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Cleudemar Alves Fernandes

ANÁLISE DO DISCURSO
reflexões introdutórias

Edição revista e atualizada

2008
Coordenação Editorial
Editora Claraluz ® SUMÁRIO

lmpressão e Acabamento
Prol Gráfica
PIWPOSIÇÃO, 07

/\ NOÇÃO DE DISCURSO:
Conselho Editorial
Prof Dr. Francisco Paulo da Silva (UERN) l >ISCURSO, JDEOLOGIA E EFEfTO DE SENTIDO, 11
Profa. Ora. lsad?ra Valencise Gregolin (UFSCa.r)
0 SUJEITO 01SCURSIVO:
Pr~fa. Ora. Man~ do Ro~ário Gregolin (UNESP)
Plofa. Ora. Mansa_Martms Gama Khalil (UFU)
l'(lL!FONIA, HETEROGENEIDADE E lDENTIDADE, 23
Prof Dr. N1lton Milanez (UESB)
l·\)R.MAÇÃO DISCURSIVA; MEMÓRIA E lNTERDISCURSO:
Prof. DI: Pedro Navarro (UEM)
I .INGUAGEM E HISTÓRIA , 37
Ficha Catalográfica elaborada I S -
Informação da Bibl" " pe ª eçao de Tratamento da ÂNÁL!SE DO DISCURSO: ENTRECRUZAMENTO DE DIFERENTES
Ciências Matemáticas1:t~caC Prof. ~chille Bassi"-Instituto de l AMPOS DISClPLINARES, 51
··- _ __ ___e_ __'?~uta_çao- lCMC/USP
- --···-···-···--·
Análise do discur.:;o: reflexões introdutórias. / CIeu demar Alves METODOLOGIA EM ANALISE DO DISCURSO, 63
Feman.des.
São Carlos : Editora Clamluz, 2008 _ UM EXERCÍCIO DE ANALISE DE DISCURSO , 73
2ªed. 112 p.
ISBN 978-85-88638-21- [ UMA VoL TA AOS PERCURSOS TEÓRICOS:
,\S TRÊS ÉPOCAS DA AD E HISTÓRIAS MAIS , 85
- - ~ do
1. Análise __ _discurso.
_ 2· Discurso
· · 3. L'mgurs
.. , t'1ca. 1. T'1tulo.

PALAVRAS f lNAIS, 93
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Após a explanação dos conceitos básicos da Análise
do Discurso, faremos um breve exercício de análise de
discurso. Tomaremos como material para análise o poema
Leilão, escrito em 1933 por Joraci Schafflar Camargo e
Hekel Tavares. Com a análise, apontaremos os diferentes
discursos materializados nesse texto e explicitaremos
o entrecruzamento dos aspectos sociais, históricos e
ideológicos na linguagem, a partir dos quais apontaremos
as diferentes vozes constitutivas do sujeito discursivo.
Finalmente, faremos um retomo, para, com A NoçÃo DE D1scuRso:
recorrência à história dessa disciplina, explicitarmos,
DISCURSO, IDEOLOGIA E EFElTO DE SENTIDO
ainda que brevemente, seu percurso teórico. A construção
teórica da Análise do Discurso, de suas primeiras
proposições aos dias atuais, passou por reelaborações,
por alterações, ao que seus proponentes e estudiosos
denominaram inicialmente as três épocas da AD: ADI,
AD2 e AD3. Aqui, acrescentamos o subtítulo histórias
mais para pincelarmos, ainda que breve e superficialmente,
os desdobramentos e abrangência atuais dessa disciplina.
Optamos por apresentar o percurso teórico após a
apresentação dos conceitos, como os compreendemos
atualmente, por acreditarmos que, neste momento, diante
de uma reflexão acerca dos aspectos basilares da Análise
do Discurso, a compreensão da história desse constructo
teórico será facilitada.
A seqüência dos capítulos como os apresentamos
deve-se apenas a uma organização didática para este texto,
pois, na Análise do Discurso, os conceitos se implicam.
Ou seja, cada conceito ao ser arrolado exige a presença
e explanação de muitos outros, com os quais estabelece
uma relação de interdependência .

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-
111111.ido como objeto da Análi se do Discurso, não é a
ll111:11n, nem texto, nem a fala, mas necessita de elementos
l111gtlíst icos para ter uma existência material. Com isso,
d1 1l·111os que discurso impl ica uma exterioridade à lí ngua,
1 111 ontra-se no social e envolve questões de natureza não

, ,11itamente lingüística. Referimo-nos a aspectos sociais


1 ideológicos impregnados nas palavras quando elas são

é
C omo O , ·
, propno nome da d . . .
b. - Anal ise do Discu I~c,~1 ,na em foco
p1 onunciadas. Assim, observamos, cm diferentes situações
1k nosso cotidia no, suje itos em debate e/ou divergência,
-.11jcitos em oposição acerca de um mesmo tema. As
tra~/ ieto de que essa discipl~~~ ; indica, discurso posições em contraste revelam lugares socioideológicos
e um campo d . e ocupa. Co, 11ssumidos pelos sujeitos envolvidos, e a linguagem é
constituído a o con hecimento cient,·1.. no se
. ' compreensão d . icamentc a forma material de expressão desses lugares. Vemos,
reque r um rigor teór· d esse ObJeto de aná l .
para referirmos a d. ico, o qua l devemos nos ,~e portanto, que o discurso não é a língua(gem) cm si, mas
1 · ISCurso o· . vestir precisa dela para ter existência material e/ou real.
e a interrogação · "o · 1ante di sso JJarti.
. · que se ente d .' remos Para exemplificar essas considerações, observemos
, Discurso, como uma ai n e por discurso?" o emprego dos substantivos ocupação e invasão em
da !Jngua portuguesa é p avra corrente no cotidian
efetuar referênci; a ' c?nstantemente uti lizad o revistas e jornais que circu lam em nosso cotidiano.
construído a part1·1·dpronunc1amentos políticos a umª tpara 'làis substantivos são constantemente encontrados
e recursos tT . , exto cm reportagens e/ou entrevistas que versam sobre os
~ um pronunciamen to marca~s i ist1cos ma is rebuscados movimentos dos trabalhadores rurais Sem-Terra e revelam
rase pr_oferida de forma .· ~ por ,eloqüência, a um;
diferentes discursos que se opõem e se contestam. Em
out:a~ situações de uso da~1,1mo1osa, ª. retórica, e muitas
soc,a,s Por, mgua em difere t ' torno do Sem-Terra, ocupação é empregado pelos próprios
objeto
.
d em, para compreendermos d: n_es contextos
o qual se ocupa u d. . . zscwsv como um
Sem-Terra, e por aqueles que os apoiam e os defendem,
para designar a utilização de algo obsoleto, até então não
de lll~estigaçã.o científicam~ isc1pl111a específica, objeto
ac~p?oes advindas do se ' evemos romper com ess utilizado, no caso, a terra. Tnvasão, referindo-se à mesma
cot1d1a nso comum . . as ação, é empregado por aqueles que se opõem aos Sem-
, ~ no, e procurar co, / que in tegram nosso TeITa, contestam-nos, e designa um ato ilega l, considera
acepçoes ~e?ricas relaciona:r:end,e-lo respaldados em
os sujeitos em questão como criminosos, invasores.
Inic,almente pod metodos de anál ise
' emos afirmar que d. . As escolhas lex icais e seu uso revelam a presença de
1scurso, ideologias que se opõem, revelando igualmente a presença
lZ
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de diferentes discursos que
posição de gmpos de suJeitos' a~~;c: L: vez, expressam a Analisar o discurso implica interpretar os sujeitos
Integrante da no ão de d. e um mesmo tema. lulando, tendo a produção de sentidos corno parte integrante
de sentido compreendi~ iscurso, .encontra-se a noção de suas atividades sociais . A ideo logia materializa-se no
sujeitos em interlocuçtccm?~mefe1tode~entidos entre discurso que, por sua vez, é materializado pela linguagem
meio do uso da linguag:m sÁe1t?s se manitestando por i.:in forma de texto; e/ou pela linguagem não-verbal, em
nos discursos supracitados). - sst1, ocupaçao e invasão, rorma de imagens.
prescritos nos dicionários 'svaoba e~ de seus significados Quando nos referimos à produção de sentidos,
a significação de invas - . e o se1varmos, por exemplo, dizemos que no discurso os sentidos das palavras não são
(os ~efensores e os coi~~s~=~~:;~ossºs g~pos de sujeito lixos, não são imanentes, conforme, geralmente, atestam
que invadir tem sentidos d'fi . o em-. erra) veremos os dicionários. Os sentidos são produzidos face aos
suj eitos. Esses sentidos ~ e,_entes ~ peculiares para esses lugares ocupados pe los sujeitos em interlocução . Assim ,
apenas, são produzidos 'em ~:~ ~,g~ifica~o da palavra
0 uma mesma palavra pode ter diferentes sentidos em
sujeitos em questão d fi . orrenc,a da ideologia dos conformidade com o lugar socioideológico daqueles que
rea lidade política e s~cia~ oi mal co~o. co°:preendem a a empregam. P ara melhor compreender essa pluralidade
Pa e I na qua estao msendos de sentidos de uma mesma palavra, podemos refletir
ra 'ª armos em discurso · · · .
os elementos que têm ex· t ~ . ' pi ec,~amos .considerar sobre os sentidos do substantivo terra quando enunc iado,
a História Com · drs encia no social, as ideologias por exemplo, pe los Sem-TeITa e quando enunciado por
· isso, po emos afi . ' fazendeiros integrantes da UDR (União Democrática
não são fixos esta-o nnar que os discursos
, sempre se m d
transformações acom anha oven ~ e sofrem Ruralista), uma vez que aqueles representam, de
políticas de tod; natur~z m ~s transfomiaçoes sociais e certa maneira, uma ameaça a estes (e vice-versa). Se
Acerca d d. a que integram a vida humana. acrescentarmos a essa ilustração os sentidos de terra na
o 1scurso observad - . Bíblia e aqueles produzidos por indígenas, entre outros,
Orlandi (1999' p. 15) argumenta: o como açao social,
teremos então uma pluralidade de sentidos integrantes de
(e decorrentes de) diferentes discursos.
a palavra discw·so, etimologicamen- Essas reflexões permitem afama r que a língua se
te, tem em s1a idéia de cw·so, de per-
curs.o, de coJTer por, de movimento insere na história (também a construindo) para produzir
~ discurso ~ .assim palavra em mo~ sentidos. O estudo do discurso toma a língua materializada
v1mento, pratica de linguagem· com em forma de texto, forma lingüístico-histórica, tendo o
o estudo do discurso observa~se o discurso como o objeto. A análi se destina-se a evidenciar
hornem falando. os sentidos do discurso tendo em vista suas condições
sócio-históricas e ideológicas de produção. As condições

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de produção compreendem n d
sujeitos e a situacão soe · 1 A un amentalmentc os necessita romper as estruturas lingüísticas para chegar a
conformidade ' ~ ia · s palavras têm sentido em ele . É preciso sair do espec ificamente lingüístico, dirigir-
com as ,ormaçõe ·d / ' .
sujeitos (interlocutores) se . s I eo og1cas em que os se a outros espaços, para procurar descobrir, descortinar,
mscrevem.
o que está entre a língua e a fala, fora delas, ou seja, para
O senti~o de uma palavra, de uma compreender de que se constitui essa exterioridade a que
e~pres~ao, de uma proposição etc se denomina discurso, objeto a ser focalizado para análise.
nao existe "em si mesmo" [ 1' ., Eis que, dessa maneira, se instaura um campo de conflitos
ao c 1 · · ... mas
. o_n ra_no, é dete1minado pela; no qual diferenças sociais coexistem. Se há diferenças, há
pos,çoes ideológicas colocadas em embates no social e, consequentemente, no lingüístico. O
Jogo no processo sócio-histórico que marca as diferentes posições dos sujeitos, dos grupos
no qual as palavras, expressões sociais que ocupam territórios antagônicos, caracterizando
ep~ ~ropos1çõcs são produzidas
( ec 1eux, 1997b, p. 190). ta is embates, é a ideologia, é a inscrição ideológica dos
sujeitos em cena. Portando, ideologia é imprescindível
A noção de discurso im 11· para a noção de discurso, não apenas impresc indível, é
considerar as condições hist, . P ~ª.' nesse processo, inerente ao d iscurso.
envolvem o discurso. llustr~~~:-soc1a1s c.Je pro?uçào que Se na exterioridade do ling üístico, no social,
palavra terra ao ser utilizad ' ~ esse _respeito, que a há posições divergentes que se contrastam, nota-se a
integra um di~curso e não outra fºrd eterm!nados st~jeitos, coex istência de diferentes discursos concomitantes, isto
lugar sócio-histórico ideol , . o ~n o em vista a posição, o implica diferenças quanto à inscrição ideológica dos
Como exterio;.idadeo~1~? aqueles que a enunciam. sujeitos e grupos socia is em uma mesma sociedade, daí
considerado corno um ob,ietª drn?ua e _à fala , o discurso, os conflitos, as contradições, pois o suj eito, ao mostrar-
.
d e conflitos próprios à J . ot ~ e 111vest1gação
.
ft ·
, c O ns I ui-se se, inscreve-se em um espaço socioideológico e não em
soc ial. A começar pela bue:c's ~ncia de tudo qu~ tem vida outros, enuncia a partir de sua inscrição ideológica; de sua
discurso nào é a J' a e um espaço na Lingüística voz, emanam discursos, cujas existências encontram-se
ingua e nem a fala 111 ,
exterioridade, implica-as ara , . !S,. como uma na exterioridade das estrnturas lingüísticas enunciadas.
realiza-se, então por meio% a sua e~1s_tencia. material; Porém, o social e o ideológico que possibi litam falar
( verbal e/ou não verbal) e ~n~a mater!a(1?ade Jmgüística em discursos, assim como o discurso, têm existência
em um ou .. · . , UJa poss1b11Jdade firma-se
, va11os sistemas (lino .. , f / na História. Os discursos devem ser pensados em seus
estrutura lmente elaborados C ºuis ic_o e ou semióticos) processos histórico-sociai s de constituição.
na exterioridade no seio da . 'd orno.º discurso encontra-se A unidade do discurso constitui-se por um conjunto
' vi ª social, o analista/estt1dioso
de enunciados efetivamente produzidos na dispersão
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de acontecimentos discursivos, compreendidos como onde se enuncia; logo, envolve os sujeitos em interl~cução.
seqüências formuladas, cuja compreensão é possibilitada De acordo com as posições dos sujeitos envolv1dos, a
pela indagação seguinte, colocada por Foucault ( 1995, enunciação tem um sentido e não outro(s), ~onfo~rne
p. 3 l ): como apareceu um determinado enunciado e não 1.:xemplificamos referindo-nos ao emprego de mvasao e
outro em seu lugar? ocupação em discursos em torno do Sem-Te~a. _
Essa interrogação faz com que busquemos O sentido é um efeito de sentido da enunc1aça? entre A
compreender a produção dos discursos como elemento e B, é O efeito da enunciação do enunci_a~o. Isto, ~ons1deran~o
integrante da História. Se pensarmos, por exemplo, o que A e B representam ~i~erent~s. sujeitos e,m mterlocuçao,
uso dos lexemas invasão e ocupação, tão recorrentes em inscritos em espaços soc10ideologicos especificas.
textos midiáticos, conforme assinalamos anteriormente, e
procurarmos compreendê-los a partir da questão colocada O sentido de uma seqüência s~ é
por Foucault, veremos as condições de produção do materialmente concebido na medida
em que se concebe esta seqüência
discurso, ou seja, compreenderemos, a paitir de um olhar como pertencente necessa~iame~te
para a história, os aspectos históricos e socioideológicos a esta ou àquela formação d1scurs1va
que envolvem a produção do discurso. Antes do surgimento [... ] Trata-se de um "efeito de
dos movimentos dos Sem-Terra, tais enunciados (se sentidos" entre os pontos A e B.
compreendermos esses substantivos como enunciados, face [... ] Os elementos A e B desi_gnam
aos efeitos de sentido deles deconentes) não circulavam na algo diferente da presen9a fi~1ca ?e
mídia que integra nosso cotidiano, não havia um espaço organismos humanos md1v1duais.
[ ...] A e B designam lugares
histórico-social que lhes possibilitasse a existência.
determinados na estrutura de uma
Trata-se, nesse contexto, de compreender a formação social. (Pêcheux & Fuchs,
singularidade da existência do enunciado, suas condições 1990, p. 169).
de produção. Como atesta Robin ( 1973 ), busca-se verificar,
a partir de enunciados efetivamente produzidos em O lugar histórico-social em que os sujeitos
determinada época e lugar, as condições de possibilidade enunciadores de determinado discurso se , encont,ram
do discurso que esses enunciados integram. Isto equivale a envolve O contexto e a situação e intervem a fltulo
dizer que as transformações históricas possibilitam-nos a de condições de produção do discurs~. Nã? se. t~a~a
compreensão da produção dos discursos, seu aparecimento da realidade fisica e sim de um obJeto 1rnagmano
em determinados momentos e sua dispersão. socioideológico . Trata-se
A noção de sentidos é dependente da inscrição
ideológica da enunciação, do lugar histórico-social de de alguma coisa mais forte -que vem

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pela história, que não pede licença,
que vem pela memória, pelas histórico-ideológico de onde os su~e~to~ dizem e
filiações de sentidos constituídos que marcam o momento e o ato de izer,
em outros dizeres, em muitas outras
vozes, no jogo da língua, que vai se
historicizando [... ] marcada pela Jdeologrn:. uma. c_on_ce~ç ão rupo
de mund o doemsujeito
soc ial urna
ideologia e pelas posições relativas inscnto em deter mma ~ g ·d Iogia são
ao poder (Orlandi, I 999, p. 32). . ~ . h' , · Lmguageme1 eo
Cll'cunstanc1a rstonca . . · . rnque la. Ideologia
. uladas esta se matei ia 1iza 1 .
Isto posto, reiteramos que o discurso tem exis tência vmc . , ao srono
, . ·ente .. em geral. Sendo assim, . d
na exterioridade do lingüístico, no social, é marcado sócio- e me1 b 1 uer palavra enuncia a,
hi stórico. ideologicamente. Na exterioridade do li ngü isti co, diante_aremo
procu1 de t~d;:r~fic~~-~~al (ou quais) ideo logia(s)
no social, há posições divergentes pela coex istência de a integra(m);
diferentes discursos, isto implica diferenças quanto à
inscrição ideológica dos suje itos e grupos sociais em e d . -e de produção: aspectos histó1icos, sociais
uma mesma sociedade, daí os conflitos, as contradições, on
.d iço s
lo'gicos que envolvem o d'iscurso ' . ou que
pois o sujeito, ao mostrar-se, inscreve-se em um espaço epossibilitam
1 eo ou detem1inam a produçao
- do discurso.
socioideológico e não em outrns, enuncia a partir dessa
inscrição; conforme mostramos, de sua voz, emanam S . ·to discursivo: constituído na inter-re lação
discursos, cujas existências encontram-se na ex terioridade UJ_e1 V é o centro de seu dizer, em sua voz,
das estruturas lingüísticas enunciadas. social, nao de outras vozes heterogêneas, se
Em síntese, verificamos que, para iniciar uma reflexão um ~OnJuntoO
mamfestam . ·t O é polifô~ico
. Sujei . e é constituído
sobre o discurso, na peispectiva da Análise do Discurso, por uma heterogeneidade de discursos.
necessita-se buscar compreender conceitos como:
. . e outros .ainda. não apresentados,
Esses conceitos, A noção de
Sentido: trata-se do efeito de sentido entre . l . ados e se imr 1,cam.
sujeitos cm enunciação; nega-se a idéia de ~stão
. . mter-re
d' ac1011 que exige
sivo . re flexões sobre as .noções
mensagem
do encerrada em si; con testa a imanência
significado; de polifonia, h_eterogene1 ade e identidade dedicamos
suJe1to 1scur , 'd
0 capítulo segumte.

Enunciação: posição ideológica no ato de


en unciar e que integra a en unciação, lugar sócio-

zo
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