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OTÁVIO EM
TEMPOS DE
CORONAVÍRUS
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O ISOLAMENTO
20 de Março de 2020, Otávio sentava-se bem em frente à
professora. Gostava de ser o primeiro da turma a mostrar o caderno. Ao
seu lado ficava o colega Rogério, colega este que lhe dava um trabalhão
danado, pois mexia nas suas coisas. Era uma sexta-feira e tudo parecia
que ia ser um dia normal de aula como tantos outros. No entanto, ao
chegar na metade da aula a diretora da escola entra apressada na sala.
Mal pede licença e já vai logo comunicando.
Otávio vai para casa tranquilo, acha até bom, pois vai poder ficar
em casa alguns diais. O tempo vai passando, os dias vão passando, e
Otávio começa a ficar entediado. Ele já brincou de carrinho, quebra-
cabeça, pulou corda e jogou vídeo-game. Já não sabia mais o que fazer.
Ah! Já tinha brigado com sua irmã.
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A irmã de Otávio era uma menina de gênio forte. Não gostava que
Otávio pegasse o seu gatinho. O gatinho era um filhote de siamês
chamado de Bob. O nome foi dado pelo tio Juarez um grande
frequentador da casa de Otávio.
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Por falar em Juarez, em uma certa noite a família foi jantar na casa
do tio. Furaram a quarentena, na verdade abriram uma exceção. É que
Juarez já estava idoso, era viúvo e morava sozinho. Com o isolamento
social ele estava sentido-se muito solitário.
Naquela noite Otávio colocou a sua máscara de Batman comprada
no shopping no último final de semana.
Estava feliz por poder sair de casa. Oh! Mas na casa do tio não
tinha criança. Com quem Otávio iria brincar?
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Lavavam-se as mãos e passavam álcool em gel a todo o momento,
este ritual foi praticado diversas vezes naquela noite. Ficaram todos na
sala conversando sobre os últimos noticiários acerca da pandemia. Otávio
já havia andado pela casa toda e não achou nenhum brinquedo. Quando
de repente ele entra em um corredor que dá em uma sala. Ele entra e liga
a luz. Sente um cheiro estranho. Na verdade era cheiro de mofo. Ali ficava
a biblioteca de seu Juarez, seu tio gostava de ler. Ele era um advogado,
no entanto, ele não advogava mais. Mas gostava tanto desta sala e era
raro as pessoas que haviam entrado neste espaço secreto
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Ele fica contemplando o quadro quando de repente ele resolve
tocar no desenho e sua mão é puxada e ele acaba entrando dentro do
quadro. Tratava-se de um quadro mágico e Otávio é transportado para
outro local. Ele é surpreendido sozinho em uma rua e vê muitos prédios
com arquiteturas antigas. Sente-se como se estivesse em um filme.
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— Não ! Não pode ser esta data, pois as pessoas estão usando
máscaras por causa da pandemia para se proteger do Coronavírus.
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Então, Joaquim entrega um jornal para Otávio. Era um jornal
Correio do Povo de 1918. Uma reportagem dizia sobre a questão da
pandemia que estava assolando o Rio Grande do Sul e o Brasil. Tratava-
se da Gripe Espanhola, uma doença que se espalhou pelo país. Milhares
de pessoas estavam morrendo no mundo. O Hospital da Santa Casa de
Misericórdia de Porto Alegre estava superlotado e muitas pessoas
estavam morrendo por não terem o atendimento médico necessário.
Havia um caos na saúde e a economia também não andava bem.
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Joaquim e Otávio viviam em épocas diferentes, mas havia algo
neles que os aproximavam, além da idade que era a mesma, eles tinham
12 anos. Estavam vivendo em meio a uma pandemia. Começou a
entardecer e os dois vão para a casa de Joaquim, chegando na casa se
dirigem ao quarto. Eles se sentam em cima de um fantástico tapete
vermelho feito pela avó de Joaquim. Ele era macio e confortável. Otávio
fala:
— Este é um dos meus livros preferidos. Tenho lido muito ele nos
últimos tempos porque ele fala sobre outra doença. A doença da Peste
Negra que ocorreu no ano em 1346 na Europa. Também foi uma
pandemia. Eu li que matou milhões de pessoas. E os médicos para não
se contaminarem usavam essa máscara cômica que aparece na capa do
livro.
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— Joaquim está ficando muito tarde e preciso voltar para a casa de
meu tio. Como faço?
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A LIÇÃO
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Em 1918 a 1920 tem a Gripe Espanhola em meio a Primeira
Guerra Mundial matando tanto quanto a guerra.
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AS FÉRIAS
16 de Janeiro de 2021 e Otávio prepara-se para a viagem das
férias. Nesta época as coisas já estavam mais tranquilas em relação à
pandemia do Coronavírus. A pandemia matou muita gente no mundo e no
Brasil. A doença não acabou, mas neste período o numero de vítimas é
bem menor. Tanto no Brasil como no restante do mundo as medidas de
segurança e distanciamento social foram afrouxadas, entretanto todos
procuram sair menos, os abraços já não são tão apertados. Houve um
esfriamento nas relações.
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— E nós será que conseguimos? Pergunta Juarez. Otávio
responde:
O Portal
A casa media 8mx6m, toda pintada de amarela. Pequena e
simples, possuía dois quartos, um pertencia ao Otávio. O seu quarto era o
local que ele mais gostava de estar, ainda mais com a questão do
isolamento.
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De estatura média, cabelos castanhos e olhos arregalados, Otávio
deixava transparecer um olhar meigo e ao mesmo tempo curioso. Morava
perto de uma praça, onde ele gostava de jogar bola com seus amigos,
mas como agora ele ficava só em casa, ele preferia estar no seu
quartinho.
-Mas que coisa! Como pode um menino gostar de livro velho, dizia
sua mãe. É que ele fazia uma coisa que os outros brinquedos não faziam
a Otávio. Ele saciava a sua curiosidade e a sua sede por aventuras.
- Otávio .
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- Mas, quem é Seth? Pergunta Otávio.
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-Mas o que está escrito neste papiro?
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O Medalhão
Segundo crenças egípcias, depois da morte a pessoa passaria pelo
tribunal de Osíris . Nesse tribunal, Osíris pesava o coração do morto para
avaliar se este mereceria uma vida no além. As múmias eram colocadas
em sarcófagos, espécies de caixões egípcios.
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-Radamés! Está anoitecendo preciso retornar para junto de minha
mãezinha.
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O tempo que Otávio conviveu com a irmã durante a quarentena,
serviu para eles se conhecerem melhor e aprenderam a conviver de forma
mais amorosa e carinhosa dentro da família.
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