A) São três as tarefas essenciais da Administração Pública Moderna: Poder de
Polícia; prestação de serviços públicos e atividades de fomentos. A primeira diz
respeito a uma função negativa, limitadora, pela qual o Estado exerce seu poder de polícia sobre a liberdade e propriedade privada dos indivíduos em prol do interesse público. Já a segunda trata da prestação de serviços públicos pelo Estado, tais quais o fornecimento de transporte público, energia elétrica e outras funções positivas do Estado. Por último, as atividades de fomento dizem respeito a incentivos que a Administração Pública lança sobre setores específicos, no intento de estimular o desenvolvimento econômico e social.
a) A primeira tarefa essencial do Estado é o chamado poder de
polícia, em que o Estado intervém nas relações e esferas privadas, como no que tangem os direitos à liberdade e à propriedade privada, a fim de prevenir ou reprimir eventuais atentados ao ordenamento jurídico a fim de assegurar o interesse público. Um exemplo seria a atuação da Polícia Militar para impedir a consumação de um crime. A segunda tarefa consiste na prestação de serviços públicos, em que o Estado, reconhecendo as necessidades coletivas, desenvolve atividades capazes de satisfazer os interesses da sociedade, como a iluminação das vias públicas. Por fim, a terceira consiste nas atividades de fomento, em que o Estado promove um incentivo que visa a aquecer o desenvolvimento sócio-econômico, como as subvenções sociais e econômicas previstas pela Lei nº 4.320, ou pela diminuição dos tributos em determinado setor da economia. B) O Distrito Federal é um ente federativo da Administração Pública Direta, por conseguinte, possui personalidade jurídica e é pessoa de Direito Público. Assim, possui competência legislativa e administrativa, além de gozarem de privilégio tributários. Além do mais, tem tratamento de Fazenda pública e, portanto, prerrogativas processuais. Os bens são protegidos pelo regime público, constando as características de serem alienáveis de forma condicionada, impenhoráveis e etc. Já o Ministério Público é um órgão público com uma natureza especial, sendo independente, ou seja, não estão sujeitos à subordinação hierárquica ou funcional. Não possuem personalidade jurídica, contudo, possuem capacidade processual, além de não integrarem a estrutura do Legislativo, Executivo ou Judiciário. Assim como o DF, faz parte da Administração Pública Direta
b) Optei pelas autarquias e pelas empresas públicas, ambas
pertencentes à Administração Pública Indireta. As autarquias são pessoas jurídicas de direito público criadas por lei e dotadas de autonomia patrimonial e personalidade jurídica, possuindo regime de direito público e privilégios da Fazenda Pública, como o prazo em dobro, e nunca exercem atividade econômica. Seus bens são públicos e impenhoráveis, imprescritíveis, de modo que devem realizar licitações. Os atos emanados costumam revestir-se como atos administrativos (e, portanto, dotados de presunção de legitimidade e atributos afins). Respondem de maneira objetiva pelo dano provocado (a doutrina reconhece, no entanto, que, em cado de omissão, responderão de maneira subjetiva), e o Estado permanece como subsidiário em caso de insolvência da autarquia. Podem promover execução fiscal, e são revestidas pela remessa necessária no âmbito processual, além de possuírem o regime de precatórios. Em relação aos bens destinados às suas atividades típicas, possuem imunidade tributária. Seus servidores são contratados mediante concurso público e o regime adotado é o regime único. Submetem-se, por fim, à tutela administrativa. Já as empresas públicas são entidades de personalidade jurídica de direito privada autorizadas por lei e com devido registro, cujo capital social é exclusivamente público (ainda que não seja totalizado por um único ente), e sua forma societária é livre. Podem ser prestadoras de serviço público ou exploradoras de atividade econômica. No primeiro caso, aproximam-se do regime público, e no segundo, privado. Seus bens são privados, mas aquelas prestadoras de serviço público possuem impenhorabilidade quanto aos bens relacionados essencialmente com a prestação do serviço. Seus atos não costumam se revestir pelo viés do ato administrativo (logo, em regra, não cabe mandado de segurança). Respondem de maneira subjetiva as exploradoras de atividade econômica, e objetiva as prestadoras de serviço, mas o Estado não atua como subsidiário nas primeiras. As prestadoras devem licitar, e as exploradoras de atividade econômica podem adotar um regime mais simples de licitações. Aquelas que se aproximam do regime privado não possuem imunidade tributária ao estilo das autarquias, mas as prestadoras de serviço, quanto às atividades correlatas, possuem. O regime do pessoal é predominantemente celetista, mas o concurso público ainda é regra, ressalvados os casos excepcionais das exploradoras de atividade econômica. Não possuem privilégios processuais. Também se submetem à tutela administrativa. C) As Agências Executivas são autarquias ou fundações públicas que recebem qualificação jurídica de órgão ou pessoa governamental. Em contrapartida, as Agências Reguladoras são autarquias dotadas de regime especial. As primeiras existem somente no âmbito federal, enquanto que as agências reguladoras existem em todas as esferas federativas. Ambas são baseadas em um modelo de administração gerencial e são resultados do processo da Reforma Administrativa. As Agências Executivas exercem atividade estatal através de uma maior operacionalidade em decorrência da celebração de contrato de gestão que ampliam sua autonomia. Já as Agências Reguladoras, exerce o controle e a fiscalização de setores privados, como por exemplo, a Anateel, que fiscaliza a atividade de telecomunicação.”
c) Não são pessoas jurídicas de naturezas jurídicas inovadoras no
Direito Administrativo, haja vista que as agências reguladoras são autarquias sob um regime especial, e as agências executivas são qualificações dadas às autarquias ou fundações via decreto presidencial quando tenham firmado contrato de gestão com o Ministério Supervisor, e possuam um plano de reestruturação e de desenvolvimento institucional. Da definição já se nota que a agência executiva resulta de uma qualificação, enquanto a agência reguladora é uma autarquia que foi instituída já de tal forma desde a lei criadora. A reguladora surge com o propósito ontológico de fiscalizar e controlar determinados ramos do setor privado, e até exercer poder normativo, como faz a ANEEL no que tange a energia elétrica. Já a executiva tem finalidade mais voltada ao lado gerencial, pois almeja mais eficiência e a melhor operatividade da atividade administrativa, como o Inmetro. Ambas, porém, podem ter como base uma autarquia, e ambas surgem num contexto em que se buscou o aprimoramento da Administração Pública num modelo mais gerencial e menos burocrático. No que tangem as diferenças, os dirigentes das agências reguladoras possuem mandato fixo, inviabilizando a livre exoneração que pode ocorrer uma agência executiva, e são as reguladoras capazes de possuir taxas reguladoras, fato este que não está presente nas agências executivas. Por fim, as agências reguladoras podem existir em todos níveis federativos, enquanto a qualificação de agência executiva, por estar prevista no decreto-lei nº 200/1967, aplica-se tão somente à esfera federal.