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Aula 02
AULA 02
PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS
Su m á r io
1 - Considerações I niciais ................................................................................................ 3
2 - Prot eção I nt ernacional dos Direit os Hum anos ................................................................ 3
2.1 - Precedent es Hist óricos ......................................................................................... 3
2.2 - I nt ernacionalização dos Direit os Hum anos .............................................................. 5
2.3 - Sist em as de Prot eção I nt ernacional dos Direit os Hum anos ........................................ 8
2.4 - As Três Vert ent es de Prot eção I nt ernacional ......................................................... 12
3 - Nat ureza Obj et iva da Prot eção I nt ernacional de Direit os Hum anos ................................. 19
4 - Esgot am ent o dos Recursos I nt ernos na Prot eção dos Direit os Hum anos .......................... 20
5 - Lim it es dos Direit os Hum anos na Ordem I nt ernacional ................................................. 22
6 - Mecanism os de I m plem ent ação dos Direit os Hum anos.................................................. 23
6.1 - Mecanism os Convencionais e Não Convencionais ................................................... 24
6.2 - Convenções Gerais e Convenções Especiais .......................................................... 25
6.3 - Fiscalização dos Trat ados de Direit os Hum anos ..................................................... 26
7 - Direit os Hum anos e Responsabilização Est at al ............................................................. 30
7.1 - Not a Hist órica e o Proj et o da Com issão de Direit o I nt ernacional das Nações Unidas sobre
Responsabilidade I nt ernacional dos Est ados ................................................................. 30
7.2 - Conceit o e Elem ent os ........................................................................................ 31
7.3 - Finalidade da responsabilidade int ernacional ......................................................... 33
7.4 - Suj eit os passivo e at ivo ..................................................................................... 34
7.5 - Pré- requisit os para a responsabilização ................................................................ 35
7.6 - Consequências ................................................................................................. 36
2 - Pr ot e çã o I n t e r na cion a l dos D ir e it os H u m a n os
Os Direit os Hum anos difundiram - se pouco ant es da 1ª Guerra Mundial, vindo a
se consolidar definit ivam ent e com o ram o do Direit o I nt ernacional Público, após a
2ª Guerra Mundial, com a cr ia çã o da ON U e m 1 9 4 5 .
At ualm ent e, em razão do fort e desenvolvim ent o da disciplina na com unidade
int ernacional, é im possível pensar em Direit o I nt ernacional sem passar pela
t em át ica dos Direit os Hum anos.
O Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos pode ser de fin ido com o a pa r t e
do D ir e it o I nt e r n a ciona l Público, que se r e sponsa biliza pe la t e m á t ica dos
dir e it os hum a nos, por m e io de um conj unt o de n or m a s e de m e dida s
int e r na ciona is volt a da s à pr ot e çã o da dignida de da pe ssoa e m se nt ido
a m plo.
2 .1 - Pr e ce de n t e s H ist ór icos
Em bora j á t enham os passado por vários aspect os hist óricos, vam os t rat ar dos
precedent es hist óricos apont ados por Flávia Piovesan 1 , que servem de
fundam ent o para o desenvolvim ent o dos Direit os Hum anos no âm bit o
int ernacional.
A im port ância de est udarm os os precedent es hist óricos é dupla. Prim eiro porque
esses precedent es são acont ecim ent os que m arcam o surgim ent o e a
1
PI OVESAN, Flávia. D ir e it os H um a nos e D ir e it o Con st it u ciona l I n t e r na ciona l. 13ª edição,
rev., at ual., São Paulo: Edit ora Saraiva, 2012, p. 175/ 185.
PRECED EN TES
H I STÓRI COS
Algum t em po ant es da 1ª Guerra Mundial, com o denom inado Movim ent o da Cruz
Verm elha, com eçaram a surgir as prim eiras m ovim ent ações prot et ivas de direit o
hum anit ário. Por Cruz Verm elha com preende- se um m ovim ent o da com unidade
int ernacional volt ado à prest ação de assist ência hum anit ária, com o obj et ivo de
prot eger a vida e a saúde das pessoas envolvidas em conflit os arm ados.
Caract eriza- se a Cruz Verm elha por ser um m ovim ent o neut ro e im parcial,
present e hoj e na m aioria dos países.
A Liga da s N a çõe s, por sua vez, criada em 1920, após a 1ª Guerra Mundial,
t eve por finalidade pr om ove r a coope r a çã o, a pa z e a se gur a nça
int e r na ciona l. Segundo os dout rinadores, em bora não t enha conseguido
im plem ent ar seus obj et ivos t endo em vist a a deflagração da 2ª Guerra Mundial
anos m ais t arde, a Liga das Nações const it ui o “ e m br iã o da ON U” .
Por fim , m erece m enção a Or ga niza çã o M undia l do Tr a ba lho ( OI T) , criada em
1919, com obj et ivo de inst it uir e de pr om ove r nor m a s int e r na ciona is de
condiçõe s m ínim a s e digna s de t r a ba lho. A OI T, hoj e um dos principais
órgãos da ONU, surgiu ant es m esm o da Organização das Nações Unidas.
Além disso, o Tribunal de Nurem berg deu considerável cont ribuição para a
dissem inação da prot eção int ernacional dos Direit os Hum anos. Em bora fosse um
órgão de exceção, cuj a legit im idade era discut ível, dem onst rou a preocupação da
com unidade int ernacional em punir at os violadores dos direit os hum anos, em
especial aqueles perpet rados pelos regim es nazifascist as.
2
BARRETTO, Rafael. D ir e it os H um a n os. 2ª edição, rev., am pl. e at ual., Bahia: Edit ora
Juspodvim , 2012, p. 101.
3
RAMOS, André de Carvalho. Te or ia Ge r a l dos D ir e it os H u m a nos n a Or de m I n t e r na cion a l.
2ª edição, São Paulo: Edit ora Saraiva, 2012 ( versão elet rônica) .
( CESPE/ D EPEN / 2 0 1 5 ) Consensualm ent e considerada um prolongam ent o nat ural da Cart a da
Organização das Nações Unidas ( ONU, 1945) , a Declaração Universal dos Direit os Hum anos
( DUDH) foi aprovada pela Assem bleia- geral da ONU em 1948 ( Resolução 217- A) . O docum ent o
reflet e o desej o de paz, j ust iça, desenvolvim ent o e cooperação int ernacional que t om ou cont a de
quase t odo o m undo após duas grandes guerras no espaço de apenas duas décadas. Com relação
a esse assunt o, j ulgue os it ens que se seguem .
A int ernacionalização dos direit os hum anos, obj et ivo cent ral da DUDH, é um a form a de respost a
ao m al absolut o que caract erizou regim es polít icos com o o nazism o, de que o genocídio prom ovido
em cam pos de ext erm ínio seria o exem plo m ais dram át ico.
Com e n t á r ios
Essa assert iva é m uit o int eressant e. A DUDH represent a um m arco fundam ent al para os Direit os
Hum anos. A int ernacionalização dos Direit os Hum anos é m arcada, por ent re out ros m ot ivos, pela
est rut uração da ONU e pela edição da Declaração Universal dos Direit os Hum anos.
É exat am ent e esse o ensinam ent o da dout rina expost a em aula:
Nesse cont ext o, leciona Sidney Guerra 4 :
“ Consolida- se o m ovim ent o da int ernacionalização dos direit os hum anos, no qual as relações dos
Est ados com seus nacionais deixam de t er apenas o int eresse dom ést ico e passam a ser de
int eresse int ernacional, e definit ivam ent e o sist em a int ernacional deixa de ser apenas um diálogo
ent re Est ados, sendo a relação de um Est ado com seus nacionais um a quest ão de int eresse
int ernacional” .
Devem os m em orizar:
4
GUERRA, Sidney. D ir e it os H u m a nos, 2ª edição, São Paulo: Edit ora Saraiva: 2014, p. 105.
D UD H
S I STEM AS
I N TERN ACI ON AI S D E
D I REI TOS H UM AN OS
Sist em a Europeu de
Direit os Hum anos
Organização dos
Est ados Am ericanos
( OEA)
Organização da
Unidade Africana
Para fins de prova é im port ant e direcionar o est udo para o Sist em a Global e para
o Sist em a Am ericano de Direit os Hum anos. Em relação ao Sist em a Europeu e ao
Sist em a Africano verem os t ão som ent e os aspect os principais de cada um deles.
É im port ant e regist rar, ainda, que, para além dos sist em as int ernacionais de
Direit os Hum anos, cada país possui um a organização específica em relação ao
t em a, denom inada de sist em a nacional de prot eção aos Direit os Hum anos. O
Brasil possui um arcabouço norm at ivo que se inicia na Const it uição Federal e se
especializa em diversos diplom as legislat ivos infraconst it ucionais, com o a Lei
Maria da Penha, o Est at ut o da Pessoa com Deficiência, Est at ut o do I doso, ent re
out ros diplom as. Para além da prot eção legal de Direit os Hum anos, o Poder
Execut ivo, not adam ent e o Poder Execut ivo Federal, disciplina diversas polít icas
públicas no sent ido de garant ir os direit os fundam ent ais pelos denom inados
Planos e Program as de Direit os Hum anos.
Port ant o, com influência sobre as relações j urídicas no Brasil t em os um sist em a
int erno de prot eção aos direit os hum anos, que convive com o Sist em a Am ericano
de direit os hum anos e com o Sist em a Global de direit os hum anos.
Sist em a I nt erno
de Prot eção aos
Direit os
Hum anos
PROTEÇÃO
D OS
D I REI TOS
H UM AN OS
N O BRASI L
Sist em a
Sist em a Global
Am ericano de
de Prot eção aos
Prot eção aos
Direit os
Direit os
Hum anos
Hum anos
Seguindo com o est udo da prot eção int ernacional dos Direit os Hum anos,
devem os nos at er a um aspect o im port ant e: o in t e r - r e la ciona m e nt o e nt r e
e sse s dive r sos sist e m a s de prot eção. Conform e o esquem a acim a, no Brasil
exist e um sist em a int erno que convive com out ros dois sist em as int ernacionais
de prot eção.
Em face disso, quest iona- se:
E se sua s nor m a s e nt r e os sist e m a s int e r n a ciona is e int e r no for e m
dive r ge n t e s? Se u m a de la s for m a is be né fica ou m a is e x ige nt e que a
out r a ? Qua l se a plica ?
Ao se falar em relacionam ent o ent re os sist em as, podem os vislum brar t rês
possibilidades de relação, conform e esquem a abaixo.
S I STEM AS
I N TERN OS D E
CAD A P AÍ S
S I STEM AS S I STEM A
R EGI ON AI S G LOBAL
No que at ine à relação ent re o sist em a nacional e int ernacional devem os observar
previam ent e a regra de que o sist e m a int e r na ciona l é subsidiá r io, at uando
apenas na om issão das norm as de direit o int erno.
Desde logo, lem bre- se:
Além disso, é possível que esses sist em as prevej am as m esm as regras de direit os
hum anos. Em bora haj a cert a redundância, ent ende a dout rina que a pr ot e çã o
por vá r ios pla nos é posit iva pa r a a m á x im a e fe t ivida de da pr ot e çã o.
Há, ent re os sist em as, um a r e la çã o de com ple m e nt a r ida de , em função de que
um sist em a com plem ent a out ro que event ualm ent e não prevej a det erm inada
regra de prot eção específica.
Por out ro lado, podem surgir conflit os ent re esses sist em as, hipót ese na qual o
im passe se r á de finido de a cor do com a nor m a m a is be né fica à pe ssoa
hum a na ( assem elha- se ao in dubio pro operario, do Direit o do Trabalho) 5 .
5
Envolvendo a t em át ica de aplicação da norm a m ais favorável à dignidade da pessoa, sugere- se
a leit ura do nosso art igo I n t e r pr e t a çã o “pr o h om in e ” dos D ir e it os H u m a nos, disponível em
ht t ps: / / www.est rat egiaconcursos.com .br/ blog/ int erpret acao- pro- hom ine- dos- direit os-
hum anos/ , acesso em 22.10.2014.
2 .4 - As Tr ê s Ve r t e n t e s de Pr ot e çã o I n t e r n a cion a l
A t ese acerca das denom inadas “ vert ent es de prot eção int ernacional dos Direit os
Hum anos” foi expost a por Ant ônio August o Cançado Trindade. Segundo o aut or,
por ve r t e nt e s ent ende- se a separação em r a m os de pr ot e çã o int e r na ciona l.
O m esm o aut or, post eriorm ent e, t eceu crít icas quant o a essa cisão, afirm ando a
ne ce ssida de de supe r a r a visã o com pa r t im e nt a liza da da pr ot e çã o
int e r na ciona l, de m a ne ir a que t odos os ór gã os e inst r um e nt os de ve m
obj e t iva r a pr ot e çã o a o se r hum a n o sob qu a lque r u m dos se us a spe ct os.
Nesse sent ido leciona Flávia Piovesan 6 :
A visão com part im ent alizada, ( ...) , encont ra- se definit ivam ent e superada, considerando a
ident idade de propósit os de prot eção dos direit os hum anos, bem com o a aproxim ação
dessas vert ent es nos planos conceit ual, norm at ivo, herm enêut ico e operacional.
Não obst ant e a superação dessa divisão vam os analisar cada um a das vert ent es,
pois o assunt o é frequent e em provas de concurso público. Com o sem pre,
procurarem os expor os assunt os de form a didát ica e esquem at izada, com o fit o
de facilit ar a apreensão dos conceit os- chave para a prova.
Assim , desde logo:
V ERTEN TES D E P ROTEÇÃO
I N TERN ACI ON AL D OS
D I REI TOS H UM AN OS
6
PI OVESAN, Flávia. Te m a s de D ir e it os H um a nos, 13ª edição, rev., at ual., São Paulo: Edit ora
Saraiva, 2013, p. 224.
LEGI TI M I D AD E ATI VA
LEGI TI M I D AD E PASSI VA
Nessa vert ent e, dest acam - se os seguint es or ga nism os int e r na ciona is:
Organização das Nações Unidas ( ONU) ; e
Organização dos Est ados Am ericanos ( OEA)
Por fim , são docu m e nt os de dest aque dessa vert ent e:
Cart a das Nações Unidas, no âm bit o da ONU; e
Convenção Am ericana de Direit os Hum anos, no âm bit o do Sist em a
Am ericano.
Para fins de prova:
Na vert ent e dos Direit os Hum anos ( st rict o sensu) os Est ados assum em
espont aneam ent e a obrigação de prot eger os direit os hum anos, sob
pena de responsabilização em razão de denúncia por out ros Est ados ou
pela reclam ação do suj eit o que t eve seus direit os violados.
7
PI OVESAN, Flávia. D ir e it os H um a nos e o D ir e it o Con st it u ciona l I n t e r na cion a l, p. 178.
Essa vert ent e da prot eção int ernacional não com preende exclusivam ent e a
responsabilidade do Est ado soberano, m as pode abranger t am bém violações
decorrent es de grupos arm ados, de m ilícias, de grupos racist as et c.
Em t erm os gerais, o Direit o Hum anit ário faz a r e gula m e nt a çã o j ur ídica da
violê ncia no â m bit o in t e r n a ciona l e do m odo com que é e m pr e ga da nos
pe r íodos de gue r r a e de com ba t e s a r m a dos.
Ao cont rário da vert ent e ant erior, no direit o hum anit ário nã o é possíve l o
r e cur so individua l, no qual a vít im a da violação dos Direit os Hum anos aciona
pessoalm ent e os órgãos de prot eção. Não obst ant e, as pessoas individualm ent e
consideradas poderão ser t ut eladas pelos órgãos de prot eção, em decorrência,
por exem plo, da prát ica de genocídio, de crim es cont ra a hum anidade, de crim es
de agressão, de crim es de guerra ( t al com o ocorreu com os j ulgam ent os dos
int egrant es do part ido nazist a) . Em razão disso, m enciona a dout rina que essa
vert ent e consolida a posiçã o do in divíduo com o suj e it o pa ssivo de dir e it o
int e r na ciona l. A ideia aqui é a de suj eit o t ut elado, de suj eit o prot egido. Na
acepção ant erior, a pessoa que t ivesse seus direit os violados at uaria at ivam ent e
para perquirir a reparação aos seus direit os. Aqui, em relação ao direit o
hum anit ário, o suj eit o é considerado passivo, porque recebe prot eção.
No que t ange aos or ga nism os de dest aque dessa vert ent e, m encionam os
est udiosos:
Movim ent o I nt ernacional da Cruz Verm elha; e
Tribunal Penal I nt ernacional – que represent a a possibilidade de sanção por
violação de direit o hum anit ário.
Em relação ao docum e nt o de dest aque desse período, cit a- se o denom inado
Direit o de Genebra, que cont em pla quat ro norm as int ernacionais, edit adas em
Genebra relat ivas à prot eção das vít im as em com bat e. Em sínt ese, essas norm as
t razem regras relat ivas aos feridos e aos doent es das forças arm adas, bem com o
à sit uação dos prisioneiros de guerra e ao t rat am ent o a ser conferido à população
civil.
Part e da dout rina refere, ainda, que além do Direit o de Genebra, são docum ent os
relevant es do Direit os Hum anit ário, o D ir e it os de H a ia e o D ir e it o de N ova
I or que 8 . Am bos fixam regras relat ivas aos direit os das pessoas em conflit os
arm ados, dest acando- se o Direit o de Nova I orque por t er sido concebido no
âm bit o da ONU. Para fins de provas de concurso público é desnecessário
aprofundar a t em át ica. Bast a que saibam os quais são os docum ent os.
Para fins de prova:
8
GARCI A, Bruna Pinot t i e LAZARI , Rafael de. M a n ua l de D ir e it os H u m a n os, 2º edição, Bahia:
Edit ora JusPodvim , 2015, p. 43.
Com base nos princípios da liberdade e da igualdade, que proíbem discrim inações
de qualquer nat ureza, surge o direit o de não sofrer discrim inação ou perseguição
por m ot ivo de raça, de religião, de nacionalidade, de sexo e de opiniões polít icas.
Consequent em ent e, decorre desse direit o out ro direit o, qual sej a, t oda pessoa
vít im a de perseguição pode procurar e receber asilo em out ros países. Dessa
form a, t odo refugiado t em direit o à prot eção int ernacional, o que acarret a no
consequent e dever dos Est ados de respeit ar o Est at ut o dos Refugiados de 1951.
I sso porque t odos os refugiados só o são porque sofreram violações aos seus
direit os hum anos funcionais.
Dois pr in cípios inform am essa vert ent e:
1. princípio do in dubio pro refugiado – t rat a- se de presunção relat iva que
obriga, desde logo, a conferir prot eção ao refugiado para ult erior
averiguação da sit uação da pessoa. Cria- se a presunção de que, se a
pessoa pede asilo, é porque ela sofreu violação dos seus direit os; e
2. princípio da não- devolução ( non- refoulem ent ) – nenhum dos Est ados deve
expulsar pessoa para t errit ório em que a sua vida ou liberdade se
Um exem plo at ual de aplicação dessa vert ent e dos direit os hum ano é o caso do
t écnico de inform át ica da CI A, Edward Snowden, que denunciou violações de
direit os hum anos causadas pelos Est ados Unidos em suas invest igações m ilit ares
e, at ualm ent e, encont ra- se refugiado em Moscou.
O m a r co h ist ór ico desse período é o pós 2ª Guerra Mundial, quando houve a
necessidade de os vencedores da Guerra repat riarem as vít im as dos conflit os
bélicos.
O docum e nt o m ais im port ant e dessa vert ent e, por sua vez, é o Est at ut o dos
Refugiados, de 1951.
Para fins de prova:
( CESPE/ D PE- PE/ 2 0 1 5 ) Julgue o it em subsecut ivo, a respeit o de aspect os gerais e hist óricos
dos direit os hum anos.
As t rês vert ent es da prot eção int ernacional da pessoa hum ana, a saber, os direit os hum anos, o
direit o hum anit ário e o direit o dos refugiados, foram consagradas nas conferências m undiais da
últ im a década de 90. Não obst ant e, a im plem ent ação dessas vert ent es deve at ender às dem andas
de cada região, m esm o que não haj a sist em as regionais de prot eção.
Com e n t á r ios
Ao ler a quest ão t endem os a m arcá- la com o incorret a por referir que as vert ent es “ foram
consagradas nas conferências m undiais da últ im a década de 90” . Cont udo, est á cor r e t a a
assert iva.
A quest ão aqui envolve um a discussão int eressant e.
Vej am os, por fim , um esquem a que resum e as t rês vert ent es acim a est udadas.
• Pr ot e çã o • Ga r a n t ia de pa z e • Pr ot e çã o cont r a
in t e r na cion a l à se gu r a n ça dos gr u pos viola çõe s a dir e it os
dign ida de da pe ssoa vu ln e r á ve is e m r a zã o civis, e m de cor r ê n cia
h u m a n a ( conceit o) . de conflit os m ilit a r e s de discr im in a çõe s, de
• Caract eríst icas: a) e bé licos ( conceit o) . lim it a çõe s às
legit im idade at iva do • Caract eríst icas: a) libe r da de s de
signat ário do t rat ado consolida a posição do e x pr e ssã o e à opin iã o
para denunciar lesões a indivíduo com o suj eit o polít ica ( conceit o) .
direit o hum anos; e b) passivo de direit o • Marco Hist órico: pós 2ª
possibilidade de int ernacional; e b) Guerra Mundial, quando
pet icionam ent o pelo im possibilidade de houve a necessidade de
indivíduo que t eve seu pet icionam ent o pelo repat riam ent o das
direit o violado j unt o aos indivíduo que t eve seu vít im as dos conflit os
orgãos int ernacionais. direit o hum ano violado. bélicos.
• Organism os • Organism os • Docum ent o: Est at ut o
I nt ernacionais: a) ONU; I nt ernacionais: a) dos Refugiados, de
e b) OEA. Movim ent o I nt ernacional 1951.
• Docum ent os: a) Cart a da Cruz Verm elha; e b) • Princípios: a) princípio
das Nações Unidas; e b) Tribunal Penal do in dubio pro
Convenção Am ericana I nt ernacional. refugiado; e b) princípio
de Direit os Hum anos. • Docum ent o: Direit o de da não- devolução.
Genebra.
Relacionado com o t em a que est am os t rat ando, decorre a caract eríst ica do
ca r á t e r e r ga om ne s dos Direit os Hum anos. Por possuírem nat ureza obj et iva,
os Direit os Hum anos se aplicam a t odos os Est ados e podem ser exigidos de
qualquer nação.
Em decorrência disso, surge o quest ionam ent o do enfraquecim ent o da soberania
int ernacional, um a vez que a sanção int ernacional ao Est ado poderia ser
considerada um a afront a à soberania. De acordo com os dout r ina dor e s, após a
2
posit ivação e a universalização dos Direit os Hum anos, nenhum Est ado pode
deixar de cum prir as norm as de Direit o I nt ernacional relat ivas à prot eção da
dignidade, alegando que se t rat a de m at éria adst rit a ao âm bit o int erno de cada
país, ainda m ais quando envolve norm a im perat iva de direit o int ernacional.
Para fins de prova:
9
Ret irado de: RAMOS, André de Carvalho. Te or ia Ge r a l dos D ir e it os H u m a nos na Or de m
I n t e r na cion a l. ( versão elet rônica) .
10
BARRETTO, Rafael. D ir e it os H um a nos. p. 113.
DEVER SECUNDÁRI O
Há divergência na dout rina se t al regra é subst ant iva ou requisit o m eram ent e
processual para acionam ent o do Est ado no âm bit o int ernacional.
Se considerado com o um requisit o processual, o esgot am ent o prévio dos recursos
int ernos deve ser dem onst rado analisado no início do processo, ant es da análise
do m érit o da quest ão debat ida. Se for considerado com o quest ão subst ant iva, o
órgão j ulgador avaliará no boj o da quest ão cont rovert ida se houve ou não o
esgot am ent o prévio dos recursos int ernos.
Para a nossa prova essa dist inção possui pouca relevância. De t oda m aneira, por
precaução, vej am os a ideia geral das corrent es de pensam ent o.
5 - Lim it e s dos D ir e it os H um a n os n a Or de m
I n t e r na cion a l
O est udo da lim it ação int ernacional da prot eção dos Direit os Hum anos passa pela
a ná lise da sobe r a nia dos Est a dos. Jean Bodin, t radicionalm ent e, definiu
soberania com o pode r qu e o Est a do de t é m de im por , de nt r o de se u
t e r r it ór io, sua s de cisõe s, e dit a ndo le is e e x e cut a ndo- a s; e,
e x t e r na m e nt e , a nã o subor dina çã o a ne n h um out r o Est a do.
Por esse conceit o nã o se r ia possíve 2 l que Est a dos ou or ga n ism os
int e r na ciona is im puse sse m lim it a çõe s a out r os Est a dos, a inda que a
t ít ulo de pr ot e çã o dos D ir e it os H u m a nos. Cont udo, com o desenvolvim ent o
e a inst it ucionalização da disciplina, a preocupação da com unidade int ernacional
em relação à prot eção da dignidade t ornou- se conse nso. Os países reuniram - se
em organism os int ernacionais globais e, post eriorm ent e, locais, para criarem
regras e m ecanism os de prot eção aos Direit os Hum anos. Os indivíduos
pa ssa r a m à posiçã o ce nt r a l, de suj e it os de dir e it o int e r na ciona l,
obrigando t odos os Est ados a observância de regras m ínim as de prot eção.
Em razão disso, im põe- se um r e e st udo do conce it o or iginá r io de sobe r a nia ,
um a vez que os Est ados at ualm ent e encont ram lim it es a esse poder, dit o
suprem o, na com unidade int ernacional, qual sej a, a prot eção aos direit os
hum anos.
Na verdade, a sobe r a nia é e x e r cida e m sua ple nit ude no m om e nt o e m qu e
o pa ís de cide fir m a r um pa ct o int e r na cion a l. A part ir desse m om ent o, ao
m enos, o signat ário abre m ão de sua parcela de soberania em prol do bem
com um .
Cont udo, a soberania não deve ser encarada apenas com o m it igável quando se
t rat a de países signat ários. Conform e est udam os na aula passada, exist em , hoj e,
nor m a s im pe r a t iva s de dir e it os hum a nos ( norm as j us cogens) , que são
a plica da s a t odos, inde pe nde nt e m e nt e de t e r e m pa r t icipa do do pr oce sso
de e la bor a çã o do t r a t a do int e r na ciona l.
Por cont a disso, há dout rinadores que negam a exist ência de soberania,
afirm ando que ela consist e t ão- som ent e num a delegação de com pet ência pela
com unidade int ernacional, que pressupõe a observância das regras prot et ivas de
direit os hum anos.
Podem os com preender “ violações sist em át icas de direit os hum anos” com o
violações gravíssim as, que int eressam a t oda a com unidade, decorrent es das
denom inadas norm as j us cogens. Vale dizer, perm it e- se à com unidade
int ernacional com o um t odo a defesa de violações aos direit os hum anos
considerados m ais im port ant es. Seriam aqueles direit os que se sobreporiam às
diferenças cult urais, sociais e polít icas das diversas nações. Assim , esses direit os
podem ser prot egidos sem a necessidade de qualquer docum ent o int ernacional
assinado pelo Est ado violador.
11
BARRETTO, Rafael. D ir e it os H um a n os. 2ª edição. rev., am pl. e at ual., Bahia: Edit ora
Juspodvim , 2012, p. 110.
I N TERN ACI ON AI S
M ECAN I SM OS D E
Tribunais I nt ernacionais
TRATAD OS
Relat órios
Tribunais I nt ernacionais
Com o o nom e indica, os t ribunais possuem com pet ência para j ulgar as acusações
form uladas. Os t ribunais int ernacionais, em regra, possuem duas nat urezas:
cr im ina l ou nã o cr im ina l. A crim inal escapa aos nossos est udos, envolvendo
t em as com o o Tribunal Penal I nt ernacional. As violações de Direit os Hum anos,
por sua vez, são consideradas não crim inais e t am bém podem ser j ulgadas por
t ribunais int ernacionais.
Para além da fu nçã o j ulga dor a , esses t ribunais exercem a função consu lt iva
e cont e n ciosa , por m eio da qual respondem a consult as form uladas pelos
suj eit os int ernacionais a respeit o da aplicabilidade e da int erpret ação das norm as
int ernacionais.
Por fim , cum pre m encionar a im possibilida de de os t r ibuna is se r e m
pr ovoca dos por pe ssoa s. A regra é que a provocação dos t ribunais
int ernacionais ocorra sem pre por um suj eit o int ernacional, com o organism os
int ernacionais e Est ados. Cont udo, há exceção. No Sist em a Europeu de Direit os
Hum anos há possibilidade de um part icular, que sofreu violação a seu direit o
hum ano, acionar diret am ent e a Cort e Europeia.
• função j ulgadora
T RI BUN AI S • função cont enciosa e consult iva, quant o à int erpret ação do
I N TERN ACI ON AI S t rat ado int ernacional
• não podem ser provocados por pessoas
Relat órios
Os relat órios consist em na obr iga çã o que t odos os Est a dos signa t á r ios dos
t r a t a dos int e r na ciona is possue m de e nvia r pe r iodica m e nt e , e se m pr e
que for e m solicit a dos pe los ór gã os e x e cut ivos, um docum e nt o r e la t a ndo
a s m e dida s a dot a da s quant o ao cum prim ent o das obrigações assum idas no
pact o int ernacional.
De acordo com a dout rina, esses relat órios est ão present es em t odos os
t r a t a dos int e r na ciona is e possuem n a t ur e za obr iga t ór ia . Esse dever decorre
do princípio da cooperação int ernacional aplicável ao caso.
• com unicação feit a por Est ado a out ro Est ado, quant o ao
descum prim ent o de direit os hum anos.
• o Est ado com unicado t em o dever de inform ar ao Est ado
COM UN I CAÇÕES
em issor
I N TERESTATAI S
• é possível a at uação de órgão execut ivo desde que: a) haj a
esgot am ent o das vias int ernas; e b) não exist a procedim ent o
pendent e relat ivo ao m esm o assunt o
1. as pet ições devem ser ident ificadas e assinadas, de m odo que não são
aceit as pet ições apócrifas;
2. não pode est ar em andam ent o out ro procedim ent o em out ra inst ância
int ernacional do m esm o assunt o; e
3. devem ser esgot ados os recursos int ernos.
Órgãos
fiscalizam e recebem reclam ações
Execut ivos
TRATAD OS I N TERN ACI ON AI S
Tribunais
j ulgam as reclam ações
FI SCALI ZAÇÃO D OS
I nt ernacionais
M ECAN I SM OS D E
Pet ições
denúncia da vít im a à violação perpet rada
I ndividuais
I nvest igações de procedim ent o invest igat ório inst aurado pelo órgão
I niciat iva Própria execut ivo
7 .2 - Con ce it o e Ele m e n t os
Por responsabilidade int ernacional ent ende- se o inst it u t o j ur ídico de dir e it o
int e r na ciona l m e dia nt e o qua l se im put a , a o Est a do, a pr á t ica de a t o
ilícit o int e r na cion a l, ge r a n do o de ve r de r e pa r a çã o.
Vej am os o conceit o de Valério de Oliveira Mazzuoli 12 :
A responsabilidade int ernacional do Est ado é o inst it ut o j urídico que visa responsabilizar
um a pot ência soberana pela prát ica de um at o at ent at ório ( ilícit o) ao direit o int ernacional
perpet rado cont ra os direit os ou a dignidade de out ro Est ado, prevendo cert a reparação a
est e últ im o pelos prej uízos e gravam es que inj ust am ent e sofreu.
12
MAZZUOLI , Valério de Oliveira. Cur so de D ir e it os H um a n os, Rio de Janeiro: Edit ora Forense,
2014, p. 31.
13
MELLO, Celso Albuquerque. Cu r so de D ir e it o I n t e r na cion a l Público. Vol. I , 15ª edição, Rio
de Janeiro: Edit ora Renovar, 2004, p. 523.
ação ou om issão
nexo ent re o at o ilícit o e
cont rária à norm a dano ao direit o hum ano
o agent e causador
int ernacional de direit os da vít im a
responsável
hum anos
14
MELLO, Celso Albuquerque. Cu r so de D ir e it o I n t e r na cion a l Público, p. 158.
15
MAZZUOLI , Valério de Oliveira. Cur so de D ir e it os H um a n os, Rio de Janeiro: Edit ora Forense,
2014, p. 33.
7 .4 - Su j e it os pa ssivo e a t ivo
Analisado o conceit o quest iona- se:
M a s que m se r ã o os suj e it os ( a t ivo e pa ssivo) e nvolvidos na
r e sponsa biliza çã o?
São suj e it os a t ivos os t it ula r e s de dir e it os e de obr iga çõe s no pla no
int e r na ciona l. Assim , num prim eiro m om ent o os Est ados serão os suj eit os
at ivos, quando considerados na condição de agent es que, por om issão ou ação,
causam prej uízos aos direit os de dignidade de out rem .
Nesse cont ext o, Celso Albuquerque de Mello 16 leciona:
A responsabilidade é de Est ado a Est ado, m esm o quando é um sim ples part icular a vít im a
ou o aut or do ilícit o no plano int ernacional. Para que haj a endosso da reclam ação do Est ado
nacional da vít im a, o Est ado cuj o part icular com et eu o ilícit o é que virá a ser
responsabilizado.
16
MELLO, Celso Albuquerque. Cu r so de D ir e it o I n t e r na cion a l Público, p. 158.
aplicação das norm as de Direit os esgot am ent o dos m ecanism os int ernos
Hum anos às pessoas não signat árias ant es da aplicação das norm as de
dos t rat ados int ernacionais Direit o I nt ernacional
7 .6 - Con se qu ê n cia s
A dout rina enum era as seguint es consequências ou as obrigações dos Est ados
decorrent es de violação a Direit os Hum anos. Apont am os no quadro a seguir as
dive r sa s possibilidades de consequência da responsabilização dos Est ados.
Om issão de fut uras O Est ado deve abst er- se de prat icar fut uras condut as violadoras de
violações direit os hum anos
Um a vez violado o direit o hum ano, com pet e ao Est ado repará- lo,
Rest it uição nat ural
ret ornando ao st at us quo ant e.
Se a rest it uição nat ural ou a sat isfação não forem possíveis, haverá a
I ndenização
indenização, que pode const it uir em com pensação pecuniária.
Finalizam os, assim , a part e t eórica. Vej am os, em seguida as quest ões dest a aula!
8 - Qu e st õe s
Q3 . FCC/ SEGEP- M A/ 2 0 1 6
Em relação à prot eção int ernacional dos Direit os Hum anos:
a) O Direit o I nt ernacional Hum anit ário rest ringe- se à prot eção das
populações civis na hipót ese de conflit os arm ados, excluindo- se os m ilit ares
post os fora de com bat e.
b) O Direit o I nt ernacional dos Refugiados represent a a prot eção dos
refugiados em aspect os relat ivos ao deslocam ent o do seu local de residência
e à concessão do refúgio, não int eragindo com a prot eção dos direit os
hum anos em si.
c) O Direit o I nt ernacional Hum anit ário é m enos abrangent e que o Direit o
I nt ernacional dos Direit os Hum anos, t endo precedido hist oricam ent e est e
últ im o.
d) O Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos não incide na hipót ese de
conflit os arm ados int ernacionais e int ernos.
e) O Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos consolidou- se
norm at ivam ent e logo após a Prim eira Guerra Mundial, com a relat ivização
da soberania dos Est ados Nacionais e at ribuição ao indivíduo da condição de
suj eit o de direit os no plano int ernacional.
Q1 1 . CESPE/ OAB/ 2 0 0 9
Julgue o it em abaixo.
No âm bit o do direit o int ernacional, a soberania, im port ant e caract eríst ica do
palco int ernacional, significa a possibilidade de celebração de t rat ados sobre
direit os hum anos com o consent im ent o do Tribunal Penal Perm anent e.
Q1 2 . CESPE/ TRF3 ª / 2 0 1 1
Assinale a opção corret a relat ivam ent e aos m ecanism os de im plem ent ação
dos direit os hum anos no plano int ernacional, j ugue o it em abaixo.
Na at ualidade, exist em apenas duas cort es regionais em funcionam ent o: a
Cort e I nt eram ericana de Direit os Hum anos e a Cort e Europeia de Direit os.
Q1 3 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
At ualm ent e, os direit os e garant ias fundam ent ais est ão inseridos em
dist int os t ext os const it ucionais de diferent es países. Tal presença é um a
conquist a hist órica ocorrida por ações concret as realizadas no passado. A
Cart a das Nações Unidas de 1945, exem plo de um a dessas ações concret as,
consolidou, j unt o com a UDHR, o m ovim ent o de int ernacionalização dos
Q1 4 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
At ualm ent e, os direit os e garant ias fundam ent ais est ão inseridos em
dist int os t ext os const it ucionais de diferent es países. Tal presença é um a
conquist a hist órica ocorrida por ações concret as realizadas no passado. A
Cart a das Nações Unidas de 1945, exem plo de um a dessas ações concret as,
consolidou, j unt o com a UDHR, o m ovim ent o de int ernacionalização dos
direit os hum anos. Tendo em vist a essa inst it ucionalização j ulgue o it em
abaixo.
A prot eção int ernacional pode ser vist a, ent re out ros, em dois planos:
sist em a global ( ONU) e sist em a regional ( OEA) .
Q1 5 . CESPE D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos est á desvinculada do processo
de universalização dos direit os hum anos.
Q1 6 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A nat ureza diplom át ica da prot eção int ernacional dos direit os hum anos
at ribui aos Est ados o dever de prot eger t ant o os nacionais quant o os
est rangeiros que se encont rem em t errit ório pát rio, do que se depreende
que a nacionalidade t em especial im port ância nesse cont ext o.
Q1 7 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A nat ureza do sist em a de prot eção int ernacional dos direit os hum anos é de
dom ínio reservado do Est ado nos lim it es de sua soberania, possibilit ando a
responsabilização int ernacional do Est ado quando as inst it uições nacionais
forem om issas na t arefa de prot eger os direit os hum anos.
Q1 9 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com relação aos m ecanism os int ernacionais de prot eção e m onit oram ent o
dos direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
Quando foi adot ada e proclam ada por resolução da Assem bleia Geral das
Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direit os Hum anos, apesar de não
t er sido aceit o por t odos os países, t eve grande im port ância hist órica.
Q2 0 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com relação aos m ecanism os int ernacionais de prot eção e m onit oram ent o
dos direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A ONU nasceu com diversos obj et ivos, com o a m anut enção da paz e
segurança int ernacionais, assim , a prot eção int ernacional dos direit os
hum anos est ava incluída ent re eles.
Q2 1 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com relação aos m ecanism os int ernacionais de prot eção e m onit oram ent o
dos direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
O Tribunal de Nurem berg não t eve nenhum papel hist órico na
int ernacionalização dos direit os hum anos.
Q2 3 . CESPE/ PM - AL/ 2 0 1 2
Com relação ao conceit o, à evolução e à abrangência dos direit os hum anos,
j ulgue o it em abaixo.
No século XX, inaugurou- se um a nova fase no sist em a de prot eção dos
direit os fundam ent ais, na m edida em que foi nele que os Est ados passaram
a acolher as declarações de direit os em suas Const it uições.
Q2 5 . CESPE/ PRF/ 2 0 1 3
Julgue o it em subsecut ivo:
O sist em a global de prot eção dos direit os hum anos foi inst aurado pela Cart a
I nt ernacional dos Direit os Hum anos.
Q2 6 . CESPE/ PM - AL/ 2 0 1 2
Com relação ao conceit o, à evolução e à abrangência dos direit os hum anos,
assinale a opção corret a.
Com o fim da Prim eira Guerra Mundial, a est rut ura do direit o int ernacional
dos direit os hum anos com eçou a se consolidar. A essa época, os direit os
hum anos t ornaram - se um a legít im a preocupação int ernacional e, ent ão,
foram criados m ecanism os inst it ucionais e de inst rum ent os que levaram t ais
direit os a ocupar um espaço cent ral na agenda das organizações
int ernacionais.
Q2 8 . CESPE/ AGU/ 2 0 0 4
Julgue o it em abaixo:
O Est ado não pode exim ir- se de sua responsabilidade int ernacional pela
violação de obrigações específicas relacionadas com a prot eção do direit o à
vida e à int egridade pessoal por m ot ivos de ordem int erna, com o a form a
federat iva do Est ado e a consequent e divisão de com pet ências m at eriais e
legislat ivas próprias à União e aos Est ados- Mem bros.
Q2 9 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
No que se refere à prot eção int ernacional dos direit os hum anos, que é
const it uída por m ecanism os unilat erais e colet ivos da responsabilidade
int ernacional do Est ado, j ulgue o it em abaixo.
O princípio inform ador do sist em a de relat órios, principal m ecanism o não
cont encioso, é o da reciprocidade, pelo qual se at ribui obrigação
int ernacional de respeit o aos direit os hum anos.
Q3 0 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
No que se refere à prot eção int ernacional dos direit os hum anos, que é
const it uída por m ecanism os unilat erais e colet ivos da responsabilidade
int ernacional do Est ado, j ulgue o it em abaixo.
Com pet e à Assem bleia Geral da Organização dos Est ados Am ericanos
apresent ar relat órios periódicos para a apuração da responsabilidade dos
Est ados- m em bros em relação aos direit os sociais.
Q3 1 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A nat ureza do sist em a de prot eção int ernacional dos direit os hum anos é de
dom ínio reservado do Est ado nos lim it es de sua soberania, possibilit ando a
responsabilização int ernacional do Est ado quando as inst it uições nacionais
forem om issas na t arefa de prot eger os direit os hum anos.
Q3 3 . CESPE/ D PU/ 2 0 0 7
No que concerne à at uação int ernacional na área de direit os hum anos, j ulgue
os it ens a seguir.
A República Federat iva do Brasil, que reconhece a j urisdição obrigat ória da
Cort e I nt eram ericana de Direit os Hum anos, em nenhum m om ent o foi ré por
violações geradoras de responsabilidade int ernacional.
Q3 9 . FGV/ Se na do Fe de r a l/ 2 0 0 8
Sobre a " Prot eção aos Direit os Hum anos" , analise as afirm at ivas a seguir:
I . Os Direit os I nt ernacionais de Prot eção à pessoa hum ana vêm a resguardar
o hom em quando o Est ado que o t ut ela falha ao fazê- lo.
I I . As regras de Direit o Hum anit ário, const ant es das Convenções de
Genebra, por se const it uírem em j us cogens são erga om nes.
I I I . O Tribunal Penal I nt ernacional é j urisdição não recepcionada pela
Const it uição Brasileira conform e seu art . 5o, inciso XXXVI I I , que não adm it e
j uízo ou t ribunal de exceção.
Assinale:
a) se som ent e a afirm at iva I I est iver corret a.
b) se som ent e as afirm at ivas I e I I est iverem corret as.
c) se som ent e as afirm at ivas I e I I I est iverem corret as.
d) se som ent e as afirm at ivas I I e I I I est iverem corret as.
e) se t odas as afirm at ivas est iverem corret as.
8 .2 – Ga ba r it o
Q1. A Q9. I NCORRETA Q17. I NCORRETA
Q2. E Q10. I NCORRETA Q18. I NCORRETA
Q3. C Q11. I NCORRETA Q19. CORRETA
Q4. C Q12. I NCORRETA Q20. CORRETA
Q5. E Q13. I NCORRETA Q21. I NCORRETA
Q6. B Q14. CORRETA Q22. E
Q7. I NCORRETA Q15. I NCORRETA Q23. I NCORRETA
Q8. CORRETA Q16. I NCORRETA Q24. I NCORRETA
8 .3 - Qu e st õe s Com e n t a da s
Q1 . UECE- CEV/ SEAS- CE/ 2 0 1 7
Considerando as font es dos direit os hum anos, assinale a afirm ação
verdadeira.
a) As font es form ais dos direit os hum anos são os fat os sociais e ideias que
form am a convicção da necessidade de prot eger um valor ent endido com o
fundam ent al para a prom oção da dignidade hum ana.
b) As font es m at eriais dos direit os hum anos são as form as de expressão da
norm a j urídica que consagra direit os inerent es à dignidade hum ana. Em
regra, correspondem às font es do Direit o em geral e às do Direit o
I nt ernacional Público.
c) As font es m at eriais são, m orm ent e, os t rat ados e acordos int ernacionais.
d) As font es form ais dos direit os hum anos são as form as de expressão da
norm a j urídica que consagra direit os inerent es à dignidade hum ana. Em
regra, correspondem às font es do Direit o em geral e às do Direit o
I nt ernacional Público.
Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a. As font es form ais dos direit os hum anos são as
const it uições, as leis, as convenções int ernacionais e a j urisprudência dos
t ribunais.
A a lt e r n a t iva B est á incorret a. As font es m at eriais dos direit os hum anos são
divididas em diret as e indiret as. As diret as são os órgãos do poder polít ico e a
sociedade hum ana. Enquant o, as indiret as são a nat ureza hum ana, a razão, os
pensam ent os filosóficos, os fat ores m orais e os sociais, as revoluções e as
guerras, o progresso t écnico, as crenças religiosas.
A a lt e r na t iva C est á incorret a. As font es m at eriais são acont ecim ent os sociais
que im pulsionam a necessidade de se defender um det erm inado valor.
A a lt e r na t iva D est á corret a e é o gabarit o da quest ão. As font es form ais são as
form as de m anifest ação da norm a, sendo t rat ados, convenções, leis,
const it uições et c.
Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva E est á corret a e é o gabarit o da quest ão.
o princípio da reciprocidade t em por obj et ivo garant ir que o m esm o t rat am ent o
dado por um Est ado a det erm inada quest ão t am bém será concret izado por out ro
país afet ado pela decisão do prim eiro. Cont udo, a reciprocidade não pode ensej ar
o desrespeit o aos direit os hum anos, conform e prevê a Convenção de Viena de
1969. A com posição do Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos apresent a
inúm eras peculiaridades em relação a out ras áreas do Direit o I nt ernacional
Público. O DI DH não est á suj eit o, por exem plo, ao princípio da reciprocidade que
dom ina o DI P principalm ent e nos aspect os econôm icos e polít icos.
Q3 . FCC/ SEGEP- M A/ 2 0 1 6
Em relação à prot eção int ernacional dos Direit os Hum anos:
a) O Direit o I nt ernacional Hum anit ário rest ringe- se à prot eção das
populações civis na hipót ese de conflit os arm ados, excluindo- se os m ilit ares
post os fora de com bat e.
b) O Direit o I nt ernacional dos Refugiados represent a a prot eção dos
refugiados em aspect os relat ivos ao deslocam ent o do seu local de residência
e à concessão do refúgio, não int eragindo com a prot eção dos direit os
hum anos em si.
c) O Direit o I nt ernacional Hum anit ário é m enos abrangent e que o Direit o
I nt ernacional dos Direit os Hum anos, t endo precedido hist oricam ent e est e
últ im o.
d) O Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos não incide na hipót ese de
conflit os arm ados int ernacionais e int ernos.
e) O Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos consolidou- se
norm at ivam ent e logo após a Prim eira Guerra Mundial, com a relat ivização
da soberania dos Est ados Nacionais e at ribuição ao indivíduo da condição de
suj eit o de direit os no plano int ernacional.
Com e nt á r ios
Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva A est á incorret a, pois a soberania é exercício do m om ent o em que
o Est ado decide aderir a det erm inada organização ou t rat ado int ernacional. A
part ir desse m om ent o poderá ser responsabilizado.
A a lt e r na t iva B est á incorret a, pois a responsabilidade é obj et iva, independendo
da configuração de dolo ou de culpa.
A a lt e r na t iva C est á corret a. Conform e dit o, a responsabilidade é obj et iva.
Com e nt á r ios
A quest ão é dout rinária e segue, em grande m edida, o ent endim ent o de August o
Cançado Trindade, a respeit o das vert ent es dos Direit os Hum anos. Cont udo, para
resolver à quest ão não seria necessário conhecer o pensam ent o do aut or. Após
o est udo da aula de hoj e, com bom senso e razoabilidade era possível se chegar
à respost a corret a.
Vej am os cada um a das alt ernat ivas.
A a lt e r n a t iva A est á errada. Em regra, quest ões que afirm am ou excluem
perem pt oriam ent e det erm inadas regras, noções e conceit os t endem a serem a
erradas. É o que ocorre nest a alt ernat iva.
Afirm a- se que a visão com part im ent alizada das t rês vert ent es encont ra- se
“ de finit iva m e nt e im pla n t a da na r e a lida de ” . Em bora sem conhecer o
pensam ent o do aut or acim a cit ado não pudéssem os concluir com cert eza a
respeit o da alt ernat iva pela form a com o foi redigida poderíam os, ao m enos,
acredit ar que o exam inador t ent ou nos induzir a erro.
A a lt e r na t iva B, do m esm o m odo, est á incorret a, j ust am ent e pelo que vim os
acim a. A prát ica cont em porânea, ao cont rário da visão com part im ent alizada
ant eriorm ent e defendida, crê num a aplicação convergent e das t rês vert ent es dos
Direit os Hum anos, com vist as a um a prot eção int egral da pessoa.
Assim , com o a quest ão ant erior, poderíam os concluir com o que est udam os at é
o present e, que quest ão não poderia est ar corret a. Lem bre- se que as diversas
disciplinas em t orno dos direit os hum anos possuem carát er com plem ent ar, de
m odo que som am forças com vist as à prot eção da pessoa.
A a lt e r na t iva C t am bém est á incorret a. Ant ônio August o Cançado Trindade 18 ao
t rat ar da prot eção às vít im as de conflit os int ernos e sit uações de em ergência
leciona:
Const it ui t arefa das m ais urgent es em nossos dias a de ident ificar os m eios pelos quais se
assegure que a aproxim ação ou convergência verificável nos últ im os anos ent re o direit o
int ernacional hum anit ário e a prot eção int ernacional dos direit os hum anos nos planos
norm at ivo, herm enêut ico e operacional se revert a efet iva e crescent em ent e em um a
ext ensão e fort alecim ent o do grau de prot eção dos direit os consagrados.
A a lt e r na t iva D est á incorret a, post o que o dever de prot eção e im plem ent ação
dos direit os hum anos é perene, não se esgot a, m uit o m enos se rest ringe aos
períodos cont urbados de det erm inada sociedade.
Sobre a t em át ica, expressam ent e ensina o aut or 19 acim a m encionado:
Os desenvolvim ent os recent es na prot eção int ernacional da pessoa hum ana, t ant o em
t em po de paz com o de conflit o arm ado ( supra) , realçam a obrigação geral da devida
diligência por part e do Est ado, que se desdobra em seus deveres j urídicos de t om ar m edidas
posit ivas para prevenir, invest igar e sancionar violações dos direit os hum anos, ( ...) .
17
TRI NDADE, August o Cançado. D ir e it o I nt e r na ciona l dos D ir e it os H u m a n os, D ir e it o
I n t e r na cion a l H um a n it á r io e D ir e it o I n t e r n a ciona l dos Re fugia dos: Apr ox im a çõe s ou
Conve r gê ncia s. Disponível em :
ht t p: / / www.dhnet .org.br/ direit os/ m ilit ant es/ cancadot rindade/ cancado_ver.ht m , acesso em
19.10.2014, ( versão elet rônica) .
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TRI NDADE, August o Cançado. D ir e it o I nt e r na ciona l dos D ir e it os H u m a n os, D ir e it o
I n t e r na cion a l H um a n it á r io e D ir e it o I n t e r n a ciona l dos Re fugia dos: Apr ox im a çõe s ou
Conve r gê ncia s, ( versão elet rônica) .
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TRI NDADE, August o Cançado. D ir e it o I nt e r na ciona l dos D ir e it os H u m a n os, D ir e it o
I n t e r na cion a l H um a n it á r io e D ir e it o I n t e r n a ciona l dos Re fugia dos: Apr ox im a çõe s ou
Conve r gê ncia s, ( versão elet rônica) .
Num prim eiro m om ent o a quest ão parece dificílim a. Ent ret ant o, um a leit ura
at ent a pode nos indicar o gabarit o sem m aiores problem as.
Opt am os por t razer est a quest ão pois, além de recent e e por t rat ar
especificam ent e de um pont o do edit al do nosso concurso, m uit as vezes em
provas podem os nos deparar com assunt os que parecem difíceis, cuj o t em a em
específico “ não sabem os” . Na realidade, com o conhecim ent o que se agregará ao
longo do curso e com t ranquilidade é possível resolvê- las, com t ranquilidade.
Com e nt á r ios
Trat a- se de quest ão sim ples, que envolve t ão som ent e o conhecim ent o dos
sist em as int ernacionais de Direit os Hum anos.
Com o est udam os, o Sist em a Global de Direit os Hum anos convive com os
sist em as regionais, ent re os quais dest acam - se o Sist em a Europeu, o Sist em a
Am ericano e o Sist em a Africano.
Quant o aos países asiát icos não há um a organização efet iva em t orno da prot eção
int ernacional dos Direit os Hum anos, lim it ando- se os países a criarem , segundo
suas concepções, m ecanism os int ernos de prot eção. Adem ais, conform e regist ra
a dout rina, o cont inent e asiát ico congrega diversos países dit at oriais, cuj a ordem
e regram ent o int ernos não coadunam com a prot eção int ernacional dos Direit os
Hum anos.
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TRI NDADE, August o Cançado. D ir e it o I nt e r na ciona l dos D ir e it os H u m a n os, D ir e it o
I n t e r na cion a l H um a n it á r io e D ir e it o I n t e r n a ciona l dos Re fugia dos: Apr ox im a çõe s ou
Conve r gê ncia s, ( versão elet rônica) .
Com e nt á r ios
A Declaração dos Direit os do Hom em e do Cidadão ( Déclarat ion des Droit s de
l'Hom m e et du Cit oyen, ao lado) , que dat a de 1789, é docum ent o culm inant e da
Revolução Francesa, que definiu diversos direit os fundam ent ais de carát er
universal.
Com o se vê a quest ão t ent ou confundir o docum ent o acim a com a Declaração
Universal dos Direit os Hum anos ( DUDH) , que dat a de 1948, a m arca a
int ernacionalização dos Direit os Hum anos.
D ECLARAÇÃO UN I VERSAL D E
D I REI TOS H UM AN OS
1948
Resolução edit ada no pós- 2 ª
Gue r r a M undia l volt ada para a
prot eção dos direit os hum anos.
Foram expressados e discrim inados
direit os de prim eira e de segunda
dim ensão. Além disso, há
referência aos direit os de t erceira
dim ensão.
Com e nt á r ios
Est udarem os adiant e cada um desses t rat ados int ernacionais de form a det alhada.
Por ora devem os lem brar que ao lado da DUDH, o Pact o I nt ernacional de Direit os
Civis e Polít icos e o Pact o I nt ernacional dos Direit os Econôm icos, Sociais e
Cult urais const it uem os principais docum ent os int ernacionais do Sist em a Global.
A assert iva est á cor r e t a .
Com e nt á r ios
Dicot ôm ico significa a cisão, divisão. Assim , quest iona a assert iva se os sist em as
são separados, cindidos em global e regional. Ficou fácil, não?!
Est á incor r e t a a assert iva um a vez que os sist em as de Direit os Hum anos são
com plem ent ares e obj et ivam a int egral prot eção dos direit os hum anos.
PROTEÇÃO
D OS
D I REI TOS
H UM AN OS
N O BRASI L
Sist em a
Sist em a Global
Am ericano de
de Prot eção
Prot eção aos
aos Direit os
Direit os
Hum anos
Hum anos
Com e nt á r ios
S I STEM AS S I STEM A
R EGI ON AI S G LOBAL
Q1 1 . CESPE/ OAB/ 2 0 0 9
Julgue o it em abaixo.
No âm bit o do direit o int ernacional, a soberania, im port ant e caract eríst ica do
palco int ernacional, significa a possibilidade de celebração de t rat ados sobre
direit os hum anos com o consent im ent o do Tribunal Penal Perm anent e.
Com e nt á r ios
Est á perfeit a a quest ão, excet o pelo fat o de que é necessário o consent im ent o do
Tribunal Penal Perm anent e Conform e est udam os na aula de hoj e, a soberania
est at al m anifest a- se j ust am ent e na celebração dos t rat ados int ernacionais de
direit os hum anos.
Q1 2 . CESPE/ TRF3 ª / 2 0 1 1
Assinale a opção corret a relat ivam ent e aos m ecanism os de im plem ent ação
dos direit os hum anos no plano int ernacional, j ugue o it em abaixo.
Na at ualidade, exist em apenas duas cort es regionais em funcionam ent o: a
Cort e I nt eram ericana de Direit os Hum anos e a Cort e Europeia de Direit os.
Com e nt á r ios
Fácil, não? Exist e, para além dos sist em as cit ados, o Sist em a Africano de Direit os
Hum anos, conform e vim os em quest ões ant eriores.
Logo, a assert iva est á incor r e t a .
Q1 3 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
At ualm ent e, os direit os e garant ias fundam ent ais est ão inseridos em
dist int os t ext os const it ucionais de diferent es países. Tal presença é um a
conquist a hist órica ocorrida por ações concret as realizadas no passado. A
Cart a das Nações Unidas de 1945, exem plo de um a dessas ações concret as,
consolidou, j unt o com a UDHR, o m ovim ent o de int ernacionalização dos
direit os hum anos. Tendo em vist a essa inst it ucionalização j ulgue o it em
abaixo.
A est rut ura de prot eção do direit o int ernacional é concent rada na ONU.
Com e nt á r ios
Vim os que a est rut ura do Direit o I nt ernacional de direit os hum anos engloba
sist em as globais e sist em as regionais. O sist em a global at ualm ent e com preende
a ONU, ao passo que o sist em a regional com preende sist em a europeu, africano
e am ericano.
Logo, a assert iva est á incor r e t a , pois a ONU concent ra apenas o sist em a global.
Q1 4 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
At ualm ent e, os direit os e garant ias fundam ent ais est ão inseridos em
dist int os t ext os const it ucionais de diferent es países. Tal presença é um a
conquist a hist órica ocorrida por ações concret as realizadas no passado. A
Cart a das Nações Unidas de 1945, exem plo de um a dessas ações concret as,
consolidou, j unt o com a UDHR, o m ovim ent o de int ernacionalização dos
direit os hum anos. Tendo em vist a essa inst it ucionalização j ulgue o it em
abaixo.
A prot eção int ernacional pode ser vist a, ent re out ros, em dois planos:
sist em a global ( ONU) e sist em a regional ( OEA) .
Com e nt á r ios
Q1 5 . CESPE D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos est á desvinculada do processo
de universalização dos direit os hum anos.
Com e nt á r ios
Not em que a assert iva por si só não faz sent ido, pois a prot eção int ernacional
dos direit os hum anos est á t ot alm ent e at relada à universalização da disciplina.
A assert iva est á incor r e t a .
Q1 6 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A nat ureza diplom át ica da prot eção int ernacional dos direit os hum anos
at ribui aos Est ados o dever de prot eger t ant o os nacionais quant o os
est rangeiros que se encont rem em t errit ório pát rio, do que se depreende
que a nacionalidade t em especial im port ância nesse cont ext o.
Com e nt á r ios
Com o a prot eção dos direit os hum anos deve ser est endida aos nacionais e aos
est rangeiros, de form a que int eressa apenas o fat o de ser hum ano, não
int eressando a nacionalidade do indivíduo.
Sobre o assunt o, leciona André de Carvalho Ram os 21 :
O fundam ent o da prot eção diplom át ica est á no supost o dever int ernacional de t odos os
est ados de fornecer um t rat am ent o considerado int ernacionalm ent e adequado aos
est rangeiros em seu t errit ório. Ent ão, o dano ao est rangeiro é um dano indiret o ao Est ado
de sua nacionalidade.
21
RAMOS, André de Carvalho. Re spon sa bilida de I n t e r na cion a l por Viola çã o dos D ir e it os
H u m a nos. 1ª ed. Rio de Janeiro: Edit ora Renovar, 2004, p. 44/ 45.
Dessa form a, em relação aos suj eit os prot egidos pelos direit os e garant ias
fundam ent ais previst as no art . 5º , a CF assegura os direit os ali indicados t ant o
aos br a sile ir os com o a os e st r a nge ir os r e side nt e s no Pa ís.
Em regra t ais direit os dizem respeit o apenas às pessoas físicas, ao indivíduo. Est e
é o princípio geral. Ent ret ant o, a depender das circunst âncias fát icas os direit os
fundam ent ais podem ser aplicados aos ent es j urídicos públicos e privado.
Há, inclusive, vários direit os arrolados nos incisos do art . 5º se est endem às
pessoas j urídicas, t ais com o o princípio da isonom ia, o princípio da legalidade, o
direit o de respost a, o direit o de propriedade, o sigilo da correspondência e das
com unicações em geral, a inviolabilidade do dom icílio, a garant ia do direit o
adquirido, ao at o j urídico perfeit o e à coisa j ulgada, assim com o a prot eção
j urisdicional e o direit o de im pet rar m andado de segurança.
Não há, por out ro lado, m enção expressa para a prot eção dos direit os
fundam ent ais do est rangeiro não resident e, que est ej a apenas de passagem pelo
nosso país com o, por exem plo, para férias. A CF m enciona os br a sile ir os e
e st r a nge ir os r e side nt e s n o Pa ís. Caso se faça um a in t e r pr e t a çã o lit e r a l do
t ext o do art . 5º , caput , o est rangeiro não resident e não gozaria de nenhum dos
direit os e garant ias enunciados.
Cuida do, e sse e nt e ndim e nt o nã o é cor r e t o! O ent endim ent o at ual é no
sent ido de que t odas as pessoas que est ivem em nosso t errit ório, t ão som ent e
pela condição de pessoa, devem t er seus direit os e garant ias fundam ent ais
respeit ados.
Q1 7 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
A nat ureza do sist em a de prot eção int ernacional dos direit os hum anos é de
dom ínio reservado do Est ado nos lim it es de sua soberania, possibilit ando a
responsabilização int ernacional do Est ado quando as inst it uições nacionais
forem om issas na t arefa de prot eger os direit os hum anos.
Com e nt á r ios
A assert iva parece est ar corret a, cont udo, com o vim os na part e de lim it ação dos
direit os hum anos, a prot eção dos direit os hum anos não est á lim it ada à soberania.
Na realidade, a soberania é cada vez m ais m it igada para um a im plem ent ação
int egral dos direit os hum anos.
Q1 8 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com relação aos m ecanism os int ernacionais de prot eção e m onit oram ent o
dos direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
Além da Declaração Universa dos Direit os Hum anos de 1948 não há out ros
docum ent os relevant es no âm bit o da prot eção int ernacional global dos
direit os hum anos.
Com e nt á r ios
Muit o são os docum ent os que regem a prot eção int ernacional global dos direit os
hum anos. Assim , int egram o sist em a global de prot eção, além da Declaração
Universal dos direit os Hum anos, os seguint es docum ent os int ernacionais: Cart a
das Nações Unidas; Pact o I nt ernacional dos Direit os Civis e Polít icos; Pact o
I nt ernacional dos Direit os Econôm icos, Sociais e Cult urais; Convenção cont ra a
Tort ura e out ros Trat am ent os ou Penas Cruéis, Desum anos ou Degradant es;
Convenção sobre a Elim inação de Todas as Form as de Discrim inação Cont ra a
Mulher; Convenção sobre a Elim inação de Todas as Form as de Discrim inação
Racial; e Convenção sobre os Direit os da Criança.
Logo est á incor r e t a a assert iva.
Q1 9 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com relação aos m ecanism os int ernacionais de prot eção e m onit oram ent o
dos direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
Quando foi adot ada e proclam ada por resolução da Assem bleia Geral das
Nações Unidas, a Declaração Universal dos Direit os Hum anos, apesar de não
t er sido aceit o por t odos os países, t eve grande im port ância hist órica.
Com e nt á r ios
De fat o, quando adot ada e prom ulgada pela ONU, em 1948, a Declaração
Universal de Direit os Hum anos não foi aceit a por t odos os países. Não obst ant e
isso, sua im port ância hist órica é incont est ável, um a vez que serviu de base para
a expansão dos direit os hum anos com o um t odo e para a criação de vários out ros
t rat ados int ernacionais sobre o t em a, com o o Pact o I nt ernacional dos Direit os
Civis e Polít icos, e o Pact o I nt ernacional sobre os Direit os Econôm icos, Sociais e
Cult urais, que serão est udados nas próxim as aulas.
Assim , cor r e t a a assert iva.
Q2 0 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com e nt á r ios
A ONU foi criada após a 2ª Grande Guerra, em 1945, j ust am ent e pela
necessidade art iculação de um órgão int ernacional que coordenasse a prot eção
dos direit os hum anos, t endo em vist a as barbaridades perpet radas cont ra a
hum anidade durant e os com bat es arm ados. A expansão dos Direit os Hum anos
ocorre j ust am ent e após a 2ª Guerra e a criação da ONU.
Port ant o, a assert iva est á t ot alm ent e cor r e t a .
Q2 1 . CESPE/ D PE- PI / 2 0 0 9
Com relação aos m ecanism os int ernacionais de prot eção e m onit oram ent o
dos direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
O Tribunal de Nurem berg não t eve nenhum papel hist órico na
int ernacionalização dos direit os hum anos.
Com e nt á r ios
Desde a 1ª Guerra Mundial discut ia- se a
criação de t ribunais penais int ernacionais
para j ulgam ent o de crim es de guerra.
Cont udo, apenas com a m obilização em
razão das at rocidades da 2ª Guerra
Mundial é que finalm ent e há, em 1945, a
criação de t al t ribunal.
Assim , em 08.07.1945, em Londres, foi
inst it uído um t ribunal int ernacional
m ilit ar, denom inado post eriorm ent e de
Tribunal de Nurem berg. Ent re as part es
que part iciparam da const it uição do referido órgão j ulgadores est ão o Reino
Unido, Est ados Unidos, União Soviét ica e França.
Trat ou- se de um t ribunal de exceção que j ulgou 24 nazist as int egrant es da SS,
Gest apo, Part ido Nazist a, ent re out ros. Em bora crit icado por se const it uir em um
t ribunal form ado após a prát ica dos crim es, é fundado no direit o int ernacional
consuet udinário de punição daqueles que com et eram crim es cont ra os valores
essenciais da com unidade int ernacional.
O referido t ribunal adot ou os seguint es princípios:
• 1º ) t odo aquele que com et e at o que consist e em crim e int ernacional é passível
de punição;
• 2º ) lei nacional que não considera o at o crim e é irrelevant e;
• 3º ) as im unidades locais são irrelevant es;
• 4º ) a obediência às ordens superiores não são exim ent es;
• 5º ) t odos os acusados t êm direit o ao devido processo legal;
• 6º ) são crim es int ernacionais os j ulgados em Nurem berg;
• 7º ) conluio para com et er t ais at os é crim e.
Dessa form a, é evident e a im port ância do Tribunal de Nurem berg, que t eve um
papel hist órico significat ivo na int ernacionalização de direit os hum anos, t endo em
vist a que m uit os dos crim es lá j ulgados foram considerados post eriorm ent e com o
crim es cont ra a hum anidade e encont ram - se t ipificados int ernacionalm ent e.
Port ant o, incor r e t a a assert iva.
Com e nt á r ios
As quest ões de Defensoria Pública sem pre são ót im as para aprofundarm os o
est udo. Vej am os cada um a das alt ernat ivas.
A a lt e r na t iva A est á corret a. As vert ent es que est udam os at uam no sent ido de
prot eger de form a int egral os direit os hum anos. Assim , a pessoa est iver envolvida
em conflit os arm ados, será prot egida pelo Direit o Hum anit ário, se for o caso de
refugiado a prot eção ocorrerá pelas regras dos Direit os dos Refugiados. Em
relação às dem ais pessoas, a prot eção observará os Direit os Hum anos ( st rict o
sensu) , ou segundo a quest ão Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos.
==2a20b==
É j ust am ent e em face dessa com plet ude alm ej ada pelas vert ent es, que a visão
com part im ent alizada é crit icada pela dout rina.
A a lt e r na t iva B est á corret a. Especialm ent e em relação aos refugiados, busca-
se criar um arcabouço j urídico prot et ivo, com vist as a prot egê- los caso sej am
inseridos na condição de refugiados. Adem ais, t oda a prot eção int ernacional dos
Direit os Hum anos m ira à criação de regras com vist as à prevenção de violações
aos direit os m ais básicos.
A a lt e r na t iva C est á corret a. O Direit o Hum anit ário é um a das vert ent es de
prot eção int ernacional dos Direit os Hum anos, t endo por obj et ivo prot eger as
pessoas envolvidas em conflit os arm ados. Devem os lem brar que essa prot eção
abrange não apenas os civis que est ão em zona de guerra, m as os com bat ent es
e prisioneiros de guerra.
A a lt e r n a t iva D t am bém est á corret a. Em bora não t enham os t rat ado dessa
cláusula ao longo da aula é sem pre im port ant e agregar conhecim ent os. Por essa
cláusula fixa- se que quando det erm inado sist em a norm at ivo falhar ou se
apresent ar de form a incom plet a, é possível a ut ilização de norm as de princípios
de Direit o I nt ernacional para a defesa. A ideia é evit ar que a prot eção de
det erm inado direit o fique adst rit a às regras prescrit as nos docum ent os
int ernacionais. Trat a- se, port ant o, de um a cláusula que confere abert ura ao
sist em a de prot eção int ernacional dos Direit os Hum anos.
Finalm ent e, a a lt e r na t iva E est á incorret a e é o gabarit o da quest ão. Essa foi
m aldosa, pois o princípio do non- refoulem ent aplica- se apenas ao Direit o
Hum anit ário. Assent a- se que nenhum país poderá expulsar pessoas que se
encont rem am eaçadas em razão da et nia, religião, nacionalidade, grupo social ou
opinião polít ica. Esse princípio dest aca a pret ensão prevent iva conferida ao
Direit o Hum anit ário.
Esse princípio, cont udo, não inform a o Direit o I nt ernacional dos Direit os
Hum anos. Por isso do erro da alt ernat iva. De acordo com part e da dout rina, o
Direit o I nt ernacional dos Direit os Hum anos é inform ado pelos princípios da
neut ralidade, da não- discrim inação e a da hum anidade.
Com e nt á r ios
A prim eira vez em que houve declaração de direit os em docum ent o escrit os
rem ont a da baixa idade m édia, com a elaboração da Magna Cart a, de 1215,
quando houve a previsão para assegurar direit os de liberdade com o m anifest ação
inicial dos Direit o Hum anos.
Logo a assert iva est á incor r e t a .
Com e nt á r ios
A quest ão est á incor r e t a , um a vez que a int ernacionalização dos direit os
hum anos é um a const rução pós Segunda Guerra Mundial. Após a Prim eira Guerra
Mundial falava- se apenas em Direit o Hum anit ário e não de form a
int ernacionalizada.
Q2 5 . CESPE/ PRF/ 2 0 1 3
Julgue o it em subsecut ivo:
O sist em a global de prot eção dos direit os hum anos foi inst aurado pela Cart a
I nt ernacional dos Direit os Hum anos.
Com e nt á r ios
A present e quest ão é bast ant e sim ples. O Sist em a Global de Direit os Hum anos é
coordenado pela ONU, que foi criado pela Cart a das Nações Unidas. Em seguida,
a Assem bleia Geral da ONU edit a a Declaração Universal dos Direit os Hum anos.
Esse docum ent o, j unt am ent e com o Pact o I nt ernacional dos Direit o Civis e Polít ico
e os Pact o I nt ernacionais dos Direit os econôm icos, sociais e cult urais form am - se
o que a dout rina denom ina de Ca r t a I nt e r na ciona l dos D ir e it os H um a nos.
Q2 6 . CESPE/ PM - AL/ 2 0 1 2
Com relação ao conceit o, à evolução e à abrangência dos direit os hum anos,
assinale a opção corret a.
Com o fim da Prim eira Guerra Mundial, a est rut ura do direit o int ernacional
dos direit os hum anos com eçou a se consolidar. A essa época, os direit os
hum anos t ornaram - se um a legít im a preocupação int ernacional e, ent ão,
foram criados m ecanism os inst it ucionais e de inst rum ent os que levaram t ais
direit os a ocupar um espaço cent ral na agenda das organizações
int ernacionais.
Com e nt á r ios
Com o vim os a consolidação dos Direit os Hum anos é algo que ocorreu
paulat inam ent e, expandindo- se a cada confluência social. De t odo m odo, o
regist ro m arcant e a despert ar a preocupação da com unidade int ernacional
quant o a t em át ica prot et iva dos direit os hum anos, foi a 2ª Guerra Mundial e não
com a 1ª Guerra Mundial.
Para facilit ar, podem os fazer a seguint e associação:
D A 1 ª GUERRA M UN D I AL – LI GA D AS N AÇÕES fr a ca ssou
D A 2 ª GUERRA M UN D AL – ON U consolidou a pr ot e çã o
int e r na ciona l dos D ir e it os H um a nos.
Logo, a assert iva est á incor r e t a .
Q2 7 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
O regim e obj et ivo das norm as int ernacionais de direit os hum anos refere- se
às várias obrigações dos Est ados com os indivíduos que est ão sob sua
j urisdição, independent em ent e da nacionalidade da pessoa.
Com e nt á r ios
O Est ado, ao firm ar um t rat ado int ernacional, não assum e direit os e obrigações
recíprocas, m as apenas a obrigação perant e a com unidade int ernacional e
perant e os indivíduos que com port am esse Est ado, de respeit ar os direit os
hum anos.
Com o a assert iva bem represent a conceit o de regim e obj et ivo de prot eção ela
est á cor r e t a .
Q2 8 . CESPE/ AGU/ 2 0 0 4
Julgue o it em abaixo:
O Est ado não pode exim ir- se de sua responsabilidade int ernacional pela
violação de obrigações específicas relacionadas com a prot eção do direit o à
vida e à int egridade pessoal por m ot ivos de ordem int erna, com o a form a
federat iva do Est ado e a consequent e divisão de com pet ências m at eriais e
legislat ivas próprias à União e aos Est ados- Mem bros.
Com e nt á r ios
A quest ão envolve a discussão em t orno da assunção de responsabilidades
int ernacionais pelo Est ado e a divisão de funções num Est ado Federado.
Vej am os com calm a!
Poderia, por exem plo, o Est ado brasileiro alegar que não cum priu det erm inada
prescrição int ernacional um a vez que a m at éria é de com pet ência dos est ados-
m em bros e est es não observaram regras que lhes são próprias? Evident em ent e
que não!
O Poder Execut ivo – m ais especificam ent e o President e na condição de Chefe de
Est ado – represent a e prest a cont as do Est ado brasileiro na seara int ernacional.
Dessa form a
As m at érias enunciadas são norm as de direit os fundam ent ais e, logo, const it uem
obrigação dos Est ados observá- los. Caso não sej am respeit adas as regras
int ernacionais pelos est ados- m em bros da federação, surge para o ent e federal o
dever de agir dent ro dos lim it es inst it ucionais do pact o federat ivo para corrigir
t ais desvios, sob pena de om issão culposa do Est ado.
Assim , a União será responsabilizada não pela ação, m as pela om issão culposa
ao não em preender esforços para que as regras sej am observadas pelos dem ais
ent es federat ivos.
Logo, a assert iva est á cor r e t a .
Q2 9 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
Com e nt á r ios
O princípio inform ador do sist em a de relat órios não é o princípio da reciprocidade,
conform e const a da quest ão. O sist em a de relat órios é regido pelo pr incípio da
coope r a çã o int e r na ciona l e a busca de evolução na prot eção de direit os
hum anos, baseado no consenso ent re o Est ado e o órgão int ernacional. Observe
que a banca t ent ou confundir o candidat o, um a vez que o princípio da
reciprocidade exige obrigações m út uas, quando o est ado em issor t em um a
obrigação unilat eral de enviar relat órios ao órgão int ernacional.
Lem bre- se:
Q3 0 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
No que se refere à prot eção int ernacional dos direit os hum anos, que é
const it uída por m ecanism os unilat erais e colet ivos da responsabilidade
int ernacional do Est ado, j ulgue o it em abaixo.
Com pet e à Assem bleia Geral da Organização dos Est ados Am ericanos
apresent ar relat órios periódicos para a apuração da responsabilidade dos
Est ados- m em bros em relação aos direit os sociais.
Com e nt á r ios
A com pet ência para apresent ar relat órios periódicos é sem pre dos Est ados
signat ários dos t rat ados, nunca do organism o int ernacional, que será o
responsável pela análise dos relat órios enviados. I sso deverá ocorrer
periodicam ent e, de acordo com o previst o no t rat ado ou sem pre que solicit ado
pelo órgão execut ivo.
Dest a form a, est á incor r e t a a quest ão.
Q3 1 . CESPE/ D PE- M A/ 2 0 1 1
A prot eção int ernacional dos direit os hum anos é um conj unt o de norm as
j urídicas que garant e o respeit o à dignidade de t odas as pessoas. Com
relação ao sist em a e à nat ureza de prot eção int ernacional cont ra as violações
de direit os hum anos, j ulgue o it em abaixo.
Com e nt á r ios
O est udo da lim it ação int ernacional da prot eção dos Direit os Hum anos passa pela
a ná lise da sobe r a nia dos Est a dos. Jean Bodin definiu soberania com o pode r
que o Est a do de t é m de im por , de nt r o de se u t e r r it ór io, sua s de cisõe s,
e dit a ndo le is e e x e cut a ndo- a s; e , e x t e r na m e nt e , a nã o subor dina çã o a
ne nh um out r o Est a do.
Por esse conceit o nã o se r ia possíve l que Est a dos ou or ga nism os
int e r na ciona is im puse sse m lim it a çõe s a out r os Est a dos, a inda que a
t ít ulo de pr ot e çã o dos D ir e it os H u m a nos. Cont udo, com o desenvolvim ent o
e inst it ucionalização da disciplina, a preocupação da com unidade int ernacional
em relação à prot eção da dignidade t ornou- se conse nso. Os países reuniram - se
em organism os int ernacionais globais e, post eriorm ent e, locais, para criarem
regras e m ecanism os de prot eção aos Direit os Hum anos. Os indivíduos
pa ssa r a m à posiçã o ce nt r a l, de suj e it os de dir e it o int e r na ciona l,
obrigando t odos os Est ados a observância de regras m ínim as de prot eção.
Em razão disso, im põe- se um REESTUD O D O CON CEI TO ORI GI N ÁRI O D E
SOBERAN I A, um a vez que os Est ados at ualm ent e encont ram lim it es a esse
poder dit o suprem o, na com unidade int ernacional, qual sej a: a prot eção aos
Direit os Hum anos.
Na verdade, a sobe r a nia é e x e r cida e m sua ple nit ude no m om e nt o e m qu e
o pa ís de cide fir m a r um pa ct o int e r na cion a l. A part ir desse m om ent o, ao
m enos, o signat ário abre m ão de sua parcela de soberania em prol do bem
com um .
Vist os esses conceit os gerais, not am os que a assert iva parece est ar corret a,
cont udo, a prot eção dos direit os hum anos não est á lim it ada à soberania. Na
realidade, a soberania é cada vez m ais m it igada para um a im plem ent ação
int egral dos direit os hum anos.
Logo, a assert iva est á incor r e t a .
Q3 2 . CESPE/ AGU/ 2 0 0 4
Julgue o it em abaixo:
O Est ado não pode exim ir- se de sua responsabilidade int ernacional pela
violação de obrigações específicas relacionadas com a prot eção do direit o à
vida e à int egridade pessoal por m ot ivos de ordem int erna, com o a form a
federat iva do Est ado e a consequent e divisão de com pet ências m at eriais e
legislat ivas próprias à União e aos Est ados- Mem bros.
Com e nt á r ios
Q3 3 . CESPE/ D PU/ 2 0 0 7
No que concerne à at uação int ernacional na área de direit os hum anos, j ulgue
os it ens a seguir.
A República Federat iva do Brasil, que reconhece a j urisdição obrigat ória da
Cort e I nt eram ericana de Direit os Hum anos, em nenhum m om ent o foi ré por
violações geradoras de responsabilidade int ernacional.
Com e nt á r ios
O Brasil j á foi acionado em diversos casos perant e a Cort e I nt eram ericana de
Direit os Hum anos. Dest acam - se os seguint es casos:
• Caso Xim enes Lopes ( Caso n° 12.237) ;
• Caso Nogueira de Carvalho e out ros ( Caso nº 12.058) ;
• Caso Escher e out ros Caso Gom es Lund e out ros ( " Guerrilha do Araguaia" ) ;
e
• Caso Sét im o Garibaldi ( Caso 12.478) .
Assim , est á incor r e t a a assert iva.
Com e nt á r ios
A afirm at iva est á incor r e t a . A garant ia da eficácia dos direit os hum anos cabe
principalm ent e aos próprios est ados, que t êm obrigação de respeit ar t rat ados e
sist em as dos quais façam part e. Caso haj a falha da prot eção int erna em um
Est ado, exist em sist em as aos quais é possível recorrer. Esses sist em as visam a
garant ir a eficácia dos direit os hum anos que deveria t er sido garant ida, a
princípio, pelos próprios Est ados.
Com e nt á r ios
A afirm at iva est á cor r e t a . O direit o int ernacional hum anit ário t em com o obj et iv o
lim it ar os efeit os dos conflit os arm ados. Seu m arco principal corresponde com a
criação do Com it ê I nt ernacional da Cruz Verm elha, em 1963, que foi responsável
pela 1ª Convenção de Genebra, em 1864, sobre a prot eção dos m ilit ares feridos
em cam panha. A part ir dest e m om ent o, out ras convenções surgiram para
aprofundar o direit o int ernacional hum anit ário.
Com e nt á r ios
A a lt e r na t iva D est á corret a e é o gabarit o da quest ão. Em caso de conflit o ent re
norm as int ernas e t rat ados int ernacionais de direit os hum anos, deve prevalecer
a norm a que for m ais favorável ao suj eit o de direit o, pois a prot eção da dignidade
da pessoa hum ana é a finalidade últ im a e a razão de ser de t odo o sist em a
j urídico.
Com e nt á r ios
A assert iva est á cor r e t a . A assist ência hum anit ária t em com o obj et ivo principal
aliviar o sofrim ent o de populações at ingidas, consequent em ent e, m ant endo a
dignidade hum ana, salvando vidas e m inim izando os desast res secundários.
É assist ência m at erial, logíst ica, m oral, legal e t am bém espirit ual prest ada para
fins de confort o social hum anit ários. Ela vem em respost a a calam idades
event uais ou crônicas, norm alm ent e m ot ivada por crises hum anit árias, incluindo
desast res nat urais e desast res provocados pelo hom em .
Com e nt á r ios
Quando o assunt o é relação de Direit os hum anos, não há reciprocidade. Cada
Est ado deve fazer sua part e independent e do out ro. Dessa form a, a assert iva
est á incor r e t a .
Q3 9 . FGV/ Se na do Fe de r a l/ 2 0 0 8
Sobre a " Prot eção aos Direit os Hum anos" , analise as afirm at ivas a seguir:
I . Os Direit os I nt ernacionais de Prot eção à pessoa hum ana vêm a resguardar
o hom em quando o Est ado que o t ut ela falha ao fazê- lo.
I I . As regras de Direit o Hum anit ário, const ant es das Convenções de
Genebra, por se const it uírem em j us cogens são erga om nes.
I I I . O Tribunal Penal I nt ernacional é j urisdição não recepcionada pela
Const it uição Brasileira conform e seu art . 5o, inciso XXXVI I I , que não adm it e
j uízo ou t ribunal de exceção.
Assinale:
a) se som ent e a afirm at iva I I est iver corret a.
b) se som ent e as afirm at ivas I e I I est iverem corret as.
c) se som ent e as afirm at ivas I e I I I est iverem corret as.
d) se som ent e as afirm at ivas I I e I I I est iverem corret as.
e) se t odas as afirm at ivas est iverem corret as.
9 - Re su m o
Pr ot e çã o I n t e r na ciona l dos D ir e it os H u m a n os
Direit o Hum anit ário: conj unt o de norm as e de m edidas que obj et ivam prot eger
direit os hum anos dos envolvidos em períodos de guerra. ( Movim ent o da Cruz Verm elha)
Liga das Nações: organism o int ernacional criado com o int uit o de prom over a
cooperação, a paz e a segurança int ernacional ( " em brião da ONU" )
OI T: organism o int ernacional que t eve por obj et ivo inst it uir e prom over norm as
int ernacionais de condições m ínim as e digna de t rabalho.
• Garant ia de paz e segurança dos grupos vulneráveis em razão de conflit os m ilit ares e
bélicos ( conceit o) .
• Caract eríst icas: a) consolida a posição do indivíduo com o suj eit o passivo de direit o
int ernacional; e b) im possibilidade de pet icionam ent o pelo indivíduo que t eve seu
direit o hum ano violado.
• Organism os I nt ernacionais: a) Movim ent o I nt ernacional da Cruz Verm elha; e b)
Tribunal Penal I nt ernacional.
• Docum ent o: Direit o de Genebra.
O Est ado, ao firm ar um t rat ado int ernacional, não assum e direit os e obrigações recíprocas,
m as apenas a obrigação perant e a com unidade int ernacional e perant e os indivíduos desse
Est ado, de respeit ar os direit os hum anos.
DEVER PRI MÁRI O: é o dever do Est ado garant ir a prot eção cont ra violações a direit os hum anos
perpet rados dent ro do seu t errit ório
A leit ura da soberania com o lim it e de aplicação dos Direit os Hum anos é fort em ent e cont est ada
e prat icam ent e não aceit a pelos dout rinadores, que com preendem que exist e um conj unt o de
regras m ínim as prot et ivas que devem ser observadas independent em ent e das diversidades
polít icas, econôm icas, sociais ou cult urais.
2º - Aplicam - se os m ecanism os de im plem ent ação dos Direit os Hum anos, som ent e se não
resolvida int ernam ent e
Mecanism os Convencionais
Tribunais I nt ernacionais
• função j ulgadora
• função cont enciosa e consult iva, quant o à int erpret ação do t rat ado int ernacional
• não podem ser provocados por pessoas
Relat órios
• envio periódico, e quando solicit ado, de inform ações at inent es ao cum prim ent o do t rat ado
int ernacional
• a obrigação deve const ar dos t rat ados int ernacionais
• com unicação feit a por Est ado a out ro Est ado, quant o ao descum prim ent o de direit os
hum anos.
• o Est ado com unicado t em o dever de inform ar ao Est ado em issor
• é possível a at uação de órgão execut ivo desde que: a) haj a esgot am ent o das vias int ernas;
e b) não exist a procedim ent o pendent e relat ivo ao m esm o assunt o
Violada um a norm a de Direit o I nt ernacional surge o dever daquele que infringiu a norm a
reparar o dano causado.
at o ilícit o: ação ou om issão cont rária à norm a int ernacional de direit os hum anos
prevent iva: busca coagir os Est ados a observarem as obrigações assum idas
lim it at iva: busca im por lim it es à at uação leviana e arbit rária dos Est ados, capaz de abalar as
relações pacíficas.
• diret a, decorrent e de ação ou de om issão, pelas violações que causar a seus nacionais ou
cont ra out ro Est ado, indivíduos ou grupo de indivíduos
• indiret a, decorrent e de om issão est at al, pelas violações perpet radas por resident es cont ra
indivíduo ou grupo de indivíduos, quando o Est ado NÃO t om ar providências.
suj eit os passivos são as pessoas, as com unidades ou os grupos que sofram a violação de
direit os hum anos.
aplicação das norm as de Direit os Hum anos às pessoas não signat árias dos t rat ados
int ernacionais
esgot am ent o dos m ecanism os int ernos ant es da aplicação das norm as de Direit o I nt ernacional
Consequências
Om issão de fut uras O Est ado deve abst er- se de prat icar fut uras condut as violadoras de
violações direit os hum anos
Um a vez violado o direit o hum ano, com pet e ao Est ado repará- lo,
Rest it uição nat ural
ret ornando ao st at us quo ant e.
Se a rest it uição nat ural ou a sat isfação não forem possíveis, haverá a
I ndenização
indenização, que pode const it uir em com pensação pecuniária.
Não se aceit a violação, por nenhum Est ado, das norm as j us cogens, ainda que o Est ado violador
não t enha assum ido com prom isso int ernacional de respeit á- lo.
Aplicação de sanções de carát er punit ivo e educat ivo em razão do denom inado regim e agravado
de responsabilidade nas violações de norm as j us cogens.