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RTS INTRO
Biomecânica para a
Prescrição Clínica
do Exercício
TOM PURVIS
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c o n ti n u u m
do e x erc í cio
O Que é Função
c o n t i n u u m d o e x e r c í c i o
Performance externa indica a função descrita no números, como a pontuação, a distância, a velocida-
segundo significado, aquela responsável pelo resultado de, a precisão do alvo etc. e normalmente ele é alcan-
final da integração de todas as partes internas somada çado sem levar em consideração as limitações internas
a uma habilidade específica para uma tarefa ou ativida- e tolerâncias. Ele se concentra somente nos resultados
de específica (como correr, levantar e sentar, trabalhar, externos.
praticar esporte). Exercícios criados para a otimização As atividades da vida diária também devem ser
da performance externa otimizam e desenvolvem a habi- consideradas performance externa, porque devemos
lidade de incorporar as partes dentro de uma atividade. ser capazes de levantar e caminhar até o banheiro, por
A performance externa é dependente do bom exemplo, sem nos preocuparmos em como chegare-
funcionamento e da qualidade da performance inter- mos lá. Não devemos nos preocupar sobre o que está
na. Quando algo pequeno dentro da performance in- acontecendo internamente. Não devemos nos preocu-
terna não está funcionando bem, o resultado final na par com o que está acontecendo no nosso joelho, de-
performance externa não será tão bom. vemos apenas nos preocupar com o objetivo externo e
alcançá-lo. Deveríamos ser capazes de chegar ao carro
Performance Externa [PE] sem nos preocupar com o que está acontecendo den-
tro de nós. Estas atividades do dia a dia e os esportes
Performance externa é a habilidade de realização são realizados a partir de uma habilidade específica de
de uma atividade específica. Ela é dependente do fun- incorporar muitas partes existentes com todas as qua-
cionamento das partes internas. A performance exter- lidades que elas possuem para a realização da tarefa.
na usa o que existe disponível nas partes internas para Normalmente, não prestamos atenção nas par-
realizar a atividade, mas não desenvolve estas partes. tes internas a não ser quando perdemos integridade
em alguma delas e elas então precisam de atenção. As
pessoas que perderam a capacidade de mover uma
usar articulação valorizam tudo que é necessário para a
recuperação desta articulação. Quanto mais se per-
Incorporar todas as partes da de e mais tempo se leva para recuperar, mais foco é
Performance Interna para o colocado nas partes internas, mais evidente se torna
objetivo final: performance o potencial de otimizá-las e de como usar o “interno”
esportiva, vida diária etc. como diretriz para a prescrição do exercício.
Quando o profissional tem o objetivo de otimi-
zar a performance externa, ele precisa entender que
otimizar primeiramente as partes específicas que se-
Fig. 130. rão utilizadas na tarefa é fundamental. Por isso, faz-se
necessário entender quais partes são estas, pois com-
põem a performance interna.
Novamente, a palavra performance significa de- A marcha é um exemplo de performance externa,
sempenho, quer dizer, quão bem ou mal algo funciona pois é uma tarefa global específica. A boa execução da
ou trabalha. Ela é geralmente associada ao “desem- marcha é dependente do bom funcionamento de toda
penho atlético” ou a uma performance artística. No a estrutura passiva e ativa dos membros inferiores e do
desporto, medimos o sucesso da performance com tronco. Quando existe alguma disfunção na marcha,
nós otimizamos as partes antes de otimizar a ativida- O estudo da função articular inicia-se com o
de. Esse raciocínio lógico deve ser mantido para toda aprofundamento do conceito sobre a amplitude de
intervenção utilizando exercícios não somente para a movimento. Se analisarmos internamente a ADM,
reabilitação, mas também para o desenvolvimento e veremos que ela é indicada por graus de movimen-
conservação do sistema neuromusculoesquelético. to e cada grau é uma posição estática, então ADM
é, na verdade, Amplitude de Posições Articulares
Performance INTerna [PI] Disponíveis [ADPAD]. Quando medimos a ADM,
estamos de fato medindo duas posições articulares e
A performance interna é composta do que o clien- chamando-as de amplitude. Se a posição final é alte-
te-paciente apresenta [TEM] disponível para ser tra- rada, a amplitude total é alterada. Quando estudamos
balhado, é a matéria-prima que nos é apresentada. Só em um livro que certa articulação possui 180 graus
podemos trabalhar com aquilo que o cliente-paciente de ADM, isso quer dizer que esta articulação deveria
apresenta dentro da sua função neuromusculoesquelé- apresentar 180 posições estáticas. Entretanto, a maio-
tica e nossa intenção é otimizar aquilo que ele [TEM]. ria dos indivíduos não se encaixa nos padrões indi-
Performance interna é o estado operacional cados nos livros e precisamos identificar quais são as
(função) e a tolerância dos componentes internos ne- posições articulares disponíveis de cada cliente-pa-
cessários para orquestrar o movimento bruto. São as ciente individualmente.
partes. É tudo o que um indivíduo [TEM] disponível
para gerar a performance externa.
comprimento contrátil, ela não se enquadra nesta si- consegue mover uma articulação, isso não signi-
tuação, porque a articulação alcança amplitudes que fica necessariamente que não exista capacidade
não pode controlar ativamente. de tensão naquela posição, pode ser que exista a
contração, mas não suficiente para vencer aquela
demanda, aquela resistência. Então esse processo
é, na verdade, um Continuum.
Fig. 133.