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Ciência & Ensino, vol. 1, n.

1, dezembro de 2006

NARRATIVA LITERÁRIA E CIÊNCIA

Susana Souto Silva

Se pensarmos com Bakhtin (1988), validade, garantia que se fundamenta nas


cada enunciado – um livro, uma fala, uma idéias de demonstração, descrição e
música, uma peça de teatro, um texto corrigibilidade (ABBAGNANO, 2000). 1
científico – é um elo em uma longa cadeia Em As cosmicômicas2, Calvino
de enunciação, é um grão em uma vasta convida-nos a problematizar a separação
praia de outros muitos, múltiplos e, não entre arte e ciência. Já no título propõe
raro, divergentes, enunciados, é uma um cruzamento de dois domínios: o
retomada de outros enunciados cosmos (a imagem ordenada do mundo ou
elaborados pela humanidade para conferir o mundo), estudado por um campo de
sentido ao vivido. Portanto, o enunciado saber, a cosmologia, desde a Antigüidade
não teria um início demarcado, sempre Grega, e o cômico: um gênero artístico
nos remeteria a outros anteriores, nem marcado pelo riso. Dividido em doze
tampouco um fim, pois a leitura e a partes, o livro é composto por narrativas
produção, a partir dele, de outros curtas que têm como epígrafe um
enunciados, levam-nos ao infinito. enunciado científico, com o qual a
Essa imagem é pertinente a este narrativa literária que se segue dialoga
artigo, cujo centro é Italo Calvino, um explicitamente, continuando-o,
autor que pensa a literatura como um enfatizando-o ou reafirmando-o, sempre
espaço em que diversos campos se com um registro cômico.
cruzam, levando seus leitores a refletirem O que é revestido de seriedade – o
sobre separações estanques que a nossa discurso científico –, na epígrafe, é
tradição escolar opera e impõe, como, apresentado, na narrativa, de uma
principalmente, entre ciência e arte. A perspectiva carnavalizada, invertida. Esse
escola, muitas vezes, nega as semelhanças livro opera, assim, um duplo
que existem entre arte e ciência, ao deslocamento: nós, leitores de literatura,
basear-se em uma visão maniqueísta, na somos transportados para o universo da
qual a arte estaria no campo da
imaginação, da invenção, do lúdico, do 1 Sabe-se que muitos autores/teóricos problematizaram
ilógico, do falso ou não verdadeiro; e a essa visão convencional de ciência, aqui ela, no
entanto, é retomada, pois a maioria dos autores citados
ciência - seu pólo oposto, como discurso -
por Calvino insere-se em períodos anteriores a esse
corresponderia ao domínio do racional, do questionamento e também porque, ao se recuperar esse
lógico, do comprovado, do verdadeiro. conceito de ciência, remete-se para o que predomina no
imaginário amplamente difundido sobre ciência, ainda
Retoma-se aqui a noção clássica, que
presente na maioria dos textos de divulgação, em
perdura até a modernidade, de que o especial nos manuais didáticos, que atingem um
conhecimento científico pressupõe a número significativo de leitores (ver Almeida, 2004).
2 O romance foi publicado pela primeira vez em 1965.
aplicação de procedimentos e teorias que
A edição aqui usada, da editora Cia. das Letras, data de
garantem (ou pretendem garantir) a sua 1992.

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ciência; e os cientistas são convidados a propostas para o próximo milênio (1990),
entrar no reino da narrativa de ficção, para que a Multiplicidade é um dos principais
onde seus textos são levados pelo recurso valores para o próximo milênio: "Uma
da citação. literatura que tome para si o gosto da
Poderíamos aqui recuperar um ordem intelectual e da exatidão, a
gênero em que ciência e arte se inteligência da poesia juntamente com a
encontram: a ficção científica, a narrativa da ciência e da filosofia" (p. 133).
que se faz a partir de pressupostos Essa relação entre ciência e arte
científicos, com pretensão a ter como está presente em várias de suas obras, mas
fundamento idéias e/ou teorias também e de modo explícito em sua
concebidas por grandes autores e/ou participação no Oulipo (Ouvroir de
teorias da ciência. Não irei deter-me na litterature potentielle – Oficina de
discussão da ficção científica (esse seria literatura potencial), grupo do qual fez
trabalho para um outro texto), até porque parte na década de 70, cujo pressuposto
Calvino não pretende que o seu livro esteja era o diálogo entre matemática e
fundamentado no discurso científico, o literatura. No Oulipo, escritores como
que iria conferir-lhe o estatuto de George Perec e Queneau escreviam livros
verdadeiro, rompendo com o que o que se constituíam como desafios lógicos a
literário tem de falso, de ficcional. Em seu serem enfrentados, em uma relação lúdica
livro, ao contrário, a ciência e a ficção se e lúcida entre ciência e literatura. La vie
encontram, para, aí, descobrirem-se mode d’emploi, de George Perec, por
menos diferentes do que se imaginavam, exemplo, traz narrativas que vão se
menos diferentes por que ambos constituindo a partir do movimento em L
imaginam, e é a imaginação, entendida do cavalo no tabuleiro de xadrez, esse
como “poder capaz de produção livre de jogo, definido como racional, no qual não
sínteses imagístico-intutitivas” interferem a sorte e o acaso, é semelhante
(WELLBERY, 1998, p. 76), que move à narrativa; é, aliás, uma narrativa de
muito da ciência e da arte. A idéia de guerra encenada pelas peças no tabuleiro:
ficção científica postula a supremacia da peões, reis, rainhas, cavalos, bispos, torres
ciência em relação à arte, vincula a enfrentam-se até a morte, até a captura de
elaboração artística a formulações um dos reis pelo exército inimigo.
(pretensamente) científicas, o que parece Em As cosmicômicas, além da
contrário ao projeto de Calvino, no livro citação na epígrafe que atua como mote
em questão. Esses contos, vale para o conto, há também outras
acrescentar, distanciam-se da definição de incorporações do discurso científico.
ficção científica principalmente pelo Chama a atenção, já de saída, a forma
registro cômico. impronunciável de denominação das
Confesso partidário de uma relação personagens. Vejamos alguns desses
íntima entre ficção e conhecimento, nomes: Qfwfq, Rvd Rvd. Aqui o verbo ver
Calvino é alguém que vê o exercício é mesmo mais adequado do que ouvir. As
intelectual como desafio à invenção. Não denominações mimetizam equações
por acaso, conclui, em seu livro Seis matemáticas ou fórmulas de Física ou

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Química. Assim como as fórmulas e revolução completa da Galáxia”


proposições da linguagem matemática (CALVINO, 1992, p. 35, grifo meu). Ao
remetem a sonoridades diversas, de advérbio “cerca”, que exclui a afirmação
acordo com a língua na qual elas se categórica, o narrador literário opõe a
inserem, os personagens também têm seus certeza do observador, no início do conto,
nomes abertos à invenção do leitor, que se lemos: “Exatamente, este é o tempo que
vê forçado a reinventar a sua relação com leva, nada menos, disse Qfwq; eu uma vez
a língua, para pronunciá-los. Operando o passando fiz um sinal num ponto do
duplo deslocamento acima referido, essa espaço, de propósito, para poder vir a
denominação aproxima o leitor da reencontrá-lo duzentos milhões de anos
arbitrariedade das denominações no depois, quando viéssemos a passar por ali
campo da ciência: H2O, por exemplo, é tão na volta” (Cosmicômicas, 1992, p. 35). O
arbitrário quando a contraste entre o discurso
A narrativa literária
denominação de uma científico que relativiza
rompe com a
personagem no texto sua afirmação (“cerca”) e
literário, seja ela Capitu ou impossibilidade de o literário que afirma a
Qfwfq. observação direta, pela certeza (“exatamente
A ciência constrói imaginação, e insere o isso”), fundamentada
modelos de compreensão, olhar humano (ainda que numa observação
muitas vezes, para ressignificado) na cena humanamente impossível,
elaborar, a partir deles, da qual o homem estaria no campo da experiência,
aquilo que não poderia ter mas literariamente
(em termos históricos,
sido vivido e, portanto, realizável, no campo da
empíricos) excluído.
testemunhado pelos imaginação, constrói o
humanos. São modelos humanos para efeito cômico do texto, ao operar a
suprir lacunas do nosso limite humano. inversão, a carnavalização dos
Não há possibilidade de alguém ter visto o procedimentos de elaboração desses
início da formação da terra, muito anterior discursos.
ao surgimento dos homens. Ora, essa A narrativa literária rompe com a
impossibilidade coloca em xeque, ou ao impossibilidade de observação direta, pela
menos sob suspeita essas construções. imaginação, e insere o olhar humano
Remete-nos ao que elas carregam de (ainda que ressignificado) na cena da qual
imaginação, de incerteza. Para suprir as o homem estaria (em termos históricos,
faltas, as lacunas dessa história, o cientista empíricos) excluído. Invertendo a
é levado a imaginar, a pressupor, por mais pretensa objetividade do discurso
rigorosos que sejam seus esquemas, eles, científico clássico, as histórias de As
os esquemas, atuam no desconhecido, e, cosmicômicas têm um personagem
às vezes, o texto científico pode incorporar narrador que vivencia tudo que narra,
essa inexatidão. Em uma das epígrafes, Qfwfq, assumindo o lugar clássico daquele
lemos: “Situado na zona externa da Via que sustenta a validade do seu relato pela
Láctea, o sol leva cerca de duzentos sua vivência, em sua observação
milhões de anos para realizar uma (BENJAMIN, 1985).

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Em Seis Propostas..., Calvino afirma A partir de um conjunto de imagens
que, em As cosmicômicas, tentou "(...) legadas pela ciência, Calvino nos leva a
demonstrar como o discurso dos contos dos quais podemos sair com outro
personagens, característico do mito, pode olhar para o mundo e a ciência. Irei deter-
brotar de qualquer tipo de terreno, até me, para concluir, em uma dessas
mesmo da linguagem mais afastada de narrativas. "O último dinossauro". Cuja
qualquer imagem visual, como é o caso da epígrafe diz:
linguagem da ciência hodierna" (1990, p. “Parecem misteriosas as causas da
105). extinção dos dinossauros, que tinham
No entanto, esse autor encontra na evoluído e crescido durante todo o
Triássico e Jurássico, e foram por cento
ciência a elaboração de universos que
e cinqüenta milhões de anos os
mais parecem narrativas literárias, como a dominadores incontestáveis dos
imagem da lua próxima à Terra, no continentes. Talvez fossem incapazes de
primeiro conto do livro. Assim também se adaptar às grandes alterações do
clima e das vegetações que ocorreram no
outras imagens que a ciência nos legou e o Cretáceo. No fim daquela era haviam
autor retoma para inseri-las no campo da todos desaparecidos” (CALVINO, 1992,
literatura: o período que precede o p. 95)
surgimento do sistema solar, em que, na O início da citação, com o verbo
escuridão, os planetas começam a “parecer” e, mais adiante, a presença do
condensar-se, ou o tempo do percurso do advérbio “talvez” indicam a oscilação entre
sol na Via Láctea, ou ainda um tempo e verdade e dúvida. Respondendo à
um espaço anteriores ao Big-Bang, em que epígrafe, o personagem central, Qfwfq,
tudo e todos estariam concentrados em inicia o seu relato afirmando ter sido, após
um único ponto, antes de começar a o período da extinção dessa espécie, um
expandir-se, e que é encenado na dinossauro: “Todos menos eu, precisou
narrativa intitulada “Tudo num ponto”, Qfwfq, porque fui eu também, em certo
marcadamente cômica, na qual se articula período, dinossauro – digamos, durante
a discussão sobre tempo e espaço e é uns cinqüenta milhões de anos; e não me
enfrentada a questão: o que significa, para arrependo: ser dinossauro naquela época
a narrativa, que todos e tudo estavam num era ter a consciência de ser justo, fazendo-
único espaço, num único lugar no tempo? se respeitar” (CALVINO, 1992, p. 95, grifo
Compreende-se que todos estivéssemos meu).
ali, disse o velho Qfwfq, e onde mais Esse dinossauro sobrevivente passa a
poderíamos estar? Ninguém sabia ainda
que pudesse haver o espaço. O tempo, viver com um grupo intitulado "novos".
idem; que queriam que fizéssemos do Essa narrativa, como outras do livro
tempo, estando ali espremidos como problematiza a pretensão de objetividade e
sardinha em lata? verdade do discurso científico, mostrando,
Disse “sardinha em lata” apenas para com o riso, que há muito de imaginação
usar uma imagem literária; na verdade, no que sabemos do passado, de tempos
não havia espaço nem mesmo para se remotíssimos dos quais não poderíamos
estar espremido (CALVINO, 1992, p.
ter participado como observadores, e
45).
mais: a observação tampouco nos

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garantiria o estatuto de verdade desse imagens de dinossauros, difundidas nas


discurso, pois a observação nunca é histórias narradas pelos “novos”, vão de
neutra, é orientada por modelos, é temíveis a admiráveis e, finalmente, a
formatada pelo imaginário que nos risíveis, após serem confundidos com
constitui. rinocerontes, que passam pela aldeia sem
Em algumas cenas desse conto, o oferecer nenhum perigo: “Então, suas
personagem dinossauro ouve histórias histórias de dinossauros passaram a ser
aterradoras contadas pelos “novos” que anedotas, em que terríveis monstros
teriam sido protagonizadas por outros apareciam como personagens ridículas”
dinossauros. A ironia (CALVINO, 1992, p. 107).
A partir de um conjunto
instaura-se, à medida que, Mesmo quando
em nenhuma dessas de imagens legadas pela Qfwfq, cansado de manter
histórias, ele se reconhece ciência, Calvino nos leva a máscara que lhe
e tampouco é reconhecido a contos dos quais permitia viver entre os
como dinossauro por podemos sair com outro “novos” e ser aceito
aqueles que afirmam olhar para o mundo e a (apesar de estrangeiro e
conhecer esses seres ciência. chamado de Bruto)
terríveis, cujas histórias confessa ser um
deixavam: dinossauro, ele não recebe crédito, a sua
[...] os ouvintes, pálidos, irrompendo vez voz, a sua confissão, não é mais forte do
por outra em gritos de espanto, ficam que o discurso, a voz, do imaginário que
presos aos lábios do narrador, cuja voz, estabeleceu o que era um dinossauro.
por sua vez, traía uma emoção não
Distante do modelo a partir do qual a
menos forte [...] os dinossauros
apareciam nelas (nessas histórias) como comunidade constituía a idéia de
verdadeiros monstros, descritos com dinossauro, a sua confissão perde o valor
particularidades que eu jamais poderia de verdade.
reconhecer como nossas, empenhados
unicamente em causar danos aos novos,
Para enfatizar o descompasso entre a
como se os novos fossem desde o palavra e a experiência sensível, levando-
princípio os mais importantes nos a pensar que, afinal, a relação entre as
habitantes da Terra, e nós não palavras e as coisas, como postula
tivéssemos outra coisa para fazer senão
andar no encalço deles de manhã à noite Foucault, é construída por uma rede
(CALVINO, 1992, p. 97). complexa de formações discursivas, que
nos colocam em contato não com as
O dinossauro e sua fala
coisas, mas com as imagens que
desmascaram o que há de fictício no que
construímos delas, a narrativa "O último
consideramos verdadeiro, desmontam a
dinossauro" encena a descoberta de um
rígida separação entre discursos e nos
esqueleto de dinossauro, momento no
indicam o universo da narrativa como o
qual, Qwfq/Bruto entra em pânico:
lugar no qual os homens, a partir de
sempre questionáveis princípios, “Bastava que um deles passasse com o
olhar do esqueleto para mim, enquanto
elaboram suas verdades e suas ficções que estava ali a contemplá-lo, para perceber
são, afinal, passíveis de transformação e que éramos idênticos. Mas ninguém o
questionamento. Ao longo do texto, as fez. Aqueles ossos, aquelas patas,

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aqueles membros exterminadores, como o repertório do potencial, do virtual,
falavam uma linguagem agora ilegível,
daquilo que não foi, talvez não seja nem
não diziam mais nada a ninguém, a não
ser aquele vago nome que permaneceu poderia ter sido, mas sim daquilo que
sem ligação com as experiências do desejaríamos que tivesse sido (Calvino,
presente” (CALVINO, 1992, p. 109). 1990).
Ou, em outro trecho: “Agora aqueles
despojos serviriam aos novos e distraídos Referências
ocupantes do planeta para assinalar um
ponto da paisagem, seguiriam o destino ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia.
do nome ‘dinossauro’ tornado um som Trad. Alfredo Bosi (coord.). São Paulo:
opaco sem sentido” (CALVINO, 1992, p. Martins Fontes, 2000.
109). ALMEIDA, M. J. P. M. Discursos da ciência e
Literatura e ciência debatem-se com da escola: ideologias e leituras possíveis.
as possibilidades de constituirmos Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004.
sentidos em um mundo marcado pela BENJAMIN, W. Obras escolhidas: magia e
mobilidade, pela transformação, pelo técnica; arte e política. Trad. Sérgio Paulo
contínuo deslocamento do que é instituído Rouanet. 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1985.
como verdadeiro, ambas atuam nesse BAKHTIN, M. Questões de Literatura e de
campo móvel e contraditório da ordem do Estética. A Teoria do Romance. São Paulo:
Hucitec, 1988.
discurso. Foucault pergunta: “É possível
admitir, tais como são, a distinção dos CALVINO, I. As cosmicômicas. Trad. Ivo
grandes tipos de discurso, ou das formas Barroso. São Paulo: Companhia das Letras,
1992.
ou dos gêneros que opõem, umas às
outras, ciência, literatura, filosofia, CALVINO, I. Seis propostas para o próximo
religião, história, ficção etc., e que as milênio. Lições americanas. Trad. de Ivo
Barroso. 9ª ed. São Paulo: Companhia das
tornam espécies de grandes Letras, 1990.
individualidades históricas?” (2000, p.
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. 6ª
25).
ed. Trad. de Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de
Se colocarmos em diálogo a pergunta Janeiro: Forense Universitária, 2000.
de Foucault e as narrativas de As
WELLBERY, D. E. Neo-retórica e
cosmicômicas, de Italo Calvino, podemos
desconstrução. Trad. Luiz Costa Lima. Rio de
dizer que elas dizem não a essa questão, Janeiro: Editora UERJ, 1998.
pois desfazem a miragem da separação
estanque entre os discursos, movendo as
fronteiras que separam o que aceitamos
como verdadeiro, e lançando-nos, assim,
em questões próximas do insolúvel acerca
da ordem do discurso, ordem esta sempre
ameaçada por campos que ela tenta _______________________________
Susana Souto Silva é professora do Curso de
adestrar, como o da literatura, que Letras da Universidade Católica de Brasília e
incorpora a dispersão, a ambigüidade, a doutoranda na Universidade Federal de
contradição, encarando a imaginação Alagoas.

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