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Texto(s): ​“Tempo e tradicao: interpretando a Antropologia”​ e “​A categoria de

(Des)Ordem e a Pós-Modernidade na Antropologia.”


Autor: Roberto Cardoso de Oliveira
Discente: José Guillermo Pérez
Tópico Cita

"Mas, a meu ver, a proposta heideggeriana bem que pode


ser aceita, porém nos termos de uma etnologia moderna, ou
antropologia social, vista básica, ainda que não
exclusivamente, como uma disciplina interpretativa..."
(p.191)
Heidegger e pergunta por
o Ser da Antropologia "Soaria absurdo se substituíssemos, na frase, filosofia por
antropologia? ou — em outras palavras —, não seria a boa
etnografía função dessa mesma capacidade de es?
pantar-se, menos talvez com o outro, mas certamente mais
consigo mesmo, com esse “estranho” modo de conhecer
que para nós se configura ser a antropologia? (p. 192)
"Podemos partir, assim, da caracterização preliminar das
duas tra? dições a que me referi: a intelectualista e a
empirista, para, então, cruzá-las, uma a uma, com duas
importantes perspectivas caracterizadas pela “categoria”
tempo e presentes em ambas as tradições" (p. 193)
"(1) no primeiro domínio, teríamos a tradição intelectualista
cruzada com a perspectiva sincrónica, criando um lugar a
ser ocupado pelo <paradigma racionalista> que,
concretamente, tão bem a <Escola Francesa de Sociologia>
exemplifica" (p. 194-195)
"(2) no segundo, a tradição empirista cruzada com a mesma
perspectiva sincrónica, redundando no dominio do
<paradigma empiricista>, exemplarmente expresso na
Matriz disciplinar da
<Escola Británica de Antropologia>" (p. 195)
Antropologia
"(3) no terceiro, continuando nessa mesma tradição
empirista, mas cruzando-a com a perspectiva diacrónica,
abrir-se-ia o dominio do <paradigma culturalista>, na forma
em que é atualizado pela <Escola Histórico-Cultural
Norte-Americana>" (p.195)
"(4) retomando a tradição intelectualista e cruzando-a com a
mesma perspectiva diacrónica, ter-se-ia o quarto domínio —
o de um paradigma que apenas nestas últimas duas
décadas começou a repercutir em nossa disciplina por
influência de pensadores hermeneutas alemães e
franceses, e que pode aqui ser identificado como
<paradigma hermenêutico> , gerador de uma espécie de
<antropologia interpretativa>" (p. 195)
1. Nao entendi bem a relacao que o autor quer estabelecer
entre o texto de "Ser e Tempo" e a história da antropologia.
Comentário/Pergunta
É uma forma de crítica de como o problema do "tempo" tem
sido esquecido ou ignorado pelas ciências sociais?

"Nesse sentido, pude desenvolver num outro lugar (Cardoso


de Oliveira, 1985b) essa reflexão mostrando como três
“escolas” do pensamento antropológico, originárias de
diferentes tradições intelectuais, tornaram-se exemplares na
Tradições Intelectuais na
atualização competente dos paradigmas racionalista,
Antropologia
estrutural-funcio-nalista e culturalista, orientadores
respectivamente da École Française de So-ciologie, da
British School of Social Anthropology e da American
Historical School of Anthropology." (p.57-58)
"cujas <escolas> acima mencionadas, fundadoras da
disciplina, passariam a conviver com uma modalidade de
antropologia eventualmente alternativa, imagem espelhada
quase invertida dessas mesmas <escolas> - se
Tradições Intelectuais na focalizarmos essa matriz disciplinar do ponto de vista de
Antropologia: O problema categorias tais como a de ordem e a de desordem." (p. 59)
da Ordem "O exame dos paradigmas sustentadores das “escolas”
consolidadas nas primeiras décadas do século permite
caracterizá-los como paradigmas da ordem, uma vez que é
sobre essa temática que os oficiantes da disciplina se
debruçam." (p. 59)
"Pretendo mostrar nesta oportunidade que o quarto
paradigma, o hermenêutico, começa a se impor na
disciplina na medida em que logra contaminá-la
de elementos conceituais solidários de uma categoria
oposta à da ordem, isto é, de uma determinada ordem que
se caracteriza por domesticar eficazmente
esses elementos, a saber, a subjetividade, o indivíduo e a
história." (p. 60)
Tradições Intelectuais na
"Mas esse indivíduo está igualmente domesticado no
Antropologia: O problema
horizonte da “escola”, pois o foco maior está na organização
da Desordem
cultural da personalidade, a bem dizer com os padrões de
personalidade que são padrões modais como o “apolíneo” e
o “dionosíaco” de Benedict, ou as personalidades modais de
Samoa de Mead." (p. 63)
"O quarto paradigma de nossa matriz disciplinar, que
chamei de hermenêutico, abre seu espaço na antropologia
primeiramente por uma negação radical daquele discurso
cientificista exercitado pelos três outros paradigmas" (p. 64)
"É o próprio autor que passa a ser questionado frente ao
Crítica ao Autor e a
saber do nativo. É sua autoridade até então inconteste que
Ciência
é posta em questão e fica sob suspeita." (p. 69)
Qual seria o modo ou a forma de avaliar entre
interpretações diferentes de um mesmo fenômeno? o autor
Comentário/Pergunta
discute alguma forma de identificar uma boa interpretação
de uma ruim?

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