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Novembro de 2020
ÍNDICE
1. Introdução
ANEXO 3 - O que deve procurar nos Programas mínimos … para além dos conteúdos
ANEXO 4 - Ideias e planos para trabalhar diferente, com gente diferente … ou como gerir
soluções curriculares diferenciadas, para diferentes públicos, numa mesma sala
1Sempre que, neste documento, escrevermos Manual, estamos a referir-nos ao Manual de Orientações para
o retorno às actividades lectivas (PAT, 2020)
2
1. Introdução
Esta publicação, que designamos por Guia de Apoio à Formação, integra-se, com outros
materiais de formação, como o Manual de Orientações para o retorno às actividades
lectivas e os Programas mínimos para a educação pré-escolar, o ensino primário e o
ensino secundário, no conjunto de materiais que o MED tem para apoiar a formação para
o regresso à escola e às actividades lectivas, de professores e alunos, que dela têm estado
privados, no âmbito da pandemia COVID-19.
A formação de professores em cascata, com 4 níveis, que está a ser posta em
funcionamento, para preparar este retorno às aulas presenciais, tem como preocupações
centrais, os cuidados sanitários da comunidade escolar e envolvente, as preocupações
com a segurança das crianças e jovens na escola e a gestão dos currículos, com base em
programas mínimos, desde a educação de infância ao ensino secundário.
Os destinatários desta formação, são um conjunto de agentes muito diversos, com funções
e responsabilidades diferentes na administração educativa, na escola e na comunidade,
tais como educadores, professores do ensino primário e secundário, directores de escolas,
técnicos de alfabetização de adultos, do PAAE e do Ensino Especial, técnicos da
administração escolar educativa municipal e provincial e coordenadores provinciais,
entre outros.
Dado o pouco tempo disponível para preparar todo o processo formativo e a importância
de assegurar algum sucesso na ‘desmultiplicação’ da formação, que se desenvolverá em
momentos muito próximos, sentimos a necessidade de proceder à elaboração de um
documento complementar de apoio ao Manual de Orientações e aos Programas mínimos,
que pudesse apoiar a gestão da formação.
Este documento, que se materializa no Guia de Apoio à Formação, pretende ajudar
formadores e professores a conhecerem melhor os recursos específicos que têm à
disposição, procurando contribuir para adequar as propostas de trabalho e gerir
diferentes respostas da formação, às necessidades diferentes deste público. Daí termos
optado por o organizar em dois documentos autónomos, embora possam existir alguns
aspectos que são comuns e que se mantêm nos dois: um dirigido à formação de
professores do ensino primário e outro dirigido à formação de professores do ensino
secundário.
Neste documento, reúnem-se as contribuições para apoiar a formação de regresso às
aulas, em particular, dos professores do ensino primário. No entanto, embora seja este
o grupo principal a que se dirige o Guia, nele são também dadas algumas indicações para
outros públicos específicos que poderão estar presentes na turma de formação do 1.º
nível, como os educadores do pré-escolar, os professores do ensino especial ou da
alfabetização de adultos e os formadores e técnicos da administração municipal e
provincial de educação.
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ANEXO 1
O mais importante que pode encontrar no Manual
5
iniciação, mas também, à 3.ª e 4.ª classes, colocando desafios mais exigentes. Projectos
como, Recolher e separar o lixo, A minha escola ficou finalmente limpa ou Regressar à escola
em segurança e com confiança, são exemplos de projectos, elaborados a pensar numa 3.ª
e 4.ª classes, mas que, pelas mesmas razões, podem ser adaptados para as classes iniciais,
mas também para as classes mais avançadas (5.ª e 6.ª classes). E isto pode ter a ver apenas
com a natureza e o nível de dificuldade das perguntas que se colocam. De igual forma, os
projectos A comunidade onde eu vivo, Consumo de refrigerantes e alimentação saudável e
A saúde nas nossas mãos são dirigidos às classes mais avançadas do ensino primário (5.ª
e 6.ª), poderão ser adaptados a níveis mais elementares.
É neste capítulo 4 que pode encontrar ideias, quando se pensa em leccionar um
determinado conteúdo mínimo. Só que esse conteúdo não surge ‘isolado’ e sem contexto
mas, pelo contrário, aparece de forma articulada com outros, da mesma área disciplinar
ou de outras áreas. Cabe ao professor de cada classe, ‘tornar o projecto seu’, o que só pode
acontecer com a intervenção dele, elaborando perguntas mais adaptadas aos
conhecimentos dos seus alunos.
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ANEXO 2
Sugestões de conteúdos de formação para públicos específicos
A seguir apresenta-se o exemplo de uma tabela com alguns conteúdos de formação, tópicos
de desenvolvimento e páginas do Manual onde podem ser encontrados esses conteúdos,
que facilitarão o acesso a informação, ideias e material de apoio para actividades2, a
desenvolver com públicos diferentes, numa mesma sala. Nas Acções-Discussões indicam-
se questões a realçar ou sugestões para reflexão/discussão.
Para o efeito, consideramos como tema transversal da formação o Regresso às aulas –
Aprender com e na pandemia.
Tabela 1 - Destinatários: Professores do Ensino Primário3 (EP)
Páginas do
Conteúdo Tópicos de desenvolvimento Acções-Discussões
Manual
Segurança no Organização escolar. Acesso ao 10-12 Responsabilidades de
regresso às aulas recinto escolar; professores e
Higienização; directores
13-14
Casos suspeitos COVID; 12-13
Gestão de casos suspeitos Anexo 2
Orientações e Planificação e fases de uma aula 40-41 Comparar e discutir
actividades para (adaptar ao EP) potencialidades e
o Ensino Actividades diversas (trabalho dificuldades do
31-32
Primário (EP) individual, de grupo, …) na fase de trabalho individual e
32-37 (PRE) de grupo (na
desenvolvimento da aula
37-39 (PRI) formação e nas aulas)
Estratégias metodológicas
(preparação antes, fases didácticas
da aula, actividades e avaliação)
Gestão dos Saberes essenciais e articulação 39-40 Discutir: o professor
programas vertical e horizontal dos programas. pode fazer a
mínimos do As teleaulas e rádio-aulas, ponto de diferença?
30
Ensino Primário partida para a discussão. Importância dos
41-43
O TPC para consolidar e estudar projectos (saberes
50-51 articulados)
assuntos não lecionados na aula
Projectos para Temas, para classes de iniciação 59-61; 62-64 Projectos que podem
trabalhar (família, higiene e saúde), ser explorados antes
(iniciais)
conteúdos do intermédias (lixo, limpeza escola e (PRE) - Família e
saúde) e avançadas (COVID na 65-67; 68-71
Ensino Primário Higiene.
comunidade, alimentação saudável (intermédias)
e saúde). Adaptar um projecto a Projectos que podem
75-78; 79-82; ser explorados depois
outras classes: complexidade das
83-87; 88-92 (SEC) - COVID
questões, elaboração das respostas
ou os próprios conteúdos. (avançadas) democrática
2 Este material pode servir para o formador do 2.º nível usar na sua formação, mas também para os
formandos do 2.º nível terem essa informação e poderem utilizá-la, como recurso, posteriormente, no 3.º
nível, já no papel de formadores.
3 Muito do que aqui é referido, ajusta-se a educadores de infância, agentes de alfabetização e PAAE e Ensino
Especial, embora, mais à frente, sejam dadas algumas indicações mais específicas para estes públicos.
7
Outras informações e orientações para públicos específicos
Como já foi referido antes, integram esta formação em cascata, fundamentalmente,
professores do ensino primário e, em menor número, professores do ensino secundário.
No entanto, embora em muito menor número, participam outros agentes educativos,
como educadores do ensino pré-escolar, técnicos e responsáveis das direcções e
repartições municipais e provinciais de educação, para além de professores que exercem
funções específicas como directores de escola, na alfabetização de adultos, no ensino
especial e outros.
Tendo em conta esta diversidade, dão-se, a seguir, algumas indicações relativamente a
recursos que podem ser mobilizados para actividades a desenvolver com esses públicos,
incluídas no Manual e algumas das quais referidas na tabela atrás incluída.
Educação Pré-Escolar/TUPI4
Para apoiar o trabalho a desenvolver na formação com educadores do Pré-Escolar,
nomeadamente das classes de iniciação, ver Educação Pré-Escolar – Orientações e
Actividades (Manual, pp. 32-37) e Algumas atitudes e actividades recomendadas às
direcções das escolas e aos professores e educadores dos diferentes níveis de ensino (Manual,
pp. 47-48).
Também se pode pensar e trabalhar sobre a articulação e continuidade entre os últimos
anos do pré-escolar e o início do ensino primário. Nesse sentido, ver Projectos para a 1.ª
e 2.ª classes, A nossa família (Manual, pp. 59-61) ou A higiene é importante para a saúde
(Manual, pp. 62-64).
Sugestão metodológica: A existência na turma de elementos do TUPI, pode ser
aproveitada para os convidar a relatar aspectos significativos da sua experiência,
integrando esses saberes no trabalho da formação, refletindo sobre potenciais
transferências dessa experiência para outros contextos, nomeadamente com as primeiras
classes do ensino primário, em escolas de zonas rurais e de grande isolamento.
Ensino/Educação Especial (EE)
Deve ser indicada aos professores do Ensino Especial,
bibliografia de apoio, recentemente editada, como elemento de
consulta para trabalho posterior, a realizar na escola e em
situações de formação, com colegas desta área: o Manual de
Educação Especial para Professores do Ensino Primário (PAT,
2018) e o Manual de Auxílio às famílias de crianças com
necessidades educativas especiais (Escola Superior Pedagógica do
Bengo, 2018).
No Manual de Orientações para o retorno às actividades lectivas,
agora editado, ver Ensino Especial, integração escolar e prevenção
da exclusão social (pp. 51-53). Aí encontra indicações sobre o que
deve ter em conta para a inclusão e a prevenção da estigmatização e da discriminação.
8
P.A.A.E. e Alfabetização
Sugestão metodológica: Caso existam professores ou técnicos
destas áreas, convidá-los a identificar uma experiência
significativa da educação de adultos ou do PAAE, incorporá-la na
formação de forma articulada com alguns dos projectos
educativos, na escola e na comunidade (Manual, pp. 59-103).
Por exemplo, o Projecto Saúde e bem-estar físico e mental – de
olhos bem abertos (Manual, pp. 88-92), surgiu após uma leitura do
projecto, com o mesmo nome, inspirado no Projecto 3 – Saúde e
Qualidade de Vida do P.A.A.E. – Módulo I (pp. 128-176) e do
Módulo II (pp. 115-192).
Formadores e técnicos da administração educativa municipal ou provincial
As tarefas da responsabilidade das Direcções Municipais de Educação estão listadas na
página 19 do Manual de Orientações para o Retorno às Actividades Lectivas.
Sabemos que a formação em cascata irá envolver alguns formadores e técnicos da
administração educativa, nalguns casos logo em Dezembro (nível 1), na qualidade de
formadores provinciais, noutros casos em Janeiro e Fevereiro (nível 2 e seguintes) na
qualidade de formadores municipais que deverão assegurar a mobilização dos parceiros
(ONG, Igrejas, etc.), dos directores das escolas e dos pais e encarregados de educação.
Como podemos orientar estes técnicos relativamente à realização dessas tarefas?
Sugerem-se aqui algumas estratégias metodológicas para a formação em cascata, que
poderão ser implementadas com estes técnicos, quer na qualidade de formandos, quer na
qualidade de formadores. Por exemplo, quando uma “turma”/ grupo de formandos tem
um ou mais técnicos da DME, poderão ser-lhe atribuídas tarefas de enriquecimento do
trabalho de grupo pedindo-lhes que dêem contribuições sobre: (i) como poderão
identificar espaços adicionais alternativos para o funcionamento de actividades lectivas e
mobilizar os parceiros responsáveis por esses locais para a sua cedência; (ii) como irão
interagir com os directores das escolas na implementação das medidas de prevenção da
COVID-19, nomeadamente na recolha diária do lixo5 ou na criação de uma sinalética para
organizar a circulação de pessoas em cada escola6; (iii) como poderão sensibilizar os pais
e encarregados de educação para a importância da prevenção à COVID-19, na escola e na
comunidade, e para o retorno à escola, prevenindo o abandono escolar precoce. 7
Para uma boa implementação destas orientações metodológicas, sugere-se que os
técnicos presentes numa “turma”/grupo de formação, sejam inseridos em grupos de
trabalho que tenham um tema para o qual os seus contributos sejam pertinentes e tenham
maior “proximidade”. E que só sejam formados grupos exclusivamente constituídos por
5 Poderão consultar, por exemplo, o projecto educativo apresentado na página 65 do Manual de Orientações
6 O projecto educativo da página 99 do Manual de Orientações, dá ideias sobre o que poderá fazer-se.
7 O Manual apresenta na página 50 um conjunto de razões que justificam a importância acrescida dos
trabalhos para casa nestes tempos de pandemia e os pais devem ser sensibilizados para apoiarem a sua
realização pelos seus filhos.
9
técnicos da DME quando o seu trabalho futuro, nesta formação em cascata, seja
exclusivamente dirigido para os directores de escolas e/ou para os parceiros da
comunidade educativa e/ou os pais e encarregados de educação, casos em que os
projectos e os temas acima identificados se podem tornar os temas essenciais desse seu
trabalho. Deverá ser sempre o seu trabalho futuro (quem serão os seus formandos no
nível seguinte da formação em cascata) a decidir que temas e em que trabalhos de grupo
os técnicos da DME deverão participar, enriquecendo-os com a sua contribuição
específica e perspectivando uma articulação da sua intervenção com a dos outros tipos de
actores/ participantes no trabalho de grupo.
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ANEXO 3
O que deve procurar nos programas mínimos, para além dos conteúdos
11
escolhas relativamente aos conteúdos a leccionar, quando o tempo não permite abordá-
los todos.
Finalmente, o Manual complementa estas orientações metodológicas, referidas nos
programas mínimos, com o que designa de Estratégias Metodológicas do processo de
ensino-aprendizagem (Manual, pp. 31-32), onde se dão indicações para as diferentes fases
didáticas da aula, remetendo depois para o capítulo 4, onde se apresentam diversas
actividades de aprendizagem envolvidas em projectos de natureza interdisciplinar, com
temas privilegiadamente ligados com a saúde, a segurança, a higiene e os cuidados
sanitários face à COVD-19.
Fazer escolhas adequadas e leccionar o essencial, quando falta o tempo
Frequentemente, os programas não são cumpridos, referindo-se como causas prováveis,
por exemplo, serem demasiado longos, as condições climatéricas na época das chuvas
impedir o funcionamento de algumas salas de aula, por longos períodos, ou os professores
terem muitas faltas por razões de saúde. Nos tempos de pandemia que atravessamos e
que obrigaram à interrupção das aulas presenciais, os sistemas educativos procuram
agora recuperar algum do tempo perdido, recorrendo a programas que consideram
‘mínimos’, baseados no número de semanas de lecionação, mas salvaguardando as
competências previstas à saída de cada classe.
Mesmo assim, para enfrentar com alguma confiança os tempos de incerteza que se vão
viver, muitos professores e escolas serão chamados a fazer escolhas, quando o tempo para
leccionar todos os conteúdos, for considerado insuficiente. Aí o professor deverá saber
fazer as escolhas adequadas, garantindo que todos os alunos contactam, desenvolvem e
aprendem os conteúdos considerados essenciais e suporte das aprendizagens
posteriores. Podendo deixar ‘para trás’ ou propondo como trabalho para casa, mais ou
menos autónomo, temas que podem ser considerados secundários.
Os pequenos exemplos abaixo, podem ajudar o professor a, na falta de tempo para
cumprir todo o programa mínimo, saber como fazer escolhas diferentes do que apenas
‘cortar o que está no fim’, mas optando pelos saberes considerados essenciais, mesmo
que cronologicamente venham depois de outros, deixados para trás.
Área de Matemática
Por exemplo, quando se trabalham as operações (adição, subtração, multiplicação e
divisão), importa privilegiar: o cálculo mental, a decomposição dos números, a resolução
de problemas envolvendo a respetiva operação, a relação entre uma operação e a sua
inversa (adição – subtracção e multiplicação – divisão) e a construção e treino do
algoritmo, com números até 2 dígitos. Na falta de tempo, por exemplo, as propriedades
das operações, como conteúdo em si mesmo, pode deixar-se de lado, mas elas devem
surgir, em situações de uso, apenas para facilitar o cálculo mental e a resolução de
problemas. Assim como podem deixar-se para mais tarde os algoritmos das operações
com números mais longos (3 ou mais dígitos).
Área da Língua Portuguesa
Uma vez que a Língua Portuguesa não é para a maioria das crianças a sua língua materna,
importa desde sempre que o seu ensino se foque no desenvolvimento das competências
linguísticas e comunicativas dos alunos.
12
Deste modo, criar situações comunicativas orais e escritas, simulando a realidade, torna-
se fundamental, permitindo aos alunos expandir vocabulário, criar construções frásicas,
consolidar o seu uso. A utilização de textos de outras disciplinas, de que é código
veiculador, contribui também para o seu desenvolvimento, designadamente, em
compreensão da leitura.
Neste sentido, desenvolver as competências de compreensão da leitura, de oralidade e de
escrita são de facto as aprendizagens essenciais da disciplina língua portuguesa.
Pese embora a importância do conhecimento do funcionamento da língua, e apenas a
título de exemplo, as regras do funcionamento da língua só serão eficazes se bem
utilizadas em situação. Por isso, mais do que dominar “etiquetas gramaticais”, importa
que os alunos vão utilizando e dominando a língua correctamente. Se tiver que optar,
abdique do ensino explícito da gramática e crie situações de prática de uso da língua.
Área do Estudo do Meio/Ciências da Natureza
Por exemplo, na abordagem do tema da organização e estrutura interna do corpo humano
e dos seus sistemas (digestivo, respiratório, urinário, circulatório e reprodutor) é
fundamental abordar, quer a sua constituição, quer o seu funcionamento. Por questões
de gestão de tempo não se deve centrar apenas a aprendizagem na memorização dos
órgãos que os constituem. A construção e exploração de modelos, a realização de
actividades práticas simples podem ser uma forma de aliar o conhecimento da estrutura
dos sistemas à compreensão sobre o seu funcionamento.
13
ANEXO 4
Ideias e planos para trabalhar diferente, com gente diferente … ou como gerir
soluções curriculares diferenciadas, para diferentes públicos, numa mesma sala
Seguem-se três exemplos sobre como propor uma tarefa e organizar uma actividade
presencial (nos níveis 2 ou 3), numa turma com públicos leccionando diferentes classes
do ensino primário, tendo em conta os aspectos de forma, como a organização do espaço
e do tempo e os aspectos de conteúdo, seleccionados de entre os temas dos projectos do
Capítulo 4 do Manual.
Nas actividades descritas nos exemplos, é visível uma metodologia que lhes é transversal:
uma tarefa base, mais ou menos aberta, que depois de lançada no grande grupo, em
plenário, pode ser explorada de diferentes formas e com diferente profundidade, em dois
grupos diferentes, associados a diferentes classes do ensino primário (para as classes
iniciais ou avançadas, por exemplo).
Após um tempo de exploração, que é indicado aos participantes, regressa-se ao grande
grupo, para discutir em plenário a tarefa ou tarefas, começando por realçar os aspectos
transversais, progredindo dos mais simples aos mais complexos, das classes iniciais para
as mais avançadas, beneficiando uns e outros das diferentes contribuições, decorrentes
de saberes e experiências diferentes.
Legenda:
PRE (Educação Pré-Escolar); (PRI) Ensino Primário
Iniciais (classes iniciais – 1.ª e 2.ª classes); Avançadas (classes avançadas – 3.ª e 4.ª classes
e/ou 5.ª e 6.ª classes)
Recurso: Manual para o retorno às actividades lectivas (Capítulo 4 – Projectos Educativos
na Escola e na Comunidade)
14
Exemplo1 (PRE-PRI): A saúde nas nossas mãos.
A turma tem educadores do pré-escolar e professores do ensino primário, uns
leccionando as classes iniciais e outros as classes mais avançadas.
No início da sessão é importante identificar o número de participantes dos tipos
considerados, neste caso, o número de professores que lecciona o pré-escolar/1.ª e 2.ª
classes e as 3.ª e 4.ª classes.
Adaptado do projecto A saúde nas nossas mãos (Manual, pp. 83-87)
A partilha pode ser feita apenas oralmente, pedindo a participação de alguns formandos,
mas também pode ser construída uma tabela com os 6 movimentos presentes na figura,
15
assinalando-se os que foram efetuados e os que não foram bem como o tempo da lavagem
simulada, de acordo com os dados recolhidos (ver tabela seguinte).
Tempo Palmas Costas Entre os Costas Polegares Ponta
Exemplos (simulação com das mãos dedos dos dos
(formandos) da lavagem palmas dedos dedos
das mãos) a b c d e f
…
…
16
apresentadas no grande grupo. Para cada uma devem ser indicados os objectivos, de
acordo com os programas mínimos, o modo de as explorar na sala de aula e os recursos
necessários à sua implementação.
Tempo de duração aproximado, do trabalho em pequeno grupo: 45 minutos
17
Exemplo 2 (PRI iniciais-avançadas): Recolher e separar o lixo
A turma tem professores do ensino primário, uns leccionando as classes iniciais e outros
as classes mais avançadas.
No início da sessão é importante que o formador identifique o número de participantes
dos tipos considerados, neste caso, o número de professores que lecciona as 1.ª e 2.ª
classes e as 3.ª e 4.ª classes.
Adaptado do projecto Recolher e separar o lixo (Manual, pp. 65-67)
Numa primeira parte da sessão é introduzido o tema, pelo formador, por exemplo a partir
do pequeno texto da p. 65.
18
Tarefa 2. Resolver problemas (Manual, p. 66)
O excerto da notícia analisado na tarefa 1 pode ser o contexto para a resolução de um
conjunto de problemas como os seguintes:
Retirado de https://ecoangola.com/limpeza-de-praia-mussulo-em-luanda-angola/
1. Houve 126 voluntários que recolheram o lixo da ilha do Mussulo. Estes voluntários
foram organizados em grupos de 6 pessoas. Quantos grupos se formaram?
2. Na ilha do Mussulo foram recolhidos 52 sacos de resíduos. Numa outra campanha na
praia, em Benguela, foi recolhido o quádruplo do número de sacos. Quantos sacos
foram recolhidos na praia em Benguela.
3. Para a limpeza da praia de Benguela, os voluntários foram organizados em grupos de
5 pessoas e formaram um total de 35 grupos. Quantos voluntários participaram na
limpeza da praia?
4. Na ilha do Mussulo, o grupo da Eunice recolheu 24 garrafas de plástico, cada uma
com capacidade igual a 1,5 litros de água e o grupo do Justino recolheu 60 garrafas
de plástico com capacidade de 0,5 litro. O Justino virou-se para a Eunice e disse-lhe:
Se enchêssemos as garrafas com água, eu precisava de mais água do que tu! Descobre
se o Justino tem razão.
19
que possam ser exploradas com os seus alunos e que tenham como ponto de partida a
temática de Recolher e separar o lixo. Identificar os recursos necessários para cada caso.
No caso de cada um destes grupos ter muitos elementos, ainda poderá ser subdividido em
subgrupos, desde que se mantenham, em cada um, apenas professores das classes iniciais
ou das classes avançadas.
Produto esperado – pelo menos, uma tarefa de cada uma das áreas disciplinares
identificadas, articuladas entre si e de acordo com a temática em estudo, que serão
apresentadas no grande grupo. Para cada uma devem ser indicados os objectivos, de
acordo com os programas mínimos, o modo de as explorar na sala de aula e os recursos
necessários à sua implementação.
Tempo de duração aproximado, do trabalho em pequeno grupo: 60 minutos
20
Exemplo 3 (PRI iniciais-avançadas): A higiene é importante para a nossa saúde
A turma tem professores do ensino primário, uns leccionando as classes iniciais e outros,
as classes mais avançadas.
No início da sessão, é importante identificar o número de professores que lecciona as 1.ª
e 2.ª classes e as 3.ª e 4.ª classes, ou até mesmo as 5.ª e 6ª classes.
Adaptado do projecto A higiene é importante para a nossa saúde (Manual, pp. 62-64)
21
questiona vários formandos sobre a importância da higiene pessoal como contributo para
a saúde de cada um, em especial, no momento presente da pandemia COVID 19.
Podem ser feitas perguntas como:
- Porque é que o Benjamim deve lavar as mãos durante muito tempo?
- O Benjamim tem muito cuidado com a sua higiene pessoal. Sabes porquê?
- Porque se deve desinfectar a carteira da sala de aula?
- Porque é importante limpar os sapatos antes de entrar em casa?
Os formandos podem ir registando, no quadro, as palavras que consideram poder ser
novas aprendizagens dos seus alunos. Em trabalho de grupo8, os formandos escrevem
palavras e/ou frases simples sobre o tema, consoante o que consideram ser o nível de
desenvolvimento dos seus alunos:
Exemplos de palavras Exemplos de frases simples
sabão Eu lavo as mãos com sabão.
gel O álcool em gel é caro.
higiene Usar máscara é importante.
máscara ...
…
Em grande grupo, pode ser analisada esta proposta, as suas potencialidades e identificado
de que modo se relaciona com os conteúdos das 1.ª e 2.ª classes.
Tempo de duração (aproximado), do lançamento do trabalho: 30 minutos.
8O trabalho de grupo aqui referido, é apenas uma forma mais produtiva de trocar ideias e trabalhar, mas
dentro do plenário, e para as mesmas classes.
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Para cada uma, devem ser indicados os objectivos, de acordo com os programas mínimos,
o modo de a explorar na sala de aula e os recursos necessários à sua implementação.
Tempo de duração (aproximado), do trabalho em pequeno grupo: 60 minutos
23