Você está na página 1de 11

Resumo com 2000 caracteres

Laudos de SST: Irregularidades que podem custar caro


Os profissionais de SST – Segurança e Saúde do Trabalho elaboram
diversos laudos obrigatórios para as empresas, entre eles o LTCAT (Laudo
Técnico de Condições Ambientais do Trabalho) e o PPRA (Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais), possuem o objetivo de atender questões
preventivas e previdenciárias, avaliando os agentes de “risco” que o
trabalhador possa estar exposto (ruído, agentes químicos, vibrações, calor,
etc..). É também desses documentos que são extraídos números e dados para
preenchimento do PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), muitas vezes
esses dados estão errados ou sem o devido tratamento técnico, isso quando
de fato existem nos laudos, afinal de contas, ninguém os fiscalizam, apenas
quando há, eventualmente, uma ação de algum funcionário contra a empresa.
Não é raro um LTCAT ou PPRA ser feito de maneira precária, rápida e
na guerra do menor preço, isso faz com tenham uma série de inconsistências
técnicas por falta de conhecimento de quem os elaboram e também daqueles
que contratam e deixam o mesmo engavetado. A falta de fiscalização
proporciona essa condição, o que gera insegurança jurídica e pode levar
muitos negócios a falência sem que as mesmas saibam. Os profissionais que o
elaboram também estão descumprimento muitas leis e essas infrações são
tipificadas em diversos artigos.
Esse cenário de descontrole técnico e jurídico está com os dias
contados com o advento do e-Social e demais mecanismos de fiscalização
implementadas pela Receita Federal Brasileira (RFB), pois as informações
constantes nos laudos passam a ser lançadas pela empresa e os dados são
cruzados automaticamente, gerando guias para pagamento de multas,
inclusive ações regressivas. A falta de fiscalização do passado já não será
mais o mesmo no futuro. A fiscalização agora é eletrônica, ágil e em sua
gaveta pode estar o motivo do pagamento a mais ou a menos de tributos.
Para ler na integra, click aqui.

Artigo na integra
Laudos de SST: Irregularidades que podem custar caro

Wilson Silva1
1
Engenheiro de Segurança e Higienista Ocupacional na ASST – Engenharia &
Desenvolvimento/Londrina, wilson@asst.eng.br

Introdução

No geral, os profissionais das diversas áreas concluem os cursos para


atuar na profissão escolhida. A escolha na maioria das vezes foi influenciada
por algum amigo ou parente que já atua na área devido à admiração ou
principalmente ao sucesso profissional (status e financeiro).

As escolhas envolvem lutas diárias e muitas vezes noite em claro e


finais de semana de estudos. Estes sacrifícios fazem parte da rotina de quem
pretende se colocar no mercado de trabalho e realizar o seu trabalho com
seriedade. Vale lembrar que a atualização profissional é muito importante no
mundo globalizado.

A segurança do trabalho é uma área muito abrangente, por isso envolve


diversos profissionais. O sombreamento com outras áreas é algo preocupante,
pois a falta de conhecimento de outros profissionais acaba colocando em risco
os colaboradores das empresas e a própria empresa. Uma análise incorreta do
ambiente de trabalho acarretará problemas futuros para as organizações.

Os profissionais de segurança do trabalho normalmente realizam a


elaboração de alguns documentos e programas voltados a prevenção de
acidentes e doenças ocupacionais, tais documentos são conhecidos como
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), cuja exigência surgiu por meio da
Portaria MTb n.º 3.214 de 08 de junho de 1978 e demais atualizações.

Os profissionais de SST também elaboram Laudos de Insalubridade, Laudos


de Periculosidade, Analise Ergonômica do Trabalho (AET), Laudo Técnico de
Condições Ambientais do Trabalho (LTCAT) para atender questões trabalhistas
e previdenciárias envolvendo as empresas.
O foco principal deste artigo será o LTCAT com comentários sobre o
PPRA, porém com enfoque dado para os resultados destes documentos.
Ocorrerá discursão em relação à elaboração dos dois documentos atrelada as
consequências da contratação errada de profissional não qualificado por parte
da empresa.

PPRA

O PPRA, tem a finalidade de prevenção dos agentes de “riscos”


ambientais considerados. Na Norma Regulamentadora n 0 9 (NR9), os agentes
físicos englobam ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas,
radiações ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o
ultrassom. Os agentes químicos incluem as substâncias, compostos ou
produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas
de: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza
da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo
organismo através da pele ou por ingestão e por último os agentes biológicos
incluem: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros.

O item 9.3.1.1 da NR9 prevê que a elaboração, implementação,


acompanhamento e avaliação do PPRA poderão ser feitas pelo Serviço
Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho -
SESMT ou por pessoa ou equipe de pessoas que, a critério do empregador,
sejam capazes de desenvolver o disposto nesta NR. Desta forma, existe a
possibilidade de atribuir toda a responsabilidade ao contratante.

Desta forma, o PPRA reconhece e verifica os agentes de risco e propõe


medidas preventivas de forma a evitar o adoecimento de trabalhadores
expostos aos mesmos. Para ilustrar temos a Sílica Cristalina encontrada em
particulados “poeira” que pode causar Fibrose pulmonar e câncer do pulmão; o
benzeno facilmente encontrado na gasolina, causador da leucemia; o Tolueno,
amplamente utilizado em solventes que pode comprometer a visão; dano
reprodutivo feminino; e causar aborto involuntário devido a exposição ou ainda
o Ruído que causa a perda auditiva.
Diante desses cenários, o PPRA deve ser elaborado por profissional
capacitado com ampla experiência para garantir que todos os riscos do
ambiente laboral sejam reconhecidos e indicados, pois essa é a etapa mais
importante desse trabalho. A análise e avaliação criteriosa dos agentes de risco
de forma qualitativa ou quantitativa também é fundamental. A avaliação
quantitativa vai deixar claro para empresa a dimensão do tamanho do problema
que o risco pode causar e quais as proteções coletivas (EPCs) e individuais
(EPIs) que devem ser adotadas na ausência de medidas administrativas e
ações de engenharia para controle dos riscos.

Atualmente no mercado, existe uma infinidade de documentações


elaboradas somente com avaliação de forma qualitativa, desconsiderando as
avaliações quantitativas e consequentemente análises mais aprofundadas.
Este documento concebido por meio de avaliação qualitativa ainda pode
apresentar falhas no método aplicado no reconhecimento dos riscos e não
contemplar as exigências legais. Este fato pode acontecer com frequência, pois
muitas empresas acham que o equipamento de proteção individual é o único
meio de prevenção. Por isso, existe aumento da produção com proteção
ineficientes e muitas vezes aceita pelos órgãos fiscalizadores.

LTCAT

Na elaboração do LTCAT é preciso levar em consideração vários


agentes previstos no PPRA; porém deve ser elaborado conforme INSTRUÇÃO
NORMATIVA RFB Nº 971, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2009 em seu inciso XII -
elaborar e manter atualizado Laudo Técnico de Condições Ambientais do
Trabalho (LTCAT) e ainda atender as regras do Regulamento da Previdência
Social (Dec. 3.048/99), que define em seu Art. 68, parágrafos § 1º ao 13º. “Nas
avaliações ambientais deverão ser considerados, além do disposto no Anexo
IV, a metodologia e os procedimentos de avaliação estabelecidos pela
Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do
Trabalho – FUNDACENTRO”; portanto as avaliações ambientais quando
solicitadas devem seguir parâmetros definidos por esta fundação para serem
aceitos pelo “Previdência social". Conforme a exposição do funcionário ao
agente nocivo a sua saúde o INSS poderá conceder o direito a Aposentadoria
Especial, ou seja, poderá aposentar-se após 25, 20 ou 15 anos de trabalho.
As empresas ao expor o trabalhador a qualquer agente nocivo poderão
possibilitar a aposentadoria especial, gerando custo adicional para o INSS, a
ser cobrado pela Receita Federal em caso não recolhimento. O equilíbrio das
contas acontece quando o empregador colabora com o pagamento da
aposentadoria especial. Este equilíbrio está previsto no art. 57, § 6º da lei
8.213/91 com redação dada pela Lei nº 9.732, de 11.12.98 “O benefício
previsto neste artigo será financiado com os recursos provenientes da
contribuição de que trata o inciso II do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de
1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos
percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a serviço da
empresa permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou
vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente”; dessa forma nota-se a
importância de um laudo tecnicamente correto, pois somente ele será capaz de
apontar o agente que o trabalhador está exposto e na sequência a alíquota
prevista para este agente.

O trabalhador pode recorrer à aposentadoria especial, porém se o


sistema da empresa não tiver registrado a exposição ao agente nocivo a
alíquota não será recolhida e o direito será inexistente. Por isso, o trabalhador
acaba entrando com processo contra o INSS para garantir seus direitos e, o
Juiz Federal responsável pelo processo, por sua vez solicita perícia técnica na
empresa ou em outra similar para averiguar a situação. Se a perícia apontar
condição de atividade especial, sem o recolhimento da alíquota a conta passa
a ser de toda sociedade, contribuindo para o colapso do INSS.

As informações pertinentes para concessão do direito da aposentadoria


especial devem constar no LTCAT, mas outros documentos como PPRA,
PCMSO, PCMAT podem ser também utilizados, desde que assinado por
Engenheiro de Segurança ou Médico do Trabalho conforme DECRETO Nº
8.123, DE 16 DE OUTUBRO DE 2013 em seu artigo 68 § 3o “A comprovação
da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante
formulário emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico
de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou
engenheiro de segurança do trabalho”.
Uma questão que deve ser levantada é quando os programas ou laudos
não são elaborados dentro de um padrão definido pelo INSS, isto é, conforme
as metodologias da FUNDACENTRO. E quando constatado que o trabalhador
tem direito ao benefício e não há o recolhimento por parte da empresa, o INSS
comunica à Receita Federal e está inicia um procedimento fiscal para a
cobrança dos valores devidos, com uma limitação retroativa de 5 anos.
Deixando a área tributária e indo para o lado profissional, vale lembrar que o
laudo ou programa pode ser elaborado sem os padrões exigidos por causa da
falta de capacitação do profissional, por isso existem leis para punir estes
profissionais que ficam com um passivo de ação regressiva durante sua vida
profissional.

O crime de “estelionato” se encontra tipificado no art. 171 do Código


Penal, que assim determina:

Art. 171 - Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio,
induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer
outro meio fraudulento:

O profissional que cobra pela elaboração de um LTCAT e entrega o


documento fora dos padrões exigidos por lei pode estar obtendo vantagem
ilícita, pois engana o contratante que confiou e pagou pelo seu serviço.

O crime de “falsidade ideológica” se encontra tipificado no art. 299 do


Código Penal, que assim determina:

Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele


devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da
que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar
a verdade sobre fato juridicamente relevante.

Por isso, qualquer ausência de informações sobre os agentes existentes no


ambiente de trabalho por meio de análise qualitativa ou quantitativa enquadra o
profissional neste artigo.

O crime de “sonegação fiscal” se encontra tipificado. A sonegação fiscal


está prevista na Lei 8.137/90:
“Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou
contribuição social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas:

I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;

II – fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo


operação de qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;

IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou


deva saber falso ou inexato;

Diante do exposto acima pelos artigos e Leis, a falta de informações


nestes Laudos ou Programas de segurança normalmente utilizado para
preenchimento do PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), podem
configurar os crimes citados acima, como por exemplo deixar de medir a
concentração de agentes químicos ou a intensidade do ruído em ambiente com
níveis elevados, no caso do ruído, a avaliação deverá ser realizada para
obtenção do NEN (Nível de Exposição Normalizada) que é o único parâmetro
para ruído aceito pelo INSS. Outro caso de desrespeito às leis é omitir a
exposição a agentes químicos que pode gerar direito a aposentadoria especial,
e consequentemente desobrigar a empresa a recolher a alíquota.

Outra questão levantada é que a presença de agentes nocivos pode


adoecer trabalhadores e a omissão da existência dos mesmos configura
negligencia, imprudência ou imperícia. Neste caso, tem-se ação por culpa, ou
mesmo dolo, uma vez que pode haver o entendimento de que o agente “autor”
quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo.

Dessa forma, o Código Civil em seu Art. 942 diz o seguinte. Os bens do
responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeito à
reparação do dano causado, e, se tiver mais de um autor a ofensa, todos
responderão solidariamente pela reparação.

Tendo ainda em seu parágrafo único: São solidariamente responsáveis


com os autores os coautores e as pessoas designadas no art. 932.
Se ocorrer a aplicação dessa lei, os bens de uma vida inteira de trabalho
podem ser empenhados para indenizar pessoas ou empresas que alegam
prejuízos em função de documentos mal elaborados.

Ainda devido à ausência de estudo mais aprofundados sobre as análises


de campo para elaboração do documento, ocorrerão falhas, podendo ser
emanado outros artigos como:

Artigo 132 do Código Penal

Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente.

Artigo 129 do Código Penal

Se resulta lesão corporal de natureza grave ou incapacidade permanente para


o trabalho.

Ainda nos artigos 132 e 129, em seu parágrafos 7º define: Aumento de 1/3 da
pena se o crime foi resultante de inobservância de regra técnica de
profissão.

É comum o INSS ajuizar ações regressivas em acidente com


automobilísticos, nesta ocasião a vítima ou a família da mesma entra com ação
contra o condutor pedindo indenização. A justiça pode pedir para penhorar os
bens do mesmo de forma a garantir o pagamento de indenização da vítima e
custos do INSS relacionados ao transporte, pensões, custos hospitalares e
outros.

Outra questão é que muitas empresas de diferentes portes (serviços,


alimentação e indústrias) tem recebido notificações da Receita Federal nos
últimos 12 meses, cobrando despesas referentes as alíquotas não recolhidas
dos anos de 2016 e 2017. Na região de Londrina os valores variam entre R$
37.000,00 (trinta e sete mil reais) no caso de alguns postos de combustível e
R$ 2.000.000,00 (dois milhões) para algumas indústrias alimentícias. Nestes
casos a solução é tentar provar que a Receita Federal está errado, porém a
Receita Federal, utiliza-se de dados informados pela própria empresa, uma
delas é através do PPP e das informações a serem lançada no e-Social,
referente seus funcionários no momento da demissão. Este documento foi
preenchido pela própria empresa e entregue ao funcionário que entrega ao
INSS. Como se defender de uma informação já passada pela própria empresa?

A LEI Nº 8.213, DE 24 DE JULHO DE 1991 ATUALIZADA PELA LEI Nº 13.846


DE 18 DE JUNHO DE 2019, em seu artigo 120 e alínea I, diz:

"Art. 120. A Previdência Social ajuizará ação regressiva contra os responsáveis


nos casos de:

I - negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do trabalho


indicadas para a proteção individual e coletiva.

A INSTRUÇÃO NORMATIVA RFB Nº 971, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2009


DA SEÇÃO II DO CAPITULO 9, TRATA DAS REPRESENTAÇÕES E DA
AÇÃO REGRESSIVA

Em seu artigo Art. 290, em seu inciso II - Representação Administrativa


aos Conselhos Regionais das categorias profissionais, com cópia para o MPT
competente, sempre que a confrontação da documentação apresentada com
os ambientes de trabalho revelar indícios de irregularidades, fraudes ou
imperícia dos profissionais legalmente habilitados responsáveis pelas
demonstrações ambientais e demais documentos, dispostos no art. 288;

As cobranças das Leis acima podem incluir as empresas, os


profissionais que elaboram os documentos que servem de base para o INSS e
outros órgãos governamentais como a Receita Federal no âmbito tributário,
dando margem a notificação por parte do INSS e Receita Federal, em função
do descumprimento das normas de Segurança e Higiene do Trabalho. A
terceirização dos trabalhos, bem como a elaboração errônea de qualquer
documento não excluem a empresa das suas responsabilidades. Por isso, a
Receita Federal entra com ação em face da empresa (contratante) e, se está
se sentir prejudicada, pode ajuizar ação em face do profissional contratado.

Desta forma, não basta apenas ter um Laudo ou PPRA com valores,
para preencher o PPP, pois o mesmo deve retratar a realidade do trabalho e
mostrar o histórico dos riscos ambientais por meio de avaliações quantitativas.
Este histórico ajuda a promover ações e investimentos de modo a minimizar ou
eliminar os riscos que por sua vez diminuem o número de aposentadorias
especiais. A presença de agentes carcinogênicos (benzeno, sílica, etc...) e
ruído com NEN acima de 85dB(A) não pode ser desprezadas no recolhimento
das alíquotas, pois já é reconhecido o direito pelo INSS em função de dados e
estudos científicos ou jurisprudências, a exemplo das orientações da Nota
Técnica nº 007/2015 - CGMBI/DPSSO/SPPS (link nas referências) e da ARE
664.355.

Essas informações serão usadas para aposentadoria dos trabalhadores


e mesmo com o e-Social entrando em vigor, poderá ocorrer a visita de um
perito na empresa para verificar a existência da condição especial, e o
cruzamento de dados, podendo confirmar as informações enviadas ou
evidenciar informações inconsistentes. Desta forma vale lembrar que em 2019,
os dados do Plano Anual de Fiscalização da RFB, apontam que a Receita
cobrou 946,5 milhões referente a ruído acima do limite de tolerância em
empresas por todo o Brasil.

Conclusão:

Em 12/06/2020 no sitio https://economia.uol.com.br/ , relata uma


matéria com o tema: Havan é alvo da Receita por sonegação de R$ 2,5
milhões, diz jornal; em trecho da publicação, “A eventual prática de falsidade
documental que, de plano deve ser absorvida pelo crime de sonegação
previdenciária, ocorreu exclusivamente com o intuito de redução das
contribuições lançadas de ofício", disse o procurador”.

Um Laudo ou Programa bem elaborado tem custo elevado devido as


tecnologias utilizadas para coleta e avaliação dos agentes, conhecimento
técnico profundo do assunto, custos com laboratórios para análises químicas,
semanas ou meses de medição em campo e dias tabulando dados para
elaboração do documento. Tudo isso para dar sustentabilidade jurídica para
empresa e subsidiar o departamento pessoal e contadores sobre quais
alíquotas devem ser recolhidas. Com a informações claras dos setores ou
atividades que terão alíquotas maiores, a empresa pode adotar medidas de
engenharia de maneira a eliminar esses riscos e minimizar seus custos, ficado
mais competitiva em seu mercado de atuação e até eliminando essas alíquotas
quando aplicado tecnologias de prevenção no lugar certo. Por fim, esses
documentos “Laudos” não ficam prontos com apenas uma visita e entrega em
48 horas. É preciso dar a devida atenção a seriedade dos documentos para
minimizar os prejuízos, reavaliar os programas engavetados para verificar se
os mesmos atendem os requisitos legais, não abrindo mão do rigor técnico.
Lembrando que o PPRA, possivelmente será substituído pelo PGR – Programa
de Gerenciamento de riscos, porém não muda a seriedade da elaboração do
mesmo e para efeito de atendimento a Receita Federal para efeitos tributários,
o documento exigido é o LTCAT conforme a IN 971 seção V, Art 190.

Referências Bibliográficas

BRASIL. Código Penal Brasileiro (1941). República Federativa do Brasil.


Disponível em: 05/05/2020.
BRASIL. DECRETO Nº 8.123, DE 16 DE OUTUBRO DE (2013). Previdência
Social do Brasil. Disponível em 04/05/2020.
BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Institui o Código Civil. Diário
Oficial da União.
BRASIL. LEI Nº 13.846, DE 18 DE JUNHO DE (2019). República Federativa do
Brasil. Disponível em 04/04/2020.
BRASIL. Ministério do Trabalho. Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978- NR
09. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília.
BRASIL. O Plano Anual de Fiscalização de 2019. 5ª Edição. Disponível em:
https://receita.economia.gov.br/dados/resultados/fiscalizacao/arquivos-e-
imagens/2019_05_06-plano-anual-de-fiscalizacao-2019.pdf acesso em
04/05/2020.
Instituto Nacional do Seguro Social. Manual de Aposentadoria Especial/Instituto
Nacional do Seguro Social. – Brasília, 2017.
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/06/12/dono-da-havan-e-
alvo-da-receita-por-sonegacao-de-r-25-mi-diz-jornal.htm?cmpid=copiaecola
aceso em 15/06/2020
Site: http://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento/download/cdd4a54d-
c232-4459-aff2-f7065e220451 Acesso em 10/06/2020

Você também pode gostar