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Texto11 Uso - Internet - Adolescentes PDF
Texto11 Uso - Internet - Adolescentes PDF
Texto11 Uso - Internet - Adolescentes PDF
UNICEF/BRZ/Ratão Diniz
Expediente
Realização
Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF
Gary Stahl
Representante do UNICEF no Brasil
Antonella Scolamiero
Representante-adjunta do UNICEF no Brasil
Coordenação Geral
Ludimila Palazzo
Mário Volpi
Pesquisa quantitativa
IBOPE Inteligência
Consultor
Rogério Giugliano
A reprodução desta publicação, na íntegra ou em parte, é permitida desde que citada a fonte.
Brasília, 2013
Índice
Apresentação ............................................................................................................................................................................................ 4
Metodologia ............................................................................................................................................................................................. 6
3
Apresentação
Por considerar a adolescência uma fase Este estudo não se propõe a aprofundar
fundamental do desenvolvimento humano, o UNICEF o funcionamento da internet em todas as suas
no Brasil vem desenvolvendo, desde 2002, uma série de dimensões. Foi estabelecido como ponto de partida
estudos e pesquisas ¹ que têm por objetivo contribuir o fato de que, mesmo com suas contradições e
para superar os preconceitos e estigmas sobre esta riscos, trata-se de um campo social de interação
fase da vida e aprofundar o conhecimento sobre o que, controlado pelos instrumentos legais do Estado
potencial, a diversidade e a riqueza que representa Democrático de Direito, constitui-se em mais uma
para a sociedade ter uma população adolescente. oportunidade de desenvolvimento para a sociedade e,
O estudo sobre o uso da internet por em especial, para os adolescentes.
adolescentes surgiu da necessidade de conhecer esse Para conhecer o uso da internet pelos
universo que vem fazendo parte do cotidiano da adolescentes, o UNICEF realizou, em 2013, uma
maioria dos adolescentes e que se constitui, ao mesmo pesquisa nacional por amostragem e entrevistou 2002
tempo, em um espaço de interação e aprendizagem e adolescentes entre 12 a 17 anos ² em todas as cinco
em um local onde também acontece a discriminação, regiões geográficas brasileiras, em um total de 150
o uso de falsas informações e o risco de violação de municípios, assegurando uma amostra representativa
direitos. para identificar a diversidade de situações seja pelo
Sendo parte da dinâmica social, a Internet local de moradia (urbano/rural ou região geográfica
contém em si as contradições e vulnerabilidades do país), situação de renda, gênero, raça/cor,
da sociedade. Como evolução tecnológica escolaridade, e classe definida a partir do Critério
representa um importante instrumento de acesso Brasil ³.
a serviços, informações, relações interpessoais, A partir de um questionário estruturado com
lazer, entretenimento e aprendizagem. Ao mesmo 53 perguntas de múltipla escolha e uma pergunta
tempo, como espaço ainda em construção representa aberta, foram obtidos os resultados apresentados
riscos e desafios pelo baixo conhecimento sobre o nesta publicação.
seu funcionamento para o público em geral, certo Ao apresentar estes resultados para o
anonimato de seus usuários e pela velocidade como debate público, o UNICEF enfatiza que o direito
os detentores do poder econômico e das tecnologias à comunicação se insere no conjunto de direitos
manipulam o seu funcionamento. humanos universais e indivisíveis contidos na
1 A VOZ DOS ADOLESCENTES em 2002; Participação Política e Social de Adolescentes em 2007; Situação Mundial da Adolescência 2009, Situação da Adolescên-
cia Brasileira 2011 dentre outros estudos relevantes.
2 Este recorte etário foi definido usando-se como base a definição de adolescente do Estatuto da Criança e do Adolescente, lei brasileira aprovada em 1990.
3 O CCEB, Critério de Classificação Econômica Brasil, é um instrumento criado pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa, de segmentação econômica que
utiliza o levantamento de características domiciliares (presença e quantidade de alguns itens domiciliares de conforto e grau escolaridade do chefe de família) para
4
diferenciar a população, agrupando-a em classes A, B, C, D e E .
Convenção sobre os Direitos da Criança (1989), mentais e físicas na medida das suas potencialidades;
especialmente os artigos 13, 17 e 23 que destacam: a responsabilidade de educar crianças e adolescentes
- o direito à liberdade de expressão, que no respeito pelos direitos do homem e liberdades
compreende a liberdade de procurar, receber e fundamentais, pela sua identidade cultural, língua e
expandir informações e ideias de toda a espécie, sem valores, pelos valores nacionais do país em que vive,
considerações de fronteiras, sob forma oral, escrita, do país de origem e pelas civilizações diferentes da
impressa ou artística ou por qualquer outro meio à sua.
escolha da criança; Além disso, a Convenção também chama a
- a importância da função exercida pelos atenção para a necessidade da elaboração de princípios
órgãos de comunicação social, para que seja assegurado orientadores adequados à proteção da criança contra
o acesso da criança à informação e a documentos a informação e documentos prejudiciais ao seu bem-
provenientes de fontes nacionais e internacionais estar.
diversas, nomeadamente aqueles que visam promover Com essas e outras medidas, os países devem
o seu bem-estar social, espiritual e moral, assim como assegurar o direito à comunicação e preparar a criança
a sua saúde física e mental; para assumir as responsabilidades da vida numa
- o papel da cooperação internacional para sociedade livre, num espírito de compreensão, paz,
produzir, trocar e difundir informação e documentos tolerância, igualdade entre os sexos e de amizade entre
dessa natureza, provenientes de diferentes fontes todos os povos, grupos étnicos, nacionais e religiosos
culturais, nacionais e internacionais; e com pessoas de origem indígena.4
- o apoio à produção e a difusão de livros para É nessa perspectiva que o UNICEF quer
crianças; contribuir com o país em direção a uma condição
- a importância dos órgãos de comunicação em que cada criança e cada adolescente tenha todos
social levarem em consideração as necessidades os direitos assegurados, inclusive o direito de se
linguísticas das crianças indígenas ou que pertençam apropriar das novas tecnologias que contribuem para
a um grupo minoritário; conhecer seus direitos, usufruir dos direitos e produzir
- o dever de promover o desenvolvimento da novos direitos por sua participação, criatividade e
personalidade da criança, dos seus dons e aptidões capacidade de inovação.
5
4 Convenção Sobre os Direitos da Criança aprovada em 1989 e ratificada por 193 países. Para facilitar a leitura, os artigos acima referidos não foram citados ipsis
litteris, embora preservem a maior parte do texto original.
Metodologia
A pesquisa quantitativa O uso da Internet por Posteriormente, para restabelecer o peso de
adolescentes foi realizada pelo IBOPE Inteligência por cada região, os resultados foram ponderados com os
meio de entrevistas face a face domiciliares no período fatores descritos abaixo.
de 11 a 22 de janeiro de 2013 com 2002 adolescentes A coleta de dados foi realizada utilizando-se
de 12 a 17 anos (49% meninas e 51% meninos). o questionário elaborado de acordo com os objetivos
Foi selecionada uma amostra representativa dos da pesquisa. As entrevistas foram realizadas por uma
adolescentes nesse grupo etário, desproporcional equipe de entrevistadores devidamente treinada,
pelas regiões geográficas do pais, incluindo áreas supervisionada, com identificação do IBOPE
urbanas e rurais. O modelo de amostragem utilizado Inteligência e de posse de uma carta elaborada pelo
foi o de conglomerado em estágios. UNICEF, apresentada aos pais e/ou responsáveis, com
No primeiro estágio, os municípios são selecionados explicações sobre os objetivos da pesquisa e solicitação
probabilisticamente por meio do método PPT de autorização para que o questionário pudesse ser
(Probabilidade Proporcional ao Tamanho) sistemático, respondido pelos adolescentes.
com base no tamanho da população de 12 a 17 anos Para garantir o controle de qualidade, 100%
de cada município. dos questionários foram submetidos a um teste
No segundo estágio, são selecionados os eletrônico de consistência e coerência das respostas.
setores censitários dentro de cada município, também Uma amostra de pelo menos 20% do material dos
pelo método PPT. A medida de tamanho é a população entrevistadores foi fiscalizado.
de 12 a 17 anos residentes nos setores. As atividades da empresa responsável pela
No terceiro estágio, a seleção do entrevistado, aplicação dos questionários são regidas por padrões
dentro do setor censitário, é feita por meio de cotas éticos da Associação Brasileira das Empresas de
proporcionais, em função das seguintes variáveis: sexo; Pesquisa (ABEP) e da World Research Association
escolaridade (até a 4a série do ensino fundamental, de (ESOMAR). Os procedimentos de pesquisa também
5a a 8a série do ensino fundamental, ensino médio e estão em conformidade com a Norma Internacional
superior incompleto); e faixa de idade (12 a 14, 15 a de Qualidade em Pesquisa de Mercado e Opinião
17). As cotas foram estabelecidas com base nos dados – ISO 20252 e a Norma Internacional de Gestão de
mais atualizados do IBGE e PNAD. Qualidade ISO 9001.
6
Distribuição regional da Amostra
Para o total da amostra, a margem de erro é de 2 pontos percentuais, considerando o intervalo de confiança de 95%.
7
Acesso à internet
Para saber quantos adolescentes utilizam utilizou a internet nos últimos 3 meses considerando
a internet no Brasil, esta pesquisa adotou o padrão o momento da entrevista. Segundo esse critério, o
estabelecido5 por pesquisas nacionais e internacionais estudo nos permite identificar dois grupos:
sobre o tema, que define como usuário aquele que
GRUPO 1 GRUPO 2
Adolescentes que acessam a internet: inclui os que Adolescentes que não acessam a internet: inclui os
declaram ter acesso ao computador e à internet, tendo que declararam não ter acesso a computador, não
utilizado a rede pelo menos uma vez nos últimos três ter acesso à internet, e os que utilizaram a internet
meses. Nesse grupo, a frequência de uso é bastante há mais de três meses. Neste grupo, estão 30% dos
diversa e inclui tanto quem acessou a internet apenas entrevistados, conforme demonstra a ilustração
uma vez nos últimos três meses, quanto quem o fez abaixo. Os subgrupos que integram o grupo 2 estão
menos de uma vez por mês, mais de uma vez por mês, representados em vermelho no gráfico abaixo.
pelo menos uma vez por semana ou diariamente. Os
subgrupos que integram o grupo 1 estão representados
em azul no gráfico abaixo.
6 Para pesquisa os incluídos representam 70% dos entrevistados e os excluídos 30%. Este cálculo representa uma aproximação feita com base nos números obtidos na
pesquisa - considerando o erro amostral e para a facilidade de compreensão e análise dos números - de forma a ilustrar de maneira mais realista a exclusão virtual.
Para tal foram excluídos os adolescentes que não tiveram acesso a computador, os que tiveram acesso a computador mas não tiveram acesso a internet e também os que
tiveram acesso a internet a mais de três meses anteriores a data da pesquisa. Este número é uma inferência aproximada, valida somente para o território nacional não 9
podendo ser aplicada a regiões e estados uma vez que não foram utilizadas as ponderações necessárias para tal. Estes números, de acordo com os cálculos efetuados e
a margem de erro considerada corresponde a intervalos entre 69% e 73% para os que estão incluídos e entre 27% e 31% para os excluídos.
Considerando que o Censo 2010 identificou sem acesso à internet. Os números absolutos dão uma
que o Brasil conta com aproximadamente 21 milhões dimensão mais real da exclusão e dos desafios
de adolescentes (entre 12 e 17 anos), pode-se inferir para superá-la.
que o país tem hoje mais de 6 milhões de adolescentes
Figura 3 – Frequência do uso da internet por adolescentes que declararam utilizar a internet nos últimos três meses anteriores a pesquisa.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico inclui todos os entrevistados. As porcentagens deste gráfico são aproximadas.
10
No entanto, podemos ir um pouco além essa informação podemos apresentar uma visão mais
quando leva em consideração a frequência de uso qualificada da exclusão digital.
e não somente o momento do último acesso. Com
Frequência de uso
Entre os adolescentes que afirmaram ter internet é uma ferramenta de comunicação que faz
acessado a internet nos últimos três meses anteriores à parte de seu cotidiano, permitindo-lhes usufruir as
entrevista, a maioria (64%) faz uso da rede diariamente, possibilidades da vida online, estar em contato com
26% entra na internet uma vez por semana e 9% acessa outras pessoas, ter acesso a informações, bibliotecas
a rede apenas um vez por mês ou menos. virtuais e participar de debates sobre temas que
Para a maioria dos adolescentes, portanto, a interferem em sua vida.
CONVITE AO DEBATE
Por esta pesquisa, seguindo os padrões internacionais os adolescentes excluídos da internet somam
aproximadamente 30%.
No entanto, é importante ressaltar que mesmo entre estes, 9% acessam a Internet com frequência
abaixo de uma vez por semana. É preciso questionar se estes meninos e meninas possuem uma
vivência satisfatória dessa ferramenta, ou seja, se de fato possuem seu direito de acesso garantido.
11
Perfil da Exclusão
12
O UNICEF propõe, dessa forma, uma reflexão de classe A/B não acessam a internet, esse número
sobre o tema a partir de um olhar sobre desigualdades chega a 39,2% entre os de classe C e 66%% entre os de
de oportunidades entre meninos e meninas que, classe D/E. A mesma tendência pode ser observada
embora estejam na mesma faixa etária, vivenciam quando considerado o critério de renda por salário
adolescências diversas dependendo do local onde mínimo: entre os adolescentes de famílias com renda
moram, da sua renda familiar e da cor de sua pele. de mais de 2 salários mínimos, apenas 10% não têm
Compreender essas diferenças é fundamental para acesso à internet, enquanto essa porcentagem sobe
propor políticas públicas que consigam responder às para 29% entre os de família com renda de 1 a 2
necessidades específicas dos grupos mais vulneráveis. salários mínimos e 52% entre os que têm renda de até
Ao detalhar o perfil geral apresentado acima 1 salário mínimo. Ou seja, quanto menor a renda da
podemos perceber que os critérios de renda familiar família, menos frequente é o uso da internet entre os
e classe revelam as mais intensas distinções entre os adolescentes.
adolescentes. Enquanto apenas 4% dos adolescentes
Figura 5: Exclusão e inclusão por classe/renda. (Considera-se incluído, segundo os critérios internacionais aqui adotados, os que afirmam
ter acessado a internet no três meses anteriores a esta pesquisa).
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico inclui todos os entrevistados. As porcentagens deste gráfico são aproximadas.
13
Quando se analisa os adolescentes em suas respectivamente. Observa-se também que, enquanto
regiões de moradia, os que vivem na região centro- 52% dos adolescentes que vivem no campo não têm
oeste tem percentual de acesso de 85%, enquanto nas acesso à internet, esse número é reduzido a 21,5%%
regiões norte e nordeste o percentual é de 66% e 62% entre os que vivem na cidade.
Figura 6: Exclusão e Inclusão por região brasileira e setor de moradia. (Considera-se incluído, segundo os critérios internacionais aqui
adotados, os que afirmam ter acessado a internet no três meses anteriores a esta pesquisa).
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico inclui todos os entrevistados. As porcentagens deste gráfico são aproximadas.
14
Quando avaliados pelo critério de cor/raça, Da mesma forma, é também sutil a diferença
observa-se uma inclusão maior em relação ao uso da de acesso à internet em relação ao critério de gênero.
internet por adolescentes que se autodeclaram brancos Um total de 71% de meninas têm acesso à internet,
(79,5%), em comparação aos que se autodeclaram enquanto esse número chega a 74% de meninos.
pretos (69,5%) ou pardos (70%).
Figura 7: Acesso à internet por cor/raça. (Considera-se incluído, segundo os critérios internacionais aqui adotados, os que
afirmam ter acessado a internet no três meses anteriores a esta pesquisa).
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico inclui todos os entrevistados. As porcentagens deste gráfico são
aproximadas.
Figura 8: Inclusão e exclusão à internet por gênero. (Considera-se incluído, segundo os critérios internacionais aqui adotados, 15
os que afirmam ter acessado a internet no três meses anteriores a esta pesquisa)
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico inclui todos os entrevistados. As porcentagens deste gráfico são
aproximadas.
Já a idade e a escolaridade trazem diferenças também fazem maior uso da internet. Enquanto 44%
de acesso mais significativas: os adolescentes de idade dos que cursaram até a 4a série do ensino fundamental
mais avançada (entre 15 e 17 anos) utilizam a internet têm acesso à internet, essa porcentagem aumenta
com maior frequência (78,5%) do que os que estão 26 pontos percentuais entre os que cursam da 5a a
na faixa de 12 a 14 anos (67%). Da mesma forma, 8a série (70%) e 7 pontos percentuais entre os que
os entrevistados com maior nível de escolaridade estudam no ensino médio ou superior (86,5%).
Figura 9: Inclusão e Exclusão por idade e escolaridade. (Considera-se incluído, segundo os critérios internacionais aqui adotados, os que
afirmam ter acessado a internet no três meses anteriores a esta pesquisa).
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico inclui todos os entrevistados. As porcentagens deste gráfico são aproximadas.
16
Local de Acesso
17
No entanto, quanto menor a renda das uma assinatura doméstica. O gráfico abaixo mostra que
famílias, mais os adolescentes dependem de lanhouses para os adolescentes das classes D/E, a importância da
ou outros locais de acesso. A consequência é que os lanhouse supera a dos acessos domésticos e a escola
que têm menos recursos acabam por pagar um valor passa a ser mais relevante do que nos demais grupos
de acesso (por minuto) mais alto do que o minuto de socioeconômicos.
CONVITE AO DEBATE
Pelos dados acima expostos pode-se notar dois fatores importantes que merecem atenção:
a) São os adolescentes de famílias com menor renda que arcam com o acesso mais caro à
internet uma vez que dependem das lanhouses.
b) Escolas e centros públicos de acesso gratuito à internet ainda não representam garantia de
acesso àqueles que não têm como pagar.
18
Vida Online
Com a finalidade de promover um uso positivo
da internet, esta pesquisa buscou analisar como
os adolescentes costumam utilizá-la, identificando
quais as suas motivações, usos e tendências de
comportamento.
Nesta área dividimos nossa análise em 5
partes: a) Atividades online b) Ferramentas mais
utilizadas c) Redes Sociais d) Diversão online e) Busca
de informações
Em geral, os adolescentes equilibram o
uso da internet entre comunicação, informação e
entretenimento, utilizando-a para manter contato
com amigos nas redes sociais, fazer pesquisa para
trabalhos escolares e participar de jogos online.
A vida online dos adolescentes brasileiros é,
portanto muito variada. Percebe-se pelos resultados
da pesquisa que a internet é fonte de muitas
alternativas na vida dos adolescentes que possuem
acesso. Esta constatação reforça ainda mais a
necessidade de assegurar a inclusão dos adolescentes
neste universa como forma de ampliar seu repertório
de aprendizagens e vivências, com o cuidado de fazê-
lo de forma segura e protegida.
É na oposição entre diversão e informação que podemos notar uma das maiores diferenças de comportamento
entre gêneros. Os meninos afirmam com mais frequência as atividade de diversão (participar de jogos online,
assistir a filmes e vídeos, assistir a TV online e fazer downloads). Já entre as meninas é mais frequente as
atividades de informação e educação (ler jornais e revistas, ouvir rádio, atualizar fotoblogs e buscar informações
para trabalhos escolares).
DIVERSÃO INFORMAÇÃO
20
Ferramentas mais usadas
CONVITE AO DEBATE
22
Não há uma diferença expressiva de gênero meninas tendem a fazer um uso mais frequente das
com relação à escolha das ferramentas. No geral, as ferramentas que os meninos.
23
Da mesma forma, os tipos de ferramentas eles utilizam as ferramentas da internet. No entanto,
utilizadas não variam muito com relação à região os sites de relacionamento permanecem a ferramenta
onde vivem os adolescentes, com exceção da região preferida dos adolescentes em todas faixas etárias e
Sul, onde os entrevistados invertem uma tendência em todas as faixas de escolaridade.
nacional de utilizar mais e-mails do que mensagens As diferenças porcentagens de acordo com a
instantâneas. No caso da região sul 67% afirma utilizar idade podem ser explicadas tanto pela complexidade
as mensagens instantâneas enquanto 58% costumam no uso, caso das ferramentas de voz, quanto pela
utilizar o email. necessidade de maior grau de leitura e compreensão
Como mostram os gráficos abaixo, quanto de textos, caso dos blogs.
mais idade e escolaridade os adolescentes tem, mais
25
Os gráficos abaixo mostram que quanto
menor a renda dos adolescentes, menor é a frequência
declarada de uso das ferramentas da internet.
Figura 19: Uso das ferramentas por renda segundo o Critério Brasil.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevistados que já utilizaram
26
um computador e internet nos três meses anteriores a esta pesquisa.
Redes Sociais
Com alto potencial de interação, 85% dos Facebook é menor em áreas rurais (88% Facebook e
adolescentes que utilizam a internet possuem perfil nas 10% Orkut) e nas classes D/E (81% Facebook e 18%
redes sociais. A plataforma mais utilizada é o Facebook Orkut). O uso do Twitter é praticamente nulo entre os
(92%), seguida pelo Orkut (5%). A predominância do entrevistados.
Detalhamento
CONVITE AO DEBATE O uso das redes sociais aumenta adolescentes de 12 anos afirmam ter um perfil, este
proporcionalmente à idade, enquanto 75% dos número salta 90% entre os que têm de 15 a 17 anos.
Os adolescentes e as redes sociais.
Figura 21: Figura 20: Uso das redes sociais por escolaridade. 27
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os
entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
Uma progressão semelhante pode ser vista menos integrados as redes sociais e, portanto, menos
quando se segmenta os adolescentes por renda e conectados aos sistemas de troca de informação que
critério Brasil. Nos gráficos abaixo é possível perceber estas redes possibilitam.
que os adolescentes de mais baixa renda estão
Figura 22: Uso das redes sociais por renda em salários mínimos.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevistados que afirmam ter
perfil nas redes sociais.
Figura 23: Uso das redes sociais por renda segundo o Critério Brasil. 28
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevistados que afirmam ter
perfil nas redes sociais.
Embora os moradores da zona rural utilizem zona urbana, seu percentual de uso é expressivo nas
as redes sociais em menor frequência dos que os da duas áreas: 87% no meio urbano e 74% no meio rural.
Todas as regiões do Brasil são marcados do sudeste e do nordeste afirmam ter perfil em redes
por um alto uso das redes sociais (acima de 80%). É com mais frequência que as demais regiões.
importante notar no gráfico abaixo que os adolescentes
30
Detalhamento
Os jogos online são utilizados em proporções parecem os de acesso mais geral superando inclusive
muito similares por adolescentes de todos os níveis as diferenças de classe e renda que ao longo desta
de renda (70% classe A/B, 70% classe C e 68% classe pesquisa se mostraram horizontais em segmentar o
D/E). De todas os demais itens pesquisados os jogos comportamento dos adolescentes brasileiros.
CONVITE AO DEBATE
Pelos resultados da pesquisa os jogos online são uma das atividades mais comuns entre todos os
adolescentes brasileiros com acesso próximo a 70% dos adolescentes. Soma-se a isso o fato de que esta
atividade supera barreiras como classe, região e local de moradia. Diante desse quadro nos questionamos:
É possível pensar na relação entre jogos e direitos sociais e, assim como as redes sociais, se tornarem
veículos ou fóruns de debate/educação?
31
O uso de jogos, no entanto, diminui com o demais formas de diversão, que aumentam quanto
avanço da idade e da escolaridade, ao contrário das mais idade e escolaridade os adolescentes têm.
32
Figura 29: Diversão por escolaridade.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevistados que já utilizaram um computador e internet nos três meses anteriores a esta pesquisa.
33
Busca de informações
Buscar informações se constitui como um dos para fazer os trabalhos escolares. O segundo tema mais
principais usos da internet. Procuramos ao longo da pesquisado pelos adolescentes é o entretenimento
pesquisa identificar quais as principais informações (70%), seguido de serviços de tradução (47%) e
que atraem os adolescentes e percebemos que a produtos e serviços (40%).
maioria absoluta (80%) dizem procurar informações
34
Quem vive nas cidades utiliza os serviços de diante da procura de informações sobre produtos e
busca com mais frequência. A maior diferença aparece serviços (28% na zona rural e 46% na zona urbana).
35
Quanto mais velhos os adolescentes, maior é e currículos, tendo em vista que os adolescentes
a utilização da internet como fonte de informações. A mais velhos estão mais preocupados com questões
variação de interesse segundo a idade dos entrevistados relacionadas a trabalho e emprego.
é mais nítida com relação aos produtos serviços
36
Rede social e segurança
Fonte de oportunidades, mas Onde estou
também vulnerabilidade, a internet
apresenta situações que demandam Em geral, entre os adolescentes que afirmam Apenas 10% dos entrevistados afirmam que
certo nível de conhecimento para que já acessar a Internet, é incomum a exposição de sua sempre indicam sua localização quando usam as
sejam aproveitadas em seu potencial. Se localização quando utilizam as redes sociais. Isso ocorre redes sociais. Entretanto, esse comportamento não
por um lado, um maior acesso à internet mesmo considerando que atualmente há aplicativos é homogêneo entre as regiões brasileiras. Enquanto
representa maior exposição às ameaças, que, se ativados, informam automaticamente onde apenas 7% dos adolescentes da região Sul sempre
só com a prática é possível garantir o estão os usuários. A maioria dos entrevistados (65%) informam a sua localização, este número sobe para
desenvolvimento de certas habilidades afirma que nunca oferecem esta informação e 24% só 22% na região Norte.
que garantem um uso seguro e dizem onde estão diante de certas condições.
responsável entre os adolescentes.
Os grupos que não têm acesso
regular à internet, como é o caso dos que
vivem na zona rural, os que têm menor
nível de escolaridade e os de baixa
renda, acabam fazendo menor uso de
ferramentas de bloqueio e privacidade
nas redes sociais.
Essa desigualdade indica uma
demanda por ações que contribuam
para fortalecer a capacidade dos diversos
adolescentes para que usufruam da
internet de forma positiva. Os dados
também ressaltam a importância dos
mediadores, que podem ser irmãos
ou amigos mais experientes, pais ou
professores, entre outros, para que os
adolescentes mais novos aprendam a
navegar com segurança. Figura 33: Adolescentes que informam sua localização.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevistados que
afirmam ter perfil nas redes sociais.
37
Detalhamento
Como dito anteriormente, se consideradas Diferenças também são visíveis ao se
as regiões do Brasil é perceptível que a região Norte segmentar os adolescentes por idade. Na faixa entre
apresenta maior recorrência deste comportamento 12 e 14 anos 9% declaram sempre a sua localização
de informar sua localização enquanto as regiões Sul e esse número aumenta para 11% entre os de 15 a 17
e Sudeste são as que apresentam os menores níveis de anos.
exposição.
Figura 34: Adolescentes que sempre informam a sua localização por região.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
Figura 36: Adolescentes que sempre informam a localização por setor de moradia.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os
entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
Figura 37: Adolescentes que sempre informam a localização por renda em salários mínimos. 39
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevistados que afir-
mam ter perfil nas redes sociais.
Telefone
Em geral, os adolescentes têm mais cuidado seu número de telefone em seus perfis. Sob algumas
com a divulgação do número de telefone do que com condições (quando confiam ou são solicitados),15%
a sua localização em redes sociais. A maioria dos libera esta informação e apenas 10% dos adolescentes
entrevistados (75%) afirma que nunca divulgam o sempre adicionam o telefone ao seu perfil.
40
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
Detalhamento
Os mais jovens costumam divulgar o telefone com 10% dos que estudaram da 5a à 8a série e 4% dos
em maior frequência: 13% dos que têm entre 12 e que estão no ensino médio ou superior.
14 anos sempre disponibilizam esta informação, Os meninos (12%) sempre divulgam o telefone
enquanto isso acontece com 7% dos que têm entre 15 em proporção um pouco maior que as meninas (9%).
e 17 anos. Há pouca variação em relação ao setor de moradia,
A escolaridade também é um fator importante embora na zona rural (12%), costuma-se divulgar o
neste caso. Enquanto 12% dos que estudaram até a 4a telefone de maneira mais frequente do que na zona
série sempre disponibilizam o telefone, isso acontece urbana (10%).
Figura 39: Adolescentes que sempre informam o telefone por idade. Figura 40: Adolescentes que sempre informam o telefone por escolaridade.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrev- Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os
istados que afirmam ter perfil nas redes sociais. entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
Figura 44: Adolescentes que informam o seu endereço nas redes sociais.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevistados que afirmam ter perfil
nas redes sociais.
43
Detalhamento
Como pode ser visto no gráfico a abaixo, é na em que eles menos afirmam possuir esta prática nas
Região Norte em que os adolescentes mais declaram redes sociais.
seu endereço e nas Regiões Sudeste (4%) e na Sul 6%
45
Detalhamento
Em relação a este possível comportamento, Seguindo a tendência dos outros itens que poderiam
os meninos (23%) tendem a adicionar desconhecidos representar vulnerabilidade, a prática de incluir
com maior frequência do que as meninas (18%). A pessoas desconhecidas é bem mais comum entre
prática também é significativamente mais comum adolescentes da região Norte (31%), seguido da região
entre os adolescentes que vivem em zonas rurais Nordeste (27%).
(31%) dos que moram em zonas urbana (19%).
Figura 48: Adolescentes que sempre adicionam desconhecidos por Figura 49: Adolescentes que sempre adicionam desconhecidos por
gênero. setor de moradia.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se
todos os entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais. a todos os entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
48
Detalhamento
Assim como acontece com o hábito de Entre os que estão cursando o ensino médio ou nível
adicionar alguém desconhecido em suas redes superior, a porcentagem chega a 44%. E entre os que
sociais, o encontro com pessoas que conhece apenas estão na 5ª à 8ª série, 36%. Como demonstram os
via internet é mais comum entre os adolescentes em gráficos abaixo:
idade mais avançada e que já estão no ensino médio.
Figura 54: Já se encontrou com alguém que conheceu online por idade.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os
entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
Figura 55: Já se encontrou com alguém que conheceu online por escolaridade. 49
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os
entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
A prática de encontros é mais comum no no Nordeste, 38% no Sudeste, 35% no Centro-Oeste e
Norte (46%) do que nas outras regiões do País: 42% 32% no Sul.
50
Em relação a gênero podemos perceber de que os meninos são mais recorrentes em encontros
acordo com as respostas dos adolescentes consultados com pessoas que conheceram online.
Ao contrário das questões anteriores os meninos e meninas que vivem em zonas urbanas apresentam
uma maior incidência de encontros com pessoas conhecidas online do que os que vivem em ambiente rural.
Figura 58: Já se encontrou com alguém que conheceu online por setor de
moradia. 51
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a
todos os entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
Restrição de acesso
52
Detalhamento
Os meninos tendem a bloquear menos suas (54%) nunca bloqueiam informações, enquanto isso
postagens do que as meninas. Mais da metade deles acontece com 44% das meninas.
Os que moram nas cidades utilizam as da zona urbana nunca bloqueiam conteúdo, enquanto
ferramentas de bloqueio com menos frequência do que isso acontece com 42% dos da zona rural.
os adolescentes da zona rural: 50% dos entrevistados
55
Detalhamento
Quanto mais jovens e menos escolarizados, 57% já utilizaram o bloqueio, enquanto o mesmo
mais frequente é o uso das ferramentas de bloqueio ocorre entre 43% dos que têm entre 15 e 17 anos.
de pessoas nas redes sociais. Entre os de 12 a 14 anos,
Figura 67: Adolescentes que já bloquearam pessoas nas redes sociais por
idade.
Obs: O universo de adolescentes considerado nestes gráficos refere-se a
todos os entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
O comportamento dos adolescentes neste padrão ocorre na região Centro-Oeste onde menos
item, quando segmentados por região do Brasil, adolescentes afirmam ter bloqueado pessoas nas redes
apresentam um padrão próximo. A exceção a este sociais do que nas demais regiões.
Figura 68: Adolescentes que já bloquearam pessoas nas redes sociais por região. 56
Obs: O universo de adolescentes considerado nestes gráficos refere-se a todos os entrevistados que
afirmam ter perfil nas redes sociais.
As meninas costumam bloquear mais bloquearam, 51% são meninas e 47%, meninos.
frequentemente do que os meninos. Entre os que já
Figura 69: Adolescentes que já bloquearam pessoas nas redes sociais por
gênero.
Obs: O universo de adolescentes considerado nestes gráficos refere-se a
todos os entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
É no ambiente urbano que os adolescentes costumam frequência: 52%. O mesmo ocorre com somente 41%
utilizar a ferramenta de bloqueio de pessoas com mais dos adolescentes que vivem na zona rural.
Figura 70: Adolescentes que já bloquearam pessoas nas redes sociais por
setor de moradia. 57
Obs: O universo de adolescentes considerado nestes gráficos refere-se a
todos os entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
Com o avanço da renda dos adolescentes, salários mínimos e 51% dos que têm famílias com
aumenta também a frequência de uso do bloqueio renda até 1 salário mínimo. A medida pelo Critério
de usuários. 54% dos adolescentes cuja família ganha Brasil confirma a tendência: entre os entrevistados de
acima de 2 salários mínimos já bloquearam pessoas classe A/B, 54% já utilizou a ferramenta, enquanto isso
em suas redes sociais, enquanto isso acontece com acontece com 52% dos que estão na classe C e 36% dos
51% dos que têm famílias com renda entre 1 a 2 que estão na classe D/E.
Figura 71: Adolescentes que já bloquearam pessoas nas redes sociais por renda em salários mínimos.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevistados que afir-
mam ter perfil nas redes sociais.
58
Os adolescentes negros (que na pesquisa se se declararam pretos já utilizaram essa ferramenta,
identificaram como pretos) afirmam bloquear pessoas isso acontece com 48% dos que se declaram pardos e
nas redes sociais com frequência ligeiramente maior 52% dos que se declaram brancos.
que os demais entrevistados. Enquanto 55% dos que
Figura 72: Adolescentes que já bloquearam pessoas nas redes sociais por renda segundo o Critério Brasil.
Obs: O universo de adolescentes considerado nestes gráficos refere-se a todos os entrevistados que afir-
mam ter perfil nas redes sociais.
Figura 73: Adolescentes que já bloquearam pessoas nas redes sociais por cor/raça. 59
Obs: O universo de adolescentes considerado nestes gráficos refere-se a todos os
entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
Por que bloquear as pessoas nas redes sociais?
A principal motivação dos adolescentes para a pessoa publicou para ou sobre o adolescente (29%).
bloquear as pessoas de suas redes sociais é o fato de Também são bloqueadas pessoas que os adolescentes
não gostar da pessoa (40%), seguido de não querer não conhecem (24%). Um total de 4% bloqueiam
que a pessoa tenha acesso ao seu perfil (30%). A pessoas por terem se sentido ameaçado ou ficado com
terceira motivação mais frequente é não gostar do que medo.
60
Exibição de imagens
É bem mais comum postar fotos (66%) do que em que aparecem familiares, sua casa ou o próprio
vídeos (23%) na internet. Entre os que disponibilizam adolescente. No caso dos vídeos 68% dos que postam
fotos, 91% incluem imagens de sua vida pessoal, incluem cenas da vida pessoal.
FOTOS VÍDEOS
Entre as regiões brasileiras o Norte (93%), exibição de fotos pessoais, em comparação com as
Sudeste (94%) e Sul (92%) se destacam por maior regiões Nordeste (89%) e Centro-Oeste (86%).
Figura 81: Disponibiliza fotos com imagens pessoais por renda segundo o Critério Figura 82: Disponibiliza fotos com imagens pessoais por renda em salários mínimos.
Brasil Obs: O universo de adolescentes considerado nestes gráficos refere-se a todos os en-
Obs: O universo de adolescentes considerado nestes gráficos refere-se a todos os en- trevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
trevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
63
Acesso a conteúdo sexual
64
Detalhamento
Quanto mais jovens os adolescentes, menor é 73% dos que estão no ensino médio ou superior.
o acesso a sites com conteúdo sexual. Enquanto 88% Não há variação em relação ao local de
dos que tem entre 12 e 14 anos afirmam que nunca moradia, 80% tanto dos moradores das zonas rurais
entraram em sites com esse conteúdo, isso acontece ou urbanas, afirmam nunca ter entrado em site de
com 74% dos que tem entre 15 e 17 anos. conteúdo sexual. Já a diferença em relação ao perfil
Quanto maior a escolaridade, maior é o de gênero é bastante significativa: enquanto 92%
acesso aos sites com esse tipo de conteúdo: enquanto das meninas afirmam nunca ter entrado em sites de
86% do que estudam até a 4a. Série afirmam nunca conteúdo sexual esse número cai para 69% entre os
ter acessado sites com conteúdo sexual, o mesmo meninos.
acontece com 84% do que estudam da 5a. à 8a. série e
Figura 84: Adolescentes que nunca acessaram conteúdo sexual na internet por idade.
Figura 88: Adolescentes que já se sentiram discriminados na vida online e offline por cor/raça. 66
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevistados que afirmam ter perfil nas
redes sociais.
Na vida offline, a porcentagem dos que já se significa que ela não aconteça, mas no que é possível
sentiram alvo de preconceito varia entre 12% a 16%. Na extrair dos questionários, uma minoria sente-se
vida online, a porcentagem vai de 2% a 8%. Vale lembrar discriminada.
que não perceber a discriminação não necessariamente
Figura 89: Adolescentes que já se sentiram discriminados na vida offline (azul) e online (vermelho)
67
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
Entre as formas de discriminação que os que afirmam ter sido vítima de discriminação em sua
adolescentes alegam terem sofrido na internet, as vida online, quando relacionamos estes com a auto-
mais frequentes são: por ser jovem (25%), por ser declaração de cor/raça percebemos que os adolescentes
pobre (14%), por ser negro (13%) e pelas roupas que que se declaram pretos ou pardos afirmam com mais
usam (11%). frequência terem sido vítimas de preconceito.
Apesar do baixo número de respondentes
Os adolescentes que afirmam já ter presenciado esse número reduz-se para 35% entre as meninas. A
um ato de discriminação, foram questionados sobre a porcentagem de denúncias também é maior entre as
reação tiveram em relação em tais situações. Percebe- meninas (17%) do que os meninos (7%). A reação
se uma diferença de atitude entre meninos e meninas. mais comum é bloquear/excluir o agente da denúncia
Entre os meninos, 55% declaram não ter tomado (32%).
nenhuma atitude diante da discriminação, enquanto
69
Situações incômodas
Os entrevistados foram perguntados se já 10% já viu alguém ser abordado com conteúdo sexual
presenciaram situações incômodas na internet. As ou pornográfico; 27% já viu alguém ser discriminado
respostas foram as seguintes: 14% já viu alguém ser por causa de sua raça/cor e 22% já viu alguém ser
abordado insistentemente por pessoa desconhecida; desrespeitado por gostar de alguém do mesmo sexo.
Figura 93: Adolescentes que já presenciaram abordagens Figura 95: Adolescentes que já viram alguém ser aborda-
insistentes na internet do com conteúdo sexual ou pornográfico na internet
Figura 94: Adolescentes que já viram alguém ser Figura 96: Adolescentes que já viram alguém ser desrespeitado
discriminado por causa da sua raça/cor na internet por gostar de alguém do mesmo sexo na internet
70
Obs: O universo de adolescentes considerado nestes gráficos refere-se a todos os entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
Todas essas
formas de desrespeito
e discriminação foram
testemunhadas com
maior frequência por
adolescentes negros,
em comparação com a
média dos adolescentes:
17% presenciou
abordagens insistentes;
13% abordagem sexual;
30% discriminação racial
e 25% desrespeito pela
opção sexual.
Figura 97: Adolescentes que viram situações de desrespeito e discriminação na internet, por cor/raça.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevistados que
afirmam ter perfil nas redes sociais.
71
Reação
Ao presenciar situações de discriminação, com a pessoa sobre a situação (20%), aconselhar a
metade dos entrevistados (50%) ignora o episódio e pessoa a tomar alguma medida (11%), bloquear a
a outra metade toma as seguintes atitudes: conversar pessoa da sua lista de contatos (9%).
Figura 98: Reação dos adolescentes que testemunharam situações de discriminação e desrespeito na
internet.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevistados que
afirmam ter perfil nas redes sociais.
72
Participação em atos negativos na internet
Uma minoria dos adolescentes afirmam já fizeram.
terem sido convidados a atuar de maneira desrespeitosa Dos 5% que foram convidados a praticar atos
na internet. Dos 7% que foram convidados a abordar de discriminação racial na internet, 7% o fizeram.
insistentemente uma pessoa que não conhecia, 18% o
74
Obs: O universo de adolescentes considerado nestes gráficos refere-se a todos os entrevistados que afirmam ter perfil nas redes sociais.
Figura 104: Motivos alegados por adolescentes para acessar informações privadas de outras pessoas
na internet.
Obs: O universo de adolescentes considerado nestes gráficos refere-se a todos os entrevistados que
afirmam ter perfil nas redes sociais.
Também é reduzido o número de adolescentes redes sociais (8%), jogos online (9%) ou email (4%).
que afirmam já aterem utilizado um perfil falso nas
76
Figura 107: Adolescentes cujos pais controlam o que acessam na
internet, por gênero
Detalhamento
O controle é um pouco maior em relação à
meninas (55%) do que aos meninos (52%).
Na área urbana, o controle dos pais sobre
o que os adolescentes acessam na internet é mais
frequente (55%) do que na área rural (43%).
Quanto mais velhos os adolescentes, menor é
o controle parental sobre o que acessam na internet:
enquanto 64% dos que têm entre 12 e 14 anos relatam
ter controle dos pais, essa porcentagem se reduz a 45%
entre os de 15 a 17 anos. Figura 108: Adolescentes cujos pais controlam o que acessam na inter-
net por setor de moradia
Figura 112: Adolescentes cujos pais controlam o que acessam na internet por região.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevista-
dos que já utilizaram um computador e internet nos três meses anteriores a esta pesquisa.
Figura 114: Adolescentes que já deixaram de publicar ou deletaram algo na internet por medo Figura 115: Motivos pelos quais os adolescentes deixaram de publicar ou deletaram
das consequências. algo na internet.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevistados Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os
que já utilizaram um computador e internet nos três meses anteriores a esta pesquisa. entrevistados que já utilizaram um computador e internet nos três meses anteriores a
esta pesquisa.
80
Rede de segurança
Quando perguntados a quem recorreriam opções citadas em freqüência muito menor foram: os
caso sofressem alguma forma de violência na internet, amigos (9%), denúncias na própria internet (6%), a
77% indicaram os pais, em primeiro lugar. Outras polícia (5%) e educadores (1%).
Figura 116: A quem os adolescentes recorreriam primeiro caso sofressem alguma forma de violência
na internet.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevistados que já
utilizaram um computador e internet nos três meses anteriores a esta pesquisa.
81
Em relação às fontes de informação dos (35%), a própria internet (29%), os educadores (28%),
adolescentes sobre segurança na internet, são citados parentes (23%) e panfletos ou cartilhas (23%).
com maior frequência: os amigos (42%), os pais
CONVITE AO DEBATE
Pelos dados apresentados, poucos são os adolescentes que recorrem a professores e educadores
nos momentos em que se sentem vulneráveis. Esse dado chama ao debate sobre o papel da
Escola e como esta se insere na vida dos adolescentes brasileiros. 82
Opinião sobre a internet
A opinião dos entrevistados se divide sobre questionados se o uso da internet deveria ser mais
o status da internet como um ambiente livre, em que controlado e algumas coisas deveriam ser proibidas,
podemos fazer qualquer coisa, e tem que continuar um número mais significativo de entrevistados
assim: 40% concorda e 38% discorda. Já quando concorda (77%).
Figura 118: Adolescentes que concordam que a internet é um ambiente livre e Figura 119: Adolescentes que concordam que o uso da internet deve ser mais
deve permanecer assim. controlado e algumas coisas deveriam ser proibidas.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos
entrevistados que já utilizaram um computador e internet nos três meses anteri- os entrevistados que já utilizaram um computador e internet nos três meses
ores a esta pesquisa. anteriores a esta pesquisa.
83
Na opinião dos adolescentes, a concordam com a afirmação que “A internet é uma
responsabilidade pela navegação segura é grande biblioteca de informações”. Essa perspectiva
prioritariamente do próprio usuário (81%). As da internet como fonte de conhecimento é mais forte
empresas também têm responsabilidade para 53% dos do que a ideia de que ela seria um “lugar de amizade,
entrevistados. E a regulação do governo foi lembrada onde o adolescente fica sabendo das coisas por meio
por 45% dos adolescentes. do contato com seus amigos” (87%); “um caminho
Quando os adolescentes são solicitados a para o avanço profissional” (79%) ou “um local que
emitir a sua opinião de forma geral: 92% das respostas possibilita contato com outros povos” (77%).
Figura 120: De quem deve ser a responsabilidade por navegar com segurança na internet.
Obs: O universo de adolescentes considerado neste gráfico refere-se a todos os entrevista-
dos que já utilizaram um computador e internet nos três meses anteriores a esta pesquisa.
85
Conclusão
O uso da internet por adolescentes vem a exposição de um grupo expressivo a conteúdos
crescendo rapidamente, já são quase 10 milhões de inadequados à sua fase de desenvolvimento.
adolescentes que fazem uso diário da rede e mais 5 O fato de 48% dos meninos e 31% das meninas
milhões que usam de 1 vez por semana até os que já ter encontrado pessoalmente alguém que só haviam
usaram nos últimos três meses. Entre os 6 milhões conhecido pela internet pode ser um indicador de
de adolescentes que estão excluídos encontram-se que a internet ajuda a ampliar as possibilidades de
os mais pobres, que vivem na zona rural, com baixa conhecer novas pessoas, mas também pode revelar
escolaridade e os adolescentes indígenas. uma exposição a situações de vulnerabilidade caso
As principais atividades dos adolescentes não sejam tomados os cuidados adequados.
na internet estão relacionadas às redes sociais, ao O compartilhamento de informações
entretenimento e a busca de informações. pessoais, a exposição de situações de seu cotidiano,
Enquanto os adolescentes das famílias de fotos de toda natureza e a permissão de acesso livre a
maior renda tem acesso à internet em suas casas, os qualquer pessoa aos seus dados é um fator que torna
de menor renda o fazem em centros pagos. Escolas o/a adolescente vulnerável às pessoas que queiram
e centros públicos gratuitos ainda não representam manipular estas informações para constranger,
uma alternativa de acesso uma vez que menos de 10% assediar ou expor o/a adolescente.
dos adolescentes que usam a internet os citam com Os adolescentes se sentem mais discriminados
opção. na vida real do que na internet. Enquanto 14% dos
O fato de 19% dos adolescentes que acessam adolescentes revelaram já ter sofrido algum tipo de
a internet terem afirmado já ter acessado sites de discriminação na vida real, quando perguntados
conteúdo impróprio para menores de 18 anos indica se já haviam sofrido algum tipo de discriminação
86
na internet o percentual foi de 6%. Entretanto, biblioteca; um lugar para fazer amizades, um caminho
quando perguntados se já presenciaram situações para o avanço profissional e um local que possibilita
discriminação ou assédio de outras pessoas na internet, contato com outros povos.
14% já viu alguém ser abordado insistentemente por Num balanço geral sobre os dados obtidos
pessoa desconhecida; 10% já viu alguém ser abordado nesta pesquisa é possível afirmar que os adolescentes
com conteúdo sexual ou pornográfico; 27% já viu vêm fazendo um uso da internet que demanda maior
alguém ser discriminado por causa de sua raça/cor apoio, orientação e acompanhamento dos adultos.
e 22% já viu alguém ser desrespeitado por gostar de Neste sentido o UNICEF está organizando
alguém do mesmo sexo. com seus aliados um processo de mobilização social,
Quanto ao apoio dos pais para o uso seguro educação e informação para garantir que o direito à
da internet 54% afirma ter algum acompanhamento e comunicação dos adolescentes seja exercido também
46% afirma não ter nenhum acompanhando sobre o na internet de forma inclusiva, segura e que permita
que faz na internet. aos adolescentes usufruir deste espaço para o seu
Para os adolescentes a internet é uma grande desenvolvimento e a realização dos seus direitos.
87