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Livro Eletrônico

Aula 02

Direitos Humanos p/ Auditor Fiscal do Trabalho - AFT 2018


Professor: Ricardo Torques

13903959790 - Amanda Lúcia de Santana Gonçalves


DIREITOS HUMANOS PARA AFT 2018 Aula
curso regular em teoria e exercícios 02

AULA 02
PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS

Su m á r io
1 - Considerações I niciais ................................................................................................ 3
2 - Prot eção I nt ernacional dos Direit os Hum anos ................................................................ 3
2.1 - Precedent es Hist óricos ......................................................................................... 3
2.2 - I nt ernacionalização dos Direit os Hum anos .............................................................. 5
2.3 - Sist em as de Prot eção I nt ernacional dos Direit os Hum anos ........................................ 8
2.4 - As Três Vert ent es de Prot eção I nt ernacional ......................................................... 12
3 - Nat ureza Obj et iva da Prot eção I nt ernacional de Direit os Hum anos ................................. 19
4 - Esgot am ent o dos Recursos I nt ernos na Prot eção dos Direit os Hum anos .......................... 20
5 - Lim it es dos Direit os Hum anos na Ordem I nt ernacional ................................................. 22
6 - Mecanism os de I m plem ent ação dos Direit os Hum anos.................................................. 23
6.1 - Mecanism os Convencionais e Não Convencionais ................................................... 24
6.2 - Convenções Gerais e Convenções Especiais .......................................................... 25
6.3 - Fiscalização dos Trat ados de Direit os Hum anos ..................................................... 26
7 - Direit os Hum anos e Responsabilização Est at al ............................................................. 30
7.1 - Not a Hist órica e o Proj et o da Com issão de Direit o I nt ernacional das Nações Unidas sobre
Responsabilidade I nt ernacional dos Est ados ................................................................. 30
7.2 - Conceit o e Elem ent os ........................................................................................ 31
7.3 - Finalidade da responsabilidade int ernacional ......................................................... 33
7.4 - Suj eit os passivo e at ivo ..................................................................................... 34
7.5 - Pré- requisit os para a responsabilização ................................................................ 35
7.6 - Consequências ................................................................................................. 36

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7.7 - Responsabilidade e norm as de j us cogens ............................................................ 37
8 - Quest ões ............................................................................................................... 38
8.1 – List a de Quest ões sem Com ent ários .................................................................... 38
8.2 – Gabarit o .......................................................................................................... 47
8.3 - Quest ões Com ent adas ....................................................................................... 48
9 - Resum o ................................................................................................................. 73
10 - Considerações Finais .............................................................................................. 78

P ROTEÇÃO I NTERNACI ONAL DOS D I REI TOS H UMANOS


1 - Con side r a çõe s I n icia is
Em cont inuidade aos nossos est udos, na aula de hoj e est udarem os m ais alguns
pront os im port ant es da t eoria geral dos Direit os Hum anos.
Boa aula!

2 - Pr ot e çã o I n t e r na cion a l dos D ir e it os H u m a n os
Os Direit os Hum anos difundiram - se pouco ant es da 1ª Guerra Mundial, vindo a
se consolidar definit ivam ent e com o ram o do Direit o I nt ernacional Público, após a
2ª Guerra Mundial, com a cr ia çã o da ON U e m 1 9 4 5 .
At ualm ent e, em razão do fort e desenvolvim ent o da disciplina na com unidade
int ernacional, é im possível pensar em Direit o I nt ernacional sem passar pela
t em át ica dos Direit os Hum anos.
O Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos pode ser de fin ido com o a pa r t e
do D ir e it o I nt e r n a ciona l Público, que se r e sponsa biliza pe la t e m á t ica dos
dir e it os hum a nos, por m e io de um conj unt o de n or m a s e de m e dida s
int e r na ciona is volt a da s à pr ot e çã o da dignida de da pe ssoa e m se nt ido
a m plo.

2 .1 - Pr e ce de n t e s H ist ór icos
Em bora j á t enham os passado por vários aspect os hist óricos, vam os t rat ar dos
precedent es hist óricos apont ados por Flávia Piovesan 1 , que servem de
fundam ent o para o desenvolvim ent o dos Direit os Hum anos no âm bit o
int ernacional.
A im port ância de est udarm os os precedent es hist óricos é dupla. Prim eiro porque
esses precedent es são acont ecim ent os que m arcam o surgim ent o e a

1
PI OVESAN, Flávia. D ir e it os H um a nos e D ir e it o Con st it u ciona l I n t e r na ciona l. 13ª edição,
rev., at ual., São Paulo: Edit ora Saraiva, 2012, p. 175/ 185.

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consolidação dos Direit os Hum anos na órbit a int ernacional. Segundo porque o
assunt o é const ant e em provas de concurso público.
Assim , desde logo:

PRECED EN TES
H I STÓRI COS

Direit o Hum anit ário Liga das Nações OI T

Vam os conhecer um pouco cada um desses precedent es?


O dir e it o h um a nit á r io refere- se ao conj unt o de nor m a s e de m e dida s que
obj e t iva m pr ot e ge r os dir e it os h um a nos nos pe r íodos de gue r r a , e m
e spe cia l, pr isione ir os, com ba t e nt e s e civis e nvolvidos.

Algum t em po ant es da 1ª Guerra Mundial, com o denom inado Movim ent o da Cruz
Verm elha, com eçaram a surgir as prim eiras m ovim ent ações prot et ivas de direit o
hum anit ário. Por Cruz Verm elha com preende- se um m ovim ent o da com unidade
int ernacional volt ado à prest ação de assist ência hum anit ária, com o obj et ivo de
prot eger a vida e a saúde das pessoas envolvidas em conflit os arm ados.
Caract eriza- se a Cruz Verm elha por ser um m ovim ent o neut ro e im parcial,
present e hoj e na m aioria dos países.
A Liga da s N a çõe s, por sua vez, criada em 1920, após a 1ª Guerra Mundial,
t eve por finalidade pr om ove r a coope r a çã o, a pa z e a se gur a nça
int e r na ciona l. Segundo os dout rinadores, em bora não t enha conseguido
im plem ent ar seus obj et ivos t endo em vist a a deflagração da 2ª Guerra Mundial
anos m ais t arde, a Liga das Nações const it ui o “ e m br iã o da ON U” .
Por fim , m erece m enção a Or ga niza çã o M undia l do Tr a ba lho ( OI T) , criada em
1919, com obj et ivo de inst it uir e de pr om ove r nor m a s int e r na ciona is de
condiçõe s m ínim a s e digna s de t r a ba lho. A OI T, hoj e um dos principais
órgãos da ONU, surgiu ant es m esm o da Organização das Nações Unidas.

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D I REI TO H UM AN I TÁRI O LI GA D AS N AÇÕES OI T

conj unt o de norm as e organism o


de m edidas que int ernacional criado
obj et ivam prot eger com o int uit o de organism o
direit os hum anos dos prom over a int ernacional que
envolvidos em cooperação, a paz e a t eve por obj et ivo
períodos de guerra. segurança inst it uir e prom over
int ernacional. norm as int ernacionais
de condições m ínim as
e digna de t rabalho.
Movim ent o da Cruz
" em brião da ONU"
Verm elha

Conform e ensina Flávia Piovesan, esses precedent es m a r ca m o sur gim e nt o


dos D ir e it os H um a nos, que irão se consolidar após a 2ª Guerra Mundial. Nesse
sent ido, vej am os os ensinam ent os de Rafael Barret o 2 , ao com parar “ o ant es” e
“ o depois” da 2ª Grande Guerra:
Ant es, o debat e sobre direit os hum anos era bem em brionário, com eçando a ocupar a paut a
das discussões int ernacionais; depois, a ideia de afirm ação dos direit os hum anos passa a
dom inar a paut a das discussões int ernacionais e ocasiona o surgim ent o de diversas
ent idades ( est at ais e privadas) e de diversos at os norm at ivos volt ados à prot eção dos
direit os hum anos.

Além disso, o Tribunal de Nurem berg deu considerável cont ribuição para a
dissem inação da prot eção int ernacional dos Direit os Hum anos. Em bora fosse um
órgão de exceção, cuj a legit im idade era discut ível, dem onst rou a preocupação da
com unidade int ernacional em punir at os violadores dos direit os hum anos, em
especial aqueles perpet rados pelos regim es nazifascist as.

2 .2 - I n t e r n a cion a liza çã o dos D ir e it os H u m a n os


Os precedent es acim a est udados, j unt am ent e com a deflagração da 2ª Guerra
Mundial, im plicaram m udança de consciência da sociedade, que se m obilizou
cont ra t ais barbáries.
I nicialm ent e, a m obilização foi local, dent ro dos lim it es t errit oriais. Com o t em po,
com unidades e grupos de países passaram a se organizar em prol da defesa dos
Direit os Hum anos.
Com a propagação da preocupação cont ra violações de Direit os Hum anos vários
com prom issos foram assum idos. Em razão disso, t rat ados int ernacionais foram

2
BARRETTO, Rafael. D ir e it os H um a n os. 2ª edição, rev., am pl. e at ual., Bahia: Edit ora
Juspodvim , 2012, p. 101.

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assinados com o obj et ivo de inst rum ent alizar e de vincular a vont ade dos
signat ários. Por cont a disso, fala- se que det erm inadas regras int ernacionais de
direit os hum anos são t ão im port ant es que, se inst rum ent alizadas num
docum ent o int ernacional, possuem m aior hierarquia em relação às dem ais
norm as int ernacionais. São as denom inadas norm as j us cogens. As norm as j us
cogens de Direit os Hum anos, em razão da essencialidade da m at éria que t rat am ,
se im põem sobre qualquer out ro regram ent o int ernacional.
Port ant o, em t erm os bem sim ples, podem os dizer que a int e r na ciona liza çã o
dos dir e it os h um a nos nada m ais é do que a e x pa nsã o, pa r a a lé m da s
fr ont e ir a s na cion a is, dos dir e it os funda m e nt a is da pe ssoa hum a na , be m
com o a consa gr a çã o da s nor m a s “j us coge n s”.

De t oda form a, qu e st iona - se o m ot ivo pe lo qua l os Est a dos a ce it a m se


subm e t e r a os t r a t a dos int e r na cion a is de dir e it os h u m a nos, um a vez que
esses t rat ados t razem , na essência, deveres aos países acordant es, ao cont rário,
por exem plo, de t rat ados e de acordos econôm icos que t razem ônus e benefícios
para os signat ários. Segundo André Carvalho Ram os 3 , seis são os m ot ivos
principais que, conj unt am ent e, le va r a m à int e r na cion a liza çã o dos D ir e it os
H um a nos. Vale dizer que viabilizaram que os Est ados, diant e de sua soberania,
decidissem pela assunção e pelas obrigações perant e os dem ais países:
1. repúdio às barbáries da 2ª Guerra Mundial;
2. vont ade dos Est ados de adquirir legit im idade na arena int ernacional,
dist anciando- se de governos dit at oriais e de const ant e violação de direit os
hum anos;
3. form a de est abelecer o diálogo ét ico ent re os povos;
4. finalidade de garant ir um pat am ar m ínim o de direit os dignos, que
pot encializam as relações econôm icas ent re países ( por exem plo, respeit o
à propriedade, à propriedade int elect ual, à vedação ao confisco et c.) ;
5. int ensa at uação da sociedade civil organizada no com bat e às violações de
direit os hum anos; e
6. indignação da com unidade com o um t odo cont ra o desrespeit o a direit os
básicos de t odo ser hum ano ( “ m obilização da vergonha” ) .
Todos esses fat ores const it uem a ba se sobr e a qua l os D ir e it os H um a nos se
espraiaram pe lo m undo t odo, levando à form ação de diversos sist em as de
prot eção.

3
RAMOS, André de Carvalho. Te or ia Ge r a l dos D ir e it os H u m a nos n a Or de m I n t e r na cion a l.
2ª edição, São Paulo: Edit ora Saraiva, 2012 ( versão elet rônica) .

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Para fins de prova:

Const it ui a expansão, para além das


front eiras nacionais, dos direit os
I N TERN ACI ON ALI ZAÇÃO
fundam ent ais da pessoa hum ana, bem
D OS D I REI TOS H UM AN OS
com o a consagração das norm as “ j us
cogens” .

Vej am os com o o assunt o foi cobrado em provas de concurso público.

( CESPE/ D EPEN / 2 0 1 5 ) Consensualm ent e considerada um prolongam ent o nat ural da Cart a da
Organização das Nações Unidas ( ONU, 1945) , a Declaração Universal dos Direit os Hum anos
( DUDH) foi aprovada pela Assem bleia- geral da ONU em 1948 ( Resolução 217- A) . O docum ent o
reflet e o desej o de paz, j ust iça, desenvolvim ent o e cooperação int ernacional que t om ou cont a de
quase t odo o m undo após duas grandes guerras no espaço de apenas duas décadas. Com relação
a esse assunt o, j ulgue os it ens que se seguem .
A int ernacionalização dos direit os hum anos, obj et ivo cent ral da DUDH, é um a form a de respost a
ao m al absolut o que caract erizou regim es polít icos com o o nazism o, de que o genocídio prom ovido
em cam pos de ext erm ínio seria o exem plo m ais dram át ico.
Com e n t á r ios
Essa assert iva é m uit o int eressant e. A DUDH represent a um m arco fundam ent al para os Direit os
Hum anos. A int ernacionalização dos Direit os Hum anos é m arcada, por ent re out ros m ot ivos, pela
est rut uração da ONU e pela edição da Declaração Universal dos Direit os Hum anos.
É exat am ent e esse o ensinam ent o da dout rina expost a em aula:
Nesse cont ext o, leciona Sidney Guerra 4 :
“ Consolida- se o m ovim ent o da int ernacionalização dos direit os hum anos, no qual as relações dos
Est ados com seus nacionais deixam de t er apenas o int eresse dom ést ico e passam a ser de
int eresse int ernacional, e definit ivam ent e o sist em a int ernacional deixa de ser apenas um diálogo
ent re Est ados, sendo a relação de um Est ado com seus nacionais um a quest ão de int eresse
int ernacional” .
Devem os m em orizar:

4
GUERRA, Sidney. D ir e it os H u m a nos, 2ª edição, São Paulo: Edit ora Saraiva: 2014, p. 105.

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D UD H

É o principal inst rum ent o do Sist em a Global

É a principal cont ribuição para a universalização da prot eção ao ser


hum ano.

Port ant o, a assert iva est á cor r e t a .

Na sequência, vam os pinçar algum as noções iniciais sobre os sist em as de


prot eção dos direit os hum anos.

2 .3 - Sist e m a s de Pr ot e çã o I n t e r n a cion a l dos D ir e it os


H u m a n os
Após os event os hist óricos e, em razão dos m ot ivos acim a m encionados, a
expansão dos Direit os Hum anos ocorreu no planet a t odo em pla nos dife r e nt e s.
No plano int ernacional geral, a criação da ONU deu origem ao sist e m a globa l
de D ir e it os H um a nos. Já no plano int ernacional local, países geograficam ent e
próxim os e com caract eríst icas sociais, econôm icas e cult urais sem elhant es
uniram - se na defesa dos Direit os Hum anos, dando origem aos denom inados
sist e m a s r e giona is de D ir e it os H um a nos.
Assim , t em os, at ualm ent e, um Sist em a Global de Direit os Hum anos, capit aneado
pela ONU, e sist em as regionais, que se form am no âm bit o dos cont inent es
am ericano, europeu e africano.

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S I STEM AS
I N TERN ACI ON AI S D E
D I REI TOS H UM AN OS

Sist em a Global ( ONU) Sist em as Regionais

Sist em a Europeu de
Direit os Hum anos

Organização dos
Est ados Am ericanos
( OEA)

Organização da
Unidade Africana

Para fins de prova é im port ant e direcionar o est udo para o Sist em a Global e para
o Sist em a Am ericano de Direit os Hum anos. Em relação ao Sist em a Europeu e ao
Sist em a Africano verem os t ão som ent e os aspect os principais de cada um deles.
É im port ant e regist rar, ainda, que, para além dos sist em as int ernacionais de
Direit os Hum anos, cada país possui um a organização específica em relação ao
t em a, denom inada de sist em a nacional de prot eção aos Direit os Hum anos. O
Brasil possui um arcabouço norm at ivo que se inicia na Const it uição Federal e se
especializa em diversos diplom as legislat ivos infraconst it ucionais, com o a Lei
Maria da Penha, o Est at ut o da Pessoa com Deficiência, Est at ut o do I doso, ent re
out ros diplom as. Para além da prot eção legal de Direit os Hum anos, o Poder
Execut ivo, not adam ent e o Poder Execut ivo Federal, disciplina diversas polít icas
públicas no sent ido de garant ir os direit os fundam ent ais pelos denom inados
Planos e Program as de Direit os Hum anos.
Port ant o, com influência sobre as relações j urídicas no Brasil t em os um sist em a
int erno de prot eção aos direit os hum anos, que convive com o Sist em a Am ericano
de direit os hum anos e com o Sist em a Global de direit os hum anos.

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Sist em a I nt erno
de Prot eção aos
Direit os
Hum anos

PROTEÇÃO
D OS
D I REI TOS
H UM AN OS
N O BRASI L

Sist em a
Sist em a Global
Am ericano de
de Prot eção aos
Prot eção aos
Direit os
Direit os
Hum anos
Hum anos

Seguindo com o est udo da prot eção int ernacional dos Direit os Hum anos,
devem os nos at er a um aspect o im port ant e: o in t e r - r e la ciona m e nt o e nt r e
e sse s dive r sos sist e m a s de prot eção. Conform e o esquem a acim a, no Brasil
exist e um sist em a int erno que convive com out ros dois sist em as int ernacionais
de prot eção.
Em face disso, quest iona- se:
E se sua s nor m a s e nt r e os sist e m a s int e r n a ciona is e int e r no for e m
dive r ge n t e s? Se u m a de la s for m a is be né fica ou m a is e x ige nt e que a
out r a ? Qua l se a plica ?
Ao se falar em relacionam ent o ent re os sist em as, podem os vislum brar t rês
possibilidades de relação, conform e esquem a abaixo.

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S I STEM AS
I N TERN OS D E
CAD A P AÍ S

S I STEM AS S I STEM A
R EGI ON AI S G LOBAL

No que at ine à relação ent re o sist em a nacional e int ernacional devem os observar
previam ent e a regra de que o sist e m a int e r na ciona l é subsidiá r io, at uando
apenas na om issão das norm as de direit o int erno.
Desde logo, lem bre- se:

Os sist em as int ernacionais de prot eção aos Direit os


Hum anos ( globais ou regionais) são subsidiários ao dever
int erno de at uação.

Além disso, é possível que esses sist em as prevej am as m esm as regras de direit os
hum anos. Em bora haj a cert a redundância, ent ende a dout rina que a pr ot e çã o
por vá r ios pla nos é posit iva pa r a a m á x im a e fe t ivida de da pr ot e çã o.
Há, ent re os sist em as, um a r e la çã o de com ple m e nt a r ida de , em função de que
um sist em a com plem ent a out ro que event ualm ent e não prevej a det erm inada
regra de prot eção específica.
Por out ro lado, podem surgir conflit os ent re esses sist em as, hipót ese na qual o
im passe se r á de finido de a cor do com a nor m a m a is be né fica à pe ssoa
hum a na ( assem elha- se ao in dubio pro operario, do Direit o do Trabalho) 5 .

5
Envolvendo a t em át ica de aplicação da norm a m ais favorável à dignidade da pessoa, sugere- se
a leit ura do nosso art igo I n t e r pr e t a çã o “pr o h om in e ” dos D ir e it os H u m a nos, disponível em
ht t ps: / / www.est rat egiaconcursos.com .br/ blog/ int erpret acao- pro- hom ine- dos- direit os-
hum anos/ , acesso em 22.10.2014.

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• A m áxim a efet ividade dos sist em as de prot eção.


• A relação de com plem ent aridade ent re sist em as
I N TER- RELACI ON AM EN TO para a int egral prot eção aos direit os hum anos.
EN TRE SI STEM AS • A aplicação da norm a m ais favorável à vít im a de
violação a direit o hum ano, quando t ut elado por
dois ou m ais sist em as.

2 .4 - As Tr ê s Ve r t e n t e s de Pr ot e çã o I n t e r n a cion a l
A t ese acerca das denom inadas “ vert ent es de prot eção int ernacional dos Direit os
Hum anos” foi expost a por Ant ônio August o Cançado Trindade. Segundo o aut or,
por ve r t e nt e s ent ende- se a separação em r a m os de pr ot e çã o int e r na ciona l.
O m esm o aut or, post eriorm ent e, t eceu crít icas quant o a essa cisão, afirm ando a
ne ce ssida de de supe r a r a visã o com pa r t im e nt a liza da da pr ot e çã o
int e r na ciona l, de m a ne ir a que t odos os ór gã os e inst r um e nt os de ve m
obj e t iva r a pr ot e çã o a o se r hum a n o sob qu a lque r u m dos se us a spe ct os.
Nesse sent ido leciona Flávia Piovesan 6 :
A visão com part im ent alizada, ( ...) , encont ra- se definit ivam ent e superada, considerando a
ident idade de propósit os de prot eção dos direit os hum anos, bem com o a aproxim ação
dessas vert ent es nos planos conceit ual, norm at ivo, herm enêut ico e operacional.

Não obst ant e a superação dessa divisão vam os analisar cada um a das vert ent es,
pois o assunt o é frequent e em provas de concurso público. Com o sem pre,
procurarem os expor os assunt os de form a didát ica e esquem at izada, com o fit o
de facilit ar a apreensão dos conceit os- chave para a prova.
Assim , desde logo:
V ERTEN TES D E P ROTEÇÃO
I N TERN ACI ON AL D OS
D I REI TOS H UM AN OS

Direit os Hum anos

Direit o Hum anit ário

Direit o dos Refugiados

6
PI OVESAN, Flávia. Te m a s de D ir e it os H um a nos, 13ª edição, rev., at ual., São Paulo: Edit ora
Saraiva, 2013, p. 224.

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Vej am os cada um a delas.

Direit os Hum anos


Os direit os hum anos, enquant o vert ent e de prot eção int ernacional, ganham
relevo na com unidade int ernacional após o t érm ino da 2ª Guerra Mundial, diant e
do repúdio às violações da dignidade durant e a guerra. Em razão disso, os
Est ados passaram a se reunir e a firm ar t rat ados int ernacionais que se difundiram
e, com o t em po, passaram a ser im plem ent ados. Todo esse cont ext o é
sobrem aneira im port ant e para a prot eção da dignidade da pessoa, obj et o dos
Direit os Hum anos.
Vam os fazer um a dist inção conceit ual t ênue. Prest em at enção! Nossa m at éria –
Direit os Hum anos – engloba, em t erm os gerais, as t rês vert ent es do gráfico
acim a. Nesse sent ido, fala- se em Direit os Hum anos lat u sensu ( ou sent ido
am plo) . A vert ent e de Direit os Hum anos, a qual est am os analisando nest e t ópico,
é denom inada de Direit os Hum anos st rict o sensu ( ou em sent ido est rit o) .
Ent endido? Não há diferença em t erm os prát icos para a dout rina cont em porânea,
hoj e essas vert ent es são vist as de form a conj unt a. De t odo m odo, para fins de
prova é im port ant e dist ingui- las...
Nessa vert ent e de prot eção os Est a dos de cide m , por livr e e e spont â ne a
vont a de ( no e x e r cício da sobe r a nia ) , fir m a r t r a t a dos int e r na ciona is pa r a
a pr ot e çã o dos D ir e it os H um a nos. Esses t rat ados int ernacionais, por sua vez,
preveem as hipót eses de violação, a form a de apuração e as consequências
decorrent es da violação aos Direit os Hum anos.
A principal ca r a ct e r íst ica dessa vert ent e de prot eção reside na possibilidade de
um signa t á r io do t r a t a do int e r n a ciona l fir m a do possuir le git im ida de
a t iva pa r a de nuncia r viola çã o a dir e it os h u m a nos, bem com o a
possibilida de de que o in divíduo, que t e ve se u dir e it o viola do, r e cor r a à s
or ga niza çõe s int e r na cion a is pa r a ve r r e sgua r da do se u dir e it o h um a no.
Esse processo de responsabilização, em razão da consolidação dos Direit os
Hum anos na com unidade int ernacional, desenvolveu- se de acordo com os planos
globais e regionais de Direit os Hum anos, acim a int roduzidos.

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LEGI TI M I D AD E ATI VA

possibilidade de um Est ado denunciar out ro Est ado por violação a


um direit o hum ano

possibilidade de o cidadão, cuj os direit os foram violados, recorrer


aos órgãos int ernacionais para verem suas direit os assegurados

LEGI TI M I D AD E PASSI VA

possibilidade de o Est ado signat ário, violador de direit os


hum anos, ser responsabilizado.

Nessa vert ent e, dest acam - se os seguint es or ga nism os int e r na ciona is:
 Organização das Nações Unidas ( ONU) ; e
 Organização dos Est ados Am ericanos ( OEA)
Por fim , são docu m e nt os de dest aque dessa vert ent e:
 Cart a das Nações Unidas, no âm bit o da ONU; e
 Convenção Am ericana de Direit os Hum anos, no âm bit o do Sist em a
Am ericano.
Para fins de prova:

Na vert ent e dos Direit os Hum anos ( st rict o sensu) os Est ados assum em
espont aneam ent e a obrigação de prot eger os direit os hum anos, sob
pena de responsabilização em razão de denúncia por out ros Est ados ou
pela reclam ação do suj eit o que t eve seus direit os violados.

Direit o Hum anit ário


A prot eção int ernacional hum anit ária obj et iva cr ia r condiçõe s de pa z e de
se gur a nça à s pe ssoa s que se e ncont r a m e m condiçõe s de vulne r a bilida de
e m r a zã o de con flit os m ilit a r e s e bé licos.
Segundo Flávia Piovesan 7 ,

7
PI OVESAN, Flávia. D ir e it os H um a nos e o D ir e it o Con st it u ciona l I n t e r na cion a l, p. 178.

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O direit o hum anit ário foi a prim eira expressão de que, no plano int ernacional, há lim it es à
liberdade e à aut onom ia dos Est ados, ainda que na hipót ese de conflit o arm ado.

Essa vert ent e da prot eção int ernacional não com preende exclusivam ent e a
responsabilidade do Est ado soberano, m as pode abranger t am bém violações
decorrent es de grupos arm ados, de m ilícias, de grupos racist as et c.
Em t erm os gerais, o Direit o Hum anit ário faz a r e gula m e nt a çã o j ur ídica da
violê ncia no â m bit o in t e r n a ciona l e do m odo com que é e m pr e ga da nos
pe r íodos de gue r r a e de com ba t e s a r m a dos.
Ao cont rário da vert ent e ant erior, no direit o hum anit ário nã o é possíve l o
r e cur so individua l, no qual a vít im a da violação dos Direit os Hum anos aciona
pessoalm ent e os órgãos de prot eção. Não obst ant e, as pessoas individualm ent e
consideradas poderão ser t ut eladas pelos órgãos de prot eção, em decorrência,
por exem plo, da prát ica de genocídio, de crim es cont ra a hum anidade, de crim es
de agressão, de crim es de guerra ( t al com o ocorreu com os j ulgam ent os dos
int egrant es do part ido nazist a) . Em razão disso, m enciona a dout rina que essa
vert ent e consolida a posiçã o do in divíduo com o suj e it o pa ssivo de dir e it o
int e r na ciona l. A ideia aqui é a de suj eit o t ut elado, de suj eit o prot egido. Na
acepção ant erior, a pessoa que t ivesse seus direit os violados at uaria at ivam ent e
para perquirir a reparação aos seus direit os. Aqui, em relação ao direit o
hum anit ário, o suj eit o é considerado passivo, porque recebe prot eção.
No que t ange aos or ga nism os de dest aque dessa vert ent e, m encionam os
est udiosos:
 Movim ent o I nt ernacional da Cruz Verm elha; e
 Tribunal Penal I nt ernacional – que represent a a possibilidade de sanção por
violação de direit o hum anit ário.
Em relação ao docum e nt o de dest aque desse período, cit a- se o denom inado
Direit o de Genebra, que cont em pla quat ro norm as int ernacionais, edit adas em
Genebra relat ivas à prot eção das vít im as em com bat e. Em sínt ese, essas norm as
t razem regras relat ivas aos feridos e aos doent es das forças arm adas, bem com o
à sit uação dos prisioneiros de guerra e ao t rat am ent o a ser conferido à população
civil.
Part e da dout rina refere, ainda, que além do Direit o de Genebra, são docum ent os
relevant es do Direit os Hum anit ário, o D ir e it os de H a ia e o D ir e it o de N ova
I or que 8 . Am bos fixam regras relat ivas aos direit os das pessoas em conflit os
arm ados, dest acando- se o Direit o de Nova I orque por t er sido concebido no
âm bit o da ONU. Para fins de provas de concurso público é desnecessário
aprofundar a t em át ica. Bast a que saibam os quais são os docum ent os.
Para fins de prova:

8
GARCI A, Bruna Pinot t i e LAZARI , Rafael de. M a n ua l de D ir e it os H u m a n os, 2º edição, Bahia:
Edit ora JusPodvim , 2015, p. 43.

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Na vert ent e do Direit o Hum anit ário são criados m ecanism os


j urídicos int ernacionais de prot eção das pessoas inseridas em
zonas de conflit os m ilit ares e de guerras.

Direit o dos Refugiados


O Direit o dos Refugiados relaciona- se com a pr ot e çã o a os dir e it os civis, e m
de cor r ê n cia de discr im ina çã o ( cult ur a l, r a cia l) , de lim it a çõe s à s
libe r da de s de e x pr e ssã o e de opiniã o polít ica .
A condição de refugiado denot a a violação de direit os hum anos básicos previst os
na Declaração Universal dos Direit os Hum anos e possui relação com o direit o de
solicit ar asilo, previst o no art . 14, da referida declaração.
Art igo 14
I ) Todo o hom em , vít im a de perseguição, t em o direit o de procurar e de gozar asilo em
out ros países.
I I ) Est e direit o não pode ser invocado em casos de perseguição legit im am ent e m ot ivada por
crim es de direit o com um ou por at os cont rários aos obj et ivos e princípios das Nações
Unidas.

Com base nos princípios da liberdade e da igualdade, que proíbem discrim inações
de qualquer nat ureza, surge o direit o de não sofrer discrim inação ou perseguição
por m ot ivo de raça, de religião, de nacionalidade, de sexo e de opiniões polít icas.
Consequent em ent e, decorre desse direit o out ro direit o, qual sej a, t oda pessoa
vít im a de perseguição pode procurar e receber asilo em out ros países. Dessa
form a, t odo refugiado t em direit o à prot eção int ernacional, o que acarret a no
consequent e dever dos Est ados de respeit ar o Est at ut o dos Refugiados de 1951.
I sso porque t odos os refugiados só o são porque sofreram violações aos seus
direit os hum anos funcionais.
Dois pr in cípios inform am essa vert ent e:
1. princípio do in dubio pro refugiado – t rat a- se de presunção relat iva que
obriga, desde logo, a conferir prot eção ao refugiado para ult erior
averiguação da sit uação da pessoa. Cria- se a presunção de que, se a
pessoa pede asilo, é porque ela sofreu violação dos seus direit os; e
2. princípio da não- devolução ( non- refoulem ent ) – nenhum dos Est ados deve
expulsar pessoa para t errit ório em que a sua vida ou liberdade se

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encont rem am eaçadas em decorrência de et nia, de religião, de
nacionalidade, de grupo social ou de opiniões polít icas.
Lem bre- se:

princípio do " in dubio pro"


princípio da não- devolução
refugiado

Um exem plo at ual de aplicação dessa vert ent e dos direit os hum ano é o caso do
t écnico de inform át ica da CI A, Edward Snowden, que denunciou violações de
direit os hum anos causadas pelos Est ados Unidos em suas invest igações m ilit ares
e, at ualm ent e, encont ra- se refugiado em Moscou.
O m a r co h ist ór ico desse período é o pós 2ª Guerra Mundial, quando houve a
necessidade de os vencedores da Guerra repat riarem as vít im as dos conflit os
bélicos.
O docum e nt o m ais im port ant e dessa vert ent e, por sua vez, é o Est at ut o dos
Refugiados, de 1951.
Para fins de prova:

Na vert ent e do Direit o dos Refugiados há a preocupação dos


Est ados em prot eger pessoas vít im as de discrim inação ( cult ural,
racial) , de lim it ações às liberdades de expressão e de opinião
polít ica.

Vej am os com o a t em át ica t em aparecido em provas.

( CESPE/ D PE- PE/ 2 0 1 5 ) Julgue o it em subsecut ivo, a respeit o de aspect os gerais e hist óricos
dos direit os hum anos.
As t rês vert ent es da prot eção int ernacional da pessoa hum ana, a saber, os direit os hum anos, o
direit o hum anit ário e o direit o dos refugiados, foram consagradas nas conferências m undiais da
últ im a década de 90. Não obst ant e, a im plem ent ação dessas vert ent es deve at ender às dem andas
de cada região, m esm o que não haj a sist em as regionais de prot eção.
Com e n t á r ios
Ao ler a quest ão t endem os a m arcá- la com o incorret a por referir que as vert ent es “ foram
consagradas nas conferências m undiais da últ im a década de 90” . Cont udo, est á cor r e t a a
assert iva.
A quest ão aqui envolve um a discussão int eressant e.

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Prim eiram ent e, cum pre observar que, de fat o, as t rês vert ent es são:

* direit os hum anos


* direit o hum anit ário
* direit o dos refugiados
At é aqui sem problem as.
Vim os, cont udo, que a vert ent e dos Direit os Hum anos ( st rict o sensu) t em com o referenciais a
ONU, criada em 1945, e a OEA, fundada em 1948.
Sabem os t am bém que o Direit o Hum anit ário surge em razão das Grandes Guerras Mundiais,
surgindo na década de 50, após conferências realizadas em Genebra, em Haia e em Nova I orque.
Por fim , o Direit os dos Refugiados t em com o m arco o período pós 2ª Guerra Mundial, com
dest aque para o Est at ut o dos Refugiados, de 1951.
Ent ão, com o pode est ar corret a a afirm ação de que essas vert ent es se consagraram nas
conferências da década de 90?
Just am ent e aqui est á o diferencial da quest ão. Muit o em bora esses eixos t enham surgido
ant eriorm ent e, foi com a Convenção de Viena de 1993 que esses eixos foram consagrados
int ernacionalm ent e, conferindo im pulso à int ernacionalização dos Direit os Hum anos. A Convenção
de Viena de 1993 é fundam ent al por consolidar os rum os dos Direit os Hum anos e por fort alecer
os sist em as int ernacionais de prot eção. Port ant o, est á corret a a assert iva. Not em que o enunciado
não fala em " surgim ent o" , m as em " consagração" .

Vej am os, por fim , um esquem a que resum e as t rês vert ent es acim a est udadas.

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1 ª V ERTEN TE: 2 ª V ERTEN TE: D I REI TO 3 ª V ERTEN TE: D I REI TO


D I REI TOS H UM AN OS H UM AN I TÁRI O D OS R EFUGI AD OS

• Pr ot e çã o • Ga r a n t ia de pa z e • Pr ot e çã o cont r a
in t e r na cion a l à se gu r a n ça dos gr u pos viola çõe s a dir e it os
dign ida de da pe ssoa vu ln e r á ve is e m r a zã o civis, e m de cor r ê n cia
h u m a n a ( conceit o) . de conflit os m ilit a r e s de discr im in a çõe s, de
• Caract eríst icas: a) e bé licos ( conceit o) . lim it a çõe s às
legit im idade at iva do • Caract eríst icas: a) libe r da de s de
signat ário do t rat ado consolida a posição do e x pr e ssã o e à opin iã o
para denunciar lesões a indivíduo com o suj eit o polít ica ( conceit o) .
direit o hum anos; e b) passivo de direit o • Marco Hist órico: pós 2ª
possibilidade de int ernacional; e b) Guerra Mundial, quando
pet icionam ent o pelo im possibilidade de houve a necessidade de
indivíduo que t eve seu pet icionam ent o pelo repat riam ent o das
direit o violado j unt o aos indivíduo que t eve seu vít im as dos conflit os
orgãos int ernacionais. direit o hum ano violado. bélicos.
• Organism os • Organism os • Docum ent o: Est at ut o
I nt ernacionais: a) ONU; I nt ernacionais: a) dos Refugiados, de
e b) OEA. Movim ent o I nt ernacional 1951.
• Docum ent os: a) Cart a da Cruz Verm elha; e b) • Princípios: a) princípio
das Nações Unidas; e b) Tribunal Penal do in dubio pro
Convenção Am ericana I nt ernacional. refugiado; e b) princípio
de Direit os Hum anos. • Docum ent o: Direit o de da não- devolução.
Genebra.

3 - N a t u r e za Obj e t iva da Pr ot e çã o I n t e r n a cion a l de


D ir e it os H u m a n os
O present e assunt o é bast ant e sim ples. Por nat ureza obj et iva da prot eção
int ernacional de Direit os Hum anos, ent ende- se que o Est a do, a o fir m a r um
t r a t a do int e r na ciona l, nã o a ssum e dir e it os e obr iga çõe s r e cípr oca s, m a s
a pe na s a obr iga çã o pe r a nt e a com unida de int e r n a ciona l e pe r a nt e os
indivídu os de sse Est a do, de r e spe it a r os dir e it os h u m a nos.
A lógica dos t rat ados int ernacionais de nat ureza com ercial, por exem plo, é a
fixação de vant agens recíprocas, fundada na lógica da oport unidade, no qual as
part es acordant es est abelecem ônus e deveres. Em sede de prot eção
int ernacional dos Direit os Hum anos, o regim e é obj et ivo, diret o: t odos convergem
com a pret ensão de verem assegurados os direit os hum anos.

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Vej am os excert o de decisão da Cort e I nt eram ericana de Direit os Hum anos 9 , que
envolveu o assunt o da nat ureza obj et iva de prot eção aos Direit os Hum anos:
Os t rat ados m odernos sobre direit os hum anos, em geral, e, em part icular, a Convenção
Am ericana, não são t rat ados m ult ilat erais do t ipo t radicional, concluídos em função de um
int ercâm bio recíproco de direit os, para o benefício m út uo dos Est ados cont rat ant es. Seu
obj et o e fim são a prot eção dos direit os fundam ent ais dos seres hum anos.

Relacionado com o t em a que est am os t rat ando, decorre a caract eríst ica do
ca r á t e r e r ga om ne s dos Direit os Hum anos. Por possuírem nat ureza obj et iva,
os Direit os Hum anos se aplicam a t odos os Est ados e podem ser exigidos de
qualquer nação.
Em decorrência disso, surge o quest ionam ent o do enfraquecim ent o da soberania
int ernacional, um a vez que a sanção int ernacional ao Est ado poderia ser
considerada um a afront a à soberania. De acordo com os dout r ina dor e s, após a
2
posit ivação e a universalização dos Direit os Hum anos, nenhum Est ado pode
deixar de cum prir as norm as de Direit o I nt ernacional relat ivas à prot eção da
dignidade, alegando que se t rat a de m at éria adst rit a ao âm bit o int erno de cada
país, ainda m ais quando envolve norm a im perat iva de direit o int ernacional.
Para fins de prova:

Os t rat ados de direit os hum anos


N ATUREZA O BJETI VA DA
preveem som ent e obrigações aos
P ROTEÇÃO Est ados

4 - Esgot a m e n t o dos Re cu r sos I n t e r nos n a Pr ot e çã o


dos D ir e it os H um a n os
Leciona Rafael Barret o 10 :
Os órgãos int ernacionais som ent e devem at uar de form a subsidiária, quando os órgãos
int ernos dem onst rarem - se ineficient es para prom over a t ut ela dos direit os hum anos.

Ant es de provocação do órgão int ernacional para apuração de violação aos


direit os hum anos, é preciso provocar os órgãos int ernos. Assim , a at uação dos
órgãos int ernacionais é subsidiária e com plem ent ar à at uação int erna do Est ado.

9
Ret irado de: RAMOS, André de Carvalho. Te or ia Ge r a l dos D ir e it os H u m a nos na Or de m
I n t e r na cion a l. ( versão elet rônica) .
10
BARRETTO, Rafael. D ir e it os H um a nos. p. 113.

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DEVER SECUNDÁRI O

• É o dever do Est ado garant ir a


prot eção cont ra violações a direit os • Da om issão, ineficácia ou
hum anos perpet rados dent ro do seu ineficiência, do responsável
t errit ório prim ário, surge a possibilidade dos
órgãos e dem ais Est ados post ulares
perant e organism os int ernacionais
a prot eção cont ra a violação de
DEVER PRI MÁRI O a direit os hum anos.

Há divergência na dout rina se t al regra é subst ant iva ou requisit o m eram ent e
processual para acionam ent o do Est ado no âm bit o int ernacional.
Se considerado com o um requisit o processual, o esgot am ent o prévio dos recursos
int ernos deve ser dem onst rado analisado no início do processo, ant es da análise
do m érit o da quest ão debat ida. Se for considerado com o quest ão subst ant iva, o
órgão j ulgador avaliará no boj o da quest ão cont rovert ida se houve ou não o
esgot am ent o prévio dos recursos int ernos.
Para a nossa prova essa dist inção possui pouca relevância. De t oda m aneira, por
precaução, vej am os a ideia geral das corrent es de pensam ent o.

O esgot am ent o prévio dos recursos int ernos é


1ª H ilde br a ndo
um pressupost o m at erial para que o Est ado sej a
corrent e Accioly
responsabilizado int ernacionalm ent e.

A responsabilidade int ernacional do Est ado


Ant ônio
nasce com a violação do Direit o I nt ernacional.
2ª August o de
Assim , o esgot am ent o dos recursos int ernos é
corrent e Ca nça do
um aspect o processual para o acionam ent o
Tr inda de
int ernacional.

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Prevalece na dout rina o ent endim ent o de Ant ônio August o de Cançado Trindade,
segundo a qual o esgot am ent o dos recursos int ernos é requisit o processual para
o acionam ent o int ernacional.

5 - Lim it e s dos D ir e it os H um a n os n a Or de m
I n t e r na cion a l
O est udo da lim it ação int ernacional da prot eção dos Direit os Hum anos passa pela
a ná lise da sobe r a nia dos Est a dos. Jean Bodin, t radicionalm ent e, definiu
soberania com o pode r qu e o Est a do de t é m de im por , de nt r o de se u
t e r r it ór io, sua s de cisõe s, e dit a ndo le is e e x e cut a ndo- a s; e,
e x t e r na m e nt e , a nã o subor dina çã o a ne n h um out r o Est a do.
Por esse conceit o nã o se r ia possíve 2 l que Est a dos ou or ga n ism os
int e r na ciona is im puse sse m lim it a çõe s a out r os Est a dos, a inda que a
t ít ulo de pr ot e çã o dos D ir e it os H u m a nos. Cont udo, com o desenvolvim ent o
e a inst it ucionalização da disciplina, a preocupação da com unidade int ernacional
em relação à prot eção da dignidade t ornou- se conse nso. Os países reuniram - se
em organism os int ernacionais globais e, post eriorm ent e, locais, para criarem
regras e m ecanism os de prot eção aos Direit os Hum anos. Os indivíduos
pa ssa r a m à posiçã o ce nt r a l, de suj e it os de dir e it o int e r na ciona l,
obrigando t odos os Est ados a observância de regras m ínim as de prot eção.
Em razão disso, im põe- se um r e e st udo do conce it o or iginá r io de sobe r a nia ,
um a vez que os Est ados at ualm ent e encont ram lim it es a esse poder, dit o
suprem o, na com unidade int ernacional, qual sej a, a prot eção aos direit os
hum anos.
Na verdade, a sobe r a nia é e x e r cida e m sua ple nit ude no m om e nt o e m qu e
o pa ís de cide fir m a r um pa ct o int e r na cion a l. A part ir desse m om ent o, ao
m enos, o signat ário abre m ão de sua parcela de soberania em prol do bem
com um .

Cont udo, a soberania não deve ser encarada apenas com o m it igável quando se
t rat a de países signat ários. Conform e est udam os na aula passada, exist em , hoj e,
nor m a s im pe r a t iva s de dir e it os hum a nos ( norm as j us cogens) , que são
a plica da s a t odos, inde pe nde nt e m e nt e de t e r e m pa r t icipa do do pr oce sso
de e la bor a çã o do t r a t a do int e r na ciona l.
Por cont a disso, há dout rinadores que negam a exist ência de soberania,
afirm ando que ela consist e t ão- som ent e num a delegação de com pet ência pela
com unidade int ernacional, que pressupõe a observância das regras prot et ivas de
direit os hum anos.

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Cont udo, o que devem os levar para a prova é que as a t ua is r e la çõe s
int e r na ciona is n ã o a ce it a m o t r a dicion a l conce it o de sobe r a nia e
pr e t e nde m a fa st á - lo, com a finalidade de t ornar m ais viável a relação ent re os
Est ados, conferindo direit os, porém , exigindo um a série de deveres.
Port ant o, um conceit o at ual de soberania pr e ssupõe a inse r çã o do pa ís n u m a
com unida de int e r na ciona l, com fun da m e nt os no t e x t o const it uciona l de
ga r a nt ia e de de fe sa dos dir e it os hum a nos.
Evident em ent e que esses conceit os t eóricos são abst rat os e m uit as vezes
suplant ados por concepções polít icas e poderio econôm ico. Cont udo, em que pese
a força da globalização econôm ica, ao lado do seu desenvolvim ent o, os Direit os
Hum anos obt iveram , t am bém , dest aque na com unidade int ernacional, de m odo
que, à luz da progressividade, espera- se que cada vez m ais, a soberania est at al
sej a pensada a part ir dos direit os básicos
0 dos cidadãos.

A leit ura da soberania com o lim it e de aplicação dos Direit os


Hum anos é fort em ent e cont est ada e prat icam ent e não aceit a pelos
dout rinadores, que com preendem que exist e um conj unt o de regras
m ínim as prot et ivas que devem ser observadas independent em ent e
das diversidades polít icas, econôm icas, sociais ou cult urais.

6 - M e ca n ism os de I m ple m e n t a çã o dos D ir e it os


H um a n os
Com a consolidação dos Direit os Hum anos, a part ir da década de 50, houve
crescent e a sce nsã o e dive r sifica çã o de m e ca nism os para assegurar a
prot eção aos direit os hum anos.
Foram criados órgãos de nat ureza invest igat ória, consult iva e j urisdicional, com
capacidade processual para agirem na defesa e reparação dos direit os hum anos.
Para t ant o, foi necessário, prim eiram ent e, repensar a soberania e a necessidade
de reconhecer um a at uação para além do Est ado na prot eção dos direit os
hum anos. Assim , um Est ado é soberano para decidir firm ar um t rat ado
int ernacional, m as em o fazendo subm et e- se a observar as regras pact uadas no
t rat ado int ernacional, de m odo que o Est ado signat ário, soberanam ent e, abre
m ão de part e de sua soberania.
Diant e disso surgem duas possibilidades de enfrent am ent o das violações à
prot eção da dignidade da pessoa. Por um lado, fala- se em m é t odos de pr ot e çã o
int e r na ciona l, assegurados independent em ent e da nacionalidade do indivíduo,
pelo e x e r cício de t a is a t r ibuiçõe s n o â m bit o de or ga niza çõe s

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int e r na ciona is. Por out ro, as pr ópr ia s pe ssoa s – suj eit os de direit o – possuem
capacidade processual perant e ór gã os int e r na ciona is de pr ot e çã o.
Essa im plem ent ação, cont udo, depende do est abelecim ent o de regras para evit ar
e prevenir event uais conflit os que possam surgir ent re as j urisdições nacional e
int ernacional. Com t al finalidade, foram criadas “ cláusulas de com pat ibilização” ,
visando a solucionar os conflit os. Se não for possível a com pat ibilização, se
est abelece a regra de que a solução deve ser buscada int ernam ent e, por prim eiro.
Som ent e na ineficácia dessa t ent at iva é que seria possível pensar nos
m ecanism os de im plem ent ação dos Direit os Hum anos na seara int ernacional,
conform e m encionado ant eriorm ent e.
Assim :

1º - Solução na ordem int erna dos Est ados


envolvidos.
V I OLAÇÃO D E
D I REI TOS
H UM AN OS
2º - Aplicam - se os m ecanism os de
im plem ent ação dos Direit os Hum anos, som ent e
se não resolvida int ernam ent e

6 .1 - M e ca n ism os Con ve n cion a is e N ã o Con ve n cion a is


Dent ro desse conj unt o de inst rum ent os de prot eção à dignidade da pessoa no
âm bit o int ernacional, a dout rina dist ingue m ecanism os convencionais de
m ecanism os não convencionais.
Os m e ca nism os conve nciona is são aqueles que r e sult a m de Tr a t a dos de
D ir e it os H um a nos. No docum ent o int ernacional são fixadas regras a serem
observadas pelos signat ários dos t rat ados int ernacionais, quando da violação de
seus preceit os. Assim , os m ecanism os convencionais são aqueles previst os nos
t rat ados.
Os m e ca nism os nã o con ve nciona is, por sua vez, r e pr e se nt a m m e dida s
a fir m a t iva s de D ir e it os H um a nos t om a da s nos ca sos de viola çõe s
sist e m á t ica s, com a peculiaridade de que são a plicá ve is a t odos os Est a dos.

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M ECAN I SM OS CON V EN CI ON AI S M ECAN I SM OS N ÃO CON V EN CI ON AI S

previst os em t rat ados de não previst os em t rat ados


direit os hum anos de Direit os Hum anos

aplicam - se som ent e aos


aplicam - se a t odos os
países signat ários dos
países.
t rat ados int ernacionais

Sobre a im port ância desses m ecanism os, leciona Rafael Barret t o 11 :


Os países que não cost um am aderir às convenções int ernacionais são j ust am ent e os que
prom ovem violações sist em át icas de direit os hum anos, surgindo a quest ão de com o im por
a esses Est ados o respeit o aos direit os hum anos. Aí ent ram os m ecanism os não
convencionais, que são m ecanism os que não decorrem de nenhum a Convenção e est ão
relacionados com violações sist em át icas de direit os hum anos.

Podem os com preender “ violações sist em át icas de direit os hum anos” com o
violações gravíssim as, que int eressam a t oda a com unidade, decorrent es das
denom inadas norm as j us cogens. Vale dizer, perm it e- se à com unidade
int ernacional com o um t odo a defesa de violações aos direit os hum anos
considerados m ais im port ant es. Seriam aqueles direit os que se sobreporiam às
diferenças cult urais, sociais e polít icas das diversas nações. Assim , esses direit os
podem ser prot egidos sem a necessidade de qualquer docum ent o int ernacional
assinado pelo Est ado violador.

6 .2 - Con ve n çõe s Ge r a is e Con ve n çõe s Espe cia is


Quant o aos dest inat ários dos t rat ados int ernacionais de direit os hum anos, fala-
se, em sede de dout rina, em convenções gerais e em convenções especiais.
As conve nçõe s ge r a is são aquelas que se de st ina m a o se r h um a no e m
ge r a l, aplicando- se a t oda e qualquer pessoa com o é o caso da Declaração
Universal dos Direit os Hum anos e do Pact o I nt ernacional dos Direit os Civis e
Polít icos.
As conve nçõe s e spe cia is, por sua vez, obj et ivam um a det erm inada classe de
ser hum ano. As convenções especiais pa r t e m dia nt e de um a const a t a çã o
fá t ica qu e j ust ifique um t r a t a m e nt o e spe cia l. Cit a- se, exem plificat ivam ent e,
a Convenção sobre a Elim inação de Todas as Form as de Discrim inação cont ra a
Mulher e a Convenção sobre os Direit os das Pessoas com Deficiência. As
convenções especiais sugerem , t am bém , a ação de polít icas de fom ent o para a
prot eção de grupos m arginalizados e/ ou vulneráveis.

11
BARRETTO, Rafael. D ir e it os H um a n os. 2ª edição. rev., am pl. e at ual., Bahia: Edit ora
Juspodvim , 2012, p. 110.

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Para finalizar, devem os apenas m encionar que as convenções e spe cia is não
criam direit os novos, m as apenas conferem m aior ênfase a det erm inados
dest inat ários m arginalizados perant e a sociedade ( ex. crianças, idosos,
port adores de necessidades especiais, m ulheres) .

CON VEN ÇÕES G ERAI S CON VEN ÇÕES ESPECI AI S

dest inam - se a grupos de


dest inam - se a t odos os
seres hum anos
seres hum anos
m arginalizados

6 .3 - Fisca liza çã o dos Tr a t a dos de D ir e it os H u m a n os


As norm as int ernacionais de direit os hum anos geram um a série de obrigações na
com unidade int ernacional de form a que são necessários m ecanism os para a
fiscalização ( ou account abilit y) dos direit os de prot eção à dignidade da pessoa.
Em razão disso, os t rat ados int ernacionais preveem m e ca nism os de
fisca liza çã o, com ór gã os de m onit or a m e nt o e de pr oce dim e nt os pa r a
de núncia s e inve st iga çõe s. Vam os analisar os a spe ct os ge r a is desses
m ecanism os de fiscalização, pois cada sist em a ( global ou regional) e cada t rat ado
preveem regras específicas. Assim , verem os alguns aspect os gerais e, quando
est udarm os os t rat ados e as convenções específicas, dest acarem os as form as
criadas.

Órgãos Execut ivos


FI SCALI ZAÇÃO D OS

I N TERN ACI ON AI S
M ECAN I SM OS D E

Tribunais I nt ernacionais
TRATAD OS

Relat órios

Com unicações I nt erest at ais

Pet ições I ndividuais

I nvest igações de I niciat iva Própria

Órgãos Execut ivos


São os denom inados Com it ês ou Com issões, cuj a finalidade precípua é a t ua r na
fisca liza çã o do cum pr im e nt o dos t r a t a dos int e r na ciona is. Esses órgãos

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recebem relat órios, com unicações int erest at ais e pet ições individuais que devem
ser invest igados. Decidindo pela procedibilidade da acusação, será iniciado um
processo para apurar a violação aos direit os hum anos, obj et ivando, na m edida
do possível, pr om ove r um a cor do pa r a soluciona r o ca so.
É possível, t am bém , a esses órgãos execut ivos, a r e a liza çã o de in ve st iga çõe s
no Est a do a cusa do, que t em o dever de cooperar com as at ividades
desenvolvidas para a elucidação da sit uação.
Port ant o, pelo que se percebe, o órgão execut ivo t em com o função principal a
execução do “ inqu é r it o” . Cont udo, em det erm inados sist em as, com o é o caso
do Sist em a Am ericano de Direit os Hum anos, paralelam ent e à função de apurar
event uais violações, a Com issão Am ericana de Direit os Hum anos poderá
prom over a acusação propriam ent e do Est ado violador das norm as
int ernacionais, perant e o t ribunal int ernacional com pet ent e, at uando de form a
sem elhant e ao M in ist é r io Público.

• fiscalização do cum prim ent o do t rat ado


• recebem reclam ações, pet ições, com unicações int erest at ais
Ó RGÃOS EX ECUTI V OS • obj et ivam , num prim eiro m om ent o, acordos para a solução
do im passe
• realizam invest igações

Tribunais I nt ernacionais
Com o o nom e indica, os t ribunais possuem com pet ência para j ulgar as acusações
form uladas. Os t ribunais int ernacionais, em regra, possuem duas nat urezas:
cr im ina l ou nã o cr im ina l. A crim inal escapa aos nossos est udos, envolvendo
t em as com o o Tribunal Penal I nt ernacional. As violações de Direit os Hum anos,
por sua vez, são consideradas não crim inais e t am bém podem ser j ulgadas por
t ribunais int ernacionais.
Para além da fu nçã o j ulga dor a , esses t ribunais exercem a função consu lt iva
e cont e n ciosa , por m eio da qual respondem a consult as form uladas pelos
suj eit os int ernacionais a respeit o da aplicabilidade e da int erpret ação das norm as
int ernacionais.
Por fim , cum pre m encionar a im possibilida de de os t r ibuna is se r e m
pr ovoca dos por pe ssoa s. A regra é que a provocação dos t ribunais
int ernacionais ocorra sem pre por um suj eit o int ernacional, com o organism os
int ernacionais e Est ados. Cont udo, há exceção. No Sist em a Europeu de Direit os
Hum anos há possibilidade de um part icular, que sofreu violação a seu direit o
hum ano, acionar diret am ent e a Cort e Europeia.

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• função j ulgadora
T RI BUN AI S • função cont enciosa e consult iva, quant o à int erpret ação do
I N TERN ACI ON AI S t rat ado int ernacional
• não podem ser provocados por pessoas

Relat órios
Os relat órios consist em na obr iga çã o que t odos os Est a dos signa t á r ios dos
t r a t a dos int e r na ciona is possue m de e nvia r pe r iodica m e nt e , e se m pr e
que for e m solicit a dos pe los ór gã os e x e cut ivos, um docum e nt o r e la t a ndo
a s m e dida s a dot a da s quant o ao cum prim ent o das obrigações assum idas no
pact o int ernacional.
De acordo com a dout rina, esses relat órios est ão present es em t odos os
t r a t a dos int e r na ciona is e possuem n a t ur e za obr iga t ór ia . Esse dever decorre
do princípio da cooperação int ernacional aplicável ao caso.

• envio periódico, e quando solicit ado, de inform ações


R ELATÓRI OS at inent es ao cum prim ent o do t rat ado int ernacional
• a obrigação deve const ar dos t rat ados int ernacionais

Com unicações I nt erest at ais


As com unicações int erest at ais const it uem com unica çõe s fe it a s por um Est a do
a le ga ndo que ou t r o Est a do e st á de scum pr indo os t e r m os a cor da dos no
t r a t a do int e r na ciona l. Em razão dessa com unicação, surge o de ve r do Est a do
com unica do de pr e st a r e x plica çõe s e e scla r e cim e nt os a o e m issor .
Não solucionado o im passe, poderão os ór gã os e x e cut ivos a t ua r no se n t ido
de dir im ir o con flit o. Essa faculdade dos órgãos execut ivos depende, ainda, de
requisit os de procedibilidade, quais sej am : a ) esgot am ent o dos recursos int ernos
( j ust ificável t am bém pela dem ora inj ust ificada para reparação às violações) ; e
b) ausência de apreciação em andam ent o por out ra inst ância int ernacional.
Por fim , cum pre m encionar que as com unicações int erest at ais nã o e st ã o
pr e vist a s e m t oda s a s e spé cie s de t r a t a dos de dir e it os hum a nos. Segundo
a dout rina, em regra, esse m ecanism o não est á previst o em pa ct os
int e r na ciona is de dir e it os socia is, e conôm icos e cult ur a is.

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• com unicação feit a por Est ado a out ro Est ado, quant o ao
descum prim ent o de direit os hum anos.
• o Est ado com unicado t em o dever de inform ar ao Est ado
COM UN I CAÇÕES
em issor
I N TERESTATAI S
• é possível a at uação de órgão execut ivo desde que: a) haj a
esgot am ent o das vias int ernas; e b) não exist a procedim ent o
pendent e relat ivo ao m esm o assunt o

Pet ições I ndividuais


Pelos m ecanism os das pet ições individuais possibilit a - se à s pe ssoa s ou a o
gr upo de pe ssoa s de nuncia r a os or ga nism os int e r na ciona is viola çõe s de
dir e it os hum a nos. Podem os conceit uar essas pet ições, acom panhando o
pensam ent o de Rafael Barret t o, com o pet ições feit as por pessoas aos órgãos
execut ivos, alegando serem vít im as de violações em Direit os Hum anos.
O uso das pet ições individuais de pe nde de m e nçã o no t r a t a do int e r na ciona l,
que pr e ve r á os r e quisit os e a s for m a s de acionam ent o. De t oda form a,
segundo a dout rina t r ê s r e quisit os ge r a is podem ser apresent ados:

1. as pet ições devem ser ident ificadas e assinadas, de m odo que não são
aceit as pet ições apócrifas;
2. não pode est ar em andam ent o out ro procedim ent o em out ra inst ância
int ernacional do m esm o assunt o; e
3. devem ser esgot ados os recursos int ernos.

• possibilidade de a vít im a de direit o hum ano denunciar


violações
• depende de previsão no t rat ado int ernacional
P ETI ÇÕES
I N D I VI D UAI S • exist em requist os específicos em cada t rat ado, porém , t rês
podem ser apresent ados: a) ident ificação e assinat ura; b)
não haver out ro procedim ent o pendent e; e c) esgot am ent o
dos recursos int ernos.

I nvest igações de iniciat iva própria ( m ot u proprio)


Ao órgão execut ivo, const it uídos pelos t rat ados j unt o às organizações, é
assegurada a prerrogat iva de inst aurar, de ofício, procedim ent o invest igat ivo
para apurar not ícia de violação de direit os hum anos. Essas invest igações
realizadas pelos organism os int ernacionais const it uem a últ im a espécie de
m ecanism os fiscalizat órios.

• inst auração própria pelo órgão execut ivo de procedim ent o


I N VESTI GAÇÕES D E invest igat ório
I N I CI ATI VA P RÓPRI A
• ocorre de ofício

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Para finalizar, vej am os out ro quadro sint et izando os m ecanism os acim a
est udados:

Órgãos
fiscalizam e recebem reclam ações
Execut ivos
TRATAD OS I N TERN ACI ON AI S

Tribunais
j ulgam as reclam ações
FI SCALI ZAÇÃO D OS

I nt ernacionais
M ECAN I SM OS D E

envio de inform ações quant o ao cum prim ent o das


Relat órios
norm as pact uadas

Com unicações com unicação de um Est ado inform ando a violação


I nt erest at ais por out ro Est ado

Pet ições
denúncia da vít im a à violação perpet rada
I ndividuais

I nvest igações de procedim ent o invest igat ório inst aurado pelo órgão
I niciat iva Própria execut ivo

7 - D ir e it os H um a n os e Re spon sa biliza çã o Est a t a l


Est e últ im o t ópico da aula é deliciado e am plo. Cont udo, para concurso público,
t endo em vist a o que t em sido cobrado em prova, podem os fixar os t ópicos a
serem est udados.
Assim , vam os t rat ar sobre alguns aspect os hist óricos, conceit os, elem ent os,
suj eit o at ivo e suj eit o passivo, bem com o pré- requisit os para a responsabilização
int ernacional. Na part e final, abordarem os as consequências da responsabilização
e a relação da responsabilidade com as norm as j us cogens e responsabilidade.

7 .1 - N ot a H ist ór ica e o Pr oj e t o da Com issã o de D ir e it o


I n t e r n a cion a l da s N a çõe s Un ida s sobr e Re spon sa bilida de
I n t e r n a cion a l dos Est a dos
Hist oricam ent e, passou a se falar concret am ent e de responsabilização
int ernacional por violações de Direit os Hum anos a pós a 2 ª Gue r r a M undia l.
Dest aca- se, nesse período, com a form ação da ON U, um a série de t ent at ivas
frust radas de est abelecer um conj unt o de regram ent o para a responsabilização.
Durant e os prim eiros 50 anos de exist ência, a ONU fez um a série de est udos,
conseguindo, som ent e em 2 0 0 1 , redigir um t ext o que disciplina a
responsabilidade int ernacional por violações de Direit os Hum anos no sist em a

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global. Esse diplom a é denom inado de Pr oj e t o da Com issã o de D ir e it os
I nt e r na ciona l da s N a çõe s Un ida s sobr e Re sponsa bilida de I n t e r na ciona l
dos Est a dos. Tal docum ent o foi frut o da aproxim ação m ult ilat eral dos Est ados
em relação ao Direit o I nt ernacional, bem com o de ideias de coexist ência, de
cooperação, de solidariedade e de unidade.
O obj et ivo da responsabilização é exclusivam ent e buscar m aior respeit o às
norm as im perat ivas, dent re as quais est ão os direit os fundam ent ais do hom em .
I sso porque se houver consequências previst as para as violações de Direit os
Hum anos, haverá m aior prot eção desses direit os.

7 .2 - Con ce it o e Ele m e n t os
Por responsabilidade int ernacional ent ende- se o inst it u t o j ur ídico de dir e it o
int e r na ciona l m e dia nt e o qua l se im put a , a o Est a do, a pr á t ica de a t o
ilícit o int e r na cion a l, ge r a n do o de ve r de r e pa r a çã o.
Vej am os o conceit o de Valério de Oliveira Mazzuoli 12 :
A responsabilidade int ernacional do Est ado é o inst it ut o j urídico que visa responsabilizar
um a pot ência soberana pela prát ica de um at o at ent at ório ( ilícit o) ao direit o int ernacional
perpet rado cont ra os direit os ou a dignidade de out ro Est ado, prevendo cert a reparação a
est e últ im o pelos prej uízos e gravam es que inj ust am ent e sofreu.

A ideia é sim ples:

Violada um a norm a de Direit o I nt ernacional surge o dever daquele que


infringiu a norm a reparar o dano causado.

O conceit o, segundo dout rina de Celso Albuquerque de Mello 13 , engloba 3


e le m e nt os:
1º . at o ilícit o;
2º . im put abilidade;
3º . prej uízo ( ou dano) .
Para configuração do a t o ilícit o é necessário que a ação ou a om issão do Est ado
cont rarie norm a int ernacional, independent em ent e de o Est ado violador
considerar a condut a ilícit a int ernam ent e.
Por im pu t a bilida de devem os com preender o n e x o ca usa l e nt r e o a t o ilícit o
e o r e sponsá ve l pe la viola çã o. Dit o de out ra form a, será im put ada a
responsabilização ao Est ado que causar um at o ilícit o int ernacional de Direit os
Hum anos.

12
MAZZUOLI , Valério de Oliveira. Cur so de D ir e it os H um a n os, Rio de Janeiro: Edit ora Forense,
2014, p. 31.
13
MELLO, Celso Albuquerque. Cu r so de D ir e it o I n t e r na cion a l Público. Vol. I , 15ª edição, Rio
de Janeiro: Edit ora Renovar, 2004, p. 523.

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O pr e j uízo ( ou dano) à dignidade hum ana, por sua vez, é o obj e t ivo da
r e sponsa biliza çã o int e r na ciona l dos Est a dos, im plicando no de ve r de
r e pa r a çã o. Esse prej uízo pode ser de ordem m at erial ou de ordem m oral e
const it ui elem ent o essencial, fat o gerador da responsabilidade int ernacional.
A reparação é com preendida com o o rest abelecim ent o da ordem j urídica ant erior
ao fat o ( st at us quo ant e) que gerou a violação de direit o hum ano, a fim de
alcançar a reparação dos prej uízos sofridos, t endo em vist a os danos sofridos
pela vít im a.
Segundo Celso Albuquerque de Mello 14 , a responsabilidade int ernacional
caract eriza- se por ser:
responsabilidade com a finalidade de reparar o prej uízo; o Direit o I nt ernacional
prat icam ent e não conhece a responsabilidade penal ( cast igo, e.g.) .

Excepcionalm ent e poderá haver responsabilização desproporcional ao prej uízo


causado, com int uit o educat ivo, quando se t rat ar de norm as de j us cogens.

ELEM EN TOS PARA A


RESPON SABI LI ZAÇÃO

at o ilícit o im put abilidade prej uízo

ação ou om issão
nexo ent re o at o ilícit o e
cont rária à norm a dano ao direit o hum ano
o agent e causador
int ernacional de direit os da vít im a
responsável
hum anos

A responsabilização, em regra, é reparat ória, ou sej a, busca ret ornar ao st at us


ant erior à violação. Se isso não for possível, é com um a com unidade recorrer à
indenização financeira com o form a com pensat ória.
É im port ant e dest acar que a responsabilização penal em nosso est udo é
excepcional. De acordo com Valério de Oliveira Mazzuoli 15 , a responsabilização

14
MELLO, Celso Albuquerque. Cu r so de D ir e it o I n t e r na cion a l Público, p. 158.
15
MAZZUOLI , Valério de Oliveira. Cur so de D ir e it os H um a n os, Rio de Janeiro: Edit ora Forense,
2014, p. 33.

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penal som ent e ocorrerá em hipót eses excepcionais, com o no caso de genocídio,
crim es de guerra e crim es cont ra a hum anidade. Em t ais sit uações, é possível
aferir a responsabilidade pessoal do indivíduo, por int erm édio de processos, t ais
com o aqueles do Tribunal Penal I nt ernacional.
Ant es de seguirm os, regist re- se que a responsabilização por at os ilícit os de
direit os hum anos é obj e t iva . Vale dizer, o Est ado será responsabilizado pela
sim ples violação da norm a int ernacional, independent em ent e da dem onst ração
de int enção ou de culpa.

7 .3 - Fin a lida de da r e spon sa bilida de in t e r n a cion a l


De acordo com a dout rina podem os dest acar duas finalidades principais da
responsabilização int ernacional do Est ado: a prevent iva e a repressiva.
Em um prim eiro m om ent o, a responsabilização im plica coagir o Est ado a observar
as norm as com pact uadas e os com prom issos firm ados. Nesse caso, a at uação se
dá previam ent e a qualquer violação das regras de direit os hum anos.
A finalidade prevent iva não bast a. Paralelam ent e, a responsabilização t em por
finalidade repreender o Est ado que prat icar o at o ilícit o.
O fundam ent o da responsabilização est á no pr in cípio da igua lda de . Os Est ados
signat ários dos t rat ados int ernacionais são t rat ados com o iguais, de form a que
aqueles que violarem as norm as devem ser responsabilizados com o m edida de
j ust iça, ant e o t rat am ent o igualit ário conferido aos est ados.
Por fim , cum pre observar que paralelam ent e à finalidade prevent iva e repressiv a
que est udam os, a dout rina apont a a finalidade lim it at iva. Vale dizer, a
responsabilização t em por finalidade im por lim it es à at uação leviana ou arbit rária,
prej udicial a t erceiros, e que possam desiquilibrar as relações ent re os Est ados.
De form a esquem at izada, t em os:

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busca coagir os Est ados a


prevent iva observarem as obrigações
assum idas

FI N ALI D AD ES D A busca reparar at os ilícit os


repressiva
RESPON SABI LI ZAÇÃO prat icados pelos Est ados

busca im por lim it es à at uação


leviana e arbit rária dos
lim it at iva
Est ados, capaz de abalar as
relações pacíficas.

7 .4 - Su j e it os pa ssivo e a t ivo
Analisado o conceit o quest iona- se:
M a s que m se r ã o os suj e it os ( a t ivo e pa ssivo) e nvolvidos na
r e sponsa biliza çã o?
São suj e it os a t ivos os t it ula r e s de dir e it os e de obr iga çõe s no pla no
int e r na ciona l. Assim , num prim eiro m om ent o os Est ados serão os suj eit os
at ivos, quando considerados na condição de agent es que, por om issão ou ação,
causam prej uízos aos direit os de dignidade de out rem .
Nesse cont ext o, Celso Albuquerque de Mello 16 leciona:
A responsabilidade é de Est ado a Est ado, m esm o quando é um sim ples part icular a vít im a
ou o aut or do ilícit o no plano int ernacional. Para que haj a endosso da reclam ação do Est ado
nacional da vít im a, o Est ado cuj o part icular com et eu o ilícit o é que virá a ser
responsabilizado.

Assim , são considerados pa ssíve is de r e sponsa biliza çã o t odos a que le s que


sã o obr iga dos pe los D ir e it os H u m a nos I nt e r na ciona is. A regra é a
responsabilização do Est ado, em razão de at os ou de om issões que im pliquem
violações a direit os hum anos prat icados pelos órgãos e agent es est at ais. Da
m esm a m aneira, de acordo com a dout rina, at os com et idos por pessoas privadas,
que receberam delegação para a realização de t arefas públicas, por part e dos
Est ados, im plicam a responsabilização do agent e delegant e, ou sej a, do Est ado.
Quest iona- se, nesse cont ext o, se a viola çã o de dir e it o h um a no de um
indivídu o ou gr u po de indivíduos pode r ia im plica r a r e sponsa biliza çã o do
Est a do. A respost a é SI M ! Ao Est ado é at ribuído o dever de respeit ar e de
garant ir a observância das norm as de direit os hum anos no âm bit o int erno. Assim ,
diant e de um a violação de direit os de um nacional, surge o dever do Est ado em

16
MELLO, Celso Albuquerque. Cu r so de D ir e it o I n t e r na cion a l Público, p. 158.

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agir para reparar essa violação. Se não o fizer t erá sido om isso, im plicando a
responsabilização int ernacional pela om issão est at al.

pelas violações que


diret a, decorrent e causar a seus nacionais
de ação ou de ou cont ra out ro Est ado,
om issão indivíduos ou grupo de
indivíduos
SUJEI TOS PASSÍ VEI S D E
ESTAD O
RESPON SABI LI ZAÇÃO
pelas violações
perpet radas por
indiret a, resident es cont ra
decorrent e de indivíduo ou grupo de
om issão est at al indivíduos, quando o
Est ado NÃO t om ar
providências.

Por out ro lado, os suj e it os pa ssivos são as pe ssoa s, a s com unida de s ou os


gr upos que sofr a m a viola çã o de dir e it os h u m a nos.

7 .5 - Pr é - r e qu isit os pa r a a r e spon sa biliza çã o


Nest e pont o, podem os elencar dois assunt os principais:
 a aplicação das norm as de Direit o Hum anos às pessoas não signat árias
dos t rat ados int ernacionais e
 a regra de esgot am ent o do Direit o I nt erno ant es da aplicação das norm as
de Direit o I nt ernacional.
Vej am os:
 O fundam ent o da responsabilização int ernacional reside do pr incípio da
igua lda de sobe r a na e nt r e os Est a dos.
E o que significa e sse pr incípio?
Trat a- se da ideia de r e cipr ocida de . Os Est ados, ao firm arem t rat ados de direit os
hum anos, com pr om e t e m - se , e m r e la çã o a os de m a is, e m r e spe it a r e e m
ga r a nt ir os D ir e it os H um a nos. Esse desej o é soberano e vincula o Est ado
perant e a com unidade int ernacional.
A regra não nos t raz m aiores dúvidas, cont udo, pergunt a- se:
E se o Est a do nã o a ssinou o t r a t a do in t e r na ciona l, pode r á violá - lo,
obse r va ndo t ã o som e nt e sua s r e gr a s int e r na s?

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Obviam ent e que não! Est udam os que os Direit os Hum anos nasceram diant e de
graves violações à dignidade da pessoa, o que sensibilizou a com unidade
int ernacional para firm ar acordos de respeit o aos direit os hum anos. Esses
acordos, pós 2ª Guerra Mundial alast raram - se pelo m undo e são considerados,
hoj e, consenso em t odas as sociedades, independent em ent e de sua vont ade e
de suas caract eríst icas cult urais, polít icas e sociais próprias.
Assim , da violação de um direit o hum ano, em não havendo reparação int erna,
surge na com unidade int ernacional, sej a por m eio dos Est ados, sej a por
int erm édio das organizações int ernacionais, a necessidade de acionar aquele que
violou t ais norm as, im put ando- o a responsabilização int ernacional.
 A responsabilização int ernacional do Est ado, t odavia, não é diret a.
Com preendem os est udiosos de Direit o I nt ernacional Público que prim eiro devem
ser e sgot a dos os r e cur sos int e r n os dos Est a dos. Se e sse s m e ios for e m
ine fica ze s ou suficie nt e s sur ge a possibilida de r e sponsa biliza çã o
int e r na ciona l.
O Est ado poderá ser cham ado a responder pela om issão diant e de violação a
direit o hum ano de pessoa ou de grupo de indivíduos resident es. Nos referim os à
responsabilidade indiret a do Est ado. O indivíduo ou colet ividade, sej a nacional ou
est rangeiro, que est ej a em det erm inado Est ado, caso sofra violação de seus
direit os hum anos, t erá direit o à reparação pelos prej uízos causados. A regra é
que a reparação sej a realizada int ernam ent e, diant e da assunção do
com prom isso de t odos os Est ados em verem respeit ados e garant idos os direit os
hum anos.
Cont udo, em decorrência da om issão ou da inefet ividade dos m eios int ernos será
possível acionar a com unidade int ernacional, que prom overá, por m eio das
organizações int ernacionais, a responsabilização daquele Est ado perant e a
com unidade int ernacional.

PRÉ- REQUI SI TOS PARA A


RESPON SABI LI ZAÇÃO

aplicação das norm as de Direit os esgot am ent o dos m ecanism os int ernos
Hum anos às pessoas não signat árias ant es da aplicação das norm as de
dos t rat ados int ernacionais Direit o I nt ernacional

7 .6 - Con se qu ê n cia s
A dout rina enum era as seguint es consequências ou as obrigações dos Est ados
decorrent es de violação a Direit os Hum anos. Apont am os no quadro a seguir as
dive r sa s possibilidades de consequência da responsabilização dos Est ados.

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OBRI GAÇÕES D OS ESTAD OS D ECORREN TES D E VI OLAÇÃO A D I REI TOS H UM AN OS

Con se quê n cia Obse r va çõe s:

 Os Est ados são obrigados a agir, incondicionalm ent e, para a cessação


Cessação da
de violações de Direit os Hum anos. Consist e no dever de garant ir a
violação de direit o
dignidade das pessoas.

Om issão de fut uras  O Est ado deve abst er- se de prat icar fut uras condut as violadoras de
violações direit os hum anos

 Um a vez violado o direit o hum ano, com pet e ao Est ado repará- lo,
Rest it uição nat ural
ret ornando ao st at us quo ant e.

 Corresponde a t odas as form as im at eriais de sat isfação de violações


Sat isfação a Direit os Hum anos com o desculpas oficiais, program as de form ação e
capacit ação dos responsáveis pela violação a Direit os Hum anos.

 Se a rest it uição nat ural ou a sat isfação não forem possíveis, haverá a
I ndenização
indenização, que pode const it uir em com pensação pecuniária.

7 .7 - Re spon sa bilida de e n or m a s de j u s coge n s


Para finalizar o assunt o da responsabilidade int ernacional e a aula de hoj e,
cum pre est udarm os algum as part icularidades da responsabilização em
decorrência da norm a j us cogens.
As norm as de j us cogens encont ram fundam ent o na Convenção de Viena de 1969
e são consideradas com o norm as im perat ivas em sent ido est rit o, o que significa
que os direit os hum anos cont êm um conj unt o de valores considerados essenciais
para a com unidade, de m aneira que possuem superioridade norm at iva em
relação às dem ais norm as int ernacionais.
Assim , a s nor m a s j us coge ns sã o r e sponsá ve is pe la s m a t é r ia s m a is
im por t a nt e s e im pr e scindíve is, e m t e r m os de D ir e it os H um a nos, cuj a
violação represent a risco à preservação do Est ado e dos valores hum anos
básicos. De acordo com a dout rina, a violação à norm a j us cogens im plica, num
prim eiro plano, o de ve r de coope r a çã o m út u o da socie da de pa r a por fim a o
e st a do de viola çã o. Além disso, não é aceit o que nenhum Est ado soberano,
reconhecido int ernacionalm ent e, adm it a com o lícit a sit uação de violação à norm a
im perat iva de direit o hum ano. Diant e de t al realidade, qualquer Est ado poderá
acionar ou ser acionado para cessarem as violações às norm as de j us cogens,
bem com o para prest arem auxílio e assist ência para a superação das graves
violações de direit os hum anos.

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Ent endem os est udiosos que a reparação do dano quando se t rat a de violação de
norm a j us cogens é diferenciada, de m odo a se falar em r e gim e a gr a va do de
r e sponsa bilida de . Vale dizer, para além dos m ecanism os t radicionais de
reparação que vim os na present e aula, que a com unidade int ernacional t em
aceit o a aplicação de sa nçõe s com ca r á t e r pu nit ivo e e duca t ivo. Assim , para
além da indenização do suj eit o at ivo, haverá a aplicação de sanções que
obj et ivem coibir e educar o suj eit o passivo, para que t ais violações não sej am
perpet radas novam ent e.

RESPON SABI LI D AD E E N ORM AS " JUS COGEN S"

• Dever de cooperação m út uo da sociedade para por fim ao est ado de


violação.
• Não se aceit a violação, por nenhum Est ado, das norm as j us cogens, ainda
que o Est ado violador não t enha assum ido com prom isso int ernacional de
respeit á- lo.
• Aplicação de sanções de carát er punit ivo e educat ivo em razão do
denom inado regim e agravado de responsabilidade nas violações de norm as
j us cogens.

Finalizam os, assim , a part e t eórica. Vej am os, em seguida as quest ões dest a aula!

8 - Qu e st õe s

8 .1 – List a de Qu e st õe s se m Com e n t á r ios


Q1 . UECE- CEV/ SEAS- CE/ 2 0 1 7
Considerando as font es dos direit os hum anos, assinale a afirm ação
verdadeira.
a) As font es form ais dos direit os hum anos são os fat os sociais e ideias que
form am a convicção da necessidade de prot eger um valor ent endido com o
fundam ent al para a prom oção da dignidade hum ana.
b) As font es m at eriais dos direit os hum anos são as form as de expressão da
norm a j urídica que consagra direit os inerent es à dignidade hum ana. Em
regra, correspondem às font es do Direit o em geral e às do Direit o
I nt ernacional Público.
c) As font es m at eriais são, m orm ent e, os t rat ados e acordos int ernacionais.
d) As font es form ais dos direit os hum anos são as form as de expressão da
norm a j urídica que consagra direit os inerent es à dignidade hum ana. Em
regra, correspondem às font es do Direit o em geral e às do Direit o
I nt ernacional Público.

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Q2 . FUN CAB/ PC- PA/ 2 0 1 6
Sobre o aspect o int ernacional dos direit os hum anos e seus t rat ados, est á
corret o afirm ar que:
a) as sanções aplicadas pela Organização das Nações Unidas podem violar
os direit os hum anos em caso de rom pim ent o da paz.
b) é um direit o de prot eção que visa prot eger os est ados.
c) não cont ém aspect o ideológico e polít ico acent uado.
d) os direit os hum anos pert encem a j urisdição dom ést ica e ao dom ínio
reservado dos est ados.
e) o direit o int ernacional dos direit os hum anos não est á suj eit o ao princípio
da reciprocidade que dom ina o direit o int ernacional público.

Q3 . FCC/ SEGEP- M A/ 2 0 1 6
Em relação à prot eção int ernacional dos Direit os Hum anos:
a) O Direit o I nt ernacional Hum anit ário rest ringe- se à prot eção das
populações civis na hipót ese de conflit os arm ados, excluindo- se os m ilit ares
post os fora de com bat e.
b) O Direit o I nt ernacional dos Refugiados represent a a prot eção dos
refugiados em aspect os relat ivos ao deslocam ent o do seu local de residência
e à concessão do refúgio, não int eragindo com a prot eção dos direit os
hum anos em si.
c) O Direit o I nt ernacional Hum anit ário é m enos abrangent e que o Direit o
I nt ernacional dos Direit os Hum anos, t endo precedido hist oricam ent e est e
últ im o.
d) O Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos não incide na hipót ese de
conflit os arm ados int ernacionais e int ernos.
e) O Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos consolidou- se
norm at ivam ent e logo após a Prim eira Guerra Mundial, com a relat ivização
da soberania dos Est ados Nacionais e at ribuição ao indivíduo da condição de
suj eit o de direit os no plano int ernacional.

Q4 . FCC/ D PE- BA/ 2 0 1 6


No que t ange à responsabilização int ernacional do Est ado por violação de
com prom issos assum idos no âm bit o int ernacional,
a) em respeit o à soberania, o Est ado não pode ser responsabilizado,
int ernacionalm ent e, a fazer ou deixar de fazer algo no âm bit o int erno e as
condenações se lim it am a obrigações de dar.
b) prevalece que a responsabilidade é subj et iva, ou sej a prescinde de dolo
ou culpa para que o Est ado sej a responsabilizado.

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c) prevalece que, em m at éria de Direit os Hum anos, a responsabilidade é
obj et iva, devendo haver a violação de um a obrigação int ernacional,
acom panhada do nexo de causalidade ent re a m encionada violação e o dano
sofrido.
d) o Est ado não é responsabilizado se com provar que invest igou e puniu os
seus agent es int ernos.
e) não há que se falar em responsabilização int ernacional, na m edida em
que não exist e um órgão int ernacional de execução de sent enças
condenat órias das cort es int ernacionais.

Q5 . CS- UFG/ D PE- GO/ 2 0 1 4


A cerca das t rês grandes vert ent es j urídicas da prot eção int ernacional da
pessoa hum ana – direit os hum anos, direit o hum anit ário e direit o dos
refugiados – exist em convergências e divergências. Nesse sent ido,
a) a visão com part im ent alizada dessas t rês grandes vert ent es encont ra- se
definit ivam ent e im plant ada na at ualidade.
b) a prát ica cont em porânea deixa de adm it ir a aplicação sim ult ânea de
norm as de prot eção do direit o int ernacional dos direit os hum anos, do direit o
int ernacional dos refugiados e do direit o int ernacional hum anit ário.
c) o processo de gradual dist anciam ent o e divergência do direit o
hum anit ário, com a prot eção int ernacional dos direit os hum anos, t em - se
m anifest ado nos planos norm at ivo, herm enêut ico e operacional.
d) o Est ado, na prot eção int ernacional da pessoa hum ana em t em po de paz,
est á isent o em seus deveres j urídicos de t om ar m edidas posit ivas para
prevenir, invest igar e sancionar violações dos direit os hum anos.
e) o reconhecim ent o, inclusive j udicial, do alcance e da dim ensão am plos
das obrigações convencionais de prot eção int ernacional da pessoa hum ana
assegura a cont inuidade do processo de expansão do direit o de prot eção.

Q6 . FUM ARC/ PC- M G/ 2 0 1 4


Ao lado do sist em a global de prot eção dos direit os hum anos, exist em os
sist em as regionais. Os principais sist em as regionais de prot eção dos direit os
hum anos, não incipient es, são, EXCETO o
a) africano.
b) asiát ico.
c) europeu.
d) int eram ericano.

Q7 . CESPE/ D PE- RR/ 2 0 1 3


No que concerne à prot eção int ernacional dos direit os hum anos, j ulgue o
it em abaixo.

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A Declaração dos Direit os do Hom em e do Cidadão, dat ada de 1948, foi o
m arco da int ernacionalização da prot eção aos direit os hum anos.

Q8 . CESPE/ D PE- RR/ 2 0 1 3


No que concerne à prot eção int ernacional dos direit os hum anos, j ulgue o
it em abaixo.
O sist em a global de prot eção dos direit os hum anos est á est rut urado com
base em um a série de docum ent os, ent re os quais se dest acam o Pact o
I nt ernacional de Direit os Civis e Polít icos e o Pact o I nt ernacional dos Direit os
Econôm icos, Sociais e Cult urais.

Q9 . CESPE/ D PE- RR/ 2 0 1 3


No que concerne à prot eção int ernacional dos direit os hum anos, j ulgue o
it em abaixo.
Os sist em as global e regional de prot eção aos direit os hum anos são
dicot ôm icos.

Q1 0 . CESPE/ D PE- RR/ 2 0 1 3


No que concerne à prot eção int ernacional dos direit os hum anos, j ulgue o
it em abaixo.
A rígida hierarquia ent re os sist em as de prot eção aos direit os hum anos
im põe a int eração ent re os sist em as nacional e regional, m as exclui a
int eração diret a ent re o sist em a nacional e o global.

Q1 1 . CESPE/ OAB/ 2 0 0 9
Julgue o it em abaixo.
No âm bit o do direit o int ernacional, a soberania, im port ant e caract eríst ica do
palco int ernacional, significa a possibilidade de celebração de t rat ados sobre
direit os hum anos com o consent im ent o do Tribunal Penal Perm anent e.

Q1 2 . CESPE/ TRF3 ª / 2 0 1 1
Assinale a opção corret a relat ivam ent e aos m ecanism os de im plem ent ação
dos direit os hum anos no plano int ernacional, j ugue o it em abaixo.
Na at ualidade, exist em apenas duas cort es regionais em funcionam ent o: a
Cort e I nt eram ericana de Direit os Hum anos e a Cort e Europeia de Direit os.

Q1 3 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
At ualm ent e, os direit os e garant ias fundam ent ais est ão inseridos em
dist int os t ext os const it ucionais de diferent es países. Tal presença é um a
conquist a hist órica ocorrida por ações concret as realizadas no passado. A
Cart a das Nações Unidas de 1945, exem plo de um a dessas ações concret as,
consolidou, j unt o com a UDHR, o m ovim ent o de int ernacionalização dos

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direit os hum anos. Tendo em vist a essa inst it ucionalização j ulgue o it em
abaixo.
A est rut ura de prot eção do direit o int ernacional é concent rada na ONU.

Q1 4 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
At ualm ent e, os direit os e garant ias fundam ent ais est ão inseridos em
dist int os t ext os const it ucionais de diferent es países. Tal presença é um a
conquist a hist órica ocorrida por ações concret as realizadas no passado. A
Cart a das Nações Unidas de 1945, exem plo de um a dessas ações concret as,
consolidou, j unt o com a UDHR, o m ovim ent o de int ernacionalização dos
direit os hum anos. Tendo em vist a essa inst it ucionalização j ulgue o it em
abaixo.
A prot eção int ernacional pode ser vist a, ent re out ros, em dois planos:
sist em a global ( ONU) e sist em a regional ( OEA) .

Q1 5 . CESPE D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos est á desvinculada do processo
de universalização dos direit os hum anos.

Q1 6 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A nat ureza diplom át ica da prot eção int ernacional dos direit os hum anos
at ribui aos Est ados o dever de prot eger t ant o os nacionais quant o os
est rangeiros que se encont rem em t errit ório pát rio, do que se depreende
que a nacionalidade t em especial im port ância nesse cont ext o.

Q1 7 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A nat ureza do sist em a de prot eção int ernacional dos direit os hum anos é de
dom ínio reservado do Est ado nos lim it es de sua soberania, possibilit ando a
responsabilização int ernacional do Est ado quando as inst it uições nacionais
forem om issas na t arefa de prot eger os direit os hum anos.

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Q1 8 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com relação aos m ecanism os int ernacionais de prot eção e m onit oram ent o
dos direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
Além da Declaração Universa dos Direit os Hum anos de 1948 não há out ros
docum ent os relevant es no âm bit o da prot eção int ernacional global dos
direit os hum anos.

Q1 9 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com relação aos m ecanism os int ernacionais de prot eção e m onit oram ent o
dos direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
Quando foi adot ada e proclam ada por resolução da Assem bleia Geral das
Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direit os Hum anos, apesar de não
t er sido aceit o por t odos os países, t eve grande im port ância hist órica.

Q2 0 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com relação aos m ecanism os int ernacionais de prot eção e m onit oram ent o
dos direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A ONU nasceu com diversos obj et ivos, com o a m anut enção da paz e
segurança int ernacionais, assim , a prot eção int ernacional dos direit os
hum anos est ava incluída ent re eles.

Q2 1 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com relação aos m ecanism os int ernacionais de prot eção e m onit oram ent o
dos direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
O Tribunal de Nurem berg não t eve nenhum papel hist órico na
int ernacionalização dos direit os hum anos.

Q2 2 . FCC/ D PE- PR/ 2 0 1 2


O Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos, o Direit o I nt ernacional
Hum anit ário e o Direit o I nt ernacional dos Refugiados são const it uídos, cada
um deles, por dist int os conj unt os norm at ivos que, no ent ant o,
gradualm ent e, evoluíram de um funcionam ent o com part im ent alizado para
um a crescent e int eração. Sobre o relacionam ent o dessas t rês vert ent es da
Prot eção I nt ernacional da Pessoa Hum ana é I NCORRETO afirm ar:
a) De um a m aneira geral, pode- se dizer que as sit uações específicas não
prot egidas pelo Direit o I nt ernacional Hum anit ário e pelo Direit o
I nt ernacional dos Refugiados são abarcadas pelo Direit o I nt ernacional dos
Direit os Hum anos.
b) A relação ent re Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos e Direit o
I nt ernacional dos Refugiados lança luz sobre a dim ensão prevent iva da
prot eção da pessoa hum ana no plano int ernacional, pois, as violações
sist em át icas de direit os hum anos em det erm inado país levam ao

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deslocam ent o de indivíduos para out ras regiões, em função dos t em ores de
perseguição por m ot ivos de raça, religião, nacionalidade ou opinião polít ica.
c) A prot eção de vít im as em conflit os int ernos e sit uações de em ergência
const it ui um profícuo cam po de int eração ent re o Direit o I nt ernacional
Hum anit ário e o Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos.
d) Pela Cláusula de Mart ens, inst it ut o de Direit o I nt ernacional Hum anit ário,
nas sit uações não previst as, t ant o os com bat ent es, quant o os civis, ficam
sob a prot eção e a aut oridade dos princípios do direit o int ernacional, o que
abre espaço para a incidência do Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos.
e) O princípio do non- refoulem ent , inst it ut o de Direit o I nt ernacional
Hum anit ário aceit o e reconhecido pela com unidade int ernacional com o j us
cogens, aplica- se ao Direit o I nt ernacional dos Refugiados e ao Direit o
I nt ernacional dos Direit os Hum anos.

Q2 3 . CESPE/ PM - AL/ 2 0 1 2
Com relação ao conceit o, à evolução e à abrangência dos direit os hum anos,
j ulgue o it em abaixo.
No século XX, inaugurou- se um a nova fase no sist em a de prot eção dos
direit os fundam ent ais, na m edida em que foi nele que os Est ados passaram
a acolher as declarações de direit os em suas Const it uições.

Q2 4 . CESPE/ PC- SE/ 2 0 1 2


Acerca da t eoria geral dos direit os hum anos e da dignidade da pessoa
hum ana, j ulgue o it em a seguir.
O direit o int ernacional dos direit os hum anos, fenôm eno que ant ecedeu à
Prim eira Guerra Mundial, pode ser conceit uado com o um a const rução
conscient e vocacionada a assegurar a dignidade hum ana.

Q2 5 . CESPE/ PRF/ 2 0 1 3
Julgue o it em subsecut ivo:
O sist em a global de prot eção dos direit os hum anos foi inst aurado pela Cart a
I nt ernacional dos Direit os Hum anos.

Q2 6 . CESPE/ PM - AL/ 2 0 1 2
Com relação ao conceit o, à evolução e à abrangência dos direit os hum anos,
assinale a opção corret a.
Com o fim da Prim eira Guerra Mundial, a est rut ura do direit o int ernacional
dos direit os hum anos com eçou a se consolidar. A essa época, os direit os
hum anos t ornaram - se um a legít im a preocupação int ernacional e, ent ão,
foram criados m ecanism os inst it ucionais e de inst rum ent os que levaram t ais
direit os a ocupar um espaço cent ral na agenda das organizações
int ernacionais.

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Q2 7 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
O regim e obj et ivo das norm as int ernacionais de direit os hum anos refere- se
às várias obrigações dos Est ados com os indivíduos que est ão sob sua
j urisdição, independent em ent e da nacionalidade da pessoa.

Q2 8 . CESPE/ AGU/ 2 0 0 4
Julgue o it em abaixo:
O Est ado não pode exim ir- se de sua responsabilidade int ernacional pela
violação de obrigações específicas relacionadas com a prot eção do direit o à
vida e à int egridade pessoal por m ot ivos de ordem int erna, com o a form a
federat iva do Est ado e a consequent e divisão de com pet ências m at eriais e
legislat ivas próprias à União e aos Est ados- Mem bros.

Q2 9 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
No que se refere à prot eção int ernacional dos direit os hum anos, que é
const it uída por m ecanism os unilat erais e colet ivos da responsabilidade
int ernacional do Est ado, j ulgue o it em abaixo.
O princípio inform ador do sist em a de relat órios, principal m ecanism o não
cont encioso, é o da reciprocidade, pelo qual se at ribui obrigação
int ernacional de respeit o aos direit os hum anos.

Q3 0 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
No que se refere à prot eção int ernacional dos direit os hum anos, que é
const it uída por m ecanism os unilat erais e colet ivos da responsabilidade
int ernacional do Est ado, j ulgue o it em abaixo.
Com pet e à Assem bleia Geral da Organização dos Est ados Am ericanos
apresent ar relat órios periódicos para a apuração da responsabilidade dos
Est ados- m em bros em relação aos direit os sociais.

Q3 1 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A nat ureza do sist em a de prot eção int ernacional dos direit os hum anos é de
dom ínio reservado do Est ado nos lim it es de sua soberania, possibilit ando a
responsabilização int ernacional do Est ado quando as inst it uições nacionais
forem om issas na t arefa de prot eger os direit os hum anos.

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Q3 2 . CESPE/ AGU/ 2 0 0 4
Julgue o it em abaixo:
O Est ado não pode exim ir- se de sua responsabilidade int ernacional pela
violação de obrigações específicas relacionadas com a prot eção do direit o à
vida e à int egridade pessoal por m ot ivos de ordem int erna, com o a form a
federat iva do Est ado e a consequent e divisão de com pet ências m at eriais e
legislat ivas próprias à União e aos Est ados- Mem bros.

Q3 3 . CESPE/ D PU/ 2 0 0 7
No que concerne à at uação int ernacional na área de direit os hum anos, j ulgue
os it ens a seguir.
A República Federat iva do Brasil, que reconhece a j urisdição obrigat ória da
Cort e I nt eram ericana de Direit os Hum anos, em nenhum m om ent o foi ré por
violações geradoras de responsabilidade int ernacional.

Q3 4 . CESPE/ I nst it ut o Rio Br a n co/ 2 0 1 0


Em relação ao direit o int ernacional dos direit os hum anos, j ulgue:
At ualm ent e, a garant ia da eficácia dos direit os hum anos com pet e
principalm ent e à Cort e Europeia dos Direit os Hum anos, com sede em
Est rasburgo, na França, e à Cort e I nt eram ericana de Direit os Hum anos,
sediada em São José da Cost a Rica.

Q3 5 . CESPE/ I nst it ut o Rio Br a n co/ 2 0 1 0


Em relação ao direit o int ernacional dos direit os hum anos, j ulgue:
O Direit o I nt ernacional Hum anit ário, cam po das ciências j urídicas com o
obj et ivo de prest ar assist ência às vít im as de guerra, surgiu, efet ivam ent e,
com a prim eira convenção de Genebra, em 1864.

Q3 6 . FCC/ D PE- SP/ 2 0 0 9


De acordo com o Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos, no t ocant e à
int erpret ação, em caso de conflit o, das norm as definidoras de direit os e
garant ias,
a) prevalece sem pre a norm a int erna.
b) norm a post erior derroga a ant erior.
c) norm a especial derroga a geral no que apresent a de específico.
d) prevalece sem pre a norm a m ais benéfica à pessoa hum ana.
e) prevalece sem pre a norm a int ernacional.

Q3 7 . CESPE/ I nst it ut o Rio Br a n co/ 2 0 0 9


Em 2009, com em oram - se 60 anos da assinat ura das quat ro Convenções de
Genebra de 1949, as quais, j unt am ent e com seus dois prot ocolos adicionais

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de 1977, são consideradas os principais inst rum ent os do direit o int ernacional
hum anit ário. Acerca desse ram o do direit o int ernacional público, j ulgue:
A assist ência hum anit ária, na form a de ações de socorro em ergencial de
índole hum anit ária, im parcial e não discrim inat ória, é direit o previst o pelo
direit o int ernacional hum anit ário, que pode ser levado a cabo por Est ados,
organizações int ernacionais e organizações não governam ent ais.

Q3 8 . CESPE/ I nst it ut o Rio Br a n co/ 2 0 0 9


Em 2009, com em oram - se 60 anos da assinat ura das quat ro Convenções de
Genebra de 1949, as quais, j unt am ent e com seus dois prot ocolos adicionais
de 1977, são consideradas os principais inst rum ent os do direit o int ernacional
hum anit ário. Acerca desse ram o do direit o int ernacional público, j ulgue:
A reciprocidade é um dos m ecanism os de im plem ent ação de norm as
hum anit árias ao facult ar, a um a das part es em com bat e, a inobservância
das obrigações assum idas na exat a proporção da violação sofrida.

Q3 9 . FGV/ Se na do Fe de r a l/ 2 0 0 8
Sobre a " Prot eção aos Direit os Hum anos" , analise as afirm at ivas a seguir:
I . Os Direit os I nt ernacionais de Prot eção à pessoa hum ana vêm a resguardar
o hom em quando o Est ado que o t ut ela falha ao fazê- lo.
I I . As regras de Direit o Hum anit ário, const ant es das Convenções de
Genebra, por se const it uírem em j us cogens são erga om nes.
I I I . O Tribunal Penal I nt ernacional é j urisdição não recepcionada pela
Const it uição Brasileira conform e seu art . 5o, inciso XXXVI I I , que não adm it e
j uízo ou t ribunal de exceção.
Assinale:
a) se som ent e a afirm at iva I I est iver corret a.
b) se som ent e as afirm at ivas I e I I est iverem corret as.
c) se som ent e as afirm at ivas I e I I I est iverem corret as.
d) se som ent e as afirm at ivas I I e I I I est iverem corret as.
e) se t odas as afirm at ivas est iverem corret as.

8 .2 – Ga ba r it o
Q1. A Q9. I NCORRETA Q17. I NCORRETA
Q2. E Q10. I NCORRETA Q18. I NCORRETA
Q3. C Q11. I NCORRETA Q19. CORRETA
Q4. C Q12. I NCORRETA Q20. CORRETA
Q5. E Q13. I NCORRETA Q21. I NCORRETA
Q6. B Q14. CORRETA Q22. E
Q7. I NCORRETA Q15. I NCORRETA Q23. I NCORRETA
Q8. CORRETA Q16. I NCORRETA Q24. I NCORRETA

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Q25. CORRETA Q30. I NCORRETA Q35. CORRETA
Q26. I NCORRETA Q31. I NCORRETA Q36. D
Q27. CORRETA Q32. CORRETA Q37. CORRETA
Q28. CORRETA Q33. I NCORRETA Q38. I NCORRETA
Q29. I NCORRETA Q34. I NCORRETA Q39. B

8 .3 - Qu e st õe s Com e n t a da s
Q1 . UECE- CEV/ SEAS- CE/ 2 0 1 7
Considerando as font es dos direit os hum anos, assinale a afirm ação
verdadeira.
a) As font es form ais dos direit os hum anos são os fat os sociais e ideias que
form am a convicção da necessidade de prot eger um valor ent endido com o
fundam ent al para a prom oção da dignidade hum ana.
b) As font es m at eriais dos direit os hum anos são as form as de expressão da
norm a j urídica que consagra direit os inerent es à dignidade hum ana. Em
regra, correspondem às font es do Direit o em geral e às do Direit o
I nt ernacional Público.
c) As font es m at eriais são, m orm ent e, os t rat ados e acordos int ernacionais.
d) As font es form ais dos direit os hum anos são as form as de expressão da
norm a j urídica que consagra direit os inerent es à dignidade hum ana. Em
regra, correspondem às font es do Direit o em geral e às do Direit o
I nt ernacional Público.

Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a. As font es form ais dos direit os hum anos são as
const it uições, as leis, as convenções int ernacionais e a j urisprudência dos
t ribunais.
A a lt e r n a t iva B est á incorret a. As font es m at eriais dos direit os hum anos são
divididas em diret as e indiret as. As diret as são os órgãos do poder polít ico e a
sociedade hum ana. Enquant o, as indiret as são a nat ureza hum ana, a razão, os
pensam ent os filosóficos, os fat ores m orais e os sociais, as revoluções e as
guerras, o progresso t écnico, as crenças religiosas.
A a lt e r na t iva C est á incorret a. As font es m at eriais são acont ecim ent os sociais
que im pulsionam a necessidade de se defender um det erm inado valor.
A a lt e r na t iva D est á corret a e é o gabarit o da quest ão. As font es form ais são as
form as de m anifest ação da norm a, sendo t rat ados, convenções, leis,
const it uições et c.

Q2 . FUN CAB/ PC- PA/ 2 0 1 6


Sobre o aspect o int ernacional dos direit os hum anos e seus t rat ados, est á
corret o afirm ar que:

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a) as sanções aplicadas pela Organização das Nações Unidas podem violar
os direit os hum anos em caso de rom pim ent o da paz.
b) é um direit o de prot eção que visa prot eger os est ados.
c) não cont ém aspect o ideológico e polít ico acent uado.
d) os direit os hum anos pert encem a j urisdição dom ést ica e ao dom ínio
reservado dos est ados.
e) o direit o int ernacional dos direit os hum anos não est á suj eit o ao princípio
da reciprocidade que dom ina o direit o int ernacional público.

Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva E est á corret a e é o gabarit o da quest ão.
o princípio da reciprocidade t em por obj et ivo garant ir que o m esm o t rat am ent o
dado por um Est ado a det erm inada quest ão t am bém será concret izado por out ro
país afet ado pela decisão do prim eiro. Cont udo, a reciprocidade não pode ensej ar
o desrespeit o aos direit os hum anos, conform e prevê a Convenção de Viena de
1969. A com posição do Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos apresent a
inúm eras peculiaridades em relação a out ras áreas do Direit o I nt ernacional
Público. O DI DH não est á suj eit o, por exem plo, ao princípio da reciprocidade que
dom ina o DI P principalm ent e nos aspect os econôm icos e polít icos.

Q3 . FCC/ SEGEP- M A/ 2 0 1 6
Em relação à prot eção int ernacional dos Direit os Hum anos:
a) O Direit o I nt ernacional Hum anit ário rest ringe- se à prot eção das
populações civis na hipót ese de conflit os arm ados, excluindo- se os m ilit ares
post os fora de com bat e.
b) O Direit o I nt ernacional dos Refugiados represent a a prot eção dos
refugiados em aspect os relat ivos ao deslocam ent o do seu local de residência
e à concessão do refúgio, não int eragindo com a prot eção dos direit os
hum anos em si.
c) O Direit o I nt ernacional Hum anit ário é m enos abrangent e que o Direit o
I nt ernacional dos Direit os Hum anos, t endo precedido hist oricam ent e est e
últ im o.
d) O Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos não incide na hipót ese de
conflit os arm ados int ernacionais e int ernos.
e) O Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos consolidou- se
norm at ivam ent e logo após a Prim eira Guerra Mundial, com a relat ivização
da soberania dos Est ados Nacionais e at ribuição ao indivíduo da condição de
suj eit o de direit os no plano int ernacional.

Com e nt á r ios

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A a lt e r na t iva A est á incorret a, pois o Direit o int ernacional Hum anit ário prot ege
t ant o a população civil, com o os m ilit ares.
A a lt e r na t iva B est á incorret a, vist o que o Direit os dos Refugiados é considerado
um dos grandes consect ários do Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos.
A a lt e r na t iva C est á corret a e é o gabarit o da quest ão. O Direit o I nt ernacional
dos Direit os Hum anos é gênero que com preende os Direit os Hum anos em sent ido
est rit o, o Direit o Hum anit ário e o Direit os dos Refugiados. Além disso, a prot eção
dos direit os daqueles que est ão envolvidos em guerra, prom ovido principalm ent e
pela Cruz Verm elha, foi denom inado direit o hum anit ário e const it ui um dos
precedent es hist óricos da int ernacionalização dos Direit os Hum anos.
A a lt e r n a t iva D est á incorret a. O Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos
incide t am bém na hipót ese de conflit os arm ados int ernacionais e int ernos.
A a lt e r na t iva E est á incorret a. A int ernacionalização e conscient ização com os
Direit os Hum anos ocorre no pós 2ª Guerra Mundial.

Q4 . FCC/ D PE- BA/ 2 0 1 6


No que t ange à responsabilização int ernacional do Est ado por violação de
com prom issos assum idos no âm bit o int ernacional,
a) em respeit o à soberania, o Est ado não pode ser responsabilizado,
int ernacionalm ent e, a fazer ou deixar de fazer algo no âm bit o int erno e as
condenações se lim it am a obrigações de dar.
b) prevalece que a responsabilidade é subj et iva, ou sej a prescinde de dolo
ou culpa para que o Est ado sej a responsabilizado.
c) prevalece que, em m at éria de Direit os Hum anos, a responsabilidade é
obj et iva, devendo haver a violação de um a obrigação int ernacional,
acom panhada do nexo de causalidade ent re a m encionada violação e o dano
sofrido.
d) o Est ado não é responsabilizado se com provar que invest igou e puniu os
seus agent es int ernos.
e) não há que se falar em responsabilização int ernacional, na m edida em
que não exist e um órgão int ernacional de execução de sent enças
condenat órias das cort es int ernacionais.

Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a, pois a soberania é exercício do m om ent o em que
o Est ado decide aderir a det erm inada organização ou t rat ado int ernacional. A
part ir desse m om ent o poderá ser responsabilizado.
A a lt e r na t iva B est á incorret a, pois a responsabilidade é obj et iva, independendo
da configuração de dolo ou de culpa.
A a lt e r na t iva C est á corret a. Conform e dit o, a responsabilidade é obj et iva.

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A a lt e r na t iva D est á incorret a, pois é necessário saber ser a responsabilização
foi adequada aos fat os prat icados.
Por fim , a a lt e r na t iva E est á t ot alm ent e equivocada. Cit e- se, com o exem plo de
órgão int ernacional que podem im por responsabilização int ernacional é a Cort e
I nt ernacional de Just iça, da ONU.

Q5 . CS- UFG/ D PE- GO/ 2 0 1 4


A cerca das t rês grandes vert ent es j urídicas da prot eção int ernacional da
pessoa hum ana – direit os hum anos, direit o hum anit ário e direit o dos
refugiados – exist em convergências e divergências. Nesse sent ido,
a) a visão com part im ent alizada dessas t rês grandes vert ent es encont ra- se
definit ivam ent e im plant ada na at ualidade.
b) a prát ica cont em porânea deixa de adm it ir a aplicação sim ult ânea de
norm as de prot eção do direit o int ernacional dos direit os hum anos, do direit o
int ernacional dos refugiados e do direit o int ernacional hum anit ário.
c) o processo de gradual dist anciam ent o e divergência do direit o
hum anit ário, com a prot eção int ernacional dos direit os hum anos, t em - se
m anifest ado nos planos norm at ivo, herm enêut ico e operacional.
d) o Est ado, na prot eção int ernacional da pessoa hum ana em t em po de paz,
est á isent o em seus deveres j urídicos de t om ar m edidas posit ivas para
prevenir, invest igar e sancionar violações dos direit os hum anos.
e) o reconhecim ent o, inclusive j udicial, do alcance e da dim ensão am plos
das obrigações convencionais de prot eção int ernacional da pessoa hum ana
assegura a cont inuidade do processo de expansão do direit o de prot eção.

Com e nt á r ios
A quest ão é dout rinária e segue, em grande m edida, o ent endim ent o de August o
Cançado Trindade, a respeit o das vert ent es dos Direit os Hum anos. Cont udo, para
resolver à quest ão não seria necessário conhecer o pensam ent o do aut or. Após
o est udo da aula de hoj e, com bom senso e razoabilidade era possível se chegar
à respost a corret a.
Vej am os cada um a das alt ernat ivas.
A a lt e r n a t iva A est á errada. Em regra, quest ões que afirm am ou excluem
perem pt oriam ent e det erm inadas regras, noções e conceit os t endem a serem a
erradas. É o que ocorre nest a alt ernat iva.
Afirm a- se que a visão com part im ent alizada das t rês vert ent es encont ra- se
“ de finit iva m e nt e im pla n t a da na r e a lida de ” . Em bora sem conhecer o
pensam ent o do aut or acim a cit ado não pudéssem os concluir com cert eza a
respeit o da alt ernat iva pela form a com o foi redigida poderíam os, ao m enos,
acredit ar que o exam inador t ent ou nos induzir a erro.

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De fat o, a alt ernat iva est á incorret a. Assim leciona o aut or 17 :
A visão com part im ent alizada das t rês grandes vert ent es da prot eção int ernacional da
pessoa hum ana encont ra- se hoj e definit ivam ent e superada. A dout rina e a prát ica
cont em porâneas adm it em , por exem plo, a aplicação sim ult ânea ou concom it ant e de norm as
de prot eção, sej a do direit o int ernacional dos direit os hum anos, sej a do direit o int ernacional
dos refugiados, sej a do direit o int ernacional hum anit ário. Passam os da
com part im ent alização à convergência.

A a lt e r na t iva B, do m esm o m odo, est á incorret a, j ust am ent e pelo que vim os
acim a. A prát ica cont em porânea, ao cont rário da visão com part im ent alizada
ant eriorm ent e defendida, crê num a aplicação convergent e das t rês vert ent es dos
Direit os Hum anos, com vist as a um a prot eção int egral da pessoa.
Assim , com o a quest ão ant erior, poderíam os concluir com o que est udam os at é
o present e, que quest ão não poderia est ar corret a. Lem bre- se que as diversas
disciplinas em t orno dos direit os hum anos possuem carát er com plem ent ar, de
m odo que som am forças com vist as à prot eção da pessoa.
A a lt e r na t iva C t am bém est á incorret a. Ant ônio August o Cançado Trindade 18 ao
t rat ar da prot eção às vít im as de conflit os int ernos e sit uações de em ergência
leciona:
Const it ui t arefa das m ais urgent es em nossos dias a de ident ificar os m eios pelos quais se
assegure que a aproxim ação ou convergência verificável nos últ im os anos ent re o direit o
int ernacional hum anit ário e a prot eção int ernacional dos direit os hum anos nos planos
norm at ivo, herm enêut ico e operacional se revert a efet iva e crescent em ent e em um a
ext ensão e fort alecim ent o do grau de prot eção dos direit os consagrados.

A a lt e r na t iva D est á incorret a, post o que o dever de prot eção e im plem ent ação
dos direit os hum anos é perene, não se esgot a, m uit o m enos se rest ringe aos
períodos cont urbados de det erm inada sociedade.
Sobre a t em át ica, expressam ent e ensina o aut or 19 acim a m encionado:
Os desenvolvim ent os recent es na prot eção int ernacional da pessoa hum ana, t ant o em
t em po de paz com o de conflit o arm ado ( supra) , realçam a obrigação geral da devida
diligência por part e do Est ado, que se desdobra em seus deveres j urídicos de t om ar m edidas
posit ivas para prevenir, invest igar e sancionar violações dos direit os hum anos, ( ...) .

Finalm ent e, a a lt e r na t iva E est á corret a e é o gabarit o da quest ão.

17
TRI NDADE, August o Cançado. D ir e it o I nt e r na ciona l dos D ir e it os H u m a n os, D ir e it o
I n t e r na cion a l H um a n it á r io e D ir e it o I n t e r n a ciona l dos Re fugia dos: Apr ox im a çõe s ou
Conve r gê ncia s. Disponível em :
ht t p: / / www.dhnet .org.br/ direit os/ m ilit ant es/ cancadot rindade/ cancado_ver.ht m , acesso em
19.10.2014, ( versão elet rônica) .
18
TRI NDADE, August o Cançado. D ir e it o I nt e r na ciona l dos D ir e it os H u m a n os, D ir e it o
I n t e r na cion a l H um a n it á r io e D ir e it o I n t e r n a ciona l dos Re fugia dos: Apr ox im a çõe s ou
Conve r gê ncia s, ( versão elet rônica) .
19
TRI NDADE, August o Cançado. D ir e it o I nt e r na ciona l dos D ir e it os H u m a n os, D ir e it o
I n t e r na cion a l H um a n it á r io e D ir e it o I n t e r n a ciona l dos Re fugia dos: Apr ox im a çõe s ou
Conve r gê ncia s, ( versão elet rônica) .

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Cit am os, novam ent e, o aut or 20 :
O reconhecim ent o, inclusive j udicial, do alcance e dim ensão am plos das obrigações
convencionais de prot eção int ernacional da pessoa hum ana assegura a cont inuidade do
processo de expansão do direit o de prot eção. As aproxim ações ou convergências ent re os
regim es com plem ent ares de prot eção, - ent re o direit o int ernacional dos direit os hum anos,
o direit o int ernacional hum anit ário e o direit o int ernacional dos refugiados, – dit adas pelas
próprias necessidades – de prot eção e m anifest adas nos planos norm at ivo, herm enêut ico e
operacional, cont ribuem à busca de soluções eficazes a problem as corrent es nest e dom ínio,
e ao aperfeiçoam ent o e fort alecim ent o da prot eção int ernacional da pessoa hum ana em
quaisquer sit uações ou circunst âncias.

Num prim eiro m om ent o a quest ão parece dificílim a. Ent ret ant o, um a leit ura
at ent a pode nos indicar o gabarit o sem m aiores problem as.
Opt am os por t razer est a quest ão pois, além de recent e e por t rat ar
especificam ent e de um pont o do edit al do nosso concurso, m uit as vezes em
provas podem os nos deparar com assunt os que parecem difíceis, cuj o t em a em
específico “ não sabem os” . Na realidade, com o conhecim ent o que se agregará ao
longo do curso e com t ranquilidade é possível resolvê- las, com t ranquilidade.

Q6 . FUM ARC/ PC- M G/ 2 0 1 4


Ao lado do sist em a global de prot eção dos direit os hum anos, exist em os
sist em as regionais. Os principais sist em as regionais de prot eção dos direit os
hum anos, não incipient es, são, EXCETO o
a) africano.
b) asiát ico.
c) europeu.
d) int eram ericano.

Com e nt á r ios
Trat a- se de quest ão sim ples, que envolve t ão som ent e o conhecim ent o dos
sist em as int ernacionais de Direit os Hum anos.
Com o est udam os, o Sist em a Global de Direit os Hum anos convive com os
sist em as regionais, ent re os quais dest acam - se o Sist em a Europeu, o Sist em a
Am ericano e o Sist em a Africano.
Quant o aos países asiát icos não há um a organização efet iva em t orno da prot eção
int ernacional dos Direit os Hum anos, lim it ando- se os países a criarem , segundo
suas concepções, m ecanism os int ernos de prot eção. Adem ais, conform e regist ra
a dout rina, o cont inent e asiát ico congrega diversos países dit at oriais, cuj a ordem
e regram ent o int ernos não coadunam com a prot eção int ernacional dos Direit os
Hum anos.

20
TRI NDADE, August o Cançado. D ir e it o I nt e r na ciona l dos D ir e it os H u m a n os, D ir e it o
I n t e r na cion a l H um a n it á r io e D ir e it o I n t e r n a ciona l dos Re fugia dos: Apr ox im a çõe s ou
Conve r gê ncia s, ( versão elet rônica) .

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Em razão disso, a a lt e r na t iva B é a incorret a e, logo, gabarit o da quest ão.

Q7 . CESPE/ D PE- RR/ 2 0 1 3


No que concerne à prot eção int ernacional dos direit os hum anos, j ulgue o
it em abaixo.
A Declaração dos Direit os do Hom em e do Cidadão, dat ada de 1948, foi o
m arco da int ernacionalização da prot eção aos direit os hum anos.

Com e nt á r ios
A Declaração dos Direit os do Hom em e do Cidadão ( Déclarat ion des Droit s de
l'Hom m e et du Cit oyen, ao lado) , que dat a de 1789, é docum ent o culm inant e da
Revolução Francesa, que definiu diversos direit os fundam ent ais de carát er
universal.
Com o se vê a quest ão t ent ou confundir o docum ent o acim a com a Declaração
Universal dos Direit os Hum anos ( DUDH) , que dat a de 1948, a m arca a
int ernacionalização dos Direit os Hum anos.

D ECLARAÇÃO D OS D I REI TOS


D O H OM EM E D O CI D AD ÃO
1789
Docum ent o edit ado no auge da
Re voluçã o Fr a nce sa , que at ribuiu
direit o aos diversos est am ent os da
sociedade francesa.
Ent re out ros direit os foram
assegurados direit os de liberdade.

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D ECLARAÇÃO UN I VERSAL D E
D I REI TOS H UM AN OS
1948
Resolução edit ada no pós- 2 ª
Gue r r a M undia l volt ada para a
prot eção dos direit os hum anos.
Foram expressados e discrim inados
direit os de prim eira e de segunda
dim ensão. Além disso, há
referência aos direit os de t erceira
dim ensão.

Logo, a assert iva est á incor r e t a .

Q8 . CESPE/ D PE- RR/ 2 0 1 3


No que concerne à prot eção int ernacional dos direit os hum anos, j ulgue o
it em abaixo.
O sist em a global de prot eção dos direit os hum anos est á est rut urado com
base em um a série de docum ent os, ent re os quais se dest acam o Pact o
I nt ernacional de Direit os Civis e Polít icos e o Pact o I nt ernacional dos Direit os
Econôm icos, Sociais e Cult urais.

Com e nt á r ios
Est udarem os adiant e cada um desses t rat ados int ernacionais de form a det alhada.
Por ora devem os lem brar que ao lado da DUDH, o Pact o I nt ernacional de Direit os
Civis e Polít icos e o Pact o I nt ernacional dos Direit os Econôm icos, Sociais e
Cult urais const it uem os principais docum ent os int ernacionais do Sist em a Global.
A assert iva est á cor r e t a .

Q9 . CESPE/ D PE- RR/ 2 0 1 3


No que concerne à prot eção int ernacional dos direit os hum anos, j ulgue o
it em abaixo.
Os sist em as global e regional de prot eção aos direit os hum anos são
dicot ôm icos.

Com e nt á r ios
Dicot ôm ico significa a cisão, divisão. Assim , quest iona a assert iva se os sist em as
são separados, cindidos em global e regional. Ficou fácil, não?!
Est á incor r e t a a assert iva um a vez que os sist em as de Direit os Hum anos são
com plem ent ares e obj et ivam a int egral prot eção dos direit os hum anos.

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Podem os est abelecer um a relação ent re o Sist em a Global com o sist em a regional
respect ivo e sist em a int erno de prot eção aos direit os hum anos.
Cada país possui um a organização específica em relação ao t em a, denom inados
sist em as nacionais de prot eção aos Direit os Hum anos.
Port ant o, com influência sobre as relações j urídicas no Brasil t em os um sist em a
int erno de prot eção aos direit os hum anos, que convivem com o sist em a
am ericano de direit os hum anos e com o sist em a global de direit os hum anos.
Sist em a
I nt erno de
Prot eção aos
Direit os
Hum anos

PROTEÇÃO
D OS
D I REI TOS
H UM AN OS
N O BRASI L
Sist em a
Sist em a Global
Am ericano de
de Prot eção
Prot eção aos
aos Direit os
Direit os
Hum anos
Hum anos

Esses sist em as são caract erizados pelo int e r - r e la cion a m e nt o e nt r e e sse s


dive r sos sist e m a s de prot eção, que at uam de form a com plem ent ar e
subsidiário em relação aos sist em as int ernacionais.
De form a sim ples podem os afirm ar que os sist em as int ernacionais são acionados
apenas quando não houver garant ia int erna ou os inst rum ent os previst os não são
suficient es para garant ir o direit o.
Já no âm bit o int ernacional os sist em as global e regional convivem e aplicam - se
de form a com plem ent ar.

Q1 0 . CESPE/ D PE- RR/ 2 0 1 3


No que concerne à prot eção int ernacional dos direit os hum anos, j ulgue o
it em abaixo.
A rígida hierarquia ent re os sist em as de prot eção aos direit os hum anos
im põe a int eração ent re os sist em as nacional e regional, m as exclui a
int eração diret a ent re o sist em a nacional e o global.

Com e nt á r ios

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Ao se falar em relacionam ent o ent re os sist em as, podem os vislum brar t rês
possibilidades de relação, conform e esquem a ao lado.
S I STEM AS
I N TERN OS D E
CAD A P AÍ S

S I STEM AS S I STEM A
R EGI ON AI S G LOBAL

A prim eira prem issa que devem os fixar é a seguint e:

Os sist em as int ernacionais de prot eção aos


Direit os Hum anos ( globais ou regionais) são
subsidiários ao dever int erno de at uação.

Ent re os sist em as int ernacionais, por sua vez, há r e la çã o de


com ple m e nt a r ida de . I sso significa dizer que um sist em a com plem ent a out ro
para a m elhor prot eção aos direit os hum anos.
Assim :

• A m áxim a efet ividade dos sist em as de prot eção


• A relação de com plem ent aridade ent re sist em as
I N TER- RELACI ON AM EN TO para a int egral prot eção aos direit os hum anos
EN TRE SI STEM AS • A aplicação da norm a m ais favorável à vít im a de
violação ao seu direit o hum ano, quando t ut elado
por dois ou m ais sist em as.

Logo, a assert iva est á incor r e t a .

Q1 1 . CESPE/ OAB/ 2 0 0 9
Julgue o it em abaixo.
No âm bit o do direit o int ernacional, a soberania, im port ant e caract eríst ica do
palco int ernacional, significa a possibilidade de celebração de t rat ados sobre
direit os hum anos com o consent im ent o do Tribunal Penal Perm anent e.

Com e nt á r ios
Est á perfeit a a quest ão, excet o pelo fat o de que é necessário o consent im ent o do
Tribunal Penal Perm anent e Conform e est udam os na aula de hoj e, a soberania
est at al m anifest a- se j ust am ent e na celebração dos t rat ados int ernacionais de
direit os hum anos.

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Logo, a assert iva est á incor r e t a .

Q1 2 . CESPE/ TRF3 ª / 2 0 1 1
Assinale a opção corret a relat ivam ent e aos m ecanism os de im plem ent ação
dos direit os hum anos no plano int ernacional, j ugue o it em abaixo.
Na at ualidade, exist em apenas duas cort es regionais em funcionam ent o: a
Cort e I nt eram ericana de Direit os Hum anos e a Cort e Europeia de Direit os.

Com e nt á r ios
Fácil, não? Exist e, para além dos sist em as cit ados, o Sist em a Africano de Direit os
Hum anos, conform e vim os em quest ões ant eriores.
Logo, a assert iva est á incor r e t a .

Q1 3 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
At ualm ent e, os direit os e garant ias fundam ent ais est ão inseridos em
dist int os t ext os const it ucionais de diferent es países. Tal presença é um a
conquist a hist órica ocorrida por ações concret as realizadas no passado. A
Cart a das Nações Unidas de 1945, exem plo de um a dessas ações concret as,
consolidou, j unt o com a UDHR, o m ovim ent o de int ernacionalização dos
direit os hum anos. Tendo em vist a essa inst it ucionalização j ulgue o it em
abaixo.
A est rut ura de prot eção do direit o int ernacional é concent rada na ONU.

Com e nt á r ios
Vim os que a est rut ura do Direit o I nt ernacional de direit os hum anos engloba
sist em as globais e sist em as regionais. O sist em a global at ualm ent e com preende
a ONU, ao passo que o sist em a regional com preende sist em a europeu, africano
e am ericano.
Logo, a assert iva est á incor r e t a , pois a ONU concent ra apenas o sist em a global.

Q1 4 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
At ualm ent e, os direit os e garant ias fundam ent ais est ão inseridos em
dist int os t ext os const it ucionais de diferent es países. Tal presença é um a
conquist a hist órica ocorrida por ações concret as realizadas no passado. A
Cart a das Nações Unidas de 1945, exem plo de um a dessas ações concret as,
consolidou, j unt o com a UDHR, o m ovim ent o de int ernacionalização dos
direit os hum anos. Tendo em vist a essa inst it ucionalização j ulgue o it em
abaixo.
A prot eção int ernacional pode ser vist a, ent re out ros, em dois planos:
sist em a global ( ONU) e sist em a regional ( OEA) .

Com e nt á r ios

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Ao lado do Sist em a Global dos direit os hum anos, capit aneado pela ONU, est ão
present es os sist em as regionais. No âm bit o do Est ado brasileiro é aplicável o
Sist em a Am ericano, que é coordenado pela Organização dos Est ados Am ericanos
( OEA) .
Logo, a assert iva est á cor r e t a .

Q1 5 . CESPE D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos est á desvinculada do processo
de universalização dos direit os hum anos.

Com e nt á r ios
Not em que a assert iva por si só não faz sent ido, pois a prot eção int ernacional
dos direit os hum anos est á t ot alm ent e at relada à universalização da disciplina.
A assert iva est á incor r e t a .

Q1 6 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A nat ureza diplom át ica da prot eção int ernacional dos direit os hum anos
at ribui aos Est ados o dever de prot eger t ant o os nacionais quant o os
est rangeiros que se encont rem em t errit ório pát rio, do que se depreende
que a nacionalidade t em especial im port ância nesse cont ext o.

Com e nt á r ios
Com o a prot eção dos direit os hum anos deve ser est endida aos nacionais e aos
est rangeiros, de form a que int eressa apenas o fat o de ser hum ano, não
int eressando a nacionalidade do indivíduo.
Sobre o assunt o, leciona André de Carvalho Ram os 21 :
O fundam ent o da prot eção diplom át ica est á no supost o dever int ernacional de t odos os
est ados de fornecer um t rat am ent o considerado int ernacionalm ent e adequado aos
est rangeiros em seu t errit ório. Ent ão, o dano ao est rangeiro é um dano indiret o ao Est ado
de sua nacionalidade.

Dest a form a, a assert iva est á incor r e t a .

21
RAMOS, André de Carvalho. Re spon sa bilida de I n t e r na cion a l por Viola çã o dos D ir e it os
H u m a nos. 1ª ed. Rio de Janeiro: Edit ora Renovar, 2004, p. 44/ 45.

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Façam os um parênt ese, em razão do que prevê o caput do art . 5º da CF:
Art . 5º Todos são iguais perant e a lei, sem dist inção de qualquer nat ureza, garant indo- se
aos brasileiros e aos est rangeiros resident es no País a inviolabilidade do direit o à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos t erm os seguint es: ( ...) .

Dessa form a, em relação aos suj eit os prot egidos pelos direit os e garant ias
fundam ent ais previst as no art . 5º , a CF assegura os direit os ali indicados t ant o
aos br a sile ir os com o a os e st r a nge ir os r e side nt e s no Pa ís.
Em regra t ais direit os dizem respeit o apenas às pessoas físicas, ao indivíduo. Est e
é o princípio geral. Ent ret ant o, a depender das circunst âncias fát icas os direit os
fundam ent ais podem ser aplicados aos ent es j urídicos públicos e privado.
Há, inclusive, vários direit os arrolados nos incisos do art . 5º se est endem às
pessoas j urídicas, t ais com o o princípio da isonom ia, o princípio da legalidade, o
direit o de respost a, o direit o de propriedade, o sigilo da correspondência e das
com unicações em geral, a inviolabilidade do dom icílio, a garant ia do direit o
adquirido, ao at o j urídico perfeit o e à coisa j ulgada, assim com o a prot eção
j urisdicional e o direit o de im pet rar m andado de segurança.
Não há, por out ro lado, m enção expressa para a prot eção dos direit os
fundam ent ais do est rangeiro não resident e, que est ej a apenas de passagem pelo
nosso país com o, por exem plo, para férias. A CF m enciona os br a sile ir os e
e st r a nge ir os r e side nt e s n o Pa ís. Caso se faça um a in t e r pr e t a çã o lit e r a l do
t ext o do art . 5º , caput , o est rangeiro não resident e não gozaria de nenhum dos
direit os e garant ias enunciados.
Cuida do, e sse e nt e ndim e nt o nã o é cor r e t o! O ent endim ent o at ual é no
sent ido de que t odas as pessoas que est ivem em nosso t errit ório, t ão som ent e
pela condição de pessoa, devem t er seus direit os e garant ias fundam ent ais
respeit ados.

Q1 7 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A nat ureza do sist em a de prot eção int ernacional dos direit os hum anos é de
dom ínio reservado do Est ado nos lim it es de sua soberania, possibilit ando a
responsabilização int ernacional do Est ado quando as inst it uições nacionais
forem om issas na t arefa de prot eger os direit os hum anos.

Com e nt á r ios
A assert iva parece est ar corret a, cont udo, com o vim os na part e de lim it ação dos
direit os hum anos, a prot eção dos direit os hum anos não est á lim it ada à soberania.
Na realidade, a soberania é cada vez m ais m it igada para um a im plem ent ação
int egral dos direit os hum anos.

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Out ra inform ação im port ant e dest a quest ão e que est á corret a é o fat o de que a
prot eção int ernacional é subsidiária. Vale dizer, som ent e haverá
responsabilização do Est ado, caso os m ecanism os int ernos forem om issos ou
insuficient es.
Logo, a assert iva est á incor r e t a .

Q1 8 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com relação aos m ecanism os int ernacionais de prot eção e m onit oram ent o
dos direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
Além da Declaração Universa dos Direit os Hum anos de 1948 não há out ros
docum ent os relevant es no âm bit o da prot eção int ernacional global dos
direit os hum anos.

Com e nt á r ios
Muit o são os docum ent os que regem a prot eção int ernacional global dos direit os
hum anos. Assim , int egram o sist em a global de prot eção, além da Declaração
Universal dos direit os Hum anos, os seguint es docum ent os int ernacionais: Cart a
das Nações Unidas; Pact o I nt ernacional dos Direit os Civis e Polít icos; Pact o
I nt ernacional dos Direit os Econôm icos, Sociais e Cult urais; Convenção cont ra a
Tort ura e out ros Trat am ent os ou Penas Cruéis, Desum anos ou Degradant es;
Convenção sobre a Elim inação de Todas as Form as de Discrim inação Cont ra a
Mulher; Convenção sobre a Elim inação de Todas as Form as de Discrim inação
Racial; e Convenção sobre os Direit os da Criança.
Logo est á incor r e t a a assert iva.

Q1 9 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com relação aos m ecanism os int ernacionais de prot eção e m onit oram ent o
dos direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
Quando foi adot ada e proclam ada por resolução da Assem bleia Geral das
Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direit os Hum anos, apesar de não
t er sido aceit o por t odos os países, t eve grande im port ância hist órica.

Com e nt á r ios
De fat o, quando adot ada e prom ulgada pela ONU, em 1948, a Declaração
Universal de Direit os Hum anos não foi aceit a por t odos os países. Não obst ant e
isso, sua im port ância hist órica é incont est ável, um a vez que serviu de base para
a expansão dos direit os hum anos com o um t odo e para a criação de vários out ros
t rat ados int ernacionais sobre o t em a, com o o Pact o I nt ernacional dos Direit os
Civis e Polít icos, e o Pact o I nt ernacional sobre os Direit os Econôm icos, Sociais e
Cult urais, que serão est udados nas próxim as aulas.
Assim , cor r e t a a assert iva.

Q2 0 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9

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Com relação aos m ecanism os int ernacionais de prot eção e m onit oram ent o
dos direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A ONU nasceu com diversos obj et ivos, com o a m anut enção da paz e
segurança int ernacionais, assim , a prot eção int ernacional dos direit os
hum anos est ava incluída ent re eles.

Com e nt á r ios
A ONU foi criada após a 2ª Grande Guerra, em 1945, j ust am ent e pela
necessidade art iculação de um órgão int ernacional que coordenasse a prot eção
dos direit os hum anos, t endo em vist a as barbaridades perpet radas cont ra a
hum anidade durant e os com bat es arm ados. A expansão dos Direit os Hum anos
ocorre j ust am ent e após a 2ª Guerra e a criação da ONU.
Port ant o, a assert iva est á t ot alm ent e cor r e t a .

Q2 1 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com relação aos m ecanism os int ernacionais de prot eção e m onit oram ent o
dos direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
O Tribunal de Nurem berg não t eve nenhum papel hist órico na
int ernacionalização dos direit os hum anos.

Com e nt á r ios
Desde a 1ª Guerra Mundial discut ia- se a
criação de t ribunais penais int ernacionais
para j ulgam ent o de crim es de guerra.
Cont udo, apenas com a m obilização em
razão das at rocidades da 2ª Guerra
Mundial é que finalm ent e há, em 1945, a
criação de t al t ribunal.
Assim , em 08.07.1945, em Londres, foi
inst it uído um t ribunal int ernacional
m ilit ar, denom inado post eriorm ent e de
Tribunal de Nurem berg. Ent re as part es
que part iciparam da const it uição do referido órgão j ulgadores est ão o Reino
Unido, Est ados Unidos, União Soviét ica e França.
Trat ou- se de um t ribunal de exceção que j ulgou 24 nazist as int egrant es da SS,
Gest apo, Part ido Nazist a, ent re out ros. Em bora crit icado por se const it uir em um
t ribunal form ado após a prát ica dos crim es, é fundado no direit o int ernacional
consuet udinário de punição daqueles que com et eram crim es cont ra os valores
essenciais da com unidade int ernacional.
O referido t ribunal adot ou os seguint es princípios:

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PRI N CÍ PI OS D E N UREM BERG

• 1º ) t odo aquele que com et e at o que consist e em crim e int ernacional é passível
de punição;
• 2º ) lei nacional que não considera o at o crim e é irrelevant e;
• 3º ) as im unidades locais são irrelevant es;
• 4º ) a obediência às ordens superiores não são exim ent es;
• 5º ) t odos os acusados t êm direit o ao devido processo legal;
• 6º ) são crim es int ernacionais os j ulgados em Nurem berg;
• 7º ) conluio para com et er t ais at os é crim e.

Dessa form a, é evident e a im port ância do Tribunal de Nurem berg, que t eve um
papel hist órico significat ivo na int ernacionalização de direit os hum anos, t endo em
vist a que m uit os dos crim es lá j ulgados foram considerados post eriorm ent e com o
crim es cont ra a hum anidade e encont ram - se t ipificados int ernacionalm ent e.
Port ant o, incor r e t a a assert iva.

Q2 2 . FCC/ D PE- PR/ 2 0 1 2


O Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos, o Direit o I nt ernacional
Hum anit ário e o Direit o I nt ernacional dos Refugiados são const it uídos, cada
um deles, por dist int os conj unt os norm at ivos que, no ent ant o,
gradualm ent e, evoluíram de um funcionam ent o com part im ent alizado para
um a crescent e int eração. Sobre o relacionam ent o dessas t rês vert ent es da
Prot eção I nt ernacional da Pessoa Hum ana é I NCORRETO afirm ar:
a) De um a m aneira geral, pode- se dizer que as sit uações específicas não
prot egidas pelo Direit o I nt ernacional Hum anit ário e pelo Direit o
I nt ernacional dos Refugiados são abarcadas pelo Direit o I nt ernacional dos
Direit os Hum anos.
b) A relação ent re Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos e Direit o
I nt ernacional dos Refugiados lança luz sobre a dim ensão prevent iva da
prot eção da pessoa hum ana no plano int ernacional, pois, as violações
sist em át icas de direit os hum anos em det erm inado país levam ao
deslocam ent o de indivíduos para out ras regiões, em função dos t em ores de
perseguição por m ot ivos de raça, religião, nacionalidade ou opinião polít ica.
c) A prot eção de vít im as em conflit os int ernos e sit uações de em ergência
const it ui um profícuo cam po de int eração ent re o Direit o I nt ernacional
Hum anit ário e o Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos.
d) Pela Cláusula de Mart ens, inst it ut o de Direit o I nt ernacional Hum anit ário,
nas sit uações não previst as, t ant o os com bat ent es, quant o os civis, ficam
sob a prot eção e a aut oridade dos princípios do direit o int ernacional, o que
abre espaço para a incidência do Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos.
e) O princípio do non- refoulem ent , inst it ut o de Direit o I nt ernacional
Hum anit ário aceit o e reconhecido pela com unidade int ernacional com o j us

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cogens, aplica- se ao Direit o I nt ernacional dos Refugiados e ao Direit o
I nt ernacional dos Direit os Hum anos.

Com e nt á r ios
As quest ões de Defensoria Pública sem pre são ót im as para aprofundarm os o
est udo. Vej am os cada um a das alt ernat ivas.
A a lt e r na t iva A est á corret a. As vert ent es que est udam os at uam no sent ido de
prot eger de form a int egral os direit os hum anos. Assim , a pessoa est iver envolvida
em conflit os arm ados, será prot egida pelo Direit o Hum anit ário, se for o caso de
refugiado a prot eção ocorrerá pelas regras dos Direit os dos Refugiados. Em
relação às dem ais pessoas, a prot eção observará os Direit os Hum anos ( st rict o
sensu) , ou segundo a quest ão Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos.
==2a20b==

É j ust am ent e em face dessa com plet ude alm ej ada pelas vert ent es, que a visão
com part im ent alizada é crit icada pela dout rina.
A a lt e r na t iva B est á corret a. Especialm ent e em relação aos refugiados, busca-
se criar um arcabouço j urídico prot et ivo, com vist as a prot egê- los caso sej am
inseridos na condição de refugiados. Adem ais, t oda a prot eção int ernacional dos
Direit os Hum anos m ira à criação de regras com vist as à prevenção de violações
aos direit os m ais básicos.
A a lt e r na t iva C est á corret a. O Direit o Hum anit ário é um a das vert ent es de
prot eção int ernacional dos Direit os Hum anos, t endo por obj et ivo prot eger as
pessoas envolvidas em conflit os arm ados. Devem os lem brar que essa prot eção
abrange não apenas os civis que est ão em zona de guerra, m as os com bat ent es
e prisioneiros de guerra.
A a lt e r n a t iva D t am bém est á corret a. Em bora não t enham os t rat ado dessa
cláusula ao longo da aula é sem pre im port ant e agregar conhecim ent os. Por essa
cláusula fixa- se que quando det erm inado sist em a norm at ivo falhar ou se
apresent ar de form a incom plet a, é possível a ut ilização de norm as de princípios
de Direit o I nt ernacional para a defesa. A ideia é evit ar que a prot eção de
det erm inado direit o fique adst rit a às regras prescrit as nos docum ent os
int ernacionais. Trat a- se, port ant o, de um a cláusula que confere abert ura ao
sist em a de prot eção int ernacional dos Direit os Hum anos.
Finalm ent e, a a lt e r na t iva E est á incorret a e é o gabarit o da quest ão. Essa foi
m aldosa, pois o princípio do non- refoulem ent aplica- se apenas ao Direit o
Hum anit ário. Assent a- se que nenhum país poderá expulsar pessoas que se
encont rem am eaçadas em razão da et nia, religião, nacionalidade, grupo social ou
opinião polít ica. Esse princípio dest aca a pret ensão prevent iva conferida ao
Direit o Hum anit ário.
Esse princípio, cont udo, não inform a o Direit o I nt ernacional dos Direit os
Hum anos. Por isso do erro da alt ernat iva. De acordo com part e da dout rina, o
Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos é inform ado pelos princípios da
neut ralidade, da não- discrim inação e a da hum anidade.

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curso regular em teoria e exercícios 02
Q2 3 . CESPE/ PM - AL/ 2 0 1 2
Com relação ao conceit o, à evolução e à abrangência dos direit os hum anos,
j ulgue o it em abaixo.
No século XX, inaugurou- se um a nova fase no sist em a de prot eção dos
direit os fundam ent ais, na m edida em que foi nele que os Est ados passaram
a acolher as declarações de direit os em suas Const it uições.

Com e nt á r ios
A prim eira vez em que houve declaração de direit os em docum ent o escrit os
rem ont a da baixa idade m édia, com a elaboração da Magna Cart a, de 1215,
quando houve a previsão para assegurar direit os de liberdade com o m anifest ação
inicial dos Direit o Hum anos.
Logo a assert iva est á incor r e t a .

Q2 4 . CESPE/ PC- SE/ 2 0 1 2


Acerca da t eoria geral dos direit os hum anos e da dignidade da pessoa
hum ana, j ulgue o it em a seguir.
O direit o int ernacional dos direit os hum anos, fenôm eno que ant ecedeu à
Prim eira Guerra Mundial, pode ser conceit uado com o um a const rução
conscient e vocacionada a assegurar a dignidade hum ana.

Com e nt á r ios
A quest ão est á incor r e t a , um a vez que a int ernacionalização dos direit os
hum anos é um a const rução pós Segunda Guerra Mundial. Após a Prim eira Guerra
Mundial falava- se apenas em Direit o Hum anit ário e não de form a
int ernacionalizada.

Q2 5 . CESPE/ PRF/ 2 0 1 3
Julgue o it em subsecut ivo:
O sist em a global de prot eção dos direit os hum anos foi inst aurado pela Cart a
I nt ernacional dos Direit os Hum anos.

Com e nt á r ios
A present e quest ão é bast ant e sim ples. O Sist em a Global de Direit os Hum anos é
coordenado pela ONU, que foi criado pela Cart a das Nações Unidas. Em seguida,
a Assem bleia Geral da ONU edit a a Declaração Universal dos Direit os Hum anos.
Esse docum ent o, j unt am ent e com o Pact o I nt ernacional dos Direit o Civis e Polít ico
e os Pact o I nt ernacionais dos Direit os econôm icos, sociais e cult urais form am - se
o que a dout rina denom ina de Ca r t a I nt e r na ciona l dos D ir e it os H um a nos.

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CARTA • Declaração Universal dos Direit os Hum anos


I N TERN ACI ON AL • Pact o I nt ernacional dos Direit os Civis e Polít icos
D OS D I REI TOS • Pact o I nt ernacional dos Direit os Econôm icos, Sociais e
H UM AN OS Cult urais

Logo, a assert iva est á cor r e t a .

Q2 6 . CESPE/ PM - AL/ 2 0 1 2
Com relação ao conceit o, à evolução e à abrangência dos direit os hum anos,
assinale a opção corret a.
Com o fim da Prim eira Guerra Mundial, a est rut ura do direit o int ernacional
dos direit os hum anos com eçou a se consolidar. A essa época, os direit os
hum anos t ornaram - se um a legít im a preocupação int ernacional e, ent ão,
foram criados m ecanism os inst it ucionais e de inst rum ent os que levaram t ais
direit os a ocupar um espaço cent ral na agenda das organizações
int ernacionais.

Com e nt á r ios
Com o vim os a consolidação dos Direit os Hum anos é algo que ocorreu
paulat inam ent e, expandindo- se a cada confluência social. De t odo m odo, o
regist ro m arcant e a despert ar a preocupação da com unidade int ernacional
quant o a t em át ica prot et iva dos direit os hum anos, foi a 2ª Guerra Mundial e não
com a 1ª Guerra Mundial.
Para facilit ar, podem os fazer a seguint e associação:
 D A 1 ª GUERRA M UN D I AL – LI GA D AS N AÇÕES  fr a ca ssou
 D A 2 ª GUERRA M UN D AL – ON U  consolidou a pr ot e çã o
int e r na ciona l dos D ir e it os H um a nos.
Logo, a assert iva est á incor r e t a .

Q2 7 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
O regim e obj et ivo das norm as int ernacionais de direit os hum anos refere- se
às várias obrigações dos Est ados com os indivíduos que est ão sob sua
j urisdição, independent em ent e da nacionalidade da pessoa.

Com e nt á r ios
O Est ado, ao firm ar um t rat ado int ernacional, não assum e direit os e obrigações
recíprocas, m as apenas a obrigação perant e a com unidade int ernacional e
perant e os indivíduos que com port am esse Est ado, de respeit ar os direit os
hum anos.

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A lógica dos t rat ados int ernacionais de nat ureza com ercial, por exem plo, é a
fixação de vant agens recíprocas, fundada na lógica da oport unidade, no qual as
part es acordant es est abelecem ônus e deveres. Em sede de prot eção
int ernacional dos Direit os Hum anos, o regim e é obj et ivo, diret o: t odos convergem
exclusivam ent e com a pret ensão de verem assegurados os direit os hum anos.
Assim :
t rat ados de direit os hum anos
N ATUREZA O BJETI VA DA
preveem som ent e obrigações aos
P ROTEÇÃO Est ados

Com o a assert iva bem represent a conceit o de regim e obj et ivo de prot eção ela
est á cor r e t a .

Q2 8 . CESPE/ AGU/ 2 0 0 4
Julgue o it em abaixo:
O Est ado não pode exim ir- se de sua responsabilidade int ernacional pela
violação de obrigações específicas relacionadas com a prot eção do direit o à
vida e à int egridade pessoal por m ot ivos de ordem int erna, com o a form a
federat iva do Est ado e a consequent e divisão de com pet ências m at eriais e
legislat ivas próprias à União e aos Est ados- Mem bros.

Com e nt á r ios
A quest ão envolve a discussão em t orno da assunção de responsabilidades
int ernacionais pelo Est ado e a divisão de funções num Est ado Federado.
Vej am os com calm a!
Poderia, por exem plo, o Est ado brasileiro alegar que não cum priu det erm inada
prescrição int ernacional um a vez que a m at éria é de com pet ência dos est ados-
m em bros e est es não observaram regras que lhes são próprias? Evident em ent e
que não!
O Poder Execut ivo – m ais especificam ent e o President e na condição de Chefe de
Est ado – represent a e prest a cont as do Est ado brasileiro na seara int ernacional.
Dessa form a
As m at érias enunciadas são norm as de direit os fundam ent ais e, logo, const it uem
obrigação dos Est ados observá- los. Caso não sej am respeit adas as regras
int ernacionais pelos est ados- m em bros da federação, surge para o ent e federal o
dever de agir dent ro dos lim it es inst it ucionais do pact o federat ivo para corrigir
t ais desvios, sob pena de om issão culposa do Est ado.
Assim , a União será responsabilizada não pela ação, m as pela om issão culposa
ao não em preender esforços para que as regras sej am observadas pelos dem ais
ent es federat ivos.
Logo, a assert iva est á cor r e t a .

Q2 9 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1

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No que se refere à prot eção int ernacional dos direit os hum anos, que é
const it uída por m ecanism os unilat erais e colet ivos da responsabilidade
int ernacional do Est ado, j ulgue o it em abaixo.
O princípio inform ador do sist em a de relat órios, principal m ecanism o não
cont encioso, é o da reciprocidade, pelo qual se at ribui obrigação
int ernacional de respeit o aos direit os hum anos.

Com e nt á r ios
O princípio inform ador do sist em a de relat órios não é o princípio da reciprocidade,
conform e const a da quest ão. O sist em a de relat órios é regido pelo pr incípio da
coope r a çã o int e r na ciona l e a busca de evolução na prot eção de direit os
hum anos, baseado no consenso ent re o Est ado e o órgão int ernacional. Observe
que a banca t ent ou confundir o candidat o, um a vez que o princípio da
reciprocidade exige obrigações m út uas, quando o est ado em issor t em um a
obrigação unilat eral de enviar relat órios ao órgão int ernacional.
Lem bre- se:

O m ecanism o de relat ório é inform ado PRI N CÍ PI O D A COOPERAÇÃO


pelo... I N TERN ACI ON AL

Dest a form a, est á incor r e t a a assert iva.

Q3 0 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
No que se refere à prot eção int ernacional dos direit os hum anos, que é
const it uída por m ecanism os unilat erais e colet ivos da responsabilidade
int ernacional do Est ado, j ulgue o it em abaixo.
Com pet e à Assem bleia Geral da Organização dos Est ados Am ericanos
apresent ar relat órios periódicos para a apuração da responsabilidade dos
Est ados- m em bros em relação aos direit os sociais.

Com e nt á r ios
A com pet ência para apresent ar relat órios periódicos é sem pre dos Est ados
signat ários dos t rat ados, nunca do organism o int ernacional, que será o
responsável pela análise dos relat órios enviados. I sso deverá ocorrer
periodicam ent e, de acordo com o previst o no t rat ado ou sem pre que solicit ado
pelo órgão execut ivo.
Dest a form a, est á incor r e t a a quest ão.

Q3 1 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.

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A nat ureza do sist em a de prot eção int ernacional dos direit os hum anos é de
dom ínio reservado do Est ado nos lim it es de sua soberania, possibilit ando a
responsabilização int ernacional do Est ado quando as inst it uições nacionais
forem om issas na t arefa de prot eger os direit os hum anos.

Com e nt á r ios
O est udo da lim it ação int ernacional da prot eção dos Direit os Hum anos passa pela
a ná lise da sobe r a nia dos Est a dos. Jean Bodin definiu soberania com o pode r
que o Est a do de t é m de im por , de nt r o de se u t e r r it ór io, sua s de cisõe s,
e dit a ndo le is e e x e cut a ndo- a s; e , e x t e r na m e nt e , a nã o subor dina çã o a
ne nh um out r o Est a do.
Por esse conceit o nã o se r ia possíve l que Est a dos ou or ga nism os
int e r na ciona is im puse sse m lim it a çõe s a out r os Est a dos, a inda que a
t ít ulo de pr ot e çã o dos D ir e it os H u m a nos. Cont udo, com o desenvolvim ent o
e inst it ucionalização da disciplina, a preocupação da com unidade int ernacional
em relação à prot eção da dignidade t ornou- se conse nso. Os países reuniram - se
em organism os int ernacionais globais e, post eriorm ent e, locais, para criarem
regras e m ecanism os de prot eção aos Direit os Hum anos. Os indivíduos
pa ssa r a m à posiçã o ce nt r a l, de suj e it os de dir e it o int e r na ciona l,
obrigando t odos os Est ados a observância de regras m ínim as de prot eção.
Em razão disso, im põe- se um REESTUD O D O CON CEI TO ORI GI N ÁRI O D E
SOBERAN I A, um a vez que os Est ados at ualm ent e encont ram lim it es a esse
poder dit o suprem o, na com unidade int ernacional, qual sej a: a prot eção aos
Direit os Hum anos.
Na verdade, a sobe r a nia é e x e r cida e m sua ple nit ude no m om e nt o e m qu e
o pa ís de cide fir m a r um pa ct o int e r na cion a l. A part ir desse m om ent o, ao
m enos, o signat ário abre m ão de sua parcela de soberania em prol do bem
com um .
Vist os esses conceit os gerais, not am os que a assert iva parece est ar corret a,
cont udo, a prot eção dos direit os hum anos não est á lim it ada à soberania. Na
realidade, a soberania é cada vez m ais m it igada para um a im plem ent ação
int egral dos direit os hum anos.
Logo, a assert iva est á incor r e t a .

Q3 2 . CESPE/ AGU/ 2 0 0 4
Julgue o it em abaixo:
O Est ado não pode exim ir- se de sua responsabilidade int ernacional pela
violação de obrigações específicas relacionadas com a prot eção do direit o à
vida e à int egridade pessoal por m ot ivos de ordem int erna, com o a form a
federat iva do Est ado e a consequent e divisão de com pet ências m at eriais e
legislat ivas próprias à União e aos Est ados- Mem bros.

Com e nt á r ios

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As m at érias enunciadas são norm as de direit os fundam ent ais e, logo, const it uem
obrigação dos Est ados observá- los.
Adem ais, os direit os hum anos const it uem a vert ent e int ernacional dos direit os
fundam ent ais. Am bos os aspect os de prot eção ( int erno e int ernacional) devem
at uar conj unt am ent e para a prot eção dos Direit os Hum anos.
Ao Est ado, por sua vez, a responsabilidade é qualificada, um a vez que não poderá
se exigir das responsabilidades assum idas int ernacionalm ent e, em função dos
t rat ados int ernacionais que assina. Do m esm o m odo, vincula- se int ernam ent e,
segundo as leis respect ivas, com o dever de assegurar os direit os fundam ent ais.
Logo, a assert iva est á cor r e t a .

Q3 3 . CESPE/ D PU/ 2 0 0 7
No que concerne à at uação int ernacional na área de direit os hum anos, j ulgue
os it ens a seguir.
A República Federat iva do Brasil, que reconhece a j urisdição obrigat ória da
Cort e I nt eram ericana de Direit os Hum anos, em nenhum m om ent o foi ré por
violações geradoras de responsabilidade int ernacional.

Com e nt á r ios
O Brasil j á foi acionado em diversos casos perant e a Cort e I nt eram ericana de
Direit os Hum anos. Dest acam - se os seguint es casos:
• Caso Xim enes Lopes ( Caso n° 12.237) ;
• Caso Nogueira de Carvalho e out ros ( Caso nº 12.058) ;
• Caso Escher e out ros Caso Gom es Lund e out ros ( " Guerrilha do Araguaia" ) ;
e
• Caso Sét im o Garibaldi ( Caso 12.478) .
Assim , est á incor r e t a a assert iva.

Q3 4 . CESPE/ I nst it ut o Rio Br a n co/ 2 0 1 0


Em relação ao direit o int ernacional dos direit os hum anos, j ulgue:
At ualm ent e, a garant ia da eficácia dos direit os hum anos com pet e
principalm ent e à Cort e Europeia dos Direit os Hum anos, com sede em
Est rasburgo, na França, e à Cort e I nt eram ericana de Direit os Hum anos,
sediada em São José da Cost a Rica.

Com e nt á r ios
A afirm at iva est á incor r e t a . A garant ia da eficácia dos direit os hum anos cabe
principalm ent e aos próprios est ados, que t êm obrigação de respeit ar t rat ados e
sist em as dos quais façam part e. Caso haj a falha da prot eção int erna em um
Est ado, exist em sist em as aos quais é possível recorrer. Esses sist em as visam a
garant ir a eficácia dos direit os hum anos que deveria t er sido garant ida, a
princípio, pelos próprios Est ados.

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Port ant o, os sist em as de direit os hum anos devem t er um a at uação subsidiária,
ou sej a, apenas quando os Est ados falharem na prot eção devida aos direit os
hum anos.

Q3 5 . CESPE/ I nst it ut o Rio Br a n co/ 2 0 1 0


Em relação ao direit o int ernacional dos direit os hum anos, j ulgue:
O Direit o I nt ernacional Hum anit ário, cam po das ciências j urídicas com o
obj et ivo de prest ar assist ência às vít im as de guerra, surgiu, efet ivam ent e,
com a prim eira convenção de Genebra, em 1864.

Com e nt á r ios
A afirm at iva est á cor r e t a . O direit o int ernacional hum anit ário t em com o obj et iv o
lim it ar os efeit os dos conflit os arm ados. Seu m arco principal corresponde com a
criação do Com it ê I nt ernacional da Cruz Verm elha, em 1963, que foi responsável
pela 1ª Convenção de Genebra, em 1864, sobre a prot eção dos m ilit ares feridos
em cam panha. A part ir dest e m om ent o, out ras convenções surgiram para
aprofundar o direit o int ernacional hum anit ário.

Q3 6 . FCC/ D PE- SP/ 2 0 0 9


De acordo com o Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos, no t ocant e à
int erpret ação, em caso de conflit o, das norm as definidoras de direit os e
garant ias,
a) prevalece sem pre a norm a int erna.
b) norm a post erior derroga a ant erior.
c) norm a especial derroga a geral no que apresent a de específico.
d) prevalece sem pre a norm a m ais benéfica à pessoa hum ana.
e) prevalece sem pre a norm a int ernacional.

Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva D est á corret a e é o gabarit o da quest ão. Em caso de conflit o ent re
norm as int ernas e t rat ados int ernacionais de direit os hum anos, deve prevalecer
a norm a que for m ais favorável ao suj eit o de direit o, pois a prot eção da dignidade
da pessoa hum ana é a finalidade últ im a e a razão de ser de t odo o sist em a
j urídico.

Q3 7 . CESPE/ I nst it ut o Rio Br a n co/ 2 0 0 9


Em 2009, com em oram - se 60 anos da assinat ura das quat ro Convenções de
Genebra de 1949, as quais, j unt am ent e com seus dois prot ocolos adicionais
de 1977, são consideradas os principais inst rum ent os do direit o int ernacional
hum anit ário. Acerca desse ram o do direit o int ernacional público, j ulgue:
A assist ência hum anit ária, na form a de ações de socorro em ergencial de
índole hum anit ária, im parcial e não discrim inat ória, é direit o previst o pelo

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direit o int ernacional hum anit ário, que pode ser levado a cabo por Est ados,
organizações int ernacionais e organizações não governam ent ais.

Com e nt á r ios
A assert iva est á cor r e t a . A assist ência hum anit ária t em com o obj et ivo principal
aliviar o sofrim ent o de populações at ingidas, consequent em ent e, m ant endo a
dignidade hum ana, salvando vidas e m inim izando os desast res secundários.
É assist ência m at erial, logíst ica, m oral, legal e t am bém espirit ual prest ada para
fins de confort o social hum anit ários. Ela vem em respost a a calam idades
event uais ou crônicas, norm alm ent e m ot ivada por crises hum anit árias, incluindo
desast res nat urais e desast res provocados pelo hom em .

Q3 8 . CESPE/ I nst it ut o Rio Br a n co/ 2 0 0 9


Em 2009, com em oram - se 60 anos da assinat ura das quat ro Convenções de
Genebra de 1949, as quais, j unt am ent e com seus dois prot ocolos adicionais
de 1977, são consideradas os principais inst rum ent os do direit o int ernacional
hum anit ário. Acerca desse ram o do direit o int ernacional público, j ulgue:
A reciprocidade é um dos m ecanism os de im plem ent ação de norm as
hum anit árias ao facult ar, a um a das part es em com bat e, a inobservância
das obrigações assum idas na exat a proporção da violação sofrida.

Com e nt á r ios
Quando o assunt o é relação de Direit os hum anos, não há reciprocidade. Cada
Est ado deve fazer sua part e independent e do out ro. Dessa form a, a assert iva
est á incor r e t a .

Q3 9 . FGV/ Se na do Fe de r a l/ 2 0 0 8
Sobre a " Prot eção aos Direit os Hum anos" , analise as afirm at ivas a seguir:
I . Os Direit os I nt ernacionais de Prot eção à pessoa hum ana vêm a resguardar
o hom em quando o Est ado que o t ut ela falha ao fazê- lo.
I I . As regras de Direit o Hum anit ário, const ant es das Convenções de
Genebra, por se const it uírem em j us cogens são erga om nes.
I I I . O Tribunal Penal I nt ernacional é j urisdição não recepcionada pela
Const it uição Brasileira conform e seu art . 5o, inciso XXXVI I I , que não adm it e
j uízo ou t ribunal de exceção.
Assinale:
a) se som ent e a afirm at iva I I est iver corret a.
b) se som ent e as afirm at ivas I e I I est iverem corret as.
c) se som ent e as afirm at ivas I e I I I est iverem corret as.
d) se som ent e as afirm at ivas I I e I I I est iverem corret as.
e) se t odas as afirm at ivas est iverem corret as.

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Vam os analisar cada um dos it ens.
O it em I est á corret o. A prim eira prot eção aos Direit os Hum anos deve provir do
Est ado ao qual a pessoa pert ence. Esgot ados os recursos int ernos, a esfera
int ernacional de prot eção da pessoa deve agir.
O it em I I est á corret o. Em relação àquelas norm as que ost ent am um carát er
cost um eiro ou principiológico, int egram o ius cogens e geram obrigações erga
om nes, im pondo- se a sua observância por t odos os Est ados.
O it em I I I est á incorret o. O Tribunal Penal I nt ernacional foi prom ulgado no Brasil
pelo Decret o nº 4.388/ 02.
Assim , a a lt e r na t iva B est á corret a e é o gabarit o da quest ão.

9 - Re su m o
Pr ot e çã o I n t e r na ciona l dos D ir e it os H u m a n os

 PRECEDENTES HI STÓRI COS

 Direit o Hum anit ário: conj unt o de norm as e de m edidas que obj et ivam prot eger
direit os hum anos dos envolvidos em períodos de guerra. ( Movim ent o da Cruz Verm elha)

 Liga das Nações: organism o int ernacional criado com o int uit o de prom over a
cooperação, a paz e a segurança int ernacional ( " em brião da ONU" )

 OI T: organism o int ernacional que t eve por obj et ivo inst it uir e prom over norm as
int ernacionais de condições m ínim as e digna de t rabalho.

 I nt ernacionalização dos Direit os Hum anos

 Os precedent es j unt am ent e com a deflagração da 2ª Guerra Mundial, im plicaram m udança de


consciência da sociedade, que se m obilizou para a int ernacionalização dos direit os hum anos.

 A in t e r na cion a liza çã o dos dir e it os hu m a nos nada m ais é do que a e x pa nsã o, pa r a a lé m


da s fr on t e ir a s n a cion a is, dos dir e it os fun da m e n t a is da pe ssoa h um a na , be m com o a
con sa gr a çã o da s n or m a s “j u s coge n s”.

 Sist em as de Prot eção I nt ernacional dos Direit os Hum anos

• Sist em a Global ( ONU)


• Sist em as Regionais
o Sist em a Europeu de Direit os Hum anos
o Organização dos Est ados Am ericanos ( OEA)
o Organização da Unidade Africana

 PROTEÇÃO DOS DI REI TOS HUMANOS NO BRASI L

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• Sist em a I nt erno de Prot eção aos Direit os Hum anos
• Sist em a Global de Prot eção aos Direit os Hum anos
• Sist em a Am ericano de Prot eção aos Direit os Hum anos

 I NTER- RELACI ONAMENTO ENTRE SI STEMAS

• A m áxim a efet ividade dos sist em as de prot eção.


• A relação de com plem ent aridade ent re sist em as para a int egral prot eção aos direit os
hum anos.
• A aplicação da norm a m ais favorável à vít im a de violação a direit o hum ano, quando
t ut elado por dois ou m ais sist em as.

 As Três Vert ent es de Prot eção I nt ernacional

1ª Vert ent e: Direit os Hum anos

• Prot eção int ernacional à dignidade da pessoa hum ana ( conceit o) .


• Caract eríst icas: a) legit im idade at iva do signat ário do t rat ado para denunciar lesões a
direit o hum anos; e b) possibilidade de pet icionam ent o pelo indivíduo que t eve seu
direit o violado j unt o aos orgãos int ernacionais.
• Organism os I nt ernacionais: a) ONU; e b) OEA.
• Docum ent os: a) Cart a das Nações Unidas; e b) Convenção Am ericana de Direit os
Hum anos.

2ª Vert ent e: Direit o Hum anit ário

• Garant ia de paz e segurança dos grupos vulneráveis em razão de conflit os m ilit ares e
bélicos ( conceit o) .
• Caract eríst icas: a) consolida a posição do indivíduo com o suj eit o passivo de direit o
int ernacional; e b) im possibilidade de pet icionam ent o pelo indivíduo que t eve seu
direit o hum ano violado.
• Organism os I nt ernacionais: a) Movim ent o I nt ernacional da Cruz Verm elha; e b)
Tribunal Penal I nt ernacional.
• Docum ent o: Direit o de Genebra.

3ª Vert ent e: Direit o dos Refugiados

• Prot eção cont ra violações a direit os civis, em decorrência de discrim inações, de


lim it ações às liberdades de expressão e à opinião polít ica ( conceit o) .
• Marco Hist órico: pós 2ª Guerra Mundial, quando houve a necessidade de repat riam ent o
das vít im as dos conflit os bélicos.
• Docum ent o: Est at ut o dos Refugiados, de 1951.
• Princípios: a) princípio do in dubio pro refugiado; e b) princípio da não- devolução.

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N a t u r e za Obj e t iva da Pr ot e çã o I n t e r na ciona l de D ir e it os H um a nos

 O Est ado, ao firm ar um t rat ado int ernacional, não assum e direit os e obrigações recíprocas,
m as apenas a obrigação perant e a com unidade int ernacional e perant e os indivíduos desse
Est ado, de respeit ar os direit os hum anos.

Esgot a m e n t o dos Re cu r sos I n t e r n os n a Pr ot e çã o dos D ir e it os H u m a nos

 DEVER PRI MÁRI O: é o dever do Est ado garant ir a prot eção cont ra violações a direit os hum anos
perpet rados dent ro do seu t errit ório

 DEVER SECUNDÁRI O: da om issão, ineficácia ou ineficiência, do responsável prim ário, surge a


possibilidade dos órgãos e dem ais Est ados post ulares perant e organism os int ernacionais a
prot eção cont ra a violação de direit os hum anos.

Lim it e s dos D ir e it os H u m a nos n a Or de m I n t e r na cion a l

 A leit ura da soberania com o lim it e de aplicação dos Direit os Hum anos é fort em ent e cont est ada
e prat icam ent e não aceit a pelos dout rinadores, que com preendem que exist e um conj unt o de
regras m ínim as prot et ivas que devem ser observadas independent em ent e das diversidades
polít icas, econôm icas, sociais ou cult urais.

M e ca n ism os de I m ple m e n t a çã o dos D ir e it os H u m a nos

1º - Solução na ordem int erna dos Est ados envolvidos.

2º - Aplicam - se os m ecanism os de im plem ent ação dos Direit os Hum anos, som ent e se não
resolvida int ernam ent e

 Mecanism os Convencionais e Não Convencionais

 Mecanism os Convencionais

• previst os em t rat ados de direit os hum anos


• aplicam - se som ent e aos países signat ários dos t rat ados int ernacionais

 Mecanism os Não Convencionais

• não previst os em t rat ados de Direit os Hum anos


• aplicam - se a t odos os países.

 Convenções Gerais e Convenções Especiais

 Convenções Gerais: dest inam - se a t odos os seres hum anos

 Convenções Especiais: dest inam - se a grupos de seres hum anos m arginalizados

 Fiscalização dos Trat ados de Direit os Hum anos

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 MECANI SMOS DE FI SCALI ZAÇÃO DOS TRATADOS I NTERNACI ONAI S

• Órgãos Execut ivos


• Tribunais I nt ernacionais
• Relat órios
• Com unicações I nt erest at ais
• Pet ições I ndividuais
• I nvest igações de I niciat iva Própria

 Órgãos Execut ivos

• fiscalização do cum prim ent o do t rat ado


• recebem reclam ações, pet ições, com unicações int erest at ais
• obj et ivam , num prim eiro m om ent o, acordos para a solução do im passe
• realizam invest igações

 Tribunais I nt ernacionais

• função j ulgadora
• função cont enciosa e consult iva, quant o à int erpret ação do t rat ado int ernacional
• não podem ser provocados por pessoas

 Relat órios

• envio periódico, e quando solicit ado, de inform ações at inent es ao cum prim ent o do t rat ado
int ernacional
• a obrigação deve const ar dos t rat ados int ernacionais

 Com unicações I nt erest at ais

• com unicação feit a por Est ado a out ro Est ado, quant o ao descum prim ent o de direit os
hum anos.
• o Est ado com unicado t em o dever de inform ar ao Est ado em issor
• é possível a at uação de órgão execut ivo desde que: a) haj a esgot am ent o das vias int ernas;
e b) não exist a procedim ent o pendent e relat ivo ao m esm o assunt o

 Pet ições I ndividuais

• possibilidade de a vít im a de direit o hum ano denunciar violações


• depende de previsão no t rat ado int ernacional
• exist em requisit os específicos em cada t rat ado, porém , t rês podem ser apresent ados: a)
ident ificação e assinat ura; b) não haver out ro procedim ent o pendent e; e c) esgot am ent o
dos recursos int ernos.

 I nvest igações de I niciat iva Própria

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• inst auração própria pelo órgão execut ivo de procedim ent o invest igat ório

D ir e it os H u m a n os e Re sponsa biliza çã o Est a t a l

 Violada um a norm a de Direit o I nt ernacional surge o dever daquele que infringiu a norm a
reparar o dano causado.

 ELEMENTOS PARA A RESPONSABI LI ZAÇÃO

 at o ilícit o: ação ou om issão cont rária à norm a int ernacional de direit os hum anos

 im put abilidade: nexo ent re o at o ilícit o e o agent e causador responsável

 prej uízo: dano ao direit o hum ano da vít im a

 Finalidade da responsabilidade int ernacional

 prevent iva: busca coagir os Est ados a observarem as obrigações assum idas

 repressiva: busca reparar at os ilícit os prat icados pelos Est ados

 lim it at iva: busca im por lim it es à at uação leviana e arbit rária dos Est ados, capaz de abalar as
relações pacíficas.

 Suj eit os passivo e at ivo

 suj eit o passivo de responsabilização: ESTADO

• diret a, decorrent e de ação ou de om issão, pelas violações que causar a seus nacionais ou
cont ra out ro Est ado, indivíduos ou grupo de indivíduos
• indiret a, decorrent e de om issão est at al, pelas violações perpet radas por resident es cont ra
indivíduo ou grupo de indivíduos, quando o Est ado NÃO t om ar providências.

 suj eit os passivos são as pessoas, as com unidades ou os grupos que sofram a violação de
direit os hum anos.

 PRÉ- REQUI SI TOS PARA A RESPONSABI LI ZAÇÃO

 aplicação das norm as de Direit os Hum anos às pessoas não signat árias dos t rat ados
int ernacionais

 esgot am ent o dos m ecanism os int ernos ant es da aplicação das norm as de Direit o I nt ernacional

 Consequências

OBRI GAÇÕES D OS ESTAD OS D ECORREN TES D E VI OLAÇÃO A D I REI TOS H UM AN OS

Con se quê n cia Obse r va çõe s:

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 Os Est ados são obrigados a agir, incondicionalm ent e, para a cessação


Cessação da
de violações de Direit os Hum anos. Consist e no dever de garant ir a
violação de direit o
dignidade das pessoas.

Om issão de fut uras  O Est ado deve abst er- se de prat icar fut uras condut as violadoras de
violações direit os hum anos

 Um a vez violado o direit o hum ano, com pet e ao Est ado repará- lo,
Rest it uição nat ural
ret ornando ao st at us quo ant e.

 Corresponde a t odas as form as im at eriais de sat isfação de violações


Sat isfação a Direit os Hum anos com o desculpas oficiais, program as de form ação e
capacit ação dos responsáveis pela violação a Direit os Hum anos.

 Se a rest it uição nat ural ou a sat isfação não forem possíveis, haverá a
I ndenização
indenização, que pode const it uir em com pensação pecuniária.

 RESPONSABI LI DADE E NORMAS " JUS COGENS"

 Dever de cooperação m út uo da sociedade para por fim ao est ado de violação.

 Não se aceit a violação, por nenhum Est ado, das norm as j us cogens, ainda que o Est ado violador
não t enha assum ido com prom isso int ernacional de respeit á- lo.

 Aplicação de sanções de carát er punit ivo e educat ivo em razão do denom inado regim e agravado
de responsabilidade nas violações de norm as j us cogens.

1 0 - Con side r a çõe s Fin a is


Chegam os ao final de m ais um a aula do nosso Curso de Direit os Hum anos e, com
ela, concluím os a análise de t eoria geral.
Na próxim a aula vam os t rat ar do Sist em a Global de Direit os Hum anos.
Ricardo Torques

rst .est rat egia@gm ail.com

ht t ps: / / www.facebook.com / direit oshum anosparaconcursos

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