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COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM

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Resumo: Comunicação & Linguagem – por Desconhecido

Resumo de Português

Assunto:

COMUNICAÇÃO & LINGUAGEM

Autor:

DESCONHECIDO

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Resumo: Comunicação & Linguagem – por Desconhecido

COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM
A linguagem é o modo privilegiado de comunicação da sociedade, serve de
instrumento para informar, dar ordens, suplicar, prometer, enganar, rezar, meditar, etc. É o
próprio fundamento das relações sociais: dá unidade a um povo, aproxima o homem de
seus iguais e o coloca em sintonia com o mundo a seu redor. Os indivíduos de um
determinado grupo social comunicam-se pela parte comum de seus respectivos códigos.
Isso implica que uma mensagem que procura atingir o maior número possível de
indivíduos, como a linguagem publicitária, deve compor-se dos elementos comuns a
maioria deles. Mas não basta que o código (conjunto de signos e regras de combinação
desses signos) seja comum para que se realize uma comunicação perfeita, porque, por
exemplo, dois brasileiros não possuem necessariamente a mesma riqueza de vocabulário,
nem o mesmo domínio da sintaxe. Por participarem de classes sociais e grupos diferentes,
os homens em geral têm conhecimentos e experiências diferentes, sendo assim a
capacidade de compreensão pode ser totalmente variável. Enquanto uns têm mais
facilidade para entender certos fenômenos, outros não conseguem sequer percebê-los.
Outros, ainda, nem chegam a dar atenção a um grande número de fatos e
acontecimentos, por não considerá-los importantes, embora possam interferir
profundamente em suas vidas. Nessas condições, os anúncios publicitários para transmitir
o que pretendem, precisam levar em conta todos esses tipos de receptores adaptando e
adequando as idéias neles contidas às condições e à capacidade dos receptores, de tal
forma que tenham sua atenção despertada para as mensagens e consigam entender seu
significado.

De acordo com Jairo Lima (diretor de criação da agência Ítalo Bianchi, no


Recife) em entrevista a Nelly Carvalho em seu livro “Publicidade, a linguagem da sedução”
(2000, p.29), “o publico brasileiro, por pouco ler tem pouca familiaridade com a língua escrita,
e isso determina o tipo de linguagem e o vocabulário que os profissionais de publicidade vão
utilizar na preparação de seus anúncios”.

A escolha da linguagem e a forma que a mensagem é construída, torna-se de suma


importância dentro da publicidade, pois se a linguagem for altamente específica, se for
estreitamente relacionada com seus referentes, se simplesmente descrever seu produto,
será exata e precisa, mas corre o risco de ser longa e quase sempre difícil de entender,
principalmente se utilizar temos técnicos. Se utilizar uma linguagem vaga e genérica se
afastando do mundo físico e real, poderá perder a exatidão e precisão, mas poderá ganhar
tempo e talvez interesse do receptor. Assim observa-se o uso de recursos expressivos
especiais como a construção de textos pequenos, com simplicidade de estrutura, ou seja,
confeccionados com poucas palavras, mas nem por isso deixando de ter sentidos bem
amplos.

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LINGUAGEM
“A linguagem é um elemento tão natural da vida social, que não se constitui
em objeto de estudo especial. Todavia, à medida que as sociedades se tornam mais
complexas, algumas condições propiciam a análise da linguagem, a partir, principalmente, da
invenção da escrita”. (SUASSUNA, Lívia. Ensino de Língua Portuguesa: uma abordagem
pragmática. Pág. 19)

Na verdade a linguagem na antiguidade não era alvo de estudos especiais,


mas ela sempre foi estudada, e com a invenção da escrita, foi preciso estudar
minuciosamente a linguagem, porque as condições que se refere à citação acima são:

a) a diferenciação de classes (as classes superiores tentam impor traços lingüísticos


diferenciadores, considerados corretos, as classes inferiores);
b) o contato com comunidades estrangeiras que falam outras línguas ( a necessidade de
compreensão lingüística leva à busca do domínio dessas línguas);
c) a comparação da língua do passado com a do presente;

Assim os estudos sobre a linguagem começam a ser desenvolvidos na Índia


e na Grécia, sobretudo, o estudo do certo e do errado. Na Índia a preocupação era a correta
compreensão dos textos religiosos. Já na Grécia a preocupação maior era a relação entre a
língua e as coisas que ela exprime. (língua quanto elemento de comunicação). Aristóteles (*)
inicia a base da gramática grega.

No século XVI surgem as primeiras gramáticas do Português, mas ainda seguindo os


padrões latinos.

No século XIX, toma-se o modelo literário como o mais adequado, a


preocupação deveria ser a de: “imitar os clássicos”. “A imitação é o único meio de aprender a
escrever”, é que afirmavam o sistema de ensino.

E assim se firmou o ensino do Português: seu objetivo era fazer com que os
educandos substituíssem uma determinada forma (resultado de sua produção lingüística
espontânea) por outra (considerada elegante, literária, correta) a chamada: língua padrão
ou norma culta.

Mesmo que nunca tenhamos pensado objetivamente a respeito da língua padrão ou


norma culta, nós sabemos (ou procuramos saber o tempo todo) o que é e o que não é
permitido. Nós costumamos “medir nossas palavras”, entre outras razões porque nosso
ouvinte vai julgar não somente o que se diz, mas também quem diz.

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Eloqüência Singular

Fernando Sabino (1)

Mal iniciara seu discurso, o deputado embatucou:


— Senhor Presidente: eu não sou daqueles que...
O verbo ia para o singular ou para o plural? Tudo indicava o plural.
No entanto, podia perfeitamente ser o singular:
— Não sou daqueles que...
Não sou daqueles que recusam... No plural soava melhor. Mas era
preciso precaver-se contra essas armadilhas da linguagem — que
recusa? — ele que tão facilmente caia nelas, e era logo massacrado
com um aparte. Não sou daqueles que... Resolveu ganhar tempo:
— ...embora perfeitamente cônscio das minhas altas responsabilidades
como representante do povo nesta Casa, não sou...
Daqueles que recusa, evidentemente. Como é que podia ter pensado em
plural? Era um desses casos que os gramáticos registram nas suas
questiúnculas de português: ia para o singular, não tinha dúvida.
Idiotismo de linguagem, devia ser.
— ...daqueles que, em momentos de extrema gravidade, como este que o
Brasil atravessa...
Safara-se porque nem se lembrava do verbo que pretendia usar:
— Não sou daqueles que...
Daqueles que o quê? Qualquer coisa, contanto que atravessasse de uma
vez essa traiçoeira pinguela gramatical em que sua oratória
lamentavelmente se havia metido de saída. Mas a concordância?
Qualquer verbo servia, desde que conjugado corretamente, no singular.
Ou no plural:
— Não sou daqueles que, dizia eu — e é bom que se repita sempre,
senhor Presidente, para que possamos ser dignos da confiança em nós
depositada...
Intercalava orações e mais orações, voltando sempre ao ponto de
partida, incapaz de se definir por esta ou aquela concordância. Ambas
com aparência castiça. Ambas legítimas. Ambas gramaticalmente
lídimas, segundo o vernáculo:
— Neste momento tão grave para os destinos da nossa nacionalidade.
Ambas legítimas? Não, não podia ser. Sabia bem que a expressão
"daqueles que" era coisa já estudada e decidida por tudo quanto é
gramaticóide por aí, qualquer um sabia que levava sempre o verbo ao
plural:
— ...não sou daqueles que, conforme afirmava...
Ou ao singular? Há exceções, e aquela bem podia ser uma delas.
Daqueles que. Não sou UM daqueles que. Um que recusa, daqueles que
recusam. Ah! o verbo era recusar:
— Senhor Presidente. Meus nobres colegas.
A concordância que fosse para o diabo. Intercalou mais uma oração e
foi em frente com bravura, disposto a tudo, afirmando não ser
daqueles que...
— Como?
Acolheu a interrupção com um suspiro de alívio:

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— Não ouvi bem o aparte do nobre deputado.


Silêncio. Ninguém dera aparte nenhum.
— Vossa Excelência, por obséquio, queira falar mais alto, que não
ouvi bem — e apontava, agoniado, um dos deputados mais próximos.
— Eu? Mas eu não disse nada...
— Terei o maior prazer em responder ao aparte do nobre colega.
Qualquer aparte.
O silêncio continuava. Interessados, os demais deputados se agrupavam
em torno do orador, aguardando o desfecho daquela agonia, que agora
já era, como no verso de Bilac, a agonia do herói e a agonia da
tarde.
— Que é que você acha? — cochichou um.
— Acho que vai para o singular.
— Pois eu não: para o plural, é lógico.
O orador seguia na sua luta:
— Como afirmava no começo de meu discurso, senhor Presidente...
Tirou o lenço do bolso e enxugou o suor da testa. Vontade de
aproveitar-se do gesto e pedir ajuda ao próprio Presidente da mesa:
por favor, apura aí pra mim, como é que é, me tira desta...
— Quero comunicar ao nobre orador que o seu tempo se acha esgotado.
— Apenas algumas palavras, senhor Presidente, para terminar o meu
discurso: e antes de terminar, quero deixar bem claro que, a esta
altura de minha existência, depois de mais de vinte anos de vida
pública...
E entrava por novos desvios:
— Muito embora... sabendo perfeitamente... os imperativos de minha
consciência cívica... senhor Presidente... e o declaro
peremptoriamente... não sou daqueles que...
O Presidente voltou a adverti-lo que seu tempo se esgotara. Não havia
mais por que fugir:
— Senhor Presidente, meus nobres colegas!
Resolveu arrematar de qualquer maneira. Encheu o peito de desfechou:
— Em suma: não sou daqueles. Tenho dito.
Houve um suspiro de alívio em todo o plenário, as palmas romperam.
Muito bem! Muito bem! O orador foi vivamente cumprimentado.

(Texto extraído do livro "A companheira de viagem", Ed. do Autor -


Rio de Janeiro, 1965, pág. 139).

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LINGUAGEM E SOCIEDADE

Para tratar, especificamente, das relações entre linguagem e sociedade,


existe uma área dentro da lingüística: a Sociolingüística.

A linguagem é altamente reveladora: ela não transmite só informações


neutras, revela também nossa classe social, a região de onde viemos, o nosso ponto de
vista, a nossa escolaridade, a nossa intenção... Nesse sentido, a linguagem também é um
índice de poder. Linguagem e sociedade estão ligadas entre si de modo inquestionável.

A história da humanidade é a história de seres organizados em sociedades e


detentores de um sistema de comunicação, ou seja, de uma língua.

Assim, na rede das linguagens de uma dada sociedade, a língua padrão


ocupa um espaço privilegiado: ela é o conjunto de formas consideradas como o modo
correto, socialmente aceitável, de falar ou escrever. Em outras palavras, a língua padrão, na
sua origem, é a língua do poder político, econômico e social. Em decorrência disso, suas
formas mantêm por força de um intenso processo social, por ser transmitida pela escola e
vem descrita em dicionários e gramáticas. Assim, os próprios usuários da língua, que,
mesmo quando não dominam as formas lingüísticas consideradas “boas”, lutam por
identificar-se com elas, porque sabem que não usa-las em certos contextos implica censura,
discriminação e mesmo bloqueio à ascensão social, é essa atitude que a classe socialmente
prestigiada espera que as pessoas façam ou digam em determinadas situações.

Erro de português

Oswald de Andrade ( 2)

Quando o português chegou


Debaixo de uma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português.

Preconceitos sobre a norma

“A norma constitui o português correto: tudo o que foge à norma representa um erro”.

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“O bom português é aquele praticado no Rio de Janeiro ou em São Luís do Maranhão”.

“Depois da chamada época de ouro da literatura veio à decadência da língua portuguesa”.


Frases como essas são constantemente ouvidas e publicadas expressando a
máxima do preconceito sobre a língua portuguesa.

Na verdade, não há português certo ou português errado e sim modalidades


de prestígio e modalidades desprestigiadas, cada qual correspondendo ao meio em que se
acha o falante.

Conseqüentemente, isso tudo significa que o estudo da gramática é indispensável, o


domínio da modalidade padrão da língua é imprescindível para um desempenho lingüístico
pleno, o conhecimento do dialeto de prestígio (padrão) é condição do acesso a bens culturais
por ele veiculados, mas devemos considerar fatores importantes, principalmente fatores
como: a língua padrão não é uniforme, em todas as sociedades, ela admite variações:

a) A VARIAÇÃO LINGÜÍSTICA

“No que diz respeito, especificamente, ao Português falado no Brasil, deve-se


abandonar a falsa idéia de que aqui não temos diversidade lingüística ou variedade
dialetais”. (SUASSUNA, Lívia. Ensino de Língua Portuguesa: uma abordagem pragmática.
Pág.104).

Os membros de uma nação, ligados por traços sócio-culturais, econômicos e


políticos, tradicionalmente firmados, identificam-se e distingue-se dos membros de outra pelo
seu instrumento de comunicação. Por isso a variação de línguas em: portuguesa, francesa,
inglesa, espanhola, italiana, etc. E ainda sem sair das fronteiras brasileiras, é possível
identificar um nordestino e distingui-lo de um paulista pelo seu modo característico de falar.
Assim como também é possível distinguir um sujeito iletrado de um outro de nível cultural
alto por meio de sua fala/escrita. Porém não podemos restringir a variação lingüística como
interindividual, pois um mesmo indivíduo pode utilizar de formas de expressões diferentes, ou
seja, quando está conversando em seu ambiente familiar, pode utilizar uma linguagem
diferente de quando está conversando profissionalmente em seu trabalho.

O fenômeno da variação lingüística é vastamente estudado, aqui sugerimos


algumas leituras de autores consagrados, entre outros, a respeito da questão:

CAMACHO, R. Variação lingüística e norma pedagógica,1978. Em: SÃO PAULO (Estado).


Secretaria da Educação. Coordenadoria de Estudos e Normas pedagógicas. Subsídios à
proposta curricular de língua portuguesa para o 2º grau. Variação lingüística e ensino de
língua materna. São Paulo, vol.IV. (desenvolve a idéia de interpenetração entre as
variedades lingüísticas).
CUNHA,C. e CINTRA,L.L. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro,
Nova Fronteira, 1985. (refere-se à existência de “várias normas”no Português no Brasil) .

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LUFT, C. Língua e Liberdade – Por uma nova concepção da língua materna e seu ensino. 2ª
ed., Porto Alegre, L & PM, 1985. (reconhece o processo de diferenciação lingüística, em
virtude, uma diversificação de regras).
COUTO,H. O que é português brasileiro. 2ª ed., São Paulo, Brasiliense, 1986, (define língua
portuguesa como um complexo de modalidades).
JAKOBSON, R. Lingüística e comunicação. São Paulo, Cultrix, s.d. Ed. Original do ensaio:
1960. (fala sobre o fenômeno da diversidade lingüística).

Muitas pessoas dizem que isso ocorre na nossa língua, porque “os
brasileiros não sabem direito o português”. Não é verdade, todas as línguas apresentam
variações. As línguas têm formas variáveis porque as sociedades são divididas em grupos:
há os mais jovens e os mais velhos, os que habitam em uma região ou outra, os que têm
esta ou aquela profissão, os que são de uma ou outra classe social e assim por diante.

Em princípio, nossa língua apresenta, pelo menos, três tipos de diferenças


internas:

a) VARIAÇÕES DIATÓPICAS: diferenças no espaço geográfico. De região para região, o


padrão aceita diferenças de pronúncia (compare as pronúncias de um nordestino, um
carioca, um gaúcho, por exemplo), de vocabulário (tangerina x mimosa x bergamota). As
formas características que uma língua assume regionalmente denominam-se: DIALETOS.

b) VARIAÇÕES DIASTRÁTICAS: diferenças no de formalidade (nível culto, nível popular,


etc). O mesmo usuário da língua empregará formas lingüísticas diferentes, aceitáveis
socialmente, em situações diferentes, numa festa e numa cerimônia formal, por exemplo.

Vício na fala Pronominais


Oswald de Andrade (2) Oswald de Andrade (2)
Para dizerem milho dizem mio Dê-me um cigarro
Para melhor dizem mió Diz a gramática
Para pior pió Do professor e do aluno
Para telha dizem teia E do mulato sabido
Para telhado dizem teiado Mas o bom negro e o bom branco
E vão fazendo telhados Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro

c) VARIAÇÕES DIAFÁSICA: diferenças entre os tipos de modalidade expressiva. Língua


oral e língua escrita, linguagens especiais, linguagem dos homens, linguagem das mulheres,
etc). Linguagem das profissões, das faixas etárias, etc.

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Por exemplo:
- o uso de certas gírias: “maneiro”, “esperto”, “ta tirando comigo”, denota faixa etária jovem;
- a duração de vogais como recurso expressivo, como em “maaravilhoso”, costuma ocorrer
na fala de mulheres. Assim como o uso freqüente de diminutivos, como: “bonitinho”,
“vermelhinho”;

Aula de Português

Carlos Drummond de Andrade (3)

A linguagem
na ponta da língua
tão fácil de falar
e de entender.A linguagem
na superfície estrelada de letras,
sabe lá o que ela quer dizer?
Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,
e vai desmatando
o amazonas de minha ignorância.
Figuras de gramática, equipáticas,
atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.
Já esqueci a língua em que comia,
em que pedia para ir lá fora,
em que levava e dava pontapé,
a língua, breve língua entrecortada
do namoro com a prima.
O português são dois; o outro, mistério.

ATIVIDADE:

No texto abaixo, o autor se põe a imaginar como seria a frase: a marquesa saiu às cinco
horas, dita por diferentes tipos sociais, tais como mineiro, policial, sambista, carioca,
neurótico, etc. Com base no texto, escolha um público e elabore um texto (pode ser um
poema, uma reportagem, uma propaganda, uma narração...), usando o nível de fala
adequado a ele: mulheres, homens, crianças, cientistas, jovens, empresários...

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A MARQUESA SAIU ÀS CINCO HORAS


Paulo Mendes Campos (4)

Paul Valéry, com seu horror à vulgaridade literária, dizia-se incapaz


de escrever um romance por não possuir a coragem de redigir uma frase
como esta: A marquesa saiu às cinco horas.

Pois se dá que neste momento, em crise de frivolidade, fico pensando


nas inúmeras maneiras de descrever um episódio tão banal. Tais como:

A marquesa talvez tenha saído às oito horas, talvez um pouco antes,


talvez um pouco antes, talvez um pouco depois, talvez nem tenha
saído. Eu pelo menos nem a vi (Tipo mineiro)

Ninguém poderia jurar que a marquesa saiu às cinco horas (Tipo


agnóstico)

Se a marquesa saiu às cinco horas, às cinco horas, logicamente, a


marquesa não devia estar em casa. (T. policial carioca)

Teria realmente a marquesa saído às cinco horas (Cético)

A marquesa, ô lá lá, saiu às às cinco horas (Pichador)

A marquequequesa sasaiu às cicinco horas (Nervoso)

Madame la Marquise a sortit à cinq heures (francófilo)

A maphyeza saiu cay ac cihko gopac (Criptografico primário)

Se a marquesa saiu às cinco horas devia estar ligada a movimentos


subversivos (DOPS)

A MARQUESA SAIU ÀS CINCO HORAS ! (Manchete de vespertino)

A Marquesa deu a saída às cinco horas (Repórter esportivo)

Por que a marquesa saiu às cinco horas? (Marquês)

A marquesa saiu at five o' clock (Colunista social)

A marquesa saiu às cinco en punto de la tarde (Associativo)

A marquesa saiu , sem a mudança, às cinco horas (Dono de transporte


de móveis)

A marquesa saiu às cinco horas, mas eu não fui (Mitônamo)

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A marquesa por cima saiu por baixo às cinco horas por cima (Débil
mental)

Apa marpaquepesapa sapaiupia aspas cinpincopo hoporaspas (Pueril)

A marquesa saiu às cinco horas. Uma puca vergonha. (Ressentido)

A Msa. saiu às 5 (Sintético)

Venho pela presente declarar, a quem interessar possa, que a marquesa


saiu às cinco horas (Comercial)

A marquesa saiu às cinco horas na tarde azul rumando ao Sul no barco


em flor do meu amor (Bossa nova)

A marquesa saiu às cincos horas gozando o favor do preceito


constitucional que lhe asegura o direito de ir e vir (Bacharelesco)

A marquesa tá um pavor, minha filha, saiu às cinco horas (Uma Amiga


da Marquesa)

(...)

Salve a marquesa, real turquesa do Brasil do Brasil do céu de anil


que saiu às cinco horas de reco-reco e tamborim, ai de mim ( Escola
de Samba)

CAMPOS. Paulo Mendes. O colunista do morro. Rio, Editora do Autor.


1965

b) A LÍNGUA PADRÃO MUDA NO TEMPO.

Este é um fato elementar para quem quer entender as línguas; todas as


línguas mudam ao longo do tempo. As formas lingüísticas consideradas padrões,
principalmente na escrita, são mais resistentes a mudanças – porque vivem sob controle
severo, mas também mudam.

Por exemplo, a forma de tratamento “Vossa Senhoria” é atestada nos


meados do século XV como expressão reservada ao rei. Já no final do século XVI, este
perde seu estatuto de realeza, sendo empregada no trato com arcebispo e bispos.

Como observamos, a questão da língua padrão não se reduz a meia dúzia de


macetes...é muito importante que aquele que pretende dominas a língua padrão não se limite
a decorar regras – o que quase sempre é inútil – mas se torne ele próprio parte ativa e
integrante da língua que fala e escreve.

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O primeiro passo, que deve ser dado nesse sentido é diversificar as fontes
de referência da língua padrão. As gramáticas tradicionais podem ser um bom início, desde
que não se limite a uma só, e devem ser vistas com alguma cautela, porque, como já
dissemos, trabalham normalmente com exemplos de textos literários de autores antigos (que
muitas vezes estão longe de espelhar o padrão real do português do Brasil).

Outra fonte importante de referência são os meios de comunicação de


massa – revistas e jornais de boa qualidade, por exemplo. É interessante observar como
esses meios têm inclusive produzido seus próprios manuais de redação (Folha de S.Paulo, O
Estado de S.Paulo, Editora Abril), procurando padronizar a linguagem do veículo,
estabelecendo um padrão próprio.

Os textos literários são, obviamente, outra referência da língua padrão, neles as


mudanças da língua se incorporam mais rapidamente – o artista trabalha com a língua viva e
transita entre as muitas linguagens sociais. Nesse sentido, a leitura freqüente de textos
literários é fundamental no universo de quem pretende dominar a língua padrão, o que não
representa, obviamente, ter o domínio de certas regras de concordância, de regência, de
todos os aspectos que dizem respeito à técnica da oração. Este domínio é apenas o ponto
de partida do que é efetivamente importante: o texto. Quem escreve bem escreve bons
textos, e não boas frases! Esse é um ponto que não devemos jamais perder de vista, e talvez
o que oferece mais dificuldades, justamente porque a noção de texto está ausente das
gramáticas tradicionais e, na prática, ocupa um espaço muito pequeno no ensino escolar da
língua.

LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA

“Falar ou escrever bem não é ser capaz de adequar-se às regras da língua,


mas é usar adequadamente a língua para produzir um efeito de sentido pretendido numa
dada situação”. (MARCUSCHI, Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização.
Pág.9)

Somente a partir dos anos 80 abandonou-se a idéia de estudar a fala e


escrita como dicotômicas. Hoje fala e escrita são vistas e estudadas como atividades
interativas e complementares no contexto das práticas sociais e culturais.

Numa sociedade como a nossa, a escrita é mais do que uma tecnologia, ela
se tornou um bem social indispensável para enfrentar o dia-a-dia. A escrita chega até a
simbolizar: educação, desenvolvimento e poder.

Porem, sabemos que todos os povos, indistintamente, têm ou tiveram uma


tradição oral, mas relativamente poucos tiveram uma tradição escrita. Mas isso, não torna a

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oralidade mais importante ou prestigiosa que a escrita. Trata-se apenas de perceber que a
oralidade tem uma “primazia cronológica”.

A escrita não pode ser tida como uma representação da fala, em parte
porque a escrita não consegue reproduzir muitos dos fenômenos da oralidade, tais como a
gestualidade, os movimentos do corpo e dos olhos, entre outros. Em contrapartida, a escrita
apresenta elementos significativos próprios, ausentes na fala, tais como o tamanho e tipo de
letras, cores e formatos.

Logo, escrita e fala permitem a construção de textos coesos e coerentes, e


são apenas modalidades da língua com características que se diferem, seja algumas:

A fala: é uma forma de produção textual-discursiva para fins comunicativos


na modalidade oral, sem a necessidade de uma tecnologia além do aparato disponível pelo
próprio ser humano.

A escrita: é um modo de produção textual-discursiva para fins comunicativos


com certas especificidades materiais e se caracteriza por sua constituição gráfica. Pode
manifestar-se, do ponto de vista de sua tecnologia, por unidades alfabéticas (escrita
alfabética), ideogramas (escrita ideográfica).

Tanto a fala como a escrita, em todas as suas formas de manifestações


textual, são normatizadas ( não se pode dizer que a fala não segue normas por ter
enunciados incompletos ou por apresentar muitas hesitações, repetições). Por isso também
as duas sofrem variações.

A escrita nunca pode ser vista como representação da fala, o que pode ser
feito é uma retextualização, ou seja, podemos passar ou transformar a fala em escrita .

RETEXTUALIZAÇÃO

A retextualização é um processo que envolve operações complexas que interferem


tanto no código como no sentido e evidencia uma série de aspectos, como por exemplo:
pensar que a passagem da fala para a escrita é passar o caos para a ordem.
Simplesmente é passar uma modalidade para outra.

À primeira vista, a questão afigura-se como artificial e parece ocorrer apenas


em exercícios acadêmicos, mas veremos em seguida que ela é fato comum na vida diária.
Muitas vezes, praticamos ações lingüísticas bastante complexas sem termos a menor noção
da complexidade. Este é o caso quando repassamos a alguém o que nos foi informado por
outrem. Em princípio, nada há de mais nisso, mas o fato é que essas ações são até hoje
pouco compreendidas.

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Há nessas atividades de retextualização um aspecto muito importante, pois


para dizer e outro modo, em outra modalidade ou em outro gênero o que foi dito ou escrito
por alguém, devo inevitavelmente compreender o que foi que esse alguém disse ou quis
dizer.

É muito importante saber que a retextualização sofrerá abordagens diferentes frente a


alguns itens:

a) propósito ou objetivo da retextualização: dependendo da finalidade de uma transformação,


teremos uma diferença bastante acentuada no nível de linguagem do texto, já que é comum
uma fala descontraída e casual (informal) receber uma transformação mais descontraída e
uma fala formal receber uma transformação mais formal.

b) relação entre o produtor do texto original e o transformador: um texto pode ser refeito pela
mesma pessoa que produziu o original ou por outra. No caso de ser o próprio autor quem
retextualiza, as mudanças são muito mais drásticas e, freqüentemente, o autor despreza a
transcrição (ou gravação) da fala e redige um novo texto. Mas mesmo assim o autor não
elimina todas as marcas da oralidade no seu texto. É difícil disfarçar de modo completo a
origem oral de um texto. Já uma outra pessoa que não o próprio autor do texto em processo
de retextualização terá mais “respeito” pelo original e fará melhor número de mudanças no
conteúdo, embora possa fazer muitas intervenções na forma.

ILUSTRAÇÃO

Trata-se da reação de José Ruy Gandra ( Folha de S.Paulo, 30/10/93), em relação do


músico Arnaldo Antunes (Folha de S.Paulo, 23/10/93) que lamentava as distorções ocorridas
no texto que reproduzia uma entrevista para a revista Playboy (nº 219). Assim se expressa
Arnaldo Antunes a certa altura de seu texto reclamatório:

“Nunca me reconheci tão pouco em uma entrevista. Nunca abominei tanto


um discurso colocado por terceiros em minha boca. Um pequeno e bom
exemplo desse procedimento: o entrevistador me perguntou se eu já
tivera relações homossexuais. A resposta foi um sucinto “não”.
Resposta publicada: “nunca, nem mesmo em troca-troca quando eu era
criança”. Essa espécie de “adorno”às declarações com fantasias e
fetiches do entrevistador se tornou procedimento usual na edição da
matéria de uma forma geral”

Em sua réplica, Ruy Gandra escreve o seguinte:

“A primeira passagem da entrevista mencionada por Arnaldo Antunes,


logo no início de seu texto, foi a da homossexualidade. Ele diz: “o
entrevistador me perguntou se eu já tivera relações homossexuais. A
resposta foi um sucinto “não”. Resposta publicada: “nunca, nem mesmo

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em troca-troca quando eu era criança”.(...) Arnaldo Antunes mente,


como comprova a fita número 4 da entrevista. Pergunta: “Você já teve
transa homossexual?”. Resposta: “Não, nunca”. Pergunta: “Nem quando
criança, troca-troca?”. Resposta: “Não, nem criança...”.Com o aval da
concordância expressa do entrevistado e em nome da concisão, as duas
perguntas foram fundidas em uma só. Não há nisso nenhum mistério nem
ato condenável”.(grifo meu)”.

Reconstruindo os procedimentos, de acordo com as informações de Ruy Gandra, teríamos o


seguinte seguimento da entrevista entre Ruy e Antunes:

Ruy: Você já teve transa homossexual?


Antunes: Não, nunca.

Ruy: Nem quando criança, troca-troca?


Antunes: Não, nem criança.

Transformação publicada pelo jornalista:

Ruy: Você já teve transa homossexual?


Antunes: Não, nunca, nem mesmo em troca-troca quando eu era criança.

Trata-se de uma operação cognitiva em que o entrevistador INFERIU como


pertinente fazer um enunciado em que duas perguntas e duas respostas apareceram
fundidas. No caso, não se tratava de um acréscimo ou reinterpretação, mas atribuição de
fala.

Modelo das operações de retextualização

É sempre temerário e perigoso construir um modelo, pois ele é tomado como


fórmula. O modelo apresentada aqui é um modelo do livro: Da para a escrita: atividades de
retextualização. Luiz Antônio Marcuschi. 3ª Ed. São Paulo: Cortez, 2001. Onde o próprio
autor afirma ser um modelo que não chega ter resultados definitivos. Ninguém deve iludir-se
a ponto de acreditar que as coisas se dão na seqüência sugerida. Não se trata de uma
receita, tal como as que permitem a confecção de um bolo. O modelo não é a representação
de operações hierárquicas e seqüenciadas, mas de operações que em certo sentido se dão
preferencialmente nessa ordem. Em princípio, a retextualização plena do texto falado em
texto escrito deveria passar por todas as operações sugeridas, mas é possível que um
indivíduo conclua sua atividade em qualquer ponto do processo.

Vejamos cada uma das operações em detalhe:

1ª operação: eliminação de marcas estritamente interacionais, hesitações e partes de


palavras.
a) hesitações ( por exemplo: ah...,eh...,e...e, o ...o, de....,da....)

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b) elementos tipicamente produzidos na fala ( tais como: “claro”, “certo”, “viu”, “entendeu”,
“né”, “sabe”)

Só estes eliminações já somam cerca de 10% a 20% do material fônico do texto falado,
dependendo do gênero textual e de seu grau de espontaneidade. É difícil que alguém faça
apenas este tipo de eliminação, de modo que a primeira operação se acha muito ligada à
terceira operação.

2ª operação: introdução da pontuação com base na intuição fornecida pela entoação das
falas.
É a sensação de que não se pode escrever sem pontuar, pois do contrário não se entende.
Parece que na escrita as unidades têm de ser visivelmente marcadas. Deve-se tomar muito
cuidado com essa 2ª operação porque ela é um forte indício de interpretação (dependendo
do sujeito que vai retextualizar).

Exemplo:

Narrativa oral de uma jovem de 17 anos:


Eh... eu vou falar sobre a minha família... sobre os meus pais... o
que eu acho deles... como eles me tratam... bem... eu tenho uma
família... pequena... ela é composta pelo meu pai... pela minha
mãe... pelo meu irmão... eu tenho um irmão pequeno de... dez anos...
eh... o meu irmão não influencia em nada... a minha mãe é uma pessoa
superlegal... sabe?

Retextualização 1: aluno acadêmico.


Bem, eu tenho uma família pequena – meu pai, minha mãe e meu irmão.
Tenho um irmão pequeno de dez anos que influencia em nada. Minha mãe
é uma pessoa superlegal.

Retextualização 2: um outro aluno acadêmico.


- Bem, eu vou falar sobre a minha família, sobre meus pais, o que
acho deles e como eles me tratam.
- A minha família é pequena, composta pelo meu pai, minha mãe e um
irmão pequeno de dez anos que não influencia em nada. Minha mãe é
superlegal!

3ª operação: retirada de repetições, reduplicações, redundâncias, paráfrase, pronomes e


góticos.
(“eu”, “nós”).

4ª operação: introdução da paragrafação e pontuação detalhada.

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Temos aqui uma entrevista de TV, gravada em 1998, de uma repórter com uma professora
universitária e doutoranda a respeito da Língua portuguesa. Faça a retextualização com base
nos 4 operações já vistas:

Entrevista original – coletada pelo NELFE (Núcleo de estudos lingüísticos da fala e


escrita) – Recife, UFPE, 1998 – texto F 037.

Entrevistador: depois da matemática o português talvez seja o maior


problema dos alunos que terminam carregando pro resto das suas vidas
uma certa briga com a gramática... sobre esse assunto eu vou
conversar com a professora a.d., ela que é doutoranda em
lingüística... por que essa coisa da briga...que os alunos têm com
a/o português?
a.d.: olha a meu ver... o principal entrave entre o estudo da língua
portuguesa nas escolas de primeiro e segundo grau... e os alunos diz
basicamente referência ao método como se se trabalha... e também à
concepção de língua que se é trabalhada... a língua portuguesa não é
esse fenômeno éh: homogêneo, estático... que é vinculado pela
gramática normativa... e pela/infelizmente... pela maioria dos
grandes professores de língua portuguesa mas observamos que a língua
evolui... a língua muda... e a escola precisa mudar e evoluir pra
trazer o aluno que já é um falante e um usuário da língua
portuguesa... a se envolver com o estudo da língua portuguesa
entrevistador: o português então não é um língua difícil?

a.d.: ...olha se você parte do princípio...que a língua portuguesa


não é só regras gramaticais... não se você se apaixona pela língua
que você... já domina que você já fala ao chegar na escola se o teu
professor cativa você a ler obras de literatura... obras da/dos meios
de comunicação... se você tem acesso a revistas...eh, a livros
didáticos...a livros de literatura o mais formal... o e/o difícil é
porque a escola transforma como eu já disse as aulas de língua
portuguesa em análises gramaticais.
Entrevistador: e a escola hoje...como que ela trabalha?

Dentro do modelo de Marcuschi existem mais 5 operações de retextualização, as quais


referem-se:

5ª verbalização de contextos expressos por dêiticos


6ª reordenação sintática
7ª tratamento estilístico
8ª reorganização da seqüência argumentativa
9ª agrupamento de argumentos condensando as idéias.

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Conclusão: transformar fala em escrita pode acarretar diminuição de texto, mas não
necessariamente por razões de seleção das informações mais importantes e sim pela
regularização lingüística que implica redução no volume de linguagem. Deve-se ter muito
cuidado de não descaracterizar aspectos identificadores relevantes (pois a fala é um fator de
identidade) ou produzir retextualizações implicitamente preconceituosas. Isto se dá
particularmente em entrevistas, quando se encobre ou se enfatiza a procedência sócio-
cultural do entrevistado por estratégias de substituição/manutenção lexical.

ANEXO

(*) ARISTOTELES: (384 a.C.-322 a.C.) Grego. Considerado o fundador da Lógica, sua obra
tem grande influência na Teologia cristã na Idade Média. Em 343 a.C. é chamado para ser
professor do príncipe Alexandre, da Macedônia. Quando Alexandre, o Grande assume o
trono, volta a Atenas e, em 335 a.C., organiza sua própria escola, o Liceu, Para ele, deve-se
procurar o conhecimento por meio do “intelecto ativo”, como chama a inteligência. Todas as
suas obras se perderam, salvo Constituição de Atenas. O pensamento aristotélico foi
preservado por seus discípulos e atinge várias áreas do conhecimento, como Lógica, Ética,
Política, Teologia, Metafísica, Poética, Retórica, Antropologia, Psicologia, Física e Biologia.
Seus escritos lógicos estão reunidos no livro Organon.

(1) Fernando Tavares Sabino, nasceu a 12/10/1923 em Belo Horizonte/MG. Com 12 anos
incompletos, em 1935, torna-se locutor do programa infantil "Gurilândia" da Rádio Guarani de
Belo Horizonte. Durante o curso secundário do Ginásio tem seu primeiro conto
policial publicado e a partir de então, vários de seus textos começam a ser publicados em
jornais e revista de renome. Recebeu o Prêmio Golfinho de Ouro na categoria de Literatura,
concedido pelos Conselhos Estaduais de Educação e Cultura do Rio de Janeiro.

(2) Oswald de Andrade : Poeta, romancista e dramaturgo paulista (11/1/1890-22/10/1954).


Fez jornalismo literário. Ao lado de Anita Malfatti e do escritor Mário de Andrade e de outros
intelectuais, organiza a Semana de Arte Moderna de 1922. Casou-se com a pintora Tarsila
do Amaral, dois anos depois separa-se e casa-se com Patrícia Galvão, Pagu. Morreu em
São Paulo.

(3) Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de


outubro de 1902. Estudou com os jesuítas no Colégio Anchieta do RJ, de onde foi expulso
por "insubordinação mental". Em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor no Diário de
Minas. Formou-se em farmácia. Fundou com outros escritores A Revista, que foi importante
veículo de afirmação do modernismo em Minas. Trabalhou no Correio da Manhã e a partir de
1969, no Jornal do Brasil.Várias obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês,
francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi seguramente, por

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muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também
publicado diversos livros em prosa.Morreu no Rio de Janeiro RJ, no dia 17 de agosto de
1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de
Andrade.
Em outras línguas: Alemão, Búlgaro, Chinês, Dinamarquês, Espanhol, Francês, Holandês,
Inglês, Italiano, Latim, Norueguês, Sueco, Tcheco.

(4) Paulo Mendes Campos nasceu a 28 de fevereiro de 1922, em Belo Horizonte – MG.
Muito moço ingressou na vida literária, como integrante da geração mineira, foi colaborador
em O Jornal, Correio da Manhã (de que foi redator durante dois anos e meio) e Diário
Carioca. Foi, durante muitos anos, um dos três cronistas efetivos da revista Manchete. Foi
repórter e, algumas vezes, redator de publicidade. Faleceu no Rio de Janeiro em
01/07/1991, aos 69 anos de idade.

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