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Comportamento Dependentes e

Patológicos

Profa. Dra. Luciana Marolla


@psicolucianamarolla
Email: lumarolla@yahoo.com
O abuso de substâncias, os
transtornos alimentares e a prática
compulsiva são problemas clínicos
que requerem tratamento por
especialistas.
Transtornos da Alimentação

Bulimia: episódico de ingestão


Momento de reflexão? incontrolável de muita comida
seguida de vomito; é caracterizada
por consciência de que o padrão é
anormal, medo de ser incapaz de
parar voluntariamente de comer,
Consequências humor deprimido e autodepreciação.

Anorexia nervosa: medo intenso


de tornar-se obeso, imagem
corporal distorcida, perda
corporal significativa, recusa em
manter o peso corporal normal e
amenorréia.
Sinais físicos e psicológico-comportamentais dos transtornos da alimentação

Físicos Psicológico-comportamentais
 Peso muito baixo.  Dietas excessivas.
 Flutuações de peso extremas.  Comer excessivamente.
 Inchaço.  Excercício excessivo (que não faz
 Amenorréia. parte do treinamento).
 Carotinemia (palma das mãos e  Culpa em relação ao comer.
sola dos pés amareladas).
 Queixas de sentir-se gordo com
 Hipoglicemia.
peso
 Cãibras musculares. normal.
 Queixas estomacais.  Desaparece depois das refeições.
 Fraturas de estresse.  Pesagem frequente.
 Evidência de auto indução de
vômito.
 Uso de pílulas para emagrecer,
Weinberg; Gould, 2008; 2011; 2017. laxantes ou diuréticos, para controlar
Alimentação perturbada

Hudson e colaboradores (2007).

 A prevalência da bulimia nervosa ao longo da vida é de 1,5%


nas mulheres e 0,5% nos homens.
 A prevalência de problemas de compulsão alimentar ao longo
da vida é de 3,5% nas mulheres e 2% nos homens.
 Os transtornos alimentares mostram comorbidade substancial
com
outros transtornos mentais.
 De 40 a 60% das meninas no ensino médio fazem dieta.
 Treze por cento das meninas no ensino médio fazem purgação.
 Quarenta por cento das meninas com 9 anos de idade já fizeram
dieta.
Weinberg; Gould, 2008; 2011; 2017.
Prevalência de transtornos da alimentação

63% de todas as meninas atletas desenvolvem sintomas de um


transtorno da alimentação no final do ensino fundamental.

 Atletas relatam frequência mais alta de transtornos da


alimentação
mulheres (o que é semelhante à população em geral).

 Astaxas de prevalência em atletas tendem a se aproximar da


população (não atletas).

 Atletas e não atletas têm psicopatologias e sintomas semelhantes.

 Até 66% das atletas podem apresentar amenorréia em comparação com


cerca de 2 a 5% de não atletas.

Weinberg; Gould, 2008; 2011; 2017.


Prevenção de transtornos da alimentação

Reduzir a probabilidade da ocorrência.

• Promover práticas nutricionais adequadas (informações


adequadas).

• Focalizar no condicionamento, não no peso corporal (desviar o


foco da obsessão em relação ao peso).

• Ser sensível com questões de peso (pesagens repetidas, associar


perda de peso com aumento do desempenho, estabelecer metas
de peso arbitrárias e fazer observações insensíveis
devem ser evitadas).

• Incentivar o controle saudável do peso (estar atualizado sobre as


últimas informações).

Weinberg; Gould, 2008; 2011; 2017.


Dependência em Exercício Físico

Sentimentos excepcionalmente fortes em relação à prática de exercícios.

O envolvimento forte com o exercício, foi


descrito como compulsão (Abell, 1975),
dependência (Sachs e Pargman, 1984), obsessão
(Waters, 1981), fixação no exercício (Benyo,
1990) e adição (Glasser, 1976). Na literatura de
psicologia do exercício, a maior parte dos
escritores usa o termo adição para se referir a
um envolvimento intenso com o exercício.

Weinberg; Gould, 2008; 2011; 2017.


Dependência em Exercício Físico

O que é o dependência em exercício


Dependência psicológica ou fisiológica (ou psicológica e fisiológica)
em um regime regular de exercícios caracterizado por sintomas de
abstinência após 24 a 36 horas sem exercício.

Sintomas
Ansiedade, irritabilidade, culpa, contrações musculares, sensação
de inchaço e nervosismo.

Isso ocorre quando o indivíduo é impedido de fazer exercício por


alguma razão (lesão, trabalho ou compromissos familiares) em
oposição a tirar um dia de folga intencionalmente.

Weinberg; Gould, 2008; 2011; 2017.


Dependência Positiva ao Exercício

Termo utilizado para descrever um comportamento positivo dessa


dependência, em função da descoberta de efeitos positivos com o
incremento da atividade física (redução de ansiedade e depressão,
sensação de bem-estar)

O exercício se torna um hábito de atividade diária, e esse nível de


envolvimento representa um “hábito saudável”.

Weinberg; Gould, 2008; 2011; 2017.


Dependência Negativa ao Exercício

Termo que se refere a prática de exercício físico excessivo, está


diretamente ligada a aspectos prejudiciais à saúde física e mental do
indivíduo, e que a privação de exercício físico causa desordens de
humor (fadiga, irritabilidade, depressão, ansiedade) e sintomas de
abstinência.

O exercício começa a controlar a vida do indivíduo, com resultados


negativos na sua casa e trabalho.

Weinberg; Gould, 2008; 2011; 2017.


Exercício Negativo: principais sintomas

1. Padrão de exercício estereotipado, com um programa regular de


uma ou mais vezes por dia.
2. Dar cada vez mais prioridade, em detrimento de outras atividades,
à manutenção do padrão de exercício.
3. Aumento da tolerância à quantidade de exercício realizado.
4. Sintomas de abstinência relacionados a transtorno de
humor após cessação do exercício.
5. Alívio de sintomas de abstinência na retomada do exercício.
6. Consciência de uma compulsão por exercício.
7. Restabelecimento rápido do padrão anterior de exercício
após um período sem exercício.

Weinberg; Gould, 2008; 2011; 2017.


Critérios para o diagnóstico (três ou mais sintomas num
período de 12 meses).
Kerr e colaboradores (2007).

1. Tolerância ou necessidade de quantidades maiores de exercício.


2. Sintomas de abstinência (p.ex., ansiedade, fadiga).
3. Perda de controle.
4. Conflito à medida que o exercício ganha precedência
sobre outras atividades.
5. Dedicação de cada vez mais tempo ao exercício.
6. Exercitar-se em quantidades maiores do que o pretendido.
7. Manter o exercício apesar de saber dos problemas.

Weinberg; Gould, 2008; 2011; 2017.


Exercício Negativo: como se proteger!
 Programar dias de folga ou tirar quando necessário.
 Exercitar-se regularmente com parceiro mais lento.
 Se estiver lesionado, pare de se exercitar até estar reabilitado
e curado.
 Treine forte-fraco, mescle baixa intensidade e menos distância com
dias de treinamento mais forte.
 Se estiver interessado em benefícios para saúde, exercite-se três
ou quatro vezes por semana por 30 minutos.
 Estabeleça metas de curto e de longo prazo realistas.

Weinberg; Gould, 2008; 2011; 2017.


Dependência em Exercício Físico

Como avaliar

Escala de Dependência de Exercício (EDE) – Este instrumento avalia


os aspectos psicológicos “negativos” da dependência de corrida, por
meio de uma escala de 14 itens, atribuindo-se a cada item um escore
(0 ou 1). Escores altos estão relacionados a maiores níveis de
dependência. Já utilizado em vários estudos, possibilita a avaliação
de dependência em todos os tipos de exercícios físicos.

Rosa; Mello; Souza-Formigoni (2003).


Referências
WEINBERG, Robert; GOULD, Daniel. Fundamentos da psicologia do esporte e do
exercício. Porto Alegre: Artmed, 2008. Cap.20.

WEINBERG, Robert S.; GOULD, Daniel. Foundations of Sport and Exercise


Psychology, 5E. Human Kinetics, 2011. Cap.20.

WEINBERG, Robert; GOULD, Daniel. Fundamentos da psicologia do esporte e do


exercício. Porto Alegre: Artmed, 2017. Cap.20.

ROSA D.A, DE MELLO MT, SOUZA-FORMIGONI MLO. Dependência da prática de


exercícios físicos: estudo com maratonistas brasileiros. Rev. Bras. Med.
Esporte. 2003;9:9-14.

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