessidades básicas (economias diferentes com distribuição de renda igualitária). 3.
Economias com rendimentos e coeficientes de Gini similares podem ter uma distribuição de renda muito diferente; isto
porque as Curvas de Lorenz podem ter distintas formas e produzir o mesmo coeficiente. Ex: uma sociedade onde metade
das pessoas não tenha renda e a outra metade partilha toda ela de forma igual, esta sociedade tem coeficiente de Gini de
0,5 - o mesmo que de uma sociedade na qual 75% das pessoas têm partes iguais de 25% da renda enquanto os 25%
restantes possuem partes iguais de 75% da renda. 4. Muitas vezes apenas o coeficiente de GINI é citado sem descrever as
proporções dos quantis utilizado para sua medição; é influenciado pela granularidade de suas medições. 5. O coeficiente
é um ponto de estimativa da igualdade em um determinado momento, o que ignora as mudanças que podem ocorrer no
ciclo de vida dos indivíduos: a mudança na faixa etária dentro de uma população ou mesmo da mobilidade de classes de
renda pode criar a aparência de igualdade quando na verdade não existe.
- MOC: 2010 0,539
2. IDH: foi criado para medir o nível de desenvolvimento humano dos países a partir de indicadores de educação
(alfabetização e taxa de matrícula), longevidade (expectativa de vida ao nascer) e renda (PIB per capita). Seus valores
variam de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Países com IDH até 0,499 são
considerados de desenvolvimento humano baixo; com índices entre 0,500 e 0,799 são considerados de desenvolvimento
humano médio; e com índices maiores que 0,800 são considerados de desenvolvimento humano↑.
- Nível de desenvolvimento humano em municípios: IDH-Municipal ou IDH-M.
- Surgiu pela necessidade de suprir as deficiências apontadas pelos chamados indicadores de Primeira Geração –
indicadores de natureza bastante restrita e simplória, a exemplo do PIB e PIB per capita; assim surgem os indicadores de
Segunda Geração (aqueles predominantemente compostos).
- Vantagens: 1. Reduzido número de dimensões utilizados na construção tem servido para manter a simplicidade de seu
entendimento, fator muito importante de sua transparência e de simplicidade para transmitir seu significado a um público
amplo e diversificado. 2. Permite a construção de modelos visuais que facilitam a comparação entre diferentes regiões ou
diferentes momentos no tempo. 3. Os dados que compõe o índice são acessíveis em quase todos os países do mundo,
possibilitando a comparação dos níveis de desenvolvimento humano entre os países e a consequente elaboração do
“ranking mundial de desenvolvimento humano”.
- MOC 2003: 0,77, considerado alto, e superior a media estadual de 0,737 e nacional 0,727. Renda 0,707, menor que a
estadual 0,727 e nacional 0,816. Longevidade: 0,868 maior do norte de minas, maior que nacional 0,739 e estadual
0,838. Educação: 0,744 . 1º lugar de MG.
3. Letalidade: poder que uma doença ou agravo à saúde tem de provocar a morte nas pessoas acometidas (gravidade da
doença), calculada dividindo-se o número de óbitos por determinada doença pelo número de casos da mesma doença.
Letalidade 0 escabiosa, 100% raiva.
4. Mortalidade:
- Medida muito utilizada como indicador de saúde porque permite avaliar as condições de saúde de uma população.
- Coeficiente de mortalidade geral: divisão do número total de óbitos por todas as causas em um ano pelo número da
população na metade do período, multiplicado por 1.000. Pode ser calculado por doença, conforme a idade e o sexo.
- Fornece dados sobre a saúde de um país e fornecer subsídios para políticas de saúde.
 Coeficiente de mortalidade infantil refere-se ao óbito de crianças menores de um ano e é um dos mais
importantes indicadores de saúde. Determinantes socioeconômicos, ambientais, nutriçionais e infecciosos.
 Coeficiente de mortalidade perinatal compreende os óbitos fetais (a partir de 28 semanas de gestação) mais
os neonatais precoces (óbitos de crianças de até seis dias de vida).
 Coeficiente de mortalidade materna: morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término
da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez, devido a qualquer causa relacionada
ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou incidentais.
Número de óbitos/número de nascidos vivos (não existe no país a informação sistematizada sobre o número total
de gestantes, apenas de nascidos vivos).
- ↑: piores condições de vida e desenvolvimento nessas regiões; portanto, tais regiões precisam ser tratadas de forma
diferenciada no que tange aos investimentos em saúde e infraestrutura, na perspectiva de que tais medidas possam
reduzir esse indicador de saúde.
- Vale ressaltar que o risco de morte no primeiro ano de vida decresce ao longo do tempo, ou seja, a criança ao nascer
apresenta maior risco de morrer quando comparada à criança que está próxima de completar um ano de vida. Portanto,
faz-se necessário avaliar tal risco em períodos críticos do primeiro ano de vida.
- A mortalidade infantil e materna são consequências de falta de infraestrutura e desorganização dos serviços de
saúde, no entanto elas podem ser evitadas através da implantação de medidas de acompanhamento à saúde da mulher
durante a gestação e o parto e da criança até completar 1 (um) ano de vida. Tais medidas se adaptam perfeitamente à
prestação da assistência à saúde no nível da atenção básica através da Estratégia de Saúde da Família.
5- Agravo: qualquer dano a integridade física, mental e social dos indivíduos provocado por circunstâncias nocivas
6- Doença: Falta ou perturbação da Saúde, moléstia, mal, enfermidade
7-Dor crônica: é mais duradoura, pode ser continua, ter períodos regulares e crises intermitentes
8-Dor aguda:serve como alerta,dura um tempo determinado,não é regular,surge de repente.
9-MORBIDADE:morbidade (incidência e prevalência) + mortalidade(mortalidade e letalidade) = aquelas doenças
causadas de morte em determinadas populações,espaços e tempos m

- COMO CALCULAR OS COEFICIENTES:


Relação médico-paciente:
- Modelo Sacerdotal: baseia-se tradição hipocrática; o médico assume uma postura paternalista com relação ao
paciente, exercendo sua autoridade e poder; em nome da beneficência a decisão tomada pelo médico não leva em conta
os desejos, crenças ou opiniões do paciente; a processo de tomada de decisão é de baixo envolvimento, com dominação
pelo médico e submissão do paciente. Em função deisso e de uma compreensão equivocada da origem da palavra
"paciente" este termo passou a ser utilizado com conotação de passividade (aquele que sofre).
- Modelo Engenheiro: coloca todo o poder de decisão no paciente; o médico é repassador de informações e executor da
ações propostas pelo paciente, preserva sua autoridade, e abre mão do poder, que é exercido pelo paciente; a tomada de
decisão é de baixo envolvimento, que se caracteriza mais pela acomodação do médico e pela dominação ou imposição do
paciente. O paciente é visto como um cliente que demanda uma prestação de serviços médicos.
- Modelo Colegial: não diferencia os papéis do médico e do paciente no contexto da sua relação; a tomada de decisão é
de alto envolvimento; não existe a caracterização da autoridade do médico como profissional, e o poder
é compartilhado de forma igualitária. A maior restrição a este modelo é a perda da finalidade da relação médico-paciente,
equiparando-a a uma simples relação entre indivíduos iguais.
- Modelo Contratualista: estabelece que o médico preserva a sua autoridade, enquanto detentor de conhecimentos e
habilidades específicas, assumindo a responsabilidade pela tomada de decisões técnicas, paciente participa ativamente no
processo de tomada de decisões, exercendo seu poder de acordo com o estilo de vida e valores morais e pessoais;
há efetiva troca de informações e a tomada de decisão de médio (interpretativo) ou alto envolvimento (deliberativo)
tendo por base o compromisso estabelecido entre as partes envolvidas.
- 5º modelo: instrumental, onde o paciente seria utilizado pelo médico apenas como um meio para atingir uma outra
finalidade. Ex: utilização abusiva de pacientes em projetos de pesquisa.
- O avanço tecnológico na área de diagnósticos, a informática e a intermediação do trabalho médico levam a mudanças
na relação médico–paciente.

Bioética clínica:
- Ramo da bioética que se ocupa do relacionamento entre paciente e o profissional da saúde. Prática diária:
1. Empatia
2. Transferência e regressão: a doença é uma forma de estresse que leva ativação de modos primitivos de
relacionamento e a transferência de expectativas, atitudes e sentimentos para seus relacionamentos adultos,
tornando o médico alvo da transferência uma vez que é nele depositado os sofrimentos e alívios do paciente.
3. Cuidados no exame físico: momento de intimidade na relação médico-paciente, no qual o paciente esta
apreensivo e as impressões sobre o médico, de cuidado, são fundamentais para confiança futura.
- Relação médico paciente: influenciada pela expectativa do paciente e do médico, relação de poder entre consultante e
consultado, fantasias do paciente durante a consulta, relacionadas ao fornecimento de informação acessível, ao tempo e
atenção adequados e à duração da consulta, como a posteriori, relacionadas ao sucesso do tratamento e à satisfação do
paciente. Ex: o paciente com síndrome do pânico, relata doença instalada, o bom diagnóstico é feito pela anamnese e boa
relação médico-paciente. Melhoria da qualidade do serviço de saúde, com personalização da assistência, humanização do
atendimento e direito a informação. Médico deve incorporar cuidados ao sofrimento do paciente, e, além do suporte
técnico-diagnóstico, se faz necessário uma sensibilidade para conhecer a realidade do paciente, ouvir suas queixas e
encontrar, junto com o paciente, estratégias que facilitem sua adaptação ao estilo de vida exigido pela doença.
Problemas que surgem na relação médico-paciente: a) a incompreensão por parte do médico das palavras utilizadas pelo
paciente para expressar a dor, o sofrimento; b) dificuldade de transmitir informações adequadas ao paciente; c) a
dificuldade o paciente na adesão ao tratamento.
- Fatores que prejudicam: tempo de consulta menor que o necessário; discrepância entre tempo de consulta e valor
pago; informações desejadas não fornecidas ao paciente pelo médico; insatisfação no resultado do tratamento; visão
mercantilista do médico, apenas como provedor de serviços e paciente apenas como cliente, deixando de lado visão
humanística da relação (paciente como garantia de sustento).
- Princípios: autonomia; beneficência, justiça e não maleficência.
- HumanizaSUS: tratamento humanitário.
- Influenciadores: escolaridade, religião, sexualidade, idade, regionalidade, estrutura.

Segurança do paciente:
- Reduzir ao mínimo aceitável a ocorrência de aciendtes.
- Portaria GM/MS nº 529/2013 institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) com o objetivo de
contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional.
- PROTOCOLOS BÁSICOS de segurança do paciente: 1. Identificação do paciente. 2. Prevenção de Úlcera por
pressão: devido longa permanência em hospitais e fatores de riscos como idade avançada e restrição ao leito. 3.
Segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos: destacar o grupo de medicamentos chamados de
potencialmente perigosos ou de alta vigilância, que possuem maior potencial de provocar dano no paciente quando existe
erro na sua utilização; reduzir erros humanos minimizando os lapsos de memória, promovendo acesso a informações
sobre os medicamentos e desenvolvendo padrões internos de treinamento; padronização de processos, o uso de recursos
de tecnologia da informação, educação permanente e o acompanhamento das práticas profissionais em todas as etapas do
processo que envolve o medicamento. 4. Cirurgia segura. 5. Pratica de higiene das mãos em serviços de saúde. 6.
Prevenção de quedas.

Programa de Segurança do Paciente da Organização Mundial da Saúde:


- Gerenciar medicamentos com aparência ou com nomes parecidos: medicamentos com nomes parecidos e/ou
embalagens com aparência semelhante. Recomendações para minimizar a confusão dos nomes dos medicamentos, e
educação e o treinamento dos profissionais para reduzir o risco de erro.
- Paciente errado e à alta de bebês com a família errada: estratégia identificação dos pacientes ou dos bebês.
- Promover comunicação adequada durante a transferência de responsabilidade do paciente: abordagem
multiprofissional e interdisciplinar, mas também uma participação efetiva do próprio paciente e seus familiares.
Adequada comunicação para evitar problemas como descontinuidade no cuidado e até tratamento inadequado.
- Realizar o procedimento correto na parte correta do corpo: falhas de comunicação e informação, e falta de
padronização nos procedimentos. Estratégia para ↓danos em cirurgias: implantação do uso de Checklist, preparada por
especialistas para auxiliar as equipes cirúrgicas, com padronização dos itens a serem garantidos nas seguintes etapas:
antes da indução anestésica, antes da incisão na pele e antes de o paciente sair da sala cirúrgica. O Brasil tornou-se
signatário dessa estratégia da OMS em 2008.
- Controlar as soluções eletrolíticas concentradas: merecem atenção devido à sua grande utilização e ao alto risco de
dano ao paciente, inclusive morte, ao uso inadequado. Devem ser armazenadas e manipuladas de forma segura.
- Garantir a adequação da medicação em todo o processo de cuidado: são mais comuns nos momentos de
transferência da responsabilidade pelo paciente, principalmente na admissão ou alta hospitalar.
- Evitar conexão errada de cateter e de tubo endotraqueal: a conexão inadequada de tubos, seringas e cateteres leva
ao extravasamento de fluidos e medicamentos e provoca sérios danos aos pacientes, tais como flebite e necrose, que
ocorrem, por exemplo, quando quimioterápicos são aplicados fora do vaso sanguíneo. Os dispositivos devem ter forma
padronizada, a fim de garantir a impossibilidade de encaixe inadequado, garantindo adequado manuseio por parte dos
profissionais e o adequado posicionamento do paciente.
- Usar uma única vez dispositivo para injeção: reutilização de seringas e agulhas contribui significativamente para a
transmissão do vírus da AIDS e das Hepatites B e C.
- Melhorar a higiene das mãos para prevenir infecções associadas ao cuidado de saúde: para prevenir e controlar
infecções nos serviços de saúde. As taxas de infecção variam de 5% a 20%. Alvo da campanha da OMS “Salve vidas:
higienize suas mãos”, que visa promover o incentivo e a sensibilização dos profissionais para a adesão à prática da
higienização das mãos de forma constante e rotineira. O Brasil é signatário dessa estratégia da OMS.
- Prevenir queda do paciente: alguns fatores predispõem ao risco de queda do paciente, sejam eles ambientais,
educacionais, culturais ou inerentes aos pacientes.
- Prevenir úlcera de pressão: prevalência 3% e 30% dos pacientes internados. ↑paraplégicos ou tetraplégicos e em
idosos com fratura de colo de fêmur 60%.
- Responder à deterioração do quadro do paciente: aperfeiçoamento de equipes de atendimento à parada
cardiorespiratória (PCR), e parte a criação de uma Equipe de Resposta Rápida (ERR) com o objetivo de realizar
intervenções rápidas em pacientes com sinais de deterioração clínica.
- Comunicar resultados críticos de exames: o atraso no conhecimento de um resultado crítico de exame pode resultar
em sério dano ao paciente. Por isso, devem ser criados mecanismos que permitam a comunicação de resultados críticos
de exames em tempo hábil e de forma clara.
- Prevenir infecção da corrente sanguínea associada ao cateterismo central: ↑prevalência, ↑letalidade e ↑custo.

Perfil de morbidade no brasil:


- Tripla carga de doenças: 1. Persistência de doenças transmissíveis coexistindo com as transmissíveis emergentes e re-
emergentes. 2. Crescente prevalência e incidência das doenças crônicas não transmissíveis. 3. Alta carga de acidentes e
violência.
- As necessidades de saúde da população brasileira veem se alterando em função das mudanças demográficas no país,
que apontam para o envelhecimento da população, e também pelo aumento das condições crônicas em seu perfil de
morbimortalidade, gerado pela maior presença das doenças crônico-degenerativas e pelo aumento da sobrevida de
pacientes portadores de outras patologias, cujo controle foi viabilizado pelo próprio desenvolvimento científico e
tecnológico incorporado ao setor saúde, coexistindo com doenças infectocontagiosas e também com um aumento
expressivo da morbimortalidade por causas externas, caracterizam um quadro epidemiológico bastante complexo, cujo
enfrentamento exige profundas mudanças no SUS.

Mudança de PSF para ESF : O PSF é definido como PROGRAMA, visto que o termo programa aponta para uma atividade
com início, meio e fim. O ESF é uma ESTRATÉGIA de reorganização da atenção primária e não prevê um tempo para sua
finalização

-SRS(Superintendências e Gerências Regionais de Saúde) : Tem por finalidade garantir a gestão do Sistema Estadual de Saúde nas
regiões do Estado, assegurando a qualidade de vida da população ,competindo-lhe: implementar ,assegurar, coordenar,
monitorar ,avaliar e promover a saúde
-PPI(Programa Pactuada e Integrada):Tem por finalidade dar acesso a população aos serviços de saúde.Tem como objetivo organizar a
rede de serviços dando transparência aos fluxos estabelecidos
-CIR(Orgão de instância colegiada): Não é partidária,cujas decisões são tomadas por consenso,em conformidade com as disposições
estabelecidas pelo Pacto pela Saúde (2006)
Pacto pela Saúde 2006: O Pacto pela Saúde é um conjunto de reformas institucionais do SUS pactuado entre as três esferas
de gestão (União, Estados e Municípios) com o objetivo de promover inovações nos processos e instrumentos de gestão,
visando alcançar maior eficiência e qualidade das respostas do Sistema Único de Saúde.
 Pacto pela vida: O Pacto pela Vida está constituído por um conjunto de compromissos sanitários, expressos em
objetivos de processos e resultados e derivados da análise da situação de saúde do País e das prioridades definidas
pelos governos federal, estaduais e municipais. Ex: 1. SAÚDE DO IDOSO, 2. CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E DE MAMA, 3.
MORTALIDADE INFANTIL E MATERNA, 4. DOENÇAS EMERGENTES E ENDEMIAS, COM ÊNFASE NA DENGUE, HANSENÍASE,
TUBERCULOSE, MALÁRIA E INFLUENZA, 5. PROMOÇÃO DA SAÚDE, 6. ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE
 Pacto em defesa do SUS: O Pacto em Defesa do SUS envolve ações concretas e articuladas pelas três instâncias
federativas no sentido de reforçar o SUS como política de Estado mais do que política de governos; e de defender,
vigorosamente, os princípios basilares dessa política pública, inscritos na Constituição Federal.
 Pacto pela gestão: O Pacto de Gestão estabelece as responsabilidades claras de cada ente federado de forma a
diminuir as competências concorrentes e a tornar mais claro quem deve fazer o quê, contribuindo, assim, para o
fortalecimento da gestão compartilhada e solidária do SUS. 

-PDR(Plano Diretor de Regionalização):Instrumento de planejamento e gestão que na área da saúde objetiva


direcionar a descentralização com vistas à promoção de maior e mais adequada acessibilidade dos usuários e da
priorização para alocação de recursos.
Alguns campos de atuação:
União:Ministério da Saúde – Apoio técnico-financeiro aos Estados
Estado:Secretária de Estado da Saúde- Apoio técnico-financeiro aos Municípios
Município:Secretária Municipal de Saúde-Garantia da atenção básica
Módulo assistencial: Município-Sede do módulo assistencial ,município que apresenta capacidade de ofertar
serviços de média complexidade, ambulatoriais ,terapêutico e internação
Microrregião:Deve-se ter ,no mínimo,um segundo nível de atenção de acordo com a complexidade definida
por cada estado
Macrorregião:Formada por uma ou mais regiões de saúde,média complexidade,porém evidencia-se mais o
complexo de Alta complexidade Ambulatorial e Hospitalar,população mínima de 300.000 mil
Região de Saúde:Base territorial de planejamento da atenção à saúde,a ser definida pela SES,considerando
características demográficas,sócio-econômicas,sanitárias,ofertas de serviços...

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