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A INSANIDADE DE LUTERO

R.C. Sproul

“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e
também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé”.
Rm.1:16-17.

Se houvesse alguma dúvida sobre a veracidade da afirmação de Paulo que o saber ensoberbece (1Co. 8:1),
nós deveríamos apenas olhar para muitas das declarações feitas por eruditos modernos. Por exemplo, nossos
avanços em psicologia tornaram muitos estudiosos arrogantes. Acadêmicos geralmente são rápidos em
atribuir várias psicoses a homens que viveram há centenas de anos atrás, mesmo que nunca tenham tido
nenhum contato pessoal com estes indivíduos.

Dentre os gigantes do passado, Martinho Lutero tem sido repetidamente objeto de tal escrutínio. Alguns tem
mesmo ido tão longe a ponto de rotular o reformador alemão de insano, assim como ele era rotulado de
“porco selvagem” pelo papa durante a sua vida.

Lutero de fato possuía uma personalidade única. Grande parte de sua vida ele sofreu de ansiedade e foi
conhecido como um hipocondríaco. Lutero era também propenso a comentários bombásticos; uma vez ele
descreveu os escritos de Erasmo sobre o livre arbítrio como “esterco servido em pratos de ouro”.

O que incomoda os pensadores modernos, entretanto, é o aguçado senso pessoal de culpa que penetrava em
Lutero durante parte de sua vida. Ele possuía um medo paralisante da ira do Senhor e sempre parecia olhar
por cima de seus ombros esperando que Deus o fosse feri-lo. Durante a sua primeira celebração de uma
missa, Lutero congelou enquanto consagrava os elementos, porque percebeu o quão indigno ele era diante
do Senhor. No monastério ele cansava seus superiores com suas longas confissões de pecados “triviais”,
nunca encontrando paz para a sua consciência culpada.

Lutero tinha um melhor entendimento da insuperável santidade de seu Criador do que a maioria das pessoas
e, conseqüentemente, um temor mais profundo da ira de Deus. Apenas a sociedade moderna que se tornou
tão hábil em negação de culpa e auto-justificação pode pensar que este estudioso não tinha a capacidade de
raciocinar claramente. Mas a compreensão de Lutero da santidade de Deus não causava nele desespero todos
os dias de sua vida. Pelo contrário, ela o levou à Bíblia onde ele encontrou que somente pela fé o homem
pode receber uma justiça que satisfaz a justiça de Deus sem comprometer Sua santidade (Rm. 1:16-17). A
santidade de Cristo nos capacita a sermos justificados à vista deste santo Senhor (Rm. 4).

CORAM DEO

A demanda de Deus por santidade é absoluta. Nós devemos ser santos como Ele é santo (Lv. 19:2), e nós
merecemos Sua ira quando falhamos. Todos os homens merecem este julgamento (Rm. 3:23), mas em Sua
graça o Pai deu Seu filho, cuja perfeita conformidade aos padrões do Senhor nos é imputada, se nós
confiarmos somente Nele (2Co. 5:21). Somente em Cristo nós podemos permanecer diante de um Deus
santo. Confesse hoje sua confiança na santidade de Jesus e abandone suas tentativas de ganhar o favor
divino.
PASSAGENS PARA ESTUDOS POSTERIORES
Gn. 15:6; Sl. 130; Gl. 3:10-14; 1Pe. 1:13-21
Traduzido por Robson Junior para o Ressurgência Brasil

Ressurgência Brasil

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