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25/02/2018

O que é a Terapia Cognitivo-


Comportamental (TCC)?
• A TCC é definida como uma modalidade de
psicoterapia estruturada, breve, focada na
MÓDULO 5: Terapia Cognitivo-Comportamental
resolução de problemas e orientada para o
dos Transtornos Alimentares: Transtorno presente e o futuro do paciente. Para tal, se
Dismórfico Corporal, Depressão, Grupos propõe a modificar pensamentos e
Terapêuticos, Psicofarmacologia e o Papel da comportamentos disfuncionais, que trazem
Família. prejuízo e/ou sofrimento ao paciente.
CAROLINA FISCHMANN HALPERIN

O que é a Terapia Cognitivo- Transtorno Dismórfico Corporal


Comportamental (TCC)?
• O modelo cognitivo propõe que pensamentos • Os transtornos dismórfico corporais e os
distorcidos sobre a realidade influenciam o transtornos alimentares compartilham alguns
humor e o comportamento, podendo levar a sintomas em comum, tais como: buscar uma
respostas desadaptativas que geram imagem corporal perfeita e distorcer a
sofrimento. realidade diante do espelho.

Transtorno Dismórfico Corporal Transtorno Dismórfico Corporal

• Entretanto, o componente central do • No caso do Transtorno Dismórfico Corporal


transtorno dismórfico corporal é a com Dismorfia Muscular, as semelhanças são
preocupação com um imaginado defeito na ainda maiores.
aparência ou uma reação excessiva a uma • Ao contrário do TDC típicos, onde a
ligeira falha física. preocupação principal é com áreas
específicas, a Dismorfia Muscular envolve a
preocupação de não ser suficientemente forte
e musculoso no corpo como um todo.

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Transtorno Dismórfico Corporal Transtorno Dismórfico Corporal

• Além disto, os indivíduos passam a ter uma • Apesar de ser uma condição
importante limitação de atividades, dedicando psicológica/psiquiátrica, poucas pessoas
muitas horas ao levantamento de peso e às buscam ajuda com estes profissionais. Isto
dietas para hipertrofia (Assunção, 2002). porque consideram o seu problema como
físico, e não psicológico.

Transtorno Dismórfico Corporal Transtorno Dismórfico Corporal

• Da mesma forma que indivíduos com anorexia • A eficácia da terapia cognitivo-


nervosa, os indivíduos com dismorfia comportamental (TCC) para o TDC vem sendo
muscular dificilmente procuram tratamento. comprovada com estudos randomizados e
• Quando procuram, sua adesão costuma ser ensaios clínicos controlados.
pequena, uma vez que os métodos propostos
geralmente acarretarão perda de massa
muscular (Assunção, 2002).

Transtorno Dismórfico Corporal Transtorno Dismórfico Corporal

• Primeiros passos que devem ser trabalhados: • Psicoeducação: o paciente deve ser informado
• Vínculo sobre os aspectos de sua patologia, bem como
• Adesão dos prejuízos que dela podem decorrer. Caso o
paciente use esteróides anabolizantes, é
• Motivação fundamental a psicoeducação também sobre
os efeitos e consequências dos mesmos.

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Transtorno Dismórfico Corporal Transtorno Dismórfico Corporal

• As principais metas da TCC são: • A inicial diminuição e conseguinte inibição de


• Identificação de padrões distorcidos de comportamentos compulsivos relacionados ao
percepção da imagem corporal; exercício, dieta ou de checar o grau da
• Identificação de aspectos positivos da musculatura.
aparência física; • Da mesma forma, o indivíduo deve ser
• Confrontação entre padrões corporais encorajado a gradualmente enfrentar sua
atingíveis e inatingíveis. aversão de expor o corpo.

Transtorno Dismórfico Muscular Transtorno Dismórfico Corporal

• As estratégias incluem: • Treinamento de habilidades sociais;


• Automonitoramento dos pensamentos e • Reestruturação cognitiva.
comportamentos relacionados à aparência;
• Exposição e prevenção de resposta (expor o
paciente a situações/pensamentos de
ansiedade e prevenindo o engajamento em
comportamentos compulsivos).

Depressão e Transtornos Alimentares Depressão e Transtornos Alimentares

• O Transtorno Depressivo Maior é o transtorno • Os transtornos de humor representam 70%


psiquiátrico de maior comorbidade com os das comorbidades no momento da internação
transtornos alimentares e com a obesidade de pacientes com anorexia nervosa, e a
(Cordás et al, 2000). depressão maior é diagnosticada em 53% das
pacientes que buscam tratamento.

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Depressão e Transtornos Alimentares Depressão e Transtornos Alimentares

• Comorbidades como a depressão maior • Será a depressão secundária ao TA e


podem surgir depois do início dos TA, simplesmente o resultado do
principalmente na AN do tipo restritivo. comprometimento do estado nutricional da
NA?

Depressão e Transtornos Alimentares Depressão e Transtornos Alimentares

• Em alguns casos, as comorbidades precedem • Em alguns estudos, até 46% das mulheres com
o desenvolvimento dos sintomas da AN. Bulimia Nervosa também tinham o
• Provavelmente, a relação entre AN e diagnóstico de Depressão Maior.
depressão decorre de uma interação mais
complexa do que uma relação simples de
causa e efeito.

Depressão e Transtornos Alimentares Depressão e Transtornos Alimentares

• Tristeza, oscilação do humor, desesperança, • Diversos estudos relatam índices


culpa, irritabilidade, falta de concentração e significativamente elevados de depressão em
problemas no sono parecem surgir como indivíduos obesos que buscam tratamento.
consequência do estado nutricional e • Pacientes obesos emocionalmente instáveis
alimentar do paciente. podem experienciar aumento na ansiedade e
depressão quando fazem dietas (Flarherty,
1995).

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Depressão e Transtornos Alimentares Depressão e Transtornos Alimentares

• Os problemas emocionais são geralmente • A alteração da imagem corporal resultante do


percebidos como consequências da aumento de peso pode gerar uma
obesidade, embora conflitos e problemas desvalorização da autoimagem e do
psicológicos possam preceder o autoconceito no obeso, diminuindo a sua
desenvolvimento dessa condição (Vasques et autoestima.
al 2004).

Depressão e Transtornos Alimentares Depressão e Transtornos Alimentares

• Em consequência podem surgir sintomas • Comorbidades = avaliação de risco.


depressivos e ansiosos, diminuição da
sensação de bem-estar e um aumento da
sensação de inadequação social, o que
comumente leva à degradação das relações
interpessoais (Martins, S. 2012).

Depressão e Transtornos Alimentares Depressão e Transtornos Alimentares

• A psicoterapia busca dar conta dos receios e • A TCC vem mostrando eficácia para trabalhar
angustias subjacentes aos sintomas, com estes quadros, pois foca o trabalho a
favorecendo a busca por soluções mais partir do funcionamento do paciente.
saudáveis e funcionais. • Os principais objetivos são avaliar e alterar
pensamentos distorcidos, desenvolver novas
estratégias de regulação emocional e
habilidades de resolução de problemas.

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Depressão e Transtornos Alimentares Depressão e Transtornos Alimentares

• A reestruturação cognitiva é o grande objetivo • O grande desafio dos profissionais é


da TCC. Nestes casos, busca-se compreender o compreender como diversos fatores
sistema de crenças do paciente que sustenta interagem entre si em cada caso.
os sintomas de TA e Depressão. • Assim, é possível manejar o sintoma e, dessa
forma, desenvolver um repertório mais amplo
para que o paciente possa responder às
demandas da vida (Vasques et al 2004).

Grupos Grupos

• O tratamento em grupo não é a linha de • Existe pouca evidência científica apoiando


escolha para o tratamento de todos esta modalidade terapêutica no tratamento
transtornos alimentares e obesidade. de Anorexia e Bulimia Nervosa.
• Isto ocorre devido à forma como cada TA se
manifesta: sentimentos, pensamentos e
comportamentos diferentes = necessidades
diferentes.

Grupos Grupos

• Anorexia Nervosa: perfil de paciente • Bulimia Nervosa: pacientes podem


competitivo, controlador, manipulador. ensinar/aprender novas estratégias de
• Interação com outros pacientes com mesmo purgação, competir entre si e invalidar outros
diagnóstico tende gerar piora no quadro. pacientes.

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Grupos Grupos

• Uma das grandes vantagens do tratamento • Estes grupos têm por objetivo:
em grupo é a troca de afeto: os pacientes se • Criar uma atmosfera de afeto, onde os
sentem acolhidos, validados e compreendidos. pacientes se apoiam em momentos da vida
• Desta forma, pacientes em fase de cotidiana onde o TA é um desafio;
recuperação podem se beneficiar de grupos
de apoio.

Grupos Grupos

• Ajudar os membros a lidar com situações que • Diminuir a tendência ao isolamento social,
podem ser gatilhos para os sintomas; característica destes transtornos;
• Apoiar-se mutuamente no engajamento por • Ajudar a compreender e diminuir a autocrítica
resistir olhar-se no espelho; constante;
• Apoiar-se nos momentos-gatilho; • Diminuir a tendência a comparar-se aos
outros o tempo todo.

Grupos Grupos

• Para o TCAP e Obesidade, os grupos podem • O trabalho psicológico em grupo visa ampliar
ser terapêuticos e/ou de apoio. a percepção do paciente em relação ao seu
• Diferença: grupos de emagrecimento! corpo, à sua autoestima, às suas relações
interpessoais e aos fatores emocionais e
comportamentais presentes no processo de
tratamento.

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Grupos Grupos

• Também tem como objetivo fornecer • Outro ponto importante é a criação de um


informações sobre a doença, sobre formas de espaço livre de julgamentos e críticas, onde as
autocuidado e sobre maneiras alternativas de pessoas podem expor suas dificuldades sem
conseguir melhoras na saúde e na qualidade receios, apenas visando receber o auxílio do
de vida (Bayer et al, 2010). grupo.

Grupos Grupos

• Alguns objetivos dos grupos para TCAP e • Considerando que relacionamentos


Obesidade: interpessoais consistem em desafios para
• Psicoeducação (sobre transtorno e pessoas com TAs e Obesidade, os grupos
tratamento); podem ser de grande valia na recuperação –
• Manejo de ansiedade; desde que ocorram no momento certo e
sejam coordenados com um olhar cuidadoso
• Distorção de imagem corporal; do profissional.
• Reestruturação cognitiva.

Psicofarmacologia Psicofarmacologia

• Os transtornos alimentares e a obesidade são • Psicólogo, psiquiatra, nutricionista, clínico


doenças de origem multifatorial, portanto é geral, endocrinologista, educador físico.
necessário que o tratamento seja em equipe • Avaliação criteriosa; contato constante.
multidisciplinar.

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Psicofarmacologia Psicofarmacologia

• Avaliar os riscos já existentes e futuros para o • Existem várias diretrizes para o tratamento
paciente! farmacológico da Obesidade.
• Preocupação internacional em padronizar o
tratamento: embora estas diretrizes
diferenciem-se em alguns aspectos, existem
muitos consensos (Cabral, 2000).

Psicofarmacologia Psicofarmacologia

• As diretrizes são unânimes ao recomendar • A prescrição dos medicamentos só pode


que a farmacoterapia seja sempre utilizada ocorrer após uma avaliação criteriosa da
em conjunto com um programa de mudança relação risco-benefício específica para o caso.
de estilo de vida. • É importante levar em conta que existe
• Servindo como um auxiliar na mudança de chance de recuperação do peso após a
hábitos alimentares e prática regular de suspensão das medicações.
atividades físicas (Cabral, 2000).

Psicofarmacologia Psicofarmacologia

• Atualmente, não existe nenhuma medicação • Não é apoiado por evidências científicas o uso
aprovada para o tratamento da obesidade que exclusivo de fármacos para tratar a obesidade,
seja ao mesmo tempo segura e altamente já que em princípio não existe uma droga que
efetiva (Faria et al, 2010). supra efetivamente o apetite, ou estimule
energeticamente o centro cerebral da
saciedade (Zárate et al, 2001).

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Psicofarmacologia Psicofarmacologia

• De acordo com Vizcarra (2000), um • 2) Aumentar o efeito da saciedade que o


medicamento para tratar a obesidade deveria próprio alimento produz;
possuir as seguintes características: • 3) Aumentar termogênese;
• 1) Efeito em reduzir o peso corporal e levar a • 4) Seu efeito final deve atingir o tecido
melhora das doenças análogas ao excesso de adiposo e não água ou músculo;
peso; • 5) Ter efeitos colaterais toleráveis e/ou
transitórios a curto e a longo prazo;

Psicofarmacologia Psicofarmacologia

• 6) Não ter propriedades de adição; • Anfetaminas e derivados: requerem cuidado


• 7) Apresentar eficácia e segurança mantidas a especial quando utilizadas, pois geram
longo prazo; dependência e efeitos colaterais indesejados
• 8) Possuir mecanismo de ação conhecido. (agitação, irritabilidade, insônia, tontura,
palpitações).
• Tem efeito importante na redução do apetite.

Psicofarmacologia Psicofarmacologia

• Serotoninérgicos: inibição da recaptação e/ou • Sibutramina: potente inibidor da recaptação


estimulação da secreção de serotonina. de noradrenalina, dopamina e serotonina, o
• Podem ter efeito secundário na diminuição da que gera aumento da saciedade e inibição da
vontade de comer doces e carboidratos. fome (McMahon et al, 2000).
• Efeitos colaterais: boca seca, cefaléia, insônia,
constipação, sudorese excessiva, alterações de
humor, taquicardia.

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Psicofarmacologia Psicofarmacologia

• No tratamento da Anorexia Nervosa, o uso de • Algumas pesquisas mostram que não há uma
medicações tem um papel pequeno, mas diferença estatisticamente significativa
muitas vezes importante. quando comparados ao placebo.
• Até o momento, as drogas estudadas na AN • Alguns estudos vem mostrando resultados
foram os antidepressivos, os antipsicóticos e animadores com o uso de fluoxetina,
os estimulantes de apetite (Fleitlich et al, olanzapina e risperidona (Appolinario JC &
2010). Bacaltchuk J, 2002).

Psicofarmacologia Psicofarmacologia

• Estimulantes de apetite: pacientes anoréxicos • Bulimia Nervosa: as drogas mais testadas e


não perdem o apetite ao longo do curso do utilizadas são os antidepressivos.
transtorno. Dessa forma, estas medicações • Os antidepressivos apresentam um bom efeito
não só não apresentam resultados, como sobre a diminuição dos episódios de
também podem reforçar os sintomas da compulsão alimentar e dos comportamentos
doença. purgativos (Appolinario JC & Bacaltchuk J,
2002).

Psicofarmacologia Psicofarmacologia

• Alguns antidepressivos apresentam efeitos • Anorexia nervosa:


colaterais que podem atrapalhar no • 1. Nenhum agente farmacológico até então se
tratamento: tricíclicos (ganho de peso, boca mostrou eficaz no tratamento dos sintomas
seca, constipação); nucleares da AN.
• TCC + farmacoterapia = maiores taxas de • 2. Os ISRS podem ser usados em caso de
diminuição de sintomas. comorbidade com transtornos do humor e/ou
ansiedade.

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Psicofarmacologia Psicofarmacologia

• 3. Os ISRS podem ser úteis na prevenção de • Bulimia nervosa


recaídas após recuperação de peso. • 1. Os antidepressivos foram os agentes
• 4. Os benzodiazepínicos em baixas doses terapêuticos mais estudados na BN.
podem ser usados para reduzir a ansiedade • 2. O agente de primeira escolha é a fluoxetina.
associada aos horários das refeições.
• 5. Em casos refratários, os antipsicóticos
atípicos podem ser uma opção.

Psicofarmacologia Psicofarmacologia

• 3. A dose terapêutica somente foi • Transtorno da Compulsão Alimentar Periódica


determinada para a fluoxetina: 60 mg. Os e Obesidade:
outros agentes devem ser utilizados em doses • 1. Os antidepressivos devem ser considerados
antidepressivas padrão. como uma opção.
• 2. Começar com um ISRS (fluoxetina,
sertralina, fluvoxamina).

Psicofarmacologia Papel da família

• 3. Em caso dos antidepressivos utilizar a dose • A ocorrência de transtorno mental em um


e o tempo de tratamento similares aqueles membro da família faz com que os demais
recomendados para a bulimia nervosa. familiares vivenciem mudanças na vida e no
• 4. Se necessário, utilizar sequencialmente pelo ambiente familiar, que incluem a experiência
menos até 3 destes agentes. de novas emoções e responsabilidades.
• 5. Pensar na possibilidade de utilizar a
sibutramina e topiramato (Appolinario JC &
Bacaltchuk J, 2002).

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Papel da família Papel da família

• A forma como a família reage a essas novas • Aspectos biológicos e genéticos, meio
vivências e responsabilidades exerce sociocultural, funcionamento familiar e
influência direta sobre a evolução do personalidade do paciente: fatores que atuam
transtorno e o bem-estar do indivíduo na gênese e perpetuação dos transtornos.
acometido.

Papel da família Papel da família

• A inclusão da família no tratamento dos TAs • Evidências acumuladas sugerem


foi legitimada nos Estados Unidos em 2006, consistentemente que intervenções baseadas
com o lançamento do “Practice Guideline for em atendimentos familiares estão associadas
the Treatment of Patients with Eating à melhora dos pacientes.
Disorders”.

Papel da família Papel da família

• Situações de adoecimento grave e persistente, • Por outro lado, o aparecimento dos sintomas
como os TA, são potencialmente disruptivas e em um dos membros da família também pode
repercutem na família como um todo, contribuir para a cristalização de uma
podendo abalar e alterar sua dinâmica de dinâmica já existente nas relações entre os
funcionamento. membros da família (Leonidas & Santos,
2015).

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Papel da família Papel da família

• Desta forma, a abordagem psicológica • Na adolescência, a inclusão da família no


individual e familiar é parte essencial no tratamento da anorexia nervosa é uma peça
tratamento dos TA. fundamental para a eficácia terapêutica.
• Possibilidade de acolher o sofrimento e a
angústia vividos pelo grupo familiar.

Papel da Família Papel da família


• Algumas características familiares podem
• Dentro da abordagem cognitivo-
dificultar a melhora do paciente com TA:
comportamental, o atendimento familiar não
• Emaranhamento: dificuldade em estabelecer e tem a intenção de “apontar culpados” pelo
respeitar limites de identidade e privacidade. transtorno.
• Hipercrítica: pais muito críticos e/ou
exigentes.
• Valorização excessiva da aparência.
• Incentivo à competitividade.

Papel da família Papel da família

• A inclusão da família está baseada no fato de • Fundamental criar um espaço para perguntas
que a gênese, o desenvolvimento e a e questionamentos. A terapia familiar visa dar
manutenção dos TA é determinada por suporte, mas também acolher os sentimentos.
múltiplos fatores: biológicos, psicológicos, • Sentimentos mais comuns das famílias: culpa,
familiares e socioculturais, sendo que o fator frustração, medo, raiva e impotência.
familiar é reconhecido como muito relevante,
especialmente nos pacientes adolescentes
(Fleitlich BW, 2000).

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Papel da família Papel da família

• Além disso, a inclusão da família no • Psicoeducação: é comum membros das


tratamento a torna uma importante aliada da famílias terem resistência ao diagnóstico.
equipe. Falas sobre o comportamento do paciente ser
“frescura” ou “apenas uma fase”, são
extremamente comuns.

Papel da família Papel da família

• Esta família terá que ser psicoeducada para • Em geral, existem dois comportamentos
compreender que o problema é uma doença, familiares padrão nos casos de transtornos
e que a colaboração familiar é peça chave no alimentares: famílias que se sentem
tratamento da mesma. intimidadas pelo transtorno e famílias que o
• Neste momento, é importante trabalhar a ignoram.
motivação da família para que haja aderência
ao tratamento.

Papel da família Papel da família

• Em famílias que se intimidam pelo TA, • Isto tende a fortalecer o transtorno, à medida
encontramos um padrão de interação em que que a família fica dominada por ele.
os membros se mostram muito aflitos e • Nestes casos, é importante treinar as
ansiosos, tentando não entrar em confronto habilidades de resolução de problemas,
com o paciente. habilidades sociais, técnicas de regulação
• Fazem de tudo para acalmar a situação, e a emocional e exercitar a tolerância aos
vida familiar acaba girando em torno do conflitos.
paciente.

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Papel da família Papel da família

• As famílias que ignoram a doença, em geral, • É necessário que esta família seja bem
se mostram mais resistentes ao tratamento. psicoeducada acerca do transtorno e suas
• Nestes casos, tende a haver um padrão consequências.
familiar de crítica elevada e desconexão • Também é importante trabalhar a motivação
emocional entre os membros. da família e estimular a comunicação entre os
membros, bem como acolher as demandas e
dúvidas que surgirão ao longo do tratamento.

Papel da família Papel da família

• Em casos de internação, o trabalho com os • A ajuda dos familiares não se limita à


familiares visa dar suporte e acolhimento, administração da medicação ou ao
bem como trabalhar prevenção de recaída na acompanhamento das refeições. Ao unir
alta do paciente. esforços com a equipe, a família torna-se
parte dela e aumenta as chances de sucesso
no tratamento.
• Com a melhora das questões familiares, o
paciente pode se fortalecer ao se sentir
apoiado.

Papel da família

• Com a melhora das questões familiares, o


paciente pode se fortalecer ao se sentir
apoiado.
Obrigada!
(51) 3332.3249 | (51) 9523.7689
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