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Índice

Introdução...................................................................................................................................................2
1.Abordagens da relação da população com o meio ambiente.....................................................................3
2.População e Meio Ambiente: Que problemas podemos encontrar?..........................................................5
3.A responsabilidade da população para com o meio ambiente...................................................................6
Conclusão....................................................................................................................................................7
Bibliografia.................................................................................................................................................8

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Introdução

Este trabalho examina, a partir das abordagens populacional, espacial e económica, a relação da
População com o Meio Ambiente, restringindo este, as florestas plantadas e nativas. O objectivo
é fornecer subsídios ao desenho de políticas que buscam fomentar a gestão sustentável das
florestas, como um dos eixos do desenvolvimento sustentável nas bacias hidrográficas.

Portanto, para a realização do trabalho, utilizou-se o método bibliográfico, e este segue a


seguinte estrutura: introdução, desenvolvimento, conclusão e bibliografia.

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1.Abordagens da relação da população com o meio ambiente

O estudo da relação entre população e os recursos naturais é um tema que se enquadra na


perspectiva ecológica da geografia e que se preocupa fundamentalmente com as relações
Homem-ambiente.

O interesse na relação da população com o meio ambiente deve-se ao incremento dos efeitos das
mudanças antropogênicas no ambiente físico e biológico. Em função disto, em meados da década
de 70, biólogos populacionais, ecólogos e cientistas ambientais formalizaram a relação entre
população, bem estar e impacto ambiental, através de uma Formula fundadora (foundational
formula) que ficou conhecido como o modelo IPAT, o qual postula que o impacto ambiental (I) é
o produto da populaçãao (P), da afluência media desta população (A) e da tecnologia (T).
(Grbens-Leens e Nonhebel, 2002)

Inicialmente, os estudos populacionais focaram as causas de forma integrada, mas com ênfase
nos efeitos castastróficos da população e do crescimento económico sobre o ambiente. Num
segundo momento, reconhece que o crescimento populacional e económico aumenta a demanda
por recursos, ao mesmo tempo que incentiva a inovação através da busca de substituto e de
aumento d eficiência, de forma que os efeitos são invariavelmente positivos. Uma terceira visão
advoga que, como a escolha das tecnologias são feitas sem consideração do impacto ambiental,
estes são frutos mais da economia política da escolha tecnológica, do que do crescimento da
população ou da economia, per se. Na quarta, há um meio termo, a população é vista, não como
a força dominante, como um causa, que age em combinação com à afluência, à escolha
tecnológicos e com os arranjos institucionais entre outros. De forma, que ao longo dos anos as
preocupações demográficas foram, portanto, sendo abandonadas em troca de uma ênfase nas
outras causas. (Alves, 1995, p.13)

A população necessita de recursos naturais para a sua sobrevivência, sejam eles o ar, a água, as
rochas, o solo, o suprimento alimentar, a agro biodiversidade, a fauna, a flora e outros.

Nesta perspectiva, constata-se que as famílias economicamente débeis, desesperadas para que a
terra produza alimentos suficientes para sobrevivência, desmatam as florestas praticando

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queimadas descontroladas praticando o extrativismo vegetal e a caça furtiva esquecendo-se de
que essas actividades tem impactos adversos a curto, médio e longo prazo para a região em que
se fazem sentir os seus efeitos também alcançam áreas muito distantes ocasionando, problemas
ambientais globais. Assim, deduz-se que a população é o principal factor por detrás da
degradação dos recursos naturais e da sua exaustão.

De acordo com estudos feitos por alguns especialistas constatou-se que a explosão demográfica
está a sobrepor-se aos alimentos disponíveis. A título do exemplo, estes afirmam que se, neste
momento, todo o peixe, carne e trigo do mundo fossem distribuídos pela população do planeta
cada pessoa teria menos para comer do que há cinco anos atrás. Quer dizer que as reservas
alimentares mundiais estão a diminuir enquanto a população do planeta não para de aumentar, o
que constitui razão para alarme e para se começar a pensar na gestão dos equilíbrios do futuro.

Na mesma perspectiva, um estudo efectuado em 1972 pelo clube de Roma, organizado por
Dornella Meadows, e intitulado os Limites do Crescimento apontavam que até aos finais do
século XXI a humanidade correria grandes riscos de sobrevivência devido ao acelerado
crescimento populacional, o ritmo insustentável da exploração e consumo dos recursos naturais e
a crescente industrialização.

É neste contexto que se pode depreender que o forte crescimento da população mundial
constituiu um entrave ao desenvolvimento e só o controle da fecundidade pode contribuir para
melhorar as condições e a esperança de vida. Assim, é importante ter em conta que,
independentemente do tamanho da população, as práticas inadequadas pela necessidade de
sobrevivência podem deteriorar substancialmente o meio ambiente. É igualmente imprescindível
constatar que as economias desenvolvidas apesar de possuir um menor contingente populacional
são as que, através das suas indústrias produzem gazes com efeito de estufa, e comedores do
ozono, que demandam produtos extraídos por grandes empresas nas florestas tropicais com
benefícios mínimos para a população dos países anfitriões.

Por conseguinte, a extracção de produtos lenhos por parte dos pobres certamente que deteriora o
ambiente. As comunidades rurais, pela necessidade de sobrevivência vêm nos recursos naturais
uma tábua de salvação, contribuindo assim inconscientemente para a degradação do capital
natural.

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Paralelamente a isso, deduz-se que o crescimento populacional gera um crescente consumo de
recursos naturais, doenças infecciosas, danos a biodiversidade, desmatamentos, redução da
pesca, escassez de água, poluição dos mares, desertificação, mudanças climáticas e tantos outros
efeitos associados a este fenómeno.

2.População e Meio Ambiente: Que problemas podemos encontrar?

Há, predominantemente, uma visão que vê a relação população-ambiente como a pressão de


números sobre recursos. Muitas vezes, à pressão demográfica são atribuídos todos os males do
mundo contemporâneo desertificação, fome, esgotamento de recursos, degradação do ambiente.

Nesse sentido, a preocupação sobre a capacidade de produzir alimentos, acrescenta-se, hoje, todo
o mundo do movimento ambientalista.

Há uma outra vertente, mais moderada, que reconhece outros factores na equação
população/ambiente/desenvolvimento, e que atribui à pressão demográfica, não um papel
determinante quanto aos problemas ambientais, mas um papel de agravante, de factor
contribuinte. Quando essa porta se abre, há lugar para uma análise sociológica bem mais
adequada, tanto do papel do crescimento demográfico quanto do próprio processo de
desenvolvimento. Essencialmente, essa vertente equivale acrescentar aspectos ecológicos-
ambientais às várias explicações neomalthusianas do desenvolvimento. Assim, por exemplo, a
desertificação não é produto directo do crescimento populacional, mas de acidentes climáticos
associados a desigualdades sociais que não admitem alternativas para os agricultores (Franke;
Chasin, 1980).

Há, então, essa perspectiva que reconhece o problema ambiental, mas atribui um papel
secundário ao factor demográfico, procurando situar a questão em termos de instituições sócio-
econômicas, padrões de acesso à terra e desigualdades sociais. Nesta linha existem, também,
algumas tentativas de reverter os termos da equação, atribuindo à pressão sobre recursos o papel
positivo de incentivar o avanço tecnológico. É notável, neste sentido, a contribuição de Ester
Boserup (1965, 1981). Autores como Kahn e Simon vão mais longe, negando o caráter real de
problemas ambientais. População seria “o último recurso”, e quanto maior o número de seres
pensantes, maior o número de boas idéias e de soluções para qualquer problema (SIMON, 1982).

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3.A responsabilidade da população para com o meio ambiente

Neste sentido, um grande desafio é o de estabelecer um mecanismo não só de preservação, mas


principalmente de recuperação das matas ciliares, uma das áreas mais vulneráveis a pressão
populacional, a despeito da sua importância para a alimentação do regime hidráulico, cada vez
mais necessários para o bem-estar das populações. Neste sentido, é que entendemos uma
recomendação, ao apontar a necessidade do estabelecimento de um plano coerente para o uso do
espaço baseado em considerações de sustentabilidade, o qual deverá indicar como superar os
obstáculos económicos e políticos a convergência do interesse dos grupos populacionais e o uso
sustentável e a preservação do meio ambiente em cada bacia, a partir de argumentos racionais e
aceitáveis. Este plano deverá apontar a direcção na qual deveremos promover o crescimento, ao
mesmo que deverá ser difundido, através de meios de comunicação de massa, a exemplo do
rádio e da televisão.

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Conclusão

Em função do acima exposto, a problemática subjacente a relação da população com o meio


ambiente, tal como colocada pela abordagem neo institucionalista chama atenção para a
possibilidade da instrumentalização deste framework, não só no estudo da interface da População
com o Ambiente em termos genéricos, mas principalmente nas situações determinadas pela
dinâmica do uso do solo. Neste âmbito, sobressai-se as bacias hidrográficas, as quais tendem a
tornarem-se a principal referência para as intervenções públicas estatais e não estatais,
emergindo como a principal referência territorial para o planejamento ambiental. Neste novo
contexto, o planejamento deixa de ser planejamento através do estado e, passa a ser um
planejamento por meio do mercado, e, é neste universo que deveremos no futuro próximo nos
ocupar com a relação da população com o meio ambiente, no qual as ferramentas do
planejamento são, em primeiro lugar, os direitos de propriedade, as responsabilidades e os
contratos.

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Bibliografia

ALVES, J.A. Lindgren. (1995) “A Conferência do Cairo sobre população e desenvolvimento” in


Revista Brasileira de Estudos de População”

FRANKE, R. W.; CHASIN, B. H. O dilema do desenvolvimento e destruição ecológica


Montclair: Allanheld, Osmun and Co, 1980.

SIMON, J. L. O último recurso. Princeton: Princeton University Press, 1982.

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