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- Supremacia do IP
- Poder de Polícia – Negativo e Positivo
- Função Social da Propriedade
CF 5°/ XXII e XXIII
CF 170, III
CF 182, § 2° e § 4° - Lei 1025
CF 184
Limitações Administrativas
- Normas Gerais/Abstratas Sujeitos Indeterminados
- Afeta caráter absoluto Obrigações de fazer/não fazer
- Indenização? Obs.: Conteúdo econômico
Diferente de Direito de Vizinhança
Servidão administrativa
Às vezes, a doutrina entende que uma determinada coisa é servidão e a mesma coisa é entendida
como limitação administrativa por outra parte da doutrina. Na maior parte dos casos, esse
embate é meramente doutrinário, porque o direito à indenização é mais relacionado com o grau
de intervenção que a propriedade sofre, do que com o nome do instituto.
Quando estudamos servidão, a polêmica vem à tona constantemente. Para a Professora, a
passagem de tubulações em edificações seria um exemplo de servidão. Para outros, entretanto,
não seria um exemplo por ser geral e abstrato: tubulações passam em todos os imóveis providos
de tais instalações. Há direito à indenização? Não... Não há esvaziamento de propriedade nem
retira qualquer atributo da propriedade. Há, na verdade, benefício...
Mas pode haver servidões diferenciadas, que ensejariam indenização? Sim... Em regra, a
servidão se caracteriza pelo fato de ter um imóvel privado que serve ou a um imóvel público ou
a um serviço público. Esses imóveis que serão afetados pela servidão são afetados por meio de
decretos que instituem a servidão. Gera uma obrigação de suportar – obrigação precípua
decorrente da servidão. Servidão não é tratada em lei apartada, mas na lei de desapropriação.
Decreto-Lei 3365. Assim como uma hipótese da ocupação temporária – para canteiro de obra –
também é decorrência do DL da desapropriação.
Tombamento
Tombamento é uma medida administrativa feita a partir de um diálogo com o particular. Mesmo
ele estando disciplinado em um DL de 1937, já se falava, à época, da necessidade de o
tombamento ser o último ato antecedido por um procedimento de diálogo, em que o proprietário
é ouvido. Por que fazer tombamento e por que é um procedimento? Qual atributo da
propriedade ele afeta? O tombamento afeta o caráter absoluto da propriedade. Com exceção da
desapropriação, todas as outras formas afetam o caráter absoluto da propriedade. Quem tem o
bem tombado não pode mais usar ou fruir como antes fariam. Há interferência na forma como o
proprietário lida com aquela propriedade.
Por que essa interferência?
No caso do tombamento, a justificativa é a proteção ao patrimônio histórico nacional – se feito
pela União, evidentemente. Todos os entes da federação podem tombar. É para preservar esse
patrimônio que se estabelece o tombamento. Por que o particular que tem o bem tombado sofre
alguma coisa? Ele sofre na medida em que, por exemplo, se o bem estivesse sendo usado para
determinada finalidade, incongruente com a proteção que se quer, ele não mais poderá utilizá-la
para tanto. Por exemplo, no caso de uma casa tombada utilizada como uma boate, o ato ou o
procedimento de tombamento vai impedir que essa utilização aconteça. Proprietário passa,
então, a ter uma limitação que não é fruto...
O que mais o tombamento vai gerar para o dono de uma propriedade tombada? Ele não poderá
destruir ou reformar a propriedade. Poderá, apenas, pintar. Qualquer reforma ou pintura
dependerá de autorização de quem realizou o tombamento, porque, a depender da situação, a
reforma pode gerar algum tipo de perda da identidade do bem.
Portanto, posso usar, mas não uso livremente. Posso alugar e quem alugar não usará livremente.
O mesmo acontece no caso de alienação.
O tombamento cria uma bolha sobre o bem...
Quem mais sofre efeito com o tombamento?
Vizinhos. Reformas podem atrapalhar a visibilidade. Nada pode ser feito que atrapalhe a
visibilidade do bem.
Essa limitação gera indenização?
Suporto o bem de maneira desigual. Ninguém comprará a casa para fazer um prédio por
exemplo. Há ônus variados para quem é proprietário de um bem tombado.
Imóvel em Belo Horizonte, por exemplo. Fundamento do tombamento pode ser o estilo
arquitetônico a ser preservado. Se eu pensar que aquele proprietário vai deixar de auferir o
proveito econômico que poderia, prejuízo está individualizado... Receberá algum tipo de
compensação. Pode ser, por exemplo, uma indenização paga ao proprietário. Significa que o
tombamento deve ser uma medida pensada em termos de orçamento.
Estatuto das cidades prevê outras duas hipóteses de compensação: (i) isenção de IPTU. Não
compensa a perda material, mas as despesas que o proprietário tem que suportar para preservar
o bem com aquelas características. Isso está previsto em uma lei nacional. (ii) segunda coisa que
pode acontecer é trocar o potencial construtivo desse bem por unidades que mensurem esse
potencial. Vendo no mercado unidades que refletem o potencial construtivo desse imóvel.
Quem vai comprar? Quem quer construir acima do potencial construtivo que a lei permite.
Compra o potencial que não será exercido pelo particular e exerce em outro lugar. Forma de o
Município não ter que tirar dinheiro do bolso para pagar indenização.
Como resolver a indenização?
Do jeito clássico, com isenção de IPTU ou com a venda de UTDC – Unidades de Transferência
do Direito de Construir.
Prédios atrás de imóveis tombados... Garante o potencial construtivo e preserva o bem tombado.
Evita-se a indenização.
E imóvel em Tiradentes? Gera direito a indenização? Em princípio, o tombamento valoriza o
bem. Você já não podia construir um prédio, por exemplo. O tombamento atesta a importância
histórica nesse caso.
Grande reflexo: não posso destruir, modificá-lo nem o tirar do país. Faz parte do patrimônio
histórico.
Se o bem tombado vai ser vendido, há direito de preferência? Sim. Preferência do Poder
Público. Não pode impor preços ou qualquer outro detalhe...
[...]
Pode ter tombamento triplo? Sim... Pode ter tombamento internacional – UNESCO!