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Curso Regular Teórico

Profª Claudia Kozlowski

AULA 12 - PONTUAÇÃO
Na comunicação oral, o falante lança mão de certos recursos da linguagem,
como a entoação da voz, os gestos e as expressões faciais para denotar
dúvida, hesitação, surpresa, incerteza etc.
Quando se constrói a comunicação por meio da escrita, quem passa a ter
essa incumbência é a pontuação. Por isso, tanta gente associa
indevidamente o emprego de vírgula a uma pausa da respiração. Isso não
tem sentido. Se assim o fosse, tínhamos de colocar vírgula a cada palavra
escrita. Ou você, por acaso, fica sem ar ao escrever uma oração sem
vírgulas? Já pensou...rs...
Afinal, qual é a utilidade de colocarmos sinais de pontuação no texto?
Além de estabelecer na escrita aquelas denotações expostas acima,
também se digna a eliminar ambiguidades que poderiam surgir em um
texto sem pontuação ou a destacar certas palavras, expressões ou frases.
O texto que reproduzimos abaixo exemplifica bem as funções da
pontuação.
“Um homem rico estava muito mal, pediu papel e pena. Escreveu assim:
‘Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será
paga a conta do alfaiate nada aos pobres.’
Morreu antes de fazer a pontuação (até parece que isso seria possível...).
A quem ele deixou a fortuna?
Eram quatro concorrentes.
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
‘Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais
será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.’
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
‘Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será
paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.’
3) O alfaiate pediu cópia do original. Puxou a brasa para a sardinha
dele:
‘Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais!
Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.’
4) Chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta
pontuação:
‘Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais!
Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres.’

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Cabe a nós, redatores, empregar a pontuação de modo que a mensagem
por nós escrita chegue ao leitor no sentido exato que gostaríamos de
transmitir.
Para fazer isso com correção, devemos conhecer suas regras.
A pontuação depende da estrutura sintática da oração. Para começar, é
interessante notar que a ordem direta das orações é a seguinte:
SUJEITO + VERBO + COMPLEMENTOS + ADJUNTOS
Para colocar a oração nessa ordem direta, devemos partir do verbo (e não
do sujeito, como alguns podem pensar), perguntando a ele quem o
comanda, ou seja, quem é o seu sujeito.
A partir daí, sabendo o sujeito e o verbo, identificaremos os complementos
verbais (predicativos, objetos).
Por “adjuntos”, entendem-se as condições em que a ação expressa pelo
verbo se estabelece – tempo, lugar, modo, intensidade, dúvida, negação.
Essas circunstâncias são apresentadas pelos advérbios. É lógico que, se
uma dessas circunstâncias (como a de negação) estiver acompanhando um
termo específico (como, por exemplo, um verbo), o advérbio irá se
posicionar próximo ao esse termo, e não no fim da oração (Eu não sairei
daqui).
Os complementos, além de verbais, podem ser nominais, quando
completam o sentido de um nome: necessidade de carinho. Também aos
nomes ligam-se elementos para restringi-los ou designá-los (adjuntos
adnominais). Esses termos regidos devem ficar próximos de seus termos
regentes, onde quer que estejam (seja no sujeito, seja no predicado).
Seu amor à pátria era imenso.
O nome AMOR faz parte do sujeito (é o seu núcleo), bem como os
complementos SEU (pronome possessivo) e À PÁTRIA (complemento
nominal = ideia passiva = a pátria é amada).
Não há necessidade de chorar.
O nome DE CHORAR faz parte do predicado.
Esses conceitos são fundamentais para compreendermos alguns casos de
proibição.
Os sinais de pontuação são: ponto, ponto-e-vírgula, vírgula, ponto de
exclamação, ponto de interrogação, travessão, parênteses, aspas,
reticências.
Eles indicam entoação ou pausa.

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Nas palavras de Celso Cunha (Nova Gramática do Português
Contemporâneo), “esta distinção, didaticamente cômoda, não é, porém,
rigorosa. Em geral, os sinais de pontuação indicam, ao mesmo tempo, a
pausa e a melodia.”.
O sinal mais explorado em questões de prova é, sem dúvida, a vírgula.
Por isso, começaremos por ela. Para fins didáticos, iremos estudar o
assunto a partir das proibições e das situações especiais para o seu
emprego.
VÍRGULA
CASOS PROIBIDOS:
1 - Separar por vírgula elementos inseparáveis na ordem direta:
1.1 – sujeito do verbo;
1.2 – verbo do complemento verbal;
1.3 – termo regente do termo regido (complemento nominal, adjunto
adnominal);
1.4 – verbos que compõem uma locução verbal;
A maior parte dos erros de pontuação das provas envolve casos de
proibição. Por isso, fique atento – apareceu uma vírgula separando
elementos inseparáveis, “xis” nele!!!
POLÊMICA: Alguns autores admitem, modernamente, a separação do
sujeito do verbo em certas construções, como em adágios.
Por exemplo, “Quem avisa, amigo é.” – o sujeito do verbo ser é a oração
Quem avisa. Contudo, isso se justifica, segundo eles, somente em casos
especiais, normalmente por questão de estilo, já que, na fala, costumamos
pausar após o verbo (Quem avisa – pausa – amigo é.). Se observarmos a
norma culta, iremos eliminar esse sinal de pontuação (Quem avisa amigo
é.).
Observe que, se a oração não estiver na ordem direta, o deslocamento dos
complementos deverá ser indicado por vírgulas, sem que isso constitua
erro: “Dos seus conselhos , não preciso mais”.
Se surgir uma vírgula após um desses elementos “inseparáveis”, verifique
se não se trata de alguma intercalação de elementos. Nesse caso, para a
correção do período, deve haver duas vírgulas nessa intercalação, uma
abrindo o período e outra, fechando, e não apenas uma. É o que se vê no
próximo item.
2 – Colocar apenas uma das duas vírgulas obrigatórias para isolar
termos ou expressões deslocados de sua posição original na oração
(exceto, obviamente, se estiver no início do período).

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Desse jeito, o período deslocado fica “capenga”, faltando uma das vírgulas.
Se abriu, tem que fechar. Portanto, são necessárias duas vírgulas, mesmo
que alguma delas esteja exercendo dupla função (por exemplo, no caso de
DOIS ou mais termos deslocados e adjacentes).
Hoje, às duas horas da tarde, próximo ao supermercado, houve um grave
acidente.
Temos, nesse exemplo, três elementos circunstanciais – dois de tempo
(Hoje, às duas horas da tarde) e um de local (próximo ao supermercado).
As duas primeiras ocorrências de vírgula separam elementos de mesma
função sintática (adjuntos adverbiais). Já a vírgula após supermercado,
serve tanto para encerrar essa enumeração, quanto para indicar o
deslocamento desses elementos adverbiais.

SITUAÇÕES ESPECIAIS
- elipse de algum termo pode ser indicada por uma vírgula, como em :
“Fui à festa levando muitos presentes; João, somente a boca.”
- adjuntos adverbiais deslocados, desde que PEQUENOS E DE FÁCIL
ENTENDIMENTO, dispensam a vírgula. Caso contrário, longos, em
orações adverbiais extensas, ou, mesmo curtos, para dar ênfase ao
adjunto, devem ser isolados por vírgula.
Hoje (,) irei embora.
Embora tenha me mantido distante das negociações, precisarei
comparecer à reunião de acionistas.
Infelizmente (,) não poderei aceitar o convite.
- em relação a algumas conjunções, a vírgula tem tratamento especial:
ƒ conjunção coordenativa aditiva “e” – a regra é a dispensa da
vírgula antes da conjunção aditiva e. Somente é admitida em
situações especiais:

1) quando apresenta sujeitos diferentes e seu emprego tem por


objetivo a clareza textual;
2) quando faz parte de uma figura de linguagem chamada
polissíndeto (poli = vários + síndeto = elemento de ligação – vários
elementos de ligação). O conceito de síndeto já foi objeto de
comentário na aula sobre CONECTIVOS CONJUNÇÃO. O uso
excessivo de vírgulas e de conjunções tem a função estilística de
fazer supor um fim que nunca chega – com isso, enfatiza-se cada
oração introduzida pela conjunção e:
Soneto da Fidelidade – Vinícius de Moraes
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De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Também por clareza textual, é possível uma vírgula anteceder a
conjunção e mesmo que as orações apresentem o mesmo sujeito.
Verifica-se isso, por exemplo, quando a primeira oração do período
for tão extensa que exija a retomada do sujeito. Isso é feito a partir
da pausa, indicada com a vírgula.
ƒ conjunções coordenativas adversativas – a conjunção mas não
admite outra posição que não seja a de início da oração sindética:
A vida é dura, mas nada me tira a vontade de viver.
As demais conjunções (porém, entretanto, contudo, etc.), se
deslocadas para o meio da oração, ficam, neste caso, isoladas por
duas vírgulas ou, no fim do período, entre a vírgula e o ponto final:
A vida é dura, nada me tira, porém, a vontade de viver.
A vida é dura, nada me tira a vontade de viver, porém.
(* veja observação acerca do ponto-e-vírgula)
Caso tenha havido entre as duas orações uma ruptura do período
(indicada pelo ponto), a vírgula pode vir após a conjunção:
A vida é dura. Entretanto, nada me tira a vontade de viver.
Se a conjunção for usada para estabelecer oposição entre dois
elementos na mesma oração, não há vírgula:
Ela é bela mas temperamental.
Nesse caso, a oposição está entre “bela” (característica positiva) e
“temperamental” (característica negativa), termos que pertencem à mesma
oração e exercem a mesma função sintática.
ƒ conjunções coordenativas conclusivas – a conjunção pois deverá
sempre vir posposta a um termo da oração sindética a que pertence
e isolada por vírgulas:
Ela não respeita ninguém. É, pois, uma rebelde.
As demais conjunções conclusivas (logo, portanto, por
conseguinte) podem iniciar a oração ou vir no meio dela. Do mesmo
modo que as adversativas, são escritas, respectivamente, com uma
vírgula anteposta ou entre vírgulas.
Ela não respeita ninguém, é, portanto, uma rebelde.

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(* veja observação acerca do ponto-e-vírgula)
Caso entre as duas orações tenha havido uma ruptura do período
(ponto), a vírgula pode vir após a conjunção.
Ela não respeita ninguém. Portanto, é uma rebelde.
ƒ conjunções coordenativas explicativas – a conjunção pois,
quando explicativa, deve iniciar a oração sindética. As demais
seguem a mesma regra das conjunções conclusivas e adversativas no
que tange à colocação de vírgula de acordo com a posição na oração.
É comum uma vírgula ser colocada antes da conjunção explicativa,
para representar a pausa que normalmente se dá na fala. Essa é uma
das características que diferenciam a conjunção coordenativa
explicativa porque da subordinativa causal homônima.
Consideram-na uma rebelde, pois não respeita ninguém.
Veja uma questão de prova.
(FGV/PREF.ARAÇATUBA/2001)
A alternativa correta quanto à pontuação é
A. O aspirador, que não funciona, é este.
B. Alice nossa amiga, parece feliz.
C. Creio, porém, que estava adormecido.
D. O livro, disse o autor é ilustrado.
Está correto o emprego da conjunção “porém” entre vírgulas, já que está
no meio da oração.
Tanto na opção b quanto na d, a vírgula separa o sujeito (Alice / o livro,
respectivamente) do verbo correspondente (parece / é) – CASO DE
PROIBIÇÃO.
Na opção a, a oração adjetiva “que não funciona” tem valor restritivo, e
não explicativo. Não pode haver vírgulas. Essa explicação virá a seguir.

- expressões denotativas ou de realce, como “ainda”, “mesmo assim”,


“por exemplo”, “isto é”, que servem para introduzir argumentos,
retificações ou desenvolvimento do assunto a ser explorado, ficam isoladas
por vírgulas.
- orações subordinadas adjetivas podem ser restritivas ou explicativas:
ƒ restritivas - como o nome sugere, restringem o conceito dos
substantivos e, a exemplo do que ocorre com adjetivos simples, não
poderão ser separadas dos substantivos a que se refiram.

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“Vou pintar meu quarto com a cor azul.”
CASO 1.3 DAS PROIBIÇÕES - não se separa o termo regido (azul) do
termo regente (cor), já que o valor do adjetivo é restritivo (não é
qualquer cor, mas somente a cor azul).
Por isso, se, em vez de um adjetivo simples, houver uma oração
adjetiva restritiva, ela também não poderá ser separada do
substantivo por vírgula:
Vou pintar o meu quarto com a cor de que eu gosto.
Então, em orações adjetivas restritivas, a vírgula é PROIBIDA!
Os políticos que se envolveram no escândalo do mensalão deveriam
ser expulsos da vida pública.
Quem deveria ser expulso da vida pública: todos os políticos ou
somente os que se envolveram no escândalo de corrupção (por favor,
atenha-se ao texto...rs...)?
Segundo a oração, somente aqueles envolvidos no escândalo.
E, com base nesse último exemplo, se colocássemos a oração
adjetiva entre vírgulas, o que aconteceria? Ela passaria a ser
explicativa.
ƒ explicativas – sua função é somente explicar; por isso, como
qualquer elemento de função meramente explicativa, deverão ser
colocadas entre vírgulas. Se após a oração houver o encerramento do
período, em vez de colocar a segunda vírgula, coloca-se o ponto final.
A vida do ex-presidente Juscelino Kubitschek, que foi o responsável pela
mudança da sede da capital para Brasília, foi contada na série JK.
Essa oração sublinhada tem valor explicativo e, por isso, foi colocada
entre vírgulas.
Então, em orações adjetivas explicativas, a vírgula é
OBRIGATÓRIA!
De volta àquele exemplo do mensalão, segundo a construção “Os
políticos, que se envolveram no escândalo do mensalão, deveriam ser
expulsos da vida pública.”, todos os políticos (provavelmente já
enumerados anteriormente no texto) deveriam ser expulsos da vida
pública, pois agora a oração adjetiva é explicativa.
Mais um teste para fixação desse conceito: indique a pontuação
adequada nas duas estruturas abaixo:
O presidente do BACEN ( ) Alexandre Tombini ( ) e o ministro do STF ( )
Marco Aurélio Mello ( ) compareceram à cerimônia.

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Se a vírgula é obrigatória em termos e orações de valor explicativo
e proibida em termos e orações de valor restritivo, primeiro vamos
definir o que é explicativo e o que é restritivo.
Quantos presidentes o BACEN possui? Somente um. Quando se diz “o
presidente do BACEN”, uma pessoa informada já sabe quem é, pois
só existe UM! Então, o termo tem valor explicativo – “O presidente do
BACEN, Alexandre Tombini, e...”. Com vírgulas.
Quantos ministros o STF possui? Onze! Então, o termo tem valor
restritivo – “... e o ministro do STF Marco Aurélio Mello compareceu à
cerimônia.”. Sem vírgulas.
Agora você percebe por que não foram colocadas vírgulas em “ex-
presidente Juscelino Kubitschek”? Porque são vários os ex-
presidentes da República.
E qual é o caso de vírgula facultativa em orações adjetivas?
Resposta: NENHUM!!!!!
Ou a vírgula é proibida (orações adjetivas restritivas), ou a
vírgula é obrigatória (orações adjetivas explicativas).
Veja, agora, uma questão de prova que abordou esse tema.
(FUNDEC / TRT 2ª Região / 2003)
A governadora eleita, Rosinha Matheus, que recebeu um voto de
esperança nesses bolsões de carência e pobreza, pode iniciar
por aí um programa de governo que recoloque nos trilhos os
serviços essenciais à população.
No último período do texto (acima transcrito), há duas orações
subordinadas de idêntico valor sintático as quais receberam distinta
forma de redação: a primeira está separada por vírgulas e a segunda
não. Essa diferença na forma de redação justifica-se por:
A) ter a primeira sentido restritivo e a segunda, explicativo;
B) ter a primeira um sentido explicativo e a segunda, restritivo;
C) ser a primeira um aposto e a segunda, um adjunto adnominal;
D) estar a primeira iniciada por pronome relativo e a segunda, por
conjunção integrante;
E) ter a primeira verbo no modo indicativo e a segunda, no modo
subjuntivo.
O gabarito é a opção b. As virgulas são obrigatórias em orações adjetivas
explicativas, enquanto que nas orações adjetivas restritivas são proibidas.

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A primeira oração adjetiva está isolada por vírgulas dado seu caráter
explicativo, ao passo que a seguinte, por ter função restritiva, ou seja, por
definir o programa de governo (um programa de governo que coloque
nos trilhos os serviços essenciais), não admite tal pontuação.

PONTO
É a pausa máxima. Representa a ruptura do período, seja ele composto ou
simples (oração absoluta). Quando os períodos se sucedem nas ideias que
expressam, o ponto simples é usado para separá-los. Quando a ruptura é
maior, representando, inclusive, a mudança de um grupo de ideias a outro,
marca-se essa transposição maior com o “ponto-parágrafo”.
O ponto também é usado em abreviaturas (V.Sa./ Dr.Fulano/etc.). Quando
o ponto abreviativo coincide com o fim de um período, emprega-se
somente um, que passa a acumular as duas funções:
Ele foi à feira e comprou verduras, frutas, legumes etc.
Em relação à vírgula antes do “etc.”, encontramos divergências no
tratamento. Há os que buscam na etimologia motivo para dispensá-la, uma
vez estar presente, em seu significado, a conjunção e (etc. = et cetera =
e as demais coisas.). Há os que a justificam como mais um elemento da
enumeração, o que legitima essa pontuação. Por isso, dificilmente isso
seria objeto de questão de prova. Se alguma banca vier a adotar um
desses posicionamentos, deverá receber uma enxurrada de recursos com
argumentação consistente para a anulação da questão.

PONTO-E-VÍRGULA
Dizer que é um sinal intermediário entre o ponto e a vírgula não ajuda
muito, não é? Mas essa é a melhor definição para o ponto-e-vírgula.
Trata-se de uma pausa de duração suficiente para denotar que o período
não se encontra encerrado totalmente mas que, também, não pertence à
oração anterior.
Basicamente, usa-se o ponto e vírgula, a depender do contexto, para
atribuir clareza ao texto.
Por exemplo, quando, na oração, já existem elementos entre vírgulas, o
ponto-e-vírgula é usado para subdividir os períodos:

OBSERVAÇÃO: (*) Agora, compare com as formas apresentadas


anteriormente e veja como estas ficaram bem mais claras.
A vida é dura; nada me tira, porém, a vontade de viver.
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Ela não respeita ninguém; é, portanto, uma rebelde.
Transcrevemos, a seguir, uma questão de prova (ótima!) em que foi
exigido conhecimento acerca do emprego desse sinal de pontuação. Para
isso, faz-se necessária a transcrição também do texto em que se baseia a
questão.
(CESPE UNB / AGU / 2002)
O que a escravidão representa para o Brasil, já o sabemos. Moralmente, é
a destruição de todos os princípios e fundamentos da moralidade religiosa
ou positiva — a família, a propriedade, a solidariedade social, a aspiração
humanitária; politicamente, é o servilismo, a desagregação do povo, a
doença do funcionalismo, o enfraquecimento do amor à pátria, a divisão do
interior em feudos, cada um com seu regime penal, o seu sistema de
provas, a sua inviolabilidade perante a polícia e a justiça; econômica e
socialmente, é o bem-estar transitório de uma classe única, e essa,
decadente e sempre renovada; a eliminação do capital produzido pela
compra de escravos; a paralisação de cada energia individual para o
trabalho na população nacional; o fechamento dos nossos portos aos
imigrantes que buscam a América do Sul; a valorização social do dinheiro,
qualquer que seja a forma como for adquirido; o desprezo por todos os
que, por escrúpulos, se inutilizam ou atrasam em uma luta de ambições
materiais; a venda dos títulos de nobreza; a desmoralização da autoridade,
desde a mais alta até à mais baixa. Observamos a impossibilidade de
surgirem individualidades dignas de dirigir o país para melhores destinos,
porque o país, no meio de todo esse rebaixamento do caráter, do trabalho
honrado, das virtudes obscuras, da pobreza que procura elevar-se
honestamente, está, como se disse, “apaixonado por sua própria
vergonha”.
A minha firme convicção é que, se não fizermos todos os dias novos e
maiores esforços para tornar o nosso solo perfeitamente livre, se não
tivermos sempre presente a idéia de que a escravidão é a causa principal
de todos os nossos vícios, defeitos, perigos e fraquezas nacionais, o prazo
que ainda tem de duração legal — calculadas todas as influências que lhe
estão precipitando o desfecho — será assinalado por sintomas crescentes
de dissolução social.
Joaquim Nabuco. O abolicionismo. In: Intérpretes do Brasil, v. I. Nova
Aguilar, 2000, p. 148-51 (com adaptações).
Julgue o item que se segue.
O texto exemplifica que as estruturas sintáticas construídas a partir
de enumeração exigem sinais de ponto-e-vírgula quando no interior
de alguns itens existem vírgulas.

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ACORDO ORTOGRÁFICO: Registra-se, agora, “ideia” sem acento agudo.
Essa afirmação está correta. É a própria definição de um dos empregos do
ponto-e-vírgula.
Quando já houver vírgulas no período, o sinal de ponto-e-vírgula deve ser
usado principalmente para que haja clareza textual.
Isso pode ser observado na passagem do texto a seguir reproduzida: nos
segmentos, é apresentado o que a escravidão representa para o Brasil
(primeira oração).

1º segmento:
Moralmente, é a destruição de todos os princípios e fundamentos da
moralidade religiosa ou positiva — a família, a propriedade, a solidariedade
social, a aspiração humanitária;
No primeiro segmento, apresentam-se, a partir do travessão, os princípios
e fundamentos que foram aviltados sob o aspecto moral pela escravidão.
Como na sequência serão apresentados outros aspectos, em continuidade à
argumentação, optou-se pelo ponto-e-vírgula, que emprega uma pausa
maior que a vírgula (permitindo uma ruptura branda) e menor que o ponto
(que encerraria o período desnecessariamente).
2º segmento:
politicamente, é o servilismo, a desagregação do povo, a doença do
funcionalismo, o enfraquecimento do amor à pátria, a divisão do interior
em feudos, cada um com seu regime penal, o seu sistema de provas, a sua
inviolabilidade perante a polícia e a justiça;
No segundo segmento, focaliza-se o problema sob enfoque político.
Note que o autor irá prosseguir na argumentação, apresentando os
aspectos econômicos e sociais (3º segmento).
3º segmento:
econômica e socialmente, é o bem-estar transitório de uma classe única, e
essa, decadente e sempre renovada;
Todos esses segmentos, por constituírem um só argumento, pertencem ao
mesmo período, devendo ser separados por ponto-e-vírgula, para a clareza
do texto. É essa a função desse sinal de pontuação bastante desprezado ou
maltratado por aí, coitado.
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Também é usado o ponto-e-vírgula para separar itens enunciativos de
textos legislativos (leis, decretos, regulamentos) e acepções de uma
palavra em dicionários:
Art. 4° O interessado, pessoa física ou jurídica, somente poderá exercer
atividades relacionadas com o despacho aduaneiro:
I - por intermédio do despachante aduaneiro;
II - pessoalmente, se pessoa física ou jurídica.
Veja uma questão do NCE UFRJ, aplicada em 2002:
“Polícia”
Vigilância exercida pela autoridade competente para manter a ordem e
o bem-estar públicos em todos os ramos dos serviços do Estado e em
todas as partes ou localidades; corporação que engloba os órgãos e
instituições incumbidos de fazer respeitar essas leis ou regras e de
reprimir e perseguir o crime”. (Pequeno dicionário jurídico)
No texto do dicionário acima há dois segmentos, separados por um
ponto-e-vírgula(;); em relação a esses dois segmentos podemos dizer
que:
a) o segundo explica o primeiro;
b) apresentam dois sentidos diferentes do termo “polícia”;
c) o primeiro é a causa do segundo;
d) o segundo contradiz o primeiro;
e) mostram que a polícia atua na prevenção do crime.
A função do ponto-e-vírgula nessa construção é apresentar as diferentes
acepções da palavra POLÍCIA, presentes no “Pequeno Dicionário Jurídico”.
Por isso, a resposta foi opção b.

DOIS PONTOS
Esse sinal marca, na escrita, a suspensão de uma frase não concluída.
Emprega-se, pois, para anunciar:
- uma citação:
Às margens do Ipiranga, gritou D.Pedro I:
- Independência ou Morte!

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- uma enumeração:
Após o levantamento do inventário, devemos tomar as seguintes
providências: encerrar o balanço patrimonial, convocar uma reunião
extraordinária, providenciar uma auditoria nas contas.
(Esses elementos também poderiam estar separados por pontos-e-
vírgulas, para maior clareza.)
- um esclarecimento, um comentário, uma síntese ou uma consequência do
que foi enunciado:
A razão é clara: achava a sua conversa menos cansativa que a dos
outros homens.
Observe a questão de prova que abordou o assunto.
(FUNDAÇÃO JOÃO GOULART/ SMF – ANALISTA PLANEJAMENTO / 2005)
Texto 2
Nunca as condições foram tão favoráveis para a adoção em grande
escala do gás natural como propulsor dos ônibus que circulam pelas
grandes cidades brasileiras.
Do ponto de vista ambiental, já eram conhecidas as vantagens desse
combustível em relação ao diesel, que predomina entre os veículos
pesados. Esses benefícios motivaram diversas experiências anteriores
de ônibus a gás, que desde os anos 80 circulam em capitais brasileiras
como São Paulo, Rio e Recife.
No entanto, os ônibus a gás mostraram pouca competitividade
econômica e operacional, quando comparados com os movidos a diesel.
Agora, o cenário político e econômico é outro, bem mais favorável: as
reservas brasileiras de gás simplesmente triplicaram em 2003 (hoje são
600 milhões de m3). Além disso, o Brasil firmou um acordo no qual se
compromete a comprar parte da produção da Bolívia, aumentando
ainda mais a oferta de gás no mercado interno.
A disponibilidade do combustível, no entanto, não basta: a operação
dos ônibus a diesel continua sendo mais econômica. Para contornar
esse obstáculo, a Petrobras entrou em ação e, numa opção clara pelo
meio ambiente, decidiu subsidiar o gás natural. “Nos próximos dez
anos, as empresas de ônibus poderão adquirir o gás nas distribuidoras a
um preço fixado em 55% do valor do diesel”, garante Paulo Barreiros,
coordenador do Programa Tecnológico de Gás Natural (Progas) do
Centro de Pesquisa da Petrobras (Cenpes). Conforme o uso desse
combustível comece a crescer, a fabricação de ônibus a gás em grande
escala deve tratar de diminuir a diferença de preço que existe na sua
produção, operação e manutenção. Outro estímulo para as empresas de

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ônibus adotarem o gás natural é a melhoria da rede de distribuição
desse combustível no Brasil. A infra-estrutura de abastecimento
evoluiu muito em relação aos anos 80, e isso pode facilitar a revenda
dos ônibus a gás para a renovação da frota, o que nem sempre era fácil
no passado.
Aproveitando o cenário favorável, a Petrobrás quer medir na ponta do
lápis o desempenho de um ônibus movido a gás natural em comparação
com ônibus a diesel, para melhor avaliar sua performance em condições
reais de trânsito.
(A hora e a vez do gás natural. Superinteressante. Abril de 2004, p.
10.)
“A disponibilidade do combustível, no entanto, não basta: a
operação dos ônibus a diesel continua sendo mais econômica.”
Os dois-pontos empregados nesse trecho exercem a mesma função dos
que estão presentes em:
A) Tínhamos decerto três preocupações: produção, distribuição e
eficiência.
B) Dentre as vantagens desse produto, uma é inegável: o baixo custo
de produção.
C) Aumentar a produção era primordial: esta providência inibiria o
aumento de preços.
D) Nenhum teste adicional foi feito antes de pormos o produto no
mercado: um erro indesculpável.
O gabarito foi letra C.
ACORDO ORTOGRÁFICO: Registra-se, agora, “infraestrutura” sem hífen.
A oração que vem após o sinal de dois pontos tem caráter explicativo, da
mesma forma que o trecho em destaque (função de aposto explicativo).
Nesta, informa-se o motivo de não bastar somente a disponibilidade do gás
– a economia que se obtém com o uso de diesel na frota de ônibus é maior.
Já no segmento da opção c, informa-se por que o aumento da produção
era principal: haveria inibição do aumento de preços.
Nas opções a e c, os apostos têm função enumerativa (três preocupações:
produção, distribuição e eficiência / Dentre as vantagens ..., uma é
inegável: o baixo custo de produção).
Já na opção e, faz-se um comentário acerca da informação da oração
anterior.

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TRAVESSÃO
Do antigo Formulário Ortográfico constava a seguinte indicação: “emprega-
se o travessão, e não o hífen, para ligar palavras ou grupos de palavras
que formam, por assim dizer, uma cadeia na frase: O trajeto Mauá–
Cascadura”.
Com o advento do novo Acordo Ortográfico, houve mudança – segue o
novo texto:
“Emprega-se o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente
se combinam, formando, não propriamente vocábulos, mas encadeamentos
vocabulares (tipo: a divisa Liberdade-Igualdade-Fraternidade, a ponte
Rio-Niterói, o percurso Lisboa-Coimbra-Porto, a ligação Angola-
Moçambique, e bem assim nas combinações históricas ou ocasionais de
topônimos (tipo: Áustria-Hungria, Alsácia-Lorena, Angola-Brasil,
Tóquio-Rio de Janeiro, etc.).”
Agora, portanto, não se emprega mais o travessão nos encadeamentos
vocabulares, mas o hífen.
Sem desmerecer a importância de tal conceito, em provas de concursos
públicos, é mais recorrente o emprego do travessão na apresentação de
orações intercaladas, como nos ensina Evanildo Bechara (Moderna
Gramática Portuguesa): “o travessão pode substituir os parênteses para
assinalar uma expressão intercalada”.
Assim, uma expressão explicativa ou simplesmente acessória pode
ser apresentada entre vírgulas, entre travessões ou entre
parênteses.

Veja como isso foi apresentado em prova.


(UnB CESPE/Banco do Brasil/2002)
Julgue o item que se segue
A substituição de todos os travessões do texto por vírgulas respeitaria as
regras dos sinais de pontuação da norma culta e manteria a função de
isolar, em um contexto, palavras ou frases.
Está correta a afirmação. Podemos substituir os travessões por vírgulas,
pois ambos têm a função de isolar elementos de natureza explicativa.
Contudo, a recíproca não é verdadeira. Nem sempre a vírgula pode ser
substituída por travessão. Ela pode, na oração, indicar um deslocamento,
caso em que não cabe outro sinal de pontuação.

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E se o período se encerrar com uma expressão explicativa iniciada por um
travessão: posso fazer isso com um ponto final sem usar o segundo
travessão?
Sim, se o período se encerra juntamente com essa expressão explicativa
(iniciada por vírgula ou travessão), o segundo travessão ou a segunda
vírgula pode ser substituída pelo ponto final.
No horário eleitoral, podemos ver inúmeros parlamentares denunciados
por corrupção tentando a reeleição – o que só depende de você,
eleitor.
Se a expressão indicada entre os travessões estiver dentro de uma outra
construção indicada entre vírgulas, não constitui erro a indicação do
segundo travessão e, em seguida, a vírgula que encerra o deslocamento.
Apesar de seu tamanho, que causava terror a todos os que não o
conheciam, a sua índole era de uma criança inocente.
Nesse exemplo, além do deslocamento de uma oração adverbial (Apesar de
seu tamanho), elemento suficiente e necessário para o emprego de uma
vírgula, ainda há uma oração de natureza explicativa (a respeito do
tamanho), que poderia ser isolada por vírgulas, travessões ou parênteses
(optou-se pelas vírgulas). A segunda vírgula, após “conheciam”, tem dupla
função – encerrar a oração explicativa e indicar o fim do deslocamento da
oração adverbial.
E se a oração explicativa viesse isolada por travessões – como ficaria?
Haveria duas possibilidades – a primeira, manter os dois sinais (o travessão
encerra a oração explicativa, enquanto que a vírgula indica o fim do
deslocamento):
Apesar de seu tamanho – que causava terror a todos os que não o
conheciam – , a sua índole era de uma criança inocente.

Ou, a segunda, apenas a vírgula, que, nesse caso, continuaria em “dupla


jornada de trabalho” – ao mesmo tempo, encerra a explicação e o
deslocamento:
Apesar de seu tamanho – que causava terror a todos os que não o
conheciam, a sua índole era de uma criança inocente.

Veja um bom exemplo do emprego dessa pontuação em uma questão de


prova.

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(FGV / Ministério da Cultura /2006)
Sem saber ainda direito como vai sobreviver – "as reservas que
acumulei em Nova York estão indo embora" –, ele planeja as
próximas paradas pela América do Sul.
O trecho entre travessões indica:
(A) uma contradição.
(B) uma exemplificação.
(C) uma explicação.
(D) uma explicitação.
(E) um questionamento.

Resposta: C
O período isolado por travessões tem caráter explicativo. Reproduz
literalmente (por isso, as aspas em: "as reservas que acumulei em Nova
York estão indo embora") as palavras do sujeito em que se baseia a
afirmação da oração anterior (Sem saber direito como vai sobreviver).
Note como houve o emprego do segundo travessão, indicando o fim da
explicação, para, após isso, ser empregada também a vírgula que finaliza o
deslocamento da oração reduzida de infinitivo, formando [– ,].
:::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
Finalmente, o travessão também pode ser usado no lugar dos dois pontos,
quando representa a síntese do que se vinha dizendo, dando maior realce a
essa conclusão (recurso estilístico):
“Deixai-me chorar mais e beber mais
Perseguir doidamente os meus ideais
E ter fé e sonhar – encher a alma.”
(C.Pessanha)

PARÊNTESES
São usados sempre em dupla e servem para intercalar qualquer informação
acessória, como uma explicação, uma circunstância, uma reflexão, uma
nota do autor.
Em relação aos sinais de pontuação, indica o Formulário Ortográfico:
“Quando uma pausa coincide com o início da construção parentética [entre
parênteses], o respectivo sinal de pontuação deve ficar depois dos
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parênteses mas, estando a proposição ou a frase inteira encerrada pelos
parênteses, dentro deles se põe a competente notação.”.
“Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que seja,
convosco, este suavíssimo nome); não: o coração não é tão frívolo,
tão exterior, tão carnal, quanto se cuida.” (Rui Barbosa)
O ponto-e-vírgula permaneceu após o fim da construção entre os
parênteses, por pertencer à oração que se antecedia a construção
parentética.
“A imprensa (quem a contesta?) é o mais poderoso meio que se tem
inventado para a divulgação do pensamento.” (Carlos Laet)
O ponto de interrogação pertence à oração entre parênteses e lá deve ser
empregado.
Quer uma questão de prova? Então, aí está ela!
(CESPE UNB/DEFENSORIA DA UNIÃO/2002)
Pensar o corpo apenas como máquina — ou, no limite, a sua substituição
por “máquinas inteligentes'' — é o mesmo que ver sem perceber. A
máquina funciona, o homem vive, isto é, estrutura seu mundo, seus
valores e seu corpo. O que acontece quando se pensa que as máquinas são
equivalentes a seres vivos? Um pensamento artificialista (segundo o qual é
preciso tudo refazer pelo artifício humano) é levado até um ponto em que o
próprio pensamento desaparece. Os cultores do artificialismo não
distinguem, por exemplo, cérebro e mente. Ao desvendarem certos
mecanismos do cérebro, pensam ter descoberto o segredo do pensamento.
É certo que a vida mental é muito mais complexa.
Adaulo Novaes. A máquina do homem e da ciência. In: 0 homem e a
máquina - ciclo de conferências. Rio e Brasília: CCBB (com adaptações).
Julgue o item que se segue.
Por constituir uma explicação do termo anterior, a oração entre
parênteses (l.5-6) admite ter os parênteses substituídos por
travessões ou por vírgulas.
Essa questão serve como um reforço de tudo o que vimos sobre o emprego
de vírgulas, travessões e parênteses.
Podemos substituir parênteses por travessões ou por vírgulas. Também
podemos substituir os travessóes por parênteses ou por vírgulas. Esse
“troca-troca” é válido para isolar elementos de natureza explicativa.
Contudo (já vimos), nem sempre a recíproca é verdadeira (trocar as
vírgulas pelos demais). Este sinal (vírgula) possui outras funções além de
isolar explicação – serve para isolar conjunções, indicar deslocamento etc.

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ASPAS
Usam-se aspas para indicar uma citação (em todas as nossas aulas, há
exemplos desse emprego, inclusive aqui), para destacar uma expressão ou
palavra a que se queira dar relevo na construção, ou realçar ironicamente
alguma palavra ou expressão.
A isso eu chamo de “hipocrisia burra”.
Esse é o país do “jeitinho”.
Celso Cunha alerta para o emprego da pontuação no emprego de aspas:
“Quando a pausa coincide com o final da expressão ou sentença que se
acha entre aspas, coloca-se o competente sinal de pontuação depois delas,
se encerram apenas uma parte da proposição. Quando, porém, as aspas
abrangem todo o período, sentença, frase ou expressão, a respectiva
notação fica abrangida por elas.”
Ou seja, o mesmo tratamento dispensado pelo Formulário Ortográfico aos
parênteses.

PONTO DE INTERROGAÇÃO

O ponto de interrogação é empregado para indicar uma pergunta direta,


ainda que esta não exija resposta.

PONTO DE EXCLAMAÇÃO
O ponto de exclamação é empregado para marcar o fim de qualquer
enunciado com entonação exclamativa, que normalmente exprime
admiração, surpresa, assombro, indignação etc.
O ponto de exclamação é também usado com interjeições e locuções
interjetivas:
Oh!
Valha-me Deus!
O ponto de exclamação, nesses casos, somente acompanha a interjeição,
não valendo como o fim da frase. Por isso, ele acumula a função de vírgula:
Ai! que saudade da Bahia.
Perceba que a vírgula foi dispensada, porque a exclamação a substituiu.
Note também que o sinal de pontuação não encerrou a frase; simplesmente
acompanhou a interjeição. Se quiser usar inicial maiúscula após esse
ponto, tudo bem. Mais erudito, porém, é não usá-lo.
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RETICÊNCIAS
As reticências são empregadas para marcar a interrupção da frase:
a) para assinalar interrupção do pensamento ou hesitação em enunciá-lo:
- Bem; eu retiro-me, que sou prudente. Levo a consciência de que
fiz o meu dever. Mas o mundo saberá...
(Júlio Dinis)
b) para indicar, numa narrativa, certas inflexões de natureza emocional (de
alegria, de tristeza, de raiva):
Mágoa de o ter perdido, amor ainda. Ódio por ele? Não... não vale
a pena...
(Florbela Espanca)
c) como forma de realçar uma palavra ou expressão, colocando-se as
reticências antes dela:
E teve um fim trágico... pobrezinho...já tão novo com tanta
responsabilidade!
Como sinal melódico, indica uma pausa maior quando associado a outros
sinais, como a vírgula, o ponto de interrogação ou de exclamação.
Passai, ó vagas..., mas passai de manso! (C.Alves)
Certas pessoas merecem punição severa! ... esbravejou a vítima.
Muitos gramáticos recomendam o uso de reticências (inclusive entre
parênteses), no início, no meio ou no fim de uma citação, para indicar
supressão no trecho transcrito, em cada uma dessas partes.
“Do mesmo modo que a frase não é uma simples sequência de palavras, o
texto não é uma simples sucessão de frases. São elos transfrásicos, (...),
que fazem do texto um conjunto de informações.” (Elisa Guimarães, “A
Articulação do Texto”)
Celso Cunha, no entanto, faz distinção entre as reticências, como sinal
melódico de pontuação, e os três pontos que marcam a supressão de
palavras, expressões ou trechos de um texto.
"Modernamente”, continua o professor, “para evitar qualquer dúvida, tende
a generalizar-se o uso de quatro pontos para marcar tais supressões,
ficando os três pontos como sinal exclusivo de reticências."

É isso. Vamos praticar um pouco.

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QUESTÕES DE FIXAÇÃO
1 - (NCE UFRJ/ ANTT / 2005)
Assinale a letra que corresponde à melhor redação, considerando correção,
clareza e concisão.
(A) Alguns sabem que certas coisas não têm preço;
(B) Sabem alguns, que certas coisas não tem preço;
(C) Certas coisas não têem preço, é o que sabem alguns;
(D) Sabem alguns que certas coisas não têem preço;
(E) Alguns sabem que, certas coisas não têm preço.

2 - (FUNDAÇÃO JOÃO GOULART / ENGENHEIRO CIVIL / 2004)


“Nos doentes mentais, as ilusões são devidas à perturbação da
atenção, a influências emocionais e a alterações da consciência.”
Reescreve-se essa frase do texto em cada alternativa abaixo. A que está
mal construída no que diz respeito à pontuação é:
A) As ilusões são devidas à perturbação da atenção, a influências
emocionais e a alterações da consciência nos doentes mentais.
B) As ilusões nos doentes mentais, são devidas à perturbação da atenção,
a influências emocionais e a alterações da consciência.
C) Perturbação da atenção, influências emocionais e alterações da
consciência: a tais fatos são devidas as ilusões nos doentes mentais.
D) Nos doentes mentais, as ilusões são devidas aos seguintes fatos:
perturbação da atenção, influências emocionais e alterações da consciência.

3 - (ESAF/AFC SFC/2000)
Assinale a opção em que a afirmação a respeito da pontuação adequada
para o texto está incorreta.
Para medir o efeito de uma nova tecnologia é preciso avaliar em que
medida ela dá mais eficiência aos processos de produção das empresas. A
era do vapor deslocou a produção do lar para a fábrica(1) com a
eletricidade(2) surge a linha de montagem. Agora(3) com computadores e
Internet(4) a possibilidade de as empresas reformularem(5) seus processos
é surpreendente(6) da aquisição de insumos à descentralização e à
terceirização.
a) É correto colocar um sinal de ponto e vírgula em (1).

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b) Em (2), (3) e (4) é correto colocar vírgulas.
c) Pode-se optar por travessões, parênteses ou vírgulas em (3) e (4).
d) Em (5) há exigência do uso de vírgula.
e) Pode-se colocar vírgula ou travessão em (6).

4 - (NCE UFRJ / ANALISTA FINEP / 2006)


“Daqui a mais ou menos 1 bilhão de anos, a Terra não será mais
habitável”; o emprego da vírgula nesse caso se justifica porque se trata:
(A) de um aposto;
(B) de um vocativo;
(C) de um termo em ordem inversa;
(D) de uma necessidade de evitar-se ambigüidade;
(E) de uma oração antecipada.

5 - (BESC / ADVOGADO/ 2004)


"Esse lapso, é óbvio, também será preenchido, esperam o governo e os
próprios bancos, com a adoção de medidas que tornem essa travessia
menos arriscada." (L.19-21)
Assinale a alternativa em que, alterando-se a pontuação, não se altere o
sentido da frase acima.
(A) Esse lapso é óbvio, também será preenchido, esperam o governo e os
próprios bancos com a adoção de medidas que tornem essa travessia
menos arriscada.
(B) Esse lapso - é óbvio - também será preenchido - esperam o governo e
os próprios bancos, com a adoção de medidas que tornem essa travessia
menos arriscada.
(C) Esse lapso, é óbvio, também será preenchido - esperam o governo e os
próprios bancos - com a adoção de medidas que tornem essa travessia
menos arriscada.
(D) Esse lapso, é óbvio - também será preenchido, esperam o governo e os
próprios bancos - com a adoção de medidas que tornem essa travessia
menos arriscada.
(E) Esse lapso, é óbvio, também será preenchido, esperam o governo e os
próprios bancos, com a adoção de medidas, que tornem essa travessia
menos arriscada.

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6 - (FGV / ICMS MS - Fiscal de Rendas / 2006)


O modo de produção capitalista não tem vocação suicida, e nada indica que
ele esteja a ponto de morrer de morte natural.
No trecho acima, utilizou-se corretamente a vírgula antes da conjunção e.
Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido.
(A) Você deve sair antes de anoitecer, e antes de acenderem as luzes, e
antes de fecharem o comércio.
(B) Ele muito se esforçou para a realização daquele projeto, e acabou não
sendo bem-sucedido.
(C) Os irmãos compreendiam-se mutuamente, e, portanto, respeitavam-se.
(D) A expedição encontrou um grupo perdido, e todos voltaram juntos.
(E) A maioria dos estudantes aprovou a proposta, e seus pais acataram a
decisão.

7 - (FGV/TJ MS – Juiz Substituto/2008)


“Mas a co-relação de forças não lhes permite ir mais longe, e essa paralisia
favorece o retorno dos acordos bilaterais ou regionais.” (L.37-39)
Não trecho acima, utilizou-se corretamente a vírgula antes do E.
Assinale a alternativa em que isso não tenha ocorrido.
(A) A sentença foi prolatada, e as partes foram intimadas.
(B) Os manifestantes desejavam falar com o juiz; chegaram à porta do
tribunal e não entraram.
(C) Fiz, e faria novamente tudo igual para ser aprovado no concurso.
(D) Leio, e releio, e estudo, e me concentro: todos os esforços são poucos.
(E) O procurador assinou o documento, e o advogado ficou satisfeito.

8 - (FGV/CODESP – Nível Médio/2010)


A primeira descoberta significativa foi a de diamantes em 1867, e
em pouco tempo a África do Sul já havia triplicado suas
exportações. (L.20-22)
No período acima, segundo a norma culta, o emprego da vírgula antes do E
(A) está correto, pois o E une orações de sujeitos diferentes.
(B) está correto, pois o E tem valor não aditivo.

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(C) está incorreto, pois não se usa vírgula antes do E.
(D) está incorreto, pois não se separa o adjunto adverbial do predicativo.
(E) é facultativo, pois só seria obrigatório se o E tivesse valor
exclusivamente aditivo.

9 - (FGV / ICMS MS – ATI / 2006)


Os olhos empapuçados são os mesmos mas o cabelo se foi e a barriga só
parou de crescer porque não havia mais lugar atrás do balcão.
Assinale a alternativa que ofereça pontuação igualmente correta para o
trecho acima.
(A) Os olhos empapuçados são os mesmos, mas o cabelo se foi, e a barriga
só parou de crescer porque não havia mais lugar atrás do balcão.
(B) Os olhos empapuçados, são os mesmos mas o cabelo se foi e a barriga
só parou de crescer, porque não havia mais lugar atrás do balcão.
(C) Os olhos empapuçados são os mesmos, mas o cabelo, se foi, e a
barriga só parou de crescer porque não havia mais lugar, atrás do balcão.
(D) Os olhos empapuçados são os mesmos mas, o cabelo, se foi e a
barriga, só parou de crescer, porque não havia mais lugar atrás do balcão.
(E) Os olhos empapuçados são os mesmos, mas o cabelo se foi, e a
barriga, só parou de crescer porque não havia mais lugar, atrás do balcão.

10 - (CESGRANRIO / PREF.MANAUS / 2004)


Assinale a opção em que a retirada da(s) vírgula(s) NÃO modifica o sentido
da sentença.
(A) João, desenha uma ave no caderno.
(B) No dia 5 de outubro, comemora-se o Dia da Ave.
(C) Chamei a menina, que estava sentada, e ela não se mexeu.
(D) Ela falava sem parar – da festa, do fim de semana e das férias de
verão.
(E) A secretária, organizada, não deixa trabalho para o dia seguinte.

11 - (UnB CESPE/Banco do Brasil/2002)


A indústria armamentista movimenta anualmente cerca de 800 bilhões de
dólares. É uma quantia equivalente a 2,5% do PIB mundial. Com um
investimento de apenas 8 bilhões de dólares — menos do que quatro dias

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de gastos militares mundiais —, todas as crianças do planeta que hoje
estão fora da escola poderiam freqüentar uma sala de aula. Aliás, a
fabricação de um único tanque de guerra consome o equivalente à
construção de 520 salas de aula, e o custo de um avião de caça
supersônico daria para equipar 40 mil consultórios médicos.
“O desperdício da indústria da guerra”. In: Família Cristã, ano 68, n./ 795,
mar./2002, p. 12 (com adaptações).
Julgue o item a seguir.
♦ Na linha 4, a ausência de vírgulas para isolar a oração “que hoje
estão fora da escola” indica que ela constitui restrição a “crianças do
planeta”.

12 - (FCC / INSS MEDICO / 2006)


A fragmentação dos objetivos intelectuais em compartimentos cada vez
mais estreitos provocou, na nossa época, uma verdadeira confusão de
idiomas.
Julgue a correção do item que se segue, em relação à pontuação.
• No período acima, a elisão da vírgula aposta a provocou não
prejudica a correção da frase, considerada a norma culta da língua.

13 - (FCC / BANCO DO BRASIL / 2006)


Está plenamente correta a pontuação do seguinte segmento:
(A) Pode viver um homem sem acesso à civilização. Não pode: embora
haja muitos que pensem o contrário. O que não é evidentemente, o caso
do cronista.
(B) O poeta Álvares de Azevedo, no século XIX, parecia alimentar a mesma
convicção do cronista. Embora fosse um romântico, o poeta ridicularizava
os idealistas que, tendenciosamente, omitiam as agruras da vida natural.
(C) O cronista é um dos maiores humoristas nossos, sem receio de ofender
pontos de vista alheios, costuma atacar o senso comum; no que este tem
de vicioso e sobretudo, artificial.
(D) Provavelmente se sentirão hostilizados, aqueles que defendem as
delícias da vida natural. Em compensação: os que relutam em aceitá-la,
muito se divertirão com essa crônica.
(E) Não se privaria o cronista, do conforto que oferecem instalações
sanitárias, em nome de uma vida mais pura e mais rústica. Por que
haveríamos de renunciar aos ganhos da civilização, pergunta-se ele?

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14 - (ESAF/AFRF/2002.1)
A revolução da informação, o fim da guerra fria – com a decorrente
hegemonia de uma superpotência única – e a internacionalização da
economia impuseram um novo equilíbrio de forças nas relações humanas e
sociais que parece jogar por terra as antigas aspirações de solidariedade e
justiça distributiva entre os homens, tão presentes nos sonhos, utopias e
projetos políticos nos últimos dois séculos. Ao contrário: o novo modelo –
cuja arrogância chegou ao extremo de considerar-se o ponto final, senão
culminante, da história – promove uma brutal concentração de renda em
âmbito mundial, multiplicando a desigualdade e banalizando de maneira
assustadora a perversão social.
Julgue se os itens a respeito do emprego dos sinais de pontuação no texto
são falsos (F) ou verdadeiros (V) para, em seguida, assinalar a opção
correta.

( ) As duas ocorrências de duplo travessão demarcam


intercalações e desempenham função análoga à dos
parênteses.
( ) As vírgulas que se seguem a “homens”(l.4) e “sonhos”(l.5)
destacam uma explicativa restritiva e, por isso, seu emprego
é opcional.
( ) O emprego de dois-pontos após “contrário”(l.5) justifica-se
por introduzir um esclarecimento sobre o que foi dito no
período anterior.
( ) A função das vírgulas que isolam a expressão “senão
culminante”(l.6-7) é a de destacá-la sintaticamente e dar-lhe
relevo estilístico.
A ordem correta dos itens é
a) V F V F
b) F F V F
c) V F F V
d) V F V V
e) F V V V

15 - (ESAF/Fiscal do Trabalho/2003)
A sociedade baseada na liberdade contratual será sempre, em grande
parte, uma sociedade de classes, cuja estrutura é defendida em vantagem

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dos ricos. Cumpre associar o indivíduo no processo de autoridade, isto é, o
trabalhador no poder industrial. A exclusão de alguém de uma parcela do
poder é, forçosamente, a exclusão daquele dos benefícios deste. Todos
deviam e devem, portanto, ter direito a uma parte dos resultados da vida
social. E as diferenças devem existir somente quando necessárias ao bem
comum. Impõe-se, pois, uma igualdade econômica maior, porque os
benefícios que um homem pode obter do processo social estão
aproximadamente em função de seu poder de consumo, o que resulta do
seu poder de propriedade. Assim os privilégios econômicos são contrários à
verdadeira sociedade democrática. O próprio conceito de liberdade
redefine-se através dos séculos, de acordo com as circunstâncias históricas
e o desenvolvimento das forças econômicas. E a liberdade, no mundo atual,
só existirá de fato quando assentada na segurança e em função da
igualdade. É que a verdadeira democracia, já o disse Turner, “é o direito do
indivíduo de compartilhar as decisões que respeitam a sua vida e da ação
necessária à execução de tais decisões”. Para que a liberdade realmente
exista, é preciso que a sociedade se estruture sobre cooperação e não
sobre a exploração. E assim os homens serão livres.
(João Mangabeira, Oração do Paraninfo, proferida em Salvador, BA, em
8/12/1944, com adaptações)
Analise as seguintes afirmações a respeito do uso dos sinais de pontuação
no texto.
I. O emprego da vírgula depois de “classes” (l.2) é opcional e, por isso, sua
retirada não causa prejuízo gramatical ao texto.
II. Devido ao valor explicativo do período iniciado por “A exclusão”(l.4), as
regras gramaticais permitem trocar o ponto final que o antecede pelo sinal
de dois pontos, desde que se empregue o artigo com letra minúscula.
III. Apesar de não ser obrigatório o emprego da vírgula depois de
“Assim”(l.9), o valor conclusivo do advérbio recomenda que aí seja
inserida.
IV. Por se tratar de uma citação, as regras gramaticais admitem que o
período entre aspas (l.14-15) seja precedido do sinal de dois pontos, em
lugar de vírgula; e, nesse caso, as aspas podem ser retiradas.
a) todos os itens estão corretos.
b) nenhum item está correto.
c) apenas o item II está correto.
d) apenas os itens II e III estão corretos.
e) apenas os itens II, III e IV estão corretos.

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16 - (ESAF/Técnico ANEEL /2006)
Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus
resultados manifestam-se na transformação da estrutura produtiva
nacional. O governo JK, que soube mobilizar com maestria a herança de
Vargas e elevar a auto-estima do povo brasileiro, realizou-se em condições
democráticas, com liberdade de imprensa e tolerância política. A taxa de
inflação, que em 1956 foi de 12,5%, no final do governo JK, elevou-se para
o patamar de 30,5%. A Nação, por sua vez, obteve um crescimento
econômico médio de 8,1% ao ano. Apesar das pressões do Fundo
Monetário Internacional (FMI), que já advogava o “equilíbrio fiscal” e o
Estado mínimo para o Brasil, e de setores conservadores da vida brasileira,
JK conseguiu elevar o PIB nacional em cerca de 143%. E tudo isto ocorreu
em um contexto marcado por um déficit de transações correntes que
atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em 1960, o que ampliava a
fragilidade externa e fazia declinar a condição de solvência da economia
brasileira. No entanto, foi graças ao controle do câmbio e ao regime de
incentivos criados que as importações de bens de consumo duráveis foram
contidas.
(Rodrigo L. Medeiros, com adaptações)
Em relação ao texto, julgue a assertiva.
• As vírgulas após “JK” (l.2) e após “brasileiro”(l.4) isolam oração de
natureza restritiva.

17 - (FCC/TRE MG /2005)
A supressão da(s) vírgula(s) implicará alteração de sentido na frase:
(A) Ao longo das últimas décadas, as obras de Umberto Eco vêm ganhando
mais e mais respeitabilidade.
(B) Umberto Eco homenageia os cientistas, que combatem o obscurantismo
fundamentalista.
(C) O grande pensador italiano, Umberto Eco, homenageia em seu texto a
atitude de um grande cientista.
(D) Na atitude de Stephen Hawking, há uma grandeza que todo cientista
deveria imitar.
(E) Não há como deixar de reconhecer, no texto de Humberto Eco, uma
homenagem a Stephen Hawking.

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18 - (FCC/TRE MG/2005)
Atente para as seguintes frases:
I. A preocupação do autor é com os jornalistas, cuja liberdade de expressão
se encontra ameaçada.
II. Os jornalistas, que costumam cuidar de seus próprios interesses, não
preservam sua independência.
III. O direito à livre informação é dos jornalistas e, também, da sociedade
como um todo.
A supressão da(s) vírgula(s) altera o sentido APENAS do que está em
(A) I.
(B) II.
(C) III.
(D) I e II.
(E) II e III.

19 - (ESAF/ANA/2009)
Assinale a opção em que o trecho do texto está reescrito de forma
gramaticalmente errada.
Os fundamentos da Lei n. 9.433/97, conhecida como Lei das Águas,
resultaram de décadas de discussões e basearam-se nas experiências
adotadas pelas unidades federadas desde a década de 70, além de estarem
sintonizados com os discursos dos mais significativos fóruns internacionais.
Esses fundamentos estabelecem que a água é um bem de domínio público
e um recurso natural limitado, dotado de valor econômico. Além disso,
apregoam que, em situações de escassez, a água deve ser usada
prioritariamente para o consumo humano e a dessedentação de animais;
que sua gestão deve sempre proporcionar o uso múltiplo; que a bacia
hidrográfica é a unidade territorial para a implementação da Política
Nacional de Recursos Hídricos; e que essa gestão deve ser descentralizada
e contar com a participação do Poder Público, dos usuários e das
comunidades.
(Adaptado de http://www.ana.gov.br/SalaImprensa/artigos )
a) Asseveram ainda que a gestão hídrica deve ser descentralizada e contar
com a participação do Poder Público, dos usuários e das comunidades, e
que a bacia hidrográfica é a unidade territorial para a implementação da
Política Nacional de Recursos Hídricos.(ℓ. 6 a 9)

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b) Estão sintonizados com os discursos dos mais significativos fóruns
internacionais.(ℓ. 4, 5 e 6)
c) Esses fundamentos estabelecem que a água é um bem de domínio
público, dotado de valor econômico, e um recurso natural limitado.(ℓ. 4 e 5)
d) Apregoam também que a gestão da água deve sempre proporcionar o
uso múltiplo e que, em situações de escassez, a água deve ser usada
prioritariamente para o consumo humano e a dessedentação de animais. (ℓ
. 6 e 7)
e) Os fundamentos da lei conhecida como Lei das Águas (Lei n. 9.433/97),
basearam-se nas experiências adotadas pelas unidades federadas desde a
década de 70 e resultou de décadas de discussões.(ℓ. 1 e 2)

20 - (ESAF/CGU – ANALISTA / 2008)


Assinale a opção em que o trecho foi transcrito com erro de pontuação.
a) Ao longo dos últimos anos, na reforma do Judiciário, o Congresso
municiou o Supremo com ferramentas novas para imprimir maior eficácia
ao sistema. A corte, entretanto, as vem utilizando com certa timidez.
b) A mais poderosa dessas armas é o efeito vinculante. Trata-se de
dispositivo que permite ao Supremo editar súmulas fixando jurisprudência
que deve obrigatoriamente ser seguida pelas instâncias inferiores da
Justiça e pela administração pública.
c) Criado em 2004 e regulamentado dois anos depois, o mecanismo só foi
utilizado em três ocasiões, nenhuma delas envolvendo conteúdo muito
controverso.
d) Caminho semelhante segue o princípio da repercussão geral, que
possibilita ao STF, recusar recursos extraordinários e agravos em ações
com baixa relevância social, no entendimento da maioria dos ministros.
e) Associadas, a edição de novas súmulas vinculantes e a exclusão das
matérias sem repercussão geral teriam o condão de livrar o Judiciário de
milhares de processos repetitivos, cujo desfecho já é conhecido de
antemão.
(Folha de S. Paulo, 2/2/2008)

21 - (ESAF/ANA/2009)
Julgue se os itens estão gramaticalmente corretos e assinale a opção
correspondente.

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I. A visão pan-americana sobre os desafios que envolvem o tema água
constitui a Mensagem de Foz do Iguaçu, documento lançado na cidade
paranaense, durante o encerramento do Fórum de Águas das Américas.
II. O Fórum visa diagnosticar a política e a gestão da água na América e
propor políticas adequadas para enfrentar os desafios globais relacionados
à água, entre cujos as mudanças climáticas e o crescimento da população
mundial.
III. Após um debate democrático, várias idéias foram escolhidas para
compor a Mensagem de Foz do Iguaçu. Há desde temas que abrangem
todo o continente americano, até propostas que contemplam uma região
específica.
IV. A Mensagem será enviada para o Fórum Mundial da Água que ocorrerá
em março de 2009, em Istambul Turquia.
(Adaptado de Raylton Alves
http://www.ana.gov.br/SalaImprensa/noticiasExibe.asp?ID_Noticia=6119)
Estão corretos apenas os itens:
a) I e III
b) I e II
c) II e III
d) II e IV
e) III e IV

22 - (ESAF/TCU/2006)
Analise a asserção acerca da estruturação lingüística e gramatical do texto
abaixo.
Nem o “sim” nem o “não” venceram o referendo, e quem confiar no
resultado aritmético das urnas logo perceberá a força do seu engano. O
vencedor do referendo foi o Grande Medo. Esse Medo latente, insidioso,
que a todos nos faz tão temerosos da arma que o alheio possa ter, quanto
temerosos de não ter defesa alguma na aflição. Se um lado ou outro
aparenta vantagem na contagem das urnas, não faz diferença. O que
importa é extinguir o Grande Medo. E nem um lado nem outro poderia
fazê-lo. Todos sabemos muito bem porquê.
(Jânio de Freitas, Folha de S. Paulo, 24/10/2005 – com adaptações.)
- Apesar de sua posição deslocada na frase, o advérbio “logo” (l. 2)
dispensa a colocação de vírgulas em virtude de ser de pouca monta, de
pouca proporção.

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23 - (UnB CESPE/MRE – IRBr bolsista / 2009)


1 A Alemanha vai enfrentar a pior recessão desde a
2.ª Guerra Mundial e já planeja, para 2009, um novo pacote
de estímulo à economia. As medidas serão anunciadas
4 assim que o novo presidente norte-americano, Barack
Obama, tomar posse, no final de janeiro. Há menos de um
mês, o governo alemão anunciou um pacote de medidas de
7 US$ 63 bilhões para fortalecer a economia. Agora, a
oposição quer que outros 25 bilhões sejam usados no pacote.
A crise está obrigando governos, como o da
10 Alemanha, a atuarem em meio a uma tormenta, o que
políticos na Europa já haviam esquecido. “Não temos muita
experiência com esse estado de choque”, admitiu a chanceler
13 alemã Angela Merkel.
Jamil Chade. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
Com referência ao texto acima, julgue o item que se segue.
- O nome “Barack Obama” (R.4-5) está entre vírgulas porque se trata de um
aposto.

24 - (FGV/BADESC – Nível Superior/2010)


Assinale a alternativa em que a vírgula está corretamente empregada.
(A) O jeitinho, essa instituição tipicamente brasileira pode ser considerado,
sem dúvida, um desvio de caráter.
(B) Apareciam novos problemas, e o funcionário embora competente, nem
sempre conseguia resolvê-los.
(C) Ainda que os níveis de educação estivessem avançando, o sentimento
geral, às vezes, era de frustração.
(D) É claro, que se fôssemos levar a lei ao pé da letra, muitos sofreriam
sanções diariamente.
(E) O tempo não para as transformações sociais são urgentes mas há quem
não perceba esse fato, que é evidente.

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GABARITOS COMENTADOS DAS QUESTÕES DE FIXAÇÃO


1–A
Vimos que a vírgula não pode separar elementos inseparáveis, que são:
sujeito do verbo, verbo do complemento, termo regido do termo regente,
conjunção ou pronome relativo da oração correspondente.
Se houver uma intercalação separando-os, deve haver DUAS VÍRGULAS e
não apenas uma.
A oração totalmente correta está na letra a.
As demais apresentam os seguintes erros.
b) O verbo saber está separado de seu complemento oracional (que
certas coisas não têm preço) por uma vírgula após o termo que exerce
a função de sujeito (alguns). Além disso, houve um erro de concordância
verbal (“tem” no lugar de “têm”, que possui o substantivo “coisas” como
núcleo do sujeito).
c) Que coisa feia é essa de “têem”??? Cruzes! Os verbos que dobram o “e”
(e, agora, não requerem mais o acento circunflexo) são LER, VER, CRER e
DAR (e seus derivados). Agora, registramos “leem”, “veem”, “creem” e
“deem”. Nada mudou em relação aos verbos TER e VIR (e derivados).
d) Olha essa feiura aí de novo!!! Será que a banca imaginou que alguém ia
marcar uma coisa dessas como CERTA?!?!?! SOCORRO!
e) Nessa opção, a conjunção “que” está separada indevidamente do
restante da oração a que pertence.

2–B
Busca-se a opção em que se verifica erro de pontuação. Vejamos a
construção da opção b:
As ilusões nos doentes mentais, são devidas à perturbação da atenção, a
influências emocionais e a alterações da consciência.
Houve uma indevida separação do sujeito (As ilusões) do verbo
correspondente (são) por meio de uma vírgula isolada. Há duas formas de
correção: elimina-se a vírgula (As ilusões nos doentes mentais são
devidas...) ou coloca-se uma outra vírgula, isolando a expressão “nos
doentes mentais” (As ilusões, nos doentes mentais, são devidas...).

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3–D
Em “a possibilidade de as empresas reformularem (5) seus processos”, a
vírgula não pode ser colocada nesse ponto, pois estaria separando o verbo
reformular de seu complemento verbal seus processos – um dos casos
de proibição.
Vamos analisar cada uma das demais propostas:
a) Correta. Encerra-se a primeira passagem, mas o período seguinte
segue a mesma linha argumentativa. Por isso, o melhor sinal é o ponto-
e-vírgula: “A era do vapor deslocou a produção do lar para a fábrica;
com a eletricidade [uma nova era]...”.
b) Correta. Em (2), indica-se, com a vírgula, o deslocamento da
expressão adverbial “com a eletricidade” para o início da oração. Por
sua vez, a expressão “com computadores e Internet”, de valor
adverbial, deve ser isolada por vírgulas em (3) e (4).
c) Correta. Com o emprego de vírgulas, travessões ou parênteses,
destaca-se o valor explicativo da expressão adverbial “com
computadores e Internet”.
e) Correta. Também de valor explicativo (justifica-se o fato de ser
considerado surpreendente), é indicada a vírgula ou o travessão. Tendo
em vista o fim do período com a expressão explicativa, no lugar do
segundo sinal (que faria a “dobradinha” com o primeiro) é colocado o
ponto que encerra todo o período.

4–C
ACORDO ORTOGRÁFICO: Registra-se, agora, “ambiguidade” sem trema.
O deslocamento da expressão circunstancial “Daqui a mais ou menos 1
bilhão de anos” (adjunto adverbial de tempo), por não ser curto, exige o
emprego de vírgula. É um termo deslocado ou, nas palavras do
examinador, em ordem inversa.
Na ordem direta, a construção seria “A Terra não será mais habitável
daqui a mais ou menos 1 bilhão de anos.”.

5–C
Expressões ou orações intercaladas, que apresentem comentários ou
explicações, devem ser isoladas por vírgulas, de modo a não interferir no
restante da estrutura oracional.

Note que na opção a houve uma alteração de sentido da expressão “é


óbvio”, somente com a retirada de uma das vírgulas que deveriam isolá-la.
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De acordo com a nova apresentação, o que “é óbvio” não é mais “o
preenchimento do lapso” (“Esse lapso, é óbvio, também será preenchido”),
mas o próprio “lapso”: Esse lapso é óbvio, também será preenchido.

Em outra construção igualmente errada (opção d), houve a separação do


sujeito “lapso” da forma verbal passiva correspondente “será preenchido”,
por meio de travessão.

Outra expressão que deveria se manter isolada: esperam o governo e os


próprios bancos. Contudo, isso não foi respeitado nas construções das
opções a e d (abriu com travessão e fechou com vírgula – um “samba do
crioulo doido”...rs...).

O erro da opção e foi separar uma oração adjetiva restritiva de seu


antecedente por vírgula (“medidas que tornem essa travessia menos
arriscada”).

6–C

Não está errado empregar uma vírgula antes da conjunção “e”. O problema
é como fazer isso para não errar. O autor do texto fez com perfeição, já
que os sujeitos das orações coordenadas são diferentes (o primeiro – “o
modo de produção capitalista”, e o segundo, “nada”).

Quando o sujeito das duas orações for o mesmo, isso não será possível, a
não ser em casos muito especiais, por questões de clareza textual (quando,
por exemplo, a primeira oração for muito longa e houver a necessidade de
se retomar o sujeito distante).

Muita gente deve ter achado estranha a primeira construção (opção a).
Contudo, em aula, vimos os casos de polissíndeto, em que podemos repetir
a conjunção para dar ênfase aos elementos (lembra do poema de
Vinícius?).

Então, estaria correta a construção. Reforça-se, com a repetição, a


necessidade de se sair cedo – antes de anoitecer, antes de acenderem as
luzes, antes de fecharem o comércio.

Na opção b, a conjunção “e” tem valor adversativo. Vimos na aula sobre


conectivos que só podemos afirmar o valor da conjunção no período,
lembra? Então, há entre a primeira e a segunda oração ideias contrárias –
muito esforço na realização do projeto ≠ projeto mal-sucedido. Por
isso, está correta a pontuação.

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No período da opção d, os sujeitos são distintos, assim como o fez o autor
do texto. Na primeira oração, o sujeito é “A expedição”, enquanto que, na
segunda, é o pronome “todos”.

Por fim, também são diferentes os sujeitos do último período: “a maioria


dos estudantes” e “seus pais”. Assim, é possível o emprego de vírgula
antes da conjunção aditiva “e”.

7-B
Mudança ortográfica: ocorre a contração do prefixo “co” ao
segundo elemento, formando “correlação”.
Vamos nos aprofundar um pouco no emprego da vírgula antes da
conjunção “e” – são esses os casos possíveis:
- quando o valor desta conjunção não for aditivo (adversativo, conclusivo
etc.);
- por questões estilísticas, quando se deseja fazer supor um fim que nunca
chega (figura de linguagem chamada “polissíndeto”)– caso da opção D,
como no Soneto da Fidelidade, de Vinícius de Moraes (pausa para a poesia
...rs...): “De tudo, ao meu amor serei atento / Antes, e com tal zelo, e
sempre, e tanto / Que mesmo em face de meu maior encanto / Dele se
encante mais meu pensamento”;
- quando, com valor aditivo, os sujeitos das orações forem diferentes –
caso das opções A e E;
- ainda que apresente o mesmo sujeito nas duas orações, como reforço em
relação à oração anterior (figura de linguagem chamada “pleonasmo”) –
caso da opção C.
O erro está na opção B. Por possui valor adversativo (e não aditivo), uma
vírgula antes da conjunção “e” deveria ter sido empregada: “Chegaram à
porta do tribunal, e (= mas) não entraram.”.
O sinal de ponto e vírgula é usado principalmente para promover maior
clareza nos textos, quando, por exemplo, já existem elementos separados
por vírgulas em uma enumeração. Também é usado em construções
longas, para enunciar uma pausa mais forte; para separar adversativas em
que se deseja ressaltar o contraste (exemplo de Bechara: “Não se disse
mais nada; mas de noite Lobo neves insistiu no projeto [Machado de
Assis]”); separar itens enunciativos de textos legislativos (leis, decretos
etc.) ou acepções de uma palavra no dicionário.
Lembrando que deveria ter sido usada uma vírgula antes da conjunção "e"
(dado seu valor adversativo), o ponto e vírgula foi usado naquela posição

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para promover maior clareza à passagem. Releia com a pontuação
adequada e perceberá.
"Os manifestantes desejavam falar com o juiz; chegaram à porta do
tribunal, e não entraram."

8-A
Agora, ficou fácil, hem?
Por separar orações de sujeitos diferentes, está correto o emprego da
vírgula naquela construção. Na primeira, o sujeito é “A primeira descoberta
significativa”, enquanto na segunda é “a África do Sul”.

9–A

Temos, nessa questão, vários dos casos de proibição. Vamos enumerar


alguns deles.

b) vírgula separando sujeito do verbo: “Os olhos empapuçados(,) são


os mesmos”; vírgula antes de conjunção causal (é possível antes de
conjunção explicativa): “a barriga só parou de crescer (consequência)(,)
porque (causa) não havia mais lugar...”.

c) vírgula separando sujeito do verbo: “o cabelo (,) se foi”; a expressão


“atrás do balcão” já está no fim do período, não havendo justificativa para
uma pausa (indicada por vírgula).

d) vírgula após a conjunção adversativa “mas” (seria possível


ANTES e não DEPOIS) + vírgula separando sujeito do verbo: “mas(,)
o cabelo, se foi” e “a barriga(,) só parou de crescer”; vírgula antes de
conjunção causal (é possível antes de conjunção explicativa).

e) vírgula separando sujeito do verbo: “a barriga(,) só parou de


crescer”; vírgula desnecessária antes de “atrás do balcão”.

10 – B

Agora, a pontuação que envolve orações adjetivas. Lembre-se: não existe


caso FACULTATIVO de vírgula com oração adjetiva. OU A VÍRGULA É
PROIBIDA (ORAÇÃO ADJETIVA RESTRITIVA), OU A VÍRGULA É
OBRIGATÓRIA (ORAÇÃO ADJETIVA EXPLICATIVA).

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Vejamos caso a caso:
a) João, desenha uma ave no caderno.
Com a vírgula, isola-se um vocativo (João). Sua retirada tornaria esta uma
oração afirmativa (João desenha uma ave no caderno.). Ocorre, pois,
alteração semântica.
b) No dia 5 de outubro, comemora-se o Dia da Ave.
A vírgula isola um elemento deslocado. Na ordem direta, seria:
“Comemora-se o Dia da Ave no dia 5 de outubro.”. Como o elemento é
curto e de fácil entendimento, não haveria prejuízo algum o deslocamento
sem vírgula: No dia 5 de outubro comemora-se o Dia da Ave. Assim, com a
retirada da vírgula, não ocorre nenhuma mudança de sentido da frase. Esta
é a resposta correta.
c) Chamei a menina, que estava sentada, e ela não se mexeu.
A oração adjetiva, por estar isolada por vírgulas, tem valor explicativo.
Com a retirada da vírgula, ela se tornaria uma oração adjetiva restritiva.
Haveria, assim, mudança semântica na construção.
d) Ela falava sem parar – da festa, do fim de semana e das férias de verão.
Com a vírgula, pode-se entender que são três os temas de que ela falava:
da festa, do fim de semana e das férias de verão. Com a ausência da
vírgula, a expressão “do fim de semana” deixa de ser um complemento
verbal (ela falava do fim de semana) e passa a ser um complemento
nominal, em relação a “festa” (“a festa do fim de semana”). Também
ocorre aí alteração de sentido.
e) A secretária, organizada, não deixa trabalho para o dia seguinte.
Da mesma forma que na construção da opção c, haveria a transformação
de valor do termo isolado por vírgula: de explicativo (A secretária, por ser
organizada, não deixa trabalho para o dia seguinte.), passaria a ser
restritivo (Aquela secretária que é organizada não deixa trabalho para o dia
seguinte.).

11 - Item CORRETO
ACORDO ORTOGRÁFICO: Registra-se, agora, “frequentar” sem trema.
É exatamente essa a característica da oração subordinada restritiva – está
ligada ao termo antecedente de forma direta, sem vírgula.

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12 – Item INCORRETO

A retirada da vírgula após “provocou” provocaria uma separação entre


esse verbo e seu complemento, representado por “uma verdadeira
confusão de idiomas”, em virtude da manutenção da vírgula após a palavra
“época”.

13 - B
As demais opções apresentam os seguintes erros.
(A) O primeiro período, na verdade, deveria ser interrogativo (“Pode viver
um homem sem acesso à civilização?”), apresentando-se a resposta no
segundo período (“Não pode”). A partir daí, uma vírgula o separa da oração
subordinada concessiva (“Não pode, embora haja muitos que pensem o
contrário”). Os dois pontos estão empregados de forma incorreta.
Ademais, o verbo “ser” foi separado indevidamente de seu complemento
“o caso do cronista” por uma vírgula, e a expressão adverbial
“evidentemente” deveria vir isolada por DUAS vírgulas ou sem nenhuma
delas, por ser um termo curto e de fácil entendimento. Somente uma
vírgula implica erro de pontuação para o período.
(C) O primeiro período se encerra em “nossos”. Deve ser indicada essa
interrupção por um ponto. A seguir, está indevidamente empregado o
ponto-e-vírgula, que separa o verbo “atacar” de seu complemento
(“atacar no que este tem ...”). Por fim, faltou a primeira vírgula da série
que isola o vocábulo “sobretudo” (“e, sobretudo, artificial.”).
(D) O sujeito do verbo “sentir” é “aqueles”. Na ordem direta, isso fica
mais claro (Aqueles [que defendem as delícias da vida natural] se sentirão
hostilizados provavelmente.). Uma vírgula separa o sujeito (aqueles) do
verbo correspondente, devendo ser retirada. No período seguinte, a
expressão introdutória “Em compensação” deve ser seguida por uma
vírgula, e não pelo sinal de dois pontos.
Em seguida, mais uma vez a vírgula separa o sujeito, representado pelo
pronome demonstrativo “os” (em “os [que relutam em aceitá-la]”), do
predicado “muito se divertirão”, incorrendo em um dos casos de proibição
(separar sujeito do verbo).
(E) O complemento indireto do verbo bitransitivo privar foi separado deste
por uma indevida vírgula (“Não se [objeto direto] privaria o cronista
[sujeito] do conforto [objeto indireto]”).

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14 – D
A ordem é V/F/V/V.
1º item) VERDADEIRO
Vimos que os travessões se prestam para, assim como os parênteses,
apresentar expressões acessórias, como no caso das construções
destacadas.
2º item) FALSO
Que doideira é essa “explicativa restritiva”?! As orações adjetivas podem
ser explicativas (com vírgula obrigatória) ou restritivas (com vírgula
proibida). Não existe caso de vírgula opcional em orações adjetivas. A
primeira, antes de “tão presentes...”, introduz construção adjetiva em
relação a “antigas aspirações”; a segunda separa itens de mesma função
sintática em uma enumeração – “tão presentes em sonhos, utopias e
projetos políticos”. Percebe-se, assim, que elas não têm relação entre si.
3º item) VERDADEIRO
É exatamente essa a função dos dois pontos, podendo também ser usada a
vírgula, que estabelece uma pausa mais breve. Se a intenção for de maior
destaque, usa-se o ponto (“Ao contrário. O novo modelo...”).
4º item) VERDADEIRO
Em lugar das vírgulas, poderiam também ser usados travessões ou
parênteses.

15 - E
Está incorreto apenas o item I.
Como já vimos, a vírgula em orações adjetivas ou é obrigatória
(explicativa) ou proibida (restritiva). Não há caso de vírgula opcional. Essa
vírgula tem a função de iniciar uma oração subordinada adjetiva
explicativa, em relação a sociedade de classes.
Estão corretos os itens:
II - A associação proposta na oração anterior será apresentada na oração
iniciada por “A exclusão”. Portanto, está correta a sugestão.
III – Por ser curto o advérbio, houve a dispensa da vírgula. Contudo,
devido ao seu valor conclusivo, melhor seria mantê-la após Assim.
IV – As aspas servem para indicar que as palavras não pertencem ao autor
do texto, mas àquela pessoa mencionada por ele. A partir da colocação do
sinal de dois pontos, essa distinção fica clara, passando o emprego das
aspas a ser facultativo.

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16 - Item INCORRETO.
ACORDO ORTOGRÁFICO: Registra-se, agora, “autoestima” sem hífen.
Como vimos no início do nosso estudo e ao longo dessa aula, as orações
adjetivas restritivas NÃO PODEM SER ISOLADAS POR VÍRGULAS. O valor
do segmento destacado é explicativo, o que justifica a pontuação
empregada.

17 - B
Cuidado com o enunciado. O examinador não busca a opção em que haverá
prejuízo gramatical com a retirada da vírgula, mas a em que haverá
alteração semântica (“sentido na frase”).
Observamos que essa alteração ocorre com a retirada da vírgula que inicia
a oração subordinada adjetiva explicativa. Do modo com é apresentada na
construção, a oração “que combatem o obscurantismo fundamentalista”
indica essa prática por todos os cientistas a quem Umberto Eco presta
homenagem.
A partir da retirada do sinal de pontuação, haveria mais de uma “espécie”
de cientista, e só aos cientistas que combatem o obscurantismo
fundamentalista o pensador italiano só renderia homenagens.

18 - D
Na oração I, com a vírgula, afirma-se que o autor se preocupa com todos
os jornalistas, pois eles (todos eles!) têm sua liberdade de expressão
ameaçada. Após a retirada do sinal, a oração deixa de ter valor explicativo
e passa a ser restritiva. Assim, de todos os jornalistas existentes no
planeta, a preocupação do autor é em relação àqueles cuja liberdade de
expressão se encontra ameaçada. Há, portanto, alteração semântica com a
retirada da vírgula.
O mesmo acontece na oração II – após a retirada da vírgula, afirma-se
que, do universo de jornalistas, aqueles que costumam cuidar de seus
próprios interesses não preservam sua independência.
Já na oração III, a retirada da vírgula não provoca nenhuma alteração no
sentido da frase. A expressão “também” admite ser colocada diretamente
na oração, sem pausas: “O direito à livre informação é dos jornalistas e
também da sociedade como um todo”.
Assim, houve alteração somente nas orações dos itens I e II.

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19 – E
A vírgula antes do verbo (basearam-se) separou- o do sujeito (“Os
fundamentos da lei conhecida como Lei das Águas”), incorrendo em erro.

20 - D
Agora, a vírgula após “STF” separou elementos que complementam o
verbo. Na construção, o verbo POSSILITAR é bitransitivo, apresentando-se
como objeto indireto “ao STF” e objeto direto uma oração reduzida de
infinitivo: “recusar recursos extraordinários e agravos em ações com baixa
relevância social”. Como a oração se encontra na ordem direta, não pode a
vírgula separar o verbo do seu complemento.

21 - A
Vamos analisar cada um dos itens.
I - ITEM CERTO – Observe a grafia de “pan-americano”. Com a entrada em
vigor do Acordo Ortográfico, não houve mudança em relação ao emprego
de hífen, mantendo-se com o prefixo “pan” quando o segundo elemento for
iniciado por vogal, m ou n.
II – ITEM ERRADO – Não há nenhuma justificativa para o emprego do
pronome relativo “cujos” no período.
III – ITEM CERTO – Há sutil diferença no emprego do artigo com o
pronome “todo” (e flexões). Sem o determinante, ocorre o emprego do
pronome indefinido no sentido de “qualquer”: “Toda mulher recusaria
aquela proposta” = Qualquer mulher recusaria a proposta. Se o artigo for
usado, o sentido muda para “inteiro(a)”: “Toda a mulher ficou machucada.”
= a mulher inteira. Na passagem, como o valor é de “o continente inteiro”,
está correto o emprego de “todo o continente”.
IV – ITEM ERRADO – O erro é de pontuação. Por ter valor explicativo,
deveria haver uma vírgula antes do pronome relativo “que”, isolando a
oração adjetiva: “A Mensagem será enviada para o Fórum Mundial da Água,
que ocorrerá em março...”.
Estão corretos, portanto, os itens I e III.

22 - ITEM CERTO
Adjuntos adverbiais deslocados, desde que pequenos e de fácil
entendimento, dispensam a vírgula. Se forem longos, em orações
adverbiais extensas, ou, mesmo curtos, para dar ênfase ao adjunto, devem
ser isolados por vírgula.

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23 - ITEM CERTO
Essa é uma ótima questão que nos ajuda a diferenciar aposto
especificativo (o que “dá nome às coisas”, como “avenida Presidente
Vargas”, caso em que não há emprego de vírgulas) de aposto explicativo
(necessariamente isolado por vírgula).
Quantos presidentes norte-americano existem? Só um. Por isso, o nome de
Barack Obama encontra-se entre vírgulas, na função de aposto explicativo.
Se estivéssemos falando de algum ex-presidente, a coisa mudaria de figura
e teríamos, então, um aposto especificativo, como em “O ex-presidente
norte-americano Bill Clinton”.

24 - C
a) A estrutura “essa instituição tipicamente brasileira” é um aposto
explicativo e, por isso, deveria ser apresentada entre vírgulas, parênteses
ou travessões. A ausência de uma vírgula após “brasileira” provocou erro
de pontuação por separar sujeito (“O jeitinho”) da locução verbal (“pode
ser considerado”).
b) O erro desta opção está, mais uma vez, na ausência da vírgula em
orações intercaladas: a oração adverbial “embora competente” deveria
estar entre vírgulas, mas foi empregada apenas uma (vírgula “capenga”!).
Falaremos sobre a vírgula antes da conjunção “e” mais adiante. Por ora,
vale lembrar que é permitida quando forem diferentes os sujeitos das duas
orações, como é o caso da questão (na primeira oração, o sujeito é “novos
problemas” e, na segunda, “o funcionário”).
c) Esse item está correto. A oração adverbial “Ainda que os níveis de
educação estivessem avançando” vem seguida de vírgula, que marca seu
deslocamento para o início do período. Além disso, a expressão adverbial
“às vezes” veio isolada por vírgulas. Por ser de pouca monta, o emprego
dessas vírgulas seria dispensável também. As duas formas estariam
corretas: “o sentimento geral, às vezes, era de frustração” ou “o
sentimento geral às vezes era de frustração”.
d) O sujeito de “é claro” foi apresentado sob a forma de oração
desenvolvida (“que [...] muitos sofreriam sanções diariamente”), por isso
está errada a vírgula antes da conjunção integrante “que”. Essa vírgula
deveria ter sido aplicada mais adiante, para indicar o início da oração
adverbial condicional “se fôssemos levar a lei ao pé da letra”, presente no
meio da outra oração. Feita a correção, teríamos: “É claro que, se fôssemos
levar a lei ao pé da letra, muitos sofreriam sanções diariamente.”.

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e) O período foi prejudicado pela ausência de um sinal para marcar a
separação entre as orações “O tempo não para” e “as transformações são
urgentes”. Ficou até difícil de ler com esse problema de pontuação, não
acha? Ainda mais com a nova grafia do verbo “parar”, agora sem o acento
diferencial (não é mais “pára”!). Está correta a vírgula antes da oração
subordinada adjetiva explicativa “que é evidente”.

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Bons estudos e até lá!

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