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Este tema, é de estrema importância, pelo facto do autor olhar a educação como um meio no
qual o estudante não pode ser submisso a imposição prescritas, mas que este também seja
visto como um ser que trás consigo aspirações capazes de exercer o seu intelecto.
Definições de conceitos
Democracia
É neste âmbito, que podemos falar de uma democracia que leve em consideração a natureza
das massas, colocando-as como o primeiro privilégio. No entanto, Mazula (1995) concebe
este regime como a capacidade de conveniência social e política numa sociedade pluralmente
diversificada, rumo ao desenvolvimento.
Educação
Falar de educação é o mesmo que se referir a conjunto de valores que são transmitidos com a
finalidade de ocorrer transformações comportamentais a quem os valores são transmitidos.
Entretanto, a educação deve ser uma actividade consciente porque é a partir desta que se
forma o carácter conjunto dos indivíduos envolvidos numa determinada sociedade. Na
perspectiva de NERICE:
Neste âmbito, ao educador exige-se uma formação filosófica, de modo que tenha a
sensibilidade de que a sua acção educacional depende da sua relação com o homem. É a partir
daqui que podemos debruçar que a educação ganha o seu sentido a partir de uma visão
holística do real, articulando o destino das pessoas para toda a comunidade.
A Educação, para Dewey, é um processo de vida onde se faz uma experiência, e, ao mesmo
tempo, um processo social onde representa não a vida futura, mas a presente e real para a
criança. Portanto, a Educação, é um processo de reconstrução e reorganização de
experiências, pelo qual lhe percebemos mais agudamente o sentido e com isso nos
habilitamos a melhor dirigir o curso de nossas experiências futuras (Cfr. DEWEY, 1959: 8).
Ainda nas linhas de Dewey, ademais, frisa que a educação deve encontrar a sua mola
propulsora na transmissão por meio de comunicação. É a partir desta, que se transforma o
processo educativo como um património comum, onde procurara operar mudanças em ambas
partes envolvidas no processo.
Como nos referíamos acima que é impossível falar da teoria educacional sem abordar o
pragmatismo, começamos por conceituar o pragmatismo como «o critério de verdade que
reside no valor prático, no sucesso e na eficácia» DUROZOI & ROUSSEL (2000:304).
Entretanto, é neste âmbito que se pode falar que este resulta de um carácter prospectivo do
conhecimento virado para a acção, logo, virado para acção.
Logo a priori desta representação das linhas de pensamento de Dewey, importa salientar que é
impossível menciona-lo sem falar da sua corrente mais célebre denominada de pragmatismo,
que também pode-se chamar de instrumentalismo. Nesta sua corrente Dewey descreve uma
educação progressiva, em que um dos princípios é educar a criança como um todo, um todo
no sentido de se englobar as múltiplas dimensões da criança, seja aspecto físico, emocional e
intelectual.
No entanto, é neste sentido em que chegamos ao ponto de debruçar que as crianças tornam a
aprendizagem como seu foco a partir do momento em que aprendem melhor realizando
tarefas associadas aos conteúdos ensinados. Actividades manuais e que estas venham
estimular a criatividade para experimentar e pensar por si mesmas. É neste contexto em que a
democracia ganha peso, por permitir maior desenvolvimento dos indivíduos, no papel de
tomar decisões conjuntas. É de destacar que a democracia evocada por Dewey, não é aquela
que só se limita no campo institucional, mas também ela deve abranger o interior da escola.
Portanto, o Pragmatismo de Dewey considera a experiência como uma chave que abre o
futuro, reduzindo a verdade à utilidade. Neste caso, o conhecimento é pragmático por
definição.
Na perspectiva de PALMER (2005:218) «a preocupação de Dewey por uma comunidade
democrática, passa pelo pragmatismo que constitui o suporte do seu trabalho, em que ele
acredita que qualquer ideia, valor e instituição social tinha origem nas circunstâncias práticas
da vida humana».
De acordo com estes pressupostos básicos, podemos afirmar que existe uma relação intrínseca
entre o pragmatismo e a educação democrática, porque é pelo pragmatismo que se preconiza
que todo o conhecimento deve ser guiado à prática. Neste caso, podemos chegar a afirmar que
educação democrática possui também este intuito de elevar o conhecimento à prática, porque
na democracia educativa toda a acção do homem tem como fim, relacionar o teórico com o
prático, haver uma relação de inter-ajuda e de enriquecimento mútuo entre os alunos, onde a
experiência de um vai ajudar a melhorar a experiência do outro, numa vida compartilhada,
onde todos têm a mesma igualdade de oportunidades em poder se educar.
Portanto, será democrática segundo Dewey, a sociedade que promove a participação nos seus
bens de todos os membros em igualdade de oportunidades e onde se assegura um reajuste
flexível das suas instituições através da interacção das diferentes formas da vida associada,
onde há um mútuo enriquecimento e igualdade de oportunidades.
Educação e Comunicação
Os homens vivem em comunidade em virtude daquilo que partilham, e é neste sentido que a
comunicação faz com que as pessoas partilhem coisas comuns, e entre os aspectos que os
tornam em comum são os objectivos, as crenças, as aspirações, os conhecimentos. Para que a
comunicação a participação em uma compreensão comum, é necessário que assegure
análogas disposições emotivas e intelectuais, ou seja, uma perspectiva de reagir em face de
uma actividade em perspectiva e dos meios de realiza-la.
Dewey salienta que não é pelo facto das pessoas viverem perto das outras que as tornam uma
comunidade, e para tal, é necessário que as pessoas tenham consciência do fim comum que se
pretende alcançar em conjunto e que passe necessariamente pelo interesse de todos na sua
consecução, regulando, cada qual, com esse fito sua actividade especial, constituiriam então
uma comunidade, em que sempre tomamos em consideração, a pertinência da comunicação.
No entanto, nunca há consenso sem que haja comunicação entre as partes. Segundo o
pensador,
Portanto, é com efeito que se pode afirmar que os fins sociais devem ser alcançados quando
existir uma associação dos elementos mais velhos com os mais novos. Neste caso, à medida
que a sociedade leva a complexidade desta estrutura, aumenta a necessidade do ensino e
aprendizado formais, como uma medida de associar o adquirido nas sociedades e nas escolas.
John Dewey trata a educação simultaneamente como uma necessidade e como uma função
social, delineando seu aspecto geral como processo por meio do qual os grupos sociais
procuram manter a continuidade de sua existência.
Como salienta o autor, «a educação é o processo da renovação das significações da
experiência, por meio da transmissão, acidental em parte, no contacto ou no trato ordinário
entre os adultos e os mais jovens, e em parte intencionalmente instituída para operar a
continuidade social» (DEWEY, 1959:354).
Dewey enfatiza a função social da educação em sentido amplo, a educação como crescimento
individual e como recurso para a manutenção e a renovação da colectividade. Assim, ele
apresenta a noção de que educar é reconstruir em cada novo membro da sociedade, as
significações colectivas, o que só pode ser feito por meio da experiência pessoal de cada
indivíduo. No entanto, sem deixar a democracia, é uma parte muito importante desse
processo.
A teoria educativa de Dewey por um lado é fruto da influência do empirismo, e ele criou uma
escola-laboratório ligada à universidade onde leccionou para testar métodos pedagógicos. Pois
acreditava que as hipóteses teóricas só têm sentido no dia-a-dia. Outro ponto-chave de sua
teoria é a crença de que o conhecimento é construído de consensos, que por sua vez resultam
de discussões colectivas. «O aprendizado se dá quando compartilhamos experiências, e isso
só é possível num ambiente democrático, onde não haja barreiras ao intercâmbio de
pensamento» (DEWEY apud , 1971) escreveu. Por isso, a escola deve proporcionar práticas
conjuntas e promover situações de cooperação, em vez de lidar com as crianças de forma
isolada.
Seu grande mérito foi ter sido um dos primeiros a chamar a atenção para a capacidade de
pensar dos alunos. Dewey acreditava que, para o sucesso do processo educativo, bastava um
grupo de pessoas se comunicando e trocando idéias, sentimentos e experiências sobre as
situações práticas do dia-a-dia. Ao mesmo tempo, reconhecia que, à medida que as sociedades
foram ficando complexas, a distância entre adultos e crianças se ampliou demais. Daí a
necessidade da escola, um espaço onde as pessoas se encontram para educar e ser educadas. O
papel dessa instituição, segundo ele, é reproduzir a comunidade em miniatura, apresentar o
mundo de um modo simplificado e organizado e, aos poucos, conduzir as crianças ao sentido
e à compreensão das coisas mais complexas. Em outras palavras, o objetivo da escola deveria
ser ensinar a criança a viver no mundo.
"Afinal, as crianças não estão, num dado momento, sendo preparadas para a vida e, em outro,
vivendo", ensinou, argumentando que o aprendizado se dá justamente quando os alunos são
colocados diante de problemas reais. A educação, na visão deweyana, é "uma constante
reconstrução da experiência, de forma a dar-lhe cada vez mais sentido e a habilitar as novas
gerações a responder aos desafios da sociedade". Educar, portanto, é mais do que reproduzir
conhecimentos. É incentivar o desejo de desenvolvimento contínuo, preparar pessoas para
transformar algo.
A filosofia deweyana remete a uma prática docente baseada na liberdade do aluno para
elaborar as próprias certezas, os próprios conhecimentos, as próprias regras morais. Isso não
significa reduzir a importância do currículo ou dos saberes do educador. Para Dewey, o
professor deve apresentar os conteúdos escolares na forma de questões ou problemas e jamais
dar de antemão respostas ou soluções prontas. Em lugar de começar com definições ou
conceitos já elaborados, deve usar procedimentos que façam o aluno raciocinar e elaborar os
próprios conceitos para depois confrontar com o conhecimento sistematizado. Pode-se afirmar
que as teorias mais modernas da didática, como o construtivismo e as bases teóricas dos
Parâmetros Curriculares Nacionais, têm inspiração nas idéias do educador.
Bibliografia
JAPIASSÚ, Hilton & MARCONDES. Dicionário Básico de Filosofia. 4ª Ed. Actual. Rio de
Janeiro, editora Jorge Zahar. 2006.