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TEORIA DE ESTRUTURAS

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Teorema dos trabalhos virtuais – Estruturas contínuas
Licenciatura em Engenharia Civil

PROBLEMA 11

Considere o pórtico representado na Figura 11. Os pilares AEB e DC têm uma secção
transversal retangular de 30  40 cm2 e a viga apresenta uma secção retangular de 30  50 cm2.
O material constituinte da estrutura possui um módulo de elasticidade E =29 GPa. Determine:

a) O deslocamento horizontal do nó D;

b) A rotação do nó D.

Figura 11

RESOLUÇÃO

Propriedades geométricas e mecânicas dos elementos estruturais:

Apilares  0.3  0.4  0.12 m 2


0.3  0.43
I pilares   1.6  10 3 m 4
12
Aviga  0.3  0.5  0.15 m 2
0.3  0.5 3
I viga   3.125  10 3 m 4
12
Eviga  E pilares  E  29 GPa  29  106 kPa

Carlos Rodrigues v.2


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Para a solicitação representada:

• Determinam-se as reações de apoio por aplicação das equações universais da estática:


 FX  0 H A  20  0 H A  20 kN
  
 FY  0  VA  RD  10  6  0  VA  20 kN
 M  0  20  3  10  6  3  R  6  0 R  40 kN
 A  D  D

• Determinam-se os diagramas de esforços ( N , V e M ):

Figura 11.1

Troço AE: 0  z1  3 Troço EB: 3  z1  5

N ( z1 )  20 N ( z1 )  20

V ( z1 )  20 V ( z1 )  0

M ( z1 )  20 z1 M ( z1 )  20 z1  20( z1  3)  60

M E  M (3)  60 kN.m M E  M B  60 kN.m

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Troço BC: 0  z 2  6 Troço DC: 0  z 3  5

N ( z2 )  0 N ( z 3 )  40

V ( z 2 )  20  10 z 2 V ( z3 )  0

2
z2 M ( z3 )  0
M ( z 2 )  60  20 z 2  10
2

VB  V (0)  20 kN
VC  V (6)  40 kN

M B  M (0)  60 kN.m
M C  M (6)  0 kN.m

V ( z2 )  0  z2  2 m
M max  M ( 2)  80 kN.m

Nota: Referenciais locais ao longo de cada barra (AB: z1; BC: z2; DC: z3). Sinais dos esforços e sentido dos
diagramas de acordo com convenção da Resistência dos Materiais.

N [kN]

Figura 11.2

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V [kN]

Figura 11.3

M [kN.m]

Figura 11.4

a) Para determinação do deslocamento horizontal do nó D,  DH , considera-se a seguinte


configuração de carga auxiliar, constituída por uma força unitária horizontal aplicada no
nó D:

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Para a solicitação auxiliar representada:

Figura 11.5

• Determinam-se as reações de apoio:

 FX  0 H A  1  0 H A  1 kN
  
 FY  0  V A  R D  0  V A  0 kN
 M 0 1  0  R D  6  0 R D  0 kN
 A  

• Determinam-se os diagramas de esforços ( N , V e M ):

Figura 11.6

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Troço AE: 0  z1  3 Troço EB: 3  z1  5

N ( z1 )  0 N ( z1 )  0

V ( z1 )  1 V ( z1 )  1

M ( z1 )  1z1 M ( z1 )  1z1

M E  M (3)  3 kN.m M B  M (5)  5 kN.m

Troço BC: 0  z 2  6 Troço DC: 0  z 3  5

N (z2 )  1 N ( z3 )  0

V ( z2 )  0 V ( z3 )  1

M (z2 )  5
M ( z3 )  1z3

M C  M (5)  5 kN.m

_
N [kN]

Figura 11.7

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_
V [kN]

Figura 11.8
_
M [kN.m]

Figura 11.9

Aplicação do Teorema dos Trabalhos Virtuais:

NN VV MM
Te  Tv   Q m m   dz   dz   dz
L
EA L
GA' L
EI

• Determina-se o trabalho virtual interno de deformação:

NN VV MM
Tv   dz   dz   dz
L
EA L
GA' L
EI

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onde,

NN
 EA dz  0  0  0  0
L

VV (pode ser desprezado face à magnitude esperada para as restantes parcelas do


 GA' dz  0
L
trabalho virtual interno de deformação)

MM
Para determinação do integral  dz , apresentam-se três vias de cálculo alternativas:
L
EI

- Integração analítica:
MM 1 3 5 5
dz     20 z1  1z1dz1   60  1z1dz1   0  (1z3 )dz 3  

L
EI E  I pilares  0 3 0 
1

E  I viga   0
6
 

   60  20 z 2  5 z 2  5dz 2  
2

1  20 3  3 
   z1 
E  I pilares  3

 30 z1
2
 5

z1 3
5
 0  z 0  
 z1 0 3

6
1  2 25 3  
   300 z 2  50 z 2  z2   
E  I viga  3  z2 0 
1 1
 6 3
 180  480  0    1800  0.0341
29  10  1.6  10 29  10  3.125  10 3
6

- Tabelas de cálculo integral:

MM 1 3 3 60  2 
 dz    0  2  60    3  5 
L
EI E  I pilares  6 2 

1 5 6 2 10  6 2 
   60  0     5  6 
E  I viga  2 3 8 
1 1
 6 3
 180  480    900  900   0.0341
29 10 1.6  10 29  10  3.125  10 3
6

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Nota: Na barra BC, o diagrama de momentos M apresenta uma configuração não contemplada diretamente na
tabela de cálculo de integrais. No entanto, o diagrama apresentado pode ser decomposto em duas figuras
elementares de fácil determinação (triângulo + parábola):

Figura 11.10

- Método do Professor Bonfim Barreiros:


MM 1  60  3 2  3 35
dz     60  2  
L EI E  I pilares  2 3 2 
1  60  6 2 10  6 2 
   5   6  5  
E  I viga  2 3 8 
1 1
 6 3
 180  480    900  900   0.0341
29  10  1.6  10 29  10  3.125  10 3
6

Tv  0  0  0.0341  0.0341

• Determina-se o trabalho virtual externo, provocado pela força unitária auxiliar e respetivas
reações:

Te  1  DH  0  0  0  0  1 0

• Invocando o TTV e garantindo a igualdade dos dois trabalhos virtuais, interno e externo,
obtém-se então o deslocamento pretendido:

Te  Tv  1  DH  0.0341  DH  0.0341 m  34.1mm

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b) Para determinação da rotação do nó D,  D , recorre-se à seguinte configuração de carga


auxiliar, constituída por um momento unitário aplicado no nó D:

Figura 11.11

Para a solicitação auxiliar representada:

• Determinam-se as reações de apoio:

 FX  0 H A  0  H A  0 kN
  
 FY  0  V A  R D  0  V A  1 6 kN
 M 0 1  R D  6  0  R D  1 6 kN
 A  

• Determinam-se os diagramas de esforços ( N , V e M ):

Figura 11.12

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Troço AE: 0  z1  3 Troço EB: 3  z1  5

N ( z1 )   1 6 N ( z1 )   1 6

V ( z1 )  0 V ( z1 )  0

M ( z1 )  0 M ( z1 )  0

Troço BC: 0  z 2  6 Troço DC: 0  z 3  5

N (z2 )  0 N ( z3 )  1 6

V ( z2 )  1 6 V ( z3 )  0

M ( z2 )  1 6 z2
M ( z 3 )  1

_
N [kN]

Figura 11.13

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_
V [kN]

Figura 11.14
_
M [kN.m]

Figura 11.15

Aplicação do Teorema dos Trabalhos Virtuais:

NN VV MM
Te  Tv   Q m m   dz   dz   dz
L
EA L
GA' L
EI

• Determina-se o trabalho virtual interno de deformação:

NN VV MM
Tv   dz   dz   dz
L
EA L
GA' L
EI

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onde,

Nota: Recorreu-se às tabelas de cálculo integral para o cálculo dos integrais indicados.

NN 1 1
 EA dz  E  A   20   1 / 6  5  (40)  (1 / 6)  5  0 
L pilares E  Aviga
1
 6
 16.6667  33.3333  4.789  10 6
29  10  0.12

VV
 GA' dz  0
L

MM 1 1 1  6 1 10  6 2 
L EI dz   0  0      2  0  60     1  6 
E  I pilares E  I viga  6 3 8 
1
  60  90   0.001655
29  10  3.125  10 3
6

Tv  4.789 10 6  0  0.001655  0.00165

• Determina-se o trabalho virtual externo, provocado pelo momento unitário auxiliar e pelas
respetivas reações:

Te  1  D  0  0  0  0  1 0

• Igualando o trabalho virtual interno e o trabalho virtual externo obtém-se a rotação


pretendida:

Te  Tv  1  D  0.00165   D  0.00165 rad

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