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CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

A vida acadêmica é um momento único de aprendizagem e troca de experiências e


conhecimentos. Por este motivo, conforme trilha-se o caminho para a graduação, são dados
passos contínuos e interligados com o objetivo de tornar o acadêmico um profissional
capacitado para o exercício da docência. A etapa de estágio pedagógico apresenta-se como a
última, estimulando a aplicação prática do conhecimento adquirido ao longo da formação
académica no contexto escolar. Assim, enquanto estagiários somos integrados na comunidade
educativa e estimulados a desenvolver um processo de reflexão sobre a prática pedagógica.
Neste sentido, o presente relatório enaltece o processo de reflexão contextualizado nas
diversas atividades desenvolvidas especifcamente na área pedagógica durante o estágio na
Escola Primaria do 1º e 2º Graus de Guiúa, sistematizando as principais dificuldades sentidas,
bem como as competências adquiridas.

Após um período de formação fundamentalmente teórica, no decorrer do curso tivemos a


oportunidade de contactar com as escolas como uma oportunidade de articular a teoria com
situações reais, encarando-o como um catalisador da vida profissional. Segundo Alarcão e
Tavares (2003) este é um período marcante da formação inicial, assumindo-se como um
acontecimento único e significativo na vida pessoal e profissional. Neste, serão detalhadas a
fundamentação teórica das expetativas iniciais relativamente a esta etapa de formação e o
respetivo enquadramento na área pedagógica, realizando-se a caracterização da escola e das
turmas. Por fim, será apresentado o balanço geral das experiências vivenciadas e da sua
contribuição para a evolução no campo pessoal e profissional.

1.1. Objectivos do Relatório

O presente relatório de estágio visa a integração dos conhecimentos adquiridos nas


componentes curriculares com a experiência do estágio Pedagógico desenvolvido na Escola
Primária do 1º e 2º Graus de Guiúa, em grupo, pelo que, cada estudante estagiário, ficou
responsável pela elaboração de um relatório individual.

Neste sentido, o mesmo tem como objectivo geral: relatar actividades desenvolvidas ao longo
do estágio na Escola Primária do 1º e 2º Graus de Guiúa, com maior incidência na área
pedagógica.
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Objectivos específicos

 Definir alguns conceitos importantes no Processo de Ensino e Aprendizagem;


 Descrever as características da Escola Primária do 1º e 2º Graus 1º de Guiúa;
 Descrever a estrutura e organização do sector pedagógico da Escola Primária do 1º e
2º Graus 1º de Guiúa;

1.2. Fases do Estágio Pedagógico

Segundo DIAS et all (2010:p17), o estágio pedagógico constitui um processo de formação


que visa o desenvolvimento de competências dos graduandos no âmbito das práticas
pedagógicas em sala de aula numa perspectiva de aperfeiçoamento profissional, nos domínios
científico, didáctico, pedagógico e político.

O estágio foi realizado em grupos, no período de manhã, com uma turma da 3ª classe, turma
A, nos meses de Setembro e Outubro de 2021. Tendo iniciado pela:

 Pré-observação que consiste em toda conferência decorrida desde a apresentação do


programa da cadeira seguindo-se a uma visão geral daquilo que seriam as actividades
ao longo do semestre.
 Observação que consiste na integração do estudante para a compreensão dos
princípios da sua realidade, isto é, um sistema de serviço ou funcionamento escolar
que possibilitaram a caracterização da escola, o espaço, a turma e os materiais
existentes. É a fase de estágio pedagógico propriamente dito, caracterizado pela
assistência das aulas e posterior leccionação.
 Pós-observação, última fase da organização dos dados da observação e
posteriormente resumo dos dados obtidos em forma de relatório das actividades
desenvolvidas em todo o período de Estágio Pedagógico.

1.3. Metodologia de Trabalho

A elaboração do relatório que aqui se apresenta foi apoiada pela metodologia de investigação-
ação, que resultou numa abordagem de pesquisa-ação-reflexão, evidenciando relatos de
observações e reflexões, entrevistas não estruturadas e análise documental a fim de espelhar o
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estágio pedagógico e de explorar o repertório de vivências e perceções que fizeram parte do


mesmo.

A observação consistiu na assistência de várias actividades de organização do processo de


ensino, educativo, observação do espaço escolar, de aulas e de actividade do docente e de
alunos na sala de aulas e a recolha de dados por meio de análise dos documentos normativos.

Neste sentido, para além da presente introdução, o presente relatório encontra-se dividido em
em mais quatro capítulos. No segundo capítulo é contextualizado o ambiente onde se
desenvolveu o estágio. No capítulo seguinte, faz-se a descrição específica da área pedagógica
da escola. No terceiro capítulo, faz-se uma contextualização das turmas, descrevendo as
características dos elementos que as compõem. No último capítulo apresenta-se a descrição e
síntese dos seminários realizados ao longo do estágio nesta escola. E por fim, apresenta-se
uma conclusão.

1.4. Referenciais Teóricos

Este Estágio Pedagógico foi uma grande oportunidade de aprendizagem, tendo favorecido um
melhor espírito de trabalho individual e em grupo, atitudes proactivas na identificação e
resolução de problemas de nível pedagógico, capacidades de leccionação e a integração dos
conhecimentos teóricos adquiridos durante o curso de Licenciatura.

1.4.1. Estágio Pedagógico

Segundo Nóvoa (1992: 23) o estágio pedagógico constitui um processo de formação que visa
o desenvolvimento de competências dos licenciandos no âmbito da prática pedagógica na sala
de aula, numa perspectiva de aperfeiçoamento profissional, nos domínios científico, didáctico,
pedagógico e político. Todo estágio é curricular, ou seja, deve contribuir com a sua formação
profissional e pode ser obrigatório para a integralização do curso, ou não-obrigatório
caracterizando-se como uma formação complementar.
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1.4.2. Observação

MARCONI & LAKATOS (2003: 190) define observação como uma técnica de colecta de
dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos
da realidade, devendo antes de tudo, ter objectivos claros. Neste sentido, a minha observação
esteve focada ou dirigida para a área física, organizacional e pedagógica da escola, centrando-
me no PEA.

1.4.3. Planificação

A planificação constitui a competência profissional a desenvolver mais na actividade docente,


sendo assim fundamental a sua realização uma vez que o processo de ensino e aprendizagem
não assenta em acções pedagógicas planeadas individual e isoladamente da realidade do aluno
e sua identidade, ou de aula para aula, ou improvisadas no próprio momento de aula. Este é
um dos trabalhos mais exigentes e mais trabalhosos de todo o estágio, na medida em que a
essência do ensino não permite que as acções pedagógicas sejam planeadas isoladamente, de
aula para aula, partindo de fragmentos de processos de formação de capacidades e
habilidades, processos de aquisição de conhecimentos, processos de educação e de
desenvolvimento da personalidade dos alunos.

O planeamento tem como principal objectivo, desenvolver um conjunto de instrumentos


fundamentados nos conhecimentos científicos, adaptado à realidade do meio, da Escola e dos
alunos da turma desenhando, assim, um plano de acção. É fundamental a concepção do
planeamento e da preparação do ensino, partindo do contributo da disciplina para o objectivo
geral da educação, passando por uma adequada coerência entre este, as Unidades Didácticas
e, por fim, os Planos de Aulas.

CAPÍTULO 2: LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO FÍSICA DA EP1 E 2 DE GUIÚA

A escola é uma instituição onde se concretiza o direito a educação, que se exprime pela
garantia de uma permanente acção formativa orientada para favorecer o desenvolvimento
global da personalidade, o progresso social e democratização da sociedade. A sua
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caracterização é normalmente a primeira preocupação do estagiário, pois esta é fundamental


para a compreensão da realidade que se integra no sentido de intervir de uma forma
contextualizada e adequada. As actividades descritas neste relatório partiram da
caracterização da Escola Primária do 1º e 2º Graus de Guiúa que nos acolheu para o estágio
pedagógico.

2.1. Localização

A Escola Primária do 1º e 2º Graus de Guiúa localiza-se a 10 km a sul da cidade de


Inhambane e a 3 km a este do mercado Guiúa. A mesma pertence a Zona de Influência
Pedagógica de Nhapossa que cita na localidade de Inhambane, distrito de Inhambane,
província de Inhambane. A Escola funciona das 7:00 as 17:35, para o atendimento ao público
em geral, mas internamente ela funciona entre momentos que são: das 07:00h as 12:05h, das
12:30h às 17:55h.

2.2. Breve Historial

Segundo as informações fornecidas pela direcção e membros do Conselho desta escola,


focando de forma resumida um pouco da sua história, a mesma foi fundada em 1971 por um
grupo de Missionários Católicos Portugueses que instalaram uma igreja, onde durante a
semana usavam a mesma instalação como uma sala de aulas para ensinar os filhos de
catequistas.

No ano de 1972, por interesse das comunidades circunvisinhas, o número de alunos foi
aumentando e assim tornou-se uma escola primária, tendo como primeiro director e
professores, os senhores Júlio, o padre Elías, padre Alberto e Padre Luís respectivamente, que
leccionavam de 1ª à 4ª classes.
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2.3. Espaços Existentes

Quanto as condições espaciais, a EP1 e 2 de Guiúa dispõe de espaços reservados aos Serviços
Administrativos: a Secretaria, a Direcção da escola; Sala de professores, salas de aulas e
espaço para a práctica desportiva, sombras para albergar a comunidade escolar nos encontros
internos e um recinto escolar onde as crianças brincam nos momentos de recreio.

2.4. Infra-Estruturas e suas Características

A escola é o meio mais próximo onde ocorre o processo de ensino/aprendizagem das crianças,
sendo que a recolha de dados acerca das infra-estruturas de uma escola é muito importante,
enquanto estrutura organizacional e instituição educativa.

A Escola Primária do 1º e 2º Graus de Guiúa encontra-se protegida por uma vedação e


relativamente ao seu estado de conservação, poder-se-á dizer que se encontra em bom estado
de conservação, pois, aparentemente não foi detectado qualquer elemento que possa provar o
contrário. Há um pátio onde os alunos se recreiam durante o intervalo e ainda funciona com:

1. Um bloco administrativo constituído por uma secretaria, gabinete do director da


escola e do director adjunto;
2. Cinco salas de aulas construídas com material convencional, com portas e janelas;
3. Oito latrinas/urinóis sendo 2 para professores e as restantes para os alunos (3 para
raparigas e as outras 3 para rapazes);
4. Um campo para a prática de aulas de educação física;
5. Um quadro para a fixação de informações de consumo interno.

Os edifícios distribuídos em diversos blocos teem espaços concebidos para o passeio dos seus
utentes. Existe também um mastro onde é içada a bandeira nacional, em todos os dias
lectivos, tem relva que protege o recinto escolar da erosão.

Infra-Estrutura Quantidade Beneficiário Quantidade


Parcial
Gabinetes 3 Director da escola 1
Director adjunto da escola 1
14

Chefe de Secretaria 1
Sala dos professores 1
Salas de aulas 14
Casas de banho 4 Funcionários 2
Alunos 2
Campo de futebol 1

Tabela 1: Infra-Estruturas da da EP1 e 2 de Guiúa

CAPÍTULO 3: DESCRIÇÃO DO SECTOR PEDAGÓGICO DA EP1 E 2 DE GUIÚA

3.1. Composição dos Funcionários

De acordo com os dados recolhidos junto dos membros da direcção da escola, o sector
pedagógico da Escola Primária do 1º e 2º Graus de Guiúa é composto maioritariamente por
uma equipa de profissionais formados na área da educação. Assim, este sector é composto
pelo:

 Director Adjunto da Escola;


 Coordenadores de Áreas: Produção, Desporto, Saúde e Higiene, Cultura e desporto;
 Coordenadores de Ciclos: 1º, 2º e 3º Ciclos;
 Delegados de Disciplina;
 Directores de Turmas; e
 Alunos.

3.2. Número de Funcionários

Escola Funcionários da Área Pedagógica (Professores)


EP1/2 de DN4 DN3 DN1
Guiúa H M HM H M HM H M HM
0 2 2 1 15 16 2 7 9
Total 27

Tabela 2: Número de funcionários da Área Pedagógica da EP1 e 2 de Guiúa


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3.3. Plano de Actividades

A escola é estabelecimento de integração social específica que visa desenvolver e dotar o


educando de capacidades de modo a permetir-lhe viver e trabalhar com dignidade,
particpando plenamente na melhoria da qualidade de vida e do saber na comunidade. Este é
um instrumento dinâmico que sintetiza as ligações do projecto pedagógico da escola com os
planos de ensino propriamente ditos.

O plano de actividades do sector pedagógico é um instrumento que sintetiza as ligações do


projecto pedagógico da escola com os planos de ensino propriamente ditos. Neste sentido, o
propósito do plano de actividades pedagógicas da EP1 e 2 de Guiúa é o de oferecer um ensino
de qualidade garantindo a participação activa e efectiva da comunidade escolar, contribuindo
para a formacao integral dos alunos para que possam integrar-se facilmente na comunidade.
Importa destacar que a escola propõe:

Garantir a gestão democrática da instituição;


Impulsionar o desenvolvimento da instituição;
Criar ambiente favorável para o processo ensino-aprendizagem;
Promover a alfabetização da rapariga;
Erradicar o analfabetismo na comunidade;
Combater doenças endémicas e HIV/SIDA;
Aumentar a produção escolar;
Diminuir o índice das desistências;
Garantir a qualidade de ensino.

CAPÍTULO 4: TURMAS DA EP 1 E 2 DE GUIÚA

A caracterização da turma é uma das primeiras actividades a ser realizadas para a obtenção
informações pertinentes para a construção da actividade de extensão curricular, recolhendo
informações consideradas interessantes à intervenção pedagógica. A EP1 e 2 de
Guiúa tem um total de 1.082 alunos que frequentam as classes que compreendem aos níveis
de 1ª á 7ª classe. Atualmente a escola tem uma capacidade para 20 turmas, cuja distribuição
encontra-se descrita na tabela abaixo:

Escola Primária do 1º e 2º Graus de Guiúa


Grau Ciclo Classe Turma
1º 1ª A, B 2
2ª A, B 2
EP1
3ª A, B, C 3
16

4ª A, B, C 3

5ª A, B, C, D 4
EP2 3º 6ª A, B,C 3
7ª A, B,C 3
Total 20

Tabela 3: Distribuição de Turmas na EP1 e 2 de Guiúa

4.1. Características das Salas

Segundo LIBÂNEO (1994:249) «sala de aula é um espaço físico onde o professor e o aluno
desenvolvem as actividades cognitivas no PEA para a formação da personalidade». Sanches
(2001) refere que, “a organização da sala tem a ver com o clima que se quer criar, e este é um
dos factores mais importantes no desencadeamento das aprendizagens” (p. 19). Neste sentido,
a forma como o espaço é utilizado pelos diferentes elementos influencia diretamente a
aprendizagem dos alunos, como também o diálogo e a comunicação que se estabelece entre
estes.

A sala em destaque, encontra-se organizada de forma usual, isto é, cinco filas de carteiras e
cada fila contendo cinco carteiras voltadas para frente onde se encontra a secretaria do
professor e o respectivo quadro preto. Com uma dimensão espacial adequada, as carteiras
encontram-se bem distanciadas, obedecendo as regras de distanciamento social e
possibilitando ao professor acompanhar todos os alunos no decorrer do PEA.

Trata-se de uma sala que contém variadas informações coladas nas suas paredes, desde as
regras da sala e outros materiais de apoio ao processo educativo. É uma sala iluminada, com
janelas que permitem a entrada de luz natural. A mesma tem um director de turma
que coordena as suas actividades com o chefe, adjunto chefe e os chefes dos grupos existentes
na turma.

4.2. Organização das Turmas

Cada turma é uma turma, possuindo suas próprias particularidades, que transpõem as
caraterísticas individuais. Como tal, o conhecimento das especificidades gerais da turma é
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primordial para compreender as interações que aí se estabelecem e adquirir uma visão


alargada da mesma.

A turma da 3ª A é composta por 48 alunos, com idades compreendidas entre os sete e os oito
anos, entre os quais 28 são do género feminino e 20 do género masculino. Todos estes alunos
já frequentavam a escola no ano transato. Os alunos sentam em carteiras aos pares, permitindo
desta forma as interações entre si e potenciando uma aprendizagem de interajuda e
cooperação entre eles. No entanto, esta disposição facilita a visualização de toda a turma,
como também o acompanhamento dos conteúdos abordados.

4.2.1. Director da Turma e suas Atribuições

O Director da turma desempenha um papel fundamental no sucesso educativo dos alunos,


uma vez que este intervém diretamente com todos os elementos que constituem o processo
ensino aprendizagem. Relativamente ao Director da 3ª classe, turma A, este é, ao mesmo
tempo professor, dono desta turma e reúne uma vasta lista de funções/atribuições
pedagógicas, nomeadamente ao nível dos alunos da turma e encarregados de educação, tais
como:

Estruturar a turma;
Desenvolver estratégias que contribuam para o trabalho em grupo, cooperação,
solidariedade e integração escolar dos alunos;
Registar as faltas dos alunos;
Identificar os alunos com dificuldades e que exijam um acompanhamento especial e
participar na elaboração de um programa de apoio;
Identificar necessidades, interesses e hábitos de trabalho com vista a um eficaz
envolvimento dos alunos nas tarefas escolares com vista a obtenção de sucesso;
Manter os alunos informados acerca dos regimes de faltas e de avaliação;
Informar continuamente ao chefe da turma, sobre as reuniões a efetuar conjuntamente
com os encarregados de educação;
Apoiar o desenvolvimento de iniciativas que respondam aos interesses dos alunos e
que favoreçam a integração escolar, familiar e social;
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4.2.2. Chefe da Turma e suas Atribuições

O Chefe da Turma, é o representante, principal elo entre a turma e a instituição, responsável


por administrar eventuais conflitos. Relativamente ao chefe da turma em questão, este é, um
menino de 9 anos de idade. Tendo em consideração a idade do mesmo, a ele são atribuídas
funções tais como:

Estabelecer contacto permanente com os colegas e o director de turma;


Controlar na turma, os atrazados, os indisciplinados, etc;
Participar das reuniões para as quais é convocado;
Divulgar as informações repassadas pelo professor;
Estimular a turma a cumprir as normas estabelecidas no Regimento Escolar;

4.2.3. Chefes dos Grupos e suas Atribuições

O Grupo é um colectivo de estudo e organização interna da turma, que visa desenvolver o


espírito de solidariedade.

Na turma em questão, os grupos são constituídos por alunos da turma de ambos os sexos, cujo
número varia de quatro a cinco elementos, numa composição heterogénea, quanto às
capacidades, habilidades e idade. Os Chefes dos Grupos subordinam-se ao Chefe da turma,
cabendo a eles as seguintes atribuições:

Representar os membros dos grupos;


Garantir a ordem, a organização, disciplina e asseio nos grupos;
Coordenar as actividades dos grupos.

4.3. Características dos Alunos

Os alunos não são todos iguais, bem como o meio familiar de cada um é muito divergente, ao
ponto de existir microculturas dentro da mesma sala de aula, que merecem ser respeitadas e
devem ser tidas em consideração. Assim, é necessário perceber e compreender que cada
criança tem as suas características próprias, as suas motivações, os seus dilemas e
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dificuldades. Tendo como base todos estes fatores, o educador deve utilizar diversas
metodologias para avaliação e caraterização do grupo.

O grupo com o qual incidiu o estágio pedagógica na EP 1 e 2 de Guiúa era composto por 24
crianças de faixa etária entre os oito e os nove anos, sendo que treze eram do sexo feminino e
onze eram do sexo masculino, a cargo de uma de um professor, estes etavam divididos em
dois grupos que recebiam suas aulas em dias alternados devido as medidas tomadas com vista
a protecção contra a pandemia da Covid-19. A maioria das crianças vive no bairro
Nhampossa, cujo nível sócio-económico varia da classe baixa, média/superior.

As crianças deste grupo são alunos um pouco inseguros, copiando, por vezes pelos colegas, o
que dificulta a aprendizagem, e alguns, sobretudo os repetentes, demostram pouco interesse
nas atividades planeadas. A maioria revela desenvolveram aspetos básicos de
responsabilidade e de independência, em geral, apresentavam fraca autonomia na realização
das tarefas escolares.

Na generalidade, verifica-se que os alunos desta turma revelam respeito pelas regras sociais e
morais e ainda reconhecem as regras da sala, apesar da necessidade de corrigir atitudes e
condutas menos apropriadas. Verificou-se ainda que alguns alunos da turma demostram falta
de concentração, tornando-se alunos bastante distraídos. Observa-se ainda nesta turma níveis
diferentes de participação, atenção e interesse pelas atividades desenvolvidas.

4.4. Caracterização do Professor

Quanto as características da professora da 3ªA, de nível Médio, formada pelo Instituto de


Formação de professores de Homuíne, tem 43 anos de idade. No tocante as suas qualidades
pessoais, importa referir que, devido ao curto espaço de tempo que houve, tornou-se difícil
tecer algumas considerações a respeito, mas trata-se de uma professora que mantém uma boa
relação com os alunos, com alto sentido de responsabilidade, espirito de trabalhar em equipa,
assídua, com boa apresentação no trabalho e com vontade de aprender cada vez mais.

A professora sempre relacciona a matéria com situações da vida real dos alunos, recorrendo
com muita frequência a exemplos concretos para facilitar a compreensão da matéria. Ele
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satisfaz as dúvidas dos alunos recorrendo a novas formas de explicação e exemplos, e mostra-
se dinâmico pois elabora material de apoio contextualizado.

4.5. Aproveitamento Pedagógico da Escola

O aproveitamento pedagógico é o resultado final da aprendizagem. Neste contexto que


ARENA (1997:9) defende que ‘’no mínimo o ensino eficaz requer indivíduos
academicamente capazes, eficientes nas matérias que devem ensinar, que se preocupam com o
bem-estar das crianças e dos jovens, estes factores são muito necessários e indispensáveis
para o bom aproveitamento pedagógico.

Apesar das dificuldades observadas em alguns alunos da turma, o aproveitamento pedagógico


referente ao II Trimestre na EP1 e 2 de Guiúa, dos 1054 alunos avaliados, 1017 encontram-se
em situação positiva, indicando um aproveitamento satisfatóriopara as mulheres assim como
para os homens, correspondente a uma percentagem global de 96,4%, conforme ilustra tabela
na imagem abaixo.

Tabela 4: Aproveitamento Pedagógico da EP1 e 2 de Guiúa, II Trimestre 2021


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CAPÍTULO 5: SEMIÁRIOS REALIZADOS NA EP1 E 2 DE GUIÚA

5.1. Seminários de Capacitação

Os seminários consistiram em todas as conversações, debates obtidas/feitas de modo a


equipar-nos de instrumentos de como lidar com vertentes situações no campo, a quando íamos
praticar o acto de lecionar nas escolas.

5.1.1. Desafios Para bom Professor

Ao se enfatizar os desafios vivenciados nesta trajetória profissional, podem ser classificados


em dois tipos: desafios localizados no sujeito e desafios localizados no processo de
aprendizagem, que os envolve. Na primeira condição, observa-se que toda pessoa em
processo de aprendizagem enfrenta, de certa forma algo com o que poderia chamar de
“dificuldade”, pois aprender é um processo que consiste em abandonar algo, ou romper com
alguma coisa, o que resulta em resistência para aprender. Na segunda condição, estariam os
desafios localizados no processo, o que implica uma avaliação dos métodos, dos recursos, do
professor e toda série de questões institucionais presentes.

5.1.2. Aprendizagem Cooperativa

A aprendizagem cooperativa é definida como um conjunto de técnicas de ensino em que os


alunos trabalham em pequenos grupos e se ajudam mutuamente, discutindo a resolução de
problemas facilitando a compreensão da aprendizagem. Esta estratégia permite aos estudantes
interagirem com os colegas e com o professor, possibilitando também o ganho de autonomia e
de responsabilidade para tomar decisões no desenvolver das atividades.
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Conclusão

Chegado o final de um percurso tão enriquecedor, árduo e difícil, é com alguma dificuldade
que escrevo esta breve conclusão, na medida em que é impossível traduzir para este pedaço de
papel tudo o que de tão magnífico se passou ao longo do Estágio Pedagógico.

A disciplina de Estágio Pedagógico foi de grande importância, por ser possível colocar em
prática e desenvolver as habilidades, compreender melhor alguns dos muitos debates e
aprendizagens dentro da universidade, além de vivenciar e disponibilizar aos alunos que
tivessem um novo contato, oportunizando a troca de experiências e saberes advindos da
relação entre aluno e professor e vice-versa. Nesse sentido, o acadêmico aprende mais ao
conhecer de perto as situações problema que estão inseridas na realidade, o ambiente escolar
para o qual está voltada a sua formação, o aluno como sujeito fundamental na sua formação.

Com a nova atuação pedagógica no contexto escolar devido à pandemia da covid-19,


podemos afirmar que, mesmo com as dificuldades impostas, o estágio proporcionou
aprendizagens relevantes para o conhecimento de intervenção do professor de Educação
Básica, dando a chance de problematizar e, fazer o uso disso, buscar possíveis soluções.
Portanto, o Estágio Pedagógico do Ensino Básico mostrou-se uma excelente oportunidade de
aprendizagem ao favorecer a aquisição e desenvolvimento de novos conhecimentos e práticas
profissionais, pessoais e sociais.

Considero que, este estágio pedagógico possibilitou, em muito, a vivência de experiencias


determinantes para o desenvolvimento profissional de um técnico do ensino básico. No
decurso deste, verifiquei que os processos de socialização e relacionais experienciados com as
crianças, equipa pedagógica e comunidade pareceram-me ser fundamentais para o
desenvolvimento humano e profissional, pois, foi por meio destes que pude desenvolver a
minha dimensão pessoal, social, ética, investigativa e reflexiva.
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Bibliografia

IMBERNÓN, Francisco. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a


incerteza. São Paulo: Cortez, 2014.

LIBÂNEO, José Carlos. Didáctica geral. s/ed. São Paulo, editora ática, 1994.

PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência: diferentes
concepções. Revista Poíesis, UFG, v. 3, n. 3 e 4, pp.5-24, 2006.

Boavista, C. & De Sousa, Ó. (2013). O Diretor de Turma, perfil e competências. Revista


Lusófona, 23.

Nóvoa, A.S. Formação de Professores e Profissão Docente. Lisboa: D. Quixote, 1992.

MARTINEZ, Maria Josefina & LAHORE, Carlos E. Oliveira. Planificação Escolar. S/ed.
Editora Saraiva, São Paulo, 1977.

Estrela, Albano. (1994). Teoria e prática de observação de classes – uma estratégia de


formação de professores. Instituto Nacional de Investigação Científica, 4ª ed. Lisboa.
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Anexos
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Imagem 2: Escola Primária do 1º e 2º Graus de Guiúa

Imagem 3: Bloco de Salas de aulas da Escola Primária do 1º e 2º Graus de Guiúa


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Imagem 4: Casas de banho da Escola Primária do 1º e 2º Graus de Guiúa

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