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Vigorexia

Vigorexia ou Transtorno Dismórfico Corporal conhecido também como


Síndrome de Adônis, é uma psicopatologia decorrente da insatisfação com a
autoimagem corporal. Tal transtorno pode atingir qualquer pessoa -
independentemente de fatores econômicos, raciais e sociais. Nela, a imagem
corporal é definida como sendo os pensamentos ou imagens criadas pelo
próprio indivíduo sobre seu corpo em relação às outras pessoas e ao
ambiente. A insatisfação com a imagem corporal se torna um dos motivos pela
procura por programas de atividades físicas. Entretanto, em alguns casos essa
busca pelo corpo perfeito, leva o indivíduo a utilizar o exercício físico além dos
padrões aceitáveis para a promoção da saúde.

Fatores de risco
Afeta com maior frequência homens entre 18 e 35 anos, mas pode
também ser observada em mulheres, sendo expressa por fatores
socioeconômicos, emocionais, fisiológicos, cognitivos e comportamentais.
O nível socioeconômico destes pacientes é variado, mas geralmente é
mais frequente na classe média baixa.

Sinais e sintomas
Distorção da imagem corporal;
Preocupação excessiva com a dieta e ingestão de proteínas;
Prática de exercícios físicos até sentir dor ou ter lesões musculares;
Críticas constantes ao próprio corpo;
Consumo excessivo de suplementos alimentares;
Uso de esteroides anabolizantes;
Alterações de humor;
Perda de compromissos ou obrigações sociais para não deixar de
malhar ou não sair da dieta;
Transtornos psiquiátricos como ansiedade e depressão;
Insônia;
Aumento da frequência cardíaca mesmo quando em repouso;
Menor desempenho sexual.

Diagnóstico
Os critérios para diagnóstico oficial do quadro de vigorexia, retirados da 4ª
edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da
Associação Americana de Psiquiatria, são divididas em três categorias de
preocupação:
A. Preocupação com um defeito imaginário na aparência. Se uma leve
anomalia física está presente, a preocupação da pessoa é
acentuadamente excessiva.
B. A preocupação acarreta distúrbio clinicamente significativo ou prejuízo
nas áreas social, ocupacional ou outras áreas importantes de atividade.
C. A preocupação não é mais bem explicada por outro distúrbio mental,
por exemplo, insatisfação com a forma e a dimensão corporal na anorexia
nervosa.

Tratamento
Ainda não há um tratamento específico para a vigorexia,
porém, atualmente, o protocolo consiste em terapia cognitivo-
comportamental e medicamentos antidepressivos.
O sucesso do tratamento depende do acompanhamento
multidisciplinar. O médico age em conjunto com uma equipe
estruturada a fim de minimizar os efeitos do distúrbio e corrigir
metabolismo e fatores comportamentais:
Tratamento com o endocrinologista é adotado para acompanhar e corrigir as taxas
hormonais alteradas pelo uso de anabolizantes e pelo baixo nível lipídico no corpo;
Acompanhamento psicoterápico, visto que será importante investigar e entender
os fatores emocionais por trás de tal manifestação física.
Acompanhamento nutricional, responsável por elaborar uma dieta balanceada para
que as quantidades de nutrientes necessários sejam fornecidos nas refeições sem
que haja perda ou ganho abrupto de peso corporal.
Acompanhamento do preparador físico, a fim de orientar o paciente quanto à
importância dos exercícios aeróbicos, aos efeitos deletérios dos anabolizantes e
traçar treinos que mantenham a motivação do paciente sem que haja perda brusca
de massa muscular.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Assunção, S. S. M. Dismorfia Muscular (2002) Revista Brasileira de Psiquiatria: São Paulo. V. 24, supl. III, p. 80-84. Disponível em: [https://www.scielo.br/pdf/rbp/v24s3/13979.pdf].
Acesso em: 14 de maio de 2021.
Camargo, T. P. P. et al. Vigorexia: revisão dos aspectos atuais deste distúrbio de imagem corporal. Revista Brasileira de Psicologia do Esporte: São Paulo, 2008. V. 2, n. 1. Disponível em:
[http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbpe/v2n1/v1n2a03.pdf]. Acesso em: 14 de maio de 2021.
AZEVEDO, A. P. FERREIRA, A. C.; DA SILVA, P. P. CAMINHA, I. O.; FREITAS, C. M. Dismorfia Muscular: A busca pelo corpo hiper musculoso. Motricidade, vol. 8, n. 1, pp. 53-66, 2012.
Disponível em: [https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/148480/001000479.pdf?sequence=1&isAllowed=y]. Acesso em: 15 de maio de 2021.

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